A-3 Caldeiras e Aquecedores

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SENAI-SP

A-3 CALDEIRAS E AQUECEDORES

Capacitação em
FEVEREIRO 2022

Eficiência Energética
INSTRUTOR
SENAI-SP

Nome: FERNANDO CÖRNER DA COSTA


Formação: Eng. Mecânico (PUC-RJ), Eng. de Segurança (UERJ), Mestre em
Processos Químicos e Bioquímicos, Doutor em Energia (USP)
FEVEREIRO 2022

Experiência profissional:
• 46 anos no setor de processos térmicos na indústria;
• Empresas: Ultragaz, IDEG-Cenergia, AGA - América Latina e Krona;
• Professor: Instituto Brasileiro do Petróleo - IBP, ex pós-FIA e atual
coordenador de pós-graduação no INBEC;
• Pesquisador do Instituto de Energia e Ambiente da USP até maio 2021.
Agenda
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BOAS-VINDAS
Participantes
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CONTEÚDO
Conceitos
Metodologia
Descrição do módulo
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Este módulo apresenta noções de conservação de


energia aplicadas à geração e utilização de vapor d’água
e de fluidos térmicos, analisando os diversos
componentes do sistema.
FEVEREIRO 2022 SENAI-SP

CONCEITOS
Conceitos
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VAPOR D’ÁGUA
A água é a substância mais importante na superfície do planeta, ocupando 3/4 da
sua superfície terrestre, estando presente também no solo, na atmosfera, nos
animais e nos vegetais.
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Seus estados físicos na pressão atmosférica ao nível do mar servem para definir
pontos notáveis da escala de temperatura Celsius:

• Ponto de fusão (sólido > líquido): 0°C ou 32°F


• Ponto de ebulição (líquido > vapor): 100°C ou 212°F

Em pressões inferiores à atmosférica, a água entra em ebulição abaixo de 100°C; e


em pressões acima da atmosférica, a ebulição ocorre acima de 100°C, como nas
panelas de pressão e nas caldeiras.
Conceitos
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VAPOR D’ÁGUA
As principais qualidades do vapor gerado por caldeiras são suas capacidades de
transportar calor para aquecimento de processos e realizar trabalho.
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VAPOR SATURADO

Calor sensível: aquecimento da água até o ponto de ebulição sob pressão

Calor latente: mudança de estado de água para vapor sob pressão.

O vapor d’água coexiste em equilíbrio com a água, em igualdade de temperatura e


pressão.

Relação biunívoca entre a temperatura e a pressão do vapor saturado.


Esta propriedade facilita o controle dos processos térmicos.
Conceitos
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1 kgf/cm² =
= 14,2 psi

Fonte:
Ministério de Minas e Energia, Economia de Óleo Combustível, Caderno 2, 1980.
Conceitos
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1 kgf/cm² =
= 14,2 psi

Fonte:
Ministério de Minas e Energia, Economia de Óleo Combustível, Caderno 2, 1980.
Conceitos
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UTILIZAÇÃO DA TABELA

Qual a quantidade de
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calor que deverá ser


20,0 20,0 >> ~1 kcal/kg.°C
incorporada à água a
20°C para transformá-
la em vapor na
pressão de 6 kgf/cm²?

Q = 659,4 – 20,0 kcal/kg


Q = 639,4 kcal/kg
Conceitos
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UTILIZAÇÃO DA TABELA

Qual a quantidade de
calor liberada para um
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processo por vapor a 5


kgf/cm², saindo o 20,0 20,0 >> ~1 kcal/kg.°C
condensado na
temperatura de 150°C?
Q = 657,8 – 151,0* kcal/kg
Q = 506,8 kcal/kg
*obtido por interpolação na
tabela

Calor no condensado em
relação a 20°C:
Q = 151,0 – 20,0
Q = 131,0 kcal/kg
Conceitos
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VAPOR ÚMIDO
Como o vapor saturado está no limite da condensação, pode ocorrer o arraste
de minúsculas gotículas de água em suspensão.
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VAPOR SUPERAQUECIDO
Aquecendo-se o vapor saturado além da sua temperatura de equilíbrio com a
pressão, não estando mais em contato com a água, obtêm-se o vapor
superaquecido usado para geração de força motriz a partir de turbinas a
vapor.

VAPOR FLASH
É o vapor de reevaporação do condensado em alta pressão e temperatura
quando se expande em pressões mais baixas, na saída dos purgadores, que
pode ser reaproveitado para processos de temperaturas mais baixas.
Conceitos
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APLICAÇÕES DO VAPOR SATURADO

Geração de calor para inúmeros processos de troca de calor indireta como:


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• aquecimento de reatores na indústria química, farmacêutica e petroquímica;


• aquecimento de banhos na galvanoplastia;
• cocção, esterilização e fermentação na indústria de alimentos, bebidas
(cerveja e xarope para refrigerantes) e cozinhas industriais;
• esterilização e vulcanização em moldes e autoclaves;
• aquecimento de reservatórios e traçagem de linhas para fluidos viscosos,
atomização de óleos pesados;
• geração de ar quente limpo através de radiadores;
• criação de micro-organismos em temperaturas muito bem controladas
Conceitos
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APLICAÇÕES DO VAPOR SATURADO

Processos de troca de calor direta, também chamados vapor vivo como:


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• fornecimento de calor úmido na indústria de panificação (produtos especiais);


• cocção de sardinhas na lata aberta emborcada (calor úmido para escorrer
resíduos);
• esterilização por vapor direto em embalagens, enxoval e material hospitalar
inclusive tratamento de resíduos de serviços de saúde;
• hidratação na produção de papel;
• secagem de madeiras com umidade controlada;
• limpeza de superfícies com esterilização, como limpeza de couros e estofados;
• limpeza de superfícies com gordura (Lavapor);
• agente propelente em injetores para sucção de líquidos ou geração de vácuo.
Conceitos
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APLICAÇÕES DO VAPOR SUPERAQUECIDO

• Geração de propulsão, principalmente para geração de força motriz


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(trabalho mecânico) pelo acionamento de turbinas a vapor (ciclo


Rankine), com diversas aplicações como geração de energia elétrica,
moendas de cana e bombeio de líquidos.
• A necessidade do vapor ser superaquecido deve-se ao fato de que não
pode haver gotas de líquido impactando nas palhetas da turbina,
portanto o valor deve sair da turbina apresentando ainda algum grau de
superaquecimento.
• Lançadores de aeronaves em porta-aviões.
Conceitos
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TIPOS DE CALDEIRAS 3º passe

• Caldeiras flamotubulares
Caracterizam-se pelo fato da(s)
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chama(s) trafegar(em) através do


tubulão central, seguindo os
produtos da combustão no interior 2º passe

de feixes tubulares, sendo a água e


o vapor contidos no casco,
geralmente totalizando três passes.
Estas são as caldeiras de menor
porte, até 20 – 30 ton vapor/h e 1º passe
pressões máximas de 25 – 30 bar g.
Fonte: Costa, F.C.; Treinamento UG, 2ª parte, 2020
Conceitos
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TIPOS DE CALDEIRAS
• Caldeiras aquatubulares
Caldeiras de médio e grande porte
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com capacidades de produção


acima de 10 a 1.000 ton vapor/h.
Água e o vapor trafegam no
interior de feixes tubulares com
configuração flexível.
Permite atingir elevadas pressões
(até cerca de 150 bar g) e
temperaturas de até 550°C,
condições estas adequadas para
alimentação de turbinas para Fonte: Strobel, Caldeiras, UFPR, Demec.
geração elétrica.
Produtos da combustão circulam
no casco.
Conceitos
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TIPOS DE CALDEIRAS • Um exemplo típico são os fornos


de calcinação de coque verde de
• Caldeiras de recuperação petróleo, onde a queima de
Aproveitam o calor excedente de voláteis gera um importante
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um processo térmico, quando excedente de calor.


economicamente viável, como na
saída de fornos e turbinas a gás.

Esse vapor pode ser utilizado na


própria indústria ou até
comercializado na vizinhança. Caso
a disponibilidade de excedente
térmico seja variável, essas caldeiras
podem estar dotadas de
queimadores auxiliares para
complementação da potência.
Fonte: Costa, F.C.; Treinamento UG, 2ª parte, 2020
Conceitos
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TIPOS DE CALDEIRAS
• Caldeiras elétricas
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São caldeiras pouco comuns, geralmente RESISTÊNCIAS ELÉTRICAS


geram vapor saturado em equipamentos
de pequeno porte.

Apesar da elevada eficiência, ainda têm


alto custo operacional atualmente.
Os elementos térmicos podem ser
resistências ou arcos elétricos CALDEIRA ELÉTRICA

Fonte: Costa, F.C.; Treinamento UG, 2ª parte, 2020


Conceitos
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TIPOS DE CALDEIRAS
• Caldeiras
BIOMASSA/ÓLEO/GÁS
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Tipo flamotubular

Podem operar com biomassa


e, alternativamente, óleos ou
gases inclusive opções verdes
como bio-óleo ou biogases.

Fonte: Costa, F.C.; Treinamento UG, 2ª parte, 2020


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Componentes das
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caldeiras
Componentes da caldeira
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SISTEMAS PERIFÉRICOS
• Queimadores tipo monobloco
A figura ao lado mostra um
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queimador tipo monobloco para


óleo combustível, também com
modelos a gás.
As principais características
desejáveis
são baixos níveis de excesso de ar,
boa intimidade (turbulência) entre
o combustível e o ar de
combustão, para apresentar um
boa queima e com baixas emissões
de frações não queimadas e NOx.
Não admitem ar preaquecido.
Componentes da caldeira
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SISTEMAS PERIFÉRICOS
• Queimadores tipo
duobloco
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A figura ao lado mostra um


queimador tipo duobloco
para óleo ou gás
combustível.

Este tipo de queimador


admite ar preaquecido.
Ar de combustão
na temperatura
ambiente ou Fonte: Holamaq Queimadores
preaquecido Industriais, disponível em:
https://holamaq.com.br/, 2021
Componentes da caldeira
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SISTEMAS PERIFÉRICOS
• Ventiladores
Alimentam o ar de combustão aos
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queimadores de gases e óleos


combustíveis (queimadores
duoblocos) ou às grelhas para
combustíveis sólidos. Geralmente
são acionados por motores elétricos,
embora também possam ser
acionados por vapor. O controle da
vazão de ar por inversores de
frequência possibilitam economia
de energia em relação às válvulas
controladoras por perda de carga
localizada.
Componentes da caldeira
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SISTEMAS PERIFÉRICOS
• Paredes d’água
São feixes de tubos unidos
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por aletas metálicas de forma


a constituir uma ampla área
de troca de calor de forma a
conformar uma prisão
térmica. São encontradas
em caldeiras aquatubulares e
em fornalhas para queima de
combustíveis sólidos.
Componentes da caldeira
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SISTEMAS PERIFÉRICOS
• Superaquecedor
Feixe tubular por onde o
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vapor saturado passa


novamente pela fornalha
para elevar sua
temperatura, tornando-se
superaquecido.
Geralmente é o 1º feixe de
tubos por onde passam os
gases da combustão em
temperaturas mais
elevadas, por isso são
construídos de materiais
especiais.
Componentes da caldeira
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• Grelhas
É o piso da câmara de combustão para combustíveis sólidos, em cujas
frestas entra o ar primário ou ar de combustão. Podem ser fixas,
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rotativas, vibratórias, basculantes etc., de forma a facilitar a saída das


cinzas.

Grelha rotativa Grelha basculante Grelha fixa


Componentes da caldeira
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SISTEMAS PERIFÉRICOS
• Preaquecedor
Trocador de calor onde os produtos
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da combustão preaquecem o ar de
combustão.
As economias de combustível são
geralmente discretas.
Enxofre no combustível: evitar a
formação de solução de ácido
sulfúrico por recondensação da
umidade, o que poderia provocar
corrosão de chaminés e estruturas
de aço carbono.
Componentes da caldeira
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SISTEMAS PERIFÉRICOS
• Economizador
Trocador de calor instalado
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na saída dos gases da


combustão para aquecer a
água de alimentação da
caldeira, principalmente a
água de reposição.
Componentes da caldeira
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SISTEMAS PERIFÉRICOS
• Bombas d’água
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Usadas para alimentar as caldeiras


com pressões superiores às de
operação, além de vencer todas as
perdas de carga do sistema.
Também são utilizadas no sistema
de retorno de condensado.
Juntamente com os ventiladores, as
bombas d’água constituem a maior
carga elétrica do sistema. Fonte: KSB Bombas
Componentes da caldeira
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SISTEMAS PERIFÉRICOS
• Sistema de retorno de condensado
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Recolhe o condensado do vapor saturado das aplicações indiretas


encaminhando para o tanque de alimentação da caldeira através de
tubulações e bombeio. Sua configuração varia muito em
consequência do layout da instalação. Embora seja um importante
item para economia do energético, pois além de recuperar calor
também reduz o custo do tratamento da água. É necessário o
monitoramento contínuo da qualidade do condensado através de
analisadores contínuos de pH e de condutividade para descartá-lo
quando contaminado.
Componentes da caldeira
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SISTEMAS PERIFÉRICOS
• Desaerador
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Equipamento que usa vapor


borbulhando na água de alimentação
de forma a arrastar o ar dissolvido. O
objetivo é evitar a formação de
bolsões de ar que podem prejudicar a
troca térmica e causar corrosão
(oxigênio) na caldeira, tubulações e
trocadores de calor.
Componentes da caldeira
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SISTEMAS PERIFÉRICOS
• Purga das caldeiras
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Como não se pode garantir a pureza da água de alimentação adicionada ao


retorno de condensado, a purga das caldeiras é necessária para reduzir a
concentração contínua de impurezas (lodos) que ficam dissolvidas na água.

A purga adequada é um dos fatores de economia de energia e de manutenção


da caldeira. Atentar, quando não houver monitoramento contínuo por sensor de
condutividade, para que a amostra seja resfriada antes da descompressão de
forma que não ocorra a reevaporação da água superaquecida, pois a
concentração na amostra indicaria valores superiores aos reais, exigindo maior
taxa de purga.
Componentes da caldeira
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SISTEMAS PERIFÉRICOS
• Sistema de tratamento de água
Conjunto de equipamentos para produzir água desmineralizada para
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alimentação e reposição nas caldeiras, de forma a evitar incrustações e corrosão


nas superfícies em contato com a água. Pode ser por troca iônica ou osmose
reversa.
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Eficiência na
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geração de vapor
Eficiência na geração de vapor
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CÁLCULO DA EFICIÊNCIA DA CALDEIRA


A eficiência térmica global de uma caldeira é calculada pela relação entre a
energia agregada à água para tornar-se vapor na condição de saída e a energia
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do combustível utilizado. A eficiência máxima é obtida usando os valores


nominais da caldeira na melhor hipótese de operação (fator de carga = 100%).

Energia agregada Q vapor . H vapor - Σ (Qaliment . Haliment)


η = =
Energia do comb. Q comb. . PCI comb.

Q vapor = vazão de vapor


Q comb = vazão de combustível
H vapor = entalpia do vapor
Qaliment e Haliment) = valores para água de alimentação (mix reposição + condensado)
PCI comb. = poder calorífico inferior do combustível
Eficiência na geração de vapor
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CÁLCULO DA EFICIÊNCIA DA CALDEIRA - EXEMPLO

Dados:
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• Produção de vapor: 80.000 kg/h @ 510°C, 90 bar (H = 815,3 kcal/kg)


• Retorno de condensado: 50.000 kg/h @ 90°C (H = 90,1 kcal/kg)
• Água de reposição: 30.000 kg/h @ 25°C (H = 25,1 kcal/kg)
• Combustível: gás natural, PCI = 8.800 kcal/m³, 7.529 m³ GN/h

80.000 x 815,3 - (50.000 x 90,1 + 30.000 x 25,1)


η =
7.529 x 8.800
η = 0,905 ou 90,5%
Ref.: Calculador de vapor superaquecido disponibilizado pela TLV
https://www.tlv.com/global/BR/calculator/superheated-steam-table.html
Eficiência na geração de vapor
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CÁLCULO DA EFICIÊNCIA MÉDIA DA CALDEIRA


• Condições reais
Nas condições reais de operação, a eficiência térmica global de uma caldeira é
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sempre inferior àquela indicada pelo fabricante devido principalmente ao fator


de carga.
O equipamento não opera continuamente com 100% da carga nominal. Assim,
o cálculo da eficiência média da caldeira deve considerar a mesma equação,
mas aplicando-se os valores reais de um determinado período (anual, mensal,
semanal etc.).
Q vapor no período . H vapor - Σ (Q aliment no período . H aliment)
η período =
Q comb. no período . PCI comb.
Eficiência na geração de vapor
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IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS DE ECONOMIA


Combustão
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• Manter um programa periódico de análise dos gases da combustão, mantendo


regulada a mistura ar-combustível, minimizando o excesso de ar em condições de
baixas emissões de frações não queimadas como monóxido de carbono e fuligem.

• Recuperação de calor dos gases de exaustão com a instalação de


economizador e preaquecedor.

• Verificação da temperatura dos gases de exaustão; elevações nestes valores


podem indicar depósitos nas superfícies de troca de calor exigindo sua limpeza.
Eficiência na geração de vapor
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IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS DE ECONOMIA


Água de alimentação
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• Verificar a taxa de retorno de condensado, a qual deve ser a maior possível em


volume e temperatura. Verificar a condição do isolamento térmico da rede de
retorno e do tanque de condensado para otimização da temperatura.
• Estudar a possibilidade da instalação de economizador caso não haja.
• Minimizar a vazão de purga contínua, a menor que a qualidade da água
permitir.
• Reduzir as plumas de vapor do circuito de condensado com a aspersão mínima
necessária de água desmineralizada.
• Ajustar a temperatura do desaerador (quanto menor, maior a eficiência global)
Eficiência na geração de vapor
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CÁLCULOS DOS POTENCIAIS DE ECONOMIA


Purga de condensado:
1.000 kg/h na pressão man. de 6,0 kgf/cm² (164°C), rede de retorno a 2,0 kgf/cm²
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(133°C)
Calor contido no condensado: 1.000 kg/h x 165,6 kcal/kg = 165.600 kcal/h (slide 9)
A 2,0 kgf/cm², o calor no condensado seria: 1.000 kg/h x 133,4 kcal/kg = 133.400 kcal/h
Então a diferença 165.600 – 133.400 = 32.200 kcal/h irá reevaporar parte do
condensado.
O calor latente contido no vapor a 2 bar é 516,9 kcal/kg.
Logo, a fração de vapor reevaporado será: (32.200 kcal/h) / 516,9 kcal/kg = 62,3 kg/h
Portanto a vazão de condensado é: 1.000 kg/h – 62,3 kg/h = 937,7 kg/h
Cálculo de verificação a 2 kgf/cm²:
62,3 kg vapor/h x 650,3 kcal/kg = 40.514 kcal/h
937,7 kg condensado/h x 133,4 kcal/kg = 125.089 kcal/h
Calor total a 2,0 kgf/cm²: 40.514 kcal/h + 125.089 kcal/h = 165.603 kcal/h (adiabático)
Eficiência na geração de vapor
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Eficiência na geração de vapor
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IDENTIFICAÇÃO DE OUTROS PONTOS DE ECONOMIA


Energia elétrica
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• Dotar o(s) ventilador(es) do ar de combustão com inversor de frequência para o


controle da vazão de ar; o uso de dispositivos de perda de carga como venezianas
e borboletas exige que os motores trabalhem desnecessariamente sempre a
plena potência.
• Utilizar motores de alta eficiência nas bombas e grandes equipamentos como
ventiladores e tratamento de água por osmose.

Perdas térmicas
• Análise termográfica pode indicar pontos de deficiência no isolamento térmico
da caldeira, do circuito de vapor e de retorno de condensado, e se há purgadores
com vazamentos.
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Energéticos para
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geração de calor
Energéticos para geração de
calor
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ENERGIA ELÉTRICA
• No Brasil se desenvolveram na 2ª crise do petróleo em 1979 com a
implantação da EGTD – Energia Garantida por Tempo Determinado, com tarifa
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subsidiada, visando substituição do óleo combustível. Naquela ocasião a


energia hidrelétrica ainda era um potencial abundante e nacional, enquanto o
petróleo importado havia se tornado caro além da balança de pagamentos
posicionava o Brasil numa posição devedora.
• Embora a eficiência térmica das caldeiras e aquecedores elétricos seja
elevada, em termos de redução das emissões de carbono vai depender muito
de como a energia elétrica seja produzida num ciclo anual (origem térmica,
eólica, fotovoltaica, períodos úmido e seco, horas-pico etc.) e suas implicações.
• Formas de análise considerando:
- as emissões médias nacionais ou o raciocínio das emissões
incrementais?
Energéticos para geração de
calor
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Eficiências de geração, transmissão e distribuição → Eficiência final


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η caldeira ou aquecedor elétrico = 0,950


η energia primária = 0,95 x 0,336 = 0,319

η caldeira ou aquecedor a GLP = 0,850


η energia primária = 0,85 x 0,909 = 0,773

η caldeira ou aquecedor a GN = 0,850


η energia primária = 0,85 x 0,917 = 0,779
Energéticos para geração de
calor
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ÓLEOS COMBUSTÍVEIS DERIVADOS DO PETRÓLEO

• A maior parte das caldeiras a vapor e aquecedores de fluidos térmicos usa


FEVEREIRO 2022

óleos combustíveis como óleos residuais tipo BPF, óleos de xisto e óleo diesel.

• Na estimativa de custos financeiros e das emissões devem ser levados em


conta:
- os custos de energia elétrica para bombeio do tanque de armazenagem
para os tanques de consumo e dos tanques de consumo para os queimadores;
- os custos para aquecimento dos óleos de baixo ponto de fluidez, onde
geralmente é utilizado vapor ou resistências elétricas (bombeio e atomização);

• Além de gerarem elevados teores de CO2, os óleos combustíveis também


emitem vetores poluentes com SOx, NOx, monóxido de carbono e fuligem,
emissões estas muito significativas nas grandes cidades.
Energéticos para geração de
calor
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GN ou GLP (ENERGÉTICOS DE TRANSIÇÃO)

• Embora geralmente mais caros que os óleos combustíveis, o GLP e o GN


emitem menos GEE e menor manutenção dos sistemas de alimentação e de
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queima.

• A movimentação dos gases nos consumidores dispensam o uso de energia


como bombas e compressores no caso de óleos combustíveis.

• O GLP exige um baixo consumo de energia para passar do estado liquefeito


para o estado de vapor, quando não usado vaporizador atmosférico; por outro
lado, o GNC também necessita aquecimento para compensar o saldo adiabático
da descompressão.

• As emissões de SOx da queima de GN e GLP são desprezíveis, além de não


haver emissão de fuligem; e as emissões de NOx e monóxido de carbono
costumam ser mais baixas em comparação com os demais combustíveis sólidos
e líquidos.
Energéticos para geração de
calor
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BIOMASSA
Toda a biomassa, seja sólida, líquida ou gasosa apresenta a vantagem de apresentar
baixas ou nulas emissões de gases de efeito estufa quando queimada.
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Biomassa sólida
• Lenha em toras; carvão vegetal não costuma ser usado
• Lenha processada em granulometrias diferentes: chips, toletes, briquetes ou
serragem
• Bagaço de cana e outros resíduos vegetais como borra de café, palha de arroz etc.
A coleta dessa biomassa no campo e seu transporte ao consumidor geralmente exige
consumo de energia como óleo diesel, por exemplo, dificilmente 100% isenta de
emissões.
A secagem da biomassa sólida pode ser feita naturalmente ao tempo ou então
aproveitando o calor residual do efluente térmico do equipamento que irá queimá-la.
A alimentação da biomassa sólida pode ser manual ou automatizada como roscas
sem fim.
Energéticos para geração de
calor
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Biomassa líquida
• Alcatrão vegetal, também chamado bio-óleo, pode substituir os óleos tipo BPF:
- pouco disponível e o custo do frete não é viável a longas distâncias
FEVEREIRO 2022

• Etanol e biodiesel – opções custosas em R$/kcal


• Óleos vegetais – borra de algodão (8.050 kcal/L) – atualmente ~R$ 5,00/L
• Sebo bovino:
- disponibilidade limitada, PCS = 8.245 kcal/kg, isento de enxofre, requer
temperatura mais baixa de atomização (23 cSt = 110 SSU @ 60°C, ref. Ver anotações)

Biomassa gasosa
• Biogás de aterro sanitário
• Biogás oriundo de biodigestores
• Biogás purificado para biometano (Resolução ANP Nº 685 de 29/06/2017)
• Gaseificação de lenha e carvão vegetal (gás de baixo PCI ≈ 1.100 kcal/m³)
Sistemas de queima para
caldeiras e aquecedores
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• QUEIMADORES A GÁS

O biogás e biometano são os combustíveis mais indicados para queima nas


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caldeiras e aquecedores, devido aos baixíssimos índices de emissões de carbono


e de excesso de ar de combustão, à limpeza dos produtos da combustão e à
baixa contaminação nos trajetos no interior das caldeiras, além das reduzidas
emissões de CO, fuligem, frações não queimadas, NOx e SOx para o meio
ambiente.
Na indisponibilidade de biogases, são indicados o GN e o GLP principalmente na
substituição de óleos combustíveis para reduzir as emissões de carbono e
poluentes.
Os queimadores a gás podem ser do tipo monobloco, mais comuns em
caldeiras de pequeno porte e aquecedores, e do tipo duobloco em caldeiras de
médio e grande porte com preaquecimento do ar de combustão.
Sistemas de queima para
caldeiras e aquecedores
SENAI-SP

• QUEIMADORES A ÓLEO

Os queimadores a óleo exigem a manutenção de uma boa atomização do


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combustível para que sejam eficientes e não contaminem muito o meio


ambiente.

Óleos leves como o óleo diesel e óleo leve de xisto dispensam aquecimento,
tanto para armazenagem e bombeio como para atomização, mas emitem CO2
significativamente. Óleos residuais do tipo BPF oriundos do petróleo e do xisto
exigem consumo de energia para bombeio e atomização, além da pegada de
carbono e outros poluentes.

As alternativas diretas seriam o bio-óleo (alcatrão) e o sebo bovino, embora a


baixa disponibilidade seja um fator quase impeditivo, pois dispensariam a troca
de queimadores e quase eliminariam as emissões de carbono.
Sistemas de queima para
caldeiras e aquecedores
SENAI-SP

• QUEIMADORES A ÓLEO

Portanto os óleos mais utilizados em caldeiras são os do tipo de baixo ponto de


FEVEREIRO 2022

fluidez (BPF), como o OC-A1, OC-A2, OC-B1, OC-B2 e OC-3, por sua
disponibilidade e pelos custos bem mais baratos em termo de reais por
quilocaloria.

As alternativas para reduzir as emissões, não só de carbono como demais


poluentes, são as medidas de conservação de energia. Mas para obter a
máxima eficiência, os excessos de ar de combustão com óleos dificilmente
podem ser inferiores a 20% acima da estequiometria.

Resta ainda a possibilidade da conversão para gases combustíveis como já visto.


A conversão de caldeiras a óleo para biomassa sólida como lenha é dispendiosa,
geralmente exigindo o investimento na troca do equipamento.
Sistemas de queima para
caldeiras e aquecedores
SENAI-SP

• QUEIMA DE COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS


- lenha e derivados como chips, briquetes, serragem e outros resíduos;
FEVEREIRO 2022

- ambientalmente aceita (florestas energéticas); ainda algumas emissões de


carbono considerando a cadeia de extração, transporte e beneficiamento;
- emissões de poluentes, como produtos da combustão incompleta da lenha e
derivados (potencial problema em grandes cidades);
- sistemas de grande porte em empresas do agronegócio queimam biomassa
em caldeiras e secadores de grande porte com ótima qualidade nos produtos
da combustão com a queima da lenha em chips;
- na queima de combustíveis sólidos os excessos de ar de combustão são da
ordem de 50% acima das exigências estequiométricas;
- carvão mineral e o coque de petróleo, apresentam emissões de carbono mais
intensas ainda do que os óleos combustíveis convencionais.
SENAI-SP

Conversão de
FEVEREIRO 2022

caldeiras para
biomassa
Conversão de caldeiras para
biomassa
SENAI-SP

• SUBSTITUIÇÃO DO EQUIPAMENTO
- pode ser feita sem desativação do equipamento antigo
havendo
FEVEREIRO 2022

espaço disponível
- custo mais elevado
- equipamento novo: garantia, maior expectativa de vida útil
- possibilidade de adequação a novas demandas de vapor

• ADAPTAÇÃO DO EQUIPAMENTO
- custo mais baixo
- maior tempo desativado (retirada, obras civis etc.)
- garantia pode ser problemática (fornecedores diferentes)
- expectativa de menor vida útil
Conversão de caldeiras para
biomassa
SENAI-SP

Case: indústria estabelecida no sul de Minas Gerais


FEVEREIRO 2022

Trabalho apresentado no VI Congresso Brasileiro de Engenharia de


Produção em Ponta Grossa, PR, de 30/11 a 2/12/2016.

Título: Viabilidade da substituição de caldeiras de acordo com a


utilização de diferentes tipos de combustíveis.

Autores: Luciana Cristina de Carvalho Ramos, Alexandra Maria


Sandy, Luciene Vanessa Maia da Rocha Judice, Gustavo Henrique
Judice e Diego Henrique de Almeida.
Conversão de caldeiras para
biomassa
SENAI-SP

Case: indústria estabelecida no sul de Minas Gerais

Resultados comparativos das opções óleo BPF x biomassa


FEVEREIRO 2022

- Regime de operação: 24 h/dia


- Produção de vapor: 11.030 kg/h
- Pressão / Temperatura do vapor: 9 kgf/cm² / 183°C
- Temperatura da água de alimentação: 90°C
- Entalpia da água / vapor: 90,02 kcal/kg / 664,1 kcal/kg
- Rendimento da caldeira a óleo BPF: 86,17%
- Consumo de óleo BPF: 753,68 kg/h
- Rendimento da caldeira a cavaco de eucalipto (35% umidade):
85,72%
- Consumo de cavaco: 2.841,14 kg/h
- PCI do óleo BPF: 9.750 kcal/kg
- PCI do cavaco de eucalipto (35% de umidade): 2.600 kcal/kg
Conversão de caldeiras para
biomassa
SENAI-SP

Case: indústria estabelecida no sul de Minas Gerais


Vantagens obtidas:
- Substituição de 3 caldeiras existentes antigas (< desempenho e > emissões
FEVEREIRO 2022

de C).
- As caldeiras existentes permaneceram como backup.
- Custo do combustível bem mais barato com cavacos de eucalipto por ser
resíduo.
- A opção da lenha foi descartada: mais cara, exige grande mão-de-obra pelo
manuseio, risco de acidentes, risco de pragas, cobras e escorpiões.
- Redução nos custos diretos dos combustíveis:
em 2010, 46% de economia em relação ao custo do óleo BPF (100%)
em 2014, 64% de economia em relação ao custo do óleo BPF (100%)
- Redução significativa das emissões diretas de carbono; mas existem
indiretas.
- Atentar para: custos de manutenção (sistema mais complexo), custos de
energia elétrica (exaustor x aquecimento e bombeio do BPF),
disponibilidade (sazonal?)
SENAI-SP

Sistemas de
FEVEREIRO 2022

distribuição de vapor
Sistemas de distribuição de
vapor
SENAI-SP

Principais componentes:
• tubulações de distribuição;
• válvulas operacionais;
FEVEREIRO 2022

• isolamento térmico;
• purgadores de condensado;
• eliminadores de ar;
• alimentação dos equipamentos de consumo.
Principais oportunidades para conservação de energia são:
• falta, falha ou isolamento térmico inadequado na tubulação, inclusive nas
válvulas;
• vazamentos
• purgadores inadequados, com má instalação e/ou falta de manutenção
• eliminadores de ar ineficientes
• equipamentos de consumo não otimizados
Sistemas de distribuição de
vapor
SENAI-SP

PRINCIPAIS TIPOS DE PURGADORES

Purgadores de boia: a boia identifica a presença de condensado


abrindo o orifício de purga; geralmente possuem também
FEVEREIRO 2022

dispositivo eliminador de ar incorporado.

Purgadores de pressão balanceada: operam por elemento


termostático liberando condensado pela temperatura inferior à do
vapor saturado.

Purgadores de balde invertido: aplicam o princípio comprovado


da diferença de densidade entre o vapor saturado e o condensado.
Sistemas de distribuição de
vapor
SENAI-SP

PURGADORES E ELIMINADORES DE AR

Dispositivos automáticos que eliminam as frações condensadas de vapor e gases


não condensáveis como ar, mas impedem a saída de vapor.
FEVEREIRO 2022

Principais aplicações dos purgadores


• Tubulações de distribuição de vapor
• Equipamentos aquecidos a vapor
• Linhas de traçagem (aquecimento de tubulações)
• Motores e turbinas a vapor

A seleção do purgador adequado é muito importante tanto para o desempenho


do processo como para a economia de energia. Devem ser observados aspectos
como os requerimentos da descarga, condições operacionais como pressão,
temperatura, posição e fator de segurança no dimensionamento, além do menor
custo do ciclo de vida.
SENAI-SP

Aquecedores de
FEVEREIRO 2022

fluidos térmicos
Aquecedores de fluidos
térmicos
SENAI-SP

APLICAÇÃO

A utilização de fluidos (óleos) térmicos torna-se necessária quando as


temperaturas dos processos situam-se acima de 200°C, o que exigiria pressões de
FEVEREIRO 2022

vapor saturado acima de 15 kgf/cm², podendo atingir valores de até 420°C.

Os óleos térmicos podem ser de dois tipos:


• sintético: até 330°C (despressurizado) e 420°C (pressurizado), alta durabilidade,
maior eficiência na troca térmica, elevada resistência à corrosão e oxidação,
viscosidade mais precisa e menor frequência de manutenção, porém mais caro;
• mineral: até cerca de 310°C (despressurizado), oriundo do petróleo, mistura de
hidrocarbonetos aditivados, apresentam melhores características lubrificantes,
menor durabilidade e mais barato.
Aquecedores de fluidos
térmicos
SENAI-SP

SISTEMAS DE FLUIDOS TÉRMICOS


O sistema de fluidos térmicos tem os seguintes
componentes:
FEVEREIRO 2022

• Aquecedores de fluido térmico


• Bombas de circulação com os equipamentos térmicos
• Bombas de enchimento
• Filtros e tubulações de interligação e distribuição
• Tanque de expansão - compensar variações volumétricas
• Tanque de drenagem no caso de esvaziamento do
sistema
• Desaerador
Esses aquecedores utilizam principalmente óleos e gases
combustíveis ou energia elétrica. A aplicação de biomassa é
quase inexistente devido à configuração do equipamento. Aquecedor vertical fluidotubular

Fonte: Costa, F.C.; Treinamento UG, 2ª parte, 2020


Aquecedores de fluidos térmicos
SENAI-SP

POSSIBILIDADES PARA REDUÇÃO DE ENERGIA

Aquecimento de fluido térmico a combustível


FEVEREIRO 2022

• Regulagem do queimador
• Isolamento térmico do aquecedor e das tubulações
• Inversor de frequência na ventoinha do ar de combustão
• Inversor de frequência na bomba de circulação (se vazão
variável)

Aquecimento de fluido térmico com energia elétrica

• Isolamento térmico
• Inversor de frequência na bomba de circulação (se vazão
variável)
SENAI-SP

Estudo de caso 1
FEVEREIRO 2022

abordagem tradicional
Estudo de caso 1
SENAI-SP

• OTIMIZAÇÃO DE CALDEIRA
Caldeira de vapor saturado, produzindo em média 10.000 kg vapor @ 10 barg /
hora Consumo médio de 814 kg óleo OC-A1 / hora (PCI = 9.590 kcal/kg OC-A1),
FEVEREIRO 2022

com 20% excesso de ar, produtos da combustão (PC) saindo a 200°C, sem retorno
de condensado.
Não há economizador pois os PC do óleo não deveriam baixar mais a
temperatura pelo teor de enxofre (condensação de solução de ácido sulfúrico).
Portanto a conversão da caldeira para GN permitiria a instalação de
economizador para preaquecimento de água, pois a temperatura dos PC poderia
baixar.
Cálculo da eficiência da caldeira com óleo:
10.000 kg/h x 663,9 kcal/kg - (10.000 kg/h x 25,1 kcal/kg)
η caldeira =
814 kg/h x 9.590 kcal/kg
η caldeira = 0,818 ou 81,8%
Estudo de caso 1
SENAI-SP

• OTIMIZAÇÃO DE CALDEIRA
Eficiência de combustão da caldeira com óleo, ar a 20°C, PC a 200°C: 0,919
FEVEREIRO 2022

Fonte: Eficiências da combustão: Módulo A-2

Eficiência de combustão da caldeira com GN, ar a 20°C, PC a 150°C: 0,951


Extrapolação linear para eficiência com GN, PC a 150°C:
(0,932 – 0,854) 50 / (400 – 200) = 0,019
0,932 + 0,019 = 0,951

Economia de combustível óleo x GN = (0,951 – 0,919) 100 / 0,951 = 3,36% ou 0,0336


Óleo: 814 kg óleo/h x 9.590 kcal/kg = 7.806.260 kcal/h
GN: (1 – 0,0336) 7.806.260 kcal/h = 7.543.970 kcal/h
GN: (7.543.970 kcal/h) / (8.800 kcal/m³GN*) = 857 m³ GN/h
PC do GN: 19,4 kg PC/kg GN(**) ; dGN = 0,74 kg/m³ GN; PC do GN = 19,4 x 0,74 = 14,4 kg/m³ GN

Fontes: (*) MME, BEN 2020


(**) software Vulcano 2.5
Estudo de caso 1
SENAI-SP

• OTIMIZAÇÃO DE CALDEIRA
Potencial para preaquecimento de água no economizador:
Calor específico médio dos produtos da combustão: 0,25 kcal/kg PC.°C
FEVEREIRO 2022

Economia de combustível óleo x GN = (0,951 – 0,919) 100 / 0,951 = 3,36% (conversão)


Óleo: 814 kg óleo/h x 9.590 kcal/kg = 7.806.260 kcal/h
GN: (1 – 0,0336) 7.806.260 kcal/h = 7.543.970 kcal/h (apenas pela conversão)
GN: (7.543.970 kcal/h) / (8.800 kcal/m³GN*) = 857 m³ GN/h
PC do GN: 19,4 kg PC/kg GN(**); dGN = 0,74 kg/m³ GN; PC do GN = 19,4 x 0,74 = 14,4 kg PC/m³ GN
Potencial: (14,4 kg PC/m³ GN) x 857 m³ GN/h x 0,25 kcal/kg PC.°C x (200° - 150°C)
Potencial: 154.260 kcal/h (teórico)
Supondo rendimento de 80%: 154.260 x 0,80 = 123.408 kcal/h (economizador)
Acréscimo de temperatura da água: ΔT = (123.408 kcal/h) / [(10.000 kg água/h) x 1
kcal/kg.°C]
ΔT = 12,3°C
Estudo de caso 1
SENAI-SP

Nova eficiência da caldeira


PCI do GN = 8.800 kcal/m³ GN/ (0,74 kg GN/m³ GN) = 11.892 kcal/kg GN
Nova vazão de GN = 7.543.970 kcal/h – 123.408 kcal/h = 7.420.562 kcal/h = 843 m³ GN/h
FEVEREIRO 2022

Nova vazão de GN = (7.420.562 kcal/h) / 11.892 kcal/kg GN = 624 kg GN/h

10.000 kg/h x 663,9 kcal/kg - (10.000 kg/h x 37,4 kcal/kg)


η caldeira =
624 kg/h x 11.892 kcal/kg

η caldeira = 0,844 ou 84,4%

Comparação econômica: 814 kg óleo OC-A1/h com 843 m³ GN/h >>> CAPEX
Emissões de CO2: 814 kg óleo/h x 3,106 kg CO2/kg óleo = 2.528,3 kg CO2/h
843 m³ GN/h x 2,067 kg CO2/m³ GN = 1.742,5 kg CO2/h (- 31,08%)
SENAI-SP

Estudo de caso 2
FEVEREIRO 2022

abordagem
alternativa
Estudo de caso 2
SENAI-SP

• SUBSTITUIÇÃO DE PROCESSOS INDIRETOS POR DIRETOS


A utilização de vapor saturado ou outros fluidos térmicos para aquecimento
indireto de processos industriais pode ser uma oportunidade para uma mudança
FEVEREIRO 2022

filosófica no conceito de transmissão de calor.

Embora sejam poucas as possibilidades, mudanças deste tipo podem representar


significativas economias de energia quando possível trocar o processo indireto por
troca de calor direta com os produtos da combustão sem fluidos térmicos
intermediários.

AQUECIMENTO INDIRETO AQUECIMENTO DIRETO


Aquecimento do fluido (vapor /óleo térmico) Queima direta => produtos da combustão
Perdas no transporte do fluido ao processo
Aquecimento do processo térmico
Perdas no retorno do fluido para reaquecimento Aquecimento do processo térmico
Estudo de caso 2
SENAI-SP

• SUBSTITUIÇÃO DE ÓLEO TÉRMICO EM RAMAS TÊXTEIS


Ramas são equipamentos térmicos usados no acabamento de tecidos como
tingimento, secagem, termofixação e cura de produtos químicos aplicados, a
FEVEREIRO 2022

partir de ar quente.
Tradicionalmente as ramas foram originalmente projetadas para operarem com
uma fonte de calor indireto, a partir da geração de óleo térmico aquecido em
aquecedores de fluido térmico que queimam óleo pesado (tipo BPF) ou, menos
frequentemente, GN ou GLP.
O óleo térmico circula em radiadores para aquecimento do ar de processo.
Existem mais de mil ramas no Brasil, muitas delas já convertidas para gás natural
ou GLP, com grandes vantagens no aumento da eficiência térmica, resultando na
redução das emissões de CO2, monóxido de carbono, fuligem, óxidos de enxofre,
óxidos de nitrogênio e energia elétrica, além da economia com as despesas de
manutenção de todo o sistema.
Estudo de caso 2
SENAI-SP

SISTEMA TRADICIONAL INDIRETO EM RAMAS TÊXTEIS


FEVEREIRO 2022

Fonte:
Costa, F.C.; GLP – Energético
de Transição, Sindigás, 2021

Radiadores a
óleo térmico
Estudo de caso 2
SENAI-SP

SISTEMA DIRETO A GÁS EM RAMAS TÊXTEIS


Veículo
abastecedor
Tanque Regulagem Decantador
GLP
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de GLP da pressão
Vaporizador

CRM
Gasoduto de GN
Fonte:
Costa, F.C.; GLP – Energético

Rede interna de gás


Secador
de Transição, Sindigás,2021 tipo túnel

Queimador de duto

Ventilador do ar
de secagem
Estudo de caso 2
SENAI-SP

COMPARATIVO DE EMISSÕES ÓLEO x GÁS EM RAMAS TÊXTEIS


Emissões com óleo combustível – processo térmico indireto
Processo indireto a óleo térmico gerado com queima de óleo combustível BPF
FEVEREIRO 2022

OC-A1:
Potência líquida agregada ao ar de processo aquecido = 1.000.000 kcal/h
Eficiência térmica do processo de obtenção do ar quente = 0,71,
considerando o óleo térmico, o aquecimento e as perdas de calor do óleo
combustível
Qbruta = (1.000.000 kcal/h) / [(9.590 kcal/kg óleo) x 0,71] = 146,9 kg óleo BPF OC-
A1/h
Emissão de CO2:
(146,9 kg óleo BPF/h) x 3,106 kg CO2/kg óleo BPF = 456,3 kg CO2/h
Emissão máxima de enxofre:
(146,9 kg óleo BPF/h) x 0,02 kg S/kg óleo BPF = 2,94 kg S/h
Prováveis emissões de fuligem, emissões de CO e NOx não desprezíveis.
Estudo de caso 2
SENAI-SP

COMPARATIVO DE EMISSÕES ÓLEO x GÁS EM RAMAS TÊXTEIS


Emissões com GLP – processo térmico direto
Processo direto de aquecimento do ar com queimadores de duto a GLP:
FEVEREIRO 2022

Potência líquida agregada ao ar de processo aquecido = 1.000.000 kcal/h


Eficiência térmica do processo de obtenção do ar quente = 0,96,
considerando o gás queimado na vaporização do GLP.
Qbruta = (1.000.000 kcal/h) / [(11.100 kcal/kg GLP) x 0,96] = 93,8 kg GLP/h
Emissão de CO2:
(93,8 kg GLP/h) x 2,931 kg CO2/kg GLP = 274,9 kg CO2/h
Emissão máxima de enxofre:
(93,8 kg GLP/h) x 0,140 g S/kg GLP = 13,1g S/h = 0,0131 kg S/h
Isento de emissões de fuligem; baixas emissões de CO e NOx.
Estudo de caso 2
SENAI-SP

COMPARATIVO DAS OPÇÕES ÓLEO x GÁS EM RAMAS TÊXTEIS


CONCLUSÕES
1. Aumento da eficiência no aquecimento do ar de processo de 71% para 96%.
FEVEREIRO 2022

2. Redução das emissões de carbono: (456,3 – 274,9) x 100 / 456,3 = 39,75%


3. Redução das emissões máximas de enxofre: (2,94 – 0,0131) x 100 / 2,94 = 99,55%
4. Com GLP, assim como GN, não há emissões de fuligem
5. As emissões de CO e de NOx também costumam ser mais baixas com GLP e GN
6. Com o processo de aquecimento direto a gás, existem outras economias:
- a eliminação da caldeira, do sistema de óleo combustível, da distribuição de
vapor e do retorno de condensado proporciona grandes economias com
tratamento de água, inspeção pela NR13, além de mão-de-obra operacional e de
manutenção;
- possibilita também economia de energia elétrica com o bombeio do óleo entre
o tanque de armazenagem e o tanque de trabalho e daí para o(s) queimador(es),
além da alimentação de água para a caldeira.
FEVEREIRO 2022 SENAI-SP

Bibliografia
Estudo de caso
SENAI-SP

BIBLIOGRAFIA
• EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO USO DE VAPOR, Eletrobrás / PROCEL e
consórcio EFFICIENTIA/FUPAI, MME, autor Luiz Augusto Horta Nogueira, co-
autores Carlos R. Rocha e Fábio José H. Nogueira (UNIFEI), 196 pág., Rio de
FEVEREIRO 2022

Janeiro – RJ, 2005.

• EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO USO DE VAPOR – MANUAL PRÁTICO, Eletrobrás


/ PROCEL e consórcio EFFICIENTIA/FUPAI, MME, autor Luiz Augusto Horta
Nogueira, co-autores Carlos R. Rocha e Fábio José H. Nogueira (UNIFEI), 96
pág., Rio de Janeiro – RJ, 2005.

• FLUIDOS TÉRMICOS – Água – Vapor – Óleos Térmicos, Raul Peragallo Torreira,


Editora Hemus, 319 pág., São Paulo – SP, 2001.
Estudo de caso
SENAI-SP

BIBLIOGRAFIA
• COMBUSTÃO EM CALDEIRAS INDUSTRIAIS – ÓLEO & GÁS COMBUSTÍVEL,
Volume 1, Virgílio Lagemann, Editora Interciência, 282 pág.,Rio de Janeiro – RJ,
2016.
FEVEREIRO 2022

• CALDEIRAS, Colbert Demaria Boiteux, edição traduzida para uso interno da


Escola Naval, Rio de Janeiro – RJ, s/data.

• SPIRAX SARCO – website para consulta: www.spiraxsarco.com/global/pt-BR


Existem webinários para treinamentos gravados e disponíveis em:
www.spiraxsarco.com/global/pt-BR/treinamentos/ceesv

• VULCANO 2.5 – Dynamis – Programa para simulação de processos de


combustão: https://dynamis-br.com/downloads
FEVEREIRO 2022 SENAI-SP

Obrigado !

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