Lei Organica de Jaboticabal

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LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE

JABOTICABAL

O povo jaboticabalense, invocando a proteção


de Deus, e atendendo aos princípios
estabelecidos na Constituição da República
Federativa do Brasil e na Constituição do
Estado de São Paulo, promulga por seus
representantes a Lei Orgânica do Município de
Jaboticabal.

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO I

DOS DIREITOS DO HABITANTE DO MUNICÍPIO

Artigo 1°° - O Município de Jaboticabal reger-se-á por esta Lei


Orgânica e, garantirá a todos os seus habitantes a imediata e plena efetividade
dos direitos e garantias individuais e coletivos, sendo invioláveis o direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, atendidos os preceitos
constitucionais

Artigo 2º - A soberania popular se manifesta quando a todos são


asseguradas as condições dignas de existência e será exercida:
I - pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto com valor
igual para todos;
II - pelo plebiscito;
III - pelo referendo;
IV - pela iniciativa popular, no processo legislativo;
V - pela ação fiscalizadora e participativa na administração pública.

CAPÍTULO II
DO MUNICÍPIO

Artigo 3º - O Município de Jaboticabal, pessoa jurídica de direito


público interno, é unidade territorial que integra a organização político-
administrativa da República Federativa do Brasil, dotada de autonomia política,
administrativa, financeira e legislativa, nos termos assegurados pela
Constituição da República, pela Constituição do Estado e por esta Lei Orgânica.

Artigo 4º - O território do Município poderá ser dividido em


distritos, criados, organizados e suprimidos por Lei Municipal, observada a
legislação estadual, e consulta plebiscitária e o disposto nesta Lei Orgânica.

Artigo 5º - O município integra a divisão administrativa do Estado.

Artigo 6º - A sede do Município dá-lhe o nome e tem categoria de


cidade, enquanto a sede do distrito tem a categoria de vila.

Artigo 7º - Constituem bens do município todas as coisas móveis e


imóveis, direitos e ações que a qualquer título lhe pertençam.
Parágrafo Único – O Município tem direito à participação no
resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para
fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais de seu
território.

Artigo 8º - São símbolos do Município o Brasão, a Bandeira e o


Hino, representativos de sua cultura e história.

TÍTULO II

DA COMPETÊNCIA MUNICIPAL

Artigo 9º - Compete ao Município:


I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como
aplicar as suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e
publicar balancetes nos prazos fixados em Lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observado o disposto nesta
Lei Orgânica e na legislação estadual pertinente;
V - instituir a Guarda Municipal, destinada à proteção de seus
bens, serviços e instalações conforme dispuser a Lei;
VI - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, entre outros, os seguintes serviços:
a) transporte coletivo urbano e intramunicipal, que terá caráter
essencial;
b) abastecimento de água e esgotos sanitários;
c) mercado, feiras e matadouros locais;
d) cemitérios e serviços funerários;
e) iluminação pública;
f) limpeza pública, coleta domiciliar e destinação final do lixo;
VII - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, programas de educação pré-escolar e ensino fundamental;
VIII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico,
turístico e paisagístico, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e
estadual;
X - promover a cultura e a recreação;
XI - fomentar a produção agropecuária e demais atividades
econômicas, inclusive a artesanal;
XII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
XIII- realizar serviços de assistência social, diretamente ou por
meio de instituições privadas, conforme critérios e condições fixadas em Lei
Municipal;
XIV - realizar programas de apoio às práticas desportivas;
XV - realizar programas de alfabetização;
XVI - realizar atividades de defesa civil, inclusive a de combate a
incêndios e prevenção de acidentes naturais, em coordenação com a União e o
Estado;
XVII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do
solo urbano;
XVIII - elaborar e executar o Plano Diretor;
XIX – executar obras de:
a) abertura, pavimentação e conservação de vias;
b) drenagem pluvial;
c) construção e conservação de estradas, parques, jardins e hortos
florestais;
d) construção e conservação de estradas vicinais;
e) edificação e conservação de prédios públicos municipais;
XX - fixar:
a) tarifas dos serviços públicos, inclusive dos serviços de táxis;
b) horário de funcionamento dos estabelecimentos industriais,
comerciais e de serviços;
XXI - sinalizar as vias públicas urbanas e rurais;
XXII - regulamentar a utilização de vias e logradouros públicos;
XXIII - conceder licença para:
a) localização, instalação e funcionamento de estabelecimentos
industriais, comerciais e de serviços;
b) afixação de cartazes, letreiros, anúncios, faixas, emblemas e
utilização de alto-falantes para fins de publicidade e propaganda;
c) exercício de comércio eventual ou ambulante;
d) realização de jogos, espetáculos, divertimentos públicos,
observadas as prescrições legais;
e) prestação dos serviços de táxis.

Artigo 10 – Além das competências previstas no artigo anterior, o


Município atuará em cooperação com a União e o Estado para o exercício das
competências enumeradas no artigo 23 da Constituição Federal, desde que as
condições sejam de interesse do Município.

TÍTULO III

DO GOVERNO MUNICIPAL

CAPÍTULO I

DOS PODERES MUNICIPAIS

Artigo 11 – O Governo Municipal é constituído pelos Poderes


Legislativo e Executivo, independentes e harmônicos entre si.
Parágrafo Único – É vedada aos Poderes Municipais a delegação
recíproca de atribuições, salvo nos casos previstos nesta Lei Orgânica.

CAPÍTULO II

SEÇÃO I

DA CÂMARA MUNICIPAL

Artigo 12 – O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal,


composta de Vereadores, eleitos para cada legislatura entre cidadãos maiores
de 18 (dezoito) anos, no exercício dos direitos políticos, pelo voto direto e
secreto.
Parágrafo Único – Cada legislatura terá a duração de 04 (quatro)
anos.

Artigo 13 – O número de Vereadores que compõem a Câmara


Municipal de Jaboticabal, obedecerá os limites estabelecidos na Constituição
Federal, e as seguintes normas:
I - para até os primeiros 100 (cem) mil habitantes, o número de
Vereadores será 17 (dezessete), acrescentando-se 02 (duas) vagas para cada
40 (quarenta) mil habitantes seguintes;
II - o número de habitantes a ser utilizado como base de cálculo
para fixação do número de Vereadores, será aquele fornecido mediante Certidão
dos Órgãos Oficiais
Artigo 14 – Salvo disposição em contrário desta Lei Orgânica, as
deliberações da Câmara Municipal e de suas Comissões serão tomadas por
maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

SEÇÃO II

DA POSSE

Artigo 15 – A Câmara Municipal reunir-se-á em Sessão Solene de


Instalação, independentemente de quorum, no dia 1º de janeiro do primeiro ano
da legislatura, às 10:00 horas, para a posse de seus membros.
§ 1º - Sob a presidência do Vereador mais votado entre os
presentes, ou, se houver empate, do mais idoso deles, os demais Vereadores
prestarão compromisso e tomarão posse, cabendo ao Presidente prestar o
seguinte compromisso: “PROMETO CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO FEDERAL,
A CONSTITUIÇÃO ESTADUAL E A LEI ORGÂNICA MUNICIPAL, OBSERVAR
AS LEIS, DESEMPENHAR O MANDATO QUE ME FOI CONFIADO E
TRABALHAR PELO PROGRESSO DO MUNICÍPIO E BEM ESTAR DE SEU
POVO”.
§ 2º - Prestado o compromisso pelo Presidente, o Secretário que
for designado para esse fim fará chamada nominal de cada Vereador, que
declarará: “ASSIM O PROMETO”.
§ 3º - O Vereador que não tomar posse na Sessão prevista neste
artigo deverá fazê-lo no prazo de 15 (quinze) dias, salvo motivo justo, aceito pela
Câmara Municipal.
§ 4º - No ato da posse, os Vereadores deverão desincompatibilizar-
se e fazer declaração de seus bens, repetida quando do término do mandato,
sendo ambas transcritas em livro próprio, resumidas em ata e divulgadas para o
conhecimento público.
§ 5º - A Sessão Solene de Instalação poderá ocorrer em local
diverso do da seda da Câmara Municipal.

SEÇÃO III

DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL

Artigo 16 – Cabe à Câmara Municipal, com a Sanção do Prefeito,


legislar sobre as matérias de competência do Município, especialmente no que
se refere ao seguinte:
I - assuntos de interesse local, inclusive suplementando a
legislação federal e a estadual, notadamente no que diz respeito:
a) à saúde, à assistência pública e à proteção e garantia das
pessoas portadoras de deficiência;
b) à proteção de documentos, obras e outros bens de valor
histórico, artístico e cultural, como os monumentos, as paisagens naturais
notáveis e os sítios arqueológicos do Município;
c) a impedir a evasão, distribuição e descaracterização de obras de
arte e outros bens de valor histórico, artístico e cultural do Município;
d) à abertura de meios de acesso à cultura, à educação e à
ciência;
e) à proteção ao meio ambiente e ao combate à poluição;
f) ao incentivo à indústria e ao comércio;
g) à criação de distritos industriais;
h) ao fomento da produção agropecuária e à organização do
abastecimento alimentar;
i) à promoção de programas de construção de moradias,
melhorando as condições habitacionais e de saneamento básico;
j) ao combate às causas da pobreza e aos fatores de
marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
l) ao registro, ao acompanhamento e à fiscalização das
concessões de pesquisa e exploração dos recursos hídricos e minerais em seu
território;
m) ao estabelecimento e à implantação da política de educação
para o trânsito;
n) à cooperação com a União e o Estado, tendo em vista o
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar, atendidas as normas fixadas em
Lei Complementar Federal;
o) ao uso e ao armazenamento dos agrotóxicos, seus
componentes e afins;
p) às políticas do Município;
II - tributos municipais bem como autorizar isenções e anistias
fiscais e a remissão de dívidas;
III - Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual,
bem como autorizar a abertura de créditos suplementares especiais;
IV - obtenção e concessão de empréstimos e operação de crédito,
bem como sobre a forma e os meios de pagamento;
V - concessão de auxílios e subvenções;
VI - concessão de permissão de serviços públicos;
VII - concessão de direito real de uso de bens municipais;
VIII - alienação e concessões de bens imóveis;
IX - aquisição de bens imóveis, quando se tratar de doação;
X - criação, organização e supressão de distritos, observada a
legislação estadual;
XI - criação, alteração e extinção de cargos, empregos e funções
públicas e fixação da respectiva remuneração;
XII - Plano Diretor;
XIII - alteração da denominação de próprios, vias e logradouros
públicos;
XIV - Guarda Municipal destinada a proteger bens, serviços e
instalações do Município;
XV - ordenamento, parcelamento, uso e ocupação do solo urbano;
XVI - organização e prestação de serviços públicos.
Artigo 17 – Compete à Câmara Municipal, privativamente, entre
outras, as seguintes atribuições:
I - eleger sua Mesa Diretora, bem como destituí-la na forma desta
Lei Orgânica e do Regimento Interno;
II - elaborar o seu Regimento Interno;
III - fixar a remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
Vereadores, observando-se o disposto no inciso V do artigo 29 da Constituição
Federal e o estabelecido nesta Lei Orgânica;
IV - exercer, com auxílio do Tribunal de Contas ou órgão estadual
competente, a fiscalização financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do
Município;
V - julgar as contas anuais do Município e apreciar os relatórios
sobre a execução dos planos de governo;
VI - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus serviços e
fixar a respectiva remuneração;
VIII - autorizar o Prefeito a se ausentar do Município, quando a
ausência exceder a 15 (quinze) dias;
IX - mudar temporariamente a sua sede;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da Administração indireta e funcional;
XI - proceder à tomada de contas do Prefeito Municipal, quando
não apresentadas à Câmara Municipal dentro do prazo de 02 (dois) meses após
a abertura da Sessão Legislativa;
XII - processar e julgar os Vereadores, na forma desta Lei
Orgânica;
XIII - representar o Procurador Geral da Justiça, mediante
aprovação de 2/3 (dois terços) dos seus membros, contra o Prefeito, o Vice-
Prefeito e Secretários Municipais ou ocupantes de cargos da mesma natureza,
pela prática de crime contra a Administração Pública de que tiver conhecimento;
XIV - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, conhecer de sua
renuncia e afastá-los definitivamente do cargo, nos termos previstos em Lei;
XV - conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos
Vereadores para afastamento do cargo;
XVI - criar Comissões especiais de inquérito sobre fato
determinado que se inclua na competência da Câmara Municipal, sempre que o
requerer pelo menos 1/3 (um terço) dos membros da Câmara Municipal;
XVII - convocar os Secretários Municipais ou ocupantes de cargos
da mesma natureza para prestar informações sobre matéria de sua
competência;
XVIII - solicitar informações ao Prefeito Municipal sobre assuntos
referentes à Administração:
a) é fixado em 15 (quinze) dias contados da data do recebimento
prorrogável por igual período desde que solicitado e aprovado pelo Plenário da
Câmara Municipal, o prazo para que os responsáveis pelos órgãos da
Administração direta e indireta do Município, prestem as informações e
encaminhem os documentos requisitados pela Câmara Municipal na forma desta
Lei Orgânica;
b) o não atendimento no prazo estipulado na alínea anterior faculta
ao Presidente da Câmara Municipal solicitar, na conformidade da legislação
vigente, a intervenção do Poder Judiciário para fazer cumprir a legislação;
XIX - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XX - decidir sobre a perda do mandato de Vereador, por voto
secreto de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara, nas hipóteses previstas
nesta Lei Orgânica;
XXI - conceder título honorífico a pessoas que tenham
reconhecidamente prestado serviços ao Município, mediante Decreto Legislativo
aprovado pela maioria de 2/3 (dois terços) de seus membros;
XXII - zelar pela preservação de sua competência legislativa, em
face da atribuição normativa do Executivo.

SEÇÃO IV

DO EXAME PÚBLICO DAS CONTAS MUNICIPAIS

Artigo 18 – As contas do Município ficarão à disposição dos


cidadãos durante 02 (dois) meses, a partir de 15 (quinze) de abril de cada
exercício, no horário de funcionamento da Câmara Municipal, em local fácil
acesso ao público.
§ 1º - A consulta às contas municipais poderá ser feita por qualquer
cidadão, independente de requerimento, autorização ou despacho de qualquer
autoridade.
§ 2º - A consulta só poderá ser feita no recinto da Câmara
Muncipal e haverá pelo menos 03 (três) cópias à disposição do público.
§ 3º - A reclamação apresentada deverá:
I - ter a identificação e a qualificação do reclamente;
II - ser apresentada em 04 (quatro) vias no Protocolo da Câmara
Municipal;
III - conter elementos e provas nas quais se fundamenta o
reclamante.
§ 4º - As vias de reclamação apresentadas no Protocolo da
Câmara Municipal terão a seguinte destinação:
I - a primeira via deverá ser encaminhada pela Câmara Municipal
ao Tribunal de Contas ou órgão equivalente, mediante ofício;
II - a segunda via deverá ser anexada às contas à disposição do
público, pelo prazo que restar ao exame e apreciação;
III - a terceira via se constituirá em recibo do reclamante e deverá
ser autenticada pelo servidor que a receber no Protocolo;
IV - a quarta via será arquivada na Câmara Municipal.
§ 5º - A anexação da segunda via, de que trata o inciso II do § 4º
deste artigo, independerá do despacho de qualquer autoridade e deverá ser feita
no prazo de 48 (quarenta e oito) horas pelo servidor que a tenha recebido no
Protocolo da Câmara Municipal, sob pena de suspensão, sem vencimentos, pelo
prazo de 15 (quinze) dias.

Artigo 19 - A Câmara Municipal enviará ao reclamante cópia da


correspondência que encaminhou ao Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

SEÇÃO V

DA REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS

Artigo 20 – Os subsídios do Prefeito, Vice-Prefeito e dos


Vereadores serão fixados pela Câmara Municipal, no último ano da legislatura,
até 04 (quatro) meses antes das eleições municipais, vigorando para a
legislatura seguinte, na forma do disposto na Constituição Federal.
Parágrafo Único - A lei que tratar dos subsídios dos Vereadores,
disporá sobre a relação entre o pagamento dos subsídios e o comparecimento
obrigatório dos mesmos às Sessões Ordinárias.

Artigo 21 – “Revogado”

Artigo 22 – As Sessões Extraordinárias realizadas durante a


sessão legislativa ordinária não serão remuneradas, bem como, as faltas dos
Vereadores a essas sessões não serão consideradas para efeito do pagamento
dos subsídios.

Artigo 23 – A não fixação da remuneração do Prefeito Municipal,


do Vice-Prefeito e dos Vereadores até a data prevista nesta Lei Orgânica
implicará a suspensão do pagamento da remuneração dos Vereadores pelo
restante do mandato.
Parágrafo Único - No caso da não fixação, prevalecerá a
remuneração do mês de Dezembro do último ano da legislatura, sendo este
valor atualizado monetariamente pelo índice oficial.

Artigo 24 – A Lei fixará critérios de indenização de despesas de


viagem do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores.
Parágrafo Único - A indenização de que trata este artigo não será
considerada como remuneração.

SEÇÃO VI

DA ELEIÇÃO DA MESA
Artigo 25 – Imediatamente após a posse, os Vereadores reunir-se-
ão sob a presidência do mesmo Vereador que presidiu a Sessão de Posse, e,
havendo maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal, elegerão os
componentes da Mesa, que ficarão automaticamente empossados.
§ 1º - O mandato da Mesa Diretora será de vinte e quatro meses,
vedada a recondução para o mesmo cargo na mesma legislatura.
§ 2º - Na hipótese de não haver número suficiente para a eleição
da Mesa, o Vereador presidente da sessão permanecerá na presidência e
convocará sessões diárias, até que seja eleita a Mesa.
§ 3º - A eleição para renovação da Mesa realizar-se-á
obrigatoriamente na Última Sessão Ordinária da Sessão Legislativa,
empossando-se os eleitos em 1º de janeiro.
§ 4º - Caberá ao Regimento Interno da Câmara dispor sobre a
composição da Mesa Diretora e, subsidiariamente, sobre a sua eleição.
§ 5º - Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído, pelo
voto da maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal, quando faltoso,
omisso ou ineficiente no desempenho de suas atribuições, devendo o
Regimento Interno da Câmara Municipal dispor sobre o processo de destituição
e sobre a substituição do membro destituído.

SEÇÃO VII

DAS ATRIBUIÇÕES DA MESA

Artigo 26 – Compete à Mesa da Câmara Municipal, além de outras


atribuições estipuladas no Regimento Interno:
I - enviar ao Prefeito Municipal, até o primeiro dia de março, as
contas do exercício anterior;
II - propor ao Plenário Projetos de Resolução que criem,
transformem e extingam cargos, empregos ou funções da Câmara Municipal,
bem como a fixação da respectiva remuneração, observadas as determinações
legais;
III - declarar a perda do mandato de Vereador, de ofício ou por
provocação de qualquer dos membros da Câmara Municipal nos casos previstos
nos incisos I a VIII do artigo 44 desta Lei Orgânica, assegurada ampla defesa,
nos termos do Regimento Interno;
IV - elaborar e encaminhar ao Prefeito, até o dia 31 de agosto,
após a aprovação pelo Plenário, a proposta parcial do orçamento da Câmara,
para ser incluída na proposta geral do Município, prevalecendo, na hipótese da
não aprovação pelo Plenário, a proposta elaborada pela Mesa.
Parágrafo Único - A Mesa decidirá sempre por maioria de seus
membros.

SEÇÃO VIII
DAS SESSÕES

Artigo 27 – A Sessão Legislativa Ordinária anual desenvolve-se de


02 de fevereiro à 17 de julho e de 1º de agosto à 22 de dezembro,
independentemente de convocação.
§ 1º - A Sessão Legislativa não será interrompida sem aprovação
do Projeto do Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Projeto de Lei do Orçamento.
§ 2º - As reuniões marcadas para as datas estabelecidas no
“caput” deste artigo, serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente
quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
§ 3º - A Câmara Municipal reunir-se-á em Sessões Ordinárias,
Extraordinárias, Solenes e Secretas, conforme dispuser o seu Regimento
Interno, e as remunerará de acordo com o estabelecido nesta Lei Orgânica e na
Legislação específica.

Artigo 28 – As Sessões da Câmara Municipal deverão ser


realizadas em recinto destinado ao seu funcionamento, considerando-se nulas
as que se realizarem fora dele.
§ 1º - Comprovada a impossibilidade de acesso àquele recinto ou
outra causa que impeça a sua utilização, poderão ser realizadas Sessões em
outro local, por decisão do Presidente da Câmara Municipal.
§ 2º - As Sessões Solenes poderão ser realizadas fora do recinto
da Câmara Municipal.

Artigo 29 – As Sessões da Câmara Municipal serão públicas,


salvo deliberação em contrário, tomada pela maioria absoluta de seus membros,
quando ocorre motivo relevante de preservação de decoro parlamentar.

Artigo 30 – As Sessões serão abertas pelo Presidente da Câmara


Municipal por outro membro da Mesa com a presença mínima de 1/3 (um terço)
dos membros da Câmara.
§ 1º - No horário determinado para início da sessão, verificada a
ausência dos membros da Mesa, assumirá a presidência o Vereador mais
votado dentre os presentes, que escolherá entre seus pares um Secretário.
§ 2º - A Mesa, composta na forma do parágrafo anterior, dirigirá os
trabalhos até o comparecimento de algum membro titular.
§ 3º - Considerar-se-á presente à sessão o Vereador que assinar o
livro ou folhas de presença até o início da Ordem do Dia e participar das
votações.

Artigo 31 – A convocação extraordinária da Câmara Municipal,


somente possível nos períodos de recesso, dar-se-á:
I - pelo Prefeito Municipal, quando este a entender necessária;
II - pelo Presidente da Câmara Municipal;
III - a requerimento da maioria absoluta dos membros da Câmara
Municipal.
§ 1º - Na Sessão Legislativa extraordinária, a Câmara Municipal
deliberará sobre a matéria para a qual foi convocada.
§ 2º - Os Vereadores que participarem das sessões extraordinárias
realizadas durante os períodos de recesso parlamentar, na forma do que
dispuser o respectivo Ato da Mesa Diretora, receberão a importância
correspondente a um subsídio mensal por período de recesso, a título de verba
indenizatória.

SEÇÃO IX

DAS COMISSÕES

Artigo 32 – A Câmara Municipal terá Comissões permanentes e


especiais, constituídas na forma e com as atribuições definidas no Regimento
Interno ou no ato de que resultar a sua criação.
§ 1º - Em cada Comissão será assegurada, tanto quanto possível,
a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que
participam da Câmara Municipal.
§ 2º - Às Comissões, em razão da matéria de sua competência,
cabe:
I - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
II - convocar Secretários Municipais ou ocupantes de cargos da
mesma natureza para prestar informações sobre assuntos inerentes às suas
atribuições;
III - receber petições, reclamações, representações ou queixas de
qualquer pessoa, contra atos das autoridades ou entidades públicas;
IV - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
V - apreciar programas de obras e planos e sobre eles emitir
parecer;
VI - acompanhar junto à Prefeitura Municipal a elaboração da
proposta orçamentária, bem como a sua posterior execução.

Artigo 33 – As Comissões especiais de inquérito, que terão


poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros
previstos do Regimento Interno, serão criadas pela Câmara Municipal mediante
requerimento de 1/3 (um terço) de seus membros, para apuração de fato
determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
encaminhadas ao Ministério Público para que este promova a responsabilidade
civil ou criminal dos infratores.

Artigo 34 – Qualquer entidade da sociedade civil poderá solicitar


ao Presidente da Câmara Municipal que lhe permita emitir conceitos ou opiniões,
junto às Comissões, sobre projetos que nelas se encontrem para estudo.
Parágrafo Único - O Presidente da Câmara Municipal enviará o
pedido ao Presidente da respectiva Comissão, a quem caberá deferir ou
indeferir o requerimento, indicando, se for o caso, dia e hora para o
pronunciamento e seu tempo de duração.

SEÇÃO X

DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL

Artigo 35 – Compete ao Presidente da Câmara, além de outras


atribuições estipuladas no Regimento Interno:
I - representar a Câmara Municipal;
II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e
administrativos da Câmara Municipal;
III - interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno;
IV - promulgar as Resoluções e os Decretos-Legislativos, bem
como as Leis que receberem sanção tácita e aquelas cujo veto tenha sido
rejeitado pelo Plenário e não tenham sido promulgadas pelo Prefeito Municipal;
V - fazer publicar os Atos da Mesa, bem como as Resoluções, os
Decretos-Legislativos e as Leis por ele promulgadas;
VI - declarar extinto o mandato do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
Vereadores, nos casos previstos em Lei;
VII - apresentar ao Plenário, até o dia 20 (vinte) de cada mês, o
balanço relativo aos recursos recebidos e as despesas realizadas no mês
anterior;
VIII - requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara
Municipal;
IX - exercer, em substituição, a chefia do Executivo Municipal, nos
casos previstos em Lei;
X - designar Comissões especiais nos termos regimentais,
observadas as indicações partidárias;
XI - mandar prestar informações por escrito e expedir certidões
requeridas para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações;
XII - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil
e com membros da comunidade;
XIII - administrar os serviços da Câmara Municipal, fazendo lavrar
os atos pertinentes a essa área de gestão.

Artigo 36 – O Presidente da Câmara, ou quem o substituir,


somente manifestará o seu voto nas seguintes hipóteses:
I - na eleição da Mesa Diretora;
II - quando a matéria exigir, para a sua aprovação, o voto favorável
de 2/3 (dois terços) ou de maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal;
III - quando ocorrer empate em qualquer votação no plenário.

SEÇÃO XI

DO VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL


Artigo 37 – Ao Vice-Presidente compete, além das atribuições
contidas no Regimento Interno, as seguintes:
I - substituir o Presidente da Câmara Municipal em suas faltas,
ausências, impedimentos ou licenças;
II - promulgar e fazer publicar, obrigatoriamente, as Resoluções e
os Decretos-Legislativos sempre que o Presidente, ainda que se ache em
exercício, deixar de fazê-lo no prazo estabelecido;
III - promulgar e fazer publicar, obrigatoriamente, as Leis quando o
Prefeito Municipal e o Presidente da Câmara Municipal sucessivamente, tenham
deixado de fazê-lo sob pena de perda do mandato de membro da Mesa.

SEÇÃO XII

DO SECRETÁRIO DA CÂMARA MUNICIPAL

Artigo 38 – Ao Secretário compete, além das atribuições contidas


no Regimento Interno, as seguintes:
I - redigir a ata das Sessões Secretas e das reuniões da Mesa;
II - acompanhar e supervisionar a redação das atas das demais
sessões e proceder à sua leitura;
III - fazer a chamada dos Vereadores;
IV - registrar, em livro próprio, os precedentes firmados na
aplicação do Regimento Interno.
V - fazer a inscrição dos oradores na pauta dos trabalhos;
VI - substituir os demais membros da Mesa, quando necessário.

SEÇÃO XIII

DOS VEREADORES

SUBSEÇÃO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 39 – Os Vereadores gozam de inviolabilidade por suas


opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato e na circunscrição do
Município.

Artigo 40 – Os Vereadores não serão obrigados a testemunhar,


perante a Câmara, sobre informações recebidas ou prestadas em razão do
exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles
receberam informações.
Artigo 41 – É incompatível com o decoro parlamentar, além dos
casos definidos no Regimento Interno, o abuso das prerrogativas asseguradas
aos Vereadores ou a percepção, por estes, de vantagens indevidas.

Artigo 42 – No exercício do seu mandato, o Vereador terá acesso


às repartições públicas municipais, podendo diligenciar pessoalmente junto aos
órgãos e entidades da Administração direta ou indireta, devendo ser atendido
pelos respectivos responsáveis, na forma da Lei.

SUBSEÇÃO II

DAS INCOMPATIBILIDADES

Artigo 43 – Os Vereadores não poderão:


I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com o Município, suas autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações ou empresas
concessionárias de serviços públicos municipais, salvo quando o contrato
obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades constantes da
alínea anterior, exceto se neles já se encontravam antes da diplomação.
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que
goze de favor decorrente de contrato celebrado com o Município ou nela exercer
função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nutum”
nas entidades referidas na alínea “a” do inciso I, salvo o cargo de Secretário
Municipal ou equivalente;
c) patrocinar causas em que seja interessada qualquer das
entidades a que se refere a alínea “a” do inciso I;
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato eletivo.

Artigo 44 – Perderá o mandato o Vereador:


I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo
anterior;
II - cujo procedimento for considerado incompatível com o decoro
parlamentar, na forma do disposto no Regimento Interno;
III - que deixar de comparecer, em cada Sessão Legislativa, à terça
parte das Sessões Ordinárias da Câmara Municipal, salvo em caso de licença
ou de missão oficial autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na
Constituição Federal;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em
julgado;
VII - que deixar de residir no município;
VIII - que deixar de tomar posse, sem motivo justificado, dentro do
prazo estabelecido nesta Lei Orgânica.
§ 1º - Extingue-se o mandato, e assim será declarado pelo
Presidente da Câmara Municipal, quando ocorrer falecimento ou renúncia por
escrito do Vereador.
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II, VI e VII deste artigo, a perda do
mandato será decidida pela Câmara Municipal, pelo voto secreto de 2/3 (dois
terços) de seus componentes, mediante provocação da Mesa ou de partido
representado na Câmara Municipal, assegurada ampla defesa.
§ 3º - Nos casos dos incisos III, IV, V e VIII, a perda do mandato
será declarada pela Mesa da Câmara Municipal, de ofício ou mediante
provocação de qualquer Vereador ou de partido político representado na
Câmara Municipal, assegurada ampla defesa.

SUBSEÇÃO III

DO VEREADOR SERVIDOR PÚBLICO

Artigo 45 – O exercício de vereança por servidor público se dará


de acordo com as determinações da Constituição Federal.
Parágrafo Único - O Vereador ocupante de cargo, emprego ou
função pública municipal possui inamovibilidade do local de trabalho e
inalterabilidade do horário de trabalho, exceto haja concordância expressa.

Artigo 45a - Será considerado como de efetivo exercício no


serviço público municipal, o período de participação do vereador ocupante de
cargo, emprego, ou função pública municipal ou municipalizada, em congressos,
simpósios, encontros e quaisquer outras atividades em que estiver a serviço da
Câmara Municipal de Jaboticabal, devidamente comprovada pelo seu
Presidente, quando exigida pelo Poder Executivo.

SUBSEÇÃO IV

DAS LICENÇAS

Artigo 46 – O Vereador poderá licenciar-se:


I - por motivo de saúde, devidamente comprovado;
II - por motivo de licença gestante;
III - para tratar de interesse particular, desde o período de licença
não seja superior a 06 (seis) meses por Sessão Legislativa;
§ 1º - Nos casos dos incisos I, II, e III não poderá o Vereador
reassumir antes que se tenha escoado o prazo de sua licença.
§ 2º - Para fins de remuneração, considerar-se-á como em
exercício o Vereador licenciado nos termos dos incisos I e II.
§ 3º - O Vereador investido no cargo de Secretário Municipal ou
equivalente será considerado automaticamente licenciado, podendo optar pela
remuneração da vereança.
§ 4º - O afastamento para o desempenho de missões temporárias
de interesse do Município não será considerado como de licença, fazendo o
Vereador jus à remuneração estabelecida.

SUBSEÇÃO V

DA CONVOCAÇÃO DOS SUPLENTES

Artigo 47 – No caso de vaga, licença ou investidura no cargo de


Secretário Municipal ou equivalente, far-se-á convocação do suplente pelo
Presidente da Câmara Municipal.
§ 1º - O suplente convocado deverá tomar posse dentro do prazo
de 15 (quinze) dias, salvo motivo justo, aceito pela Câmara, sob pena de ser
considerado renunciante.
§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, o Presidente da
Câmara Municipal comunicará o fato, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, ao
Tribunal Regional Eleitoral.
§ 3º - Enquanto a vaga a que se refere o parágrafo anterior não for
preenchida, calcular-se-á o quorum em função dos Vereadores remanescentes.

SEÇÃO XIV

DO PROCESSO LEGISLATIVO

SUBSEÇÃO I

DISPOSIÇÃO GERAL

Artigo 48 – O Processo Legislativo Municipal compreende a


elaboração de:
I - emendas à Lei Orgânica Municipal;
II - Leis Complementares;
III - Leis Ordinárias;
IV - Medidas Provisórias;
V – Decretos-Legislativos;
VI - Resoluções.

SUBSEÇÃO II

DAS EMENDAS À LEI ORGÂNICA MUNICIPAL


Artigo 49 - A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada
mediante proposta:
I - de 1/3 (um terço), no mínimo, dos membros da Câmara
Municipal;
II - do Prefeito Municipal;
III - de iniciativa popular, subscrita, no mínimo por 5% (cinco por
cento) dos eleitores inscritos no Município.
§ 1º - A proposta da emenda à Lei Orgânica Municipal será
discutida e votada em 02 (dois) turnos de discussão e votação, considerando-se
aprovada quando obtiver, em ambos, 2/3 (dois terços) dos votos dos membros
da Câmara Municipal.
§ 2º - A emenda à Lei Orgânica Municipal será promulgada pela
Mesa da Câmara com o respectivo número de ordem.

SUBSEÇÃO III

DAS LEIS

Artigo 50 – A iniciativa das Leis Complementares e Ordinárias


cabe a qualquer Vereador ou Comissão da Câmara Municipal, ao Prefeito
Municipal e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica.

Artigo 51 – Compete privativamente ao Prefeito Municipal a


iniciativa das Leis que versem sobre:
I - regime jurídico dos servidores;
II - criação de cargos, empregos e funções na administração direta
e autárquica do Município, ou aumento de sua remuneração;
III - Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual;
IV - criação, estruturação e atribuições dos órgãos da
Administração direta do Município.

Artigo 52 – A iniciativa popular será exercida pela apresentação, à


Câmara Municipal, de Projeto de Lei subscrito por, no mínimo, 5% (cinco por
cento) dos eleitores inscritos no Município, contendo assuntos de interesse
específico do Município, da cidade ou de bairros.
§ 1º - A proposta popular deverá ser articulada, exigindo-se para
seu recebimento, a identificação dos assinantes, mediante indicação do número
do título eleitoral e respectiva zona eleitoral.
§ 2º - A tramitação dos Projetos de Lei de iniciativa popular
obedecerá às normas relativas ao Processo Legislativo.
§ 3º - Caberá ao Regimento Interno da Câmara assegurar e dispor
o modo pelo qual os Projetos de iniciativa popular serão defendidos na Tribuna
da Câmara Municipal.

Artigo 53 – São objeto de Leis Complementares as seguintes


matérias:
I - Código Tributário Municipal;
II - Código de Obras ou de Edificações;
III - Código de Posturas;
IV - Código de Zoneamento;
V - Código de Parcelamento do Solo;
VI - Plano Diretor;
VII - Regime Jurídico dos servidores.
Parágrafo Único - As Leis Complementares exigem para a sua
aprovação o voto favorável da maioria absoluta dos membros da Câmara
Municipal.

Artigo 54 – O Prefeito Municipal, em caso de calamidade pública,


poderá adotar a Medida Provisória, com força de Lei, para abertura de crédito
extraordinário, devendo submetê-la de imediato à Câmara Municipal, que
estando em recesso, será convocada extraordinariamente para se reunir no
prazo de 05 (cinco) dias.
Parágrafo Único - A Medida Provisória perderá a eficácia, desde a
edição, se não for convertida em Lei no prazo de 01 (um) mês, a partir de sua
publicação, devendo a Câmara Municipal disciplinar as relações jurídicas dela
decorrentes.

Artigo 55 – Não será admitido aumento da despesa prevista:


I - nos projetos de iniciativa popular e nos de iniciativa exclusiva do
Prefeito Municipal, ressalvados, neste caso, os Projetos de Leis Orçamentárias;
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da
Câmara Municipal.

Artigo 56 – O Prefeito Municipal poderá solicitar urgência para a


preciação de projeto de sua iniciativa, considerados relevantes, os quais
deverão ser apreciados no prazo de 01 (um) mês.
§ 1º - Decorrido, sem deliberação, o prazo fixado no “caput” deste
artigo, o projeto será obrigatoriamente incluído na Ordem do Dia, para que se
ultime sua votação, sobrestando-se a deliberação sobre qualquer outra matéria,
exceto Medida Provisória, Veto e Leis Orçamentárias.
§ 2º - O prazo referido neste artigo não corre no período de
recesso da Câmara Municipal e nem se aplica aos projetos de codificação.

Artigo 57 – O Projeto de Lei aprovado pela Câmara será, no prazo


de 10 (dez) dias úteis, enviado pelo seu Presidente ao Prefeito Municipal que,
concordando, o sancionará no prazo de 15 (quinze) dias úteis.
§ 1º - Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias úteis, o silêncio do
Prefeito Municipal importará sanção.
§ 2º - Se o Prefeito Municipal considerar o Projeto, no todo ou em
parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, veta-lo-á total ou
parcialmente, no prazo de 15(quinze) dias úteis, contados da data de
recebimento, e comunicará, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente
da Câmara Municipal, os motivos do veto.
§ 3º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de
parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 4º - O veto será apreciado no prazo de 15(quinze) dias contados
do seu recebimento, com parecer ou sem ele, em uma única discussão e
votação.
§ 5º - O veto somente será rejeitado pela maioria absoluta dos
Vereadores, mediante votação pública e nominal.
§ 6º - Esgotado sem deliberação o prazo previsto no § 4º deste
artigo, o veto será colocado na Ordem do Dia da sessão imediata, sobrestadas
as demais proposições até sua votação final, exceto Medida Provisória.
§ 7º - Se o veto for rejeitado, o Projeto será enviado ao Prefeito
Municipal, em 48 (quarenta e oito) horas, para promulgação.
§ 8º - Se o Prefeito Municipal não promulgar a Lei, nos prazos
previstos, e ainda no caso de sanção tácita, ela será promulgada pelo
Presidente da Câmara Municipal, e, se este não o fizer no prazo de 48 (quarenta
e oito) horas, caberá ao Vice-Presidente obrigatoriamente fazê-lo.
§ 9º - A manutenção do veto não restaura matéria suprimida ou
modificada pela Câmara.

Artigo 58 – O Projeto de Lei que receber parecer contrário quanto


ao mérito, de todas as Comissões Técnicas Permanentes da Câmara Municipal,
para as quais a propositura tenha sido encaminhada, será tido como rejeitado.

Artigo 59 – A matéria constante de Projeto de Lei rejeitado,


somente poderá constituir objeto de novo Projeto na mesma Sessão Legislativa,
mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal, ou
mediante subscrição de 5% (cinco por cento) do eleitorado do município.

Artigo 60 – A Resolução destina-se a regular matéria político-


administrativa da Câmara Municipal, de sua competência exclusiva, não
dependendo de sanção ou veto do Prefeito Municipal.

Artigo 61 – O Decreto-Legislativo destina-se a regular matéria de


competência exclusiva da Câmara Municipal que produza efeitos externos, não
dependendo de sanção ou veto do Prefeito Municipal.

Artigo 62 – O Processo Legislativo das Resoluções e dos


Decretos-Legislativos se dará conforme determinado no Regimento Interno da
Câmara Municipal, observado, no que couber, o disposto nesta Lei Orgânica.

CAPÍTULO III
DO PODER EXECUTIVO

SEÇÃO I

DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO

Artigo 63 – O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, auxiliado


pelos ocupantes dos cargos ou funções em comissão, declarados em Lei de
livre nomeação e exoneração.

Artigo 64 – A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizar-se-á


simultaneamente, nos termos estabelecidos no artigo 29, incisos I e II da
Constituição Federal.
Parágrafo Único - São elegíveis para o cargo de Prefeito e Vice-
Prefeito, os cidadãos de nacionalidade brasileira com idade mínima de 21 (vinte
e um) anos, no pleno exercício de seus direitos políticos.

Artigo 65 – O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse em seguida


aos Vereadores, em sessão da Câmara Municipal, no dia 1º de janeiro do ano
subseqüente ao da eleição, prestando o compromisso de manter e cumprir a
Constituição Federal, a Constituição Estadual e esta Lei Orgânica, observar as
Leis e promover o bem geral do Município.
§ 1º - Se decorridos 10 (dez) dias da data fixada para a posse, o
Prefeito ou Vice-Prefeito, salvo motivo justificado, aceito pela Câmara Municipal,
não tiver assumido o cargo, este será declarado vago pelo Plenário. Enquanto
não ocorrer a Posse do Prefeito, assumirá o Vice-Prefeito, e, na falta ou
impedimento deste, o Presidente da Câmara Municipal.
§ 2º - No ato da posse, o Prefeito deverá desimcompatibilizar-se.
Na mesma ocasião e ao término do mandato o Prefeito e o Vice-Prefeito farão
declaração pública de seus bens, as quais serão transcritas em livro próprio,
constando da ata o seu inteiro teor.
§ 3º - O Vice-Prefeito desimcompatibilizar-se-á toda vez que
assumir o exercício do cargo de Prefeito.

Artigo 66 – O Vice-Prefeito substitui o Prefeito eleito em caso de


licença ou impedimento, e sucede-lhe, no caso de vaga ocorrida após a
diplomação.
Parágrafo Único - O Vice-Prefeito não poderá recusar-se a
substituí-lo sob pena de extinção de seu mandato, que será declarada pela
Câmara Municipal.

Artigo 67 – Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-


Prefeito ou vacância dos respectivos cargos, assumirá o Presidente da Câmara
Municipal.
Parágrafo Único - Enquanto o substituto legal não assumir,
responderão pelo expediente da Prefeitura, sucessivamente, o Secretário dos
Negócios Jurídicos, o Secretário do Governo Municipal ou os Diretores de
Departamentos com funções equivalentes.

Artigo 68 – Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, far-se-


á eleição 03 (três) meses após a abertura da última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos 24 (vinte e quatro) últimos meses
de mandato, a eleição para ambos os cargos será feita pela Câmara Municipal
01 (um) mês após a abertura da última vaga, na forma da Lei.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o
período de mandato de seus antecessores.

Artigo 69 – O Prefeito não poderá ausentar-se do Município ou


afastar-se do cargo, sem licença da Câmara Municipal sob pena de perda do
cargo, salvo por período não superior a 15 (quinze) dias.

Artigo 70 – O Prefeito poderá licenciar-se:


I - quando a serviço ou em missões de representação do
Município, devendo enviar à Câmara relatório dos resultados de sua viagem;
II - quando impossibilitado de exercer o cargo por motivo de
doença devidamente comprovado;
III - durante o período de gestação, por determinação médica
especializada e durante o período de licença maternidade.
Parágrafo Único - Nos casos estabelecidos neste artigo, o
Prefeito licenciado terá direito ao subsídio e à verba de representação.

Artigo 71 – Os subsídios do Prefeito e do Vice-Prefeito serão


fixados pela Câmara Municipal observado o disposto na Constituição Federal e
nesta Lei Orgânica.
Parágrafo Único: - A verba de representação do Prefeito e do
Vice-Prefeito será fixada pela Câmara Municipal anualmente para vigorar no ano
seguinte, respeitado o disposto no “caput” deste artigo.

Artigo 72 – O Prefeito não poderá, desde a posse, sob pena de


perda do cargo:
I - firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público,
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresas
concessionárias de serviços públicos, salvo quando o contrato obedecer às
cláusulas uniformes;
II - aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
inclusive os de que seja demissível “ad nutum”, nas entidades constantes do
inciso anterior, ressalvada a posse em virtude de concurso público;
III - ser titular de mais de um cargo ou mandato eletivo;
IV - patrocinar causas em que sejam interessadas quaisquer das
entidades já referidas;
V - ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exerça função remunerada;
VI - fixar residência fora do Município.

SEÇÃO II

DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO

Artigo 73 – Ao Prefeito compete privativamente:


I - nomear e exonerar os Secretários Municipais;
II - exercer com auxílio dos Secretários Municipais, a direção
superior da Administração Municipal;
III - elaborar o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e os
Orçamentos Anuais do Município;
IV - iniciar o Processo Legislativo, na forma e nos casos previstos
nesta Lei Orgânica;
V - representar o Município em juízo ou fora dele, por intermédio
da Procuradoria Geral do Município, na forma estabelecida em Lei especial;
VI - sancionar, promulgar e fazer publicar as Leis aprovadas pela
Câmara Municipal e expedir regulamentos, quando for o caso, para sua fiel
execução;
VII - vetar, no todo ou em parte, Projetos de Lei na forma prevista
nesta Lei Orgânica;
VIII - decretar desapropriações e instituir servidões administrativas;
IX - expedir Decretos, Portarias e outros atos administrativos;
X - conceder, permitir ou autorizar o uso de bens municipais por
terceiros, após as autorizações legislativas necessárias, quando for o caso;
XI - conceder, permitir ou autorizar a execução de serviços
públicos por terceiros, após as autorizações legislativas necessárias, quando for
o caso;
XII - dispor sobre a organização e funcionamento da Administração
Municipal, na forma da Lei;
XIII - prover ou desprover cargos públicos municipais, na forma da
Lei, e expedir os demais atos referentes à situação funcional dos servidores;
XIV - enviar à Câmara Municipal, até o dia 20 (vinte) do mês
seguinte, os balancetes mensais, acompanhados de relação das despesas de
cada verba ou dotação;
XV - remeter mensagem e plano de governo à Câmara Municipal,
por ocasião da abertura da Sessão Legislativa, expondo a situação do Município
e solicitando as providências que julgar necessárias;
XVI - enviar à Câmara Municipal os Projetos de Lei dispondo sobre
o Plano Plurianual de acordo com os parágrafos 6º, 7º e 8º do Art. 155 da Lei
Orgânica respectivamente;
XVII - encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado, até o dia 31
(trinta e um) de março de cada ano, a prestação de contas da Prefeitura
Municipal inclusive autarquias e a Mesa da Câmara Municipal, bem como, os
balanços do exercício findo;
XVIII - encaminhar aos órgãos competentes os planos de aplicação
e as prestações de contas exigidas em Lei;
XIX - fazer publicar os atos oficiais;
XX - superintender a arrecadação de tributos e preços, bem como
a guarda e aplicação da receita, autorizando as despesas e pagamentos dentro
das disponibilidades orçamentárias ou dos créditos votados pela Câmara
Municipal;
XXI - colocar à disposição da Câmara Municipal, dentro de 15
(quinze) dias de sua requisição, as quantias que devem ser dispendidas de uma
só vez, até o dia 25 (vinte e cinco) de cada mês, a parcela correspondente ao
duodécimo de sua dotação orçamentária;
XXII - aplicar multas previstas em Lei e contratos, bem como
relevá-las quando impostas irregularmente;
XXIII - resolver sobre requerimento, reclamações ou
representações que lhe forem dirigidos;
XXIV - oficializar, obedecidas as normas urbanísticas aplicáveis, os
logradouros públicos;
XXV - aprovar projetos de edificação, plano de loteamento,
arruamento e desmembramento urbano ou para fins urbanos, além de
desdobros de lotes;
XXVI - solicitar o auxílio da Polícia do Estado para garantia do
cumprimento de seus atos, bem como fazer uso da Guarda Municipal no que
couber;
XXVII - decretar o estado de emergência quando for necessário,
preservar ou prontamente restabelecer, em locais determinados e restritos do
Município de Jaboticabal, a ordem pública ou a paz social;
XXVIII - elaborar o Plano Diretor do Município, compreendendo as
áreas urbana e rural;
XXIX - prestar à Câmara, de forma definitiva e inequívoca, as
informações solicitadas, no prazo de 15 (quinze) dias contados da data do
recebimento do pedido, prorrogável por mais 15 (quinze) dias, mediante
solicitações aprovadas pela Câmara Municipal;
XXX - enviar à Câmara Municipal, todo e qualquer documento
editado pelo Poder Executivo Municipal, no prazo de 03 (três) dias contados da
data de publicação dos mesmos;
XXXI - responder às Indicações formuladas pelos Vereadores, no
prazo de 01 (um) mês contado da data de recebimento das mesmas;
XXXII - exercer outras atribuições previstas nesta Lei Orgânica.
Parágrafo Único - O Prefeito poderá delegar por Decreto, aos
Secretários Municipais, funções administrativas que não sejam da sua
competência exclusiva.

SEÇÃO III
DA RESPONSABILIDADE DO PREFEITO

SUBSEÇÃO I

DAS RESPONSABILIDADES PENAL E POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Artigo 74 – São crimes de responsabilidade, os atos do Prefeito


que atentarem contra as Constituições Federal e Estadual, esta Lei Orgânica e
especialmente:
I - a existência da União, do Estado e do Município;
II - o livre exercício do Poder Legislativo;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a probidade na Administração;
V - a Lei Orçamentária;
VI - o cumprimento das Leis e das decisões judiciais.
Parágrafo Único - Esses crimes serão definidos em Lei especial,
que estabelecerá as normas no processo e julgamento.

Artigo 75 – Após a Câmara Municipal declarar a admissibilidade


da acusação contra o Prefeito Municipal, pelo voto de 2/3 (dois terços) de seus
membros, será ele submetido a julgamento perante o Tribunal de Justiça do
Estado nas infrações penais, e perante a própria Câmara Municipal nas
infrações político-administrativas.

Artigo 76 – O Prefeito ficará suspenso de suas funções:


I - nas infrações penais, se recebida a denúncia crime pelo
Tribunal de Justiça do Estado;
II - nas infrações político-administrativas, após instaurado o
processo pela Câmara Municipal.
Parágrafo Único - Se decorrido o prazo de 06 (seis) meses o
julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Prefeito, sem
prejuízo do regular prosseguimento do processo.

Artigo 77 – A extinção ou cassação do mandato do Prefeito e do


Vice-Prefeito, bem como a apuração dos crimes de responsabilidade, ocorrerão
na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica e na Legislação Federal.

SEÇÃO IV

DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS

Artigo 78 – Os Secretários Municipais serão escolhidos dentre


brasileiros maiores de 21 (vinte e um) anos, residentes e domiciliados no
Município de Jaboticabal, e no exercício de seus direitos políticos.
Artigo 79 – Compete ao Secretário Municipal, além das atribuições
que esta Lei Orgânica e as demais Leis estabelecerem:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e
entidades da Administração Municipal na área de sua competência;
II - referendar os atos e decretos assinados pelo Prefeito,
pertinentes à sua área de competência;
III - apresentar ao Prefeito, relatório semestral dos serviços
realizados pela Secretaria;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem
outorgadas ou delegadas pelo Prefeito;
V - expedir instruções para a execução das Leis, regulamentos e
decretos;
VI - comparecer à Câmara Municipal, sempre que convocado, sob
pena de responsabilidade.

Artigo 80 – A competência dos Secretários Municipais abrangerá


todo o território do Município, nos assuntos pertinentes às respectivas
Secretarias.

Artigo 81 – Os Secretários serão nomeados em comissão, farão


declaração pública de bens no ato da posse e no término do exercício do cargo,
e terão os mesmos impedimentos dos Vereadores e do Prefeito enquanto
permanecerem no cargo.

Artigo 82 - Os Secretários Municipais são solidariamente


responsáveis com o Prefeito, pelos atos que assinarem, ordenarem ou
praticarem.

SEÇÃO V

DOS CARGOS DE LIVRE NOMEAÇÃO E EXONERAÇÃO

Artigo 83 – Os cargos ou funções declarados em Lei de livre


nomeação e exoneração serão preenchidos por brasileiros maiores de 18
(dezoito) anos, preferencialmente por servidores públicos municipais ocupantes
de cargos de carreira ou profissionais.

Artigo 84 – A Lei disporá sobre a criação, estruturação e


atribuições dos cargos ou funções em comissão declarados em Lei de livre
nomeação e exoneração.

Artigo 85 – O servidor público municipal ocupante de cargo ou


função declarado em Lei de livre nomeação e exoneração, é solidariamente
responsável com o Prefeito, pelos atos que assinar, ordenar ou praticar.
Artigo 86 - O servidor público municipal ocupante de cargo de
cargo ou função declarado em Lei de livre nomeação e exoneração, fará
declaração pública de bens no ato da posse e no término do exercício do cargo,
e terá os mesmos impedimentos dos Vereadores e do Prefeito.

TÍTULO IV

ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

CAPÍTULO I

DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

SEÇÃO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

SUBSEÇÃO I

DOS PRINCÍPIOS

Artigo 87 – A Administração Municipal direta, indireta ou


fundacional, obedecerá os princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade, motivação e interesse público.

SUBSEÇÃO II

DAS LEIS E DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Artigo 88 – As Leis e atos administrativos de efeitos externos


deverão ser publicados no órgão oficial do Município, e na sua inexistência, em
jornal local, para que produzam os seus efeitos regulares.
Parágrafo Único - A publicidade dos atos não normativos poderá
ser resumida.

SUBSEÇÃO III

DO REGISTRO

Artigo 89 – O Município terá os livros que forem necessários aos


seus serviços, e, obrigatoriamente, os de:
I - termo de compromisso e posse;
II - declaração de bens;
III - atas das Sessões da Câmara Municipal;
IV - registro de Leis, Decretos, Resoluções, regulamentos,
instruções e portarias;
V - cópia de correspondência oficial;
VI - protocolo, índice de papéis e livros arquivados;
VII - licitações e contratos para obras e serviços;
VIII - contrato de servidores;
IX - contratos em geral;
X - contabilidade e finanças;
XI - concessões e permissões de bens imóveis e de serviços;
XII - tombamento de bens imóveis;
XIII - registro de loteamento aprovados.
§ 1º - Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo
Prefeito e pelo Presidente da Câmara Municipal, conforme o caso, ou por
funcionário designado para tal fim.
§ 2º - Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos por
fichas ou outro sistema, convenientemente autenticados.

SUBSEÇÃO IV

DA FORMA

Artigo 90 – Os atos administrativos de competência do Prefeito


devem ser expedidos com observância das seguintes normas:
I - decreto, numerado em ordem cronológica, nos seguintes casos:
a) regulamentação de Lei;
b) instituição, modificação e extinção de atribuições não privativas
de Lei;
c) abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite
autorizado por Lei, assim como de créditos extraordinários;
d) declaração de utilidade ou necessidade públicas, ou de
interesse social, para efeito de desapropriação ou de servidão administrativa;
e) aprovação de regulamento ou de regimento;
f) permissão de uso de bens e serviços municipais;
g) medidas executórias do Plano Diretor de Desenvolvimento
Integrado do Município;
h) criação, extinção, declaração ou modificação de direitos dos
administrados não privativos de Lei;
i) normas de efeitos externos, não privativos de Lei;
j) fixação e alteração de preços;
II - portaria, nos seguintes casos:
a) provimento e vacância dos cargos públicos e demais atos de
efeitos individuais;
b) lotação e relotação nos quadros de pessoal;
c) autorização para contrato e dispensa de servidores sob regime
da legislação trabalhista;
d) abertura de sindicâncias e processos administrativos, aplicação
de penalidades e demais atos individuais de efeitos internos;
e) outros casos determinados em Lei ou decreto.
Parágrafo Único - Os atos constantes do inciso II deste artigo
poderão ser delegados.

SUBSEÇÃO V

DO FORNECIMENTO DE CERTIDÃO

Artigo 91 – A Administração é obrigada a fornecer a qualquer


cidadão, para a defesa de seus direitos e esclarecimentos de situações de seu
interesse pessoal, no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, certidão dos atos,
contratos, decisões ou pareceres, sob pena de responsabilidade da autoridade
ou servidor que negar ou retardar a sua expedição.
Parágrafo Único - As requisições judiciais deverão ser atendidas
no mesmo prazo, se outro não for fixado pela autoridade judiciária.

SUBSEÇÃO VI

DOS AGENTES FISCAIS

Artigo 92 – A Administração fazendária e seus agentes fiscais, aos


quais compete exercer, privativamente, a fiscalização de tributos municipais,
terão dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os
demais setores administrativos, na forma da Lei.

SUBSEÇÃO VII

DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA E FUNDAÇÕES

Artigo 93 – As autarquias, empresas públicas, sociedade de


economia mista e fundações controladas pelo Município:
I - dependem de Lei para sua criação, transformação, fusão, cisão,
incorporação, privatização ou extinção;
II - dependem de Lei para serem criadas subsidiárias, assim como
a participação destas em empresa pública;
III - terão um de seus diretores indicado pelo Sindicato dos
Trabalhadores da categoria, cabendo à Lei definir os limites de sua competência
e atuação;
IV - deverão estabelecer a obrigatoriedade da declaração pública
de bens, pelos seus diretores, na posse e no desligamento.
SUBSEÇÃO VIII

DA CIPA E CCA

Artigo 94 – Os órgãos da Administração direta e indireta, ficam


obrigados a constituir Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - e,
quando assim exigirem suas atividades, Comissão de Controle Ambiental - CCA
-, visando a proteção da vida, do meio ambiente, e das condições de trabalho
dos seus servidores, na forma da Lei.

SUBSEÇÃO IX

DA DENOMINAÇÃO

Artigo 95 – É vedada a denominação de próprios municipais, vias


e logradouros públicos com o nome de pessoas vivas.
§ 1º - A denominação de que trata o “caput” deste artigo dar-se-á
somente através de Lei Ordinária.
§ 2º - Os Projetos de Lei que denominam vias e logradouros
públicos, somente tramitarão, após o efetivo registro do Loteamento em Cartório.

SUBSEÇÃO X

DA PUBLICIDADE

Artigo 96 – A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e


campanhas dos órgãos públicos, ainda que custeados por entidades privadas:
a) deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social;
b) não poderá conter nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades, de serviços públicos e de
partidos políticos.

Artigo 97 – Ao Município é proibido, permitir ou fazer uso de


estabelecimento gráfico, jornal, estação de rádio, televisão, serviço de alto-
falante ou qualquer outro meio de comunicação de sua propriedade, para
propaganda político-partidária ou fins estranhos à Administração.

Artigo 98 – O descumprimento ao disposto nos artigos 96 e 97


desta Lei Orgânica, caracteriza crime de responsabilidade da autoridade
infratora, e faculta ao Presidente da Câmara Municipal, qualquer Vereador ou
munícipe, solicitar a intervenção do Poder Judiciário para fazer cumprir a
Legislação.
SUBSEÇÃO XI

DOS PRAZOS DE PRESCRIÇÃO

Artigo 99 – Os prazos de prescrição para ilícitos praticados por


qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízo ao erário, serão os
fixados em Lei federal, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

SUBSEÇÃO XII

DOS DANOS

Artigo 100 - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito


privado, prestadoras de serviços, responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra
o responsável nos casos de dolo ou culpa.

SEÇÃO II

DAS OBRAS, SERVIÇOS PÚBLICOS, AQUISIÇÕES E ALIENAÇÕES

SUBSEÇÃO I

DISPOSIÇÃO GERAL

Artigo 101 – Ressalvados os casos especificados na legislação,


as obras, serviços, aquisições e alienação serão contratados mediante processo
de licitação pública que:
a) assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da Lei;
b) permita somente as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Parágrafo Único - O Município deverá observar as normas gerais
de licitação e contratação editadas pela União e as especificadas, constantes da
Lei estadual.

SUBSEÇÃO II

DAS OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS


Artigo 102 – A Administração Pública, na realização de obras e
serviços, não pode contratar empresas que desatendam as normas relativas à
saúde e segurança do trabalho.

Artigo 103 – As licitações de obras e serviços públicos, sob pena


de invalidade, deverão ser precedidas de indicação do local onde serão
executados e do respectivo projeto técnico, que permita a definição precisa de
seu objeto e previsão de recursos orçamentários.
Parágrafo Único - Na elaboração do projeto deverão ser
atendidas as exigências de proteção do patrimônio histórico-cultural e do meio
ambiente.

Artigo 104 – O Município poderá realizar obras e serviços de


interesse comum mediante:
a) convênio com o Estado, União ou entidades particulares
mediante autorização legislativa prévia;
b) consórcio com outros Municípios.

Artigo 105 – Incumbe ao Poder Público, na forma da Lei,


diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre mediante
processo licitatório, a prestação de serviços públicos.
§ 1º - A permissão de serviço público, estabelecida mediante
decreto, será delegada:
a) através de licitação;
b) a título precário.
§ 2º - A concessão de serviço público, estabelecida mediante
contrato, dependerá de:
a) autorização legislativa;
b) licitação.

Artigo 106 - Os serviços permitidos ou concedidos estão sujeitos à


regulamentação e permanente fiscalização por parte do Executivo e podem ser
retomados quando não mais atendam aos seus fins ou às condições do
contrato.
Parágrafo Único - Os serviços permitidos ou concedidos, quando
prestados por particulares, não serão subsidiados pelo Município.

Artigo 107 – As reclamações relativas à prestação de serviços


serão disciplinadas em Lei.

Artigo 108 – Os serviços públicos serão remunerados por tarifa


previamente fixada pelo Prefeito, na forma que a Lei estabelecer.

SUBSEÇÃO III

DAS AQUISIÇÕES E ALIENAÇÕES


Artigo 109 – A aquisição na base de troca, desde que o interesse
público seja manifesto, depende de prévia avaliação dos bens móveis e serem
permutados.

Artigo 110 – A aquisição de um bem imóvel, por compra,


recebimento de doação com encargo ou permuta, depende de prévia avaliação
e autorização legislativa.

Artigo 111 – A alienação de um bem móvel do Município mediante


doação ou permuta, dependerá de manifesto interesse administrativo a critério
do Prefeito Municipal.
§ 1º - No caso de venda, haverá necessidade, também, de
licitação.
§ 2º - No caso de ações, havendo interesse público manifesto, a
negociação far-se-á por intermédio de corretor oficial da Bolsa de Valores.

Artigo 112 – A alienação de um bem imóvel do Município


mediante venda, doação com encargos, permuta ou investidura, depende de
interesse público manifesto, prévia avaliação e autorização legislativa.
§ 1º - No caso de venda, haverá necessidade, também, de
licitação.
§ 2º - No caso de investidura, dependerá apenas de prévia
avaliação.

CAPÍTULO II

DOS BENS MUNICIPAIS

Artigo 113 – A administração dos bens municipais cabe ao


Prefeito, ressalvada a competência da Câmara Municipal quanto àqueles
utilizados em seus serviços e sob sua guarda.

Artigo 114 – O uso de bem imóvel municipal por terceiros far-se-á


mediante autorização, permissão ou concessão.
§ 1º - A autorização será dada pelo prazo máximo de 03 (três)
meses, salvo no caso de formação de canteiros de obra pública, quando então,
corresponderá ao de sua duração.
§ 2º - A permissão será facultada a título precário, mediante
decreto.
§ 3º - A concessão administrativa dependerá de autorização
legislativa e licitação, formalizando-se mediante contrato.
§ 4º - A Lei estabelecerá o prazo de concessão e a sua gratuidade
ou remuneração, podendo dispensar a licitação no caso de destinatário certo,
havendo interesse público manifesto.

Artigo 115 – A concessão de direito real de uso sobre um bem


imóvel do Município dependerá de prévia avaliação, autorização legislativa e
licitação.
Parágrafo Único - A Lei Municipal poderá dispensar a licitação
quando o uso tiver destinatário certo, havendo interesse público manifesto.

Artigo 116 – Poderão ser cedidos a particular, para serviços


transitórios, máquinas e operadores da Prefeitura e suas entidades da
Administração indireta, inclusive fundações, desde que não haja prejuízo para os
trabalhos do Município, e o interessado recolha previamente a remuneração
arbitrada que deverá corresponder aos valores praticados no mercado e assine
termo de responsabilidade pela conservação e devolução dos bens no estado
em que haja recebido.

CAPÍTULO III

DOS SERVIDORES MUNICIPAIS

SEÇÃO I

DO REGIME JURÍDICO ÚNICO

Artigo 117 – O Município instituirá regime jurídico único para os


servidores públicos municipais da Administração direta, autárquica e fundações
públicas municipais, bem como planos de cargos, carreiras e salários.

SEÇÃO II

DOS DIREITOS E DEVERES DOS SERVIDORES

SUBSEÇÃO I

DOS CARGOS PÚBLICOS

Artigo 118 – Os cargos, empregos e funções públicas são


acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em Lei.
§ 1º - São considerados servidores públicos municipais para todos
os efeitos desta Lei Orgânica, os que exercerem cargos, empregos e funções da
Administração direta, autárquica e fundações públicas municipais.
§ 2º - A Lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua
admissão.

SUBSEÇÃO II

DA INVESTIDURA

Artigo 119 – A investidura em cargo ou emprego público depende


da aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
ressalvadas as nomeações para cargos em comissão, declarados em Lei, de
livre nomeação e exoneração.
§ 1º - É vedada a estipulação de limite de idade para ingresso por
concurso na Administração Pública;
§ 2º - O prazo de validade do concurso será de 24 (vinte e quatro)
meses, prorrogável, uma vez, por igual período.
§ 3º - Durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, o aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos
será convocado com prioridade sobre os novos concursados para assumir cargo
ou emprego, na carreira.
§ 4º - Os concursos públicos, para ingresso no serviço público
municipal, serão obrigatoriamente realizados por entidades de notória
especialização e comprovada idoneidade, sob a fiscalização do Poder
Legislativo.
§ 5º - O Prefeito do Município, poderá por justificativa, através de
Decreto, criar Comissão Especial de Concurso Público, em cuja composição
haja, obrigatoriamente, no mínimo dois membros do Poder Legislativo, indicados
pelo Presidente da Câmara Municipal, para atender até o limite de 03 (três)
denominações de cargos diferentes do Quadro de Funcionalismo Municipal,
dispensadas as exigências do parágrafo anterior.

SUBSEÇÃO III

DA CONTRATAÇÃO POR TEMPO DETERMINADO

Artigo 120 – A Lei estabelecerá os casos de contratação por


tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público.

SUBSEÇÃO IV
DA REMUNERAÇÃO

Artigo 121 – A revisão geral da remuneração dos servidores


públicos far-se-á sempre na mesma data, e com os mesmos índices.
§ 1º - A Lei fixará limite máximo e a relação de valores entre a
maior e a menor remuneração dos servidores públicos, observados, como limite
máximo, os valores percebidos como remuneração, em espécie, pelo Prefeito.
§ 2º - Os vencimentos dos cargos e salários dos empregados da
Câmara Municipal não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
§ 3º - A Lei assegurará aos servidores da Administração direta,
isonomia de vencimentos para cargos de atribuição iguais ou assemelhados
ou entre servidores do Executivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de
caráter individual e às relativas à natureza ou local de trabalho.
§ 4º - É vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos, para
o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, ressalvado o disposto
nos parágrafos 2º e 3º.
§ 5º - Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
não serão computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos
ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
§ 6º - O vencimento do servidor público municipal, será de pelo
menos um salário mínimo, obedecido inclusive o salário mínimo da categoria
estabelecido pela Legislação federal pertinente, capaz de atender as suas
necessidades vitais básicas e as de sua família, como: moradia, alimentação,
educação, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preserve o poder aquisitivo.
§ 7º - O vencimento é irredutível.
§ 8º - O vencimento nunca será inferior ao salário mínimo, para os
que o percebam de forma variável.
§ 9º - O décimo terceiro salário terá por base a remuneração
integral ou o valor da aposentadoria.
§ 10 - A retribuição pecuniária do trabalho noturno será superior a
do diurno.
§ 11 - O vencimento terá um adicional para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da Lei.
§ 12 - O vencimento não poderá ser diferente no exercício de
funções e no critério de admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
§ 13 - O servidor deverá receber salário-família em razão de seus
dependentes.
§ 14 - A duração do trabalho normal não poderá ser superior a 08
(oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, facultada a compensação
de horários e a redução de jornada, na forma da Lei.
§ 15 - O repouso semanal remunerado será concedido
preferencialmente aos domingos.
§ 16 - O serviço extraordinário deverá corresponder a uma
retribuição pecuniária superior, no mínimo em 50% (cinqüenta por cento) a do
normal.
§ 17 - O vencimento, vantagens ou qualquer parcela
remuneratória, pagos com atraso, deverão ser corrigidos monetariamente, de
acordo com os índices oficiais aplicáveis à espécie.
§ 18 - Percebimento de adicional por tempo de serviço, concedido
no mínimo por qüinquênio e vedada sua limitação, bem como 1/6 (sexta parte)
dos vencimentos integrais concedida aos 20 (vinte) anos de efetivo exercício
que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos.
§ 19 - Concessão de licença prêmio, na forma da Lei, a todos os
servidores públicos municipais da Administração direta, autárquica e das
fundações públicas municipais.
§ 20 - É assegurado a todo servidor público municipal estável da
Administração direta, autárquica e das fundações públicas municipais, o direito
ao afastamento não remunerado, pelo período de até 24 (vinte e quatro) meses,
para tratar de assuntos particulares, mediante simples requerimento do servidor
interessado dirigido ao Prefeito Municipal, sendo obrigatório o intervalo de pelo
menos 24 (vinte e quatro) meses para o requerimento de novo afastamento,
assegurado ao Poder Executivo para suprimento de vaga, a contratação na
forma do disposto no artigo 120 desta Lei Orgânica.
§ 21 - Será deferido o pedido de retorno do servidor afastado na
forma do disposto no parágrafo anterior, antes do término do período de
afastamento requerido, devido a manifesto interesse administrativo.

SUBSEÇÃO V

DAS FÉRIAS

Artigo 122 – As férias anuais serão pagas com, pelo menos, 1/3
(um terço), a mais do que a remuneração normal.

SUBSEÇÃO VI

DAS LICENÇAS

Artigo 123 - A licença à gestante, sem prejuízo do emprego e da


remuneração, terá a duração de 04 meses.
Parágrafo Único - O prazo de licença-paternidade será fixado em
Lei.

SUBSEÇÃO VII

DO MERCADO DE TRABALHO

Artigo 124 – A proteção do mercado de trabalho da mulher far-se-


á mediante incentivos específicos, nos termos da Lei.
SUBSEÇÃO VIII

DAS NORMAS DE SEGURANÇA

Artigo 125 – A redução dos riscos inerentes ao trabalho far-se-á


por meio de normas de saúde, higiene e segurança.

SUBSEÇÃO IX

DO DIREITO DE GREVE

Artigo 126 – O direito de greve será exercido nos termos e nos


limites definidos em Lei Complementar Federal.

SUBSEÇÃO X

DA ASSOCIAÇÃO SINDICAL

Artigo 127 – O servidor público municipal da Administração direta,


autárquica e das fundações públicas municipais, poderá sindicalizar-se
livremente, na forma do disposto na Constituição Federal.
Parágrafo Único - A entidade sindical que congregue mais de 500
(quinhentos) associados garantirá ao seu Presidente:
a) estabilidade no cargo público enquanto durar o mandato, salvo
no caso de falta grave;
b) afastamento remunerado, se entender conveniente.

SUBSEÇÃO XI

DA ESTABILIDADE

Artigo 128 – São estáveis, após 24 (vinte e quatro) meses de


efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de concurso público.
§ 1º - O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de
sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo administrativo em
que lhe seja assegurada ampla defesa.
§ 2º - Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante de vaga reconduzido ao
cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitamento em outro cargo ou
posto em disponibilidade.
§ 3º - Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo.
SUBSEÇÃO XII

DA ACUMULAÇÃO

Artigo 129 – É vedada a acumulação remunerada de cargo


público, exceto quando houver compatibilidade de horário:
I - a de 02 (dois) cargos de professor;
II - a de 01 (um) cargo de professor com outro técnico ou científico;
III - a de 02 (dois) cargos privativos de médico.
Parágrafo Único - A proibição de acumular estende-se a
empregos e funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações mantidas pela Administração Pública.

SUBSEÇÃO XIII

DO TEMPO DE SERVIÇO

Artigo 130 – O tempo de contribuição no serviço privado, público


federal, estadual ou municipal, será computado integralmente para os efeitos de
aposentadoria e disponibilidade.

SUBSEÇÃO XIV

DA APOSENTADORIA

Artigo 131 – O servidor será aposentado de conformidade com o


disposto em Lei que regulamentará o regime próprio de previdência municipal.
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando
decorrentes de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
contagiosa ou incurável, especificadas em Lei, e proporcionais nos demais
casos;
II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com
proventos proporcionais ao tempo de serviço;
III - voluntariamente:
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
(trinta), se mulher, com proventos integrais;
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em função de magistério
se professor, e 25 (vinte e cinco), se professora, com proventos integrais;
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem e aos 25 (vinte e
cinco), se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos 60
(sessenta), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
§ 1º - Revogado.
§ 2º - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
comissão declarado em Lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro
cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de
previdência social.
§ 3º - Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem
recíproca do tempo de contribuição na Administração Pública e na atividade
particular, rural e urbana, hipótese em que os diversos sistemas de previdência
social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em Lei.

SUBSEÇÃO XV

DOS PROVENTOS E PENSÕES

Artigo 132 – Os proventos de aposentadoria serão revistos, na


mesma proporção, e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração
dos serviços em atividade, e estendidos aos inativos quaisquer benefício ou
vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive
quando decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo ou função em
que se deu a aposentadoria, na forma da Lei.
§ 1º - O benefício de pensão por morte corresponderá à totalidade
da remuneração ou proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em
Lei, observado o disposto neste artigo.
§ 2º - Serão obrigatoriamente estendidos aos servidores públicos
municipais inativos da Administração direta, autárquica e das fundações públicas
municipais, quaisquer tipo de benefícios concedidos aos servidores públicos
municipais ativos, e pelo mesmo período.

SUBSEÇÃO XVI

DO REGIME PREVIDENCIÁRIO

Artigo 133 – O Município estabelecerá, por Lei, o regime


previdenciário de seus servidores.

SUBSEÇÃO XVII

DO MANDATO ELETIVO

Artigo 134 – Ao servidor público municipal em exercício de


mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo de remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
anterior;
c) possuirá inamovibilidade do local de trabalho e inalterabilidade
do horário de trabalho, salvo em expressa concordância;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de
mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais,
exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de
afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.

SUBSEÇÃO XVIII

DOS ATOS DE IMPROBIDADE

Artigo 135 – Os atos de improbidade administrativa importarão a


suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em Lei,
sem prejuízo da ação penal cabível.

SUBSEÇÃO XIX

DEMAIS DIREITOS, DEVERES E PROIBIÇÕES

Artigo 136 – À servidora pública municipal gestante, da


Administração direta e indireta, é assegurada a mudança de função, nos casos
em que houver recomendação médica, ratificada pelo setor de saúde
especializado da Prefeitura Municipal, sem prejuízo de seus vencimentos ou
salários e demais vantagens do cargo ou função-atividade.

Artigo 137 – As vantagens de qualquer natureza só poderão ser


instituídas por Lei e quando atendam efetivamente ao interesse público e as
exigências do serviço.

Artigo 138 – Nenhum servidor público municipal poderá ser


designado para exercer funções diversas das habituais, sem que haja
concordância expressa.

Artigo 139 – Ao servidor público municipal, da Administração


direta e indireta, é terminantemente proibido fazer qualquer tipo de propaganda
político-partidária, enquanto no exercício de seu cargo ou função, no recinto das
repartições públicas municipais.
§ 1º - A proibição de que trata o “caput” deste artigo, aplica-se
inclusive ao servidor público municipal no exercício de cargo ou função
declarado em Lei de livre nomeação e exoneração.
§ 2º - A não observância do disposto neste artigo, implicará a
punição do infrator e do seu superior hierárquico, se comprovadamente
conivente ou omisso, nos termos da Lei.

Artigo 140 – Os titulares de órgãos da Administração Pública


Municipal direta e indireta deverão atender convocação da Câmara Municipal
para prestar esclarecimentos sobre assuntos da sua competência.

CAPÍTULO IV

DA TRIBUTAÇÃO, DAS FINANÇAS E DOS ORÇAMENTOS

SEÇÃO I

DO SISTEMA TRIBUTÁRIO MUNICIPAL

SUBSEÇÃO I

DOS PRINCÍPIOS GERAIS

Artigo 141 – A receita pública será constituída por tributos, preços


e outros ingressos.
Parágrafo Único - Os preços públicos serão fixados pelo
Executivo, observadas as normas de Direito Financeiro e as Leis atinentes à
espécie.

Artigo 142 – Compete ao Município instituir:


I - os impostos previstos nesta Lei e outro que venham a ser de
sua competência;
II - taxas em razão do exercício do poder de polícia, ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos, de sua atribuição,
especificados e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição:
III - contribuição de melhoria, decorrentes de obras públicas;
IV - contribuição cobrada de seus servidores para custeio, em
benefício destes, de sistema de previdência e assistência social.
§ 1º - Os impostos, sempre que possível, terão caráter pessoal e
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado a
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da Lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de
impostos.

SUBSEÇÃO II

DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR


Artigo 143 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado ao Município:
I - exigir ou aumentar tributos sem Lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção, em razão de
ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da Lei que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a Lei
que os instituiu ou aumentou;
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio
de tributo, ressalvadas, a cobrança de pedágio, pela utilização de vias
conservadas pelo Município;
VI - instituir impostos sobre:
a) o patrimônio, renda ou serviços, da União, do Estado e de
outros municípios;
b) os templos de qualquer culto;
c) o patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive
fundações, das entidades sindicais, das instituições de educação e assistência
social sem fins lucrativos, de entidades dirigentes do desporto exclusivamente
amador e declaradas em Lei de utilidade pública, atendidos os requisitos de Lei;
d) os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua
impressão.
§ 1º - A proibição do inciso VI, “a” é extensiva às autarquias e às
fundações instituídas ou mantidas pelo Município, no que se refere ao
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados, aos seus fins essenciais ou deles
decorrentes.
§ 2º - As proibições do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior, não
se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração
de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas
pelo usuário.
§ 3º - As proibições expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”,
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 4º - Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tributária
ou previdenciária, só poderá ser concedida, com interesse público justificado e
mediante Lei específica.

Artigo 144 – É vedado ao Município estabelecer diferença


tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino.
Artigo 145 – É vedada a cobrança de taxas:
a) pelo exercício do direito de petição à Administração Pública em
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) para a obtenção de certidões em repartições públicas, para
defesa de direitos e esclarecimentos de interesse pessoal.

SUBSEÇÃO III

DOS IMPOSTOS DO MUNICÍPIO

Artigo 146 – Compete ao Município instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão “inter-vivos”, a qualquer título, por ato oneroso:
a) de bens imóveis, por natureza ou acessão física;
b) de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia;
c) cessão de direitos à aquisição de imóvel;
III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto
óleo diesel e gás de cozinha;
IV - serviços de qualquer natureza, não compreendidos na
competência estadual, definidos em Lei Complementar.
§ 1º - O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos
termos da Lei, de forma a assegurar o cumprimento da função social da
propriedade.
§ 2º - O imposto previsto no inciso II:
a) não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados
ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou
extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante
do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil;
b) incide sobre imóveis situados no território do Município.

SUBSEÇÃO IV

DA PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO NAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

Artigo 147 – Pertence ao Município:


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre a renda e
proventos de qualquer natureza, incide na fonte, sobre rendimentos pagos, a
qualquer título, por ele, suas autarquias e fundações que institua e mantenha.
II - 50% (cinqüenta por cento) do produto da arrecadação do
imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis
nele situados;
III - 50% (cinqüenta por cento) do produto da arrecadação do
imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em
seu território;
IV - 25% (vinte e cinco por cento) do produto da arrecadação do
imposto do Estado sobre operações relativas a circulação de mercadorias e
sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação.
§ 1º - As parcelas de receita pertencentes ao Município,
mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios:
a) ¾ (três quartos), no mínimo, na proporção do valor adicionado
nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de
serviços, realizadas em seu território;
b) até ¼ (um quarto), de acordo com o que dispuser Lei estadual.
§ 2º - Para fins do disposto no § 1º, “a” deste artigo, Lei
Complementar nacional definirá valor adicionado.
Artigo 148 – A União entregará 22,5 (vinte dois inteiros e cinco
décimos) do produto da arrecadação dos impostos sobre a renda e proventos de
qualquer natureza e sobre produtos industrializados ao Fundo de Participação
dos Municípios.
Parágrafo Único - As normas de entrega desses recursos serão
estabelecidas em Lei Complementar, em obediência ao disposto no artigo 161, II
da Constituição Federal, com o objetivo de promover o equilíbrio sócio-
econômico entre os Municípios.

Artigo 149 – O Estado entregará ao Município 25% (vinte e cinco


por cento) dos recursos que receber da União, a título de participação no
Imposto sobre Produtos Industrializados, observados os critérios estabelecidos
no artigo 158, parágrafo único, I e II da Constituição Federal.

Artigo 150 – O Município divulgará, até o último dia do mês


subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos, os
recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar, e a
expressão numérica dos critérios de rateio.

SEÇÃO II

DAS FINANÇAS

Artigo 151 – A despesa de pessoal ativo e inativo ficará sujeita


aos limites estabelecidos na Lei Complementar a que se refere o Artigo 169 da
Constituição Federal.
Parágrafo Único - A concessão de qualquer vantagem ou
aumento de remuneração, a criação de cargos ou alteração de estrutura de
carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
entidades da Administração direta e indireta, inclusive fundações, só poderá ser
feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária, suficiente para atender
às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia
mista.

Artigo 152 – O Executivo publicará e enviará à Câmara Municipal,


até 01 (um) mês após o encerramento de cada bimestre, relatório, resumido da
execução orçamentária.
§ 1º - Até 10 (dez) dias antes do encerramento do prazo de que
trata este artigo, as autoridades nele referidas remeterão ao Executivo as
informações necessárias.
§ 2º - A Câmara Municipal publicará seu relatório nos termos deste
artigo.

Artigo 153 – O numerário correspondente às dotações


orçamentárias do Legislativo, compreendidos os créditos suplementares e
especiais, sem vinculação a qualquer tipo de despesa, será entregue em
duodécimos, até o dia 25 (vinte e cinco) de cada mês, em cotas estabelecidas
na programação financeira, com participação percentual nunca inferior à
estabelecida pelo Executivo para seus próprios órgãos.
Artigo 154 - As disponibilidades de caixa da Prefeitura, da Câmara
Municipal, bem como dos órgãos e entidades da Administração indireta,
inclusive fundações serão depositadas em agências locais de instituições
financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em Lei.
Parágrafo Único - As disponibilidades financeiras da Prefeitura,
Câmara Municipal, bem como dos órgãos e entidades da Administração indireta,
inclusive fundações, poderão ser aplicados no mercado de capital através de
instituições financeiras oficiais.

SEÇÃO III

DOS ORÇAMENTOS

Artigo 155 – Leis de iniciativa do Executivo estabelecerão, com


observância dos preceitos correspondentes da Constituição Federal.
I - o Plano Plurianual;
II - as Diretrizes Orçamentárias;
III - os Orçamentos Anuais.
§ 1º - A Lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá as
diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública para as despesas de
capital e outras dela decorrentes e as relativas aos programas de duração
continuada.
§ 2º - A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e
prioridades da Administração Pública, incluindo as despesas de capital para o
exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da Lei orçamentária
anual e disporá sobre as alterações na legislação tributária.
§ 3º - A Lei orçamentária anual compreenderá:
I - o Orçamento Fiscal referente aos fundos, órgãos e entidades da
Administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas pelo
Município;
II - o Orçamento de Investimentos das empresas em que o
município, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
direito a voto;
III - o Orçamento de Seguridade Social, abrangendo todas as
entidades e órgãos a ela vinculados, da Administração direta e indireta, bem
como os fundos e fundações instituídas ou mantidas pelo Município.

§ 4º - O Projeto de Lei Orçamentária será acompanhado de


demonstrativos dos efeitos decorrentes de isenções, anistias, remissões,
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

§ 5º - A Lei Orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à


previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a
autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de créditos, ainda que por antecipação da receita, nos termos da Lei.

§ 6º - O Poder Executivo encaminhará o Projeto de Lei


Orçamentária anual ao Poder Legislativo até o dia 31 de outubro de cada ano,
devendo a matéria ser discutida e votada até o dia 23 de dezembro.

§ 7º - O Poder Executivo encaminhará o Projeto de Lei que institui


o Plano Plurianual ao Poder Legislativo até o dia 30 de junho do primeiro ano da
legislatura, devendo a matéria ser discutida e votada até a 1ª Sessão Ordinária
de agosto.

§ 8º - O Poder Executivo encaminhará o Projeto de Lei de


Diretrizes Orçamentárias (LDO), ao Poder Legislativo até o dia 31 de agosto,
devendo a matéria ser discutida até a 1ª Sessão Ordinária de outubro.

Artigo 156 – Os Projetos de Lei relativos ao Plano Plurianual, às


Diretrizes Orçamentárias, ao Orçamento Anual e aos créditos adicionais, bem
como suas emendas, serão apreciados pela Câmara Municipal.

§ 1º - As emendas ao Projeto de Lei do Orçamento Anual ou aos


Projetos que o modifiquem serão admitidos desde que:
I - sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de
Diretrizes Orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, aceitos apenas os
provenientes da anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotação para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida.
III - relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões;
b) com dispositivo do texto do Projeto de Lei.
§ 2º - As emendas ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias
não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o Plano Plurianual.
§ 3º - O Prefeito poderá enviar mensagens à Câmara Municipal
para propor modificações nos Projetos a que se refere este artigo, enquanto não
iniciada, na Comissão competente, a votação da parte cuja alteração é proposta.
§ 4º - Aplicam-se aos Projetos mencionados neste artigo, no que
não contrariar o disposto neste Capítulo, as demais normas relativas ao
Processo Legislativo.
§ 5º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou
rejeição parcial do Projeto de Lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
correspondentes, poderão ser utilizadas, conforme o caso, mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

Artigo 157 – São vedados:


I - o início de programas, projetos e atividades não incluídos na Lei
Orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou assunção de obrigações diretas
que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
III - a realização de operações de crédito que excedam o montante
das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais, com fim preciso, aprovados pela Câmara Municipal,
por maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa, ressalvadas a destinação de recursos para manutenção e
desenvolvimento do ensino, como determinado pelo artigo 212 da Constituição
Federal, e a prestação de garantias às operações de créditos por antecipação
da receita;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
recursos de uma categoria de programação para outras, ou de órgão para outro,
sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de
recursos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social para suprir necessidade
ou cobrir “déficit” de empresas, fundações e fundos;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
autorização Legislativa.
§ 1º - Nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um
exercício financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão no Plano Plurianual,
ou sem Lei que o autorize.
§ 2º – Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
exercício financeiro em que foram autorizados, salvo se o ato de autorização for
promulgado nos últimos 04 (quatro) meses daquele exercício, caso em que,
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subsequente.

Artigo 158 – Fica constituído no Município um Conselho


Orçamentário que juntamente com a administração acolherá as sugestões e
propostas para as Diretrizes Orçamentárias, Orçamento Anual, bem como
acompanhará a execução dos mesmos, cuja composição será definida em Lei.

Artigo 159 – As Diretrizes Orçamentárias e os Orçamentos Anuais


serão encaminhados à Câmara Municipal, após audiências públicas e garantida
a participação da comunidade na sua elaboração.

TÍTULO V

DA ORDEM ECONÔMICA

CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Artigo 160 – O Município, pelos seus órgãos da Administração


direta e indireta, inclusive fundacional, dispensará às microempresas, às
empresas de pequeno porte, aos micro e pequenos produtores rurais, assim
definidos em Lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-los pela
simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias e creditícias, ou
pela eliminação ou redução destas, por meio de Lei específica.

Artigo 161 – A Lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras


formas de associativismo.

CAPÍTULO II

DO DESENVOLVIMENTO URBANO

Artigo 162 – No estabelecimento de diretrizes e normas relativas


ao desenvolvimento urbano, o Município assegurará:
I - o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e a
garantia do bem-estar dos seus habitantes;
II - a participação das respectivas entidades comunitárias no
estudo, encaminhamento e solução dos problemas, planos, programas e
projetos que lhe sejam concernentes;
III - a preservação, proteção e recuperação do meio ambiente
urbano e cultural;
IV - a criação e manutenção de áreas de especial interesse
histórico, urbanístico, ambiental, turístico e de utilização pública;
V - o exercício do direito de propriedade atendida a sua função
social dar-se-á com observância das normas urbanísticas, de segurança, higiene
e qualidade de vida, sem prejuízo do cumprimento de obrigações legais dos
responsáveis pelos danos causados aos adquirentes de lotes, ao Poder Público
ou ao meio ambiente;
VI - os terrenos definidos em projeto de loteamento como áreas
verdes ou institucionais somente poderão ser alterados da destinação, fim e
objetivos originalmente estabelecidos com autorização legislativa.
VII - a preservação das áreas de exploração agrícola e pecuária e
o estímulo a estas atividades primárias;
VIII - às pessoas portadoras de deficiências físicas o livre acesso a
edifícios públicos e particulares de freqüência ao público, a logradouros públicos
e ao transporte coletivo.

Artigo 163 – O Município estabelecerá, mediante Lei, em


conformidade com as diretrizes do Plano Diretor, normas sobre zoneamento,
loteamento, parcelamento, uso e ocupação do solo, índices urbanísticos,
proteção ambiental e demais limitações administrativas pertinentes.
§ 1º - O Plano Diretor deverá considerar a totalidade do território
Municipal.
§ 2º - As diretrizes do Plano Diretor deverão prever a localização e
a destinação de áreas públicas para a construção de edifícios públicos e de
equipamentos sociais de interesse geral da população do Município.
§ 3º - O Município estabelecerá critérios para regularização e
urbanização, assentamento e loteamentos irregulares.
§ 4º - O Plano Diretor fixará critérios que assegurem a função
social da propriedade imobiliária especialmente no que concerne a:
a) acesso à propriedade e a moradia para todos;
b) regularização fundiária e urbanização específica para áreas
ocupadas por população de baixa renda;
c) justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do
processo de urbanização;
d) prevenção e correção das distorções da valorização da
propriedade;
e) adequação, do direito de construir às normas urbanísticas;
f) meio ambiente ecologicamente equilibrado, como bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida preservando e restaurando
os processos ecológicos e essenciais e provendo o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas, controlando a produção, a comercialização e o
emprego de técnica, métodos e substâncias que comportem riscos para a vida,
a qualidade de vida e o meio ambiente.

Artigo 164 – É facultado ao Município, mediante Lei específica


para área incluída no Plano Diretor, exigir, do proprietário do solo urbano não
edificado, sub-utilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante título da dívida
pública de emissão previamente aprovado pelo Senado Federal, com prazo de
resgate de até 10 (dez) anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Artigo 165 – O Município fica incumbido de promover e estimular


programas de construção de moradias populares, de melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico.

Artigo 166 – O Poder Público estabelecerá sua ação no campo


habitacional prioritariamente para a população de baixa renda, considerada
como aquela de rendimento até 05 (cinco) salários mínimos.
I - abrangendo a abertura de loteamentos urbanizados, e dotando
as áreas parceladas de infra-estruturas e serviços públicos;
II - através da criação de um “Fundo Municipal de Habitação
Popular”, visando a abertura de linha de crédito para a construção de moradia;
III - criando equipe de assessoria técnica à população organizada,
para orientação ao processo de construção de moradias populares;
IV - fixando diretrizes no que tange à segurança, higiene,
durabilidade, desempenho técnico-acústico das edificações.

Artigo 167 – O Município desenvolverá uma política de formação


de reservas de terras públicas destinadas à construção de habitações populares
e incentivará, promoverá e organizará, inclusive com a participação e a
colaboração da iniciativa privada, empreendimentos habitacionais de caráter
popular, objetivando assentamentos humanos racionais nos espaços urbanos e
rurais.

Artigo 168 – Com o objetivo de melhorar as condições de moradia


das coletividades de baixa renda, que normalmente se utilizam de sub-
habitações, o Município:
I - incentivará e apoiará as iniciativas comunitárias e populares
destinadas a resolver os respectivos problemas habitacionais;
II - estimulará a autoconstrução, a construção em sistema de
mutirão e a criação de fundos ou cooperativas habitacionais.
Artigo 169 – As terras públicas não utilizadas ou sub-utilizadas
poderão ser destinadas a assentamentos humanos de população de baixa
renda, mediante autorização legislativa.

Artigo 170 – Compete ao Município, de acordo com as diretrizes


de desenvolvimento urbano, a criação e a regulamentação de zonas industriais,
obedecidos os critérios estabelecidos pelo Estado, mediante Lei, e respeitadas
as normas relacionadas ao uso e ocupação do solo e ao meio ambiente urbano
e natural.

Artigo 171 – A cada 05 (cinco) anos, o Plano Diretor será revisto e


aprovado pelo Poder Legislativo Municipal.

CAPÍTULO III

DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO ALIMENTAR

SEÇÃO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 172 – É dever do Município apoiar o desenvolvimento rural,


objetivando:
I - estimular o aumento da produção e da produtividade agrícolas;
II - a valorização da atividade e do homem de atividade rural, bem
como sua fixação no campo;
III - incentivar a diversificação da produção agrícola e de
hortifrutigrangeiros;
IV - o abastecimento alimentar municipal;
V - a consolidação e a ampliação da produção agrícola em terras
públicas municipais da zona rural;
VI - o abastecimento de programas habitacionais, culturais e
recreativos na zona rural;
VII - incentivar a utilização racional dos recursos naturais, de forma
compatível com a preservação do meio ambiente;
§ 1º - As atividades municipais de apoio ao desenvolvimento rural
previstas neste artigo atenderão com prioridade, no que couberem, o pequeno
produtor, o trabalhador rural e a população de baixa renda.
§ 2º - O apoio ao desenvolvimento rural pressupõe
necessariamente a oferta de serviços de máquinas e implementos agrícolas, de
máquinas de benefício e empacotamento, de transporte, de assistência técnica,
de armazenamento e comercialização.
SEÇÃO II

DO CONSELHO AGRÍCOLA MUNICIPAL

Artigo 173 – A política agrícola municipal que abrangerá inclusive


as atividades agropecuárias, agroindustrial, florestal de reprodução animal e de
produção de hortifrutigranjeiros, será estabelecida e executada pelo Conselho
Agrícola Municipal que fica criado, cujas atribuições e composição serão
definidos em Lei.

SEÇÃO III

DA COMERCIALIZAÇÃO E DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA AGRÍCOLA

Artigo 174 – Serão juridicamente viabilizadas, na forma da Lei, a


oferta de serviços de comercialização centralizada dos bens produzidos no
âmbito da política agrícola municipal, inclusive aqueles produzidos em terras
públicas municipais da zona rural, a oferta comercial de sementes, insumos e
defensivos, a prestação remunerada de serviços de assistência técnica agrícola
e a prestação remunerada de serviços de transporte e armazenamento.

CAPÍTULO IV

DOS TRANSPORTES

Artigo 175 – O transporte é um direito fundamental do cidadão,


sendo de responsabilidade do Poder Público Municipal, o planejamento, o
gerenciamento e a operação dos vários modos de transporte.

Artigo 176 – Fica assegurada a participação popular organizada


no planejamento dos transportes bem como no acesso às informações sobre o
sistema de transportes.

Artigo 177 – É dever do Poder Público Municipal fornecer um


transporte com tarifa condizente com o poder aquisitivo da população, bem
como assegurar a qualidade dos serviços.

Artigo 178 – O Poder Público Municipal deverá efetuar o


planejamento e a operação do sistema de transporte local.
§ 1º - O Executivo Municipal definirá, segundo o critério do Plano
Diretor, o percurso, a freqüência e a tarifa do transporte coletivo local.
§ 2º - A operação e execução será feita de forma direta, ou por
concessão ou permissão, nos termos da lei municipal.
Artigo 179 – O Poder Público Municipal só permitirá a entrada em
circulação de novos ônibus municipais desde que estejam adaptados para o livre
acesso e circulação das pessoas portadoras de deficiência física e motora, na
forma da Lei.

Artigo 180 – O transporte de trabalhadores urbanos e rurais


deverá ser feito por ônibus, atendidas as normas de segurança estabelecidas
em Lei.

CAPÍTULO V

DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Artigo 181 – A fiscalização contábil, financeira e orçamentária no


Município será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle externo e
pelos sistemas de controle interno do Executivo, instituídos em Lei.
§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas do Estado e compreenderá a apreciação das
contas do Prefeito e da Mesa da Câmara Municipal, o acompanhamento das
atividades financeiras e orçamentárias do Município, o desempenho das funções
de auditoria financeira e orçamentária, bem como o julgamento das contas dos
administradores e demais responsáveis por bens e valores públicos.
§ 2º - As contas do Prefeito e da Câmara Municipal, prestadas
anualmente, serão julgadas pela Câmara Municipal dentro de 02 (dois) meses
após o recebimento do parecer prévio do Tribunal de Contas considerando-se
julgadas nos termos das conclusões desse parecer, se não houver deliberação
dentro desse prazo.
§ 3º - Somente por decisão de 2/3 (dois terços) dos membros da
Câmara Municipal deixará de prevalecer o parecer emitido pelo Tribunal de
Contas do Estado ou órgão estadual incumbido dessa missão.
§ 4º - As contas relativas à aplicação dos recursos transferidos
pela União e Estado serão prestadas na forma da legislação federal e estadual
em vigor, podendo o Município suplementar essas contas, sem prejuízo de sua
inclusão na prestação anual de contas.

Artigo 182 – O Executivo manterá sistema de controle interno, a


fim de:
I - criar condições indispensáveis para assegurar eficácia ao
controle externo e regularidade à realização da receita e despesa;
II - acompanhar as execuções de programas de trabalho e do
orçamento;
III - avaliar os resultados alcançados pelos administradores;
IV - verificar a execução dos contratos.
Artigo 183 – As contas do Município ficarão, durante 02 (dois)
meses, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da Lei.

Artigo 184 – Qualquer cidadão, partido político, associação ou


sindicato é parte legítima para, na forma da Lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o Tribunal de Contas, o Prefeito e a Câmara Municipal.
Artigo 185 – O movimento de caixa do dia anterior será publicado
diariamente, por edital afixado no edifício da Prefeitura e da Câmara Municipal.

Artigo 186 – O balancete relativo à receita e despesa do mês


anterior será encaminhado à Câmara Municipal e publicado mensalmente, até o
dia 20 (vinte), mediante edital afixado no edifício da Prefeitura e da Câmara
Municipal.

TÍTULO VI

DA ORDEM SOCIAL

CAPÍTULO I

DA SEGURIDADE SOCIAL

SEÇÃO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 187 – O Município deverá contribuir para a seguridade


social, atendendo ao disposto nos artigos 194 e 195 da Constituição Federal,
visando assegurar os direitos relativos à saúde e à assistência social.

SEÇÃO II

DA SAÚDE

Artigo 188 – A saúde é direito de todos os munícipes e dever do


Poder Público.
Parágrafo Único - O Município garantirá esse direito mediante:
I - políticas sociais econômicas e ambientais que visem o bem
estar físico, mental e social do indivíduo e da coletividade, e redução do risco de
doenças e outros agravos;
II - acesso universal e igualitário às ações e ao serviço de saúde,
em todos os níveis;
III - direito à obtenção de informações e esclarecimentos de
interesse da saúde individual e coletiva, assim como as atividades
desenvolvidas pelo sistema;
IV - atendimento integral do indivíduo, abrangendo a promoção,
preservação e recuperação de sua saúde.

Artigo 189 – As ações de saúde são de relevância pública,


cabendo ao Município dispor, nos termos da Lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle.
§ 1º - As ações e os serviços de preservação de saúde abrangem
o ambiente natural, os locais públicos e de trabalho.
§ 2º - As ações e serviços de saúde serão realizados,
preferencialmente, de forma direta, pelo Município.
§ 3º - As instituições privadas poderão participar, em caráter
supletivo do sistema de saúde do Município, segundo as diretrizes deste,
mediante contrato público, com preferências às entidades filantrópicas e às sem
fins lucrativos.
§ 4º - A assistência à saúde é livre à iniciativa particular.
§ 5º - As pessoas físicas e as pessoas jurídicas de direito privado,
quando participarem do Sistema Único de Saúde, ficam sujeitas às suas
diretrizes e às normas administrativas incidentes sobre o objeto de convênio ou
de contrato.
§ 6º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílio ou
subvenções às instituições particulares com fins lucrativos.

Artigo 190 – As ações e os serviços de saúde executados e


desenvolvidos pelo Município, por sua administração direta e indireta,
constituem o Sistema Único de Saúde, nos termos da Constituição Federal, que
se organizará de acordo com as seguintes diretrizes e bases:
I - descentralização, sob a direção de um profissional de saúde,
obrigatoriamente médico;
II - universalização da assistência de igual qualidade com
instalação e acesso a todos os níveis dos serviços de saúde à população urbana
e rural.
III - gratuidade dos serviços prestados, vedada a cobrança de
despesas e taxas sob qualquer título;
IV - integração das ações e serviços, com base na regionalização e
hierarquização do atendimento individual e coletivo adequado às diversas
realidades epidemiológicas.

Artigo 191 – São competências do Município, exercidas pela


Secretaria da Saúde ou equivalente:
I - comando do SUS – Sistema Único de Saúde no âmbito do
Município, em articulação com a Secretaria do Estado de Saúde.
II – formulação e a implantação da política de recursos humanos
na esfera municipal, de acordo com as políticas nacional e estadual de
desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;
III - garantir aos profissionais de saúde planos de carreira,
isonomia salarial, admissões através de concurso, incentivos à dedicação
exclusiva e tempo integral, capacitação e reciclagem permanentes, condições
adequadas de trabalho para a execução de suas atividades em todos os níveis;
IV - elaboração e atualização periódica do Plano Municipal de
Saúde em termos de prioridade e estratégias municipais, em consonância com o
Plano Estadual de Saúde e de acordo com as diretrizes do Conselho Municipal
de Saúde;
V - elaboração e atualização da proposta orçamentária do SUS –
Sistema Único de Saúde para o Município;
VI - administração do Fundo Municipal de Saúde;
VII - compatibilização e complementação das normas técnicas do
Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde, de acordo com a
realidade municipal;
VIII - proposição de Projetos de Lei municipais que contribuam
para viabilizar e concretizar o SUS – Sistema Único de Saúde no Município;
IX - implementação do Sistema de Informações em Saúde, no
âmbito Municipal;
X - acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de
morbi-mortalidade, no âmbito do Município;
XI - execução, no âmbito do Município, dos programas e projetos
estratégicos para o enfrentamento das prioridades nacionais, estaduais e
municipais, assim como situações emergênciais;
XII - complementação das normas referentes às relações com o
setor privado e a celebração dos contratos com serviços privados de
abrangência municipal;
XIII - assistência integral à saúde, respeitadas as necessidades
específicas de todos os segmentos da população;
XIV - identificação e o controle dos fatores determinantes e
condicionantes da saúde individual e coletiva, mediante, especialmente, ações
referentes à:
a) vigilância sanitária, nas ações que competem ao Município a
saber, fiscalização do comércio, produtos alimentícios em geral, das ações de
saneamento básico, incluindo também o controle de vetores;
b) vigilância epidemiológica;
c) saúde do trabalhador;
d) saúde do idoso;
e) saúde da mulher;
f) saúde da criança e do adolescente;
g) saúde dos portadores de deficiência;
XV - planejamento e execução das ações de controle do meio
ambiente e de saneamento básico no âmbito do município em articulação com
os demais órgãos governamentais;
XVI - colaboração na proteção do meio ambiente, inclusive do
trabalho, atuando em relação ao processo produtivo para garantir:
a) acesso aos trabalhadores às informações referentes às
atividades que competem riscos à saúde e a métodos de controle, bem como
aos resultados das avaliações realizadas;
XVII - é assegurada a cooperação dos sindicatos de trabalhadores
nas ações de vigilância sanitária desenvolvidas no local de trabalho;
XVIII - propor atualizações periódicas ao Código Sanitário
Municipal.

Artigo 192 – As ações e os serviços de saúde executados e


desenvolvidos pelos órgãos e instituições públicas municipais da Administração
direta, autárquica e outras, constituem o Sistema Único de Saúde, nos termos
da Constituição Federal, que se organizará ao nível do Município, de acordo
com as diretrizes desta Lei, sempre sob a direção de um médico.

Artigo 193 – O Sistema Municipal de Saúde será financiado com


recursos de orçamento do Município, do Estado, da Seguridade Social, da
União, além de outras fontes que constituirão o Fundo Municipal de Saúde.
§ 1º - O volume dos recursos destinados à saúde pelo Município,
deverá constar anualmente, na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
§ 2º - Os recursos financeiros do Sistema Municipal de Saúde
vinculados à Secretaria Municipal de Saúde, serão subordinados quanto à sua
disposição, às diretrizes da Política Municipal de Saúde; e, quanto ao controle e
fiscalização, ao Conselho Municipal de Saúde.
§ 3º - A instalação de quaisquer novos serviços públicos de saúde
deve ser discutida e aprovada no âmbito do Sistema Único de Saúde e do
Conselho Municipal de Saúde, levando-se em consideração a demanda,
cobertura, distribuição geográfica, grau de complexidade e articulação no
sistema.

Artigo 194 – O Município obrigatoriamente custeará as despesas


com a realização de exames para diagnósticos precoce de fenilcetonúria e de
hipotireoidismo congênito, em todas as crianças nascidas através de partos
custeados pelo SUDS – Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde, ainda
que a preço de custo do dia.
Parágrafo Único – O Município poderá realizar os exames de que
trata o “caput” deste artigo, nas suas Unidades Básicas.

Artigo 195 – Ficam criadas no Município, 02 (duas) instâncias


colegiadas de caráter deliberativo: a Conferência Municipal de Saúde e o
Conselho Municipal de Saúde, cujas composições e atribuições serão definidas
em Lei.

Artigo 196 – O gerenciamento do Sistema Municipal de Saúde


deve seguir critérios de compromisso com o caráter público dos serviços e a
eficácia de seu desempenho, e sua avaliação será feita pelos órgãos colegiados
deliberativos (Conselho e Conferência).

Artigo 197 – É vedada a nomeação ou designação para cargo ou


função de chefia ou assessoramento, na área de saúde, em qualquer nível, de
pessoa que participe de direção, gerência ou administração de entidades que
mantenham contrato ou convênios com o SUS – Sistema Único de Saúde, a
nível municipal, ou seja, por ele credenciadas.

SEÇÃO III

DA PROMOÇÃO SOCIAL

Artigo 198 – As ações do Município, por meio de programas e


projetos da área de promoção social, serão organizadas, elaboradas,
executadas e acompanhadas com base nos seguintes princípios:
I - participação da comunidade;
II - descentralização administrativa, respeitada a legislação federal,
considerando o Município e as comunidades como instâncias básicas para o
atendimento e realização dos programas;
III - integração das ações dos órgãos e entidades da administração
em geral, compatibilizando programas e recursos e evitando a duplicidade de
atendimento entre as esferas municipal e estadual.
Artigo 199 – É vedada a distribuição de recursos públicos, na área
de assistência social, diretamente ou por indicação e sugestão ao órgão
competente, por ocupantes de cargos eletivos.

Artigo 200 – Compete ao Município, na área de Assistência Social:


I - formular políticas municipais de assistência social em
articulação com a política estadual e federal;
II - legislar e normatizar sobre matéria de natureza financeira,
política e programática na área assistencial, respeitadas as diretrizes e princípio
federais e estaduais;
III - planejar, coordenar, executar, controlar, fiscalizar e avaliar a
prestação de serviços assistenciais de nível municipal em articulação com as
demais esferas do governo;
IV - registrar e autorizar a instalação e funcionamento de entidades
assistenciais não governamentais.

Artigo 201 – O Município criará o Conselho Municipal de


Promoção Social, cuja composição, funções e regulamentos serão definidos em
Lei.

Artigo 202 – Para efeitos de subvenção municipal, as entidades de


assistência social atenderão aos seguintes requisitos:
I - integração dos serviços à política municipal de assistência
social;
II - garantia de qualidade dos serviços;
III - prestação de contas para fins de renovação de subvenção;
IV - existência na estrutura organizacional da entidade de um
Conselho Deliberativo com representação dos usuários.
Artigo 203 – A Lei assegurará isenção tributária em favor das
pessoas jurídicas de natureza assistencial, instaladas no Município que tenham
como objetivo o amparo ao menor carente, ao deficiente e ao idoso, sem fins
lucrativos e que sejam declaradas de utilidade pública municipal.

SEÇÃO IV

DA PROTEÇÃO ESPECIAL

Artigo 204 – O Município suplementará a legislação federal e


estadual, dando prioridade à assistência pré-natal, à adolescência, aos idosos e
às pessoas portadoras de deficiência.
§ 1º - Para a execução do previsto no “caput” deste artigo, serão
adotadas, entre outras, as seguintes medidas:
I - amparo e promoção das famílias sem recursos;
II - ação contra os males que são instrumentos de dissolução da
família;
III - estímulo aos pais e às organizações sociais, para a formação
física, intelectual, profissional, cívica, moral e espiritual;
IV - colaboração com as entidades assistenciais que visem a
proteção e a educação da criança e do adolescente;
V - amparo às pessoas idosas, assegurando sua participação na
família e na comunidade, defendendo sua dignidade e bem estar, garantindo-
lhes o direito à vida.
VI - propiciar soluções para os problemas dos menores
desamparados e ou desajustados, visando a sua permanente recuperação e
posterior reintegração ao seio da comunidade;
VII - O Município dará prioridade para a assistência pré-natal e a
infância, assegurando ainda condições de prevenção de deficiências, integração
social de seus portadores, mediante treinamento para o trabalho e para a
convivência, por meio de:
a) criação de Centros Profissionalizantes para treinamento,
habitação e reabilitação profissional de portadores de deficiências, oferecendo
os meios adequados para esse fim aos que não tenham condições de freqüentar
a rede regular de ensino.

Artigo 205 – Para proteção da criança e do adolescente o


Município criará Fundo Especial respectivo, conforme dispuser a Lei.
Parágrafo Único - O Fundo Municipal para a criança e o
adolescente captará recursos a serem aplicados em ações sociais que façam
parte da política municipal de proteção e a defesa da criança e do adolescente.

Artigo 206 – É assegurado na forma da Lei, aos portadores de


deficiência e aos idosos, acesso adequado aos logradouros e edifícios de uso
público, bem como aos veículos de transporte coletivo urbano.
Artigo 207 – O Município concederá gratuidade nos transportes
coletivos de empresas públicas e privadas, para as pessoas portadoras de
deficiência física e seu acompanhante, quando provada a baixa renda e
enquanto o transporte for usado para educação e tratamento.

Artigo 208 – O Município terá local adequado para atendimentos


aos portadores do vírus HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana, com a
assistência de profissionais competentes, na forma da Lei.

Artigo 209 – A assistência social ao idoso deverá ser provida pelo


Poder Público Municipal, através de seus órgãos competentes ou por meio de
convênios e entidades especializadas na comunidade.
Parágrafo Único: - As entidades, para serem conveniadas
deverão manter atendimento técnico especializado e condizente com a
dignidade da pessoa idosa.

Artigo 210 – Fica criado o Conselho Municipal da Condição


Feminina, cuja composição e atribuições serão definidos em Lei.

CAPÍTULO II

DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA, DOS ESPORTES E LAZER

SEÇÃO I

DA EDUCAÇÃO

Artigo 211 – A educação, enquanto direito de todos, é um dever


do Poder Público e da sociedade que deve ser baseado nos princípio da
democracia, da liberdade de expressão, da solidariedade e do respeito aos
direitos humanos, visando constituir-se em instrumento de desenvolvimento da
capacidade de elaboração e de reflexão crítica da realidade.

Artigo 212 – O ensino será ministrado com base nos seguintes


princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola;
II – garantia de padrão de qualidade;
III – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
IV – gestão democrática do ensino, garantida a participação de
representantes da comunidade;
V – pluralidade de idéias e concepções pedagógicas;
VI – valorização dos profissionais de ensino, garantindo, na forma
da Lei, plano de carreira para o magistério, com piso salarial profissional, e
ingresso no magistério exclusivamente por concurso público de provas e títulos,
exceto para o cargo de diretor, e regime jurídico único para todas as instituições
mantidas pelo Município;
VII – participação ampla de entidades que congreguem pais de
alunos, professores e outros funcionários com o objetivo de colaborar com o
funcionamento eficiente de cada estabelecimento.

Artigo 213 – O Plano Municipal de Educação, de duração


plurianual, estabelecido em Lei, em consonância com a legislação estadual e
federal, é de responsabilidade do Poder Público Municipal, elaborado pelo
Executivo Municipal, consultado o Conselho Municipal de Educação e baseado
nas normas estabelecidas pelo Sistema Municipal de Ensino.

Artigo 214 – O Município organizará o seu Sistema Municipal de


Ensino, obedecendo aos princípios estabelecidos na Constituição Federal,
Estadual e nesta Lei Orgânica.

Artigo 215 – O Município promoverá, através de convênios com a


União, o Estado e a iniciativa privada a implantação de cursos
profissionalizantes e práticos, desde que o horário não interfira na programação
oficial dos Estabelecimentos de Ensino.

Artigo 216 - O dever do Município para com a educação será


efetivado mediante garantia de:
I – atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 (zero) a 6
(seis) anos de idade;
II – apoio e investimento no ensino fundamental, obrigatório e
gratuito, inclusive àqueles que não tiverem acesso a ele em idade própria;
III – progressiva extensão de obrigatoriedade e gratuidade do
ensino médio;
IV – atendimento educacional especializados aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
V - oferta de ensino noturno regular adequado às condições do
educando;
VI – atendimento ao educando no ensino fundamental, através de
programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde.
§ 1º - O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público,
ou sua oferta irregular, importará responsabilidade da autoridade competente.
§ 2º - Compete ao Poder Público colaborar com o Estado no
acesso, permanência e ressenceamento dos educandos do ensino fundamental.
Artigo 217 – O Poder Público Municipal poderá atuar nos níveis
mais elevados de ensino quando a demanda do sistema educacional da cidade
estiver satisfatoriamente atendida, do ponto de vista qualitativo e quantitativo.

Artigo 218 - O financiamento da educação especial para


portadores de deficiência, em parceria com instituições filantrópicas e
comunitárias, incidirá sobre as verbas públicas destinadas à educação, em
percentual nunca inferior a 3% (três por cento).
§ 1º - O atendimento às pessoas deficientes poderá ser oferecido
mediante o estabelecimento de convênios com instituições sem fins lucrativos,
sob a prévia autorização legislativa e sob a supervisão do Poder Público.
§ 2º - O Poder Executivo se necessário, suplementará verba para o
atendimento ao disposto no “caput” deste artigo.

Artigo 219 – Comprovada a incapacidade financeira de toda


criança ou jovem em idade escolar, identificado por documento hábil emitido
pela direção do Estabelecimento poderá desde que verificada a inexistência de
vaga no Estabelecimento de Ensino de seu bairro, obter licença para usufruir
gratuitamente do transporte coletivo.

Artigo 220 – Fica criado o Conselho Municipal de Educação, cuja


composição e atribuições, serão definidos em Lei.

Artigo 221 – O Poder Executivo encaminhará para apreciação


legislativa a proposta do Plano Municipal de Educação, elaborada pelo
Executivo com a participação do Conselho Municipal de Educação.
§ 1º - O Plano Municipal de Educação conterá estudos sobre as
características sociais, econômicas, culturais e educacionais, bem como as
eventuais soluções a curto, médio e longo prazo.
§ 2º - Uma vez aprovado, o Plano Municipal de Educação poderá
ser modificado por Lei de iniciativa do Executivo ou do Legislativo, sendo
obrigatório o parecer do Conselho Municipal de Educação.
§ 3º - Caberá ao Conselho Municipal de Educação e à Câmara
Municipal, no âmbito de suas competências, exercer a fiscalização sobre o
cumprimento do Plano Municipal de Educação.

Artigo 222 – O Município aplicará, anualmente, 25% (vinte e cinco


por cento), no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida e
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
Parágrafo Único: - Fica assegurada a participação de todos os
segmentos sociais envolvidos no processo educacional do Município, quando da
elaboração do orçamento municipal de educação.

Artigo 223 – O Município publicará, até 01 (um) mês após o


encerramento de cada semestre, informações completas sobre receitas
arrecadadas e transferências de recursos destinados à educação, nestes
períodos, discriminadas por nível de ensino.

Artigo 224 – É facultado ao Município firmar convênios de


intercâmbio e cooperação financeira com entidades públicas, privadas e
assistenciais para a prestação de orientação e assistência na criação e
manutenção de projetos que visem ao desenvolvimento educacional, precedidos
sempre de autorização legislativa.

Artigo 225 – É vedada a cessão de uso, a título gratuito de


próprios públicos municipais, para o funcionamento de estabelecimentos de
ensino privado de qualquer natureza.

SEÇÃO II

DA CULTURA

Artigo 226 – O Município incentivará a livre manifestação cultural


através de:
I – criação, manutenção e abertura de espaços públicos
devidamente equipados e capazes de garantir a produção, divulgação e
apresentação das manifestações culturais e artísticas;
II – oferecimento de estímulos concretos ao cultivo das ciências,
artes e letras;
III – preservação dos edifícios, locais e objetos de interesse
histórico, artístico, arquitetônico e cultural, através de tombamento e outras
medidas previstas em Lei, inclusive em cooperação com o Estado e a União.
IV – incentivo à promoção e divulgação da história, dos valores
humanos e das tradições locais;
V – desenvolvimento de intercâmbio cultural e artístico com outros
Municípios, Estados e Países;
VI – acesso aos acervos das bibliotecas públicas municipais,
museus, arquivos e congêneres;
VII – promoção do aperfeiçoamento e valorização dos profissionais
da cultura, inclusive através da concessão de bolsas de estudos na forma da
Lei.
Parágrafo Único: - É facultado ao Município:
a) firmar convênio de intercâmbio e cooperação financeira com
entidades públicas ou privadas para a prestação de orientação e assistência na
criação e manutenção de bibliotecas públicas;
b) promover, mediante incentivos especiais, ou concessão de
prêmios e bolsas, na forma da Lei, atividades e estudo de interesse local, de
natureza científica ou sócio-econômica;
c) produção de livros, discos, vídeos, revistas que visem a
divulgação de autores que enalteçam o patrimônio cultural da cidade, ouvido
sempre o Conselho Municipal de Cultura.

Artigo 227 - Cabe à Administração Pública a gestão de


documentação oficial e as providências para franquear sua consulta a quantos
dela necessitarem, na forma da Lei.

Artigo 228 – O Município criará o Conselho Municipal de Cultura,


cuja composição, funções e regulamentos serão definidos por Lei.

SEÇÃO III

DOS ESPORTES E LAZER

Artigo 229 – É dever do Município fomentar práticas desportivas


formais e não formais, como direito de todos, observados:
a) a autonomia das entidades esportivas, dirigentes e associações,
quanto à sua organização e funcionamento;
b) os demais deveres do Município na fomentação das práticas
desportivas formais e não formais serão estabelecidas em Lei;
c) o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não
profissional;
d) a criação e manutenção de cursos e práticas desportivas
voltadas às crianças e aos jovens.

Artigo 230 – O Poder Público incrementará a prática desportiva às


crianças, aos adolescentes, aos idosos e aos portadores de deficiências.
Parágrafo Único: - Toda prática desportiva deverá estar vinculada
a uma ação educacional e cultural.

Artigo 231 – Fica criada a Comissão Municipal de Esportes, cuja


composição e atribuições serão definidas em Lei.

Artigo 232 – O Município proporcionará meios de lazer sadio e


construtivo à comunidade, mediante:
I – reserva de espaços verdes ou livres, em forma de parques,
bosques e jardins, como base física da recreação urbana;
II – construção de equipamentos de parques infantis, centros de
juventude e edifícios de convivência comunal;
III – aproveitamento e adaptação de rios, vales, colinas, lagos,
matas e outros recursos naturais, como locais de passeio e distração.

Artigo 233 – Fica criado o Conselho de Diversões Públicas, cuja


composição e atribuições, serão definidos em Lei.
Artigo 234 – Os serviços municipais de esportes e recreação
articular-se-ão entre si com as atividades culturais do Município, visando a
implantação e ao desenvolvimento do turismo.

CAPÍTULO III

DA COMUNIDADE SOCIAL

Artigo 235 – A ação do Município, no campo da comunicação,


fundar-se-á sobre os seguintes princípios:
I – democratização do acesso à informações;
II – pluralismo e multiplicidade das fontes de informação;
III - visão pedagógica da comunicação dos órgãos e entidades
públicas.

CAPÍTULO IV

DA DEFESA DO CONSUMIDOR

Artigo 236 – O Município promoverá a defesa do consumidor,


mediante adoção de medidas de orientação e fiscalização, definidas em Lei.
Parágrafo Único: - A Lei definirá também os direitos básicos dos
consumidores e os mecanismos de estímulo à auto-organização da defesa do
consumidor, de assistência jurídica e policial especializada e de controle de
qualidade dos serviços públicos.

Artigo 237 – O Município criará o Conselho Municipal de Defesa


do Consumidor, com finalidade precípua de fiscalização de preços dos produtos
componentes da cesta básica, e demais atribuições definidas em Lei.

CAPÍTULO V

DO MEIO AMBIENTE

Artigo 238 – A comunidade tem direito ao meio ambiente


ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Município e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao
Município:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético
do Município e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético;
III – definir em todo o seu território, espaços e seus componentes a
serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de Lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV – exigir, na forma da Lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de
técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade
de vida e ao meio ambiente;
VI – promover a educação ambiental nos níveis de ensino de sua
competência e conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da Lei, as
práticas que coloquem em risco sua fauna ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais à crueldade.
Parágrafo Único: - As condutas e atividades consideradas lesivas
ao meio ambiente, sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções administrativas, independentemente da sanção penal que couber e da
obrigação de reparar os danos causados.

CAPÍTULO VI

SANEAMENTO BÁSICO

Artigo 239 – O Município deverá garantir à população urbana, o


abastecimento de água em quantidade suficiente e cuja qualidade esteja de
acordo com padrões de potabilidade.

Artigo 240 – O Município deverá prover a zona urbana, em toda a


sua extensão, de sistema de coleta de esgotos sanitários, devendo os mesmos,
antes de lançados em corpos d’água serem obrigatoriamente tratados.
Artigo 241 – O Município adotará o sistema de aterro sanitário
para disposição dos lixos urbanos, como forma de evitar a poluição ambiental.
§ 1º - O disposto no “caput” do artigo não impede a instalação no
Município, de indústrias de aproveitamento do lixo urbano ou de outras formas
de disposição sanitariamente adequadas.
§ 2º - Os resíduos sólidos de origem séptica e cirúrgica deverão
ser obrigatoriamente incinerados em incineradores adequadamente projetados,
construídos e operados pelo Poder Público Municipal, como forma de se evitar a
proliferação de doenças infecto-contagiosas.
§ 3º - A coleta, o transporte, o tratamento e destinação final do lixo
urbano, serão regulamentados por Lei.
Artigo 242 – O Município, com a finalidade de garantir os serviços
e obras de saneamento básico, reservará, anualmente, na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, verbas para tal fim.
Jaboticabal, 05 de abril de 1990.

DAWSON APARECIDO MIRANDA MOACIR


PAZETO
Presidente Vice-
Presidente
CARLOS EDUARDO PEDROSO FENERICH JOSÉ JORGE
GEBARA
1º Secretário 2º Secretário

AYRES DE CAMPOS ADAIL ALÉSSIO DE


SIMONI
Presidente da Comissão de Sistematização
Relator

VEREADORES

EDINO PEREIRA DOS SANTOS JOSÉ AUGUSTO DE


MIRANDA
JOSÉ CARLOS CAPELOTTO JOSÉ FRANCISCO
ESPANHOL
LUIZ CARLOS LAURINDO MARIA AMÉLIA SABINO
MARIA CARLOTA NIERO ROCHA NELSON APARECIDO
PRETTI
SIDNEY FRAGUAS ULISSES MORELLO
WALDEMAR MARTINS

TÍTULO VII

ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Artigo 1º - A Mesa da Câmara Municipal providenciará a


elaboração de seu novo Regimento Interno, através de Resolução que deverá
ser promulgada após 03 (três) meses de vigência desta Lei.
§ 1º - O Regimento Interno a que se refere este artigo estabelecerá
os seguintes dispositivos:
I – Instituirá a Tribuna Livre dentro das Sessões Ordinárias da
Câmara Municipal de Jaboticabal, através da qual, será garantido aos eleitores
inscritos no Município, o direito de expor verbalmente no Plenário, temas de
interesse da coletividade, para debate ou denúncias.
II – A Câmara Municipal, reunir-se-á ordinariamente 02 (duas)
vezes ao mês, às primeiras e terceiras segundas-feiras.
§ 2º - Enquanto não for promulgada a Resolução de que trata este
artigo, permanece em vigor o atual Regimento.

Artigo 2º - O disposto do artigo 21 desta Lei Orgânica, só entrará


em vigor a partir da próxima legislatura.

Artigo 3º - Para o cumprimento do inciso VII do artigo 17 da Lei


Orgânica, a Câmara Municipal criará sua Assessoria Jurídica, na forma da Lei.

Artigo 4º - O Município criará o Serviço de Documentação


Jurídica, que entre outras, terá a atribuição de proceder à revisão e consolidação
da legislação municipal.

Artigo 5º - Dentro do prazo de 18 (dezoito) meses após a vigência


da presente Lei Orgânica o Poder Executivo enviará à Câmara Municipal,
Projetos de Lei dispondo sobre:
I – Código Tributário Municipal;
II – Código de Obras ou de Edificações;
III – Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;
IV - Código de Zoneamento, Parcelamento, Loteamento, Uso e
Ocupação do Solo Urbano;
V – Código de Posturas.
Parágrafo Único: - Enquanto essas Leis não forem promulgadas,
prevalece a legislação em vigor.

Artigo 6º - Dentro do prazo improrrogável de 02 (dois) meses, da


vigência da presente Lei Orgânica, a Administração Municipal deverá adequar-
se ao disposto nos artigos 96 e 97.

Artigo 7º - O Município constituirá Guarda Municipal, de acordo


com o que dispõe o inciso V do artigo 9º, desta Lei Orgânica, dentro do prazo de
12 (doze) meses.

Artigo 8º - O Poder Executivo mediante convênio com o Governo


do Estado, poderá instalar no Município, uma unidade do Corpo de Bombeiro da
Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Artigo 9º - Dentro do prazo de 12 (doze) meses de vigência desta


Lei Orgânica, o Município delimitará com marcos oficiais suas divisas
intermunicipais, observada a legislação pertinente.
Artigo 10 - Dentro do prazo de 12 (doze) meses de vigência desta
Lei Orgânica, o Poder Executivo organizará planta, que será, periodicamente,
atualizada, estabelecendo o número e limites dos bairros do Município,
observadas as denominações tradicionais.
Artigo 11 – Revogado

Artigo 12 - Dentro do prazo de 12 (doze) meses da vigência desta


Lei Orgânica, o Município de Jaboticabal promoverá levantamento dos bens
que, por suas características, sejam susceptíveis de tombamento para o
patrimônio artístico e histórico-cultural de Jaboticabal.

Artigo 13 - O Município instituirá, de acordo com o Código


Nacional de Trânsito, regulamento disciplinando o tráfego de veículos na zona
urbana, inclusive os não motorizados, e definirá local permanente para aulas
práticas e formação de motoristas em geral, e exame de habilitação.

Artigo 14 - Dentro do prazo de 12 (doze) meses de vigência desta


Lei Orgânica, o Poder Executivo, encaminhará à Câmara Municipal, o Projeto de
Lei que autorizará o Poder Público, a alienação de seus imóveis de natureza
residencial, ocupados a título de locação, observados os critérios de
financiamento da casa própria do Sistema Financeiro da Habilitação, respeitado
o direito de preferência dos atuais locatários.

Artigo 15 - Dentro do prazo de 06 (seis) meses da vigência da


presente Lei Orgânica, o Poder Executivo enviará Projeto de Lei à Câmara
Municipal, dispondo sobre a regularização de edificações de residências
clandestinas.

Artigo 16 - Os servidores públicos municipais da Administração


direta, autárquica e das fundações públicas municipais, em exercício na data da
promulgação da Constituição Federal há pelo menos 05 (cinco) anos
continuados, e que não tenham sido admitidos na forma do disposto no artigo
119, desta Lei Orgânica, são considerados estáveis no serviço público
municipal.
§ 1º - O disposto neste artigo, não se aplica aos ocupantes de
cargos, funções e empregos de confiança ou em comissão, nem aos que a Lei
declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço não será computado para
fins do “caput” deste artigo, exceto se se tratar de servidor.
§ 2º - Aos servidores públicos municipais da Administração direta,
autárquica e das fundações públicas municipais considerados estáveis na forma
do disposto neste artigo, aplicam-se as vantagens do artigo 128 e seus
parágrafos desta Lei Orgânica.

Artigo 17 – Os servidores públicos municipais da Administração


direta, autárquica e das fundações públicas municipais, que foram contratados
para o exercício de determinada função, mas que designados para outras a
exerçam pelo menos desde a data de instalação da Câmara Municipal
Constituinte, tem assegurado o direito de opção pela função inicial ou atual,
quando do enquadramento no plano de cargos, carreiras e salários.
Parágrafo Único: - Será assegurado ao servidor público em
questão, uma vez feita a opção de forma expressa, o automático ingresso no
plano de cargos, carreiras e salários, no nível compatível com o tempo de efetivo
exercício desde o ingresso no serviço público municipal, até a data do efetivo
enquadramento, na forma do disposto na presente Lei Orgânica.

Artigo 18 - Ao servidor público municipal da Administração direta,


autárquica e das fundações públicas municipais beneficiado pela estabilidade
prevista no artigo 16 das Disposições Transitórias, é assegurado o automático
ingresso no plano de cargo, carreiras e salários, no nível compatível com o
tempo de efetivo exercício, contado desde a data de ingresso no serviço público
municipal, até a data do seu efetivo enquadramento, independentemente de
concurso.

Artigo 19 - Ao servidor público municipal não beneficiado pela


estabilidade prevista no artigo 19 das Disposições Constitucionais Transitórias
da Constituição Federal, uma vez aprovado em concurso público é assegurado o
automático ingresso no plano de cargos, carreiras da Administração pública
municipal direta e indireta, no nível compatível com o tempo de efetivo exercício
contado desde a data do ingresso no serviço público municipal, até a data do
efetivo enquadramento.

Artigo 20 - Dentro do prazo de 06 (seis) meses da vigência desta


Lei Orgânica, o Poder Executivo enviará à Câmara Municipal, Projeto de Lei
dispondo sobre o previsto no artigo 117 desta Lei Orgânica.

Artigo 21 - O Código Tributário do Município conterá os seguintes


dispositivos:
I – autorização ao Executivo Municipal para remissão de até 50%
(cinqüenta por cento) do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial
Urbana:
a) nas habitações pertencentes aos limites territoriais dos
Conjuntos Habitacionais (COHABs), considerados populares, já existentes ou
que venham a ser construídos no Município de Jaboticabal, com até 65 m²
(sessenta e cinco metros quadrados) de área construída, desde que seja
propriedade residencial única e seu proprietário nela resida.
b) nas habitações com até 65m² (sessenta e cinco metros
quadrados) de área construída, bem como naquelas cujas plantas sejam
consideradas populares pela legislação específica, desde que seja propriedade
residencial única e seu proprietário nela resida.
c) quando o proprietário de um único imóvel, onde resida,
comprovar ser aposentado ou pensionista, e que receba até 03 (três) salários
mínimos mensais.
II – O Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza:
a) incidirá sobre as atividades não compreendidas na competência
estadual, definidos em Lei Complementar;
b) não incidirá sobre atividades artísticas, culturais e esportivas, a
partir da promulgação da presente Lei Orgânica.
Artigo 22 - Aos ex-combatentes, que tenham participado da
Segunda Guerra Mundial e da Revolução Constitucionalista de 1932 e que
residam no Município de Jaboticabal, há pelo menos 03 (três) anos, estão
assegurados os seguintes direitos:
I – isenção do pagamento do IPTU – Imposto Predial e Territorial
Urbano de imóvel onde residam, desde que não possuam outra propriedade;
II – aproveitamento no serviço público, sem exigência de concurso.
Parágrafo Único: - O direito estabelecido no inciso I será
assegurado, em caso de morte do ex-combatente, à viúva, companheira ou
dependentes incapazes.

Artigo 23 - Fica criado o Conselho Municipal do Negro, cuja


composição e atribuições, serão definidos em Lei.

Artigo 24 - O Poder Executivo regulamentará através de legislação


específica, a concessão de Bolsa de Estudos a estudantes de comprovada
incapacidade financeira.

Artigo 25 - O transporte de alunos universitários para faculdades


de cidades da região, será disciplinado em Lei, observada, obrigatoriamente, a
gratuidade ao aluno carente.

Artigo 26 – Dentro do prazo de 12 (doze) meses da vigência desta


Lei Orgânica, o Poder Executivo fica obrigado a apresentar estudos e projetos
que viabilizem a instituição de consórcio entre municípios circunvizinhos para
solução comum na destinação do lixo urbano, com a implantação da indústria de
aproveitamento.

Artigo 27 – Dentro do prazo de 06 (seis) meses da vigência desta


Lei Orgânica, o Poder Executivo enviará projeto de Lei à Câmara Municipal,
dispondo sobre o uso e armazenamento de agrotóxicos, seus componentes e
afins.

Artigo 28 – Dentro do prazo de 12 (doze) meses da vigência da


presente Lei Orgânica, o Poder Executivo enviará à Câmara Municipal, Projeto
de Lei sobre o disposto nos artigos 158, 173, 195, 201, 205, 210, 220, 228, 231,
233 e 237 e sobre o disposto no artigo 23 destas Disposições Transitórias.

Artigo 29 – Até 31 de dezembro de 1990, as autarquias


municipais, instituídas ou mantidas pelo Poder Público Municipal, incorporarão
aos seus regulamentos ou estatutos as normas desta Lei Orgânica do Município
que digam respeito às suas atividades e serviços.
Artigo 30 – Dentro do prazo de 03 (três) meses da vigência desta
Lei Orgânica, o Poder Executivo, obrigatoriamente imprimirá e distribuirá
exemplares com seu conteúdo integral, podendo para tanto, usar de patrocínio.

Artigo 31 – A revisão desta Lei Orgânica será iniciada


imediatamente após o término do previsto no artigo 3º do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição Estadual e aprovada pelo voto da
maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.

Jaboticabal, 05 de abril de 1990.

DAWSON APARECIDO MIRANDA MOACIR


PAZETO
Presidente Vice-
Presidente
CARLOS EDUARDO PEDROSO FENERICH JOSÉ JORGE
GEBARA
1º Secretário 2º Secretário

AYRES DE CAMPOS ADAIL ALÉSSIO DE


SIMONI
Presidente da Comissão de Sistematização
Relator

VEREADORES

EDINO PEREIRA DOS SANTOS JOSÉ AUGUSTO DE


MIRANDA
JOSÉ CARLOS CAPELOTTO JOSÉ FRANCISCO
ESPANHOL
LUIZ CARLOS LAURINDO MARIA AMÉLIA SABINO
MARIA CARLOTA NIERO ROCHA NELSON APARECIDO
PRETTI
SIDNEY FRAGUAS ULISSES MORELLO
WALDEMAR MARTINS

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