Perturbações de Aprendizagem e Do Comportamento

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Abdala António Vanocha


Admira António
Amina Augusto Joaquim Alberto
Amina Braimo
Lucas José
Nicha David Arlindo Traquinho Mourão

Perturbações de Aprendizagem e do Comportamento

(Licenciatura em Ensino Básico com Habilitações em Supervisão e Inspecção


Pedagógica da Escola Básica)

Universidade Rovuma
Nampula
2022
1

Abdala António Vanocha


Admira António
Amina Augusto Joaquim Alberto
Amina Braimo
Lucas José
Nicha David Arlindo Traquinho Mourão

Perturbações de Aprendizagem e do Comportamento

Trabalho a ser apresentado da Cadeira de


Psicologia de aprendizagem no curso de
Licenciatura em Ensino Básico com
Habilitações em Supervisão e Inspecção
Pedagógica da Escola Básica 2º ano EaD.
Leccionada pela:
Docente: Sónia Duarte Giquira

Universidade Rovuma

Nampula

2022
2

Índice
Introdução..........................................................................................................................3

Perturbações de Aprendizagem e do Comportamento......................................................4

Perturbações do comportamento.......................................................................................7

Conceito de perturbações de aprendizagem e do comportamento....................................8

Dificuldades de aprendizagem e do comportamento.......................................................10

Características das dificuldades de aprendizagem e do comportamento.........................12

Tipos de dificuldades de aprendizagem e do comportamento.........................................18

Conclusão........................................................................................................................22

Bibliografia......................................................................................................................23
3

Introdução

O presente trabalho de carácter avaliativo em grupo visa abordar sobre Perturbações de


Aprendizagem e do Comportamento, conceito de perturbações de aprendizagem e do
comportamento, dificuldades de aprendizagem e de comportamento, características das
dificuldades de aprendizagem e do comportamento e tipos de dificuldades de
aprendizagem e do comportamento.

Todavia a Perturbação do Comportamento é caracterizada pela ocorrência de um padrão


de comportamento persistente e repetitivo no qual são violados direitos básicos de
terceiros ou importantes regras e normas sociais próprias para a idade do sujeito.

Para que estas questões sejam adequadamente abordadas ora se recorrer ao método de
pesquisa bibliográfica.
4

Perturbações de Aprendizagem e do Comportamento

Perturbações de Aprendizagem

As perturbações de aprendizagem são casos relacionados a imperfeição de leitura, fazer


cálculos e outros aspectos relacionados a aprendizagem conforme explicam:

As dificuldades de aprendizagem específica significa uma perturbação num ou mais dos


processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou utilização da língua
falada ou escrita que pode manifestar-se por uma aptidão imperfeita de escutar, pensar,
ler, soletrar ou fazer cálculos matemáticos. O termo não engloba crianças que tem
problemas resultantes de deficiências visuais, auditivas ou motoras de deficiência
mental, de perturbações emocional ou de desvantagens ambientais, culturais, ou
económicas (CORREIA e MARTINS (s/d., p. 7)

O diagnóstico de Perturbações da Aprendizagem é feito pela síntese da história clínica


do indivíduo (neurodesenvolvimento, saúde, família, educação), por relatórios
psicopedagógicos (pontuações obtidas em testes e observações), e pela resposta à
intervenção, utilizando os seguintes critérios de diagnóstico: a) História ou apresentação
de dificuldades persistentes na aquisição da leitura, escrita, aritmética, ou capacidade de
raciocínio matemático durante os anos de escolaridade (ou seja, durante o período de
desenvolvimento).

O indivíduo deve apresentar pelo menos um dos seguintes: • Leitura lenta, difícil e
imprecisa de palavras.

 Dificuldade em perceber o significado do que se está a ler (por ex., poderá


apresentar uma leitura correcta, mas não perceber a sequência, as relações, as
inferências, ou os significados mais profundos do que está a se ler)
 Ortografia pobre (por ex., pode adicionar, omitir ou substituir vogais ou
consoantes)
 Expressão escrita deficitária (por ex., faz múltiplos erros gramaticais ou de
pontuação dentro das frases, revela falta de clareza na expressão de ideias
escritas, uma pobre organização de parágrafos, ou uma caligrafia
excessivamente pobre)
 Dificuldade em recordar factos numéricos.
 Cálculo aritmético impreciso e lento
5

 Raciocínio matemático ineficaz ou impreciso.


 Evita actividades que impliquem leitura, escrita, ortografia ou aritmética

b) Capacidades actuais (numa ou mais das capacidades académicas anteriormente


mencionadas) estão muito abaixo da média para a idade ou para a inteligência do
indivíduo, grupo cultural ou grupo do mesmo idioma, sexo ou nível de educação,
conforme indicado pela pontuação de testes padronizados de desempenho académico na
leitura, escrita ou matemática, administrados individualmente, cultural e
linguisticamente apropriados ao indivíduo.

c) As dificuldades de aprendizagem não se devem a Perturbações do Desenvolvimento


Intelectual, Atraso no Desenvolvimento Global, nem a um Distúrbio Neurológico,
Sensorial (visão, audição), ou Motor.

d) Dificuldades de aprendizagem, identificados no Critério A (na ausência das


ferramentas, suportes, ou serviços que foram fornecidos para permitir que o indivíduo
compense essas dificuldades), interferem significativamente no rendimento académico,
desempenho ocupacional, ou actividades da vida quotidiana que requerem capacidades
académicas, individualmente ou em qualquer combinação (PALHA, s/d., p. 1-2)

Perturbação da Aprendizagem não é o mesmo que insucesso escolar.

Na etiologia do insucesso escolar, que poderá determinar a adopção de medidas


especiais no âmbito da educação, susceptíveis de poderem levar, entre muitas outras
opções constantes na legislação portuguesa aplicável, à retenção no mesmo ano da
escolaridade, e, consequentemente, a um ciclo vicioso de fracasso pessoal e social,
contam-se inúmeras variáveis, incluídas, por questões de ordem prática, em quatro
grandes grupos:

I. Variáveis orgânicas (por exemplo, a anemia, o hipotiroidismo, o saturnismo, as


doenças genéticas com ou sem afectação do Sistema Nervoso Central, as doenças
crónicas do foro cardíaco, reumatológico, hematológico, neurológico, pneumológico,
gastrenterologico, endocrinologico);

II. Variáveis neurodesenvolvimentais (por exemplo, o Défice de Atenção, as


Perturbações Específicas da Linguagem, as Perturbações do Desenvolvimento
Intelectual, o Estado Limite do Funcionamento Cognitivo, as Perturbações do Espectro
6

do Autismo, as Perturbações da Aprendizagem, as Perturbações da Coordenação


Motora, as Perturbações de Hiperactividade com Défice de Atenção);

III. Variáveis comportamentais e emocionais (por exemplo, as Perturbações de


Ansiedade, as Perturbações Depressivas, as Perturbações de Adaptação, as Perturbações
do Sono, as Perturbações da Relação, as Perturbações do Comportamento Alimentar, a
Perturbação de Oposição e Desafio, a Perturbação da Conduta);

IV. Variáveis familiares, escolares, sociais e culturais (por exemplo, o baixo índice
sociocultural familiar, a pobreza, as baixas expectativas educativas, a inadequação
pedagógica, a legislação desajustada) (PALHA, s/d., p. 4).

O diagnóstico de Perturbação Específica da Aprendizagem (DSM-5, American


Psychiatric Association, 2013), correspondente às antigas e inapropriadas designações
de Dislexia, Disgrafia e Discalculia, só poderá ser formulado quando é possível
demonstrar que há uma discrepância específica (isto é, só em determinada área) entre as
capacidades cognitivas do sujeito, mormente verbais, e as capacidades de aprendizagem
da leitura, da escrita e da matemática. Por outras palavras, de uma criança com
determinado desenvolvimento cognitivo (que, de um ponto de vista do
neurodesenvolvimento, poderá ser inferior à mediana da população), esperaríamos uma
muito melhor aprendizagem (PALHA, s/d., p. 4)

Assim, é com base numa função neurodesenvolvimental específica (neste caso a


aprendizagem, mas, noutras situações, a linguagem ou a coordenação motora,
geradoras, respectivamente, de um quadro de Perturbação Específica de Aprendizagem
ou de um quadro de uma Perturbação do Desenvolvimento da Coordenação Motora)
desproporcionalmente inferior ao desenvolvimento cognitivo, que se poderá evocar o
diagnóstico de uma Perturbação Específica da Aprendizagem.

Existem muitas causas, amiúde concomitantes, para a ocorrência de insucesso escolar:


umas de base orgânicas (a anemia, por exemplo); outras de origem ambiental (a
pobreza, etc.).

No que se refere à Perturbação Específica de Aprendizagem, uma das muitas causas do


insucesso escolar, ela é considerada uma Perturbação Neurodesenvolvimental
específica, logo de origem orgânica, ou, se preferirem, do foro médico (a patologia é
sempre um conceito médico e não educativo).
7

Com efeito, ela é o resultado de uma disfunção específica do Sistema Nervoso Central
(é, pois, uma perturbação de base neurocognitiva) e, no âmbito do processo de
taxonomia nosológica (classificação das doenças), ela deverá assumir uma relevância
idêntica a qualquer uma das outras Perturbações do Sistema Nervoso Central (PALHA,
s/d., p. 4).

A Perturbação da Aprendizagem, cuja incidência na população escolar é, pensase, de,


pelo menos, 5%, é susceptível de gerar graves desvantagens de ordem pessoal,
académica e profissional aos sujeitos por ela afectados; ou seja, de lhes limitar ou
dificultar a actividade ou a participação em condições de igualdade com as demais
pessoas.
Perfil do Transtorno de Aprendizagem

 Redução de memória a longo prazo;


 Perda da automação para fatos numéricos; • Lentidão na escrita/leitura;
 Disfunção no circuito tempo parietooccipital (processamento);
 Atenção sustentada (CAPELLINI, s/d., p. 13).

Perturbações do comportamento

SILVA (2008, p. 4), defende que as perturbações do comportamento é uma conduta


destrutiva, agressiva e/ou desafiadora podendo ser considerada leve, moderada ou
severa. os níveis solitário, Grupal e Indiferenciado que por sua vez abrange vários tipos
de distúrbios de comportamento.

As Perturbações do Comportamento são situações psicopatológicas complexas e de


difícil tratamento.

Segundo (APA, 2002, apud ROSANDO, 2013, p. 118), a Perturbação do


Comportamento é caracterizada pela ocorrência de um padrão de comportamento
persistente e repetitivo no qual são violados direitos básicos de terceiros ou importantes
regras e normas sociais próprias para a idade do sujeito.

Para (bordin & offord, 2000; APA, 2002, apud ROSANDO, 2013, p. 119), a
Perturbação do Comportamento, está frequentemente associada a comportamentos de
risco como: início precoce da actividade sexual, consumo de álcool, consumo de tabaco
ou substâncias ilegais.
8

Os comportamentos disruptivos, que os sujeitos com esta Perturbação apresentam,


integram-se em quatro grupos principais, designadamente, comportamento agressivo
que ameaça ou causa sofrimento a pessoas ou a animais, comportamento não agressivo
que causa prejuízo ou destruição de propriedade, falsificação ou roubo e, violação
grave das normas (APA, 2002, apud, ROSANDO, 2013, p. 118).

Durante o desenvolvimento das crianças e adolescentes, podem ser observados vários


comportamentos disruptivos, como mentir ou faltar às aulas. A detecção precoce e a
implementação de medidas de vigilância e apoio às famílias em risco parecem ter
resultados mais encorajadores do que actuações mais tardias.

No entender de (GRILLO & SILVA, 2004, p. 22), o reconhecimento das primeiras


manifestações que afectam o comportamento permitira que, quando necessário, esses
pacientes sejam encaminhados a diferentes profissionais para intervenções precoces que
possam modificar o curso da enfermidade.

Conceito de perturbações de aprendizagem e do comportamento

PARDILHAO et all (2009, p. 592), defende que os critérios de diagnóstico das


Perturbações Disruptivas do Comportamento encontramse definidos nas classificações
internacionais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders [DSMIVTR] e
International Classification of Diseases [ICD10]).

Este grupo complexo de situações engloba as Perturbações de Oposição e as


Perturbações do Comportamento propriamente ditas. De uma forma geral, as
Perturbações de Oposição são caracterizadas por um padrão habitual de comportamento
negativista, desobediente e desafiante em relação às figuras de autoridade.

As Perturbações do Comportamento caracterizam-se pela presença de padrões


recorrentes e persistentes de: • Dificuldade de aceitação de regras;

 Actos agressivos, desencadeados frequentemente por situações de frustração;


 Comportamentos antisociais, de violação dos direitos básicos dos outros, com
gravidade variável (roubos, mentiras, fugas, destruição de propriedade, agressão
de pessoas e animais) (PARDILHAO et all, 2009, p. 592).

Epidemiologia
9

Na óptica de PARDILHAO et all (2009, p. 593), Estudos internacionais apontam para


uma prevalência de cerca de 5% das Perturbações do Comportamento em idade escolar,
com predomínio no sexo masculino.

As Perturbações de Oposição também são mais frequentes no sexo masculino e parecem


constituir uma forma atenuada ou inicial das Perturbações do Comportamento.
A maioria dos casos de diagnóstico deste tipo de perturbações durante a infância
mantém os sintomas na adolescência. Nos rapazes em idade escolar predominam os
comportamentos de oposição e heteroagressivos, que evoluem com frequência para
comportamentos de características antisociais na adolescência.

As raparigas apresentam menos comportamentos agressivos, mas mais atitudes de


manipulação e, na adolescência, são habituais os comportamentos de risco,
nomeadamente de cariz sexual, com risco de gravidez precoce (Idem, 2009, p. 593)
Algumas das condições que produzem transtornos do comportamento são
geneticamente determinadas e obedecem a padrões de herança mendeliana.

O reconhecimento precoce dessas condições será importante também para o


aconselhamento genético. O caso, por exemplo, de um menino que procura o pediatra
por transtornos do espectro autista e que, ao final da investigação, mostra ter a síndrome
do X frágil. Este diagnóstico determina condutas muito concretas, especialmente no
que diz respeito ao aconselhamento genético da mãe, das irmãs e tias maternas.

Classificação dos transtornos mentais Transtorno mental pode ser conceituado como
uma síndrome ou padrão comportamental ou psicológico que ocorre em um indivíduo e
que se mostra associado com sofrimento ou incapacitação, ou com um risco
significativamente aumentado de sofrimento actual, morte, dor, deficiência ou perda
importante da liberdade (VINOCUR & PEREIRA, 2011, p. 31)

Pode-se considerar três principais grupos diagnósticos na psiquiatria infantil:

a) Desordens emocionais (também descritas como problemas internalizantes), a


exemplo da depressão, ansiedade, desordens obsessivo compulsivas e sumarização, em
que os sinais estão, especialmente, interiorizados nos indivíduos;

b) Desordens de comportamento disruptivo (nomeadas também como problemas


externalizantes), tais como conduta desafiadora excessiva e transtornos de conduta
10

agressividade a pessoas e animais e comportamento transgressor, em que as condutas


estão mais dirigidas para o outro;

c) Transtornos do desenvolvimento, como, por exemplo, problemas de aprendizagem,


desordens autistas, enurese e encoprese (VINOCUR & PEREIRA, 2011, p. 31).

A classificação da Perturbação encontrasse divida em dois subtipos, de acordo com a


idade de início, tipo início na infância – antes dos 10 anos de idade e tipo início na
Adolescência depois dos 10 anos de idade. Cada um deles pode, ainda, apresentar-se de
forma Ligeira, moderada ou grave. Depois dos 18 anos de idade, este tipo de padrão
comportamental passa a ser designado de Perturbação Antisocial da Personalidade
(Bordin & Offord, 2000; APA, 2002, apud ROSANDO, 2013, p. 118).

Dificuldades de aprendizagem e do comportamento

As dificuldades de aprendizagens são difíceis de defini-las, pois formam um grupo


heterogéneo, podem ser categorizadas, como transitórios ou permanentes sendo que
podem ocorrer em qualquer momento no processo de ensino aprendizagem e
correspondem a déficit funcionais superiores como linguagem, percepção, raciocínio
logico, cognição, atenção e afetividade (BERMEJO & LLERA, 1997, DOCKRELL &
Mc SHANNE, 1997, GARCIA, 1998). É comum percebermos que o ato de não
aprender tem sido frequentemente associado à figura do aluno problema. (ZUCOLOTO
E SISTO, 2012).

Nos alerta AQUINO (1997 p.2). “O aluno problema é tomado, em geral como aquele
que padece de certos supostos “distúrbios” psicopedagógico, distúrbios estes que podem
ser de natureza cognitiva (os tais distúrbios de aprendizagem) ou de natureza
comportamental, e nessa ultima categoria enquadra-se um grande conjunto de acções
que chamamos usualmente de indisciplinados”. Dessa forma, a disciplina e o baixo
aproveitamento dos alunos seriam como duas faces de uma mesma moeda,
representando os dois principais obstáculos para o trabalho docente.

Nas escolas nos deparamos muitas vezes com a complexidade de professores diante das
dificuldades de aprendizagem, tomadas de uma inevitável sensação de impotência que
em alguns momentos se deparam diante de um quadro desanimador.
11

ANDRADE (2003, p.15) nos incita a seguinte reflexão: Qual o significado dos termos
aluno com problema ou dificuldade de aprendizagem? São várias as possíveis respostas,
varias as possíveis construções de significados acerca dos termos, sem que uma seja
mais verdadeira que outra. Assim, não podemos previamente acreditar que alunos são
problemas ou que famílias são desajustadas, ou que professores são autoritários.
Precisamos ver uns “quebra-cabeças”, as partes e o todo!

O termo dificuldades de aprendizagem tem sido falado, estudado e discutido


constantemente nos anos atuais. Assim a escola e pais devem criar parcerias para
conseguirem enfrentar o problema sem que um fique apenas atribuindo à culpa ao outro.
A criança quando inicia sua vida escolar, ela traz consigo conhecimento obtido de sua
convivência familiar e social e a escola lhe mostrará caminhos para desenvolvê-las,
portanto o que acontece nessa etapa será decisivo para o resto de sua vida escolar. É nas
séries iniciais que a criança terá sua trajectória definida como aluno “problema ou com
dificuldades.

A criança nas séries iniciais quando realiza uma actividade, uma pintura, participa
oralmente, ela certamente será elogiada, receberá os parabéns, o contrario acontece
quando uma criança está desmotivada, com a auto-estima baixa, não consegue realizar
suas actividades. Todas (escola, professores) logo buscam uma resposta para definir tal
comportamento. Neste momento deve ser formada uma equipe com psicopedagogo,
coordenação pedagógica, direcção escolar, professores e família para analisar as causas
destas dificuldades que podem ser de factor orgânico. (GOMES, apud GUERRA, 2002)

Os problemas de aprendizagem podem ocorrer no inicio da vida escolar como durante e


surgem em situações diferentes para cada aluno, todo e qualquer problema de
aprendizagem sugere um cuidadoso e amplo trabalho, além de uma investigação no
campo em que se manifesta, este trabalho envolve a participação do professor e da
família da criança, para fazerem uma analise da situação e levantar informações sobre o
que está representando esta dificuldade ou empecilho para que este aluno não aprenda.
(JOSÉ E COELHO, 1997).

É importante que o professor conheça as manifestações do pensamento infantil, para


identificar o estagio que o aluno se encontra e ter uma noção bastante clara do que é
uma dificuldade normal, problemático e anormal (ou patológico). O problema de
aprendizagem pode ser considerado como um sintoma, no sentido de que o não aprender
12

não configura um quadro permanente, a maneira a intensidade com que se apresentam, e


a duração torna difícil para o professor diferenciar um problema de aprendizagem de um
distúrbio, ficando par um especialista na área a tarefa de diferenciar uma da outra (JOSÉ
E COELHO, 1997).

Ao professor cabe a tarefa de detectar os problemas que aparecem na sala de aula, e


investigar de forma mais ampla as causas, que abrange os factores orgânicos,
neurológicos, mentais, psicológicos adicionados á problemas ambientais em que a
criança vive. Tal postura facilitará o encaminhamento da criança a um especialista, que
além de tratar de dificuldade da criança poderá orientar melhor o professor a lidar com
este aluno em salas normais ou, se necessário o encaminhamento para salas especiais
para um tratamento adequado da dificuldade detectada.

É importante ressaltar que quando o ato de aprender se apresenta como problemático, é


preciso uma avaliação minuciosa, pois o aluno é um ser social com cultura, linguagem e
valores. (JOSÉ E COELHO, 1997).

Características das dificuldades de aprendizagem e do comportamento

As dificuldades nas habilidades sociais são mais presentes nessas fases da vida onde as
aptidões que possuem é que vão possibilitar ou não relacionamentos sociais. As
interacções sociais não enfocam prioritariamente habilidades de leitura e escrita, mas
sim de comunicação e linguagem, assim, as pessoas com dificuldades de linguagem
estão mais sujeitas a possuir dificuldades nas habilidades sociais. Nos adultos, de acordo
com García (1998, p. 95), quanto às dificuldades, há o desenvolvimento de “transtornos
sócio-emocionais e ansiedade excessiva.”

No enfoque sócio histórico, o conceito formulado por Vygotsky teve importância


essencial. Segundo Garcia (1998, p. 105), esse conceito foi criado relacionando-se aos
processos interactivos já que “as aprendizagens são adquiridas num âmbito social e
somente depois se internalizam ou se tornam individuais.” A Zona de Desenvolvimento
Proximal não é estática, mas móvel, dinâmica e cria-se e desenvolve-se em função de
processos interactivos e no entorno social.

Na fase adulta, as dificuldades não são centradas exclusivamente em aspectos


académicos, mas nas habilidades sociais e interpessoais. Nesse sentido, é importante a
13

actuação de uma equipe multidisciplinar que trabalhe aspectos como aconselhamento e


resolução de conflitos.

Identificação dos problemas na aprendizagem

A criança com déficit de aprendizagem pode ter um nível normal de inteligência e da


acuidade visual e auditiva. Na maioria das vezes, essa criança se esforça em concentrar-
se, em seguir as instruções, e portar-se bem em sua casa e na escola. Sua dificuldade
está em captar, processar e dominar as tarefas e informações. A criança com problemas
específicos de aprendizagem tem padrões neurológicos diferentes das outras crianças da
mesma idade, podendo essas dificuldades estar associadas e desencadeadas por
experiências traumáticas.

De acordo com Margalit (1989): Crianças com dificuldade de aprendizagem possuem


baixa agressividade, mas sérias dificuldades nas relações interpessoais e altos níveis de
dependência. Nesse sentido, ressalta-se a importância do conhecimento dos aspectos
emocionais que subjazem ao processo de aprendizagem, no sentido de se obter uma
melhor compreensão.

Para se detectar quando uma criança está tendo problemas para processar as
informações e a informação que recebe, os pais e educadores devem estar atentos e
conscientes aos sinais mais comuns que indicam um problema de aprendizagem. São
eles, dificuldade para entender e seguir tarefas e instruções; dificuldade para relembrar o
que alguém acaba de dizer; não domina as destrezas básicas de leitura, soletração,
escrita e/ou matemática, levando ao fracasso e a frustração no trabalho escolar;
dificuldade para distinguir entre a direita e a esquerda, para identificar palavras, tendo
como tendência escrever as letras, números e palavras ao contrário; fazer esportes ou
completar actividades simples, tais como apontar um lápis, torna-se difícil devido à falta
de coordenação; irritação ou excitação com facilidade, entre outros.

Dificuldades de aprendizagem da leitura

A leitura é o processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita. Assim


como o ouvir e o falar, ler e escrever são actividades de comunicação, na modalidade
escrita. O processo inicial de aquisição da linguagem escrita está intimamente ligado à
escolaridade, embora com elas não possam ser confundidas (CORRÊA, 2001). A leitura
é essencial na vida de qualquer indivíduo que busca conhecimento e informação
14

necessária para a compreensão e interpretação de textos, da realidade a qual está


inserido e por torná-lo um cidadão consciente dos seus direitos e deveres. A leitura tem
esse poder de nos despertar, reflectir, criticar e nos proporcionar saberes.

A dificuldade de aprendizagem da leitura relaciona-se, segundo García (1998, p. 173)


pelo “déficit no desenvolvimento e compreensão dos textos escritos.” São classificadas
assim não por estarem ligadas a uma deficiência mental ou déficit visual ou auditivo,
mas por produzir efeitos negativos no rendimento académico ou na vida cotidiana.

De acordo com Garcia (1998, p. 173), “manifesta-se uma leitura oral lenta, com
omissões, distorções e substituições de palavras, com interrupções, correcções,
bloqueios.” Para o diagnóstico desse transtorno, devem ser excluídas a “deficiência
mental, a escolarização escassa ou inadequada e os déficits auditivos ou visuais”
(GARCÍA, 1998, p. 174).

Como característica nas dificuldades de aprendizagem na leitura, tem-se: a criança se


aproxima muito do livro, vê duplicado, diz palavras em voz alta, pula e lê a mesma
linha duas vezes, tem pouca compreensão na leitura oral, omite consoantes finais na
leitura oral, pestaneja em excesso, tende a esfregar os olhos e queixar-se de que coçam,
soletração pobre, entre outras.

As dificuldades de leitura podem caracterizar-se pela dificuldade de aprendizagem


em algum módulo da leitura, quais sejam, perceptivo (extracção da informação), léxico
(conceito associado à unidade linguística) e sintáctico (estrutura gramatical), esses
relacionados com as tarefas de leitura.

A dificuldade mais conhecida e que vem repercutindo no cenário da civilização da


actualidade é a dislexia, todavia, é necessário estarmos atentos a outros sérios problemas
como disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperactividade).

Nesse sentido, sobre dislexia, a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), conceitua


como: causa genética e hereditária, é um transtorno ou distúrbio neuro funcional, ou
seja, o funcionamento cerebral depende da activação integrada e simultânea de diversas
redes neuronais para decodificar as informações, no caso, as letras do alfabeto. Quando
isso não acontece adequadamente, há uma desordem no caminho das informações,
15

dificultando o processo da decodificação das letras, o que pode, muitas vezes, acarretar
o comprometimento da escrita.

Observa-se uma frequência quase que normal da dislexia, quando ensinamos crianças
a ler, escrever e interpretar textos. Percebe-se, na maioria dos casos, os problemas acima
supracitados. Corroborando com a mesma ideia Sternberg e Grigorenko (2003), cita
como principais indicadores da dislexia as dificuldades em decodificar e analisar
fonemas dentro das palavras. Estas dificuldades frequentemente coincidem com
problemas para escrever e soletrar

São vários os factores que interferem na aprendizagem da Leitura e Escrita na fase


inicial da escolaridade da criança. E os professores devem estar atentos para detectar as
causas desse insucesso no processo ensino e aprendizagem da Leitura e Escrita, usando
de metodologias diversificadas.

A seguir, serão analisados alguns prognosticadores relacionados ao sucesso e fracasso


do leitor, dentre eles destaca-se o processamento fonológico, a inteligência geral (QI),
as aptidões de fala e linguagem.

O processamento fonológico da linguagem refere-se às operações mentais que fazem


uso da estrutura fonológica ou sonora da linguagem oral durante o aprendizado de
decodificação da linguagem escrita (TORGESSEN, 1994). Percebe-se que o
processamento fonológico é avaliado por tarefas de consciência fonológica e de
memória fonológica e de nomeação rápida sequencial de letras, números, objetos ou
cores. O uso de estratégias fonológicas para a leitura e escrita ainda é um dos principais
problemas reconhecidos em crianças disléxicas, principalmente ao que se refere ao
processamento de novas palavras. Identificar as deficiências de leitura é de suma
importância, pois ao detectar o quanto antes, fica mais fácil criar métodos eficazes para
auxiliar as crianças que apresentam tais problemas.

A Inteligência Geral (QI) divide-se em verbal (que avalia os processos verbais e de


conhecimento adquirido) e não-verbal (permite realizar uma avaliação
neuropsicologica, cognitiva e de inteligência). Possibilita uma classificação dos sujeitos
em termos de percentual ou QI, além da classificação da inteligência de acordo com o
grau de escolaridade (Básico, Médio e Superior). Actualmente questiona-se a utilidade
16

do QI como instrumento de pesquisa e classificação dos distúrbios de leitura, propondo


sua substituição pela avaliação da compreensão da linguagem oral (BRAIBANT, 1997).

As aptidões de fala e linguagem, dificuldades de compreensão ou utilização da


linguagem falada ou escrita, que pode manifestar-se por uma aptidão imperfeita de
escutar, pensar, ler, escrever, soletrar, ou fazer cálculos matemáticos. O termo inclui
condições com problemas perceptivos, lesão cerebral, disfunção cerebral mínima,
dislexia e afasia de desenvolvimento.

Os professores são naturalmente os primeiros agentes desse trabalho fazendo uso


diariamente dos mais variados recursos e processos de operacionalização, no sentido de
tentarem dar resposta a aspectos de ordem pedagógica, psicológica e social, de modo a
que os seus alunos possam adquirir e aplicar conhecimentos enquanto, simultaneamente,
desenvolvem a sua competência comunicativa no domínio da expressão oral e escrita na
sua língua materna, considerada como condição sine qua non para a obtenção do
sucesso em todas as outras áreas educativas.

Dificuldades de aprendizagem da escrita

O desenvolvimento da produção escrita e a aprendizagem dos modos e técnicas que


auxiliam a dominar e a potenciar (sempre numa perspectiva de aperfeiçoamento) a
produção de um texto é tarefa complexa, mas fundamental. Embora, por razões
programáticas ou escoradas nas mais antigas tradições de ensino, nas nossas escolas
continue hoje a valorizar-se especialmente a ortografia, relegando para um
secundaríssimo plano as outras vertentes da escrita.

Mas, de acordo com Cruz (1999, p.140), a escrita apresenta quatro aspectos principais
na sua determinação, são elas: O primeiro trata do processo construtivo, implicando
elaboração, interpretação e construção do significado. Segundo processo compreende a
necessidade de o indivíduo agir de forma activa para aprender a tarefa, desenvolvendo
um aparato de estratégias cognitivas e metacognitivas que poderão ser utilizadas na
solução de problemas. Por fim, o processo afectivo implica o desejo de escrever, a
estabilidade emocional e o interesse pela aprendizagem; assim, pode-se dizer que os
factores afectivo-motivacionais estariam relacionados ao rendimento do aluno.

Para a construção da escrita, García (1995 apud SOUZA; CISTO, 2001, p. 41) afirma
ser importante considerar os seguintes componentes: sistema semântico ou memória de
17

longo prazo dos significados das palavras, sejam faladas ou escritas; mecanismo de
conversão de fonema e de grafema, que permitem a tradução, aplicando as regras
fonológicas de uma língua concreta, de qualquer palavra, seja familiar ou não.

De acordo com García (1998), essas dificuldades estão relacionadas às habilidades


com a escrita. Não é explicada por haver deficiência mental, nem por escolarização
deficitária, nem déficit visual ou auditivo, nem por alguma alteração neurológica. Assim
como as dificuldades de leitura, classifica-se assim se produzirem alterações
significativas no rendimento escolar ou nas actividades diárias.

Como apoio para se presumir o transtorno, é interessante visualizar implicações de


dados relacionados às tarefas de cópia, ditado e escrita espontânea (Gregg, 1992 apud
GARCÍA, 1998, p. 192). Como características, temos que: Esse transtorno costuma
apresentar diversas áreas alteradas, tais como soletrar, a sintaxe escrita em contraste
com os resultados da sintaxe oral, a organização do texto, a coesão, coerência, sentido
da audiência, habilidades cognitivo-sociais, idealização/abstracção.

As dificuldades de aprendizagem da escrita também são conhecidas como disgrafias,


e apresentam-se em contexto de inteligência considerada normal, escolarização correta e
tem-se a suspeita que o déficit esteja relacionado com alguma disfunção na área da
linguagem.

Dentre as dificuldades, tem-se a escrita em espelho, onde García (1998, p. 1999) diz
que “a pessoa com dificuldade de aprendizagem da escrita, ao não possuir uma
representação estável dos traços componentes dos grafemas e possuir apenas parte da
informação, produz uma confusão e uma escrita em espelho (grifo do autor). Como
ilustração, temos a confusão entre as letras p e q.

Outra situação, dentro desta dificuldade, é o intercâmbio de letras. Como exemplo sal
por las. Assim, há o conhecimento das letras que compõem a palavra, mas não se sabe a
ordem exacta para a escrita, por isso, trata-se de dificuldades na codificação da
linguagem. Segundo García (1998, p. 1999), estas “dificuldades se apresentam,
sobretudo, nos grafemas com traços comuns, como p e q, b e d, p e b, etc. O problema é,
pois, psicolinguístico por dificuldades léxicas.

Ainda citando algumas características dentro desta dificuldade, têm-se algumas


situações que são perceptíveis, como não deixar espaço entre palavras e não escrever em
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cima das linhas; inversão e troca de letras maiúsculas; mover e colocar o papel de
maneira incorrecta; ter o pensamento pouco organizado e uma postura pobre.

Tipos de dificuldades de aprendizagem e do comportamento.

Dislexia

A dislexia é um transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica (ou seja, que


ocorre no cérebro, na coluna vertebral e nos nervos), e que tem como principal
característica a dificuldade de ler e escrever.

Quem sofre deste problema tem dificuldade no reconhecimento preciso e fluente das
palavras e na Trata-se de um problema crónico, que pode perdurar por anos ou durante a
vida toda. É muito comum afecta mais de 2 milhões de casos relatados por ano no
Brasil.

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, não se sabe ao certo quantas pessoas


possuem o transtorno, mas estima-se que ele afecta de 0,5% a 17% da população
mundial.

Os sintomas da dislexia podem ser identificados mais facilmente na infância, já que o


distúrbio, nesta fase, é mais acentuado. Conheça alguns deles:

 Problemas no desenvolvimento da fala ou desenvolvimento tardio do


aprendizado da fala;
 Problemas cognitivos, como a dificuldade de memorização de palavras ou de
regras ortográficas;
 Atraso na habilidade de leitura ou comprometimento da fala;
 Dispersão e falta de atenção.

Disgrafia

As pessoas com esse distúrbio apresentam dificuldade na fluência escrita em diversos


aspectos, cometendo diversos erros de ortografia e na formação das palavras. A
disgrafia, em diversos casos, pode estar relacionada com problemas psicomotores (os
movimentos corporais que são governados pela mente). Alguns sintomas da disgrafia
incluem:

 Dificuldade na formação de letras;


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 Letras muito largas, pequenas demais ou de tamanho variável;


 Uso incorrecto de letras maiúsculas e minúsculas;
 Letras sobrepostas umas às outras;
 Espaçamento inconsistente entre letras e alinhamento errado;
 Dificuldade de fluência na escrita.

Discalculia

Discalculia é o nome usado para se referir à não habilidade de execução de operações


matemáticas ou aritméticas. Essa desordem neurológica afeta principalmente a
habilidade da pessoa em compreender e mexer com números.

Os sintomas de discalculia envolvem a dificuldade em organizar, classificar e realizar


operações com números. Ela pode se apresentar em alguns tipos, como:

 Léxica: dificuldade na leitura e compreensão de símbolos matemáticos,


números, expressões e equações;
 Gráfica: dificuldade para escrever símbolos matemáticos;
 Verbal: dificuldades em nomear e compreender os conceitos matemáticos
apresentados, além dos números, termos e símbolos;
 Operacional: dificuldade para completar de operações matemáticas escritas e
verbais, além dos cálculos numéricos;
 Ideognóstica: dificuldades na realização de operações mentais e para entender os
conceitos da matemática;
 Practognóstica: dificuldade em traduzir um conceito matemático abstracto para
um real. Com a dificuldade na enumeração, manipulação e comparação de
objectos.

Dislalia

A dislalia é um distúrbio que afecta a fala, caracterizado pela dificuldade em articular as


palavras correctamente. Os que sofrem dela costumam trocar as palavras por outras
similares na pronúncia, falar de maneira errada, omitindo ou trocando as letras. Um
grande exemplo de dislalia está no personagem Cebolinha, do desenho animado Turma
da Mônica, em que o distúrbio é marca registrada dele, como trocar a letra “R” pelo
“L”. A dislalia pode se apresentar em 4 tipos, que são:
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Evolutiva: considerada normal em crianças, sendo corrigida gradativamente durante o


seu desenvolvimento;

Funcional: caracterizada pela substituição de letras durante a fala (um fonema por
outro), pela ausência de sons na pronúncia, pelo acréscimo ou inversão de letras nas
palavras e por distorções de sons;

Audiógena: há a alteração na formação de fonemas em deficientes auditivos, que não


conseguem imitar os sons;

Orgânica: casos mais graves, que ocorrem em decorrência de uma lesão cerebral e que
faz com que a pronúncia seja incorrecta.

Disortografia

Quem apresenta esse transtorno também costuma ser afectado pela dislexia. Embora
também esteja relacionado à linguagem escrita, é mais amplo do que a disgrafia. Ele
consiste na dificuldade de aprender e desenvolver as habilidades da escrita, podendo
envolver a falta de vontade de escrever e a dificuldade de leitura.

Alguns sintomas da disortografia são:

 Traçado incorrecto da letra;


 Falta de clareza e lentidão na escrita;
 Falta de vontade de escrever;
 Alteração no espaço da letra;
 Letras inteligíveis;
 Textos bem reduzidos.

TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade)

É uma doença crónica que inclui a dificuldade de atenção, hiperactividade e


impulsividade. Algumas pessoas podem nascer com o transtorno, enquanto que outras
começam a ter os sintomas em alguns episódios específicos, como em momentos de
estresse intenso. Geralmente começa a se manifestar na infância e costuma acompanhar
a pessoa na vida adulta também. É factor determinando para uma série de problemas,
como auto-estima baixa, problemas em relacionamentos e dificuldades no ambiente de
trabalho ou na escola. García (1995 apud SOUZA; CISTO, 2001, p. 46).
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Os sintomas mais comuns são:

 Comportamento agressivo, hiperatividade, inquietação, impulsividade, irritação;


 Dificuldades de concentração, esquecimento constante e falta de atenção;
 Ansiedade, raiva e excitação;
 Sintomas de depressão e dificuldades de aprendizagem acentuadas.
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Conclusão

Chegados ao fim concluímos que a escola não pode ser selectiva. A sua função é
garantir o apoio necessário a todas as crianças, independente dos problemas. Assim, ao
conhecer e saber trabalhar com pessoas com dificuldades de aprendizagem, da leitura ou
escrita ajuda esse sujeito a sentir-se menos angustiado em não aprender. Mas é notório
enfatizar que a escola, somente, não é a responsável por diagnosticar e ajudar o sujeito,
mas a família também precisa contribuir a fim de amenizar as dificuldades de
aprendizagem existentes no seu meio.
23

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