0% acharam este documento útil (0 voto)
17 visualizações15 páginas

A Mulher Na Sociedade

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1/ 15

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS PADRE BARTOLOMEU DE

GUSMÃO
Escola Básica e secundária Josefa de Óbidos
Ano Letivo 2021/ 2022

A mulher na sociedade
Sociologia
Prof. Dorinda Paiva

Trabalho realizado por:


Bianca Narciso, nº1
Catarina Pereira, nº3
Mafalda Naves, nº6
Marta Ramos, nº

1
Turma: 12ºB e 12ºC

2
Índice
Diferença entre o feminismo e femismo......................................................................................3
As mulheres em Portugal.............................................................................................................4
Mulheres no Estado novo........................................................................................................4
As mulheres após o 25 de abril................................................................................................5
Desigualdade no mundo..............................................................................................................5
As mulheres mais importantes no mundo e as suas conquistas..................................................6
Marie Gouze.............................................................................................................................6
Augusta Ada King.....................................................................................................................7
Fadumo Dayib..........................................................................................................................7
Frida Kahlo...............................................................................................................................7
Harriet Tubman........................................................................................................................8
Kate Sheppard..........................................................................................................................8
Direito à autonomia e à autodeterminação da mulher................................................................9
Direitos básicos das mulheres....................................................................................................10
Ucrânia.......................................................................................................................................12
Conclusão...................................................................................................................................13
Bibliografia.................................................................................................................................14

3
Diferença entre o feminismo e femismo
Feminismo
Foi o lema da Revolução Francesa, “Igualdade, Liberdade e Fraternidade” (“Liberté,
Egalité, Fraternité”) que deu origem ao movimento feminista na Europa, no século XIX.
As mulheres desejavam ser inseridas na sociedade a que pertenciam, podendo ocupar
o mesmo que os homens ocupavam nela.
Só no século XX é que o feminismo foi reconhecido pelo Ocidente, as mulheres
obtiveram o direito ao voto e o domínio dos homens sobre posições de poder
começou a ser posto em causa, visto que as mulheres também teriam capacidades
para assumirem tais posições.
O termo feminismo designa a luta pela equidade entre ambos os géneros, mas é
muitas vezes utilizado incorretamente para representar a superioridade do sexo
feminino.
O feminismo usa o termo “equidade” por ser um conceito mais abrangente que a
“igualdade”. A equidade pressupõe que todos detenham o mesmo poder dentro da
sociedade e que para isso sejam respeitadas as diferenças intrínsecas aos indivíduos.
Dentro do feminismo existe diferentes correntes de pensamentos, ou tipos de
feminismos, como, por exemplo, o feminismo negro, o feminismo liberal e o
transfeminismo.
Femismo
O femismo é considerado como o equivalente feminino do machismo e da misoginia
(ódio às mulheres). Este comportamento posiciona as mulheres acima dos homens na
sociedade, pauta preconceitos e generalizações sobre o género masculino,
desvalorizando-o.
Resumindo, o feminismo é um movimento político, filosófico e social que procura
alcançar a igualdade de direitos entre homens e mulheres. É sempre confundido com o
femismo, um comportamento que coloca a mulher numa posição superior aos
homens, pode se dizer que equivale ao machismo, mas ao contrário.

4
As mulheres em Portugal

Mulheres no Estado novo


Antes do 25 de abril a mulher era vista e tratada pela sociedade como um ser inferior
ao homem. Era considerada como incapaz de assumir responsabilidades, estando
sujeita à subordinação do chefe de família, o pai, o irmão e, mais tarde, o marido. O
papel das mulheres era governar a casa, educar os filhos e satisfazer os desejos dos
seus maridos, desde pequena a mulher era educada assim.
Os direitos das mulheres eram muito limitados, não podiam votar, não podiam ser
juízas, diplomatas, militares ou policiais. A mulher era obrigada a pedir autorização ao
marido para trabalhar no comércio, abrir conta bancária, sair do país ou tomar
contracetivos. E as mulheres recebiam menos 40% que os homens, em termos
monetários. Estas leis acabaram no 25 de abril, quando, um ano depois da revolução,
os direitos das mulheres ficaram consagrados na Constituição da República.
Durante décadas, as enfermeiras e as hospedeiras de bordo não podiam casar. Com o
passar do tempo, houve empresas que começaram a adotar a mesma regra nos
regulamentos internos, como por exemplo, a empresas dos telefones.
Até ao ano de 1940, considerava-se que uma telefonista não podia ser casada por
questões éticas, pois as mulheres casadas não poderiam exercer uma atividade
profissional devido aos trabalhos de turnos e aos trabalhos de fim de semana, que
impediam as mulheres cuidarem da casa e da família. Em 1940, foi conquistado o
direito do casamento às telefonistas, que consequentemente fez aumentar
repentinamente os registos de casamentos (cerca de 120 casamentos foram
registados).
Em 1950, descobriu-se que duas enfermeiras do Júlio de Matos eram casadas e foram
punidas do cargo de enfermeiras, pelo Estado Novo. E, em 1963, as enfermeiras
ganharam o direito ao casamento.
O poder do homem não era contrariado. O código penal atenuava a pena do homem
quando este matava a mulher, em caso de adultério, e a filha em caso de corrupção.
Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barredo foram as primeiras
mulheres a usar a sua voz para denunciarem ao mundo a opressão sobre a mulher
portuguesa. As Novas Cartas Portuguesas, livro destas três mulheres, ultrapassou
fronteiras.
O homem podia separar-se da mulher, se esta não fosse virgem para o casamento. O
divórcio era proibido tanto para os homens como para as mulheres casados pela
igreja. Em 1975, é alterada a lei, depois de várias manifestações a favor do divórcio.
O Código Civil delimitava o que pertencia à mulher durante a vida em comum, o
governo doméstico.
Até ao 25 de abril as mulheres não tinham o direito de usar contracetivos. Os médicos
da Previdência não estavam autorizados a receitar contracetivos orais, a não ser a
título terapêutico.

5
As mulheres após o 25 de abril
A revolução de 25 de abril de 1974 representou para a população portuguesa, e,
principalmente, para as mulheres em Portugal, uma gigantesca transformação social,
económica, política e cultural que conferiu um novo modelo socioeconómico. A
consagração de direitos sociais, económicos e políticos proporcionou uma profunda
transformação sistémica na sociedade portuguesa: abriram-se as portas, às mulheres,
para um lugar digno na sociedade, em igualdade
O processo revolucionário, a conquista de importantes direitos, a participação, desde o
primeiro dia, das mulheres, lado a lado com os homens, na alteração de Portugal,
originou mudanças na sociedade e nos valores.
Esta revolução ajudou a construir um património de direitos transversais que
possibilitou aniquilar discriminações e quebrar séculos de inferioridade das mulheres.
Com isto, Portugal pode ser considerado um dos países mais igualitários do mundo
devido à Revolução de abril de 1974.
As mulheres têm vindo a possuir uma presença mais ativa e importante na sociedade,
mas apesar das desta evolução ainda é preciso seguir um longo caminho para
conseguir chegar à igualdade total no país e no mundo.
Desigualdade no mundo
Em todo o mundo, a situação das mulheres é pior do que a dos homens pelo simples
facto de serem mulheres. As mulheres que pertencem a minorias, mulheres idosas,
mulheres portadoras de deficiência, migrantes e refugiadas, são as sofrem mais com as
desigualdades.
Embora tenha havido uma enorme evolução nos direitos das mulheres ao longo das
últimas décadas, como a abolição de leis discriminatórias e o aumento do número de
raparigas que frequentam a escola, enfrentamos agora uma forte reação em sentido
contrário. Em alguns países, está a diluir-se a proteção jurídica contra a violação e os
abusos domésticos, enquanto noutros estão a ser introduzidas medidas que penalizam
as mulheres, que vão desde a austeridade à reprodução coerciva. Os direitos sexuais e
reprodutivos das mulheres estão a ser ameaçados em várias frentes.
Tal acontece porque a igualdade de género é, fundamentalmente, uma questão de
poder. Séculos de discriminação e de patriarcado profundamente enraizado criaram
uma enorme disparidade de poder entre géneros nas nossas economias, sistemas
políticos e empresas. Há provas disso por todo o lado.

Desigualdade no mundo
Em todo o mundo, a situação das mulheres é pior do que a dos homens pelo simples
facto de serem mulheres. As mulheres que pertencem a minorias, mulheres idosas,
mulheres portadoras de deficiência, migrantes e refugiadas, são as sofrem mais com as
desigualdades.
Embora tenha havido uma enorme evolução nos direitos das mulheres ao longo das
últimas décadas, como a abolição de leis discriminatórias e o aumento do número de
raparigas que frequentam a escola, enfrentamos agora uma forte reação em sentido
contrário. Em alguns países, está a diluir-se a proteção jurídica contra a violação e os

6
abusos domésticos, enquanto noutros estão a ser introduzidas medidas que penalizam
as mulheres, que vão desde a austeridade à reprodução coerciva. Os direitos sexuais e
reprodutivos das mulheres estão a ser ameaçados em várias frentes.
Tal acontece porque a igualdade de género é, fundamentalmente, uma questão de
poder. Séculos de discriminação e de patriarcado profundamente enraizado criaram
uma enorme disparidade de poder entre géneros nas nossas economias, sistemas
políticos e empresas. Há provas disso por todo o lado.

Dos governos aos conselhos de administração, passando por prestigiantes cerimónias


que premeiam o talento, as mulheres continuam a ser excluídas das posições de topo.
As líderes e figuras públicas enfrentam assédio, ameaças e abusos, tanto na internet
como na vida real. A disparidade salarial entre os homens e as mulheres é apenas um
sintoma da diferença de poder entre géneros.

As mulheres e raparigas têm também de enfrentar séculos de misoginia e de


impedimentos às suas realizações. São ridicularizadas, acusadas de serem histéricas ou
hormonais, frequentemente julgadas pela sua aparência, sujeitas a infinitos mitos e
tabus sobre as funções naturais dos seus corpos. Todos os dias são confrontadas com
sexismo, condescendência masculina e acusações de vitimização.

Esta realidade afeta-nos profundamente e constitui um obstáculo para solucionar


muitos dos desafios e ameaças que enfrentamos.

As mulheres ganham 77 cêntimos por cada dólar auferido pelos homens. De acordo
com o mais recente estudo do Fórum Económico Mundial, serão necessários 257 anos
para eliminar este fosso.
Para além disso, as mulheres e as raparigas executam, todos os dias, cerca de 12 mil
milhões de horas de trabalho não remunerado, que simplesmente não é tido em conta
na tomada de decisões económicas. Se queremos alcançar uma globalização justa, que
funcione para todos, é necessário basear as nossas políticas em estatísticas que
tenham em consideração o contributo real das mulheres.

As mulheres mais importantes no mundo e as suas


conquistas
Marie Gouze
Marie Gouze conhecida também como Marie-Olympe de Gouges, nasceu a 7 de maio
de 1748, em Montauban, França e morreu a 3 de novembro de 1793, em Paris.
Foi uma escritora que enfrentou as opiniões convencionais da sociedade,
principalmente a ideia sobre o papel das mulheres como cidadãs. É considerada como
uma das primeiras feministas do mundo por muitas pessoas.
Marie casou-se aos 16 anos e teve um filho. Quando o seu marido morreu prometeu
que não mais se voltaria a casar, acabando por mudar o seu nome para Olympe de
Gouges e ir viver para Paris.

7
Tornou-se uma mulher ativa na política e assumiu problemas sociais, como o divórcio,
as maternidades, o abolicionismo e os direitos dos filhos órfãos e das mães solteiras, e
escreveu bastante em defesa das suas ideias. Um dos livros que escreveu foi
“L’Esclavage des noirs” (“Escravidão dos Negros”).
Em 1791, durante a Revolução Francesa, publicou o panfleto “Declaração dos Direitos
da Mulher e do Cidadão” (“Déclaration des droits de la femme et de la citoyenne”)
como resposta à “Declaração dos Direitos do Homem e do cidadão” (“Déclaration des
droits de l’homme et du Citoyen), que tinha sido adotado há dois anos atras pela
Assembleia Nacional. Nesta declaração ela defendeu que as mulheres têm os mesmos
direitos que e os homens e, também, que as crianças nascidas fora do casamento
devem ser tratadas como as crianças “legitimas” nas questões de herança.
Em 1973, Marie decapitada por pôr em causa os valores da época.

Augusta Ada King


Augusta King, Condessa de Lovelace, nasceu no dia 10 de dezembro de 1815, e faleceu
no dia 27 de novembro de 1852. Foi a primeira programadora da história.
Augusta foi uma matemática e escritora inglesa e é conhecida principalmente pelo seu
trabalho no computador mecânico.

Fadumo Dayib
Fadumo Dauib foi uma política.
Fadumo passou a sua infância toda a tentar fugir da guerra e, por isso, não teve
possibilidades de frequentar a escola, só aos catorze anos é que aprendeu a ler e a
escrever.
Atualmente, Fadumo é a primeira mulher candidata à presidência da Somália. Nunca
uma somali se ousara a candidatar se à presidência, porque é muito perigoso para as
mulheres. A própria Fadumo foi ameaçada de morte. Mas Fadumo não tem dúvidas:
«A minha mãe sempre me disse: “Todas as possibilidades desta vida estão na palma
das nossas mãos.»

Frida Kahlo
Frida quando cresceu, tornou-se uma das pintoras mais famosas do século XX, mas
esteve muito perto de não atingir esta fama.
Aos seis anos, Frida corre risco de vida devido à sua doença, poliomielite. A doença
deixou-a a coxear para sempre, mas isso não a impediu de viver uma infância feliz.
Aos dezoito anos, esteve envolvida num terrível acidente de autocarro. Quase morreu,
mais uma vez e mais uma vez passou meses a fio de cama. A mãe construiu-lhe um
cavalete especial para ela poder pintar deitada, porque, mais do que qualquer outra
coisa, Frida adorava pintar.
Assim que pôde andar outra vez, foi ter com o artista mais famoso do México, Diego
Rivera. «Os meus quadros valem alguma coisa?», perguntou-lhe. Os quadros eram
fabulosos: decididos, garridos e lindíssimos. Ele apaixonou-se por aqueles quadros e
também pela Frida.

8
Diego e Frida casaram-se. Ele era alto e gordo e andava sempre com um
chapéu de abas largas. Ao lado dele, Frida parecia minúscula. As pessoas chamavam-
lhes «o elefante e o pombo».
Frida pintou centenas de autorretratos lindíssimos ao longo da vida, muitas vezes
rodeada pelos seus pássaros e outros animais de estimação. A casinha azul onde viveu
foi conservada exatamente como ela a deixou, cheia de cor, alegria e
Flores.

Harriet Tubman
Quando Harriet tinha doze anos estava ao pé de mercearia quando viu um
homem negro passar a correr e a ser perseguido por um homem
branco que gritava: «Parem esse homem! É o meu escravo.». Ela não fez para o travar.
Harriet também era escrava. Só queria que o homem conseguisse fugir. E quis ajudá-lo.
Nesse momento, o capataz atirou um objeto de metal ao homem que fugia. Falhou o
alvo, mas acertou em cheio na cabeça de Harriet. Ela ficou gravemente ferida, mas os
seus cabelos densos ampararam o golpe de forma a salvar-lhe a vida. «O meu cabelo
nunca tinha sido penteado», contava, «e era rijo como um cesto de vime.»
Anos mais tarde, a família que era dona dela decidiu vendê-la. Então, Harriet decidiu
fugir.
Escondia-se durante o dia e avançava à noite. Quando atravessou a fronteira para a
Pensilvânia, apercebeu-se de que, pela primeira vez na vida, era livre. «Olhei para as
minhas mãos para ver se ainda era a mesma pessoa, agora que era livre. Senti uma tal
glória que parecia que estava no céu.» Pensou no escravo que tinha fugido e na sua
família no Maryland, ainda escravizada. Sabia que tinha de tentar ajudar. Ao longo dos
onze anos que se seguiram, voltou dezanove vezes e salvou centenas de pessoas
escravizadas.
Nunca foi apanhada e nunca perdeu uma única pessoa.

Kate Sheppard
«Em tempos, os homens acreditavam que as mulheres tinham sido criadas para os
servir. Pensavam que o papel delas era cozinhar e limpar, tomas conta das crianças e
não se preocupar com mais nada. As mulheres, achavam eles, deviam usar «roupa
feminina» o que queria dizer vestidos compridos e espartilhos apertados. Pouco lhes
importava que, assim vestidas, as mulheres tivessem dificuldade em mexer-se, ou
mesmo em respirar; só tinham de estar bonitas. Ter um emprego não era para elas,
praticar desportos não era para elas e governar o país não era seguramente para elas.
As mulheres nem sequer podiam votar!
Mas Kate acreditava que as mulheres deviam ter a mesma liberdade que os homens:
liberdade de dizer o que pensavam, de votar em quem quisessem e de vestir roupa
confortável.
Um dia, levantou-se e declarou: «As mulheres devem poder votar. E devem deixar de
usar espartilhos.» As pessoas ficaram chocadas, enraivecidas e inspiradas pelas ideias
novas e radicais de Kate.

9
Kate e os amigos recolheram tantas assinaturas para a petição que lançaram que
foram obrigados a colar as muitas folhas de papel umas às outras e a fazer um rolo
comprido. Levaram o rolo até ao Parlamento e estenderam-no no chão, como se fosse
uma passadeira gigante. Imaginem setenta e quatro carrinhas de gelados estacionados
em fila - era ainda mais comprido do que isso! Os legisladores ficaram boquiabertos.
Graças a Kate, a Nova Zelândia tornou-se o primeiro país do mundo onde as mulheres
conquistaram o direito ao voto.»

Direito à autonomia e à autodeterminação da mulher


Segundo os estudos feitos pela ONU, cerca de metade das mulheres em 57 países não
têm autonomia em relação ao seu corpo. Apenas 55% da população femininas, dos 15
anos até aos 49 anos, possuem autonomia corporal. Em cada duas mulheres e meninas
apenas uma tem o poder de decidir se querer atendimento médico, incluindo os
serviços de saúde sexual e reprodutiva, se ou qual método contracetivo usar e se ou
quando fazer relações sexuais com a pessoa que está. Contudo, esta média mundial
esconde as disparidades regionais. No Níger, Mali e Senegal, 90% das mulheres não
têm qualquer autonomia no seu corpo.
Na última década, as tendências positivas estão relacionadas à independência médica
e as negativas ao poder de negar sexo, este diminuiu 20% nos últimos dez anos. O
estudo divulga que no Azerbaijão, Ruanda e México, algumas mulheres concordam em
perder o direito de negar sexo em troca de maior autonomia noutros âmbitos da sua
vida, como na tomada de decisões familiares ou capacidade de decidir se ou quando
sair de casa. Os dados qualitativos mostram que as mulheres também podem
satisfazer os pedidos sexuais dos homens de forma a obterem mais independência nos
seus empreendimentos económicos e pessoais. Essas compensações foram descritas
no Azerbaijão, México, Níger e Nigéria.
A publicação o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) a agência da ONU para
a saúde sexual e reprodutiva reforça a importância da autonomia corporal como
direito universal, divulgando os graves resultados da ausência da mesma. Estes
resultados têm sido agravados pela pandemia da covid-19, conduzindo a que um
número recorde de mulheres e meninas esteja em risco de violência de género,
pobreza, casamento precoce, mutilação genital feminina e abandono escolar. A
pandemia aumentou a desigualdade de género, fazendo com que novas restrições na
saúde e nos direitos sexuais e reprodutivos ponham em risco a evolução em sentido à
autonomia corporal feminina.
A publicação estabelece o direito à autonomia corporal como o poder de fazer
escolhas, sem medo de violência ou de que seja outra pessoa a tomar decisões por
alguém. Relacionado a esta autonomia está o direito à integridade física, o direito de
viver livre de atos físicos não consentidos.
De acordo com o UNFPA, outro fator que põe em causa a autonomia corporal é o
casamento infantil. As estimativas apontam que existem, atualmente, 650 milhões de
mulheres que casaram antes dos 18 anos e, todos os anos, outras 12 milhões de
meninas casam antes de se tornarem adultas. Estima-se que até 2030 mais 120
milhões de mulheres e meninas terão casado antes de fazerem os 18 anos. O Níger, é o
10
país que apresenta a maior taxa de predomínio de casamento infantil do mundo, 76%
das meninas casam antes dos 18 anos. A redução da educação formal destas crianças
traz graves implicações económicas para as mesmas e para as suas comunidades. O
casamento infantil tem um impacto colossal na sua saúde sexual e reprodutiva, e na
sua capacidade de tomar decisões de forma autónomas.
Esta publicação destaca a importância do papel do Estado na garantia da autonomia
corporal. Apenas 75% dos países fornecem legalmente acesso igual e completo aos
métodos contracetivos. Apenas 80% dos países têm leis que protegem a saúde e o
bem-estar sexual. Apenas 56% dos países detêm leis e políticas de apoio à educação
sexual inclusivo. Vinte países possuem integrações legais onde um homem pode evitar
um processo criminal caso se case com a mulher ou menina que violou. Quarenta e
três países não têm legislação que puna a violação no casamento. Mais de trinta países
limitam o direito das mulheres a sair de casa. Os governos nacionais devem abolir as
barreiras à tomada de decisão individual, defender os direitos dos mais vulneráveis e
instituir sistemas para prevenir violações destes direitos.
A falta de autonomia corporal origina, sobretudo, em perdas individuais profundas
para mulheres e meninas. Contudo, esta também contribuiu para défices mais vastos,
afetando a produtividade económica, a riqueza de mão de obra e estabelecendo
custos extras a serviços de saúde e judiciais, inclusive de forma a responder à violência
de género. Para algumas mulheres e meninas, o impacto da desigualdade de género é
aumentado por diversas origens de discriminação com base em idade, raça, etnia,
orientação sexual, deficiência ou mesmo localização geográfica.
De acordo com este relatório, nenhum país do mundo pode ainda afirmar ter atingido
a igualdade de género na sua totalidade. Se assim fosse, não haveria violência contra
mulheres e meninas; não haveria disparidades salariais, nem de liderança; nem carga
injusta de trabalho não remunerado; nem falta de serviços de saúde reprodutiva, nem
falta de autonomia corporal. A UNFPA defende que as nossas comunidades e países só
crescem quando todos os indivíduos possuem o poder de tomar decisões sobre os seus
próprios corpos e de marcar o seu próprio futuro.

Direitos básicos das mulheres


Baixa laboral por incapacidade temporária devido às dores menstruais
O governo espanhol avançou, na terça-feira, dia 11 de maio, com uma medida nova na
Europa: uma licença especial de 3 dias para mulheres que sofrem com fortes dores
menstruais. Trata-se de uma baixa laboral por incapacidade temporária, que será
assumida na íntegra pelo Estado.
Andrea Garcia, uma cidadã espanhola, disse que vê esta medida como algo muito
positivo e explicou que, muitas vezes, as mulheres têm muita dificuldade em trabalhar
devido às dores intensas originadas pela menstruação.

“Acabamos por trabalhar com a ajuda de analgésicos e anti-inflamatórios. Não existe


outra opção”.

11
Esta proposta provocou polémica no seio do governo, mas apesar disso, vai mesmo
avançar. Em Espanha, vêm esta aprovação como um pequeno passo para auxiliar as
mulheres que sofrem durante o período menstrual.

Vanessa Pérez, outra cidadã espanhola, acredita que este é um pequeno passo que
contribui para a progresso da sociedade, mas recordou que a licença de maternidade
também demorou a ser aprovada.

Isabel Rancaños, também espanhola, diz ser necessário educar as empresas e a


sociedade para que haja mais sensibilidade relativamente a esta questão.

Esta licença menstrual, de três dias, que poderá ser alargada em casos mais graves, faz
parte um amplo pacote de medidas de saúde reprodutiva, que envolve mudanças à lei
do aborto. A partir dos 16 anos, as jovens espanholas, passam a ter permissão para
abortar sem a autorização dos pais.

Direito ao aborto
Um aborto é a interrupção de uma gravidez com menos de 20-22 semanas de
gestação. Existem dois tipos de aborto, o aborto espontâneo e o aborto induzido.

• Aborto espontâneo consiste na interrupção de uma gravidez devido a uma


ocorrência acidental ou natural. A maioria dos abortos espontâneos tem origem numa
incorreta replicação dos cromossomas e/ou em fatores ambientais. O aborto
espontâneo pode ser precoce (se ocorrer até às 12 semanas de gestação) ou tardio
(após 12 semanas de gestação).
• Aborto induzido é um procedimento usado para interromper uma gravidez,
também denominado Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG). Quando realizado
precocemente, em serviços de saúde legais e autorizados, é um procedimento médico
seguro e com reduzidos riscos para as mulheres.

Quadro legal
Até 1984, o aborto era proibido em Portugal.

A Lei nº 6/84 permite a interrupção voluntária da gravidez em casos de perigo de vida


da mulher, perigo de lesão grave e duradoura para a saúde física e psíquica da mulher,
em casos de malformação fetal ou quando a gravidez resultou de uma violação.

Em 1997 a legislação foi alterada (Lei n.º 90/97), com um alargamento do prazo para
interrupção em casos de malformação fetal e em situações de “crime contra a
liberdade e autodeterminação sexual da mulher”.

Apenas em 2007, e após um Referendo nacional, foi incluída na lei a possibilidade de


se realizarem interrupções de gravidez a pedido das mulheres. Em resumo, com a Lei

12
nº16/2007, a interrupção da gravidez pode atualmente ser realizada em
estabelecimentos de saúde oficiais ou oficialmente reconhecidos desde que:
a) Constitua o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível
lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;
b) Se mostre indicado para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão
para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida, e seja
realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez;
c) Haja seguros motivos para prever que o nascituro venha a sofrer, de forma
incurável, de grave doença ou malformação congénita, e for realizada nas
primeiras 24 semanas de gravidez, excecionando-se as situações de fetos
inviáveis, caso em que a interrupção poderá ser praticada a todo o tempo;
d) A gravidez tenha resultado de crime contra a liberdade e autodeterminação
sexual e a interrupção for realizada nas primeiras 16 semanas de gravidez;
e) Por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas de gravidez.

Ucrânia
Devido à guerra na Ucrânia, 90% dos refugiados são mulheres e meninas, o que
equivale a 25% da população ucraniana.
A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, implora que a guerra na Ucrânia
acabe e lembra que as mulheres e as meninas ucranianas estão sujeitas a risco ligados
como o tráfico, violência sexual e falta de acesso a bens essenciais.
Segundo a diretora da ONU Mulheres, já foram comunicados vários casos desses riscos
e por isso Bahous implora pela ajuda urgente da comunidade internacional para
garantir prioridade aos direitos e necessidades das mulheres e das meninas forçadas a
sair das suas casas devido à guerra.
A ONU Mulheres reforçou o pedido de ajuda do secretário-geral António Guterres por
um cessar-fogo imediato. A ONU fornece serviços essenciais no terreno e elabora
relatos de forma a assegurar que todos que trabalham na resposta ao conflito
possuam os dados mais recentes e análises sobre as “dinâmicas de género durante a
guerra e seus impactos” na população.
Os especialistas da ONU Mulheres estão a investigar casos de abuso sexual e de
exploração de mulheres e de meninas no contexto da guerra em conjunto com a
Comissão de Inquérito das Nações Unidas sobre a Ucrânia, fundada pelo Conselho de
Direitos Humanos.
Os russos têm usado a violência sexual como arma de guerra na Ucrânia. Tem se
assistido a um aumento do número de relatos não oficiais e do número de relatórios
de informações sobre violência sexual na guerra, que mencionam que a violação, o
assédio sexual, a tortura, as execuções em massa e o genocídio estão a ser usados
como armas de guerra pelo exército russo contra a população ucraniana. Há um
elevado número de relatos não oficiais sobre os riscos de tráfico de humanos que
envolvem refugiados, principalmente mulheres e crianças não acompanhadas.
As mulheres que foram vítimas de violação e que conseguiram fugir para a Polónia não
têm direito ao aborto.

13
Conclusão
É possível observar que o papel da mulher na sociedade sofreu grandes alterações ao
longo dos anos. As mulheres conseguiram conquistar muitos direitos que só os
homens possuíam e conseguiram usar as suas vozes e usar as suas capacidades para
mostrarem ao mundo do que são capazes. Contudo, ainda é preciso seguir um longo
caminho para chegar à total igualdade de género e para isso ainda é preciso continuar
a lutar e a usarmos as nossas vozes.
Os Estados de cada país têm um papel muito importante para que seja possível
alcançar a igualdade total e para que a humanidade viva em paz.

14
Bibliografia
https://ensina.rtp.pt/artigo/a-desigualdade-de-genero-no-mundo-do-trabalho/
https://unric.org/pt/onu-cerca-de-metade-das-mulheres-em-57-paises-nao-tem-
autonomia-sob-o-seu-corpo/
https://news.un.org/pt/story/2021/07/1755352
https://news.un.org/pt/story/2019/11/1695601
https://pt.euronews.com/2022/04/12/onu-denuncia-violencia-sexual-como-arma-de-
guerra-na-ucrania
https://www.dicasdemulher.com.br/conquistas-femininas/
https://www.diferenca.com/feminismo-e-femismo/
https://unric.org/pt/onu-organiza-debate-sobre-erradicacao-da-mutilacao-genital-
feminina/
https://news.un.org/pt/story/2022/04/1784862
https://www.cig.gov.pt/2018/04/25-abril-as-grandes-conquistas-igualdade-genero/
«Histórias de adormecer para raparigas rebeldes (Raparigas Rebeldes)»: Livro escrito
por Elena Favilli e Francesca Cavallo

15

Você também pode gostar