Ética Epicurista e Questões

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 14

2.3.

A Ética Helenística: Epicurismo e Estoicismo

A magnitude do prazer atinge seu limite na


remoção de todo sofrimento. Quando o prazer
está presente, durante todo o tempo em que ele
permanece não há dor nem no corpo, nem na
alma, nem nos dois.

Epicuro

2.3.1. Epicurismo

O Epicurismo tornou-se conhecido por eleger o prazer como fim


(telos) do agir humano. Fundado por Epicuro (341-270 a.C.), o qual
sustentava que o homem vive e experimenta o mundo mediante seus
sentidos, o epicurismo coloca o primado sobre as sensações. A
sensação estaria, para o Epicurismo, acima de qualquer outra
faculdade humana. A ética epicurista teria como fundamento
especialmente as sensações de prazer e dor. As ações humanas seriam
articuladas em torno dessas sensações. Não apenas isso; nossas
categorias morais de bom e de mal estariam vinculadas a tais
sensações. Em linhas bem gerais, segundo o Epicurismo, o homem
naturalmente busca o prazer e se afasta da dor. Todas as ações
humanas, de alguma forma, seguiriam esse padrão. Assim, o prazer
seria um bem, constituindo um móbil para a ação humana, enquanto
a dor seria um mal. Nesse sentido, o sábio deveria prolongar o prazer,
reduzir a dor e fomentar que os demais buscassem participar do
prazer em suas mais diversas formas (“Por isso afirmamos que o
prazer é o princípio e o fim da vida feliz”65). Essa é, em linhas bem
gerais, a tese epicurista.

65Epicuro. In: Laertios, Diogenes. Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres. Brasília:
Editora da UnB, 2008, p.312.

59
Com efeito, a partir dessa caracterização geral, percebemos um
aspecto materialista na ética epicurista. Não apenas isso; aqui
podemos falar (diferentemente do que ocorria com Platão e Aristóteles
quando tratávamos da felicidade) em um hedonismo. Além disso,
enquanto em Platão e Aristóteles vemos o papel da vida social,
comunitária, na busca pela felicidade, aqui o sujeito priorizará a
solidão. Em verdade, segundo Epicuro, o sábio “não participará da
vida política”66. Por essa razão, o epicurismo “vai desembocar num
individualismo hedonista, onde o futuro deve deixar o homem tão
indiferente como a inanidade do além”67. Apesar das significativas
diferenças entre Epicuro e os filósofos vistos nos capítulos anteriores,
cabe observar que há alguns pontos em comum. Por exemplo,
também Epicuro considera que a arete (virtude) humana está ligada a
uma atividade que é peculiar ao humano. A virtude é também para
Epicuro um “bem específico” que conduz à felicidade (afinal, também
ele está preocupado com o “bem viver”). Todavia, a diferença é que
em Epicuro a natureza humana é material. Logo, seu fim também será
material. Alma e corpo são, para Epicuro (que quanto a esse ponto se

66 Epicuro. In: Laertios, Diogenes. Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres. Brasília:
Editora da UnB, 2008, p.310.
67 Brun, Jean. O Epicurismo. Lisboa: Edições 70, 1987, p.97. Isso está diretamente
ligado ao contexto em que surgem teorias como a epicurista e a estoica: “As novas
condições impostas ao mundo grego tornam impossível a participação do indivíduo
no governo da polis, que o cidadão helênico conhecera sobretudo na fase
democrática. O conhecimento deixa de ser preparação para a atividade política (como
fora em Platão), passando a se ocupar do aprimoramento interior do homem.
Distanciada das preocupações políticas, a filosofia aspira ao estabelecimento de
normas universais para a conduta humana e se propõe a dirigir as consciências: o
problema ético torna-se o centro da especulação de diferentes correntes filosóficas. As
éticas helenísticas partem à procura do bem individual, de uma sabedoria que
represente a plenitude da realização subjetiva: o alcance da perfeita serenidade
interior, independente das circunstâncias. O bem não mais terá o sentido metafísico
do Bem de Platão, fundamento das ideias, dos modelos do mundo corpóreo, e,
consequentemente, sustentação tanto do sujeito do conhecimento e da ação quanto da
própria realidade objetiva. O bem das éticas helenísticas terá acepção estritamente
existencial: é o bem como sinônimo do que é bom para o indivíduo, para a vida de
cada homem” (“Estudo Introdutório”. In: Coleção Os Pensadores. Antologia de
Textos: Epicuro. Lucrécio. Cícero. Sêneca. Marco Aurélio. São Paulo: Abril Cultural,
1985, p.viii).

60
inspira em Demócrito), agregados de átomos materiais. Assim, todo
prazer é, segundo Epicuro, físico, natural68.
Com efeito, embora a ética de Epicuro seja de cunho hedonista,
cabe notar que não se trata de um hedonismo vulgar. Embora a
felicidade seja identificada com o prazer, esse, aqui, é compreendido
como ausência de dor (aponia) e de inquietações (ataraxia). O
hedonismo de Epicuro é “de base empírica: o prazer é um bem
buscado pelos homens”.
Aqui há uma correlação com a sua teoria da sensação baseada
no atomismo: tal como a sensação é o critério da verdade,
assim também os movimentos ou experiências do prazer e da
dor, que são concebidos como tipos de deslocação atômica,
servem como critérios do bom e do mau, visto que o prazer é
aquilo que é natural, tal como o bem, enquanto a dor é
contrária à natureza, da mesma forma que o mal 69.

Mas ao avançar na análise do prazer, Epicuro encontra uma


forma mais elevada, “pura”, de prazer, o qual vai além de uma mera
necessidade física. Afinal, a “necessidade física” sempre está
“sutilmente misturada com a dor”70. Tal prazer “puro” Epicuro o
entende como “o prazer estático (katastematike) do equilíbrio, a
ausência de dor (algos) do corpo (aponia) e a ausência de perturbação
da alma (ataraxia)”71. Assim, Epicuro não sustenta um hedonismo
vulgar, pois se assim fosse, ele manteria uma concepção de “prazer

68 Não obstante, observe-se que ele não está promovendo os prazeres do corpo, mas
da alma. Algumas passagens de Epicuro, cabe reconhecer, quando tiradas de contexto,
levam a um equívoco, qual seja, o de pensar que ele está defendendo um hedonismo
vulgar. Fragmentos como o que se segue deram espaço para essa confusão: “A origem
e a raiz de todo o bem residem no prazer do ventre” (Epicuro apud Nizan, Paul. Os
Materialistas da Antiguidade. Lisboa: Editorial Estampa, 1977, p.134).
69 Peters, F.E. Termos Filosóficos Gregos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1983, p.98.
70 Peters, F.E. Termos Filosóficos Gregos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1983, p.98.
71 Peters, F.E. Termos Filosóficos Gregos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1983, p.98.

61
cinético”, desprezando uma ideia mais “psíquica” de prazer, a qual
está expressa na ideia de “prazer estático”. Explicando essa distinção,
diz-nos Epicuro: “A ataraxia e a ausência de dor física são prazeres
estáticos, mas a alegria e a exultação são considerados prazeres activos
que implicam movimento”72.
Assim, conforme Epicuro, o prazer deve levar a alma à
tranquilidade. Nesse sentido, seria apropriado falarmos, aqui, em uma
espécie de ascese dos prazeres, em que haveria um primado dos
prazeres estáticos em relação aos cinéticos. Com efeito, em linhas
gerais podemos afirmar que o prazer é o ‘sumo bem’ segundo
Epicuro. O ponto é, segundo vemos, identificar o que Epicuro denota
com o conceito de prazer. E ele o faz a partir de uma divisão dos tipos
de desejos. Assim há desejos necessários e naturais, como o desejo por
alimento e bebida, bem como desejos naturais e desnecessários, como
o desejo por alimentos requintados. Por fim, há desejos que não são
nem necessários nem naturais, como o desejo por honras.

Como vimos “o prazer é o primeiro e inato bem”73. Noutros


termos, Epicuro “aduz o fato de os seres vivos imediatamente após o
nascimento estarem contentes com o prazer, enquanto rebelam-se
contra a dor por disposição natural, sem a intervenção da razão. Por
instinto legítimo fugimos então à dor”74. Ainda que tanto alma
quanto o corpo sejam materiais, no sentido de serem formados por
átomos materiais, Epicuro distingue os prazeres da alma dos prazeres
do corpo. Com efeito, segundo ele, os prazeres da alma são mais
elevados do que os do corpo, haja vista os prazeres do corpo serem
restritos ao presente, não assegurando perenidade. Assim, sobre a
distinção acima referida entre os desejos, Epicuro irá defender a
primazia dos desejos naturais necessários. Devemos estar preocupados
com o prazer da alma. E isso porque, enquanto os prazeres do corpo

72 Epicuro apud Nizan, Paul. Os Materialistas da Antiguidade. Lisboa: Editorial


Estampa, 1977, p.137.
73 Epicuro. In: Coleção Os Pensadores. Antologia de Textos: Epicuro. Lucrécio.
Cícero. Sêneca. Marco Aurélio. São Paulo: Abril Cultural, 1985, p.17.
74 Laertios, Diogenes. Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres. Brasília: Editora da
UnB, 2008, p.314s.

62
estão restritos ao presente, os prazeres da alma tanto podem envolver
o passado, quando deles nos lembramos, como o futuro, quando os
pudermos antecipar mediante a expectativa. O limite supremo do
prazer será, conforme Epicuro, o prazer catastemático, isto é, a
ausência de dor. Ele representa a perfeição do prazer. A ascese e a
hierarquia entre os prazeres são deixadas evidentes por Epicuro
quanto ele afirma:
Quando dizemos, então, que o prazer é fim, não queremos
referir-nos aos prazeres dos intemperantes ou aos produzidos
pela sensualidade, como creem certos ignorantes, que se
encontram em desacordo conosco ou não nos compreendem,
mas ao prazer de nos acharmos livres de sofrimentos do corpo
e de perturbações da alma75.

Em suma, apenas a aponia (ausência de dor) e a ataraxia (quietude


da alma) asseguram a vida feliz. Há aqui, também, uma ideia de
sabedoria prática. Afinal, é preciso saber deliberar sobre os prazeres.
Do contrário, incorremos no erro dos “intemperantes”. Isso significa
que deveremos, por exemplo, comer quando estivermos com fome,
bebermos quando estivermos com sede, descansarmos quando
estivermos cansados, etc. Aqui o primado jaz sobre os desejos
necessários e naturais. Aliás, “a natureza [...] fez as coisas necessárias
fáceis e encontráveis”, ao passo que as não necessárias são difíceis de
encontrar76. E é precisamente nesse ponto que se faz necessária a
sabedoria prática, o bem deliberar sobre os prazeres. Devemos nos
voltar para aqueles desejos que não são causa de perturbação da alma.
Não apenas isso, tal sabedoria prática (a phronesis epicurista) deve nos
prevenir de tudo aquilo que é causa de desassossego, como o medo da
morte, o desejo de viver eternamente, etc. Esses são desejos que
causam, em última instância, inquietude na alma. Logo, devem ser
deixados de lado. Com isso, percebemos em que sentido Epicuro,

75 Epicuro. In: Coleção Os Pensadores. Antologia de Textos: Epicuro. Lucrécio.


Cícero. Sêneca. Marco Aurélio. São Paulo: Abril Cultural, 1985, p.17.
76 Ver: Reale, Giovanni. História da Filosofia Antiga. V. III. São Paulo: Edições
Loyola, 1994, p.214.

63
apesar de sustentar um modelo ético hedonista, mantém um ideal
ascético. É nesse sentido que ele afirma:
O prazer é nosso bem primordial e congênito, e partindo dele
movemo-nos para qualquer escolha e rejeição e a ele voltamos
usando como critério de discriminação de todos os bens as
sensações de prazer e de dor. Já que o prazer é nosso bem
primordial e congênito, também por causa dele não
escolhemos qualquer prazer, mas às vezes passamos sobre
muitos prazeres, quando são seguidos por um aborrecimento
maior [...]. Então todo prazer, por ter uma natureza condizente
conosco, é um bem, mas nem por isso todo prazer deve ser
escolhido77.

Isso conduz Epicuro àquela já referida divisão dos desejos: “Dos


desejos, alguns são naturais e necessários, outros são naturais e não
necessários; outros, ainda, nem naturais nem necessários, devidos à
imaginação ilusória”78. Essa é uma distinção essencial para
compreendermos o ascetismo epicurista. Com exceção dos desejos
naturais e necessários, os demais são possíveis causas de perturbação.
Com efeito, os desejos naturais e necessários são providos pela
natureza mesma. Ela nos disponibiliza alimento necessário para que
saciemos a fome, bebidas que saciam nossa sede e abrigo contra o frio.
No entanto, tais desejos podem, por diversas razões, se degenerar em
formas que mais trazem dor e perturbação do que tranquilidade,
como, por exemplo, no desejo por uma refeição suntuosa e
requintada, ou no gosto por roupas elegantes e caras (que não servem
apenas para o propósito de nos aquecer). Por fim, há uma terceira
classe de desejos, a qual envolve elementos nem naturais nem
necessários, sendo, pois, absolutamente artificiais. Por exemplo, o
desejo por glória, por acúmulo de riqueza e poder. Tais desejos
nascem apenas da mera opinião. E tal opinião é fomentada pela vida

77 Epicuro apud Laertios, Diogenes. Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres. Brasília:
Editora da UnB, 2008, p.312s.
78 Epicuro apud Laertios, Diogenes. Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres. Brasília:
Editora da UnB, 2008, p.319.

64
social, o que explica a afirmação “vive ignorado”79. A vida política
compromete a felicidade humana em virtude de promover a busca
pelo poder, pela fama, pela riqueza. Nesse sentido, diferentemente do
que ocorria na Academia platônica, a qual pretendia formar homens
políticos, o “jardim”80 de Epicuro pretendeu formar sujeitos que
reconhecessem que o caminho para a felicidade residia neles mesmos.
Assim, vemos que o epicurismo exorta a uma vida modesta, tranquila
e livre de desejos por excessos e coisas vãs. E isso tendo como
background algo comum à filosofia antiga, especialmente durante o
período helênico81, a saber, a ideia segundo a qual uma boa vida
(eudaimonia) é o telos de nossas ações. Colocado de outra maneira,
sempre que agimos, o fazemos com vistas a um bem. Essa é uma
formulação geral presente em diversos autores. O que muda é a forma
concreta desse bem. Em Epicuro, como vimos, a forma concreta da
felicidade, da boa vida, é o prazer (ele aproxima felicidade de prazer, o
que aponta para seu hedonismo). Mas, como vimos, tal prazer precisa
ser caracterizado para não o confundirmos com um prazer vulgar, o
que ocorreria em um modelo hedonista vulgar. Isso, como vimos, não
ocorre em Epicuro. Seu hedonismo é mais “puro”. Aqui prazer é
caracterizado a partir de outros conceitos: ataraxia e aponia. Além
disso, em comum com as outras escolas filosóficas do período
helênico, Epicuro está preocupado em ocupar a filosofia com a
questão sobre o que torna a vida digna de ser vivida, isto é, sobre
como ela nos auxilia na arte de bem viver. Por isso a sabedoria teórica
(sophia) é, aqui, colocada abaixo da sabedoria prática. Em verdade,
para Epicuro, ela pouco importa, pois mesmo um sujeito sem
formação poderia alcançar a quietude da alma (mediante a busca e o
fomento dos prazeres que nos afastam da dor e nos conduzem a um
estado de imperturbabilidade da alma).

79 Epicuro. In: Coleção Os Pensadores. Antologia de Textos: Epicuro. Lucrécio.


Cícero. Sêneca. Marco Aurélio. São Paulo: Abril Cultural, 1985, p.19.
80 Escola filosófica fundada por Epicuro, em Atenas, na qual ele expunha e debatia
suas ideias.
81 O qual corresponde à “época da grande conquista de Alexandre Magno até o fim
da era pagã”. Ver: Reale, Giovanni. História da Filosofia Antiga. V. III. São Paulo:
Edições Loyola, 1994, p.5.

65
1. (ENEM/2014) Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros,
naturais e não necessários; outros, nem naturais nem necessários, mas
nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não
satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente
desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem geradores de
dano
(EPICURO DE SAMOS. “Doutrinas principais”. In: SANSON, V. F. Textos de
filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974).
No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim:
A) alcançar o prazer moderado e a felicidade.
B) valorizar os deveres e as obrigações sociais.
C) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação.
D) refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade.
E) defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber.

2. (ENEM/2018) A quem não basta pouco, nada basta (EPICURO. Os


pensadores. São Paulo: Abril Cultural,1985).
Remanescente do período helenístico, a máxima apresentada valoriza a
seguinte virtude:
A) Esperança, tida como confiança no porvir.
B) Justiça, interpretada como retidão de caráter.
C) Temperança, marcada pelo domínio da vontade.
D) Coragem, definida como fortitude na dificuldade.
E) Prudência, caracterizada pelo correto uso da razão.

3. (UEM/2013) “Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada,


visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é
justamente a privação das sensações. A consciência clara de que a morte
não significa nada para nós proporciona a fruição da vida efêmera, sem
querer acrescentar-lhe tempo infinito e eliminando o desejo de
imortalidade. Não existe nada de terrível na vida para quem está
perfeitamente convencido de que não há nada de terrível em deixar de
viver. É tolo, portanto, quem diz ter medo da morte, não porque a chegada
desta lhe trará sofrimento, mas porque o aflige a própria espera”
(Epicuro, Carta sobre a felicidade [a Meneceu]. São Paulo: ed. Unesp, 2002, p.
27. In: COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia. SP: Saraiva, 2006, p. 97).
A partir do trecho citado, são corretas as afirmativas:
I - A morte, por ser um estado de ausência de sensação, não é nem boa, nem
má.
II - A vida deve ser considerada em função da morte certa.
III - O tolo não espera a morte, mas vive apoiado nas suas sensações e nos seus
prazeres.
IV - A certeza da morte torna a vida terrível.
V - A espera da morte é um sofrimento tolo para aquele que a espera.
A) I, III e V
B) I e V
C) II, III, IV e V
D) I, III, VI
E) I e III

4. (UFSM 2013) A economia verde contém os seguintes princípios para o


consumo ético de produtos: a matéria-prima dos produtos deve ser
proveniente de fontes limpas e não deve haver desperdício dos produtos.
O Estado, entretanto, não impõe, até o presente momento, sanções
àqueles cidadãos que não seguem esses princípios.
Considere as seguintes afirmações:
I - Esses princípios são juízos de fato.
II - Esses princípios são, atualmente, uma questão de moralidade, mas não de
legalidade.
III - A ética epicurista, a exemplo da economia verde, propõe uma vida mais
moderada.
Está(ão) correta(s)
A) apenas I.
B) apenas I e
C) apenas III.
D) apenas II e III.
E) I, II e III.

5. (CESGRANRIO) Na ética epicurista os prazeres da vida política são


considerados como
A) naturais e necessários, porque ligados à conservação da vida humana.
B) naturais mas não necessários, pois são um refinamento do instinto de
conservação.
C) não naturais e não necessários, pois comprometem a ataraxía e a aponía.
D) o coroamento da ataraxía e da aponía, pois só a vida pública lhes confere
sentido.
E) os únicos admissíveis, pois criam condições materiais que favorecem a
ataraxía.

6. (UFF 2010)
Filosofia
O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia.
a) Assinale a sentença do filósofo grego Epicuro cujo significado é o mais
próximo da letra da canção “Filosofia”, composta em 1933 por Noel Rosa,
em parceria com André Filho.
b) É verdadeiro tanto o que vemos com os olhos como aquilo que
apreendemos pela intuição mental.
c) Para sermos felizes, o essencial é o que se passa em nosso interior, pois
é deste que nós somos donos.
d) Para se explicar os fenômenos naturais, não se deve recorrer nunca à
divindade, mas se deve deixá-la livre de todo encargo, em sua completa
felicidade.
e) As leis existem para os sábios, não para impedir que cometam injustiças,
mas para impedir que as sofram.
f) A natureza é a mesma para todos os seres, por isso ela não fez os seres
humanos nobres ou ignóbeis, e, sim suas ações e intenções
7. (UFSM 2013)
A economia verde contém os seguintes princípios para o consumo ético de
produtos: a matéria-prima dos produtos deve ser proveniente de fontes limpas e
não deve haver desperdício dos produtos. O Estado, entretanto, não impõe, até
o presente momento, sanções àqueles cidadãos que não seguem esses
princípios.
Esses princípios são juízos de fato.
Esses princípios são, atualmente, uma questão de moralidade, mas não de
legalidade.
A ética epicurista, a exemplo da economia verde, propõe uma vida mais
moderada.
a) apenas I.
b) apenas I e II.
c) apenas III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.

8. (UNICENTRO 2011)
As principais escolas filosóficas, na Grécia Antiga, a partir do século III a.C., são
o estoicismo e o epicurismo, que buscavam a realização moral do indivíduo, e,
como quase todas as escolas da Antiguidade, concebem que o homem deve
buscar a sabedoria e a felicidade.
O princípio da ética epicurista está relacionado com a
a) atitude de desvio da dor e da procura do prazer, sendo que a concepção
do prazer é também espiritual e contribui para a paz de espírito e o
autodomínio.
b) ideia de que é pela razão que se alcança a perfeição moral e que centra
a busca dessa perfeição no amor e na boa vontade.
c) atitude de aceitação de tudo que acontece, porque tudo faz parte de um
plano superior, guiado por uma razão universal.
d) relação individual e pessoal de cada um com Deus, que é concebido como
o Criador onisciente e onipresente.
e) noção de que cada indivíduo pode escolher livremente entre se aproximar
de Deus ou se afastar Dele.
9. (UNIMONTES 2013)
Para Epicuro (341 – 270 a.C), a morte nada significa porque ela não existe para
os vivos, e os mortos não estão mais aqui para explicá-la. De fato, quando
pensamos em nossa própria morte, podemos nos imaginar mortos, mas não
sabemos o que é a experiência do morrer.
Epicuro lamenta que
a) as pessoas encarem a morte com coragem.
b) as pessoas amem a morte e a desejem.
c) as pessoas aceitem a morte como seu destino final.
d) a maioria das pessoas fuja da morte como se fosse o maior dos males.

10. Leia o trecho da Carta a Meneceu.


"Nenhum jovem deve demorar a filosofar, e nenhum velho deve parar de
filosofar, pois nunca é cedo demais nem tarde demais para a saúde da
alma. Afirmar que a hora de filosofar ainda não chegou ou já passou é a
mesma coisa que dizer que a hora ainda não chegou ou já passou;
devemos, portanto, filosofar na juventude e na velhice para que enquanto
envelhecemos continuemos a ser jovens nas boas coisas mediante a
agradável recordação do passado, e para que ainda jovens sejamos ao
mesmo tempo velhos, graças ao destemor diante do porvir. Devemos
então meditar sobre tudo..." (Epicuro Carta de Epicuro a Menoiceus).
Para Epicuro, como se expressa na Carta a Meneceu, o objetivo da filosofia é:
a) A felicidade do homem.
b) A imparcialidade diante das decisões tomadas pelos homens.
c) A areté própria do homem.
d) O gozo imoderado dos prazeres mundanos.
e) Estabelecer, refutar e defender argumentos tirados da bíblia.

11. Surge a figura do jardim: o homem sairia da turbulência da polis e iria ao


jardim com os seus amigos. Ele não se isolaria, mas se reuniria com os
seus amigos, apoiado num esforço de grupo, na busca do
autoconhecimento. Propõe a substituição da polis com seu antagonismo,
pelo jardim com a sua amizade, onde todos procurariam a sabedoria.

Analise as proposições a seguir partindo da proposta fundamental de Epicuro,


como CERTAS ou ERRADAS.

I - O autoconhecimento.
II - O apoio à razão.
III - A recusa ao obscurantismo, crendices.
IV - Os homens seriam explicáveis racionalmente. Já os deuses seriam
serenos porque estariam distantes dos homens assim como estes no jardim se
distanciariam da polis para encontrarem a felicidade.
V - Os deuses não fazem a libertação do homem, mas o é o homem, que, no
jardim, se afastaria da turbulência da polis para encontrar a felicidade.
Assim, pode-se concluir que:

a) Somente as proposições I, III e V estão certas.


b) Somente as proposições I, II e IV estão certas.
c) Somente as proposições III, IV e V estão certas.
d) Todas as proposições estão erradas.
e) Todas as proposições estão certas.

12. A liberdade, para Epicuro, seria sempre o desvio de uma fatalidade,


apesar do mecanismo do mundo. O homem não estaria à mercê do
mundo e, por isto, poderia estabelecer a sua rota, a sua meta.

Segundo essa forma de pensar, pode-se afirmar que o mesmo introduz a


dimensão:
a) Da physis.
b) Do dever-ser.
c) Do devir.
d) Da verdade.
e) Da percepção dualista da alma.

13. Epicuro exerceu enorme influência sobre Diógenes de Enoanda (Turquia),


que, inclusive, chegou a inscrever o tetrapharmakon de Epicuro em umas
rochas em local visível para que todos os que por lá passassem,
independente da raça, sexo ou condição social, pudessem ler e se inspirar
nele. Analise as proposições a seguir como Verdadeiras ou Falsas,
considerando a sabedoria ética de Epicuro.

I - Não há nada a temer quanto aos deuses.


II - Não devemos temer a morte.
III - A felicidade é possível.
IV - Podemos escapar da dor.
Sobre o tetrapharmakon de Epicuro é CORRETO afirmar que:

a) Somente as proposições I, II e IV são verdadeiras.


b) Somente as proposições I, III e IV são verdadeiras.
c) Somente as proposições I e IV são verdadeiras.
d) Somente as proposições II e IV são verdadeiras.
e) Todas as proposições são verdadeiras.

GABARITO
1:A - 2:C - 3:B - 4:D - 5:E - 6:C - 7:D - 8:A - 9:D - 10:A - 11:E - 12:B - 13:E

Você também pode gostar