Revolução Inglesa

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Revolução Inglesa

Professora: Débora Lima


Revoluções Burguesas: Inglesa e Francesa
Na época de suas revoluções, França (XVIII) e Inglaterra (XVII), eram países predominantemente rurais. Entretanto,
mesmo estando no campo, a escassez de alimentos, associada a alta dos preços gerou a fome, que por sua vez se
tornou um dos graves problemas sociais enfrentados por esses sociedades.
A legião de miseráveis nesses países se tornou um problema público. Para esse resolver esse problema social, o
governo criou leis que submetiam esses mendigos a trabalhos forçados. O governo por sua vez via a baixa
expectativa de vida e a morte dessa legião de mendigos como um alívio.
Tanto a revolução inglesa quanto a francesa provocaram a morte de seus reis, o que se tornou um símbolo de
libertação. Embora tenham sido conduzidas pela burguesia, essas revoluções serviram de inspiração para
seus povos e se tornaram acontecimentos mundiais, inspirando também outras nações e sendo
consideradas etapas da construção do mundo burguês.
O sucesso dessas revoluções só foi possível graças as péssimas condições de vida dessa população associadas às
promessas, de que a revolução, garantiria uma vida melhor ao povo. A execução desses reis foi o resultado de
uma politica que já estava falida e suas mortes significavam sepultar o Antigo Regime.
Cercamentos
“Os carneiros, antes animais tão delicados e inofensivos, tornaram-se
devoradores de homens.”
Fonte: MORUS, Thomas. A Utopia. Tradução: Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM Editores, 1ª Ed. 1997.

Na Inglaterra até o século XV, a terra era transmitida pelo direito de


Pasto cercado na Inglaterra. Os cercamentos auxiliaram no herança e o poder do senhor feudal era medido pelo número de súditos
impulso da Revolução Industrial inglesa que possuía. Porém, ao final do século XV, os camponeses foram
perdendo seus direitos feudais e lançados ao mercado de trabalho.
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/cercamentos-revolucao-industrial-
inglesa.htm Antigos senhores feudais passaram a compreender que a terra era
uma mercadoria valiosa e contribuíram para um política de
CERCAMENTOS.
A gentry (antigos senhores feudais – membros da nobreza) passaram a
cercar os campos abertos, que eram compartilhados por aldeões pobres
ou pequenos proprietários, que não tinham títulos de propriedade.
Tradicionalmente o uso desses campos pela comunidade era costume
consagrado. O governo inglês, junto com o Parlamento posicionaram-
se favoráveis aos interesses da Gentry e permitiram esse processo
de privatização dessas terras avançassem. O cercamento foi feito para
ampliar a produção de lã.

http://historiadodireitofmp.blogspot.com/2015/07/enclosures-ou-
cercamentos.html
Antecedentes:
Dinastia Tudor
A dinastia Tudor governou a Inglaterra por 118 anos, pouco tempo para uma
família que deixou grandes marcas na Grã-Bretanha, dentre elas a mais
emblemática o Anglicanismo. Foi também durante esse período que o
Parlamento ganhou mais autonomia e a burguesia ganhou seu espaço.

Os reis ingleses, sobretudo da dinastia TUDOR, mantiveram uma relação


mais próxima com a burguesia favorecendo uma politica de capitalização da
economia. Embora o capitalismo se desenvolvesse, os lastros feudais
permaneciam na política e nas leis. Esse sistema capitalista se
consolidou aos poucos no campo e nas cidades, promovendo o
assalariamento e a exploração do trabalhador.
Além de manter uma boa relação com a burguesia, a Dinastia dos Tudors
favoreceu aos burgueses o acesso à terra, seja por meio de uma
politica de cercamentos, seja pela expropriação das terras da Igreja
Católica no período da Reforma. Os Tudors também mantiveram uma
relação harmoniosa com o Parlamento, que por sua vez era composto
pela nobreza e burguesia.

Genealogia da Dinastia Tudor


https://rainhastragicas.files.wordpress.com/2014/07/04.jpg
Dinastia Stuart – os confrontos com o
Parlamento
A morte de Elisabeth Tudor sem deixar herdeiros, levou a Inglaterra a uma troca de dinastia. Os Stuarts como
parentes mais próximos assumiram o poder e não conseguiram os êxitos dos seus antecessores.

Em decorrência do fim da dinastia Tudor pela falta de herdeiros, a dinastia Stuart assumiu o poder. Entretanto, os
Stuarts não mantiveram uma relação amistosa com o Parlamento. O primeiro Stuart foi Jaime I (1603-1625) que
adotou uma série de medidas impopulares, tais como:
• Aumento das tributações alfandegárias.
• Criação de novos impostos.
• Imposição de monopólios
• Elevação dos impostos feudais
Além disso, Jaime I aproximou-se da Espanha que era inimiga da Inglaterra. Tal situação fez com que a Igreja
protestante inglesa voltasse contra ele, além dos grupos nacionalistas. O Parlamento se viu em meio a essa
situação de disputas e teve sua relação estremecida com o rei. Jaime I não conseguiu conter a onda de
insatisfação, já que não possuía um exército permanente e nem uma burocracia organizada. A última medida tomada
por Jaime I foi controlar a exportação de tecidos ingleses, levando a burguesia a reagir ferozmente e o Parlamento
pressionado exigiu a renúncia do rei.
Dinastia Stuart – os confrontos com o
Parlamento
Carlos I (1625-1649), irmão de Jaime, ao assumir impôs ao Parlamento uma política absolutista. Tomando uma
série de medidas dentre as quais destacamos:
• Obrigatoriedade de empréstimos a Coroa e represálias a quem contestasse tal medida. O Parlamento por sua vez
reagiu com a Petição de Direitos, pois julgava ilegal a criação de impostos pelo rei, sem o seu consentimento.
Além disso, o Parlamento procurou dificultar a criação de um exército real.
• Aumento dos impostos feudais e criação do imposto marítimo. Adoção de monopólios, prejudicando a maioria dos
burgueses.
• Um grupo de proprietários se organizou contra Carlos I, em decorrência do aumento e criação de impostos e
também por causa da política de monopólios.
• A Irlanda se rebelou contra a Inglaterra, em 1641. Poucos anos depois, em 1649, a Escócia invadiu a Inglaterra e
Carlos I foi obrigado a fazer um acordo com os invasores.
Processo revolucionário
“A Guerra Civil foi uma guerra de classes, na qual o despotismo de Carlos I foi defendido pelas forças reacionárias da
Igreja estabelecida e por proprietários conservadores. O Parlamento derrotou o rei porque poderia apelar ao apoio
entusiástico das classes comerciais e industriais da cidade e campo, aos homens e às nobres progressistas e às
massas mais amplas da população sempre que pudessem, por livre discussão, entender o que realmente era a luta.”
(Christopher Hill)

Carlos I convocou o Parlamento para pedir novo aumento de impostos para subsidiar uma guerra contra os
escoceses calvinistas. O Parlamento por sua estava mais preocupado em conter o excessivo poder real e
temia financiar o exército. Diante do conflito de interesses, Carlos I dissolveu o Parlamento em maio de 1640.
A partir daí, aumentaram as tensões entre a Coroa e os deputados puritanos que acabaram rompendo na
Guerra Civil (1642 a 1649) liderada pelo puritano Oliver Cromwell.
O conflito contou com duas forças;
• Os Cabeças redondas, liderado por Oliver Cromwell, (NEW ARM MODEL) exército do Parlamento, recebeu apoio
da burguesia e do povo. Embora temesse a participação popular, a burguesia não via outra solução, para a mesma
era melhor aliar-se ao povo do que confiar no rei.
• Os Cavalheiros, compunham o exército real, que recebeu o apoio de nobres.
Processo revolucionário
No processo revolucionário, dois grupos populares se
destacaram. Ambos apoiavam a derrubada da monarquia.
• Niveladores – grupo popular proveniente do New arm
model – exigiam reformas sociais e econômicas,
separação da Igreja do Estado, voto universal, república
e proteção a pequena propriedade.
• Diggers ou Escavadores que defendiam um processo de
reforma agrária de forma pacifica.
Os ideais revolucionários tanto dos diggers quanto dos
niveladores eram considerados uma ameaça para a
burguesia, mas a mesma preferia confiar no povo do que no
rei.
A guerra se dividiu em dois momentos, o primeiro com
a derrota e prisão do rei em 1645, e o segundo conflito
iniciou com a fuga de Carlos I e novamente o Exercito
de Cromwell com o apoio dos niveladores derrotaram o
monarca que dessa vez acabou sendo condenado a
execução em 1649.
Após a guerra, tanto os escavadores quanto os niveladores,
foram banidos da Revolução. A revolução perdia seu
aspecto popular e a medida em escavadores e niveladores
persistiam na reivindicações pela terra, acabavam
Execução de Carlos I: fim do Antigo Regime na Inglaterra. representando uma ameaça a burguesia, que acabou
silenciando e exterminando boa parte desses dois grupos.
A República de
Cromwell
Um fato que merece destaque nesse processo revolucionário
foi o fator religioso ter impulsionado o movimento, pois seu
líder Oliver Cromwell, era um fanático, praticante do
puritanismo calvinista e impôs ao seu exército uma vida
regrada. O seu fanatismo também foi levado ao seu governo.

Em 1649, foi instaurada a República sob o comando de


Cromwell. Os niveladores tentaram fazer uma revolução,
mas foram massacrados. Tanto os diggers quanto os
niveladores foram banidos da revolução e Cromwell deu
prosseguimento ao seu governo ditatorial.
Dentre as medidas adotadas por Cromwell destacamos:
• Conquista da Escócia e da Irlanda.
• Promulgação dos Atos de Navegação (todos os
produtos importados e vendidos pela Inglaterra só
poderiam ser transportados em navios ingleses.
• Ampliação da politica de Cercamentos.
• Confisco das terras da Igreja, da Coroa e de todos
aqueles que apoiaram o rei, sendo que essas foram
entregues a burguesia.
• Dissolução do Parlamento.
Estátua de Oliver Cromwell: período curto em que foi instituído a República na
Inglaterra pela burguesia puritana.
Restauração da
Monarquia
Com a morte de Cromwell, seu filho Ricardo, assumiu (1658-
1660), porém permaneceu no poder por 18 meses. Dando
lugar para o processo de RESTAURAÇÃO, ou seja, retorno da
Monarquia, com Carlos II, (filho do rei executado na
revolução).
Em 29 de maio de 1660, a população de Londres aclamou
Carlos II como rei. O apoio da burguesia foi essencial para
esse processo.
Com Carlos II (1660-1685), as tensões entre a monarquia e o
Parlamento voltaram a dominar a cena política. Declarando-se
rei por direito divino, Carlos II passou a disputar a soberania
com o Parlamento, externou seu ódio ao puritano Oliver
Cromwell (mandou desenterrar o corpo e decepou a cabeça
dele publicamente) e não escondeu sua simpatia pelo
catolicismo.
Jaime II (1685-1688), seu irmão e sucessor, autoritário e
católico declarado, foi mais longe: entregou a católicos os
mais altos cargos dos reinos, tentou impor o catolicismo aos
ingleses desafiando o Parlamento, de maioria protestante e
buscou apoio da da França. O Parlamento acabou depondo
Jaime II.

https://www.todamateria.com.br/revolucao-gloriosa /
Os irmãos Charles e Jaime restauraram a família Stuart no trono inglês
Revolução Gloriosa
A deposição de Jaime II e a posse de seu genro
Guilherme de Orange sem derramamento de
sangue ou desordem social, acabou conhecido
como REVOLUÇÃO GLORIOSA, inaugurando uma
nova era na Inglaterra. O novo monarca Guilherme
de Orange, que pacificamente assinou a Bill of the
rigths, tornou a Inglaterra uma MONARQUIA
PARLAMENTARISTA.
A Declaração de Direitos (Bill of the rigths) limitou
o poder do rei, conferiu autoridade e garantias ao
Parlamento, assegurou os direitos civis e a
liberdade individual a todo cidadão inglês.
Estabeleceu que nenhum católico poderia ascender
ao trono e nenhum monarca inglês poderia se casar
com um católico. Com a Declaração de Direitos, a
Inglaterra deixava de ser uma monarquia absoluta
para ser uma monarquia parlamentar.
No caso da Revolução Inglesa, a burguesia não
avançou mais no processo revolucionário, pois temia
a radicalização dos grupos populares. Porém, foi
https://www.todamateria.com.br/revolucao-gloriosa uma revolução onde os burgueses conquistaram
Alegoria sobre o Novo Estado da Inglaterra junto aos reis seu espaço na esfera politica e superaram os
obstáculos ao desenvolvimento do capitalismo.
Guilherme e Maria

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