Dossier de ID UFCD9438 - Alexandre Gomes
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Introdução ao Desporto
Índice
1. Introdução..................................................................................................................3
2. Objetivos....................................................................................................................4
3. Carga de treino e processos adaptativos....................................................................5
3.1. Modelo simplificado da supercompensação.......................................................6
3.1.1. Estímulo de treino e repercussões no organismo........................................7
3.1.2. Processos internos de adaptação..................................................................7
3.1.3. Heterocronismo dos processos de adaptação..............................................8
1. Introdução
2. Objetivos
Nas etapas iniciais da carreira desportiva, existe a evidência para que a maturação,
entendida como o processo biológico de aquisição do estado adulto, influencie
fortemente a capacidade de rendimento desportivo naquelas idades. Na generalidade,
rapazes com maturação precoce têm níveis elevados de sucesso imediato, sobretudo em
disciplinas de força e potência, enquanto raparigas com maturação precoce parecem ter
vantagens imediatas em disciplinas de agilidade, força e potência relativas. A questão
dilemática que se coloca neste âmbito está na possibilidade de o sistema desportivo não
ser capaz de reter os indivíduos maturacionalmente atrasadas, uma vez que são
sistematicamente ultrapassados na competição pelos seus pares biologicamente mais
avançados. No desporto dos mais jovens, o sucesso está demasiado associado ao
resultado desportivo, onde a maturação poderá ser fator de desequilíbrio, dando
vantagem aos mais avançados. No entanto, no final da adolescência, o indivíduo de
maturação tardia não só recupera a desvantagem em relação ao de maturação precoce
como frequentemente o ultrapassa em muitos dos atributos determinantes para o
desempenho desportivo. Emerge neste sentido o conceito de fases sensíveis, como
período de tempo durante o qual o indivíduo está particularmente predisposto para
realizar uma aprendizagem ou suscetível à influência de um fator ou à ausência de uma
estimulação particular. Tem, pois, toda a vantagem e racionalidade que o treino de
crianças e jovens considere o estádio maturacional, propondo um modelo de carreira
desportiva que atenda à necessidade de estimular adequadamente os fatores treináveis
considerados como particularmente adequados em cada etapa do crescimento e
maturação. Uma dinâmica multilateral do treino corresponde a esta exigência,
reconhecendo a existência de pré-requisitos gerais para a progressão e a especialização
futura. O desenvolvimento muscular geral, as qualidades físicas e psicológicas
entendidas numa base alargada, são pressupostos para aquisições posteriores
especializados. Este desenvolvimento multilateral geral, embora requerido nas primeiras
etapas, não impede a solicitação desde o início de atividade específica ou especializada,
devidamente dosificadas. A especialização representa o elemento essencial para obter
sucesso num dado desporto. O aumento da utilização de exercícios específicos deve
acontecer gradualmente na carreira do atleta. A discussão em torno das virtudes de um
UFCD 9438 –Teoria e metodologia do treino desportivo