Lição 3 de Abraão A Jacó

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LIÇÃO 3

DE ABRAÃO A JACÓ
(Gn 12-36)

A
s promessas de Deus são: sim e amém. “Porque quantas são as
promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por
ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio.” (2Co
1.20).

Esta Lição ocupa-se da chamada de Deus a Abraão. Era esse velho


patriarca, varão de grande capacidade e sabedoria. “... Sai da tua terra... de
ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu
uma bênção!” (Gn 12.1,2).

Por ele seria chamado o povo eleito, de onde, em tempo oportuno, viria o
Redentor, segundo a promessa divina em Gênesis 3.15.

Esta Lição nos proporcionará inspiração através das vidas de Abraão,


Isaque e Jacó.

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. A Chamada de Abraão
2. Abraão, Sara e Hagar
3. Os Descendentes de Abraão e Ló
4. Isaque, Figura Típica de Jesus
5. Diferentes Aspectos da Vida de Jacó
6. O Encontro de Jacó com Esaú
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OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:

1. Mencionar a tríplice promessa de Deus a Abraão, quando da


chamada deste;

2. Dizer o significado do nome “Abraão”;

3. Citar a lição histórica que podemos aprender através da vida de


Ló;

4. Enumerar três exemplos que mostram Isaque como um tipo de


Jesus;

5. Falar do voto de Jacó quando fugiu da presença do seu irmão


Esaú;

6. Descrever o encontro de Jacó com Esaú.


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TEXTO 1

A CHAMADA DE ABRAÃO
(Gn 12-14)

Abraão, sob o aspecto humano, foi um im-


portante elo no glorioso plano divino da reden-
ção da humanidade. “de ti farei uma grande na-
ção, e te abençoarei, e te engrandecerei o
nome. Sê tu uma bênção!” (v. 2). O atendimen-
to a esta chamada feita a Abraão, representava
uma série de perdas, de separação: do país,
dos amigos, dos bens adquiridos, dos parentes.
Mas ele era um homem de fé - creu nas pro-
messas de Deus. E porque creu, obedeceu: “...
e partiu sem saber aonde ia.” (Hb 11.8).

Abraão em Canaã

Você naturalmente, já passou pela experi-


ência de se encontrar, inesperadamente, em lugar estranho. Assim foi com
Abraão. De repente, ei-lo diante de gente diferente em hábitos e atitudes.
Tudo para ele era muito estranho! Mas o seu Deus, o Deus de todas as horas,
veio ao seu encontro, e Abraão sentiu que não estava só. Cheio de gratidão
ao seu amado Senhor e à sua promessa (v. 7), ergueu ali o seu primeiro altar
como fiel e devotado adorador que era de Deus.

Abraão desce ao Egito

A fome atingia toda aquela terra. Evitando as tribulações de Canaã, Abraão


desce ao Egito, terra de tantos ídolos.

O contexto aqui, nos mostra Abraão dominado pela sua natureza huma-
na - amedrontado, até induzido a mentir! Até mesmo um grande profeta, um
grande servo de Deus, está sujeito a coisa assim! Todo tempo devemos bus-
car o Senhor, para que o mal não nos domine. Abraão mentiu a um rei pagão,
comprometendo sua esposa, visando com isso garantir sua própria vida!
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Abraão volta do Egito (Gn 13)

Enquanto estivera no Egito, Abraão fora grandemente abençoado com


bens. Ei-lo agora diante do lugar onde um dia ele erguera seu primeiro altar.
Quanta recordação para Abraão naquele momento! Que experiências saudo-
sas ali em Canaã! Quantas vezes temos Abraão invocando ali mesmo o nome
do Senhor! (v. 4). Possamos nós também, em cada experiência da nossa
vida, invocar o nome do Senhor Deus e a Ele glorificar.

Enquanto a prosperidade representa para Abraão bênçãos do Senhor,


para Ló representa uma fé materialista. Surgem desentendimentos; a separa-
ção é inevitável (v. 9); tio e sobrinho tomam caminhos diferentes (v. 11), e
Abraão leva consigo a sua fé genuína e o seu amor, cercado do cuidado do
Senhor (vv. 15,16 e 17), e edifica ali outro altar a Deus, que evidencia a
seguinte realidade: quando os amigos falham, Deus permanece.

Gentios e israelitas

É um ponto importante para ser destacado. Até o capítulo 12 a Bíblia


descreve a raça humana como um todo. Não havia judeu nem gentio. Daqui
em diante, a humanidade pode ser comparada a um grande rio que será
purificado por um pequeno córrego, representado pela chamada de Abraão e
a formação do povo de Israel.

Melquisedeque, tipo de Jesus Cristo (Gn 14)

Você passará a conhecer agora um personagem que lhe trará muita


edificação. Leia atentamente, os versículos 18 a 24 junto com o texto de
Hebreus 7.3. Trata-se de uma figura bem diferente das demais estudadas até
aqui. Seu nome: Melquisedeque; sua origem: (?) - Sem genealogia, sem pai,
sem mãe (registrados). Consta, porém, que ele foi rei - rei de Salém (v. 18). O
escritor aos Hebreus o apresenta como “... semelhante ao Filho de Deus ...”.
Note que ele foi um sacerdote do Senhor, um homem crente e normal como
qualquer outro. Comparando-se Gênesis com Hebreus, vê-se que ele foi um
tipo do Senhor Jesus.

A ele coube abençoar Abraão, quando este voltava da matança dos reis
(vv. 18-20). Depois da bênção, veio a tentação através do rei de Sodoma.
Abraão rejeita sua oferta. Você já reparou que uma bênção sempre vem se-
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guida de uma tentação? Cuidemos para não desprezarmos as bênçãos, dian-


te dos “reis de Sodoma”, que vez por outra surgem à nossa frente.

1. Melquisedeque, o primeiro sacerdote citado na Bíblia, foi consti-


tuído pelo Espírito Santo como um tipo de Cristo, um sacerdote maior que
Arão.

2. Melquisedeque era rei e também sacerdote. “Rei de Salém” (Paz).


O seu nome significa “Rei de Justiça” (Hb 7.2; Zc 6.12,13).

3. O Salmo 110.4 diz, de Cristo: “... Tu és sacerdote para sempre,


segundo a ordem de Melquisedeque.”

4. Não há registro bíblico quanto a seu pai ou sua mãe. Também


quanto ao seu nascimento ou morte. Hebreus 7.3 descreve-o como tipo de
Cristo, o Sacerdote Eterno.

TEXTO 2

ABRAÃO, SARA E HAGAR

Abraão já estava com 90 anos! Como você sabe, ele não tinha filhos.
Quantas vezes teria Abraão parado para meditar na promessa de Deus “de ti
farei uma grande nação...” (Gn 12.2). Talvez o seu servo Eliézer, o damasceno,
pudesse ocupar o lugar de seu herdeiro! (Gn 15.2,3). Não, não seria Eliézer!
Leia os versículos 4 a 6. Deus dá a Abraão uma revelação realmente sublime!
Como crer? Emocionados lemos: “Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi impu-
tado para justiça.” (Gn 15.6). Quão maravilhosa é a capacidade de crer!
Agostinho diz: “Fé é crer naquilo que se não vê, e a recompensa dessa fé é
ver o que se crê.”

Mas, e quanto à terra que ele herdaria?! (Gn 15.7), o Senhor lhe respon-
deu através de uma ilustração, tendo o próprio Abraão como personagem.
Leia versículos 9 a 12 do mesmo capítulo. O versículo 12 conta do profundo
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sono que se apoderou de Abraão, durante o qual Deus lhe revelou sobre a
escravidão do Seu povo por 400 anos e os seus sofrimentos. Mas Deus fala
também do seu cuidado: “... eu julgarei a gente a que têm de sujeitar-se ...”
(v. 14).

Estes sofreriam as consequências por afligirem o povo de Deus. Este


povo seria enriquecido através da provação (vv. 13,14). Quanto a Abraão,
teria longura de dias e uma velhice feliz.

O homem procurando antecipar o plano de Deus

Assim foi com Abraão. Persuadido


por Sara, sua esposa, e na ânsia de ver
cumprida a promessa divina da bênção
da paternidade, Abraão toma Hagar, es-
crava egípcia, por mulher, e esta dá-lhe
um filho. O contexto narra a grande de-
sarmonia e muita tribulação que este ato
impensado causou.

Hoje, quando o divórcio e o amor


livre envolvem o mundo inteiro, lembramo-
nos que, embora no tempo de Abraão fosse praticado o concubinato e a
bigamia, este servo, obediente à vontade do Senhor, manteve consigo apenas
uma mulher. Aquilo foi apenas um ato momentâneo e isolado, contudo, de
amargas consequências. Por 13 anos não ouviu ele a voz de Deus. O capítulo
17 revela quando Deus voltou a falar-lhe “... anda na minha presença e sê
perfeito.” (v. 1). Isto é, não procure fazer sua própria vontade. E Abraão o
adorou, humildemente (v. 3).

Ah, se Abraão pudesse imaginar que aquela sua atitude traria tanta luta,
luta que vem se prolongando até os nossos dias (entre árabes e judeus),
jamais teria nascido Ismael! Os árabes descendem de Ismael, os judeus de
Isaque. Nenhum crente deve andar fora dos planos de Deus, ou as
consequências disso serão dolorosas.

“Abrão” passa a chamar-se “Abraão” (Gn 17)

Tudo o que estudamos até aqui sobre o homem que Deus chamou, e de
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quem sairia uma grande nação, está relacionado ao personagem Abrão, cujo
nome significa “Pai da Altura”. Do capítulo 17 em diante, temos o mesmo
personagem, apenas com o nome alterado para “Abraão , que quer dizer “Pai
de Uma Grande Nação”. Que teria motivado essa mudança?

Um profundo arrependimento. Abraão arrependera-se por ter, um dia,


procurado antecipar o plano maravilhoso que Deus traçara para sua vida. Ei-
lo agora, ali, curvado, com o rosto em terra, na mais humilde demonstração
de arrependimento, adorando ao Senhor! Assim continuaria ele, a partir da-
quele momento, uma nova pessoa, com uma nova dimensão de vida, quer
material, quer espiritual.

O nome “Sara”

Sara chamava-se, anteriormente, “Sarai”, que significa “Minha Prince-


sa”. Este era o seu nome quando da convocação do seu marido. “Sara”
recebeu seu nome na Mesopotâmia, muito antes de qualquer chamada da
parte de Deus e sem qualquer revelação especial. Seu nome significa “Prin-
cesa”. Paulo se refere a Sara como a mãe dos filhos da promessa (Rm 9.9).
O escritor aos Hebreus a inclui na lista dos fiéis (11.11).

Nos países orientais a mudança de nome era praticada para revelar de


público algum acontecimento notável na vida do personagem envolvido.

O concerto da circuncisão

O capítulo 17 de Gênesis constitui o único relato bíblico sobre a origem


da circuncisão entre os israelitas. Foi depois incorporada no sistema mosai-
co, juntamente com a Páscoa (Êx 12.44). Esse ritual permanece em vigor
entre os judeus. “... todo macho entre vós será circuncidado.” (v. 10); até
mesmo o escravo (v. 12). Abraão foi circuncidado aos 99 anos. Estaria tão
somente assim confirmando sua fé (Rm 4.11), o que não aconteceu com
Ismael (circuncidado aos 13 anos), e Isaque, circuncidado aos 8 dias. Abraão
se destaca na fé.

A Igreja Católica Romana apoia-se neste rito para batizar os recém-


nascidos. Que fé poderia Isaque revelar, aos oito dias de idade?!
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O Concerto da Circuncisão foi instituído como sinal do pacto entre Deus


e Abraão (e sua descendência) , assim como o sábado foi o sinal do pacto
entre Deus e a nação israelita já constituída (Êx 31.16,17).

TEXTO 3

OS DESCENDENTES DE ABRAÃO E LÓ
(Gn 18-21)

Três anjos aparecem a Abraão (Gn 18)

Você deve ler este capítulo todo com


muita atenção. Volte depois a esta Lição, re-
lendo com cuidado cada uma de suas unida-
des. Assim você terá mais facilidade para en-
tender o texto. Abraão residia numa tenda;
Sara em outra, próximo. Eles tinham muitos
serviçais. Observe que Abraão, indo ao en-
contro dos anjos (três varões - v. 2), os cha-
ma “... Senhor meu ...” (v. 3). Abraão trata os
três varões como se fossem um só. Agostinho acreditava tratar-se da Trinda-
de; outros têm ideia de que se tratava do Verbo - Jesus, com dois anjos. Leia
o versículo 16. Tratava-se, sem dúvida, de algo sobrenatural. Voltemos ao
versículo 10: “... Certamente voltarei a ti, daqui a um ano; e Sara, tua mu-
lher, dará à luz um filho ...”. O versículo 13 diz: “Disse o SENHOR a Abraão
...” (Note as palavras sublinhadas.). Ah, Abraão não teve dúvidas em reconhe-
cer a presença de Deus em seus hóspedes! Compare Lucas 24.4 e Atos 1.10
onde vemos dois anjos relacionados com o Senhor Jesus. O versículo 22
mostra que dois varões seguiram para Sodoma, para cumprirem outra mis-
são, mas o terceiro permaneceu ali com Abraão. A esse, o texto chama-o de
Senhor.

A oração intercessória de Abraão

Sodoma e Gomorra seriam destruídas (vv. 16-21). Abraão faz então a


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primeira oração intercessória nesse sentido. O maior poder a disposição do


homem é a oração. Note que Abraão orou com ousadia! Poderíamos chamar
de “oração importuna”. Mas Abraão foi sincero ao fazê-la, por isso Deus
concordou em dialogar com ele naquele momento.

Ló, tipo do “meio-crente” (Gn 19)

Ló era tão hospitaleiro quanto Abraão. Entretanto, os anjos concordaram


em pousar em sua casa, somente após seu insistente apelo. Procure imagi-
nar Deus recusando-Se a entrar na casa de um cristão, em nossos dias.
Quais os motivos que impedem? Há muito a ser analisado. Podem os anjos de
Deus pousar em tua casa?

Veja e analise o que diz MacNair: “A história de Ló ensina-nos que, caso o


crente mundano consiga para si salvação, sua família, porém, pode se perder. Filhos
criados num meio tão corrupto, serão corrompidos.”

Ló serve de tipo do “meio-crente” - convencido, mas não convertido.

Sodoma tipifica o mundo e sua carnalidade; Egito tipifica o mundo e sua


comunidade; também, quanto à esposa de Ló, simboliza aqueles que estão
“convencidos” mas não “convertidos”. Estão olhando para trás, saudosos do
mundo e suas vaidades, reunindo condições para se transformarem em está-
tua de sal (leia Lucas 17.31-33).

Os versículos 30 a 38 contam a origem dos povos moabita e amonita,


que tanto hostilizaram os israelitas. Árvore ruim, produz fruto ruim (leia Mateus
7.16-20).

O capítulo 20 narra nova mentira de Abraão, e novamente relacionada a


Sara. O crente espiritual tem que estar sempre atento, pois, que o maligno
está sempre pronto a atacar.

Nasce Isaque (Gn 21)

Isaque significa “Riso”. No coração de Abraão havia um misto de alegria


e tristeza. Ele também amava Ismael, mas este teve que partir (leia atentamen-
te os versículos 9 a 12); destaque o versículo 11, onde você lê “... mui penoso
aos olhos de Abraão ...”, o que muito bem descreve o estado de alma de
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Abraão. Diz 17.18 - ARC: “... Tomara que viva Ismael diante de teu rosto!” e
21.14: “Levantou-se, pois, Abraão de madrugada ...” Ele teria, por certo,
passado o restante daquela madrugada orando pelo filho e pela escrava rejei-
tada.

Valor tipológico de Isaque e Ismael (Gl 4)

Hagar tipifica o monte Sinai e tudo quanto a Lei podia dar; Ismael (nasci-
do da carne), tipifica “as obras da Lei” (Gl 3.10) através das quais jamais
alguém herdará as promessas dadas por Deus a Abraão; Isaque é o fruto da
fé. Nele foi revelado todo o amor de Deus para conosco.

TEXTO 4

ISAQUE, FIGURA TÍPICA DE JESUS


(Gn 22-26)

Um grande desafio (Gn 22)

“... Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e
vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre
um dos montes,
que eu te mostrarei.” (v. 2).

A ordem do Senhor foi um verdadeiro desafio à fé de Abraão. Note que o


texto não menciona que Abraão teria duvidado da ordem divina, ou teria pedi-
do a Deus que lhe desse uma ordem menos custosa. Ele não hesitou, antes,
seguiu com fé, o caminho que Deus lhe indicara. O texto vai além: “Levantou-
se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou
consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o
holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado.” (v. 3.)
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Na vida de fé, o crente tem que colocar sempre Deus em primeiro lugar.
Abraão guardava em seu coração a promessa de Deus “... porque por Isaque
será chamada a tua descendência.” (21.12b). Assim, em meio à sua indizível
dor, não duvidou de que Deus proveria uma “saída”, certamente como decla-
ra o autor de Hebreus, esperando que Deus ressuscitasse o seu filho dentre
os mortos (Hb 11.18,19).

O pastor Davi Gomes chama nossa atenção para as exigências de obe-


diência, contidas no texto:

1. Deus queria um sacrifício humano, não de animal;


2. Deus queria o filho da Promessa, Isaque, e não Ismael;
3. Deus indicava Moriá, como lugar para a oferenda, de forma bem definida;
4. Deus queria que o próprio pai fosse o ofertante do filho, de modo cruento;
5. Deus queria que a oferta fosse completa, não em parte;
6. Deus tinha pressa no cumprimento da sua ordem.

O limite da fé

Leia o versículo 10. Abraão é provado até o momento extremo. Este é o


limite da fé: confiar em Deus a ponto de dar crédito a aparentes impossibilida-
des, do que descrer nEle.

Três exemplos simbólicos de Isaque

Analise cuidadosamente:

a) A submissão de Isaque é um per-


feito tipo de obediência de Cristo, até a morte;

b) “... Deus proverá para si, meu fi-


lho, o cordeiro para o holocausto ...” (v. 8).
Abraão proferiu naquele instante uma palavra
profética, e o fez também ao denominar o lugar
do sacrifício de “... O SENHOR Proverá ...” (v.
14). Era a anunciação do “... Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29);

c) O “... carneiro preso pelos chifres ...” (v. 13), no mato, foi o
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substituto do jovem Isaque. Para Isaque houve um substituto, entretanto, para


o filho unigênito de Deus, não haveria substituto - o sacrifício seria consuma-
do. Então numa cruz estaria assegurada a salvação da humanidade.

A morte de Sara (Gn 23)

O capítulo 23 registra a morte de Sara. Foi ela o grande amor de Abraão


(v. 2). Sara viu o crescimento da fé de Abraão, sua chamada e elevação.

Isaque casa-se com Rebeca

Este capítulo registra mais um expressivo acontecimento bíblico: o casa-


mento de Isaque com Rebeca. Este significativo evento nos transmite verda-
des que jamais serão esquecidas. Damos em resumo um quadro simbólico
deste acontecimento: Isaque conduz sua noiva até a tenda que foi de sua mãe
(24.62-67), e dá-lhe condição de entrar para um lugar de destaque e de
autoridade, outrora ocupado por sua sogra, Sara, com direitos exatamente
iguais aos dela.

Este quadro ilustra palidamente o tipo de união entre Cristo e sua noiva,
a Igreja:

a) Abraão providenciou o casamento de Isaque. A união de Cristo


com a Igreja também foi preparada pelo Pai.

b) O servo Eliézer selecionou a noiva. Assim, o Espírito Santo cha-


ma, ou escolhe a Igreja.

c) A missão do servo era falar do seu amo e mostrar como ele


honrara seu filho. Assim, o Espírito Santo revela e dispensa as bênçãos de
Cristo aos que são dele (Jo 15.26; 16.13-15).

d) A plena confiança com que Rebeca aceitou seu noivo, mesmo


sem conhecê-lo, portanto pela fé; é um tipo da Igreja que, pela fé aceita Cristo
e pela mesma fé caminha ao seu encontro.

e) Isaque foi ao encontro de Rebeca. Assim acontecerá quando do


arrebatamento da Igreja por Jesus (Jo 14.1-3).
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f) Tal como Isaque conduzindo Rebeca à tenda de sua mãe, outor-


gando-lhe direitos e privilégios iguais aos demais membros de sua família,
também a Igreja de Cristo reinará em glória com Ele (Mt 19.28; 1Co 6.2; Cl
3.4; Ap 20.4-6).

A descendência de Ismael (Gn 25)

Após relatar o segundo casamento de Abraão e sua morte, este capítulo


abrange também os descendentes de Ismael, que até hoje estão em conflito
com seus irmãos judeus; sobre a linhagem de Isaque, inclusive o nascimento
dos gêmeos: Esaú, que quer dizer “Ruivo” ou “Cabeludo” e Jacó, que quer
dizer “Usurpador”, sobre o que estudaremos na próxima Lição.

Isaque em Gerar (Gn 26)

Após ler este capítulo, você será capaz de citar as várias semelhanças
entre Abraão e Isaque. Por exemplo:

1. havia fome na terra (v. 1);


2. Isaque tinha uma formosa mulher;
3. teve medo de ser morto;
4. mentiu;
5. mentira igual à de Abraão - apresentando a mulher como irmã (v.
7);
6. é repreendido pelo rei (v. 10);
7. desentendimento por causa de um poço (Gn 21.25; 26.18).

Os filisteus sempre foram inimigos dos judeus, mas mesmo assim Isaque
habitou entre eles: “... o SENHOR o abençoava.” (v. 12). Muitas foram as
experiências que marcaram a passagem de Isaque por Gerar.

Os versículos 26 a 31 relatam sobre o pacto entre Abimeleque e Isaque


(sublinhe em sua Bíblia o motivo que levou Abimeleque a procurar Isaque).
Estão, exatamente, nos versículos 28 e 29: “... Vimos claramente que o SE-
NHOR é contigo ...”; “... Tu és agora o abençoado do SENHOR.”. Está com-
provado mais uma vez que em Isaque seriam realizados os propósitos divinos
contidos na promessa feita a Abraão.
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TEXTO 5

DIFERENTES ASPECTOS DA VIDA DE JACÓ


(Gn 27-31)

Jacó engana seu pai (Gn 27)

O nome Jacó teve origem na maneira


como se deu o seu nascimento (caps.
25,26). Jacó “o suplantador” (pelo fato de
nascer segurando o calcanhar de seu ir-
mão), teve em Rebeca uma mãe parcial, isto
é, que o favorecia.

Rebeca concentrou, pois, seu amor,


seu cuidado e seus planos em seu filho
Jacó.

A bênção da primogenitura, que por


direito pertencia a Esaú, foi alcançada por
Jacó. Sua mãe tudo planejou e executou
rapidamente.

Eis o perigo do favoritismo dos pais em relação aos filhos: a destruição


da unidade da família. O texto revela, na “mãe parcial”, aquela que ensina seu
“predileto” a mentir; mais que isto, mentir ao próprio pai. Nota-se ainda o filho
desrespeitoso para com o pai já velho e cego.

Ainda, por tal ato, a mãe inconsequente desperta no filho ofendido, ódio
e desejo de vingança! Quadro desolador este, se bem que os acontecimentos
posteriores em torno da família de Isaque demonstrem que, sob o controle
superior de Deus, até mesmo esse acontecimento foi convertido para o de-
senvolvimento do Seu propósito.
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A visão e voto de Jacó (Gn 28)

Fugindo da ira de seu irmão, segue Jacó à procura de um patrão e de


uma esposa. Cansado, dorme no campo, e, tendo uma pedra por travesseiro,
sonha com Deus, que lhe confirma a promessa feita a Abraão. E Jacó rece-
beu a promessa da proteção divina (v. 15). Até aquele momento ele não sabia
da presença de Deus ali com ele. Leia os versículos 16 e 17. Extasiado,
exclama: “... Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia.” (v.
16). E prossegue: “... Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta
dos céus.” (v. 17). Ele via uma escada. No topo estava Deus (v. 13). A escada
seria o caminho para Deus, o meio que ligaria o céu à terra. Leia João 1.51.

O voto de Jacó (vv. 20-22)

Os versículos acima citados encerram um voto puro e consciente:

1. Ele adoraria tão somente ao Deus único e verdadeiro, o Deus


dos seus antepassados;

2. ele ergueria ali, naquele lugar, um altar, isto é, faria da pedra que
lhe servira para o descanso, um templo ao Senhor;

3. seria dizimista de tudo quanto o Senhor lhe desse. Evidentemen-


te, Deus tornara-se conhecido de Jacó. Sua presença era sentida.

Jacó em Harã (Gn 29-31)

Os anos passados em Harã foram mui penosos a Jacó. Vinte anos de


lutas e sofrimentos! Jacó colheu em abundância do que semeara no passado,
“... pois, aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” (Gl 6.7).

Em Harã, Jacó foi enganado por seu tio Labão. Em lugar de Raquel ele
recebeu por esposa, Lia (Léia - ARC). Ele que trabalhara sete anos para seu
tio, em troca de Raquel! (vv. 18,20). Lembre-se de que um dia ele também
enganou seu pai. É a lei da sementeira e colheita, de Gálatas 6.7. Note a
desculpa de Labão: Lia devia casar-se primeiro, pois, era mais velha que
Raquel, mas ele lhe daria, também, Raquel, só que custaria a Jacó mais sete
anos de trabalho por parte do tio enganador! E assim foi, isto é, “Decorrida a
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semana desta ...” (29.27). Chamamos sua atenção para o seguinte: o versículo
22 dá-nos a entender que o casamento foi devidamente celebrado diante de
testemunhas. Jacó casou-se com Raquel após sete anos de serviço, confor-
me exigido por Labão.

O capítulo 30 nos dá o relato da formação da família de Jacó: 2 espo-


sas, concubinas e 12 filhos! Pois bem, não nos é dado entender aí os desíg-
nios de Deus, mas o certo é que Deus aceitou essa família como um todo, de
onde sairiam as doze tribos, que se tornariam a nação Messiânica, de onde
viria o Salvador. Segundo Seus propósitos, Deus usa qualquer pessoa, até
aquelas que não pertencem ao Seu rebanho, para a consumação dos Seus
planos.

Lendo Gênesis 30.37-43 e 31.1-55, você percebe que o acontecimento


que envolveu Jacó está relacionado com a promessa de Deus segundo Gênesis
28.15. Deus é com Jacó; através do próprio rebanho de Labão, por meios
sobrenaturais (30.37-43), Jacó torna-se muito rico, regressando ao seu lar,
com grande família e numeroso rebanho.

TEXTO 6

O ENCONTRO DE JACÓ COM ESAÚ


(Gn 32-36)

Anjos no caminho de Jacó

Por ocasião da saída de Canaã, Jacó


teve anjos em seu caminho. Agora, de re-
gresso à sua terra, novamente, anjos em
seu caminho! “... os anjos de Deus ...”
(28.12). Ei-los como que a dar boas vindas
a Jacó, a encorajá-lo, pois, surpreenden-
tes coisas estavam para acontecer-lhe. Os
versículos 22 a 32 registram a luta de Jacó
com um anjo; aguerrida luta que chega a
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deslocar a juntura da sua coxa. Mas, quem era esse anjo? Muito provavelmen-
te o Anjo de Deus. Observe o novo nome de Jacó - Israel - “Aquele Que Luta
com Deus”.

Pontos a destacar desta análise:

a) Jacó sentiu-se em conflito com Deus, compreendeu que não


estava em tudo agradando a Deus;

b) Jacó desconhecia Aquele com quem lutava, razão porque quis


saber Seu nome;

c) Jacó prevaleceu quando, mais que nunca, sentiu a própria fra-


queza. Houve, por conseguinte, três mudanças na vida de Jacó:

1. Física - quando o Senhor tocou em seu corpo (coxa);


2. Moral - o seu procedimento modificou-se completamente;
3. Espiritual - seu novo viver confirmou-se ao ser-lhe mudado
o nome.

Jacó encontra Esaú

Emocionante encontro! O versículo 4 revela a transformação verificada


em Esaú. Note que o texto diz que Esaú dirigia-se ao encontro de Jacó,
acompanhado de quatrocentos homens. Quem pode negar que não era sua
intenção, no momento do encontro, dar vazão a todo ódio e desejo de vingan-
ça que acalentara em seu coração durante todos aqueles anos? Mas, ao
avistar seu irmão, todo ódio, todo rancor, transformou-se no mais puro senti-
mento de amor e saudade. É indiscutível que Deus operou essa transforma-
ção! Afinal, Jacó lutara com Deus e com os homens, e vencera, também pelo
poder divino!

Jacó apresentou a seu irmão sua numerosa família. Era, sem dúvida,
uma das evidências da graça e favor divinos!

Separam-se os dois irmãos, e o fazem em paz.


LIÇÃO 3: DE ABRAÃO A JACÓ 50

Os capítulos 34 a 38 registram diversos acontecimentos em torno da


família de Jacó. O capítulo 34 menciona o triste incidente com Diná, filha
única de Jacó. Jacó era um homem amado por Deus, entretanto, vez por
outra sentiu na carne a dor dos dissabores e o peso dos seus erros e das
lutas desta vida. Só um livro divino podia ser imparcial assim. Ele tanto diz que
Noé achou graça diante de Deus (Gn 6.8), como diz que ele embriagou-se
(Gn 9.21).

A última jornada de Jacó (Gn 35)

Por ordem divina, parte Jacó para Betel, onde ergue um altar. Qual seria
a razão daquele altar? (Volte ao capítulo 28.18-22). Então Jacó prometera
levantar em Betel um altar por ter-lhe Deus livrado da ira de Esaú. Também,
ele havia decidido romper com todos os ídolos, mas não o fizera ainda. Leia
35.2. Foram-lhe então entregues não só os ídolos, mas também os ornatos
gentílicos, como brincos de orelhas e de nariz, ligados aos cultos pagãos.
Muitos anos separavam aquele momento do dia em que Jacó fizera tão impor-
tante voto. Note que foi em momento de incerteza e dor que Jacó lembrou-se
da dívida que tinha para com Deus.

Não é assim também conosco, algumas vezes? Lembramo-nos dos vo-


tos feitos a Deus no momento em que somos despertados por amargas expe-
riências!

Nasce Benjamim (vv. 16-20)

O nascimento de Benjamim ocasionou a morte de Raquel, sua mãe. Sim,


Raquel deu à luz a Benoni - “Filho da Minha Tristeza”. Este nome foi depois
mudado por Jacó, para Benjamim - “Filho da Minha Mão Direita”. Destaca-
mos aqui um duplo quadro típico: Benoni - o sofredor por cuja causa uma
espada traspassou a alma da mãe (Lc 2.35). Benjamim - cabeça de uma tribo
de guerreiros (Gn 49.27). “Os distintivos de Cristo são numerosos, os quais necessi-
tam de muitos tipos. José é o tipo mais perfeito. Benjamim representa apenas o sofredor
que ainda há de ter poder sobre a terra”. (Scofield).
LIÇÃO 3: DE ABRAÃO A JACÓ 51

A descendência de Esaú (Gn 36)

Podemos ocupar um ou dois parágrafos neste assunto por causa do


relacionamento natural entre Jacó e Esaú, e as subsequentes relações dos
seus respectivos descendentes. O autor de Gênesis fornece dados que iden-
tificam Esaú com os edomitas, mencionando este fato repetidas vezes. Em
segundo lugar, vemos que nas primeiras esposas de Esaú, filhas dos
“cananeus”, estavam incluídos os hititas, hivitas, etc.

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