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Breno Cauê

ogbrenoo7@gmail.com
091.054.143-42
Breno Cauê
ogbrenoo7@gmail.com
091.054.143-42
LEI N° 11.340 MARIA DA PENHA _____________________________________01

LEI N° 4.455 LEI DE TORTURA_______________________________________11

Breno Cauê
ogbrenoo7@gmail.com
091.054.143-42

1
Breno Cauê
ogbrenoo7@gmail.com
091.054.143-42
mulheres em situação de violência doméstica e
familiar.

TÍTULO II

TÍTULO I DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CONTRA A MULHER

Art. 1. Esta Lei cria mecanismos para coibir e CAPÍTULO I


prevenir a violência doméstica e familiar contra a DISPOSIÇÕES GERAIS
mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da
Constituição Federal, da Convenção sobre a Art. 5. Para os efeitos desta Lei, configura
Eliminação de Todas as Formas de Violência contra
violência doméstica e familiar contra a mulher
a Mulher, da Convenção Interamericana para
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
Mulher e de outros tratados internacionais
psicológico e dano moral ou patrimonial:
ratificados pela República Federativa do Brasil;
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência I - no âmbito da unidade doméstica,
Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece compreendida como o espaço de convívio
medidas de assistência e proteção às mulheres em permanente de pessoas, com ou sem vínculo
situação de violência doméstica e familiar. familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
Art. 2. Toda mulher, independentemente de II - no âmbito da família, compreendida como a
classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, comunidade formada por indivíduos que são ou se
Breno Cauê
cultura, nível educacional, idade e religião, goza consideram aparentados, unidos por laços naturais,
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por afinidade ou por vontade expressa;
dos direitos fundamentais inerentes à pessoa 091.054.143-42
humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades III - em qualquer relação íntima de afeto, na
e facilidades para viver sem violência, preservar qual o agressor conviva ou tenha convivido com a
sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento ofendida, independentemente de coabitação.
moral, intelectual e social.
Parágrafo único. As relações pessoais
Art. 3. Serão asseguradas às mulheres as enunciadas neste artigo independem de orientação
condições para o exercício efetivo dos direitos à sexual.
vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à STJ: Súmula 600 - Para configuração da violência
educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei
ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à 11.340/2006, Lei Maria da Penha, não se exige a
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência coabitação entre autor e vítima. STJ. 3ª Seção. Aprovada
em 22/11/2017.
familiar e comunitária.
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§ 1º O poder público desenvolverá políticas que
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. APLICAÇÃO
visem garantir os direitos humanos das mulheres
DA LEI MARIA DA PENHA NA RELAÇÃO ENTRE MÃE E
no âmbito das relações domésticas e familiares no FILHA. É possível a incidência da Lei 11.340/2006 (Lei
sentido de resguardá-las de toda forma de Maria da Penha) nas relações entre mãe e filha. Isso
negligência, discriminação, exploração, violência, porque, de acordo com o art. 5º, III, da Lei 11.340/2006,
crueldade e opressão. configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico
público criar as condições necessárias para o e dano moral ou patrimonial em qualquer relação íntima de
efetivo exercício dos direitos enunciados no caput. afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a
ofendida, independentemente de coabitação. Da análise do
Art. 4. Na interpretação desta Lei, serão dispositivo citado, infere-se que o objeto de tutela da Lei é
considerados os fins sociais a que ela se destina e, a mulher em situação de vulnerabilidade, não só em relação
especialmente, as condições peculiares das ao cônjuge ou companheiro, mas também qualquer outro
familiar ou pessoa que conviva com a vítima,

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independentemente do gênero do agressor. Nessa mesma objetos, instrumentos de trabalho, documentos
linha, entende a jurisprudência do STJ que o sujeito ativo pessoais, bens, valores e direitos ou recursos
do crime pode ser tanto o homem como a mulher, desde
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer
que esteja presente o estado de vulnerabilidade
caracterizado por uma relação de poder e submissão. HC suas necessidades;
175.816-RS, Quinta Turma, DJe, 28/6/2013; HC 250.435- V - a violência moral, entendida como qualquer
RJ, Quinta Turma, DJe 27/9/2013. HC 277.561-AL, Rel.
conduta que configure calúnia, difamação ou
Min. Jorge Mussi, julgado em 6/11/2014.
injúria.
Art. 6. A violência doméstica e familiar contra
a mulher constitui uma das formas de violação dos TÍTULO III
direitos humanos.
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
CAPÍTULO II
FAMILIAR
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
CAPÍTULO I
MULHER
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE
PREVENÇÃO
Art. 7. São formas de violência doméstica e
familiar contra a mulher, entre outras:
Art. 8. A política pública que visa coibir a
I - a violência física, entendida como qualquer
violência doméstica e familiar contra a mulher far-
conduta que ofenda sua integridade ou saúde
se-á por meio de um conjunto articulado de ações
corporal;
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Breno Cauê
II - a violência psicológica, entendida como Municípios e de ações não-governamentais, tendo
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qualquer conduta que lhe cause dano emocional e por diretrizes:
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diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e
I - a integração operacional do Poder
perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
degradar ou controlar suas ações,
Pública com as áreas de segurança pública,
comportamentos, crenças e decisões, mediante
assistência social, saúde, educação, trabalho e
ameaça, constrangimento, humilhação,
habitação;
manipulação, isolamento, vigilância constante,
perseguição contumaz, insulto, chantagem, II - a promoção de estudos e pesquisas,
violação de sua intimidade, ridicularização, estatísticas e outras informações relevantes, com a
exploração e limitação do direito de ir e vir ou perspectiva de gênero e de raça ou etnia,
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde concernentes às causas, às consequências e à
psicológica e à autodeterminação; frequência da violência doméstica e familiar contra
a mulher, para a sistematização de dados, a serem
III - a violência sexual, entendida como
unificados nacionalmente, e a avaliação periódica
qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
dos resultados das medidas adotadas;
manter ou a participar de relação sexual não
desejada, mediante intimidação, ameaça, coação III - o respeito, nos meios de comunicação
ou uso da força; que a induza a comercializar ou a social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da
utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que família, de forma a coibir os papéis estereotipados
a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que legitimem ou exacerbem a violência doméstica
que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso
à prostituição, mediante coação, chantagem, III do art. 1º , no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o art. 221 da Constituição Federal ;
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; IV - a implementação de atendimento policial
IV - a violência patrimonial, entendida como especializado para as mulheres, em particular nas
qualquer conduta que configure retenção, Delegacias de Atendimento à Mulher;
subtração, destruição parcial ou total de seus

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V - a promoção e a realização de campanhas § 2º O juiz assegurará à mulher em situação de
educativas de prevenção da violência doméstica e violência doméstica e familiar, para preservar sua
familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar integridade física e psicológica:
e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos I - acesso prioritário à remoção quando
instrumentos de proteção aos direitos humanos das servidora pública, integrante da administração
mulheres; direta ou indireta;
VI - a celebração de convênios, protocolos, II - manutenção do vínculo trabalhista, quando
ajustes, termos ou outros instrumentos de necessário o afastamento do local de trabalho, por
promoção de parceria entre órgãos governamentais até seis meses.
ou entre estes e entidades não-governamentais,
tendo por objetivo a implementação de programas III - encaminhamento à assistência judiciária,
de erradicação da violência doméstica e familiar quando for o caso, inclusive para eventual
contra a mulher; ajuizamento da ação de separação judicial, de
divórcio, de anulação de casamento ou de
VII - a capacitação permanente das Polícias dissolução de união estável perante o juízo
Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de competente. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos
órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às § 3º A assistência à mulher em situação de
questões de gênero e de raça ou etnia; violência doméstica e familiar compreenderá o
acesso aos benefícios decorrentes do
VIII - a promoção de programas educacionais desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo
que disseminem valores éticos de irrestrito respeito os serviços de contracepção de emergência, a
à dignidade da pessoa humana com a perspectiva profilaxia das Doenças Sexualmente
de gênero e de raça ou etnia; Transmissíveis (DST) e da Síndrome da
IX - o destaque, nos currículos escolaresBreno Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros
de Cauê
todos os níveis de ensino, para os conteúdos procedimentos médicos necessários e cabíveis nos
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relativos aos direitos humanos, à equidade de casos de violência sexual.
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gênero e de raça ou etnia e ao problema da § 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar
violência doméstica e familiar contra a mulher. lesão, violência física, sexual ou psicológica e dano
moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a
ressarcir todos os danos causados, inclusive
CAPÍTULO II
ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E serviços de saúde prestados para o total tratamento
FAMILIAR das vítimas em situação de violência doméstica e
familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados
ao Fundo de Saúde do ente federado responsável
Art. 9. A assistência à mulher em situação de pelas unidades de saúde que prestarem os
violência doméstica e familiar será prestada de serviços.
forma articulada e conforme os princípios e as § 5º Os dispositivos de segurança destinados
diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência ao uso em caso de perigo iminente e
Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema disponibilizados para o monitoramento das vítimas
Único de Segurança Pública, entre outras normas e de violência doméstica ou familiar amparadas por
políticas públicas de proteção, e emergencialmente medidas protetivas terão seus custos ressarcidos
quando for o caso. pelo agressor.
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a § 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e
inclusão da mulher em situação de violência 5º deste artigo não poderá importar ônus de
doméstica e familiar no cadastro de programas qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos
assistenciais do governo federal, estadual e seus dependentes, nem configurar atenuante ou
municipal. ensejar possibilidade de substituição da pena
aplicada.

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§ 7º A mulher em situação de violência âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como
doméstica e familiar tem prioridade para matricular questionamentos sobre a vida privada.
seus dependentes em instituição de educação § 2º Na inquirição de mulher em situação de
básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi- violência doméstica e familiar ou de testemunha de
los para essa instituição, mediante a apresentação delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á,
dos documentos comprobatórios do registro da preferencialmente, o seguinte procedimento:
ocorrência policial ou do processo de violência
doméstica e familiar em curso. I - a inquirição será feita em recinto
especialmente projetado para esse fim, o qual
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de conterá os equipamentos próprios e adequados à
seus dependentes matriculados ou transferidos idade da mulher em situação de violência
conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o acesso doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à
às informações será reservado ao juiz, ao Ministério gravidade da violência sofrida;
Público e aos órgãos competentes do poder
público. II - quando for o caso, a inquirição será
intermediada por profissional especializado em
violência doméstica e familiar designado pela
CAPÍTULO III autoridade judiciária ou policial;
DO ATENDIMENTO PELA III - o depoimento será registrado em meio
AUTORIDADE POLICIAL eletrônico ou magnético, devendo a degravação e
a mídia integrar o inquérito.
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da Art. 11. No atendimento à mulher em situação
prática de violência doméstica e familiar contra a de violência doméstica e familiar, a autoridade
mulher, a autoridade policial que tomar policial deverá, entre outras providências:
conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, Breno Cauê
I - garantir proteção policial, quando
as providências legais cabíveis. ogbrenoo7@gmail.com
necessário, comunicando de imediato ao Ministério
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no091.054.143-42
caput Público e ao Poder Judiciário;
deste artigo ao descumprimento de medida
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto
protetiva de urgência deferida.
de saúde e ao Instituto Médico Legal;
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de III - fornecer transporte para a ofendida e seus
violência doméstica e familiar o atendimento policial dependentes para abrigo ou local seguro, quando
e pericial especializado, ininterrupto e prestado por houver risco de vida;
servidores - preferencialmente do sexo feminino -
previamente capacitados. IV - se necessário, acompanhar a ofendida
para assegurar a retirada de seus pertences do
§ 1º A inquirição de mulher em situação de local da ocorrência ou do domicílio familiar;
violência doméstica e familiar ou de testemunha de
V - informar à ofendida os direitos a ela
violência doméstica, quando se tratar de crime
contra a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes: conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis,
inclusive os de assistência judiciária para o
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e eventual ajuizamento perante o juízo competente
emocional da depoente, considerada a sua da ação de separação judicial, de divórcio, de
condição peculiar de pessoa em situação de anulação de casamento ou de dissolução de união
violência doméstica e familiar; estável.
II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a Art. 12. Em todos os casos de violência
mulher em situação de violência doméstica e
doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro
familiar, familiares e testemunhas terão contato
da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar,
direto com investigados ou suspeitos e pessoas a
de imediato, os seguintes procedimentos, sem
eles relacionadas;
prejuízo daqueles previstos no Código de Processo
III - não revitimização da depoente, evitando Penal:
sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos

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I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de atendimento à mulher em situação de violência
ocorrência e tomar a representação a termo, se doméstica e familiar, darão prioridade, no âmbito da
apresentada; Polícia Civil, à criação de Delegacias
II - colher todas as provas que servirem para o Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams),
esclarecimento do fato e de suas circunstâncias; de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de
equipes especializadas para o atendimento e a
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) investigação das violências graves contra a mulher.
horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da
ofendida, para a concessão de medidas protetivas Art. 12-B. (VETADO).
de urgência; § 1º (VETADO).
IV - determinar que se proceda ao exame de § 2º (VETADO).
corpo de delito da ofendida e requisitar outros
exames periciais necessários; § 3º A autoridade policial poderá requisitar os
serviços públicos necessários à defesa da mulher
V - ouvir o agressor e as testemunhas; em situação de violência doméstica e familiar e de
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer seus dependentes.
juntar aos autos sua folha de antecedentes Art. 12-C. Verificada a existência de risco
criminais, indicando a existência de mandado de
atual ou iminente à vida ou à integridade física ou
prisão ou registro de outras ocorrências policiais
psicológica da mulher em situação de violência
contra ele;
doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o
VI-A - verificar se o agressor possui registro de agressor será imediatamente afastado do lar,
porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese de domicílio ou local de convivência com a ofendida:
existência, juntar aos autos essa informação, bem (Redação dada pela Lei nº 14.188, de 2021)
como notificar a ocorrência à instituição
I - pela autoridade judicial;
responsável pela concessão do registro ouBreno da Cauê
emissão do porte, nos termos da Lei nº ogbrenoo7@gmail.com
10.826, de II - pelo delegado de polícia, quando o
22 de dezembro de 2003 (Estatuto091.054.143-42 do Município não for sede de comarca; ou
Desarmamento); III - pelo policial, quando o Município não for
VII - remeter, no prazo legal, os autos do sede de comarca e não houver delegado disponível
inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público. no momento da denúncia.
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo § 1º Nas hipóteses dos incisos II e III
pela autoridade policial e deverá conter: do caput deste artigo, o juiz será comunicado no
prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e
I - qualificação da ofendida e do agressor;
decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a
II - nome e idade dos dependentes; revogação da medida aplicada, devendo dar
III - descrição sucinta do fato e das medidas ciência ao Ministério Público concomitantemente.
protetivas solicitadas pela ofendida. § 2º Nos casos de risco à integridade física da
IV - informação sobre a condição de a ofendida ofendida ou à efetividade da medida protetiva de
ser pessoa com deficiência e se da violência sofrida urgência, não será concedida liberdade provisória
resultou deficiência ou agravamento de deficiência ao preso.
preexistente.
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao TÍTULO IV
documento referido no § 1º o boletim de ocorrência DOS PROCEDIMENTOS
e cópia de todos os documentos disponíveis em
posse da ofendida.
CAPÍTULO I
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os
DISPOSIÇÕES GERAIS
laudos ou prontuários médicos fornecidos por
hospitais e postos de saúde.
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à
formulação de suas políticas e planos de execução das causas cíveis e criminais decorrentes

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da prática de violência doméstica e familiar contra constitucional assegurada às mulheres, uma vez que
a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de muitas delas acabariam por retirar a queixa de agressão
Processo Penal e Processo Civil e da legislação Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de
específica relativa à criança, ao adolescente e ao
violência doméstica e familiar contra a mulher, de
idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta
penas de cesta básica ou outras de prestação
Lei.
pecuniária, bem como a substituição de pena que
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica implique o pagamento isolado de multa.
e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Súmula 588 do STJ: A prática de crime ou contravenção
Ordinária com competência cível e criminal, penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no
poderão ser criados pela União, no Distrito Federal ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena
e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, privativa de liberdade por restritiva de direitos.
o julgamento e a execução das causas decorrentes Súmula 589 do STJ: É inaplicável o princípio da
da prática de violência doméstica e familiar contra insignificância nos crimes ou contravenções penais
a mulher. praticadas contra a mulher no âmbito das relações
domésticas
Parágrafo único. Os atos processuais poderão
realizar-se em horário noturno, conforme
dispuserem as normas de organização judiciária. CAPÍTULO II
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE
ação de divórcio ou de dissolução de união estável URGÊNCIA
no Juizado de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher.
SEÇÃO I
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a MulherBreno
a Cauê DISPOSIÇÕES GERAIS
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pretensão relacionada à partilha de bens.
091.054.143-42
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica Art. 18. Recebido o expediente com o pedido
e familiar após o ajuizamento da ação de divórcio
da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48
ou de dissolução de união estável, a ação terá
(quarenta e oito) horas:
preferência no juízo onde estiver.
I - conhecer do expediente e do pedido e
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, decidir sobre as medidas protetivas de urgência;
para os processos cíveis regidos por esta Lei, o
Juizado: II - determinar o encaminhamento da ofendida
ao órgão de assistência judiciária, quando for o
I - do seu domicílio ou de sua residência; caso, inclusive para o ajuizamento da ação de
II - do lugar do fato em que se baseou a separação judicial, de divórcio, de anulação de
demanda; casamento ou de dissolução de união estável
perante o juízo competente; (Redação dada pela
III - do domicílio do agressor.
Lei nº 13.894, de 2019)
Art. 16. Nas ações penais públicas III - comunicar ao Ministério Público para que
condicionadas à representação da ofendida de que adote as providências cabíveis.
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à
representação perante o juiz, em audiência IV - determinar a apreensão imediata de arma
especialmente designada com tal finalidade, antes de fogo sob a posse do agressor. (Incluído pela Lei
do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério nº 13.880, de 2019)
Público. Art. 19. As medidas protetivas de urgência
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4424 conferiu do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
natureza pública e incondicionada à ação penal fundada na
Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006). Segundo a Suprema § 1º As medidas protetivas de urgência
Corte, se as referidas ações fossem condicionadas à poderão ser concedidas de imediato,
representação da ofendida, seria esvaziava a proteção independentemente de audiência das partes e de

6
manifestação do Ministério Público, devendo este Parágrafo único. A ofendida não poderá
ser prontamente comunicado. entregar intimação ou notificação ao agressor.
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão
aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão SEÇÃO II
ser substituídas a qualquer tempo por outras de DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE
maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos
nesta Lei forem ameaçados ou violados. URGÊNCIA QUE OBRIGAM O AGRESSOR

§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério


Público ou a pedido da ofendida, conceder novas Art. 22. Constatada a prática de violência
medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
concedidas, se entender necessário à proteção da desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao
ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, agressor, em conjunto ou separadamente, as
ouvido o Ministério Público. seguintes medidas protetivas de urgência, entre
§ 4º As medidas protetivas de urgência serão outras:
concedidas em juízo de cognição sumária a partir I - suspensão da posse ou restrição do porte de
do depoimento da ofendida perante a autoridade armas, com comunicação ao órgão competente,
policial ou da apresentação de suas alegações nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
escritas e poderão ser indeferidas no caso de 2003 ;
avaliação pela autoridade de inexistência de risco à II - afastamento do lar, domicílio ou local de
integridade física, psicológica, sexual, patrimonial convivência com a ofendida;
ou moral da ofendida ou de seus
dependentes. (Incluído pela Lei nº 14.550, de 2023) III - proibição de determinadas condutas, entre
as quais:
§ 5º As medidas protetivas de urgência serão
Breno Cauêa) aproximação da ofendida, de seus familiares
concedidas independentemente da tipificação
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e das testemunhas, fixando o limite mínimo de
penal da violência, do ajuizamento de ação penal
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distância entre estes e o agressor;
ou cível, da existência de inquérito policial ou do
registro de boletim de ocorrência. (Incluído pela Lei b) contato com a ofendida, seus familiares e
nº 14.550, de 2023) testemunhas por qualquer meio de comunicação;
§ 6º As medidas protetivas de urgência c) frequentação de determinados lugares a fim
vigorarão enquanto persistir risco à integridade de preservar a integridade física e psicológica da
física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida;
ofendida ou de seus dependentes. (Incluído pela
IV - restrição ou suspensão de visitas aos
Lei nº 14.550, de 2023)
dependentes menores, ouvida a equipe de
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva V - prestação de alimentos provisionais ou
do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a provisórios.
requerimento do Ministério Público ou mediante
representação da autoridade policial. VI – comparecimento do agressor a programas
de recuperação e reeducação; e (Incluído pela Lei
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão nº 13.984, de 2020)
preventiva se, no curso do processo, verificar a falta
de motivo para que subsista, bem como de novo VII – acompanhamento psicossocial do
decretá-la, se sobrevierem razões que a agressor, por meio de atendimento individual e/ou
justifiquem. em grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de
2020)
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos
§ 1º As medidas referidas neste artigo não
atos processuais relativos ao agressor,
impedem a aplicação de outras previstas na
especialmente dos pertinentes ao ingresso e à legislação em vigor, sempre que a segurança da
saída da prisão, sem prejuízo da intimação do
ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo
advogado constituído ou do defensor público.
a providência ser comunicada ao Ministério Público.

7
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens
encontrando-se o agressor nas condições da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei nº particular da mulher, o juiz poderá determinar,
10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
comunicará ao respectivo órgão, corporação ou
instituição as medidas protetivas de urgência I - restituição de bens indevidamente
concedidas e determinará a restrição do porte de subtraídos pelo agressor à ofendida;
armas, ficando o superior imediato do agressor II - proibição temporária para a celebração de
responsável pelo cumprimento da determinação atos e contratos de compra, venda e locação de
judicial, sob pena de incorrer nos crimes de propriedade em comum, salvo expressa
prevaricação ou de desobediência, conforme o autorização judicial;
caso. III - suspensão das procurações conferidas
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas pela ofendida ao agressor;
protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a IV - prestação de caução provisória, mediante
qualquer momento, auxílio da força policial. depósito judicial, por perdas e danos materiais
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste decorrentes da prática de violência doméstica e
artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ familiar contra a ofendida.
5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao
de 1973 (Código de Processo Civil). cartório competente para os fins previstos nos
incisos II e III deste artigo.
SEÇÃO III
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE SEÇÃO IV
URGÊNCIA À OFENDIDA Breno Cauê
DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE
ogbrenoo7@gmail.com
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
091.054.143-42
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS
sem prejuízo de outras medidas. PROTETIVAS DE URGÊNCIA
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes
a programa oficial ou comunitário de proteção ou de
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que
atendimento;
defere medidas protetivas de urgência previstas
II - determinar a recondução da ofendida e a de nesta Lei:
seus dependentes ao respectivo domicílio, após
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
afastamento do agressor;
anos.
III - determinar o afastamento da ofendida do
§ 1º A configuração do crime independe da
lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
competência civil ou criminal do juiz que deferiu as
guarda dos filhos e alimentos;
medidas.
IV - determinar a separação de corpos.
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante,
V - determinar a matrícula dos dependentes da apenas a autoridade judicial poderá conceder
ofendida em instituição de educação básica mais fiança.
próxima do seu domicílio, ou a transferência deles
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a
para essa instituição, independentemente da
aplicação de outras sanções cabíveis.
existência de vaga.
VI – conceder à ofendida auxílio-aluguel, com
valor fixado em função de sua situação de CAPÍTULO III
vulnerabilidade social e econômica, por período DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
não superior a 6 (seis) meses. (Incluído pela Lei nº
14.674, de 2023)
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando
não for parte, nas causas cíveis e criminais

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decorrentes da violência doméstica e familiar contra subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e
a mulher. à Defensoria Pública, mediante laudos ou
verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem
de orientação, encaminhamento, prevenção e
prejuízo de outras atribuições, nos casos de outras medidas, voltados para a ofendida, o
violência doméstica e familiar contra a mulher, agressor e os familiares, com especial atenção às
quando necessário: crianças e aos adolescentes.
I - requisitar força policial e serviços públicos de
Art. 31. Quando a complexidade do caso
saúde, de educação, de assistência social e de
segurança, entre outros; exigir avaliação mais aprofundada, o juiz poderá
determinar a manifestação de profissional
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e especializado, mediante a indicação da equipe de
particulares de atendimento à mulher em situação atendimento multidisciplinar.
de violência doméstica e familiar, e adotar, de
imediato, as medidas administrativas ou judiciais Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de
cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades sua proposta orçamentária, poderá prever recursos
constatadas; para a criação e manutenção da equipe de
atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de
III - cadastrar os casos de violência doméstica
Diretrizes Orçamentárias.
e familiar contra a mulher.

TÍTULO VI
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Breno CauêArt. 33. Enquanto não estruturados os


Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis
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Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra
e criminais, a mulher em situação de violência091.054.143-42
a Mulher, as varas criminais acumularão as
doméstica e familiar deverá estar acompanhada de
competências cível e criminal para conhecer e
advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta
julgar as causas decorrentes da prática de violência
Lei.
doméstica e familiar contra a mulher, observadas
Art. 28. É garantido a toda mulher em as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela
situação de violência doméstica e familiar o acesso legislação processual pertinente.
aos serviços de Defensoria Pública ou de Parágrafo único. Será garantido o direito de
Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, preferência, nas varas criminais, para o processo e
em sede policial e judicial, mediante atendimento o julgamento das causas referidas no caput.
específico e humanizado.

TÍTULO VII
TÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO
MULTIDISCIPLINAR
Art. 34. A instituição dos Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica poderá ser acompanhada pela implantação das
e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados curadorias necessárias e do serviço de assistência
poderão contar com uma equipe de atendimento judiciária.
multidisciplinar, a ser integrada por profissionais
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os
especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de
Estados e os Municípios poderão criar e promover,
saúde.
no limite das respectivas competências:
Art. 30. Compete à equipe de atendimento
I - centros de atendimento integral e
multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe multidisciplinar para mulheres e respectivos
forem reservadas pela legislação local, fornecer

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dependentes em situação de violência doméstica e órgãos de segurança pública e de assistência
familiar; social, com vistas à fiscalização e à efetividade das
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos medidas protetivas. (Redação dada Lei nº 14.310,
dependentes menores em situação de violência de 2022)
doméstica e familiar; Art. 39. A União, os Estados, o Distrito
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, Federal e os Municípios, no limite de suas
serviços de saúde e centros de perícia médico-legal competências e nos termos das respectivas leis de
especializados no atendimento à mulher em diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer
situação de violência doméstica e familiar; dotações orçamentárias específicas, em cada
exercício financeiro, para a implementação das
IV - programas e campanhas de enfrentamento
medidas estabelecidas nesta Lei.
da violência doméstica e familiar;
V - centros de educação e de reabilitação para Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não
os agressores. excluem outras decorrentes dos princípios por ela
adotados.
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios promoverão a adaptação Art. 40-A. Esta Lei será aplicada a todas as
de seus órgãos e de seus programas às diretrizes situações previstas no seu art. 5º,
e aos princípios desta Lei. independentemente da causa ou da motivação dos
atos de violência e da condição do ofensor ou da
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos ofendida. (Incluído pela Lei nº 14.550, de 2023)
transindividuais previstos nesta Lei poderá ser
exercida, concorrentemente, pelo Ministério Art. 41. Aos crimes praticados com violência
Público e por associação de atuação na área, doméstica e familiar contra a mulher,
regularmente constituída há pelo menos um Breno independentemente
ano, Cauê da pena prevista, não se aplica
nos termos da legislação civil. a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
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Parágrafo único. O requisito da 091.054.143-42
pré-
constituição poderá ser dispensado pelo juiz
quando entender que não há outra entidade com
representatividade adequada para o ajuizamento
da demanda coletiva.
Art. 38. As estatísticas sobre a violência
doméstica e familiar contra a mulher serão incluídas
nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema
de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema
nacional de dados e informações relativo às
mulheres.
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança
Pública dos Estados e do Distrito Federal poderão
remeter suas informações criminais para a base de
dados do Ministério da Justiça.
Art. 38-A. O juiz competente providenciará o
registro da medida protetiva de urgência. (Incluído
pela Lei nº 13.827, de 2019)
Parágrafo único. As medidas protetivas de
urgência serão, após sua concessão,
imediatamente registradas em banco de dados
mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional
de Justiça, garantido o acesso instantâneo do
Ministério Público, da Defensoria Pública e dos

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para seu exercício pelo dobro do prazo da pena
aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e
insuscetível de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei,
salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da
Art. 1º Constitui crime de tortura: pena em regime fechado.

I - constranger alguém com emprego de Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda
violência ou grave ameaça, causando-lhe quando o crime não tenha sido cometido em
sofrimento físico ou mental: território nacional, sendo a vítima brasileira ou
encontrando-se o agente em local sob jurisdição
a) com o fim de obter informação, declaração
brasileira.
ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua
criminosa; publicação.
c) em razão de discriminação racial ou Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069,
religiosa; de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou Adolescente.
autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental,
como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
Breno Cauê
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
ogbrenoo7@gmail.com
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete
091.054.143-42
pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da
prática de ato não previsto em lei ou não resultante
de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas
condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou
apurá-las, incorre na pena de detenção de um a
quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza
grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de
quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de
oito a dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um
terço:
I - se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança,
gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela
Lei nº 10.741, de 2003)
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
§ 5º A condenação acarretará a perda do
cargo, função ou emprego público e a interdição

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