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Em Portugal, os tempos antes de 1974 eram sombrios: a maioria da

população era analfabeta, elemento essencial para a submissão e opressão; os


direitos eram diminutos para a esmagadora maioria da população, mas para as
mulheres eram inexistentes, e a fome e a miséria eram generalizadas. Foi um
tempo de escuridão, de silenciamentos terríveis, de profundas humilhações.
Durante a ditadura fascista, predominava a ausência de direitos que, no caso
das mulheres era ainda mais visível: a independência económica das mulheres
era considerada uma ameaça, pois o papel da mulher resumia-se a procriar e a
respeitar a autoridade máxima exercida pelos homens; no trabalho a figura
feminina não podia exercer nenhuma atividade profissional sem autorização do
marido, não tinha acesso à maioria das carreiras. Até final da década de 60, as
mulheres só podiam votar quando fossem chefes de família e possuíssem
curso médio ou superior. Em 1968, a lei estabeleceu a igualdade de voto para
a Assembleia Nacional de todos os cidadãos que soubessem ler e escrever. O
facto de existir uma elevada percentagem de analfabetismo em Portugal, que
atingia sobretudo as mulheres, determinava que, em 1973, apenas houvesse
24% dos eleitores recenseados.
Por outro lado, existia a figura do chefe de família, ocupado pelo
homem, que era o administrador dos bens comuns do casal, dos bens próprios
da mulher e bens dos filhos menores.

Por isso, a revolução de abril de 1974 representou para a população


portuguesa, e para as mulheres em Portugal, uma gigantesca transformação
social, económica, política e cultural que imprimiu um novo modelo
socioeconómico, abrindo assim as portas, às mulheres, para um lugar digno na
sociedade, em igualdade.
O processo revolucionário, a conquista de importantes direitos das
mulheres, provocou mudanças na sociedade e nos valores. Pela primeira vez,
as mulheres foram protagonistas da história e contribuíram para a sua
transformação. Nunca a liberdade foi tão ampla para as mulheres, nunca a sua
participação cívica foi tão grande, nunca a igualdade entre mulheres e homens
foi tão fecunda, como durante o processo revolucionário, em 1974/1975.
Foi a primeira vez que as mulheres tomaram nas suas mãos a
construção de uma vida melhor, de um país mais justo e de igualdade,
atingindo conquistas como o aumento generalizado de salários, garantia de
emprego, férias, subsídio de férias e de natal; diminuição das diferenças
salariais, supressão do tratamento legal ou convencional claramente
discriminatório, abertura às mulheres das carreiras da magistratura judicial e do
ministério público e dos quadros de funcionários da justiça, carreira diplomática
e cargos da carreira administrativa, foram abolidas todas as restrições
baseadas no sexo quanto à capacidade eleitoral dos cidadãos, os casamentos
católicos passaram a poder obter o divórcio civil, ampliação do período de
licença de maternidade para 90 dias, 60 dos quais teriam de ser gozados após
o parto, estando abrangidas todas as trabalhadoras e a criação das consultas
de planeamento familiar nos centros de saúde materno-infantil.
No dia 2 de abril de 1976, dez meses depois do início dos seus
trabalhos, a Assembleia Constituinte aprovou a nova Constituição da República
Portuguesa Esta Constituição consagrou a igualdade entre mulheres e
homens, em todos os domínios da vida, e cuja entrada em vigor determinou a
revogação de todo o direito discriminatório então vigente.
Verifiquei que com o passar da história e até no presente, podemos
observar que a diferença dos regimes políticos é bastante grande.
Examinei que na democracia o ser humano tem direitos e tem
liberdade para se exprimir, podendo escrever e falar sobre qualquer chefe de
governo, sem ser preso, enquanto na ditadura não há liberdade de expressão e
qualquer comentário pode ser motivo de prisão.
Quando existe uma mudança de chefe de governo pacificamente na
democracia, não há necessidade de haver guerras ou mortes, num regime
democrático as pessoas têm o direito de voto com o fim de eleger quem os
representará.
Por último, na democracia as decisões tomadas pelos governantes são
feitas com o suporte de uma maioria (por votos) e não apenas pelo chefe de
governo, como na ditadura.
Em conclusão, as pessoas com insatisfação das imperfeições da
democracia, anseiam governos fortes acabando por adotar ideias extremistas,
não fazendo uma reflexão dos maus exemplos do passado, o que pode levar a
situações de instauração de ditadura.
Esta UFCD fez-me ver e rever que se nos tirassem os direitos que,
principalmente, nós as mulheres obtivemos é como colocar uma pomba branca
na gaiola.

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