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APOSTILA GRATUITA – PROF WAGNER ALVARENGA


LEI FEDERAL 11.340/2006

LEI MARIA DA PENHA

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a


mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o
Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e
dá outras providências.

A Lei Maria Da Penha: e a proteção constitucional contra a violência doméstica.

Art. 226 – CONSTITUIÇÃO FEDERAL - A família, base da sociedade, tem


especial proteção do Estado.

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos


que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de
suas relações.

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica
e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência
contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de

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assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e


familiar.

Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação


sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as
oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo


dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura,
à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos


humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no
sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições


necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.

Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela
se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em
situação de violência doméstica e familiar.

O nome desta Lei é advindo de uma mulher chamada Maria da Penha Maia
Fernandes, esta sofreu diversas agressões do cônjuge, e em decorrência desta
violência ficou tetraplégica, mas mesmo diante das dificuldades lutou até
conseguir que seu ex-marido fosse preso.

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Em 2001 a Organização de Direitos Humanos responsabilizou o Estado


Brasileiro por ser negligente quanto a violência doméstica contra as mulheres.
Posteriormente em 2006, criou-se a “Lei Maria da Penha”.

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra
a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial:

O sujeito passivo (autor) pode ser do sexo masculino ou feminino. O sujeito


passivo (vítima) deve ser do sexo feminino.

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de


convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por


indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais,
por afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha


convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem


de orientação sexual.

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A violência pode se dar no espaço de convívio permanente de pessoas, com


ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas (âmbito da
unidade doméstica), ou na comunidade formada por indivíduos que são ou que
se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por
vontade expressa (âmbito da família) ou ainda em qualquer relação íntima de
afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação. Vale ressaltar ainda que essas relações
pessoais mencionadas acima independem de orientação sexual.

Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das


formas de violação dos direitos humanos.

Qualquer tipo de violência doméstica e familiar contra a mulher constitui


violação dos direitos humanos.

DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A


MULHER

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre


outras:

Conforme o artigo 5º da Lei Maria da Penha, a violência doméstica e familiar


contra a mulher é entendida como qualquer ação ou omissão baseada no
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e
dano moral ou patrimonial.

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua


integridade ou saúde corporal;

Chutes, socos, tapas, empurrões, etc.

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II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause


dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o
pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição
contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe
cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação

Xingamentos, humilhações, ameaças, etc.

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a


presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou
a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que
limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

Forçar a mulher a manter relação sexual sem preservativo, obrigar a mulher a


se prostituir, etc.

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure


retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos
de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

Reter o cartão bancário da mulher, danificar seus objetos, subtrair bens


pessoas, etc.

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,


difamação ou injúria.

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A diferença entre cada um desses crimes contra a honra está no conceito de


honra que sofre a ofensa. A calúnia ofende a honra enquanto cidadão. Já a
difamação ataca a honra objetiva que é a reputação; enquanto a injúria ofende
a honra subjetiva, que trata das qualidades do sujeito.

DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a
mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais,
tendo por diretrizes:

I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da


Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social,
saúde, educação, trabalho e habitação;

II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações


relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às
causas, às conseqüências e à freqüência da violência doméstica e familiar
contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados
nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas;

III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais
da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que
legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o
estabelecido no inciso III do art. 1º , no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art.
221 da Constituição Federal ;

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IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres,


em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;

V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da


violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à
sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos
direitos humanos das mulheres;

VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros


instrumentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre
estes e entidades não-governamentais, tendo por objetivo a implementação de
programas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher;

VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda


Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos
e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou
etnia;

VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos


de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de
gênero e de raça ou etnia;

IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os


conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou
etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


E FAMILIAR

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Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e


familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as
diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de
Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e
políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de


violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do
governo federal, estadual e municipal.

§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar,


para preservar sua integridade física e psicológica:

I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da


administração direta ou indireta;

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do


local de trabalho, por até seis meses.

III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive


para eventual ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de
anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo
competente.

§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar


compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento
científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da

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Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários


e cabíveis nos casos de violência sexual.

§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou
psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir
todos os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde
(SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de saúde
prestados para o total tratamento das vítimas em situação de violência doméstica
e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do ente
federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os serviços.
(novidade!)

§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente


e disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou
familiar amparadas por medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo
agressor. (novidade!)

§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não poderá


importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus
dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar possibilidade de
substituição da pena aplicada.” (novidade!)

§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para


matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais
próxima de seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a
apresentação dos documentos comprobatórios do registro da ocorrência policial
ou do processo de violência doméstica e familiar em curso. (novidade!)

§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes


matriculados ou transferidos conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o

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acesso às informações será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos


competentes do poder público. (novidade!)

DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e


familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.

Iminência é a condição ou característica do que está iminente; ameaça,


aproximação, urgência, algo que está prestes a acontecer.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao


descumprimento de medida protetiva de urgência deferida.

Ao tomar conhecimento do descumprimento de medida protetiva de urgência, a


autoridade policial adotará, de imediato, as providências legais cabíveis

Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e


familiar o atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado
por servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente
capacitados.

A palavra PREFERENCIALMENTE quer dizer de “preferência”, mas não


exclusivamente.

§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou


de testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a
mulher, obedecerá às seguintes diretrizes:

I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente,


considerada a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência
doméstica e familiar;

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II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de


violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto
com investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas;

Em nenhuma hipótese a vítima ou a testemunha terão contato direto com


investigados, suspeitos ou pessoas relacionadas a eles.

III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o


mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como
questionamentos sobre a vida privada.

A mulher em situação de violência doméstica e familiar já é vítima, já sofre as


consequências daquela violência, por isso é importante a não revitimização da
depoente.

§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou


de testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á,
preferencialmente, o seguinte procedimento:

A palavra PREFERENCIALMENTE quer dizer de “preferência”, mas não


exclusivamente.

I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim,


o qual conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em
situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à
gravidade da violência sofrida;

II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional


especializado em violência doméstica e familiar designado pela autoridade
judiciária ou policial;

III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético,


devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito.

DEGRAVAÇÃO é a transcrição ipsis verbis (reprodução exata e literal) de um


áudio em formato de texto. Assim, na transcrição inclui todos os erros da fala,

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jargões, pausas, hesitações, repetições, não encontradas normalmente na


língua culta.

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e


familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências:

I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato


ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;

II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto


Médico Legal;

III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou


local seguro, quando houver risco de vida;

IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus


pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços


disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento
perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de
anulação de casamento ou de dissolução de união estável.

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a


mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de
imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no
Código de Processo Penal:

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I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a


termo, se apresentada;

II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de


suas circunstâncias;

III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao


juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de
urgência;

IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e


requisitar outros exames periciais necessários;

V - ouvir o agressor e as testemunhas;

VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de


antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou
registro de outras ocorrências policiais contra ele;

VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de


fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem como
notificar a ocorrência à instituição responsável pela concessão do registro ou
da emissão do porte, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003
(Estatuto do Desarmamento); (novidade!)

VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao


Ministério Público.

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§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e


deverá conter:

I - qualificação da ofendida e do agressor;

II - nome e idade dos dependentes;

III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela


ofendida.

IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência


e se da violência sofrida resultou deficiência ou agravamento de
deficiência preexistente.

§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o


boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse
da ofendida.

§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários


médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.

Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políticas e


planos de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar,
darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos
de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a
investigação das violências graves contra a mulher.

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§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessários à


defesa da mulher em situação de violência doméstica e familiar e de seus
dependentes.

Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à


integridade física da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou
de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar,
domicílio ou local de convivência com a ofendida:

Artigo inserido em 2019, grandes chances de cair na sua prova!

I - pela autoridade judicial;

É a regra, o juiz.

II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca;

Se o município não for sede de comarca, fica a cargo do delegado de polícia.

III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver
delegado disponível no momento da denúncia.

Na ausência de delegado disponível no momento da denúncia, nos Municípios


que não forem sedes de comarcas, qualquer policial poderá afastar o agressor
tanto da mulher vítima da violência quanto de seus dependentes.

§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será
comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual
prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar
ciência ao Ministério Público concomitantemente.

Apesar de qualquer policial ter agora a prerrogativa de afastar o agressor (nos


Municípios que não são sedes de comarcas e quando não houver delegado
disponível no momento da denúncia), tal afastamento deverá ser comunicado
ao juiz em 24 horas. O juiz então decidirá se mantém ou não a medida
protetiva de urgência.

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§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da


medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao
preso.

A regra acima representa mais um avanço na proteção da mulher em situação


de violência doméstica e familiar. Muitos desses agressores eram beneficiários
de liberdade provisória.

DOS PROCEDIMENTOS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e


criminais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra
a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo
Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso
que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.

Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher,


órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser
criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para
o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher.

Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher é uma unidade


judicante criada para para julgar especificamente casos de violência doméstica
e familiar contra a mulher.

Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário


noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Os atos processuais podem ser realizados no período da noite.

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Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de


dissolução de união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher. (NOVIDADE!)

§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar


contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de bens.

§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da


ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá preferência no
juízo onde estiver.

Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis


regidos por esta Lei, o Juizado:

I - do seu domicílio ou de sua residência;

II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;

III - do domicílio do agressor.

A competência jurisdicional para os processos cíveis será fixada conforme


opção da vítima, podendo ser o local de seu domicílio, de sua residência, do
lugar do fato do crime ou do domicílio do agressor.

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da


ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação
perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade,
antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

A renúncia nas ações penais públicas condicionadas à representação poderá


ocorrer, desde que a vítima a formalize perante a autoridade judiciária em

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audiência própria e desde que ocorra antes do recebimento da denúncia,


ouvido o Ministério Público.

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar


contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento
isolado de multa.

Apresenta um marco na legislação processual, pois proíbe a aplicação de


penas pecuniárias, como o pagamento de cestas básicas, além de vedar a
aplicação isolada de multa em substituição às penas cominadas que o
permitem.

DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz,


no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:

A autoridade judiciária terá um prazo de 48 h para sua concessão, a partir do


recebimento do pedido.

I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas


de urgência;

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência


judiciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de
separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de
união estável perante o juízo competente;

III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.

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IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do


agressor. (novidade!)

Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a
requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.

As medidas poderão ser requeridas pelo Ministério Público ou pela ofendida.

§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,


independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério
Público, devendo este ser prontamente comunicado.

As medidas protetivas de urgência, como o próprio nome já diz, são urgentes.


Por isso, podem ser concedidas independentemente de audiência das partes e
manifestação do MP, devendo nesses casos ser feita a comunicação imediata
ao MP.

§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou


cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras
de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
ameaçados ou violados.

A autoridade judiciária poderá conceder tantas medidas quantas forem


necessárias para garantir a proteção da vítima e de seus dependentes, sendo
possível ainda serem substituídas ou revistas a qualquer tempo por outra de
maior eficácia, ou ainda podendo ser acrescentadas àquelas já concedidas
anteriormente, de forma a complementar a proteção.

§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da


ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever

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aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de


seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.

Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal,


caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a
requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade
policial.

A prisão preventiva do agressor poderá ser decretada de ofício ou mediante


representação do MP ou da autoridade policial, em qualquer fase do IP ou da
instrução criminal.

Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do


processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao
agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem
prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.

Visando sempre à proteção da mulher, a vítima deverá ser notificada de todos


os atos processuais relativos ao agressor, em especial da revogação da prisão
preventiva.

Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação


ao agressor .

Este ato visa proteger a mulher.

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DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM O


AGRESSOR

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a


mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao
agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas
de urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação


ao órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2003 ;

Suspende a posse ou restringe o porte de armas.

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

É a medida mais comum, pode ser aplicada por qualquer policial (respeitado o
previsto no Art. 12C.

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o


limite mínimo de distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio


de comunicação;

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Acrescenta-se que, quando a lei prevê a proibição de qualquer tipo de contato


com a mulher, com seus filhos e com testemunhas, proíbe também o contato
por WhatsApp ou Facebook, bem como outras redes sociais.

c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade


física e psicológica da ofendida;

IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a


equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

Medida muito complexa, uma vez que, afasta o agressor de seus filhos.

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

Tanto os alimentos provisionais quanto os alimentos provisórios se destinam,


fundamentalmente, a suprir as necessidades da vítima. É a famosa e popular
“pensão alimentícia”.

§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras


previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as
circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério
Público.

§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas


condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de
22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação
ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a
restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor
responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de
incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o
caso.

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Quando o agressor possuir porte funcional de arma de fogo (policiais civis, por
exemplo), o juiz comunicará à instituição a medida protetiva e o superior
imediato (o chefe) do agressor é quem suspenderá o porte de arma de fogo do
agressor.

§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o


juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.

A polícia, na prática, é quem garante a efetividade das medidas protetivas na


urgência.

DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA À OFENDIDA

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou


comunitário de proteção ou de atendimento;

São os programas de proteção de vítimas.

II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao


respectivo domicílio, após afastamento do agressor;

A vítima e seus dependentes retornam ao lar já desocupado pelo agressor.

III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos


relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;

A vítima se afasta do lar, mas não perdeu seus direitos.

IV - determinar a separação de corpos.

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A separação de corpos é providência inevitável quando há ameaça ou


consumação de violência física, psicológica ou social de um dos cônjuges
contra o outro.

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou


daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar,
liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;

Restituição é a devolução.

II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,


venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização
judicial;

Evita que os bens do casal sejam vendidos antes da partilha.

III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

Procuração é o poder que uma pessoa dá a outra de agir em seu nome.

IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e


danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra
a ofendida.

Caução provisória funciona como garantia de que o agressor irá pagar valor
devido.

Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins


previstos nos incisos II e III deste artigo.

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É o cartório competente que vai garantir a eficácia das medidas previstas nos
incisos II e III.

DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE


URGÊNCIA

Este é o único crime tipificado pela lei Maria da Penha. Inserido em 2018, tem
grandes chances de cair na sua prova.

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de


urgência previstas nesta Lei:

O descumprimento dessas medidas agora é crime!

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do


juiz que deferiu as medidas.

Perceba que não faz diferença se o magistrado que deferiu a medida protetiva
descumprida era um juiz cível ou criminal.

§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá


conceder fiança.

Crime afiançável, mas a fiança somente pode ser concedida pelo juiz, e não
pelo Delegado de Polícia.

§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções


cabíveis.

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Não há qualquer empecilho à aplicação de mais de uma medida, ou à


substituição delas por outras que tenham maior eficácia.

DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas
cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.

Participação obrigatória em todas as ações que tenham por objeto o


processamento desse tipo de crime, seja no desdobramento civil ou mesmo no
criminal.

Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos
casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:

I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de


assistência social e de segurança, entre outros;

II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à


mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as
medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer
irregularidades constatadas;

III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

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Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação


de violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado,
ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.

Para requerer medida protetiva de urgência é dispensável a presença de


advogado.

Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e


familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência
Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante
atendimento específico e humanizado.

O acesso à assistência e orientação judicial pela Defensoria Pública deverá ser


garantida em juízo e também perante o atendimento policial.

DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que


vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento
multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde.

Prevista a participação da equipe multidisciplinar, formada "por profissionais


especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde" que poderão
integrar a estrutura das varas especializadas.

Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras


atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios
por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante
laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação,
encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o
agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.

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Sua função é auxiliar e instruir o juízo, o MP e a própria Defensoria Pública,


além de promover a orientação e o amparo psicossocial às famílias das
vítimas, com especial atenção às crianças e adolescentes.

Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais


aprofundada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissional
especializado, mediante a indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.

Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária,


poderá prever recursos para a criação e manutenção da equipe de
atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

FORO COMPETENTE

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e


Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências
cível e criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões do
Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.

Fica cumulada a competência cível e criminal às Varas Criminais, com


processamento prioritário, até que os Juizados e varas especializadas
equivalentes sejam criadas.

Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais,


para o processo e o julgamento das causas referidas no caput.

DISPOSIÇÕES FINAIS

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Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar


contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das
curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.

Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar


e promover, no limite das respectivas competências:

I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e


respectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar;

II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em


situação de violência doméstica e familiar;

III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de


perícia médico-legal especializados no atendimento à mulher em situação de
violência doméstica e familiar;

IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e


familiar;

V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.

Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a


adaptação de seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos
princípios desta Lei.

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Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei
poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por
associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo menos um
ano, nos termos da legislação civil.

Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado


pelo juiz quando entender que não há outra entidade com representatividade
adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.

Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a


mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de
Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados e
informações relativo às mulheres.

Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do


Distrito Federal poderão remeter suas informações criminais para a base de
dados do Ministério da Justiça.

Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de


urgência. (novidade!)

A medida será registrada em banco de dados do Conselho Nacional de Justiça.

Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em


banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de
Justiça, garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos
órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização
e à efetividade das medidas protetivas.

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Assim, o MP, a Defensoria Pública e os órgãos de segurança pública e


assistência social terão acesso às medidas protetivas e poderão fiscalizar o
cumprimento das mesmas.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de


suas competências e nos termos das respectivas leis de diretrizes
orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamentárias específicas,
em cada exercício financeiro, para a implementação das medidas
estabelecidas nesta Lei.

Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorrentes
dos princípios por ela adotados.

A lei Maria da Penha é uma lei especial, não exclui a aplicação de outras leis
gerais.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a
mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099,
de 26 de setembro de 1995.

Independente da pena prevista, se o crime foi praticado com violência


doméstica e familiar contra a mulher, não se aplica a lei 9.099 (juizados
especiais).

Art. 42 Alteração do CPP para acrescentar, entre as hipóteses autorizativas de


decretação de prisão preventiva previstas no art. 313 o crime doloso que
"envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei
específica, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência";

Art. 43 Alteração do CP, quando trata das agravantes genéricas do crime (art.
61), especificamente quando praticado com abuso de autoridade ou

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prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade,


também o crime praticado "com violência contra a mulher na forma da lei
específica";

Art. 44 Alteração do CP também no art. 129, que disciplina o crime de lesão


corporal, se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão,
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade terá pena de detenção de 3 meses a 3 anos. A pena será
aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de
deficiência.

Art. 45 Altera a Lei de Execuções Penais e diz que nos casos de violência
doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento
obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.

Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua publicação.

A referida lei passou a vigorar 45 dias após a publicação, que foi feita no dia 7
de agosto de 2006.

ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE A LEI 11.340:

1 – A Lei Maria da Penha criou o juizado de violência doméstica e familiar


contra a mulher. Sua finalidade é trazer um atendimento mais célere para a
mulher e resolver ações cíveis e criminais em uma mesma vara.

2 – A lei proíbe a aplicação da lei dos juizados especiais (lei 9.099) à violência
doméstica.

3 – Também trouxe medidas protetivas de urgência, que protegem a vítima da


violência doméstica. Com essas medidas, por exemplo, pode-se exigir que o

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agressor não viva mais na mesma casa que a vítima, entre outras
possibilidades

4 – O crime de lesão corporal leve será objeto de apuração e processo, mesmo


que a vítima não queira.

5 – A mulher agredida tem direito à assistência em múltiplos setores, como


psicológico, social, médico e jurídico.

6 – A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas


de violação dos direitos humanos.

7 – As relações pessoais independem de orientação sexual.

8 – É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a


mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem
como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

9 – Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a


prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do
Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.

10 – Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da


medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao
preso.

COMO A LEI MARIA DA PENHA É APLICADA EM CONCURSOS?

Veremos agora algumas questões de concurso sobre a Lei 11.349/06.

QUESTÃO DE CONCURSO - Acerca da violência familiar e doméstica contra a


mulher (lei 11.340/2006), marque a opção correta:

a) são formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, dentre outras:


a violência física, a violência psicológica, a violência sexual, a violência
patrimonial e a violência moral, desde que não praticadas pelo cônjuge;

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b) constitui violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou


omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, seja no âmbito da unidade
doméstica, no âmbito da família ou em qualquer relação íntima de afeto;

c) somente são cabíveis medidas de proteção e urgência em favor da mulher


quando houver sido praticada uma conduta que cause violência doméstica e
familiar e haja pedido formal do Ministério Público;

d) nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de


que trata a lei 11.340/06 somente será admitida a renúncia à representação na
presença do juiz, independentemente da oitiva do Ministério Público;

e) a lei 11.340/06 veda a aplicação de penas de prestação de serviços


comunitários ou de penas de cestas básicas, mas possibilita a substituição da
pena privativa por pagamento isolado de multa.

QUESTÃO DE CONCURSO - DULCE mantém relacionamento afetivo com


ANA por cerca de dez anos, sendo diariamente ofendida, por meio de palavras
e gestos. Deprimida, DULCE perdeu o emprego e assinou procuração à
companheira ANA, que vem dilapidando o patrimônio comum do casal e bens
particulares da companheira, sem prestação de contas ou partilha. DULCE se
dirigiu à Delegacia de Defesa da Mulher, onde:

a) foi lavrado Termo Circunstanciado pela possível prática de delito de menor


potencial ofensivo, regido pela Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei no
9.099/99).

b) foi lavrado Boletim de Ocorrência, após notícia dos fatos, porque DULCE foi
vítima de violência patrimonial e psicológica, por condição de gênero feminino.

c) não foi lavrado Boletim de Ocorrência, após notícia dos fatos, porque ANA,
autora dos fatos, é mulher, e, portanto, DULCE não está em situação de
vulnerabilidade.

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d) não foi lavrado Boletim de Ocorrência, após notícia dos fatos, porque a
violência patrimonial implica ilícito civil, não contemplado pela Lei Maria da
Penha (Lei no 11.340/06).

QUESTÃO DE CONCURSO - Carla e Mariana vivem relacionamento conjugal


há sete anos. Recentemente Carla vem sendo agredida física e moralmente
pela companheira em função de ciúmes. Com relação aos dispositivos da Lei
nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), o caso descrito:

a) não poderá ser enquadrado na Lei Maria da Penha, posto que a norma é
orientada para as agressões perpetradas por homens contra mulheres;

b) não poderá ser enquadrado na Lei Maria da Penha, posto que Carla não foi
vítima de violência grave tal como definida pela lei;

c) somente poderá ser tipificado como violência doméstica, nos termos da Lei
Maria da Penha, caso Carla assim se manifeste;

d) poderá ser enquadrado na Lei Maria da Penha, pois a conduta de Mariana é


reconhecida como violenta segundo disposto na lei, independente da
orientação sexual das duas;

e) poderá ser enquadrado como violência doméstica nos termos da Lei nº


11.340/2006, desde que assim seja entendido pela equipe psicossocial que
atender Carla.

QUESTÃO DE CONCURSO - Constatada a prática de violência doméstica e


familiar contra a mulher, ao ofensor o juiz:

a) de imediato poderá aplicar a proibição de aproximação da ofendida, de seus


familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes
e o agressor.

b) só poderá proibir o contato físico com a ofendida, depois do trânsito em


julgado da sentença e se não houver reconciliação do casal.

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c) não poderá, em nenhuma hipótese, estender a proibição de aproximação da


ofendida aos dependentes menores, ou restringir-lhe ou suspender-lhe as
visitas.

d) poderá suspender a posse ou restrição de porte de arma de fogo, ainda que


se trate de integrante de órgãos policiais, independentemente de comunicação
ao órgão competente ou autoridade a que esteja subordinado.

QUESTÃO DE CONCURSO - A Lei Federal n° 11.340/2006, conhecida como


Lei Maria da Penha, cria mecanismos para coibir e prevenir a violência contra a
mulher, dispõe sobre a criação de juizados especiais para atendimento à
mulher violentada e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres
em situação de violência. Os mecanismos a que se refere essa lei visam
protegera mulher que sofra violência:

a) no âmbito religioso.

b) no âmbito profissional.

c) em qualquer âmbito.

d) no âmbito doméstico e familiar.

QUESTÃO DE CONCURSO - De acordo com a Lei nº 11.340, de 7 de agosto


de 2006, a Lei Maria da Penha, assinale a alternativa que corresponde a forma
de violência doméstica e familiar contra a mulher: “qualquer conduta que
configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos,
instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades”.

a) Violência Física.

b) Violência Sexual.

c) Violência Patrimonial.

d) Violência Psicológica.

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QUESTÃO DE CONCURSO - Acerca da Lei nº 11.340 de 07 de agosto de


2006 (Lei Maria da Penha), marque a alternativa correta:

a) Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a


prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do
Ministério Público, não sendo permitida representação da autoridade policial;

b) O juiz não poderá revogar a prisão preventiva, ainda que, no curso do


processo, verificar a falta de motivo para que subsista;

c) A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor,


especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo
da intimação do advogado constituído ou do defensor público;

d) A Lei Maria da Penha aplica-se em qualquer relação íntima de afeto, na qual


o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, fazendo-se necessária
a comprovação de coabitação.

QUESTÃO DE CONCURSO - “Estabelece a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de


2006 – Lei Maria da Penha, que nas ações penais públicas condicionadas à
representação da ofendida de que trata a referida lei, só será admitida a
renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal finalidade, _____________________ da denúncia e ouvido
o ____________.” Assinale a alternativa que completa correta e
sequencialmente a afirmativa anterior.

a) antes da defesa / Defensor Público

b) após o recebimento / Defensor Público

c) antes do recebimento / Ministério Público

d) antes do recebimento / Assistente Social do Juízo

QUESTÃO DE CONCURSO - Para fins de aplicação das medidas protetivas da


Lei Maria da Penha:

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a) agressor e agredida não mais precisam viver juntos, mas devem ter
coabitado.

b) só o homem pode ser sujeito passivo das medidas protetivas.

c) agressor e agredida devem viver juntos.

d) não importa a coabitação e nem a orientação sexual de agressor e agredida.

e) a mulher pode ser sujeito passivo das medidas protetivas, mas somente se
mantiver relações de parentesco com a agredida.

“Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os
outros já foram.”

Alexander Graham Bell

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