Superior Tribunal de Justiça
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DECISÃO
Trata-se de agravo interposto contra decisão da Corte de origem que não admitiu o recurso
especial.
O apelo nobre obstado enfrenta acórdão, assim ementado (fls. 253-254):
PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. PAGAMENTO
DO PERCENTUAL DE 3,17%. A LIMITAÇÃO DO REAJUSTE. A BASE DE CÁLCULO
DO REAJUSTE. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. SUCUMBÊNCIA
RECIPROCA. SINDICATO. JUSTIÇA GRATUITA. INEXISTENTE.
1. Cuida-se de decisão proferida na regência do CPC de 1973, sob o qual também foi
manifestado o recurso, e conforme o princípio do isolamento dos atos processuais e o da
irretroatividade da lei, as decisões já proferidas não são alcançadas pela lei nova, de sorte
que não se lhes aplicam as regras do CPC atual, inclusive as concernentes à fixação dos
honorários advocaticios, que se regem pela lei anterior.
2. Não é presumida a hipossuficiência das entidades sindicais, uma vez que recebe
contribuições compulsórias e facultativas, dispondo, em princípio, de recursos previstos
em lei e por adesão, exatamente para proceder à defesa dos direitos e interesses dos seus
filiados e da categoria profissional respectiva. Sem a prova cabal da hipossuficiência, não
se lhe defere a gratuidade de justiça.
3. O termo inicial do reajuste de 3,17% é a data de 1°/01/1995, e o termo final é a data da
efetiva reestruturação ou reorganização de cargos e carreiras, conforme art. 10 da Medida
Provisória n. 2.225, de 2001, ou, no caso de não ter havido reestruturação, o termo final é
31/12/2001, uma vez que o art. 9° da referida MP determinou a incorporação desse mesmo
percentual à remuneração dos servidores públicos federais a partir de 1°/01/2002, na linha
da jurisprudência do STJ.
4. Não há falar em ofensa à coisa julgada no caso de não ter havido discussão no processo
de conhecimento da questão concernente à reestruturação, uma vez que o direito ao
referido complemento de reajuste foi assegurado pelo legislador a todos os servidores do
Poder Executivo Federal, nos termos dos arts. 8° e 9° da Medida Provisória n. 2.225-45, de
2001, dispondo-se, ainda, que, se tivesse havido reestruturação da carreira, até ai incidiria
o reajuste, nos termos do art. 10 da mesma medida provisória. Portanto, se a sentença
impôs como data limite ao reajuste data anterior à referida medida provisória, tendo
transitado em julgado, vigora o quanto disposto na sentença; se não foi fixado limite
temporal, a regra da lei, que determinou o reajuste para todos os servidores, alcança todas
as demais situações, pois em casos assim a violação do direito, pela não aplicação do art.