Práticas de Transformadores
Práticas de Transformadores
Práticas de Transformadores
Transformadores
Indaial – 2021
2a Edição
2021
Elaboração:
Profª. Andrea Acunha Martin
Prof. Andrei Borges La Rosa
Prof. Anselmo Rafael Cukla
Profª. Cíntia Arantes Silva
Prof. Delmonte Friedrich
Prof. Erick Costa Bezerra
Prof. Filipe Sousa Barbosa
Prof. Ivan Rodrigo Kaufman
Prof. Mateus José Tiburski
Prof. Murilo Fraga Da Rocha
Prof. Ruahn Fuser
Revisão e Diagramação:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Conteúdo produzido
Copyright © Sagah Educação S.A.
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Prezado acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina de Práticas de Transformado-
res, na qual serão apresentados conceitos, leis e teorias que o auxiliarão a identificar,
compreender e avaliar transformadores e também alguns motores elétricos.
Este livro está dividido em três unidades, que contemplam temas importantes
da conversão de energia elétrica que consideramos imprescindíveis para qualquer curso
de Engenharia, como as leis básicas da indução magnética, os princípios de funciona-
mento de transformadores e motores elétricos, os tipos de transformadores e motores,
e os métodos de partida de motores.
Bons estudos!
GIO
Você sabe se lembra dos UNIs?
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você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais
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Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é uma
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
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para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
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LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
CONHECENDO O
TRANSFORMADOR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoa-
tividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
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um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
MOTORES E TRANSFORMADORES
1 INTRODUÇÃO
Os motores elétricos são de grande utilidade no nosso dia a dia e podem ser en-
contrados nos mais diversos equipamentos eletrônicos, como máquina de lavar roupas,
forno de micro-ondas (que faze o prato girar), ventiladores, motores de geladeira, entre
vários outros aparelhos domésticos. Para funcionarem, esses motores precisam ser ali-
mentados com uma corrente alternada, proveniente da geração de energia.
Neste tópico, veremos o que é uma corrente alternada e como ela pode ser
transformada em valores mais altos ou baixos de tensão, por meio do uso de transfor-
madores. Também será discutida a relação de potência que existe em um transformador
e como essa corrente alternada é usada para fazer um motor elétrico funcionar.
2 CORRENTE ALTERNADA
Hoje, quase a totalidade da energia elétrica é produzida por geradores elétricos,
na forma de corrente alternada (AC, sigla do termo em inglês alternating current), que
tem uma grande vantagem quando comparada aos geradores de corrente contínua (DC,
sigla do inglês direct current). A corrente alternada varia sua tensão e corrente de ma-
neira senoidal, ou seja, ora a corrente está em uma direção, ora em outra. Dessa forma,
a energia elétrica pode ser distribuída para diferentes regiões com altos valores de ten-
sões e baixas correntes, de modo a diminuir as perdas energéticas por meio do efeito
Joule (dissipação de calor em um condutor).
A distribuição por meio de AC permite, também, que ela seja transformada, pra-
ticamente sem perdas energéticas, em valores maiores e menores de tensões. Esse
princípio é muito importante quando se gera energia a tensões relativamente baixas
(digamos em uma usina hidrelétrica), para, depois, aumentar a tensão para transmis-
são a longas distâncias e, por fim, ser novamente transformada em baixa tensão, para
uso nos equipamentos eletrodomésticos das residências. Essa mudança nos valores
de tensões é promovida por meio dos conhecidos transformadores de energia elétri-
ca, que funcionam com base nos princípios de indução da lei de Faraday-Lenz. Nesse
momento, pode surgir a seguinte dúvida: por que a corrente alternada parece ser mais
3
interessante, do ponto de vista de sua geração, distribuição e uso, quando comparada
à corrente contínua?
Como veremos mais adiante, a potência, dissipada na forma de calor pelos fios
condutores, quando a tensão é baixa, é maior do que quando a transmissão acontece
por meio de altas tensões. Isso ficará mais claro quando tratarmos do funcionamento
dos transformadores. Por ora, entenderemos como a corrente alternada se comporta a
partir de uma visão atômica.
É comum ouvir dizer que a energia elétrica das residências funciona com uma
frequência de 60 Hz. Isso significa que, internamente ao fio condutor, os elétrons livres
mudam de sentido 120 vezes por segundo. Isso porque o valor de 60 Hz faz jus ao movi-
mento de um ciclo completo de vai e vem dos elétrons no fio condutor. Desse modo, os
elétrons mudam de sentido duas vezes em um ciclo completo: uma vez na ida e outra,
na volta. Se fosse possível utilizar uma câmera que filmasse mais de 120 quadros por
segundos, poderíamos ver uma lâmpada incandescente brilhando e apagando numa
taxa de 120 vezes por segundos.
A resposta é: os elétrons não chegam a lugar algum. Quando dizemos que uma
corrente em um fio é de 1A, isso significa que cargas passam por uma secção transver-
sal em um fio em um determinado tempo. Por exemplo: 1A de corrente significa que 1
Coulomb de carga passa por uma área transversal em um período de 1 segundo. A ve-
locidade com que os elétrons se movem pouco quer dizer, podendo ela ser de algumas
cargas a uma velocidade alta ou, ainda, muitas cargas a uma velocidade menor. Além
do mais, o gerador de corrente alternada, na verdade, gera uma força eletromotriz, que,
por sua vez, é responsável por induzir uma corrente elétrica em um circuito. Essa força
eletromotriz é uma onda eletromagnética propagando-se em um fio condutor com uma
4
velocidade próxima da luz. Todos os elétrons do fio recebem sua instrução para mudar
de direção praticamente no mesmo instante.
Em que θ é o ângulo que o vetor campo magnético faz com o vetor elemento de
área dA (perpendicular ao plano da espira). Como dθ/dt = ω é a velocidade angular de
rotação do gerador e θ = ωt, podemos reescrever essa equação como:
Quando a espira estiver em uma posição em que ωt é π/2, 3π/2, 5π/2... (ou seja,
quando θ é múltiplo de 90°), a fem induzida é máxima e tem valor de Vm = ωBA. Assim,
podemos reescrever novamente a equação, representando a fem induzida como:
5
Vind = Vm · sen (ωt) (3)
Nota-se que a função é senoidal e tem a fem induzida máxima quando a espira
(ou o conjunto delas) está alinhada com o campo magnético (θ = 90°).
Em uma situação ideal, todo o campo magnético gerado pelo indutor primário
passa pelo interior do indutor secundário. Na Figura 2A, o indutor primário é alimentado
por uma fonte de corrente alternada (~). Enquanto essa fonte de AC varia a corrente no
indutor, este, por sua vez, induz uma fem no indutor secundário. Nota-se que isso não
seria possível com uma fonte de corrente DC, uma vez que não existiria variação no
fluxo magnético e, portanto, não induziria uma fem no indutor secundário. Um exemplo
de um transformador comumente utilizado em subestações de energia pode ser visto
na Figura 2B.
(A) (B)
Como o fluxo magnético no indutor primário varia com o tempo, induz uma fem
em cada uma das voltas do indutor secundário. Como a variação do fluxo magnético é
a mesma em cada um dos indutores, a fem total induzida também deve ser a mesma
para os dois. Dessa forma, a tensão Vp no primeiro indutor é dada por Vp = Np.Vind, e por
Vs = Ns.Vind no segundo, em que Np e Ns são o número de espiras nos indutores primário
e secundário, respectivamente. Por fim, podemos igualar o Vind de ambas as equações:
7
(4)
(5)
Pelo princípio da conservação da energia, podemos notar que, quando uma re-
sistência R é adicionada ao segundo circuito, surge tanto uma corrente Is no segundo
circuito como também uma Ip no primeiro circuito. A taxa com que o gerador transfere
energia para o primeiro indutor é igual a IpVp, a mesma com que o primeiro indutor trans-
fere energia para o segundo indutor, por meio do campo magnético variado, interligando
os dois indutores. O segundo indutor transfere IsVs de energia para o circuito que con-
tém uma resistência. Logo, a potência (ou taxa de energia transferida no tempo) gerada
entre os dois indutores obedece à seguinte relação:
8
IpVp = IsVs (4)
Ou, ainda:
(7)
9
Assim que a espira é rotacionada na vertical, o comutador é responsável por
mudar a direção da sua corrente, mesmo que ela seja alimentada por uma fonte de cor-
rente contínua. Dessa maneira, novamente uma força magnética atua sobre cada um
dos fios que compõem o U, de modo a rotacionar a espira novamente, até que uma volta
seja completada. A partir de então, novamente a polaridade na espira é trocada por meio
do comutador, fazendo fluir corrente na direção contrária. E, assim, a espira gira, tendo
sua corrente trocada de direção a cada meia volta.
FIGURA 3 – A FORÇA MAGNÉTICA F ATUANDO SOBRE CADA LADO DO FIO DE UMA ESPIRA IMERSA EM
UM CAMPO MAGNÉTICO UNIFORME (A); A REPRESENTAÇÃO DA ESPIRA COM COMUTADORES LIGADOS EM
SEUS TERMINAIS (B)
DICA
Motor elétrico trifásico
10
4 TRANSFORMADORES DE INSTRUMENTOS (TC, TPI E TPC)
As linhas de média e alta tensão precisam ser monitoradas constantemente
para fins de detecção de falhas ao longo delas e dos equipamentos que as compõem.
Há como medir diretamente corrente e tensão in loco, em função de seus elevados
valores, o que seria inviável economicamente e em termos de segurança. Para isso, é
necessário baixar essa corrente e a tensão primária para valores em que possam ser
instalados instrumentos de medição para tal.
NOTA
É um universo de conhecimento muito interessante e importan-
te para um futuro engenheiro elétrico, pois poderá direcionar a
carreira desse profissional para essa área fundamental à socie-
dade, visto que envolve geração e controle da eletricidade.
11
FIGURA 4 – TRANSFORMADOR DE INSTRUMENTOS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/watthour-meter-electricity-use-home-applian-
ce-1088177672>. Acesso em: 5 nov. 2021.
12
FIGURA 7 – MEDIÇÃO EM UM TRANSFORMADOR DE INSTRUMENTOS
DICA
Os transformadores de corrente são de grande importância no
sistema elétrico de potência, pois, sem eles, não seria possível
mensurar os valores de corrente e tensão utilizados ou proteger
os equipamentos, as linhas de transmissão e a vida humana.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/physical-experiment-electricity-coil-induc-
tor-637959766>. Acesso em: 5 nov. 2021.
14
• Transformador de potencial capacitivo (TPC): é formado por dois conjuntos de capacito-
res que atuam em conjunto com um TPI, transformando tensões de até 15 kV para ten-
sões de 115 V, adequada para a aplicação em instrumentos. Um exemplo clássico são os
capacitores de computadores que transformam a tensão da rede de 110 V ou 220 V para
tensões de 12 a 19 V (Figura 10), trabalhando em conjunto com um TPI, bobina.
15
EXEMPLO
16
Existem três tipos de ligações dos transformadores de instrumentos, que inter-
ferem diretamente nas suas construções:
ATENÇÃO
Para o engenheiro que está começando na profissão e irá atuar
em redes de distribuição de energia, é muito importante reava-
liar todos os parâmetros de projetos de redes e instalações mais
antigas, pois não foram dimensionadas para atender às condi-
ções climáticas de hoje, em que há chuvas intensas em curto
espaço de tempo, temperaturas que oscilam drasticamente ao
longo do dia e poluição tão acentuada. Portanto, o nível de iso-
lação mudou.
• TC tipo barra: consiste em uma barra metálica que atravessa o núcleo de ferro de
ponta a ponta, sendo muito utilizado em subestações de média e alta tensão para
proteção e controle, bem como em painéis de comando de baixa tensão, com a mes-
ma finalidade (Figura 12).
17
FIGURA 12 – TC TIPO BARRA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/three-phase-oil-immersed-transformer-un-
der-1084071359>. Acesso em: 5 nov. 2021.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/transformer-electrical-technology-on-white-ba-
ckground-609479375>. Acesso em: 5 nov. 2021.
18
• TC tipo núcleo dividido: tem como objetivo facilitar o envolvimento do condutor pri-
mário. É conhecido como alicate amperimétrico e é utilizado na medição manual de
corrente e potência.
• TC com vários enrolamentos primários: é uma derivação dos demais e é constituído
para aplicações específicas, como controle e medição, simultaneamente.
• TC com vários enrolamentos secundários: assim como o TC com vários enrolamentos
primários, é concebido e constituído para atender a demandas específicas de contro-
le e medição, de acordo com a necessidade.
• TC com vários núcleos secundários: igualmente aos descritos anteriormente, é feito
para atender a demandas específicas.
5 EXPERIMENTAÇÃO PRÁTICA
Nesse momento, realizaremos um experimento prático, por meio do simulador
virtual intitulado “Laboratório de Eletromagnetismo de Faraday”.
DICAS
Acadêmico, acesse esse laboratório virtual em: https://phet.colo-
rado.edu/pt_BR/simulation/faraday.
É importante notar que esse ambiente de simulação pode rodar
diretamente pelo seu navegador de internet ou ser baixado e
utilizado em modo off-line – recomendamos a segunda opção,
pois apresenta melhor desempenho. É importante notar que a
versão off-line do simulador necessita que o sistema operacio-
nal tenha instalado o pacote Java.
19
FIGURA 14 – TELA INICIAL DO LABORATÓRIO DE ELETROMAGNETISMO DE FARADAY
FONTE: Os autores
Na parte superior da tela, podem ser observadas cinco abas, que correspondem
a diferentes experimentos propostos nesse laboratório:
• Ímã em barra.
• Solenoide.
• Eletroímã.
• Transformador.
• Gerador.
20
5.1.2 Solenoide
• Escreva o que é o solenoide.
• Movimente o imã e escreva o que você observou.
• Relate com base nos seus conhecimentos científicos o que está acontecendo.
• Aumente a área da espira, movimente o imã e escreva o que você observou.
• Inverta o imã, movimente-o e escreva o que acontece.
• Reflita sobre quais fatores são responsáveis por aumentar o brilho da luz.
5.1.3 Eletroímã
• Caracterize um eletroímã (pesquise a respeito na internet).
• Quantas espiras temos nesse eletroímã?
• Preveja pela regra da mão direita qual o sentido do campo magnético esse eletroímã
produz. Faça o desenho.
• Coloque a bússola e verifique se o seu desenho anterior está correto. Pode-se afirmar
que o polo norte da bússola aponta sempre para?
• Coloque corrente alternada AC observe e descreva o que você verificou.
• O que se pode dizer sobre o valor numérico e o sentido do campo ao modificar a ddp da pilha?
5.1.4 Transformador
• Descreva o que é um transformador.
• O que você deve fazer para acender a lâmpada?
• Observe e escreva o que acontece quando você aumenta a área das espiras.
• Se você aumentar o número de espiras o que acontece?
• Relacione o brilho da lâmpada com as possíveis variáveis.
• Identifique as diferenças entre usar uma pilha e uma corrente alternada AC.
5.1.5 Gerador
• Como funciona este gerador?
• Qual a influência da medida em RPM no brilho da lâmpada?
• Justifique a alternância dos ponteiros da bússola.
• Aumente a área das espiras observe e justifique o que você observou.
• Aumente o número de espiras observe e justifique o que você observou.
• Escreve sobre as aplicações dos geradores.
5.1.6 Pesquisa
Pesquise algum aparelho ou dispositivo eletrônico que está relacionado com
alguns dos fenômenos observados. Escreva sobre o seu funcionamento, sua aplicação
e sua importância na sociedade.
21
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
22
AUTOATIVIDADE
1 A corrente alternada (AC) parece ser mais interessante, do ponto de vista de sua
geração, distribuição e uso, quando comparada à corrente contínua. Considerando
que um transformador não pode funcionar com corrente contínua (DC), assinale a
alternativa CORRETA:
23
6 Com base na finalidade dos transformadores de instrumentos, assinale a alternativa
CORRETA:
7 Por que motivo os TCs do tipo enrolado devem ser limitados a aplicações de até 15 kV?
24
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
TRANSFORMADORES DE
POTÊNCIA E SINAL: OPERAÇÃO
EM REGIME PERMANENTE
1 Introdução
Normalmente, quando se pensa em máquina elétrica, imagina-se uma máquina
que permite a conversão de energia elétrica em mecânica, e vice-versa. Na verdade,
dentro dessa categoria, encontram-se os transformadores, que, mesmo sem estar den-
tro desse conceito, também acabam realizando o processo de conversão de energia,
seguindo os mesmos princípios, mas tendo como resultado a conversão de potência
elétrica em potência elétrica.
Neste tópico, você vai estudar o princípio de funcionamento dessas máquinas,
vai ver como ela se comporta em regime permanente e suas aplicações, que podem ir
de faixas de trabalho que vão de milhares de megawatts até faixas mínimas de potência,
como, por exemplo, os transformadores de sinal.
2 Transformadores
Transformadores são máquinas elétricas estáticas; portanto, diferentemente
das máquinas rotativas, não utilizam entreferro, que contém circuitos elétricos isolados
entre si por um campo magnético. Esse campo magnético é responsável pela indução
de tensão nos contatos de saída (TAP) do transformador. Seu princípio de funciona-
mento é baseado nas leis desenvolvidas para análise de circuitos magnéticos. A lei de
Faraday declara que quando um circuito elétrico é atravessado por um fluxo magnético
variável, surge uma força eletromotriz (FEM) (tensão) induzida atuando sobre o circuito.
A lei de Faraday também declara que a força eletromotriz (tensão) induzida no
circuito é numericamente igual à variação do fluxo que o atravessa.
(8)
λ = Nφ (9)
25
ATENÇÃO
Note que, para se obter uma tensão induzida, se-
gundo a lei de Faraday, é necessário que exista movimento
relativo entre o campo magnético e o circuito que ele atra-
vessa. Podemos ter, então, as seguintes possibilidades:
Lenz notou que a tensão induzida em um circuito fechado por um fluxo magné-
tico variável produzirá uma corrente de forma a se opor à variação do fluxo que a criou.
Então, na verdade, a tensão induzida torna-se:
(10)
Transformadores operam sob indução mútua entre N bobinas, onde N∈ Z | N ≥2.
Uma pequena corrente em regime estacionário (iφ), chamada de corrente de excitação,
flui no primário e estabelece um fluxo alternado no circuito magnético. Esse fluxo induz
uma fem no primário igual a:
(11)
Onde φ é o fluxo no núcleo enlaçando ambos os enrolamentos, e N1 é o número
de espiras do enrolamento primário. A Figura 15 mostra um transformador com dois en-
rolamentos, em que um deles é alimentado por uma tensão variante no tempo v1.
26
FIGURA 15 – TRANSFORMADOR DE DOIS ENROLAMENTOS A VAZIO
(12)
Novamente, como o equipamento se trata de um transformador ideal (sem per-
das), o fluxo (φ) que passa por N1 passa por N2. Temos, então:
(13)
Isolando o fluxo, temos:
(14)
(15)
27
Se isolarmos tensão em um lado da igualdade e o número de enrolamentos do
outro, obteremos a relação de transformação (a):
(16)
DICA
Para saber mais sobre a relação de transformação e as outras
variáveis do transformador (i e z), consulte Chapman, Stephen
J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3EUchOx. Acesso em:
5 nov. 2021.
28
Para diferentes níveis de análise, temos diferentes simplificações e, consequen-
temente, diferentes circuitos equivalentes. A Figura 17 apresenta o circuito equivalente
T – referindo todas as grandezas ao primário ou ao secundário, o transformador ideal
pode ser deslocado, respectivamente, à direita ou à esquerda do circuito equivalente.
(17)
DICA
Para saber mais sobre deslocamentos de impedância do pri-
mário para o secundário, ou vice-versa, consulte Chapman,
Stephen J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Por-
to Alegre: AMGH, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3EUchOx.
Acesso em: 5 nov. 2021.
29
aberto, de modo que pode ser deslocado para qualquer um dos lados. Por isso, as impe-
dâncias Z1 e Z2 podem ser somadas, levando à impedância equivalente Zeq.
Quando a análise é feita para níveis de potência ainda mais elevados, você pode
considerar, ainda, que transformadores de grande porte têm elevada impedância de ex-
citação (Zφ); consequentemente, Îφ é bem pequena, de modo que se pode desconsiderar
a corrente de excitação, resultando apenas a impedância equivalente em série (Req e
Xeq) e obtendo-se o circuito apresentado na Figura 19a. A Figura 19b considera, ainda,
que para transformadores de grande porte Req é muito pequena comparada a Xeq, sendo,
então, desconsiderada.
30
equipamentos trabalhem dentro de mesmos limites de tensão, frequência, entre outras
características, de maneira “ótima”.
Para a análise de transformadores em regime permanente, duas considerações
são feitas: o equipamento está ligado a uma fonte de tensão alternada (senoidal) e,
caso alimente uma carga, ela será linear; o transformador pode operar com carga e sem
carga — nesse último, podendo estar com os seus terminais em aberto (a vazio) ou em
curto-circuito. Normalmente, o transformador opera com carga, os casos de circuito
aberto e a vazio geralmente são utilizados como ensaio e, durante operação normal, são
considerados anomalias.
v(t)=Vmsenωt (18)
Que é aplicada ao enrolamento primário (N1) do transformador, tendo como re-
sultado um fluxo de magnetização:
(19)
Da equação anterior, você observa uma relação inversamente proporcional en-
tre tensão e frequência do transformador caso se deseje manter um fluxo determina-
do constante. Se, por exemplo, for um transformador que opere com uma frequência
menor que a sua nominal, será necessário reduzir sua tensão, diminuindo, assim, a sua
potência aparente, evitando o superaquecimento dos enrolamentos.
Os transformadores indicam potência aparente nominal (Sn) junto à corrente
nominal para que o usuário limite o valor de corrente que passa pelos enrolamentos do
transformador, controlando, assim, as perdas térmicas (ri2) presentes no transformador,
que, normalmente, são responsáveis pela redução da vida útil da isolação do equipa-
mento (CHAPMAN, 2013).
O diagrama fasorial da Figura 20 é utilizado para analisar as quedas de tensão
no interior do transformador quando conectado a uma carga com fator de potência uni-
tário. Para isso, considere o circuito equivalente apresentado na mesma figura; assim, a
impedância do ramo de excitação pode ser desprezada. A queda de tensão VS sempre
será a referência e, por isso, está no ângulo 0°. Aplicando a lei das tensões de Kirchhoff
ao circuito equivalente, temos:
31
(20)
Note que o diagrama fasorial torna possível visualizar que a tensão no secundá-
rio é menor que a tensão no primário do transformador, sendo necessária uma regula-
ção de tensão maior que zero.
Antes de chegar ao regime permanente, o transformador passa por um regime
transitório, que pode gerar uma corrente que venha causar problemas ao equipamento.
Quando a tensão é aplicada no momento que o transformador é energizado pela rede,
no primeiro semiciclo da tensão aplicada, o valor máximo alcançado pelo fluxo depende
da fase da tensão nesse instante (CHAPMAN, 2013). Tomando como exemplo a tensão:
Considerando o fluxo inicial no núcleo zero, o fluxo máximo durante esse pri-
meiro semiciclo será igual ao fluxo máximo no regime permanente:
32
(22)
Como dito anteriormente, esse nível de fluxo é o nominal da máquina, não ge-
rando nenhum problema; no entanto, caso a tensão aplicada seja
(24)
Note que o valor do fluxo máximo dobrou em relação ao fluxo do regime perma-
nente; consequentemente, a corrente de magnetização também aumentou. Normal-
mente, o ângulo de fase aplicado da tensão não é controlado na partida, de modo que
pode haver correntes transitórias iniciais muito grandes, sendo de extrema importância
o dimensionamento do equipamento durante o seu projeto para suportar essas varia-
ções (CHAPMAN, 2013). A Figura 21 apresenta o valor de corrente causado pela corrente
de magnetização.
Com as conexões mostradas na Figura 22, você faz todas as medições neces-
sárias para calcular a impedância equivalente em série (Zeq). A escolha do enrolamento
a ser curto-circuitado é arbitrária. Note que, ao contrário do que ocorria no ensaio de
circuito aberto, agora, o ramo de excitação é desprezado.
ATENÇÃO
Como a impedância equivalente em série é muito baixa, uma
tensão próxima de 10% a 15% da tensão nominal é suficiente
para que a corrente nominal do transformador circule. Caso es-
ses valores sejam ultrapassados, corre-se o risco de queimar o
equipamento.
(25)
Ainda no sistema de potência, transformadores podem ser utilizados para reali-
zar medições. O transformador de potencial apresenta sempre um enrolamento primá-
rio de alta tensão, e o secundário, de baixa — sua potência nominal baixa e tem o único
objetivo de amostrar o nível de tensão do sistema. Já o transformador de corrente tem o
enrolamento secundário envolto em um anel ferromagnético, e a própria linha de trans-
missão ou distribuição é usada como o “primário”; assim, por indução, o equipamento
fornece uma amostragem da corrente que flui por esse cabo.
35
A distorção nas aplicações de transformadores em áudio é decorrente da cor-
rente de excitação do enrolamento primário, sendo proporcional à voltagem presente
nesse enrolamento. Imagine o caso ideal em que um transformador não tem perdas e
sua resistência é nula. Nesse cenário, a tensão V1 criaria um curto-circuito na espira do
primário, resultando em uma distorção nula. Você já aprendeu que os casos real e ideal
são diferentes e que, portanto, não é possível que a aplicação do transformador cause
a distorção nula.
Dessa forma, os níveis de operação máxima, distorção máxima e impedância de
entrada, de forma geral, devem definir o material que será utilizado para a construção do
transformador de sinal e, também, seu tamanho. É nesse momento que os parâmetros
de custo começam a se tornar relevantes, pois as composições que tornam a qualidade
melhor também são mais caras. O transformador de sinal mais utilizado possui o núcleo
em aço M6, contendo 6% de silício e 49% ou 84% de níquel.
O transformador ainda pode ter algumas outras funções mais específicas, como
quando são utilizados para dissipação de corrente, mas o importante a ser observado
é que, independentemente do tipo da aplicação ou do nível de potência aplicado, o seu
funcionamento é o mesmo.
Ou, ainda:
36
Os parâmetros pedidos em p.u.:
V2' = 1 ∠ 0º
I2' = 1 ∠ -45º
Note que corresponde a um fator de potência de 0,707 indutivo.
A corrente de excitação I0 é dada pela componente de corrente através do re-
sistor somada à da reatância de magnetização.
37
E, finalmente, a corrente de excitação I0
V1 = V1,b V1
V1 = 440 × 1,02 ∠ 0,24º = 448,8 ∠ 0,24º
A regulação de tensão:
Em plena carga, a tensão no secundário é de 110 V; para tanto, a tensão no pri-
mário deve ser mantida em 448,8 V. A vazio, para uma tensão no primário de 448,8 V, a
tensão correspondente no secundário é de 112,2 V. Temos, então:
O cálculo pode ser feito, também, com os níveis de tensão referidos ao primário,
obtendo o mesmo valor de regulação.
A eficiência do transformador:
A eficiência do transformador é calculada pela relação entre perdas e a potência
de entrada:
A potência útil é dada por:
Pin = V1I1cos θ
38
Pin = 1,02 × 1,09 cos(0,24o + 45,41o) = 0,78
Perdas ativas no núcleo:
PC = RC.IC2
PC = 17,0455 × (58,67 × 10-3)2 = 0,059
As perdas ativas do enrolamento representadas pela resistência equivalente no
primário:
Penr = R1I21
Penr = 0,0085 × (1,09)2 = 0,010
PT = PC + Penr = 0,069
3.1 OBJETIVO
O experimento apresenta um equipamento elétrico conhecido como transfor-
mador que funciona utilizando o princípio da indução mútua. Serão utilizados um núcleo
ferromagnético e um conjunto de bobinas a ele associado, possibilitando uma conver-
são do valor de tensão nos terminais dessas bobinas quando, uma delas (designada
como primária), é alimentada por corrente alternada. Ao final desse experimento, você
deverá ser capaz de:
39
3.2 ONDE UTILIZAR ESSES CONCEITOS?
Os transformadores são de fundamental importância no uso da energia elétrica
cotidiana. Seja para converter a tensão gerada nas hidrelétricas para um valor adequado
ao uso dos aparelhos domésticos, seja para conversões de tensões nominais de 220V
para 110V (ou vice-versa), em ajuste de tensão nos carregadores de celulares, tablets,
notebooks, ou até mesmo para a eliminação de ruídos no interior de circuitos de apare-
lhos eletrônicos.
3.3 O EXPERIMENTO
Neste experimento duas bobinas são conectadas em uma armadura ferromag-
nética, uma em cada extremidade, e ao alimentar uma das bobinas (a qual damos o
nome de primária) com corrente alternada, a variação no fluxo magnético no interior
dela é transmitida pela armadura, produzindo corrente também na bobina secundária.
A essas correntes, temos uma tensão associada segundo a lei de Ohm. Os valores de
tensão nos terminais das bobinas podem diferir, e por isso damos o nome de transfor-
mador a esse dispositivo.
3.4 SEGURANÇA
O experimento foi pensado para não trazer riscos físicos, então você irá utilizar
objetos pouco nocivos e leves, mas mesmo com essas precauções pensadas e defi-
nidas, o uso de equipamentos de proteção individual é de extrema importância para a
segurança durante a realização de experimentos.
3.5 CENÁRIO
Na bancada do laboratório é disponibilizado um kit didático onde duas são co-
nectadas em uma armadura ferromagnética para que seja acompanhado o fenômeno
de indução mútua entre duas bobinas. Uma carga pode ser conectada no secundário
do transformador e um multímetro está disponível para que sejam realizadas medidas
de tensão e corrente em diferentes pontos do sistema.
40
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
41
AUTOATIVIDADE
1 Quanto aos transformadores e seu princípio de conversão, assinale a alterna-
tiva CORRETA:
a) ( ) A Lei de Faraday diz que a tensão induzida em um circuito fechado por um fluxo
magnético variável produzirá uma corrente de forma a se opor à variação do fluxo que a
criou.
b) ( ) A Lei de Lenz diz que a tensão induzida no circuito é numericamente igual à va-
riação do fluxo que o atravessa.
c) ( ) A Lei de Ampère permite calcular o campo elétrico a partir de uma distribuição de
densidade de corrente elétrica (J) ou de uma corrente elétrica (I), ambas estacionárias
(independentes do tempo).
d) ( ) A Lei de Lenz diz que a tensão induzida em um circuito fechado por um fluxo
magnético variável produzirá uma corrente de forma a se opor à variação de fluxo que a
criou.
e) ( ) O ponto onde o produto energético é máximo é extremamente importante porque
dimensiona a permeabilidade do material necessário para produzir esta densidade de
fluxo em um entreferro.
42
d) ( ) A corrente produzida no secundário tem um sentido no qual a FMM produzida
será somada com a FMM do primário.
e) ( ) As perdas no núcleo são as perdas por histerese e correntes de fuga.
43
44
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
NORMAS DE TRANSFORMADORES
1 INTRODUÇÃO
Os transformadores de potência são equipamentos eletromecânicos, geral-
mente, utilizados nas etapas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
O transformador é um dos equipamentos essenciais para o transporte e a distribuição
de energia elétrica em corrente alternada. Os transformadores apresentam reduzidas
perdas por efeito Joule e um custo relativo baixo em relação às linhas de transmissão de
energia, o que viabiliza a instalação de usinas geradoras de energia a longas distâncias
dos centros de consumo. Os transformadores de potência são utilizados, principalmen-
te, em grandes indústrias ou centros de geração e distribuição, nos quais a demanda de
energia é elevada.
46
ABNT NBR 5356-11:2016 Transformadores de potência
Parte 11: transformadores do tipo seco – especificação
ABNT NBR 5356-16:2018 Transformadores de potência
Parte 16: transformadores para aplicação em geradores eó-
licos
ABNT NBR 12454:1990 Transformadores de potência de tensões máximas
até 36,2 kV e potência de 225 kVA até 3.750 kVA
— padronização
IEC 60076-1:2011 Transformadores de potência
Parte 1: geral
EEE C57.12.00:2015 Requisitos gerais para distribuição imersa em líquido, po-
tência e transformadores reguladores
ABNT NBR 5458:2010 Transformador de potência — terminologia
ABNT NBR 7036:1990 Recebimento, instalação e manutenção de transformado-
res de potência para distribuição, imersos em líquidos iso-
lantes
ABNT NBR 9368:2011 Transformadores de potência de tensões máximas até 145
kV — características elétricas e mecânicas
FONTE: Os autores
É muito importante que você se atente às normativas vigentes. Elas devem ser
consideradas para as corretas instalação e utilização de transformadores de potência.
Os profissionais que trabalham com fabricação, venda, distribuição, instalação e ma-
nutenção de transformadores podem, eventualmente, precisar de outras normas, além
das mencionadas no quadro anterior. Isso depende do local de instalação do transfor-
mador e das exigências do cliente.
Nesta seção, você conheceu as principais normas vigentes que devem ser con-
sideradas pelos profissionais que trabalham, de forma direta ou indireta, com projeto,
comercialização ou manutenção de transformadores de potência. A seguir, você lerá a
respeito dos ensaios de rotina aplicados a transformadores de potência.
47
ATENÇÃO
Sempre verifique se uma norma está vigente antes de aplicá-
-la. Para consultar a vigência das normas da ABNT e de outras
normas, inclusive, internacionais, acesse o site ABNT Catálogo.
49
FIGURA 24 – LIGAÇÃO TÍPICA PARA ENSAIO DE TRANSFORMADOR EM CURTO-CIRCUITO
FONTE: Os autores
A partir dessas medidas das variáveis, você pode calcular a resistência, a impe-
dância e a reatância do transformador em curto-circuito. Para isso, utilize as Equações
1, 2 e 3:
Observe que os valores de i1, v1 e Pcc podem ser medidos diretamente. Já o valor
da impedância deve ser calculado. No entanto, se o ensaio é realizado quando o lado de
baixa tensão do transformador está curto-circuitado, a tensão de alimentação, neces-
sária para gerar valores de correntes nominais muito inferiores ao correspondente valor
nominal, pode alcançar valores próximos a 10% da tensão nominal. Nessas condições,
as perdas por histerese e correntes parasitas, no núcleo do transformador, são, prati-
camente, nulas. Assume-se, assim, que a potência Pcc medida corresponde, apenas, às
perdas nos enrolamentos do transformador.
50
DICA
Para saber o que fazer quando o transformador possui mais de
dois enrolamentos, e para conferir considerações dos fatores de
temperatura do dispositivo, você pode verificar o texto da norma.
FONTE: Os autores
Na figura anterior, v2 é a tensão sobre o enrolamento N2 enquanto N2 está em
circuito aberto. Nesse ensaio, é possível medir a potência a vazio (Po) do transformador
e a corrente de excitação (i1) de forma direta. A tensão v1 corresponde à tensão nominal
que alimenta o transformador. Esse ensaio, normalmente, realiza-se com a alimentação
do lado de baixa tensão do transformador, e o lado de alta tensão fica em aberto.
51
DICA
A ABNT NBR 5356-1:2007 admite um valor máximo de 10%
de variação das perdas em vazio para qualquer tipo de trans-
formador (com base nos dados fornecidos pelo fabricante). A
norma, ainda, permite uma variação máxima de 3% da tensão
de alimentação. É recomendado verificar a norma ABNT NBR
5356-1:2007 quando existir uma variação no valor eficaz da
tensão de alimentação.
52
• um ciclo completo de funcionamento com o transformador energizado, em vazio,
com tensão e frequência nominais;
• um ciclo completo de funcionamento com um enrolamento em curto-circuito e com
a corrente próxima da corrente nominal no enrolamento com derivações, e 10 opera-
ções de mudança de derivações entre dois degraus de cada lado da posição onde o
seletor de reversão de derivações está operando.
Pressão Tempo de
Tipo de transformador
manométrica (Mpa) aplicação (h)
Selado com colchão de gás 0,07 1
Selado de enchimento integral 0,01 1
Não selado com tensão máxima de equipa-
mento superior a 72,5 kV ou potência nominal 0,05 24
superior a 10 MVA
Não selado com tensão máxima de equipa-
mento superior a 72,5 kV ou potência nominal 0,03 24
inferior a 10 MVA
FONTE: Adaptado de ABNT (2007)
53
DICA
Para se informar a respeito da resistência à pressão a quente
de transformadores subterrâneos, consulte a ABNT NBR 5356-
1:2007.
54
QUADRO 3 – CARACTERÍSTICAS DO ÓLEO MINERAL ISOLANTE APÓS CONTATO COM EQUIPAMENTO
55
pelos fabricantes dessas máquinas. Eles são descritos, com mais detalhes, na ABNT
NBR 5356-1:2007.
De acordo com Oliveira, Cogo e Abreu (2018), e com a ABNT NBR 5356-1:2007,
para o ensaio experimental, é necessário gerar uma onda de descarga similar à apre-
sentada a seguir.
Observe que a descarga atmosférica que incide na linha é dividida em duas partes,
dando origem a duas frentes de ondas que se propagam em sentidos opostos. O que o
ensaio impulsivo tenta reproduzir é o sentido da onda sobre o transformador de potência.
Repare que os valores de tensão para cristas cortadas são maiores do que
aqueles para a onda plena. Isso ocorre porque o tempo de atuação de uma onda corta-
da é menor, como mostra a terceira coluna. Além disso, na primeira coluna, a letra “B”
especifica um nível de isolamento baixo em transformadores de potência, aplicado a
determinadas especificações de transformadores.
58
Os valores de T1 e T2, definidos anteriormente, são padronizados (OLIVEIRA;
COGO; ABREU, 2018). Esses valores são 1,2 µs e 50 µs, respectivamente, com um erro
admissível de até 30%. Tais valores de tempo, também, são, comumente, apresentados
como uma relação. Veja:
5 EXPERIMENTAÇÃO PRÁTICA
Caso você preste serviços de manutenção, instalação, conserto ou revitaliza-
ção, ou, mesmo, de fabricação de transformadores de potência, é importante realizar,
efetivamente, os testes e ensaios sugeridos pelas normas técnicas da ABNT NBR 5356.
Os procedimentos de ensaios, se realizados corretamente, trazem resultados, indican-
do as condições elétricas sob as quais se encontra o transformador após a execução
desses serviços.
5.1 INTRODUÇÃO
A fabricação de transformadores segue uma série de normas nacionais e in-
ternacionais, dependendo do destino da unidade, quando for o caso. Contudo, alguns
transformadores seguem especificações padronizadas, sendo produzidos em larga es-
cala. Assim, eles não são projetos de um cliente específico, e, em geral, não são do
59
grupo de altos valores de potência. Contudo, comercialmente, existem transformadores
com certos valores de potência, tensão com lados de alta e de baixa, corrente com lados
de alta e de baixa, frequência de trabalho etc. Exemplos disso são os transformadores
de baixa tensão a óleo, que são fabricados tendo em vista certo grau de precisão nas
medidas especificadas.
FONTE: Os autores
60
QUADRO 5 – TOLERÂNCIA
61
LEITURA
COMPLEMENTAR
O QUE SÃO E COMO FUNCIONAM OS CARREGADORES INDUTIVOS PARA
CELULARES?
Pense na seguinte situação: você foi acampar e a bateria do seu celular acabou,
e, obviamente, não se encontra uma tomada por perto. Normalmente, você esperaria
até o retorno para recarregar o seu aparelho para, então, poder usá-lo novamente. Con-
tudo, se você possuísse um carregador indutivo para o seu telefone móvel, o problema
seria, facilmente, resolvido, mesmo sem nenhuma tomada por perto. Isso porque car-
regadores indutivos são providos de um sistema que, quando acoplado ao dispositivo
a ser carregado, cria um campo magnético e o transforma em energia elétrica. Assim,
sem nenhuma fonte de energia elétrica tradicional e sem nenhum fio, seu celular pode
ser carregado eficientemente, como se estivesse passado algumas horas plugado no
carregador, ligado em uma tomada.
62
Carregador indutivo com fio
O iYo é um ioiô, e faz uso da indução magnética para gerar energia elétrica. Ele
funciona assim: o magnetismo gerado pela movimentação do ioiô é convertido, pelo
aparelho, em energia elétrica. Essa energia é armazenada em uma bateria de lítio exis-
tente no iYo, e transferida ao iPhone, quando ambos os dispositivos estão plugados.
63
Vantagens
Desvantagens
Alguns apontam, como desvantagens para esse sistema, o fato de sua baixa
eficiência, o que impede que funcione em equipamentos que demandem mais energia,
porém, para celulares e outros dispositivos pequenos, ele é suficiente. Outro problema
é a possibilidade de superaquecimento quando do carregamento de dispositivos mais
antigos.
Apesar de propor algo diferente, com energia limpa e sem consumo de recur-
sos naturais, os carregadores indutivos, ainda, estão longe de ser uma realidade para a
enorme maioria dos dispositivos eletrônicos. Tanto é que, por enquanto, nenhuma em-
presa brasileira disponibiliza os aparelhos, e, até mesmo, lá fora, o mercado é bastante
restrito.
FONTE: TECMUNDO. O que são e como funcionam os carregadores indutivos para celula-
res? 2010. Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/celular/3447-o-que-sao-e-como-funcionam-os-
-carregadores-indutivos-para-celulares-.htm. Acesso em: 24 abr. 2021.
64
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
65
AUTOATIVIDADE
1 Você pretende realizará um projeto de pesquisa de um transformador de po-
tência para distribuição de energia e precisa apresentar os conceitos e os ter-
mos adequados ou padronizados nos históricos da pesquisa, caso contrário, o
seu superior recusará o seu trabalho. Para garantir a correta utilização dos ter-
mos referidos aos conceitos de transformador, que norma da ABNT você deverá
utilizar como referência?
a) NBR 5356-2.
b) IEEE C57.12.00.
c) NBR 5356-11.
d) NBR 5458.
e) IEC 60076.
2 Você é contratado para instalar e para fazer a manutenção de uma usina eóli-
ca para a geração de energia elétrica, e, dentre os seus trabalhos, deve verificar
os transformadores de cada gerador eólico. Para essa operação em particular,
que norma é necessária e específica para a sua consulta durante o seu trabalho
profissional?
a) NBR 5356-1.
b) NBR 7036.
c) NBR 5356-16
d) NBR 5356-11.
e) IEC 60076.
3 A ABNT NBR 5356 trata dos ensaios de rotina necessários que devem ser re-
alizados em transformadores de potência. Dentre os itens de ensaios de rotina
recomendados pela norma, qual deles não está listado nos itens da NBR 5356?
4 A NBR 5356 aborda, de maneira geral, os ensaios de rotina que devem ser re-
alizados em transformadores de potência, sendo eles: medição de resistência
dos enrolamentos; medição de relação de transformação, de polaridade, de ve-
rificação do deslocamento angular e de sequência de fases; medição da impe-
dância de curto-circuito e das perdas em carga; medição das perdas em vazio e
corrente de excitação; ensaios dielétricos de rotina; ensaios de comutador de
derivações em carga, quando aplicáveis; medição da resistência de isolamen-
to; estanqueidade e resistência à pressão; verificação do funcionamento dos
acessórios; ensaio de óleo isolante para transformadores de tensão nominal ≥
72,5kV, ou potência ≥ 5MVA; e verificação da espessura e da aderência da pintu-
66
ra da parte externa. Veja que, em nenhum dos ensaios, é abordada a medição da
intensidade do fluxo magnético do entreferro do transformador.
FONTE: Os autores
Os valores conhecidos são os seguintes: i1 = 1A; i2 = 80A; v1 = 22V; Pcc = 15W. Qual é
o valor do módulo da impedância do transformador do lado de alta tensão e qual
é o valor do fator de potência nessas condições?
5 Você monta uma bancada para realizar o ensaio de impulsos de descargas at-
mosféricas em plena onda, em um transformador trifásico de 150 kVA de potên-
cia, e com uma classe de tensão de isolamento nominal de 46.000 V. Durante os
testes, os tempos desejados na curva impulsiva são de T1 = 1,1µs e T2 = 45µs. Qual
é o valor de pico da cresta recomendado para esse ensaio?
67
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed. Por-
to Alegre: AMGH, 2013.
BAUER, W.; WESTFALL, G.; DIAS, H. Física para universitários: eletricidade e magne-
tismo. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2012.
CARVALHO, G. Máquinas elétricas: teoria e ensaios. 4. ed. São Paulo: Érica, 2011.
FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY JUNIOR, C.; UMANS, S. D. Máquinas elétricas: com intro-
dução à eletrônica de potência. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
FREITAS JUNIOR, L. C.; SILVA, R. S. Máquinas elétricas. 2. ed. Londrina: Editora e Dis-
tribuidora Educacional, 2018.
68
JORDÃO, R. G. Transformadores. São Paulo: Blucher, 2002.
KOSOW, I. L. Máquinas elétricas e transformadores. 15. ed. Porto Alegre: Globo, 2005.
NAVE, R. How does an electric motor work? 2016. Disponível em: http://hyperphysi-
cs.phy-astr.gsu.edu/hbase/magnetic/mothow.html. Acesso em: 3 mar. 2018.
69
VILLAR, G. J. V. Geradores e motores CC: máquinas de corrente contínua. Mossoró:
Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte, 2006. Disponível em:
https://docente.ifrn.edu.br/heliopinheiro/Disciplinas/maquinas-acionamentos--eletri-
cos/apostila-de-maquinas-de-cc/view. Acesso em: 9 fev. 2020.
WALKER, J.; HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Fundamentals of physics. New Jersey: Wiley,
2014.
WEG. W22 magnet drive system: catálogo técnico mercado Brasil. 2019. Disponível
em: https://static.weg.net/medias/downloadcenter/hf3/he1/WEG-w22-magnet-drive-
--system-50015189-brochure-portuguese-web.pdf. Acesso em: 3 fev. 2020.
70
UNIDADE 2 —
MODELAGEM E
FUNCIONAMENTO DE
TRANSFORMADORES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
69
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
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70
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
INTRODUÇÃO AOS TRANSFORMADORES
REAIS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você estudará os transformadores reais e a modelagem deles por
meio do circuito equivalente, destacando os elementos que compõem esse circuito, além
de reconhecer os métodos de determinação desses parâmetros.
71
FIGURA 1 – ESQUEMÁTICO DE UM TRANSFORMADOR REAL DE NÚCLEO DE FERRO
A diferença entre os transformadores ideais e os reais é que os ideais desprezam as perdas decorrentes da
operação, enquanto os transformadores reais enunciam que a potência obtida no secundário do transfor-
mador é menor do que a potência aplicada no primário, devido à consideração das perdas existentes. Isso
significa que um modelo mais completo deve levar em consideração os efeitos das resistências dos enrola-
mentos, os fluxos dispersos e as perdas relativas às correntes de magnetização do núcleo (UMANS, 2014).
As principais perdas existentes em um transformador real ocorrem nos enrolamentos e no núcleo. As per-
das nos enrolamentos primário e secundário ocorrem por causa das resistências ôhmicas dos fios, represen-
tadas por (RP) e (RS), respectivamente, sendo que parte da energia é convertida em calor por efeito Joule,
causando perdas denominadas de perdas no cobre. Entretanto, para as perdas no núcleo, têm-se as perdas
por dispersão de linhas de campo magnético, por histerese do material e pelas correntes parasitas de Fou-
cault, que, ao serem induzidas no núcleo, aquecem-no, reduzindo o fluxo magnético. A seguir, analisaremos
cada uma dessas perdas.
Analisando a Figura 1, pode-se observar que, ao aplicar a tensão vp(t) nas espiras do primário do transfor-
mador, devido ao fluxo produzido pela passagem da corrente, é induzida uma tensão no enrolamento (eind),
enunciada pela lei de Faraday, dada pela Equação 1 (CHAPMAN, 2013):
(1)
72
Isolando o fluxo médio presente no enrolamento primário do transformador, obtém-se a Equação 2, que de-
monstra que esse fluxo médio no enrolamento é proporcional à integral da tensão aplicada ao enrolamen-
to, e que a constante de proporcionalidade é equivalente ao número de espiras do enrolamento primário
(CHAPMAN, 2013).
(2)
Ao analisarmos o efeito que esse fluxo tem sobre o enrolamento secundário do mesmo transformador,
observa-se que, para os transformadores reais, uma parte do fluxo produzido na bobina primária não passa
pela bobina secundária. Isso se deve ao fato de que algumas linhas de fluxo deixam o núcleo de ferro,
passando através do ar, caracterizado como fluxo de dispersão, como mostrará a figura a seguir. Assim, o
fluxo na bobina primária do transformador pode ser dividido em duas componentes: um fluxo mútuo, que
permanece no núcleo e concatena (enlaça) ambos os enrolamentos, e um pequeno fluxo de dispersão
(CHAPMAN, 2013).
No enrolamento primário, o fluxo disperso induz uma tensão que se soma àquela
produzida pelo fluxo mútuo. Como a maior parte do caminho do fluxo disperso está no ar, esse
fluxo e a tensão induzida por ele variam, linearmente, com a corrente primária iP(t), podendo,
assim, ser representado por uma indutância de dispersão do primário. A correspondente
reatância de dispersão do primário (XP) é dada pela Equação 3 (UMANS, 2014):
(3)
73
Para quantificar as demais perdas no núcleo, iniciaremos a análise pela fonte
de tensão CA conectada ao enrolamento primário vp(t), como demonstrado na Figura
1. Uma corrente flui no circuito primário iP(t) e é responsável por produzir o fluxo em
um núcleo ferromagnético real. Contudo, essa corrente pode ser decomposta em duas
componentes:
(4)
(5)
• Perdas no cobre (RI2): são as perdas ocorridas por causa do aquecimento resistivo
nos enrolamentos primário e secundário do transformador. Elas são proporcionais
ao quadrado da corrente nos enrolamentos.
• Perdas por corrente parasita: são as perdas presentes devido ao aquecimento
resistivo no núcleo do transformador. Elas são proporcionais ao quadrado da tensão
aplicada ao transformador.
• Perdas por histerese: são as perdas associadas à alteração da configuração dos
domínios magnéticos no núcleo durante cada semiciclo. Elas são uma função não
linear, complexa, da tensão aplicada ao transformador.
• Fluxo de dispersão: os fluxos ∅DP e ∅DS, os quais escapam do núcleo e passam por
meio de, apenas, um dos enrolamentos do transformador, são fluxos de dispersão,
que se dispersaram e produzem uma indutância de dispersão nas bobinas primária
e secundária. Seus efeitos devem ser levados em consideração.
74
Uma vez apresentados os parâmetros responsáveis pelas perdas dentro do
transformador real, a seguir, você verá os principais modelos de transformadores:
circuito equivalente, circuito equivalente referenciado (aos lados do transformador) e
circuito equivalente aproximado.
Iniciaremos pelas perdas de cobre, que são perdas resistivas que ocorrem nos
enrolamentos primário e secundário do núcleo do transformador, e modeladas por meio de
uma resistência (RP) no circuito primário e por uma resistência (RS) no circuito secundário.
Modelam-se as perdas por dispersão de fluxo, representadas por reatâncias no primário
(XP) e no secundário (XS), ambas em série, com as respectivas perdas resistivas.
75
FIGURA 3 – MODELO DE UM TRANSFORMADOR REAL.
76
FIGURA 5 – MODELO DE UM TRANSFORMADOR REAL REFERIDO AO NÍVEL DE TENSÃO DO SECUNDÁRIO
77
Além disso, em algumas aplicações, o ramo de excitação pode ser, totalmente,
desconsiderado, sem impactar na análise. Para essas situações, o circuito equivalente
do transformador se reduz a circuitos simples da Figura 7.
NOTA
O ensaio de curto-circuito é feito do lado de alta tensão, pois ele exige que seja
aplicada uma tensão em um dos enrolamentos, de modo que circule uma corrente
nominal IN. Como o lado de alta tensão tem uma corrente nominal menor (porque
tem alta tensão), por segurança, utiliza-se esse enrolamento para a alimentação,
sendo mais fácil de ser manipulado. Consequentemente, ocorre um curto-circuito
no enrolamento de baixa tensão, visto que ele apresenta uma corrente maior IN.
78
FIGURA 8 – LIGAÇÕES PARA ENSAIO DE TRANSFORMADOR EM CURTO-CIRCUITO
Assim, a tensão (Vcc), a corrente (Icc) e a potência de entrada (Pcc) são medidas,
e, com esses valores, é possível calcular a impedância-série do circuito equivalente,
conforme as Equações 6 a 10:
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
NOTA
O ensaio de circuito aberto, normalmente, é feito do lado de menor tensão,
pois, em ensaios a vazio, deve-se aplicar a tensão em um dos enrolamentos,
sendo mais fácil e mais seguro utilizar o enrolamento de menor tensão. Diante
disso, o enrolamento de alta tensão fica sem carga, o que gera uma corrente
nula no secundário. Assim, apesar de a corrente, no primário, ser mínima, ela é
suficiente para magnetizar o núcleo.
79
FIGURA 9 – LIGAÇÕES PARA ENSAIO DE TRANSFORMADOR EM CIRCUITO ABERTO
Assim, com os valores de tensão (V0), corrente (I0) e potência (P0), é possível
calcular a impedância paralela do circuito equivalente, conforme as Equações 11 a 15:
(11)
(12)
(13)
(14)
(15)
(16)
(17)
(18)
(19)
80
sendo referidos a esse lado, e os valores de Req e Xeq são obtidos e referidos no lado de
alta tensão. É importante lembrar que, para a representação do circuito equivalente
final, todos os elementos devem ser referidos para o mesmo lado (alta ou baixa tensão).
81
Com um transformador ideal, quando se estabelece uma relação de proporção
adequada entre as espiras dos enrolamentos, é possível obter qualquer relação entre
entrada e saída, pois não há perdas durante o processo. Então, segue o seguinte
equacionamento nessas relações de transformação: a tensão, nas bobinas de um
transformador, é, diretamente, proporcional ao número de espiras dessas bobinas.
(20)
Sendo:
(21)
(22)
Logo:
RT = RE (23)
(24)
Sendo:
82
Logo:
(25)
(26)
Sendo:
83
O fluxo concatenado pode ser equacionado pela soma do fluxo que flui por cada
espira da bobina, incluindo o fluxo de todas as outras espiras da mesma bobina.
(27)
(28)
Sendo:
(29)
84
6 APLICAÇÃO DO TRANSFORMADOR REAL
A utilização de transformadores, na prática, ocorre, apenas, com os reais, e
a operação deles demonstra algumas características que não são apresentadas no
modelo do transformador ideal. Quando aplicamos uma tensão no enrolamento da
bobina primária de um transformador ideal, será induzida uma tensão no enrolamento
da bobina secundária, porém, estando, o secundário, em aberto, sem carga conectada
a ele, não existirá corrente circulando nele. Nesse caso, devido à relação entre as
correntes do primário e do secundário ser, inversamente, proporcional ao número de
espiras, pode-se afirmar que, também, não haverá corrente circulando na bobina do
enrolamento primário. Contudo, na prática, com a aplicação de um transformador real,
é constatada a presença de uma corrente no primário desse transformador, pois ele é
uma bobina que tem uma impedância com uma corrente no primário, quando recebe
uma tensão, até mesmo, quando o secundário não tem carga conectada a ele.
85
Para ser utilizada nas residências, a energia deve ser, novamente, reduzida.
Essa redução de tensão é feita pelo transformador de distribuição, como o mostrado na
Figura 13, a seguir, comumente, encontrado em instalações em postes.
86
Como significado físico da convenção, uma corrente entrando pelo terminal
de um enrolamento com ponto produz uma força magnetomotriz positiva . Por
sua vez, no caso de uma corrente entrando pelo terminal-ponto, é gerada uma força
magnetomotriz negativa (UMANS, 2014).
(6)
8 ATIVIDADE PRÁTICA
Para a realização deste experimento, acesse, pelo seu AVA, o Laboratório
Algetec “Indução Mútua entre Duas Bobinas”.
8.1 OBJETIVO
O experimento apresenta um equipamento elétrico conhecido como
transformador, o qual funciona utilizando o princípio da indução mútua. Serão utilizados
um núcleo ferromagnético e um conjunto de bobinas a ele associado, possibilitando
uma conversão do valor de tensão nos terminais dessas bobinas quando uma delas
(designada como primária) é alimentada por corrente alternada.
87
8.2 ONDE UTILIZAR ESSES CONCEITOS?
Os transformadores são de fundamental importância para o uso da energia
elétrica cotidiana, seja para converter a tensão gerada nas hidrelétricas para um valor
adequado ao uso dos aparelhos domésticos; alterar as tensões nominais de 220V para
110V, ou vice-versa; ajustar a tensão nos carregadores de celulares, tablets, notebooks;
ou, até mesmo, eliminar ruídos no interior de circuitos de aparelhos eletrônicos.
8.3 EXPERIMENTO
Neste experimento, duas bobinas são conectadas a uma armadura
ferromagnética, uma em cada extremidade, e, ao alimentar uma das bobinas (a qual
damos o nome de primária) com corrente alternada, a variação do fluxo magnético, no
interior dela, é transmitida pela armadura, produzindo corrente, também, na bobina
secundária. Nessas correntes, há uma tensão associada, segundo a lei de Ohm. Os
valores de tensão nos terminais das bobinas podem diferir, por isso, damos o nome de
transformador a esse dispositivo.
8.4 SEGURANÇA
O experimento foi pensado para não trazer riscos físicos, então, você utilizará
objetos pouco nocivos e leves, mas, mesmo com essas precauções pensadas e
definidas, o uso de equipamentos de proteção individual é de extrema importância para
a segurança durante a realização de experimentos.
8.5 CENÁRIO
Na bancada do laboratório, é disponibilizado um kit didático, sendo que duas são
conectadas em uma armadura ferromagnética para que seja acompanhado o fenômeno
de indução mútua entre duas bobinas. Uma carga pode ser conectada no secundário do
transformador, e um multímetro está disponível para que sejam realizadas medidas de
tensão e corrente em diferentes pontos do sistema.
88
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
89
AUTOATIVIDADE
1 As perdas de um transformador real podem ser modeladas e representadas
por um circuito elétrico equivalente, conforme a figura a seguir:
FONTE: <https://lrq.sagah.com.br/uasdinamicas/uploads/layouts/1361591258_16104839168153bc-
546d167a9066dc8fe020767beb6a823c1f.jpg>. Acesso em: 24 abr. 2021.
a) ( ) II, apenas.
b) ( ) III, apenas.
c) ( ) I e III, apenas.
d) ( ) I e II, apenas.
e) ( ) I, II e III.
FONTE: <https://lrq.sagah.com.br/uasdinamicas/uploads/layouts/123018501_16104839165c97bf-
438c1180e73158a5d2d6fb11970df28fc2.jpg>. Acesso em: 24 abr. 2021.
91
Ensaio em vazio:
Ensaio em curto:
92
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
MODELAGEM DE TRANSFORMADORES
REAIS
1 INTRODUÇÃO
Os transformadores podem ser representados por circuitos equivalentes, quando
são consideradas as resistências dos enrolamentos, a dispersão dos fluxos e as correntes
de excitação. Para conhecer a equivalência de circuitos ao transformador, precisamos
analisar as circunstâncias em que o transformador será aplicado. Em alguns casos,
devemos levar em conta as capacitâncias dos enrolamentos, como em transformadores
que trabalham em alta frequência.
O fluxo mútuo resultante que aparece nos núcleos de ferro é gerado a partir
da combinação das correntes que circulam nos enrolamentos primários e secundários.
Já o disperso do primário concatena somente o próprio enrolamento primário. Essas
correntes podem ser observadas na Figura 15.
93
FIGURA 15 – FLUXOS DO TRANSFORMADOR
94
Levando-se em conta a corrente de excitação equivalente, devemos ter em
mente a resistência de perdas do núcleo e a indutância de magnetização Lm. Assim,
temos, na Equação a seguir, o equacionamento da reatância de magnetização e, na
Figura 17, o circuito equivalente.
95
FIGURA 19 – CIRCUITO EQUIVALENTE GERAL
96
FIGURA 20 – MODELO DO TRANSFORMADOR REFERIDO AO LADO PRIMÁRIO
97
FIGURA 22 – MODELO SEM RAMOS DE EXCITAÇÃO REFERIDO AO LADO PRIMÁRIO
(7)
(8)
98
Em circuito aberto ou ensaio a vazio (VZ), o módulo da admitância de excitação,
referida ao lado do transformador usado para a medida, pode ser calculado pela Equação 9:
(9)
(4)
(5)
(6)
(7)
(10)
A corrente do FP, que está atrasada, pode ser calculada com a Equação 11:
99
(11)
(12)
(13)
(12)
100
5 TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS
Os transformadores permitem adequar o nível de tensão elétrica à necessidade
de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia. Por questões de segurança
e para amenizar as perdas elétricas do sistema, cada uma dessas etapas apresenta um
nível diferente de tensão.
101
A escolha da configuração adequada do transformador trifásico é definida por
alguns parâmetros, como:
• acesso a neutro;
• bitola dos condutores por fase;
• sistema de aterramento;
• nível de isolamento;
• defasagem angular requerida.
102
DICA
Sugerimos a leitura do livro Fundamentos de circuitos elétricos, de Alexander e
Sadiku (2013), que explica mais sobre o sistema trifásico e analisa esse circuito.
FONTE: Os autores
103
• conexão mais econômica para transformadores de pequenas potências e altas
tensões;
• ambos os neutros são disponíveis para aterramento ou para fornecer uma alimentação
equilibrada a quatro fios;
• uma das conexões mais fáceis de se trabalhar, quando da colocação em paralelo;
• se faltar uma fase em qualquer dos dois lados, as duas remanescentes poderão
operar, de forma a permitir uma transformação monofásica, com 57,7% de potência
de quando operava com as três fases.
(14)
104
A Figura 25 apresenta as relações das tensões e das correntes para uma
ligação estrela-estrela do transformador trifásico. Observamos que as correntes de
fase e de linha nas ligações estrela são iguais, enquanto as tensões de linha são √3
vezes maiores que as de fase.
FONTE: Os autores
105
Algumas vantagens da instalação estrela-delta são:
(15)
A Figura 27 apresenta as relações das tensões e das correntes para uma ligação
estrela-delta do transformador trifásico. Observamos que as correntes de fase e de
linha são iguais na ligação estrela, enquanto, na ligação delta, a corrente de linha é √3
vezes maior que a corrente de fase. Entretanto, a tensão de linha é √3 vezes maior que
a tensão de fase na ligação estrela e, na ligação delta, as tensões têm o mesmo valor.
106
FIGURA 27 – LIGAÇÃO ESTRELA-DELTA DE UM TRANSFORMADOR TRIFÁSICO COM INDICAÇÃO DAS
CORRENTES E DAS TENSÕES
FONTE: Os autores
107
Algumas desvantagens dessa forma de ligação são:
(16)
A Figura 29 apresenta as relações das tensões e das correntes para uma ligação
delta-estrela do transformador trifásico. Observamos que as correntes de fase e de
linha são iguais na ligação estrela, enquanto, na ligação delta, a corrente de linha é √3
vezes maior que a corrente de fase. Entretanto, a tensão de linha é √3 vezes maior que
a tensão de fase na ligação estrela e, na ligação delta, as tensões têm o mesmo valor.
108
7.5 LIGAÇÃO EM ∆-∆
Sua principal aplicação é em sistemas em que uma falta fase-terra é muito
provável e pode ser perigosa. A ligação delta-delta é estabelecida por meio da conexão
dos seus terminais, conforme mostra a Figura 30. Podemos observar que as tensões
de linha são representadas por VCA, VAB e VBC para o primário e Vab, Vbc e Vca para o
secundário.
FONTE: Os autores
• se faltar uma fase em qualquer um dos lados, as duas remanescentes poderão ser
operadas em delta aberto para dar saída trifásica com 1/√3 da potência anterior;
• é a combinação mais econômica para transformadores de baixa tensão e altas
correntes;
• as tensões de terceiro harmônico são eliminadas pela circulação de corrente de
terceiro harmônico nos enrolamentos em delta;
• uma das mais fáceis combinações para colocação em paralelo;
• com tensões de linha simétricas, nenhuma parte dos enrolamentos pode estar
normalmente a um potencial excessivo em relação à terra, a não ser devido a cargas
estáticas.
109
Segundo Chapman (2013), esse transformador não apresenta nenhum
deslocamento de fase e não tem problemas de cargas desequilibradas ou harmônicas.
(17)
A Figura 31 demonstra as relações das tensões e das correntes para uma ligação
delta-delta do transformador trifásico. Observamos que, na ligação delta, a corrente de
linha é √3 vezes maior que a corrente de fase. Entretanto, as tensões de fase e de linha
têm o mesmo valor.
FONTE: Os autores
É possível observar que as tensões de fase e linha são as mesmas. Vab é a tensão
induzida na bobina secundária “a” do transformador; Vbc, por sua vez, corresponde à
bobina “b”; e a soma fasorial (Vab+ Vbc) produz Vca. Dessa maneira, o sistema V-V ainda
produz três tensões de linha defasadas de 120°.
(18)
EXEMPLO
111
A partir do exemplo, é possível notar que a carga de cada transformador
aumentou de 173%, como resultado da remoção de um transformador da bancada delta-
delta. Os dois transformadores em V-V estão sobrecarregados de 15,5% cada um. Essa
sobrecarga deve ser mantida enquanto o terceiro transformador não for substituído.
8 ATIVIDADE PRÁTICA
Nesta atividade prática, analisaremos a construção de um pequeno
transformador para eletrônica, com o objetivo de comprovar os principais conceitos
sobre transformadores vistos anteriormente e para verificar aspectos práticos que não
são considerados no estudo teórico.
DICA
Veja, no vídeo a seguir, como se produz um transformador com enrolamentos
em camadas isoladas, utilizado para alimentação de um amplificador valvulado:
https://youtu.be/YRI4s2bCUQI.
112
8.2 ANÁLISE E RELATÓRIO
Agora é hora de elaborar um relatório, descrevendo o que foi possível verificar.
Devem constar nesse relatório:
Considere que esse transformador seja utilizado num local cuja tensão de
alimentação é de 127 volts (AC). Quais são as possíveis tensões obtidas na saída desse
transformador (considere todas as possibilidades de interconexão dos secundários)?
113
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
114
AUTOATIVIDADE
1 O ângulo da corrente em um transformador real, quando aplicado a uma carga,
sempre está atrasado em relação à tensão, devido ao fator de potência estar sempre
atrasado. Em relação às correntes do transformador real, além desse atraso, assinale
a alternativa CORRETA:
115
b) ( ) No modelo ideal, a permeabilidade magnética do núcleo que faz o acoplamento das
bobinas é infinita. No modelo de transformador real, a permeabilidade magnética no
seu núcleo é finita.
c) ( ) No modelo de transformador real, o núcleo permanente converge com as bobinas
e suas permeabilidades magnéticas. Já no modelo de transformador ideal, o núcleo
permanente diverge com elas.
d) ( ) No modelo de transformador real, a permeabilidade magnética do núcleo que faz
o acoplamento das bobinas é constante. No modelo de transformador ideal, a
permeabilidade magnética no seu núcleo é infinita.
e) ( ) No modelo real, a permeabilidade magnética do núcleo que faz o acoplamento das
bobinas é infinita. No modelo de transformador ideal, a permeabilidade magnética
no seu núcleo é finita.
116
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
OPERAÇÃO DE TRANSFORMADORES EM
PARALELO
1 INTRODUÇÃO
2 TRANSFORMADOR EM PARALELO
Uma das operações mais importantes realizadas com os transformadores é a
ligação em paralelo. Ela é utilizada para aumentar a potência e/ou obter mais confiabilidade
de um sistema elétrico. Na Figura 33, veja a ligação de dois transformadores em paralelo
em uma subestação típica.
117
• Necessidade de ampliação das instalações: nessa situação, quando se quer, por
exemplo, aumentar a potência de uma subestação, a solução é acrescentar mais
um transformador ao banco de transformadores em paralelo (em vez de substituir o
transformador existente por outro maior).
• Limitação das potências unitárias: nesse caso, há potências muito altas por
imposições de projeto, ocasionadas por dificuldades com perda de calor
(arrefecimento), assim como por problemas relativos ao transporte de carga com
peso e dimensões acima de determinados limites.
• Confiabilidade e reserva mais econômica: caso ocorram avarias, quando se tem
dois ou mais transformadores em paralelo, o problema em um deles não impede
a continuidade do fornecimento de energia, porém a potência é reduzida. No caso
de falhas, também há a possibilidade de se ter um transformador de reserva; nesse
caso, a potência é mantida.
• Operações sob condições mais adequadas de carga: dependendo da região, as cargas
estão sujeitas a variações 24 horas por dia. Assim, os transformadores de potência
que estão em atividade em uma subestação operam sob condições próximas
as de rendimento máximo, retirando ou colocando unidades para manter as que
permanecem em atividade sob condições próximas à substação de plena carga.
118
3.1 NECESSIDADE DE MESMA RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO
E TENSÃO
As relações de transformação dos transformadores devem ser iguais ou muito
próximas, mas isso não é o suficiente. As tensões também devem ser as mesmas.
Observe a Figura 34, o transformador 1 (T1) e o transformador 2 (T2) possuem a mesma
tensão entre fases na alimentação. Para que os dois transformadores sejam ligados em
paralelo, as leituras nos voltímetros devem ser iguais ou muito similares.
Suponha que o T1 tem 2.000 V/200 V e que o T2 tem 200 V/20 V. Ambos possuem
a mesma relação, porém não é possível ligar um primário de 2.000 V a outro de 200 V.
ATENÇÃO
O fato de as tensões primária e secundária dos transformadores
serem iguais implica uma relação de transformação igual, mas
relação de transformação igual não implica tensões primárias e
secundárias iguais.
Se a condição de tensão igual não for respeitada, em vazio, surgirá uma corrente
de circulação alta entre os transformadores. A corrente de circulação, por gerar uma
potência de compensação, tem como principal efeito aumentar a carga no transformador
com maior tensão secundária, podendo sobrecarregá-lo e sobreaquecê-lo. A corrente de
circulação não deve atingir mais de 10% das correntes nominais.
119
A corrente de circulação é dada pela equação a seguir (OLIVEIRA; COGO; ABREU,
2018):
Onde:
3.3 POLARIDADE
Quando dois ou mais transformadores estão em paralelo, as conexões dos
secundários desses transformadores formam uma malha. Se possuem a mesma
polaridade, as forças eletromotrizes (FEMs) se anulam e a tensão resultante é igual a
zero. Contudo, se essa tensão resultante tem um valor diferente de zero, aparece uma
corrente de circulação alta.
A polaridade é definida como a marcação nos terminais dos enrolamentos
dos transformadores. Essa marcação é uma referência determinada pelo fabricante, o
projetista ou o usuário. Ela indica o sentido da circulação da corrente em dado instante em
razão do sentido do fluxo produzido, ou seja, a relação entre os sentidos momentâneos
das FEMs nos enrolamentos primário e secundário. A polaridade depende do modo
como são enroladas as espiras que formam os enrolamentos primário e secundário.
120
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2007) convencionou marcar
os terminais do lado de alta tensão com a letra H, e os de baixa tensão, com a letra
X. A Figura 35 representa duas situações distintas para as tensões induzidas em um
transformador monofásico. Na Figura 35a, observe que as tensões induzidas U1 e U2
apontam para os bornes adjacentes H1 e X1 e que as tensões estão em fase (mesmo
sentido), isto é, possuem a mesma polaridade instantânea. Já na Figura 35b, ocorre o
inverso, com as tensões induzidas dirigidas para os bornes invertidos; as tensões estão
defasadas em 180°, então as polaridades são opostas.
121
FIGURA 36 – MÉTODO DO GOLPE INDUTIVO
Se V for igual à soma V1 + V2, haverá uma polaridade aditiva. Contudo, se V for
a diferença V1 – V2, haverá uma polaridade subtrativa. As tensões podem ser medidas
com um voltímetro ou por meio de um osciloscópio.
122
Ignore as componentes em vazio das correntes primárias dos transformadores.
Assim, é possível representar os dois transformadores ligados em paralelo, como mostra
a Figura 38. Os parâmetros e as variáveis são referentes ao secundário. Observando a
Figura 38, note que a corrente I é a soma das correntes Iα e Iβ, que são a contribuição de
cada transformador.
EXEMPLO
Agora você vai ver um exemplo que ilustra os conceitos estudados até aqui.
Para começar, considere dois transformadores monofásicos com as especificações
apresentadas a seguir.
• Transformador 1: 300 KVA; 12.500/220; R' = 1,5 × 10-3 Ω; X' = 8,5 × 10-3 Ω.
• Transformador 2: 600 KVA; 12.500/220; R' = 0,75 × 10-3 Ω; X' = 4 × 10-3 Ω.
123
124
ATENÇÃO
Pequenas correntes de circulação sempre vão existir em transformadores
ligados em paralelo, porém sem prejuízos ao seu funcionamento. É
estabelecido por norma que o valor máximo de correntes de circulação
que podem passar pelo circuito, medidas em bancos de transformadores
em vazio, corresponde a 15% da corrente nominal do transformador de
menor potência.
125
FIGURA 39 – LIGAÇÕES DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS
126
ATIVIDADE
PARTE PRÁTICA: UM ESTUDO DE CASO
Nesta atividade prática vamos analisar uma situação hipotética muito
comum em indústrias diversas, que é o aumento da capacidade de
transformação de uma subestação pela adição de um transformador
extra a ser conectado em paralelo com o transformador existente.
Para fins de simplificação da análise, consideraremos a análise de apenas
uma fase, porém o estudo é perfeitamente válido para um sistema trifásico.
O modelo elétrico dos transformadores será o da reatância série. Ainda,
consideraremos que os transformadores conseguem entregar a mesma
tensão de saída, nas mesmas polaridades e defasamentos. Apesar de
todas essas simplificações, esta análise será perfeitamente válida.
Esta análise pode ser realizada através de cálculos de análise de circuitos
ou pela simulação do sistema num programa próprio para este fim.
APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO
PROCEDIMENTO DE ANÁLISE
127
aproximadamente, 350 kVA (250 kVA da potência existente em adição
a 100 kVA da potência a ser instalada na empresa), vamos utilizar uma
impedância Zc = 0,125 +j0,040 Ω.
Assim, o circuito elétrico equivalente da instalação da empresa é mostrado
na figura a seguir.
Transformador
250
existente
Transformador A 150
Transformador
250
existente
Transformador B 100
128
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Resposta esperada:
O transformador A, apesar de possuir maior potência nominal, não
poderá ser utilizado pois a corrente que circulará por ele ficará acima
de sua capacidade. A potência entregue por este transformador
será de, aproximadamente, 191 kVA.
O transformador B vai operar dentro da sua capacidade máxima de
potência e corrente e, portanto, ser utilizado. Este transformador
entregará uma potência de 97 kVA nas condições propostas.
O que determina os diferentes valores de correntes pelos transfor-
madores A e B é o valor de suas reatâncias série.
DICA
Em termos práticos, existem procedimentos padronizados mais simples
do que o método apresentado para se determinar a possibilidade de
dois ou mais transformadores funcionarem em paralelo. No entanto, o
método utilizado neste experimento permite uma melhor compreensão
do comportamento dos equipamentos em cada situação
129
LEITURA
COMPLEMENTAR
O AUTOTRANSFORMADOR
130
ESQUEMA DO AUTOTRANSFORMADOR
131
MARCAS DE TERMINAIS DO AUTOTRANSFORMADOR
132
Exemplo de autotransformador Nº1
Um autotransformador é necessário para aumentar uma tensão de 220 volts
para 250 volts. O número total de enrolamentos da bobina no transformador principal
é de 2000. Determine a posição da derivação do primário, as correntes primárias e
secundárias quando a saída for avaliada em 10KVA e a economia de cobre conseguida.
Desvantagens de um Autotransformador
133
O autotransformador tem muitos usos e aplicações, incluindo a partida de
motores de indução, usados para regular a tensão das linhas de transmissão, e pode
ser usado para transformar tensões quando a relação primária para secundária está
próxima da unidade.
Um autotransformador também pode ser feito a partir de transformadores
convencionais de dois enrolamentos conectando os enrolamentos primários e
secundários em série e dependendo de como a conexão é feita, a tensão secundária
pode adicionar ou subtrair a tensão primária.
O Autotransformador Variável
Além de ter um secundário fixo ou derivado que produz uma saída de tensão em
um nível específico, há outra aplicação útil do tipo de arranjo do transformador
automático que pode ser usado para produzir uma tensão CA variável a partir de uma
fonte AC de tensão fixa. Esse tipo de Autotransformador Variável é geralmente usado
em laboratórios, em escolas e faculdades e é mais conhecido como o Variac.
134
O autotransformador variável é geralmente projetado com um número
significativo de enrolamentos primários para produzir uma tensão secundária que
pode ser ajustada de alguns volts para frações de um volt por volta. Isso é conseguido
porque a escova de carbono ou controle deslizante está sempre em contato com uma
ou mais curvas do enrolamento primário. À medida que as curvas da bobina primária
são espaçadas uniformemente ao longo de seu comprimento. Então, a tensão de saída
torna-se proporcional à rotação angular.
Autotransformador variável
Podemos ver que o Variac pode ajustar a tensão à carga sem problemas de zero
à tensão de alimentação nominal. Se a tensão de alimentação foi derivada em algum
momento ao longo do enrolamento primário, então potencialmente a tensão secundária
de saída poderia ser maior do que a tensão de alimentação real. Os autotransformadores
variáveis também podem ser usados para o controle de luminosidade de alguns tipos de
lâmpadas, quando usados nesse tipo de aplicação, às vezes são chamados de dimmers.
Os variacs também são muito úteis em oficinas elétricas e eletrônicas e em
laboratórios, pois podem ser usados para fornecer uma fonte de CA variável. Contudo, é
preciso ter cuidado com a proteção adequada do fusível para garantir que a maior tensão
de alimentação não esteja presente nos terminais secundários em condições de falha.
O Autotransformador tem muitas vantagens sobre transformadores
convencionais de enrolamento duplo. Eles são geralmente mais eficientes para a mesma
classificação VA, são menores em tamanho, e como eles exigem menos cobre em sua
construção, seu custo é menor em comparação com transformadores de ferida dupla
da mesma classificação VA. Além disso, suas perdas de núcleo e cobre, I2R são menores
devido à menor resistência e reatâncias de dispersão dando uma regulação de tensão
superior se comparado ao transformador de dois enrolamentos equivalente.
135
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Dois ou mais transformadores podem ser ligados em paralelo a fim de fornecer maior
potência a uma determinada instalação ou sistema.
• Para que dois transformadores possam ser ligados em paralelo é necessário que
ambos tenham a mesma relação de transformação, o mesmo defasamento fasorial,
a mesma polaridade e impedâncias equivalentes de valores próximos.
136
AUTOATIVIDADE
1 Para ligar dois transformadores em paralelo, algumas condições devem ser
estabelecidas, como a necessidade de relações de transformações muito próximas.
Considere dois transformadores monofásicos com as seguintes especificações:
137
FONTE: <https://bit.ly/3bRYkDX> Acesso em: 28 mar. 2021.
I- A relação de transformação dos dois transformadores deve ser igual ou muito próxima.
II- Há necessidade de igualdade de desfasamento dos diagramas vetoriais.
III- Transformadores trifásicos não podem operar em paralelo.
5 A igualdade das fases nos transformadores trifásicos está relacionada com a maneira
como se ligam os seus enrolamentos. Essa ligação pode ser estrela, triângulo
ou ziguezague; portanto, depende do desvio angular dos transformadores. Dois
transformadores, T1 e T2, serão ligados em paralelo na alimentação de uma fábrica.
Com relação ao modo como devem ser conectadas as bobinas para que seja possível
o paralelismo entre T1 e T2, assinale a alternativa CORRETA e justifique a seguir.
138
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2013.
CARVALHO, G. Máquinas elétricas: teoria e ensaios. 4. ed. São Paulo: Érica, 2011.
KOSOW, I. L. Máquinas elétricas e transformadores. 15. ed. Porto Alegre: Globo, 2005.
139
MILASCH, M. Manutenção de transformadores em líquido isolante. São Paulo:
Edgard Blucher, 1984.
NAVE, R. How does an electric motor work? 2016. Disponível em: http://hyperphysics.
phy-astr.gsu.edu/hbase/magnetic/mothow.html. Acesso em: 3 mar. 2018.
WALKER, J.; HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Fundamentals of physics. New Jersey: Wiley,
2014.
WEG. W22 magnet drive system: catálogo técnico mercado Brasil. 2019. Disponível
em: https://static.weg.net/medias/downloadcenter/hf3/he1/WEG-w22-magnet-drive-
-system-50015189-brochure-portuguese-web.pdf. Acesso em: 3 fev. 2020.
140
UNIDADE 3 —
CARACTERÍSTICAS E TIPOS
DE MOTORES ELÉTRICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
141
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
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142
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
PRINCÍPIOS DE ACIONAMENTO DE
MOTORES CA E FUNCIONAMENTO
DE MOTORES DE ÍMÃS
PERMANENTES
1 INTRODUÇÃO
A energia elétrica gerada é utilizada pelos consumidores para diversas
necessidades, sendo convertida em diferentes formas, como a iluminação, o
aquecimento, as fontes de alimentação de dispositivos eletrônicos. Até mesmo em
potência mecânica por motores, nos quais o consumo de energia é bastante expressivo,
a faixa de potência varia até centenas de cavalos (CVs). Os motores são classificados em
duas categorias distintas: motores CA (monofásicos, trifásicos síncronos e assíncronos)
e motores em corrente contínua (paralelo, série, composto, de ímã permanente com ou
sem escova e universais).
Neste tópico, você vai aprender um pouco mais sobre motores elétricos CA:
o funcionamento e a construção de motores de indução trifásicos, o acionamento de
motores de ímãs permanentes e, também, os modelos desse tipo de motor.
2.1 CONSTRUÇÃO
Chapman (2013) diz que um motor de indução trifásico (MIT) é constituído
basicamente por duas partes: estator e rotor. O estator é a parte estacionária, enquanto
o rotor é a parte rotativa do motor. Ambos são separados por um pequeno espaço de
ar, dependendo da classificação do motor. O rotor é montado no eixo do motor, onde
qualquer carga pode ser conectada.
Com base na construção do rotor, os motores de indução são classificados em
duas categorias: motores de gaiola de esquilo e motores de anéis deslizantes. Entretanto,
a construção do estator é a mesma nos dois rotores (CHAPMAN, 2013). Na Figura 2, são
mostrados os dois tipos de rotor. Notamos os anéis deslizantes e as barras de conexão
dos enrolamentos do rotor a esses anéis.
(A) (B)
144
No motor de anéis deslizantes, os enrolamentos no rotor são delimitados em
três anéis deslizantes isolados, montados no eixo com as escovas apoiadas neles.
Esses motores têm um custo maior que os de indução de gaiola de esquilo, pois
demandam maior manutenção devido ao desgaste associado a suas escovas e seus
anéis deslizantes (DEL TORO, 1994).
O estator é uma armação de aço que envolve o rotor, composto por lâminas
finas de aço silício para reduzir a corrente de Foucault e a perda por histerese.
Os condutores do estator são colocados em fendas, isolados um do outro e
conectados em estrela trifásica ou delta. Os enrolamentos são envolvidos em um
número definido de polos, dependendo da exigência de velocidade: quanto menor,
maior é o número de polos, e vice-versa. A relação da velocidade síncrona (ns) com o
número de polos (P) e a frequência (f) é dada por:
(1)
ATENÇÃO
O MIT deve operar sempre abaixo da velocidade síncrona, e sua
velocidade será tanto menor quanto maior for a carga acoplada ao
seu eixo. A energia é levada do estator para o rotor de forma indutiva,
sem contato elétrico. Por essas razões, o motor é conhecido como
motor de indução ou assíncrono (UMANS, 2014, p. 345).
De acordo com Del Toro (1994), no MIT, o estator é composto por três enrolamentos
monofásicos, defasados 120° um do outro. A velocidade do fluxo girante produzido nos
enrolamentos do estator depende da frequência da fonte de alimentação. A Figura 3
ilustra um estator do MIT.
145
FIGURA 3 – ESTATOR DE UM MOTOR DE INDUÇÃO
ATENÇÃO
As fases do MIT são idênticas, exceto por uma defasagem de 120° no
ângulo de fase. Portanto, é possível analisar um circuito constituído
de uma fase e um neutro, sendo que esses resultados serão válidos
também para as outras duas fases, desde que a defasagem de 120°
seja incluída (DEL TORO, 1994).
2.2 FUNCIONAMENTO
O MIT opera com o princípio de um campo magnético rotativo. Os enrolamentos
do estator podem ser conectados a uma entrada CA trifásica e ter um campo magnético
resultante que gira. A Figura 4 mostra como as três fases estão ligadas em um estator
conectado em Y. Podemos observar que os enrolamentos de fase individuais estão
igualmente espaçados ao redor do estator, o que os coloca separados por 120°.
FONTE: Os autores
146
Como apresentado em Del Toro (1994), quando uma fonte trifásica fornece
uma tensão ao enrolamento do estator trifásico, um campo magnético de magnitude
constante e que gira à velocidade síncrona é produzido. Esse campo magnético rotativo
varre os condutores do rotor, e, portanto, uma força eletromagnética (FEM) é induzida
nos condutores do rotor. Como esses são curtos-circuitados, a FEM induzida estabelece
uma corrente neles em uma direção que produz torque, que gira o rotor na mesma
direção do campo magnético. A tensão de entrada trifásica para o estator da Figura 4
é mostrada no gráfico da Figura 5, com a criação do campo girante do motor, com os
pontos de corrente um a seis.
No ponto 1, o campo magnético nas bobinas é máximo com polaridades. Ao
mesmo tempo, tensões negativas estão sendo sentidas nos demais enrolamentos (fase
B e C), o que cria campos magnéticos mais fracos, que tendem a auxiliar o campo da
fase A. No ponto 2, a tensão máxima negativa está sendo sentida nos enrolamentos da
fase C, criando um forte campo magnético que, por sua vez, é auxiliado pelos campos
mais fracos das fases B e C.
À medida que cada ponto no gráfico de tensão é analisado, pode-se observar que
o campo magnético resultante está girando no sentido horário. Quando a tensão trifásica
completa um ciclo completo (novamente o ponto um), o campo magnético gira 360°.
Assim, a partir do princípio de funcionamento do MIT, pode-se observar que
a velocidade do rotor não deve atingir a velocidade síncrona produzida pelo estator.
Se as velocidades se tornarem iguais, não haveria essa velocidade relativa e, portanto,
nenhuma força eletromotriz induzida no rotor e nenhuma corrente estaria fluindo,
consequentemente, nenhum torque seria gerado.
147
FONTE: Os autores
(2)
ATENÇÃO
De acordo com Freitas Junior e Silva (2018), o enrolamento do estator
é conectado a uma fonte de alimentação trifásica. Assim, o circuito
do rotor é fechado, as correntes induzidas no rotor produzirão um
campo magnético que interagirá com o campo magnético girante no
entreferro, dando origem a um torque. O rotor iniciará o movimento
de rotação. De acordo com o princípio da lei de Lenz, o rotor gira
na direção do campo magnético girante, de tal maneira que a
velocidade relativa entre este e o enrolamento do rotor diminua. O
rotor atingirá uma velocidade de rotação n que é inferior à velocidade
de rotação síncrona dada por ns. A velocidade do rotor n não pode
148
ser igual à síncrona, pois nenhuma corrente seria induzida no enrolamento do rotor e,
consequentemente, nenhum torque seria produzido. A diferença entre a velocidade síncrona
do campo magnético girante e a velocidade do rotor é denominada escorregamento (s).
149
até a velocidade síncrona, entrando em paralelo e conectando a máquina à linha como
um gerador. No entanto, na sequência, ao desconectar a máquina motriz, a síncrona se
torna um motor. Já a última técnica usa enrolamentos amortecedores que têm a função
de aumentar a velocidade do rotor por meio da produção de campo magnético.
150
FIGURA 7 – PARTIDA REDUZINDO A VELOCIDADE DE CAMPO DO ESTATOR
FONTE: Os autores
FIGURA 8 – PARTIDA DO MOTOR SÍNCRONO USANDO UMA MÁQUINA AUXILIAR ACOPLADA AO EIXO
FONTE: Os autores
151
3.3 PARTIDA DO MOTOR USANDO ENROLAMENTOS
AMORTECEDORES
Para a partida de motores síncronos, é mais popular o emprego de enrolamentos
amortecedores, que são barras especiais colocadas em ranhuras abertas na face do
rotor de um motor síncrono e, em seguida, em curto-circuito em cada extremidade, por
um grande anel de curto-circuito (CHAPMAN, 2013). Assim, o enrolamento amortecedor
atua tanto na partida quanto na estabilidade de velocidade perante a variações bruscas
de carga. Além disso, ele amortece as oscilações e coopera para manter o sincronismo
com a rede elétrica. O enrolamento amortecedor está localizado nas ranhuras das
sapatas polares do rotor de polos salientes ou na superfície do rotor em polos lisos. Um
polo saliente e uma face polar com um conjunto de enrolamentos amortecedores são
mostrados na Figura 9.
FONTE: Os autores
152
A seguir, serão apresentados modelos de motores CA, possibilitando conhecer
as equações que descrevem as máquinas matematicamente, tanto o motor de indução
quanto o síncrono. Esses modelos partem do circuito elétrico equivalente de cada
máquina, equacionando os elementos passivos de cada circuito.
4 MODELOS DE MOTORES CA
Para modelos de motores CA, tem-se tanto exemplos para motores de indução
quanto para os síncronos. Dessa forma, serão descritos, como modelo de motores CA,
seus respectivos circuitos equivalentes, que caracterizam um modelo matemático,
representando o comportamento de cada uma das máquinas de forma singular.
(3)
Em que é tensão de fase de terminal do estator, Ê2 é a FCEM (de fase) gerada
pelo fluxo de entreferro resultante, Î1 é a corrente do estator, R1 é a resistência efetiva do
estator, e jX1 é a reatância de dispersão do estator. Umans (2014) decompõe a corrente
do estator em duas componentes: uma de carga e uma de excitação (magnetização).
A componente de carga Î2 produz uma força magnetomotriz (FMM) que corresponde à
FMM da corrente do rotor; a de excitação Îф é a corrente de estator adicional, necessária
para criar o fluxo de entreferro resultante e uma função da força eletromotriz (FEM) Ê2. A
corrente de excitação torna-se uma componente de perdas no núcleo Îc, em fase com
Ê2, e uma componente de magnetização Îm, atrasada em relação a Êc de 90º. No circuito
equivalente, a corrente de excitação pode ser levada em consideração, incluindo-se um
ramo em derivação, formado por uma resistência de perdas no núcleo Rc em paralelo
com uma reatância de magnetização Xm, ligado a Ê2.
153
FIGURA 11 – CIRCUITO EQUIVALENTE DO ESTATOR DE UM MIT
(a)
(b)
154
IMPORTANTE
Um dos fatos notáveis que afetam as aplicações do motor de indução
é que o escorregamento, para o qual ocorre o conjugado máximo,
pode ser controlado variando a resistência do rotor. Uma elevada
resistência de rotor proporciona ótimas condições de partida, mas
um pobre desempenho de funcionamento. Entretanto, uma baixa
resistência de rotor pode resultar em condições de partida não
satisfatórias. De qualquer modo, portanto, é bem provável que o
projeto de um motor de indução seja o resultado do encontro de um
meio-termo entre todas as exigências (UMANS, 2014, p. 390).
(4)
(5)
156
FIGURA 14 – MÁQUINA ELÉTRICA COM ARMADURA ROTATIVA E CAMPO ESTACIONÁRIO
A segunda estrutura de armadura fixa e campo rotativo, por sua vez, tem a
armadura posicionada no estator da máquina, enquanto o campo é posicionado no
rotor. A Figura 15 ilustra essa configuração.
As duas formas têm aplicações bastante conhecidas. Comumente, a estrutura
com armadura rotativa e campo fixo é utilizada em motores CC, enquanto a estrutura
com armadura fixa e campo rotativo é bastante utilizada em motores CA síncronos.
157
As Figuras 16 e 17 demonstram a estrutura de um motor CC e de um CA com
corte transversal em sua carcaça para uma visualização interna dos componentes,
respectivamente. Ambos os motores contêm ímãs permanentes.
158
FIGURA 18 – LINHAS DE FLUXO MAGNÉTICO GERADAS POR UM ÍMÃ PERMANENTE
DICA
No vídeo a seguir, é possível observar como é formado o campo
magnético através de ímãs permanentes. Embora as linhas em si
não sejam visíveis, com o auxílio de um material magnetizável em
pequenos pedaços, é possível observar sua distribuição. Acesse:
https://qrgo.page.link/17V1w.
Além dos ímãs permanentes, os eletroímãs são uma forma semelhante para
produção de campo magnético. Para entender o eletroímã, devemos lembrar-nos
de alguns conceitos de eletromagnetismo. Um condutor percorrido por corrente (I)
produz um campo magnético circular (B) ao seu redor. Uma vez que uma bobina seja
enrolada e percorrida por corrente, o campo magnético produzido em cada segmento
do fio condutor agrupa-se de forma que o campo magnético seja somado no interior
da bobina. Logo, o campo magnético gerado por uma bobina é mais forte que o gerado
somente por um fio. Em uma bobina, o fluxo magnético propaga-se pelo ar concentrado
no interior dela e assemelha-se às características de um ímã permanente, podendo
ser identificado um polo norte, de onde o fluxo magnético sai da bobina, e um polo
sul, do qual o fluxo magnético entra. Uma forma de melhorar ainda mais esse fluxo
magnético é reduzir a resistência à passagem de fluxo magnético no interior da bobina.
Isso pode ser feito inserindo um núcleo de ferro em seu interior (PETRUZELLA, 2013).
159
Essa estrutura com um núcleo de material magnetizante no interior das bobinas, muitas
vezes, é utilizada para gerar polaridades em máquinas elétricas. Esses componentes
são conhecidos por eletroímãs.
160
5.3.1 Motores CC com ímãs permanentes
Os motores CC são construtivamente compostos por campo fixo e armadura
rotativa. O campo magnético principal é gerado por ímãs permanentes posicionados
no estator do motor, enquanto a armadura é composta por eletroímã posicionado no
rotor. Seu princípio de funcionamento é muito similar ao geral de uma máquina com
ímãs permanentes, necessitando de um sistema de comutação, de forma a gerar a
alteração de polaridade na armadura e proporcionar a atividade de giro do motor de
forma contínua.
A máquina CC com ímãs permanentes pode ter sua estrutura detalhada em
três partes: circuito magnético, circuito de armadura e conjunto de escovas. No caso do
uso de eletroímãs para gerar o campo, outra parte pode ser mencionada: o circuito de
excitação.
O circuito magnético é composto pelo polo formado por: ímã permanente;
carcaça (que, além de representar a estrutura de sustentação mecânica da máquina, tem
responsabilidade magnética, pois serve de contenção das linhas de fluxo da máquina);
entreferro (a fresta de ar presente entre o rotor e o estator da máquina, permitindo a
rotação livre do rotor); e núcleo da armadura (um cilindro, comumente de aço-laminado
com ranhuras, responsável por acomodar os enrolamentos da armadura.
O circuito da armadura é composto pelos enrolamentos de fio de cobre alojados
nas ranhuras do rotor e pelo comutador, que é a parte da máquina que recebe a tensão de
excitação, formada por duas placas de cobre côncavas isoladas por mica, fixada no eixo
do motor e que faz a interface entre as escovas de alimentação e os enrolamentos das
ranhuras. Os enrolamentos das ranhuras são excitados, gerando um campo magnético
que interage com o campo principal da máquina de forma a gerar a rotação.
O conjunto de escovas faz a conexão entre a fonte de alimentação e a parte
rotativa da máquina. É formado por diversos materiais, entre eles, o que mais se destaca
é o carvão. Esse conjunto possui certa liberdade mecânica controlada por molas que
pressionam o carvão de forma a conduzir eletricidade para o comutador, de forma
deslizante. A Figura 20 ilustra o porta-escovas e sua ligação com o comutador.
161
FIGURA 20 – SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO ROTATIVO POR ESCOVA
162
ATENÇÃO
Um condutor percorrido por corrente gera um campo magnético ao
seu redor. O sentido desse campo pode ser determinado pela regra
da mão direita de condutores, em que o dedo polegar indica o sentido
da corrente e os demais quatro dedos apontam o sentido do campo
magnético, conforme demonstrado na figura a seguir (SIMÕES, 2019).
Uma vez que um condutor é enrolado na forma de uma bobina, o
campo magnético é acumulado em seu interior. O sentido de rotação
do campo magnético também pode ser determinado pela regra
da mão direita, com algumas adaptações. Para bobinas, os quatro
dedos indicam o sentido da corrente que circula nas bobinas, e o
dedo polegar indica o sentido do campo magnético, assim como
demonstrado a seguir (SIMÕES, 2019).
Quanto maior a tensão aplicada na armadura, maior será seu campo magnético,
mais forte será a atração entre os polos e, consequentemente, maior será a velocidade do
motor. A inversão de rotação pode ser realizada pela inversão dos terminais de excitação
da fonte de tensão. A Figura 22 mostra um sistema de chaveamento – conhecido como
ponte H – utilizado para inverter o sentido de rotação dos motores.
163
FIGURA 22 – SISTEMA DE EXCITAÇÃO DE MOTOR CC COM MODO DE INVERSÃO
Uma vez que o motor CC de ímãs permanentes contém fluxo de campo fixo,
o circuito equivalente pode ser obtido assim como mostra a Figura 23. A Equação 6
descreve que a tensão de armadura (Ea) é proporcional a uma constante geométrica
construtiva do motor (Ka), ao fluxo magnético (ɸ) que é constante no caso dos motores
de ímãs permanentes e à velocidade do motor (ωm) (UMANS, 2014).
(6)
(7)
164
Embora os motores CC apresentem vantagens de simplicidade construtiva,
eles também estão sujeitos a limitações. O mais preocupante é a possibilidade de
desmagnetização de seus polos por excesso de excitação no enrolamento da armadura
ou por sobreaquecimento. Além disso, a intensidade de fluxo magnético no entreferro
é inferior ao que é possível obter com eletroímãs. Todavia, com o desenvolvimento de
novos materiais, essa limitação está sendo minimizada (UMANS, 2014).
165
Uma vez que o rotor gira alinhado com a rotação do campo magnético da
armadura, fica claro porque esse tipo de motor é chamado de síncrono. Para variação de
velocidade desse tipo de motor, basta variar a frequência de sua excitação. Para que o
motor síncrono tenha partida própria, é importante dar a partida no motor em uma baixa
velocidade e ir acelerando. Embora existam outras formas, uma comumente utilizada é
o uso de um inversor para aumentar a frequência de alimentação de maneira gradativa.
O motor síncrono apresenta sua maior aplicação industrial em motores trifásicos.
A Figura 25 mostra um exemplo do funcionamento deles. A fonte de excitação trifásica
desse motor pode ser descrita pela Equação 8.
(8)
166
A primeira configuração apresentada nessa figura demonstra o motor pela
alimentação apontada pela primeira seta do gráfico, onde eA apresenta polaridade
positiva e as demais, eB e eC, negativa. Convencionalmente, polaridades positivas
apresentam-se entrando nas bobinas pela menor numeração definida e saindo pela
maior. De acordo com as correntes dos enrolamentos, conforme a regra da mão direita,
é gerado um polo Norte à esquerda da figura e um polo sul à direita, de forma a produzir
um sentido de rotação anti-horário. Seguindo essa metodologia, é possível observar
que, nas demais posições indicadas pelas setas do gráfico, o sentido segue anti-horário
durante todo o funcionamento da máquina. A rotação pode ser invertida, trocando duas
das três fases do motor entre si. O número de bobinas por fase aumenta de acordo com
o aumento do número de polos.
(9)
FONTE: Os autores
167
Esses tipos de motores são utilizados em diversas aplicações, sendo que o
destaque está na indústria automobilística: nas bombas de combustíveis, nos limpadores
de para-brisas, no acionamento de vidros elétricos, entre outras aplicações. Entretanto,
um inconveniente no uso de ímãs permanentes é o fato de terem um campo magnético
fixo, aumentando o desafio no controle e na proteção (UMANS, 2014).
AUTOATIVIDADE
EXPERIMENTAÇÃO PRÁTICA
Nesta atividade-experimento, analisaremos o funcionamento de um motor
CC elementar. Para isso, acesse a página https://ophysics.com/em10.html. Espere o
simulador virtual carregar e clique no botão “Run” (rodar). Altere os seguintes controles
e observe sua influência no funcionamento do motor:
4 Por que existe um anel de comutação para realizar o contato da espira com a bateria?
168
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
169
AUTOATIVIDADE
1 Os motores síncronos são confeccionados para atender as necessidades de
determinadas aplicações. Suas características construtivas de operação, com
alto rendimento, fazem com que eles sejam utilizados em praticamente todos
os segmentos industriais. No entanto, os motores síncronos de ímã permanente
não podem ser acionados de maneira direta, necessitando de artifícios em sua
partida. Com relação à necessidade desses métodos de acionamento, assinale a
alternativa CORRETA:
a) ( ) Esse motor operando a vazio (sem nenhuma carga mecânica conectada em seu
eixo) gira a uma velocidade síncrona de 3.600 rpm.
b) ( ) Ao inserir uma carga mecânica no eixo desse motor com valor nominal, seu eixo
gira com velocidade de 1.190 rpm.
c) ( ) A frequência das correntes que circulam nos enrolamentos do rotor, na condição
de operação nominal, é, aproximadamente, igual a 3 Hz.
d) ( ) Esse motor operando a plena carga gira a uma velocidade síncrona de
1.800 rpm e 6 Hz.
170
e) ( ) A frequência das correntes que circulam nos enrolamentos do rotor, na condição
de operação nominal, é, aproximadamente, igual a 1 Hz.
3 Para alcançar o torque no eixo do motor é necessário aplicar uma corrente no estator.
Isso cria um campo magnético rotativo que, por sua vez, induz uma corrente no
rotor. Devido a essa corrente induzida, o rotor também cria um campo magnético
e começa a seguir o estator devido à atração magnética. O rotor ficará mais lento
que o campo do estator e isso é chamado de escorregamento. Se o rotor girasse
na mesma velocidade que o estator, nenhuma corrente seria induzida, portanto,
não haveria torque. A diferença de velocidade varia de 0,5 a 5%, dependendo do
enrolamento do motor. Considerando um motor de indução trifásico, que apresenta
velocidade nominal de 1.764 rpm a 60 Hz, determine o valor do número de polos e o
escorregamento percentual da máquina, respectivamente.
171
172
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
MOTORES SÍNCRONO E DE INDUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Máquina elétrica é aquela cuja concepção permite a conversão de energia elétrica
em mecânica, e vice-versa. Uma dessas máquinas é a síncrona, que, quando utilizada na
conversão de energia elétrica em mecânica, é conhecida como motor síncrono.
(10)
(11)
λ = N.φ (12)
173
(13)
(14)
Até aqui, você estudou que um condutor energizado, com corrente circulando,
produzirá um campo magnético. Se esse campo for variante no tempo e passar por uma
bobina, uma tensão será induzida nela. Agora, se for aplicada uma carga, no circuito da
bobina, com a tensão induzida, surgirá uma corrente que, na presença de um campo
magnético, gerará uma força no condutor. Esse fenômeno é modelado pela lei da força
de Lorentz:
F = q(E + v × B) (15)
NOTA
Para a indução de tensão, foi descrito um campo magnético variante no tempo, e um
circuito elétrico seria utilizado. Todavia, na verdade, o necessário, para a indução de
tensão, é o movimento relativo entre o campo magnético e o circuito elétrico. Podemos,
então, ter outras duas possibilidades:
• rotacionar a bobina em um campo magnético constante (ímã natural);
• rotacionar o campo magnético constante (ímã natural) e manter a bobina fixa.
Em ambos os casos, também, existirá o movimento relativo entre campo e enrolamentos,
sendo, a tensão, induzida.
174
Com essa introdução, você é capaz de entender como ocorre a interação entre
campos magnéticos e elétricos em uma máquina. Como consequência, caso exista um
entreferro, será possível o deslocamento de partes dessa máquina.
A estrutura das máquinas CA é dada por uma parte estática (estator) e uma
parte rotativa (rotor). A Figura 26A apresentará um estator com o núcleo. Notamos que,
para reduzir perdas nesse núcleo, ele é laminado (Figura 26B). A composição do estator
e do rotor é de aço, e os enrolamentos (grupo de bobinas) são instalados em ranhuras
dessas estruturas, conhecidas como enrolamento de armadura, ou enrolamento de
estator.
FIGURA 26 – ESTATOR DE UMA MÁQUINA ELÉTRICA (A); LÂMINAS QUE COMPÕEM O NÚCLEO DO ESTATOR
(B)
FONTE: Os autores
ηn = (1 – s)ηS (16)
175
são intrínsecas ao equipamento. Componentes, como rolamentos, também, adicionam
pontos de atrito mecânico ao eixo do motor, ou seja, são todas as perdas no eixo do
motor.
NOTA
Se a velocidade de rotação do rotor for igual à de rotação do campo magnético,
o escorregamento será igual a zero, ou seja, não existe movimento relativo entre
o campo magnético e o rotor. Portanto, não existirá tensão induzida – se não há
tensão induzida, não existirá torque, fazendo com que o motor diminua a velocidade.
FONTE: Os autores
176
FIGURA 28 – GAIOLA DE ESQUILO SENDO INSERIDA NO ROTOR DO MOTOR SÍNCRONO
FONTE: Os autores
FONTE: Os autores
177
• A distorção do campo magnético do entreferro, pela corrente que flui no estator,
denominada de reação de armadura, representada pela queda de tensão na
reatância X.
• A autoindutância das bobinas da armadura representada pela autoindutância do
estator (LA) e sua respectiva reatância (XA). Com os efeitos da autoindutância e
da reação de armadura representados por reatâncias, combinados em uma única
reatância: a reatância síncrona (XS).
• A resistência das bobinas da armadura (RA).
• O efeito do formato dos polos salientes do rotor.
178
FIGURA 31 – CIRCUITO EQUIVALENTE MOTOR SÍNCRONO
NOTA
Os circuitos equivalentes anteriores apresentam uma versão simplificada do
circuito de campo. A resistência em série, da bobina de campo, na verdade, é uma
composição entre a própria resistência e uma resistência variável (Raj), a qual
controla o fluxo da corrente de campo.
179
FIGURA 32 – CONSTRUÇÃO DA CURVA DE CAPACIDADE DE UM GERADOR SÍNCRONO
(19)
180
Caso a carga máxima seja ultrapassada, o rotor pode perder o sincronismo com
o estator e o campo magnético resultante do sistema. Com a velocidade da rede elétrica
mais rápida do que a velocidade mecânica do rotor, o sentido do conjugado do rotor é
invertido a cada passagem do campo magnético do rotor, gerando uma grande vibração
(polos deslizantes) (UMANS, 2014).
181
Essa medição gera a curva da Figura 34. Os efeitos da saturação magnética
podem ser vistos, claramente, na curva: à medida que a corrente de campo aumenta,
ocorre a saturação do material, aumentando, assim, a relutância. A linha de entreferro
seria o “caminho linear percorrido” caso o material não sofresse saturação.
DICA
O vídeo disponível no link a seguir mostrará um gerador síncrono com detalhes.
Podemos notar que a máquina elétrica que funciona como gerador tem a mesma
estrutura como motor: https://qrgo.page.link/9qZL.
182
NOTA
O ensaio a vazio de uma máquina síncrona trifásica (60 Hz) mostra uma tensão
nominal de 13,8 kV, produzida por uma corrente de campo de 318 A. Partindo
de medições feitas na máquina para 13,8 kV, teríamos uma corrente de 263 A.
Calcularemos os valores das indutâncias mútuas saturada e não saturada.
Note que:
a) Indutância mútua com saturação:
Isso significa que, como o material sofreu saturação, foi necessária uma corrente
maior para gerar o mesmo nível de tensão, com uma indutância mútua menor,
aproximadamente, 18%.
V∅ = Ea – jXsIa – RaIa
Ea = Ia(Ra + jXs)
183
NOTA
Existe um problema no cálculo de Xs. A tensão gerada interna (Ea) é obtida quando
a máquina está, parcialmente, saturada para correntes de campo elevadas. Por
outro lado, a corrente Ia é obtida quando a máquina não está saturada para todas
as correntes de campo. Essa diferença faz com que o valor resultante de Xs seja,
apenas, aproximado. Entretanto, a resposta dada por essa abordagem é exata até
o ponto de saturação.
184
4 MÉTODOS DE CONTROLE DE MOTORES CC
Os motores CC utilizam correntes contínuas como fonte de alimentação. Essas
máquinas são utilizadas em diversas aplicações na indústria e em aparelhos da vida
cotidiana.
185
Considerando uma carga com conjugado constante sendo acionada por um
motor CC, o conjugado eletromagnético é dado por:
(20)
(21)
(22)
(23)
(24)
Podemos inferir que o controle da corrente If pode ser realizado pela alteração
da resistência no enrolamento de campo. Na prática, isso implica na inserção de uma
resistência variável em série com o campo em derivação. Dessa forma, a equação se
torna:
186
(25)
(26)
TON é igual ao tempo em que a chave está ligada, e, TOFF, ao tempo com a chave
desligada. Dessa forma, a tensão média sobre o enrolamento de campo é dada por:
(27)
(28)
187
A perda elevada de potência na resistência externa torna os custos operacionais
elevados, além de reduzir, proporcionalmente, a potência entregue à carga, de acordo
com a redução da velocidade. Por esse motivo, é indicado, apenas, em operações de
curta duração.
(29)
188
(30)
Laf é a indutância mútua entre estator e rotor; iF, a corrente de campo; e, iQ, a
corrente do eixo de quadratura. Assim, o conjugado é controlado pelo componente do
eixo de quadratura da corrente de armadura.
189
FIGURA 37 – DIAGRAMA DE BLOCOS DE UM SISTEMA DE CONTROLE DE CONJUGADO POR CAMPO
ORIENTADO PARA UM MOTOR SÍNCRONO (A); DIAGRAMA DE BLOCOS DE UMA MALHA DE CONTROLE DE
VELOCIDADE PARA MOTOR SÍNCRONO (B), CONSTRUÍDA EM TORNO DE UM SISTEMA DE CONTROLE DE
CONJUGADO POR CAMPO ORIENTADO
190
6 MÉTODOS DE CONTROLE DE MOTORES DE INDUÇÃO
O motor de indução é a máquina elétrica mais utilizada pela humanidade.
Esse motor não necessita de corrente de campo para funcionar, considerando que
as correntes do estator induzem correntes nos enrolamentos do rotor. A tendência ao
alinhamento desses dois campos magnéticos gera a rotação, e a velocidade é descrita
pela Equação 19.
191
FIGURA 38 – CURVA VELOCIDADE × CONJUGADO DE UM MOTOR DE INDUÇÃO DE QUATRO POLOS COM O
AUMENTO DA FREQUÊNCIA ELÉTRICA DE ALIMENTAÇÃO
192
6.4 CONTROLE DE VELOCIDADE POR RESISTÊNCIA DE ROTOR
A curva da Figura 40 é obtida pela utilização de uma resistência variável,
conectada ao rotor do motor.
Com um valor adequado para a resistência, pode-se definir com que velocidade
ocorrerá o conjugado máximo. Conforme a velocidade aumenta, a resistência variável
pode ser diminuída, tornando o conjugado máximo disponível em todo o intervalo.
193
FIGURA 41 – CONTROLE DE VELOCIDADE POR MEIO DA RESISTÊNCIA DE ROTOR
Dessa forma, a análise de controle por campo orientado mostra que a corrente
de armadura de eixo direto determina os fluxos de rotor e de armadura de eixo direto. A
Figura 42 mostrará a planta de um sistema de controle conjugado por campo, orientado
para motores de indução. Na prática, as correntes de quadratura e de eixo direto devem
ser convertidas para as tensões de fase do motor ia, ib, ic.
194
Por mais que existam diferentes metodologias de controle de velocidade e
conjugado em motores de indução, a mais utilizada é o controle por meio de um inversor
de frequência. Outras metodologias são de pouca eficiência e acabam não produzindo
bons resultados na prática.
Para que seja realizada a correta decisão a respeito de como controlar um motor
em uma aplicação prática, é importante conhecer os detalhes comportamentais e as
características de cada topologia de controle de velocidade e conjugado das máquinas
apresentadas neste estudo. As máquinas se diferenciam a partir das características
construtivas delas, e, dessa forma, identificam-se em aplicações específicas. Possui,
cada uma, a própria maneira de ser controlada.
7 EXPERIMENTAÇÃO
O campo magnético girante é o princípio de funcionamento dos motores de
indução. Motores de indução monofásicos e trifásicos se baseiam na existência desse
fenômeno para produzir o torque sobre um eixo, devidamente, construído e posicionado.
195
DICA
Para compreender melhor como se produz um campo girante a partir de um
sistema elétrico trifásico, acesse a página https://people.ucalgary.ca/~aknigh/
electrical_machines/fundamentals/f_ac_rotation.html.
DICA
Caso você não esteja à vontade com o idioma inglês, pode traduzir a página
para o português, clicando com o botão direito em qualquer local e escolhendo
a opção “Traduzir” no menu que surgir. Essa dica funciona para os navegadores
Google Chrome e Microsoft Edge.
DICA
Após interagir com a simulação virtual, realize uma pesquisa para responder às
seguintes perguntas:
a) Como pode ser feita a inversão do sentido de giro do campo girante em
um motor de indução trifásico?
b) Como é criado um campo girante em um motor de indução monofásico?
Socialize as respostas e as suas descobertas com os seus colegas.
Exemplos:
a) Para inverter o sentido de giro do campo, basta trocar a posição de duas
fases do motor.
b) Em um motor de indução monofásico, a princípio, só é possível produzir
um campo eletromagnético pulsante. Para se conseguir o efeito de giro,
é necessário utilizar um segundo enrolamento com a tensão defasada
em relação ao enrolamento principal. Desse modo, existirão dois campos
magnéticos pulsando com certa defasagem de tempo. A soma vetorial
desses dois campos produzirá um campo girante. Existem diversos
métodos para produzir esse segundo campo defasado do primeiro.
196
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
197
AUTOATIVIDADE
1 A máquina elétrica é completamente isolada eletricamente, baseada em um
circuito magnético, o qual é alimentado pela rede. Sobre as simplificações e outras
características relacionadas aos circuitos magnéticos das máquinas elétricas,
selecione a alternativa CORRETA:
2 O estator é a parte fixa do motor, protegido pela carcaça, e o rotor a parte interna,
a qual sofre movimento angular. Sobre as características construtivas do estator e
rotor da máquina CA e sua classificação, marque a alternativa CORRETA:
198
b) ( ) Os ensaios a vazio (circuito aberto) e de curto-circuito são utilizados para
encontrar estes parâmetros.
c) ( ) O ensaio a vazio consiste na medição da tensão dos terminais de campo (V∅) a
vazio em função da corrente de campo (IF) com rotação nominal.
d) ( ) Com o circuito de campo em aberto, a tensão do terminal (V∅) será igual à tensão
gerada (EA).
e) ( ) A linha de entreferro seria o caminho não linear percorrido pela corrente, caso o
material não sofresse saturação.
5 Um elevador de carga é utilizado em uma obra para transportar material para o topo
de um edifício. Um engenheiro, com o auxílio de um tacômetro, mediu a velocidade do
motor com o elevador sem carga e teve o valor de 995rpm. Em seguida, o engenheiro
fez uma nova medição de velocidade, mas agora com o motor conectado ao sistema
do elevador com carga máxima, e obteve o valor de 975rpm. Sabendo que esse motor
é de 50Hz, qual é o valor de escorregamento do motor a plena carga?
6 É comum encontrar, nos dias atuais, dispositivos que fazem controle de conjugado
e torque em máquinas elétricas por meio de um método de controle definido como
tensão/frequência. Indique a estratégia de controle e o motor adequado à metodologia
de controle tensão/frequência.
199
8 Em uma usina hidrelétrica, foi solicitado um motor para abrir as comportas para o
vertedouro. Para isso, um engenheiro utiliza um motor de indução trifásico de 8,6kW
– 460V – 60Hz – 15A – 3509r/min, que apresenta rendimento nominal de 80% e
a característica mecânica que relaciona o torque com seu escorregamento pela
seguinte equação:
200
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
INSTALAÇÃO E PROTEÇÃO DE
MOTORES ELÉTRICOS
1 INTRODUÇÃO
Contudo, não basta apenas adotar um motor elétrico para a sua aplicação. É
necessário o entendimento correto do trabalho que será desempenhado pelo motor e
do tipo de alimentação disponível, para que seja adotado o motor ideal para a instalação.
2 MOTORES ELÉTRICOS
O motor elétrico é uma máquina que converte a energia elétrica em
energia mecânica. Esse motor apresenta diversas vantagens, devido à facilidade
de transmissão da energia elétrica. Assim, ele apresenta baixos custos, controle de
velocidade mais simples, adaptação em relação a diferentes cargas, entre outros
aspectos. Devido a esse conjunto de vantagens, o consumo de energia associado
aos motores elétricos representa uma boa parte do consumo energético de um país
industrializado. No Brasil, o valor do consumo de motores elétricos industriais chega a
26%, o que demonstra o papel que os motores elétricos assumem nos mais variados
projetos e instalações (WEG, 2019).
201
FIGURA 43 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE UM MOTOR ELÉTRICO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/simple-electric-motor-power-
vector-1391908655>. Acesso em: 8 ago. 2021.
202
Entre os motores CC mais comumente encontrados na prática, temos:
FIGURA 45 – MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA: EM SÉRIE (A); EM DERIVAÇÃO (B); COMPOSTO (C)
203
2.2 MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA
Em grande parte das aplicações industriais, o profissional pode se deparar com
esse tipo de motor. Os motores CA são aqueles elétricos, alimentados por uma fonte
de CA; eles podem ser divididos em aplicações alimentadas por redes trifásicas ou
monofásicas. Os motores trifásicos são aqueles alimentados por um sistema a três fios,
em que as tensões estão defasadas entre si com um ângulo de 120°. Já os motores
monofásicos são alimentados por CA, porém, não são capazes de produzir um campo
magnético rotativo. Assim, é necessário um segundo enrolamento defasado 90°, o que
vai permitir a partida do motor monofásico (MAMEDE FILHO, 2000).
Esse motor apresenta grande uso industrial, devido à sua maior longevidade,
à simplicidade tanto de construção como de manutenção e aos menores custos em
relação aos demais motores, tanto para a compra como para a manutenção.
204
3 DIMENSIONAMENTO DE MOTORES ELÉTRICOS
Para a escolha de um motor elétrico, é necessário obter o maior número de
informações a respeito da aplicação e do ambiente onde a aplicação está situada. A
tensão de alimentação, a potência e o torque necessários à aplicação e se ela será
uma aplicação contínua ou intercalada são pontos importantes na escolha de um
motor elétrico.
EXEMPLO
Solução:
Para iniciar a resolução do problema, devemos calcular a velocidade de rotação
síncrona, dada pela seguinte expressão:
205
Como sabemos que a velocidade angular do rotor é de 1.300 rpm, calculamos o
escorregamento da seguinte maneira:
206
EXEMPLO
Considere um motor CC alimentado por uma tensão de 220 V e que usa uma corrente
de 30 A. Esse motor apresenta em sua saída um torque de 23,9 Nm e uma velocidade
no rotor de 2.000 rpm. Calcule o rendimento desse motor.
Solução:
Para resolver esse exercício, utilizamos a fórmula para a potência de entrada em
motores CC, de modo que obtemos a seguinte potência na entrada do motor:
207
Para contornar esses problemas e aumentar a vida útil tanto dos motores
quantos dos equipamentos presentes na instalação elétrica, é comum adotar circuitos
que permitem um determinado nível de controle sobre a demanda de corrente durante a
partida dos motores. A seguir, serão apresentados os principais tipos de partida para MITs.
• Partida direta: método mais simples para o acionamento do motor, em que o motor é
simplesmente alimentado pela rede. Como é de se imaginar, para empregar esse tipo
de partida, é necessário que o motor apresente valores baixos de potência, inferiores
a 5 cv, de modo que a corrente de partida não cause nenhum dano ao sistema. Outro
ponto importante a observar na partida direta é que ela não é indicada para aplicações
que exigem um acionamento progressivo.
• Partida por meio de chave estrela-triângulo: esse método só pode ser empregado
em motores que apresentem no mínimo seis terminais e apresentem dupla tensão
nominal. A partida é constituída pelo acionamento do motor em uma ligação estrela,
de modo que a corrente de partida e o torque ficam reduzidos em 1/3. Após um breve
período, a ligação é substituída pela ligação em triângulo, de forma a normalizar a
tensão de trabalho do motor. Essa técnica apresenta baixo custo e garante menores
correntes de partida, o que faz com que as quedas de tensão também diminuam. A
maior desvantagem está relacionada com a estrutura do motor. Ainda, o tempo entre
a troca de ligação estrela para triângulo só poderá ocorrer quando atingido no mínimo
90% da velocidade de regime, de maneira a não elevar a corrente na partida.
• Partida por meio de chave compensadora: nesse método, é empregado um
autotransformador ligado ao estator, de forma a controlar a partida do motor.
• Partida por meio de chaves estáticas: esse método emprega um circuito controlado
por um microprocessador, de modo a aplicar diferentes níveis de tensão aos terminais
do motor. Isso implica um controle mais refinado tanto dos valores de torque quanto
da corrente de partida. Além disso, é possível realizar o acionamento em rampa, o que
é ideal para aplicações que necessitam de acionamento gradual.
208
FIGURA 47 – EXEMPLO DE CIRCUITO DE PARTIDA PARA MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS
DICA
Uma maneira bastante eficiente para aprender e compreender os métodos de
partida de motores é pela execução de diagramas de partida. Um programa
bastante útil e prático nessa área é o Cade Simu 3.0, um aplicativo gratuito pode
ser baixado acessando: https://www.mediafire.com/file/azzgy9b98trrzt4/CADe_
SIMU_3.0_%5BBR%5D.rar/file.
Aproveite para aprender a trabalhar com ele, pois será útil em diversas
disciplinas futuras.
209
LEITURA
COMPLEMENTAR
MOTORES ELÉTRICOS E O CONSUMO SETORIAL DE ENERGIA
210
Conscientização
211
Trata-se de uma solução, até então, impensável para essa faixa de potência,
presente em mais de 40 bilhões de unidades em todo o mundo.
FONTE: Adaptada de AGARELLI, C. Motores elétricos e o consumo setorial de energia. Revista O Setor
Elétrico, ed. 112, 2015. Disponível em: https://www.osetoreletrico.com.br/motores-eletricos-e-o-
consumo-setorial-de-energia/. Acesso em: 30 mar. 2021
212
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Alguns tipos de partida de motores são: partida direta, por chave estrela-triângulo,
por chave compensadora e por chave estática.
213
AUTOATIVIDADE
1 O setor industrial utiliza, em sua maioria, motores de indução trifásicos e isso se deve às
vantagens desse tipo de motor em relação aos demais. Com relação às vantagens que
tornam esse motor tão popular no ambiente industrial, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A partida do motor é iniciada com uma ligação em triângulo e, após atingir uma
velocidade próxima à de regime, é substituída pela ligação em estrela.
b) ( ) A partida do motor se dá pela troca de configuração, e não pela escolha de
determinada configuração inicial. Com isso, pode ser iniciada em estrela ou
triângulo.
c) ( ) A partida do motor é iniciada com uma ligação em estrela e, após atingir uma
velocidade próxima à de regime, é substituída pela ligação em triângulo.
214
d) ( ) A partida do motor é iniciada rapidamente com uma ligação em estrela e, então,
é substituída pela ligação em triângulo. Essa troca rápida de ligação faz com que
a corrente diminua.
e) ( ) A partida do motor deve trocar entre a ligação estrela e triângulo, de modo que,
quando a corrente começa a atingir valores elevados, a ligação é trocada.
215
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed.
Porto Alegre: AMGH, 2013.
CARVALHO, G. Máquinas elétricas: teoria e ensaios. 4. ed. São Paulo: Érica, 2011.
216
JORDÃO, R. G. Transformadores. São Paulo: Blucher, 2002.
KOSOW, I. L. Máquinas elétricas e transformadores. 15. ed. Porto Alegre: Globo, 2005.
NAVE, R. How does an electric motor work? 2016. Disponível em: http://hyperphysics.
phy-astr.gsu.edu/hbase/magnetic/mothow.html. Acesso em: 3 mar. 2018.
217
Curitiba: UFPR, 2018. Disponível em: http://www.eletrica.ufpr.br/p/_media/
professores:mateus:te_131_-_capitulo_2.pdf. Acesso em: 9 jul. 2018.
WALKER, J.; HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Fundamentals of physics. New Jersey: Wiley, 2014.
WEG. W22 magnet drive system: catálogo técnico mercado Brasil. 2019. Disponível
em: https://static.weg.net/medias/downloadcenter/hf3/he1/WEG-w22-magnet-drive-
-system-50015189-brochure-portuguese-web.pdf. Acesso em: 3 fev. 2020.
218