TCC AdsorcaoColunaLeito

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS


FACULDADE DE QUÍMICA

CLARISSA CRUZ PEREIRA

ADSORÇÃO DE Cr (VI) EM COLUNA DE LEITO FIXO UTILIZANDO


HIDROXIAPATITA-HIDROTALCITA DOPADA COM NANOTUBO DE
CARBONO COMO ADSORVENTE

Belém-PA
2017
CLARISSA CRUZ PEREIRA

ADSORÇÃO DE Cr (VI) EM COLUNA DE LEITO FIXO UTILIZANDO


HIDROXIAPATITA-HIDROTALCITA DOPADA COM NANOTUBO DE
CARBONO COMO ADSORVENTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade de Química da Universidade
Federal do Pará como requisito para obtenção
do grau de Bacharel em Química Industrial.

Orientador (a): Profª. Drª. Elizabeth Maria


Soares Rodrigues.

Belém – PA
2017
CLARISSA CRUZ PEREIRA

ADSORÇÃO DE Cr (VI) EM COLUNA DE LEITO FIXO UTILIZANDO


HIDROXIAPATITA-HIDROTALCITA DOPADA COM NANOTUBO DE
CARBONO COMO ADSORVENTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade de Química da Universidade
Federal do Pará como requisito para obtenção
do grau de Bacharel em Química Industrial.

Orientador (a): Profª. Drª. Elizabeth Maria


Soares Rodrigues.

Data de Avaliação: ____/____/____


Conceito: _________

Banca Examinadora

________________________________________________________
Profª. Drª. Elizabeth Maria Soares Rodrigues
Faculdade de Química/UFPA – Orientadora

________________________________________________________
Drº. Ossalin de Almeida
Faculdade de Química/UFPA – Coorientador

________________________________________________________
Profº. Drº. Dorsan dos Santos Moraes
Instituto de Geociências/UFPA – Membro
Dedico este trabalho a Deus, por ter me
dado sabedoria e me permitido concluir
este trabalho, e à minha família e amigos
por sempre me darem apoio e motivação.
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela sua direção nos momentos de perda, fornecendo-me paciência e fé;
À minha mãe, Maria da Conceição Cruz Pereira, e ao meu pai, Pedro Morais dos
Santos Pereira, que sempre me incentivaram nos estudos;
À minha avó, Conceição de Maria Borges Cruz, por ser uma sábia conselheira e
ouvinte;
À Profª Drª Elizabeth Rodrigues por ter me fornecido a chance de iniciar na
pesquisa científica e absorver grandes conhecimentos;
Ao Profº Drº Ossalin de Almeida, pelos momentos de orientação e ensinamentos
que me passou, sempre com disponibilidade e motivação;
Ao Profº Drº José Augusto Corrêa, pela disponibilidade do Laboratório de
Hidroquímica para a realização de síntese primordial neste trabalho;
Aos Professores Doutores Cláudio Lamarão, Carlos Emmerson da Costa e José
Otávio Silva Júnior, pela disponibilidade na realização das análises MEV/EDS, BET e
FTIR, respectivamente;
Aos Professores Doutores Rômulo Angélica e Sanclayton Carneiro, que além de
fornecerem prontamente seus laboratórios para a realização da análise de DRX e
Espectroscopia Raman, respectivamente, dispuseram de seu tempo para retirar dúvidas
primordiais para a realização deste trabalho;
Às amigas, Layane Tenório, Pâmela Ribeiro, Rebeca Castanho e Kamila
Gonçalves, pelas conversas calorosas e momentos de descontração;
A Tiago Barros, pela sua sincera amizade, pelos momentos de riso e pelas relações
de conhecimento na hora das dúvidas;
“Como é feliz, o homem que acha
sabedoria, o homem que obtêm
entendimento, pois a sabedoria é mais
proveitosa do que a prata e rende mais do
que o ouro”

Bíblia, Provérbios, 3, 13-14


RESUMO

Os materiais Hidrotalcita (HT) e Hidroxiapatita (HAp) são minerais com propriedades


adsortivas e catalíticas, enquanto que os Nanotubos de carbono (NTC) são nanomateriais
capazes de aperfeiçoar as características físicas, químicas e elétricas de diversos
materiais. O presente trabalho teve como objetivo, sintetizar o material HAp-HT e dopá-
lo com duas diferentes proporções de NTC (5 e 15% p/p) a fim de aplicá-lo como
adsorvente de Cr (VI) em meio ácido. O material HAp-HT foi sintetizado através do
método de coprecipitação, com pH variável, 10≤pH≤11, sendo dopado com NTC e
submetido a banho ultrassônico e tratamento hidrotérmico (80°C/24h). A caracterização
foi realizada através das técnicas: DRX, MEV/EDS, FTIR, Raman e BET/BJH. O estudo
de adsorção foi realizado em coluna de leito fixo, sob condições: T = 40 e 60°C, Q =
2mL/min, t = 10h. Os difratogramas comprovaram que houve melhoria na cristalinidade
do material em ~ 66%, com a inserção dos NTC. As micrografias das amostras HAp-
HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15, apresentaram cristais superiores em dimensão (5 µm),
enquanto que a análise química semi-qualitativa de todas as amostras apontou uma razão
Ca/P diferente de 1,67 (HAp estequiométrica) e Mg/Al ~ 3 (HT estequiométrica). Nos
espectros FTIR e Raman foram registradas as principais bandas pertencentes as fases
HAp e HT, foram observados desvios tênues com a inserção dos NTC, provocados,
provavelmente, devido as interações moleculares entre as fases HAp-HT com o NTC. O
aumento de área superficial (~78%) foi registrado na análise BET/BJH, comparando a
amostra HAp-HT/NTC15 com HAp-HT. Na modelagem da curva “quantidade adsorvida
x tempo” obteve-se uma isoterma do tipo L em todas as amostras, os parâmetros se
ajustaram a isoterma de Freundlich (R2 = 0,92), os parâmetros indicam maior
heterogeneidade dos sítios nas amostras dopadas com NTC (nHAp-HT = -3,4893, nHAp-
HT/NTC5 = -1,7389, nHAp-HT/NTC15 = -1,6460) enquanto que o maior valor de KL foi registrado

em HAp-HT/NTC15 (KL = 5,73x1014), esta amostra também apresentou melhor


desempenho, com retenção 60% superior a amostra HAp-HT a 60°C. A modelagem
cinética do sistema foi ajustada nos modelos de primeira e segunda ordem, apresentando
melhor correlação dos dados no modelo de segunda ordem (R2 = 0,99). A amostra com
melhor eficiência, HAp-HT/NTC15, apresentou pouca variação em k (4,3 x 10-4 min-1) e
maior quantidade de soluto adsorvida (7575,06 mg.g-1).

Palavras-chave: Hidroxiapatita-Hidrotalcita. Nanotubo de Carbono. Adsorção.


ABSTRACT

The hydrotalcite (HT) and hydroxyapatite (HAp) materials are minerals with adsorptive
and catalytic properties, while carbon nanotubes (CNT) are nanomaterials capable of
improving physical, chemical and electrical characteristics of various materials. The aim
of the present work was to synthesize the HAp-HT material and to dope it with two
different proportions of NTC (5 and 15% w/w) in order to apply it as Cr (VI) adsorbent
in acid medium. The HAp-HT material was synthesized by the coprecipitation method,
with pH variable 10≤pH≤11, being doped with CNT and subjected to ultrasonic bath and
hydrothermal treatment (80 ° C / 24h). The characterization through the techniques: XRD,
SEM/EDS, FT-IR, Raman and Physisorption of N2. The adsorption study was performed
in a fixed bed column, under conditions: T = 40 and 60 ° C, Q = 2mL/min, t = 10h. The
data were confirmed and there was an improvement in the material quality in 66%, with
an insertion of CNT. As micrographs of the HAp-HT/CNT5 and HAp-HT/CNT15
samples, they presented larger crystals in size (5 μm), whereas the semi-qualitative
chemical analysis of all the samples indicated a Ca/P ratio different from 1.67 (HAp
Stoichiometric) and Mg/Al~3 (stoichiometric HT). In the FTIR and Raman spectra were
recorded the main bands belonging to the phases HAp and HT, were tenuous deviations
with the insertion of the CNT, probably caused by the molecular interactions between the
phases HAp-HT and the CNT. Surface area increase (~ 78%) was recorded in the
BET/BJH analysis, comparing the HAp-HT/CNT15 sample with HAp-HT. In the
modeling of the adsorbed amount curves x time, an L-type isotherm was obtained, the
parameters were better adjusted to the Freundlich isotherm (R2 = 0.92), the parameters
indicated higher site heterogeneity in the samples doped with CNT (nHAp-HT = -3.4893,
nHAp-HT/CNT5 = -1.7389, nHAp-HT/CNT15 = -1.6460) whereas the highest KL value was
recorded in HAp-HT/CNT15 (KL=5.73x1014), this sample also presented better
performance, with 60% higher retention than the HAp-HT material at 60 ° C. The kinetic
modeling of the system was adjusted in the first and second order models, presenting
better correlation of the data in the second order model (R2 = 0.99). The most efficient
sample, HAp-HT / NTC15, presented little variation in k (4.3 x 10-4 min-1) and higher
amount of solute adsorbed (7575.06 mg.g-1).

Keywords: Hydroxyapatite-Hydrotalcite. Carbon nanotubes. Adsorption.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Estrutura cristalina da HAp ....................................................................18

Figura 2 – Estrutura cristalina da HT ......................................................................21

Figura 3 – Estrutura do (a) NTCPS e (b) NTCPM...................................................22

Figura 4 – Tipos de NTC – (a) armchair, (b) zigzag e (c) chiral ............................23

Figura 5 – Esquema da estrutura de colmeia da folha de grafeno ...........................24

Figura 6 – Tipos de isotermas de adsorção...............................................................28


Figura 7 – Isotermas do tipo S, L, H e C ..................................................................28
Fluxograma 1 – Síntese do material HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 ...............32

Imagem 1 – Esquema de leito fixo para adsorção de Cr (VI) ..................................34

Gráfico 1 – Isotermas de adsorção de Cr (VI) das amostras HAp-HT à 40 e 60°C..34

Gráfico 2 – Difratogramas das amostras NTC, HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-HT


/NTC15......................................................................................................................35

Imagem 2 – Micrografia da amostra HAp-HT .........................................................38

Imagem 3 – Micrografia da amostra HAp-HT/NTC5 ..............................................39

Imagem 4 – Micrografia da amostra HAp-HT/NTC15 ............................................40

Gráfico 3 – Espectros de absorção no infravermelho das amostras NTC, HAp-HT,


HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15..........................................................................42

Gráfico 4 – Espectros Raman das amostras HAp-HT, NTC, HAp-HT/NTC5 e HAp-


HT/NTC15.................................................................................................................44
LISTA DE TABELAS
Gráfico 5 – Isotermas de adsorção/dessorção de N2 dos materiais HAp-HT, HAp-
HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15....................................................................................46

Gráfico 6 – Isotermas de adsorção do Cr (VI) das amostras HAp-HT, HAp-HT


/NTC5 e HAp-HT/NTC15 á 60°C.............................................................................48

Gráfico 7 – Modelo cinético de segunda ordem para adsorção de Cr (VI)...............50


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Porcentagem e concentração de Cr (VI) retida por HAp-HT...........................35

Tabela 2 – Volume e parâmetros da cela unitária das amostras HAp-HT, HAp-HT /NTC5
e HAp-HT/NTC15..............................................................................................................37

Tabela 3 – Análise química qualitativa (%at) dos elementos constituintes da amostra


HAp-HT ............................................................................................................................39

Tabela 4 – Análise química qualitativa (%at) dos elementos constituintes da amostra


HAp-HT/NTC5..................................................................................................................41

Tabela 5 – Análise química qualitativa (%at) dos elementos constituintes da amostra


HAp-HT/NTC15................................................................................................................38

Tabela 6 – Bandas de absorbância IR das amostras NTC, HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-


HT/NTC15 (cm-1) .............................................................................................................43

Tabela 7 - Deslocamento Raman (cm-1) das amostras HAp-HT, HAp-HT/NTC5, HAp-


HT/NTC15, NTC e dos valores de referência...................................................................45

Tabela 8 – Área superficial, volume e diâmetro médio dos poros das amostras HAp-HT,
HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 e dos valores de referência........................................47

Tabela 9 – Porcentagem e concentração de Cr (VI) retida por HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e


HAp-HT/NTC15 à 60°C....................................................................................................48

Tabela 10 – Parâmetros das isotermas de Langmuir e Freundlich das amostras HAp-HT,


HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15...................................................................................49

Tabela 11 – Parâmetros cinéticos para adsorção de Cr (VI) das amostras HAp-HT, HAp-
HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 ...........................................................................................51
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BET - Método Brunauer-Emmett-Teller.

Ce – Concentração do soluto na solução de equilíbrio.

Cr (VI) – Cromo Hexavalente.

DFC – Difenilcarbazida.

DP – Diâmetro dos poros.

DRX - Difração de Raios-X.

EDS - Espectrometria de Energia Dispersiva de Raios-X.

h – Velocidade de adsorção inicial.

H – Altura.

HAp – Hidroxiapatita.

HT – Hidrotalcita.

CIDD – Centro Internacional de Dados para Difração.

k – constante de taxa de adsorção da ordem de reação.

KF – Coeficiente de adsorção de Freundlich;

KL – Constante de Langmuir.

M2+ - Cátion divalente.

M3+ - Cátion trivalente.

MEV - Microscopia Eletrônica de Varredura.

n – Parâmetro empírico.

NTC - Nanotubos de carbono.

NTCPM - Nanotubo de carbono de parede múltipla.

NTCPS - Nanotubo de carbono de paredes simples.

Q – Vazão.

qe – Quantidade de soluto adsorvida.

qmax – Capacidade máxima de adsorção.


qt – Capacidade de adsorção em um tempo t.

RL – Parâmetro de equilíbrio.

SBET – Àrea superficial específica.

VP – Volume dos poros.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 15
2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 16
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 16
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 16
3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 17
3.1 HIDROXIAPATITA (HAp) ..................................................................................... 17
3.1.1 Propriedades Estruturais e Caracteristícas ...................................................... 17
3.2 HIDROTALCITA (HT) ........................................................................................... 20
3.2.1 Propriedades Estruturais e Caracteristícas ...................................................... 20
3.3 NANOTUBOS DE CARBONO (NTC) ................................................................... 22
3.3.1 Propriedades Estruturais e Caracteristícas ...................................................... 22
3.4 ADSORÇÃO ............................................................................................................ 25
3.4.1 Tipos de Adsorção............................................................................................... 25

3.4.2 Isotermas de Adsorção ........................................................................................26

3.4.3 Fatores que afetam a Adsorção .......................................................................... 29


3.4.4 Cinética de Adsorção ........................................................................................... 30
3.4.4.1 Cinética de Ordem zero ..................................................................................... 30
3.4.4.2 Cinética de Primeira ordem............................................................................... 31
3.4.4.3 Cinética de Segunda Ordem .............................................................................. 31
4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 31
4.1 SÍNTESE DOS ADSORVENTES ........................................................................... 31
4.2 CARACTERIZAÇÕES DOS ADSORVENTES ..................................................... 33
4.2.1 Difração de Raios-X (DRX) ................................................................................ 33
4.2.2 Microscopia Eletrônica da Varredura/Espectometria de Energia Dispersiva
(MEV/EDS) ................................................................................................................... 33
4.2.3 Espectroscopia de Absorção no Infravermelho com Transformada de Fourier
(FTIR) ............................................................................................................................ 34
4.2.4 Espectroscopia Raman ........................................................................................ 34
4.2.5 Fisissorção de N2 (BET/BJH) ............................................................................. 34
4.3 ENSAIOS DE ADSORÇÃO .................................................................................... 34
4.3.1 Determinação de Cr (VI) por Espectrofotometria na região do UV-VIS ...... 37
5.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 37
5.1.1 DRX ...................................................................................................................... 37
5.1.2 MEV/EDS ............................................................................................................. 39
5.1.3 FTIR ...................................................................................................................... 43
5.1.4 Espectroscopia Raman ........................................................................................ 45
5.1.5 BET/BJH .............................................................................................................. 47
5.1.6 Estudo de adsorção de Cr (VI) ........................................................................... 49
5.1.7 Estudo cinético dos adsorventes ......................................................................... 52
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 54
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 54
APÊNDICES ................................................................................................................. 67
APÊNDICE A – Dados Experimentais da Adsorção de Cr (VI) .................................. 68
APÊNDICE B – Curvas de Calibração ......................................................................... 70
APÊNDICE C – Isotermas de Adsorção ....................................................................... 72
APÊNDICE D – Isotermas do tipo L ............................................................................ 74
APÊNDICE E – Isotermas de Langmuir ...................................................................... 76
APÊNDICE F – Isotermas de Freundlich ..................................................................... 78
APÊNDICE G – Dados experimentais da cinética de Adsorção de Primeira Ordem... 80
APÊNDICE H – Dados experimentais da cinética de Adsorção de Segunda Ordem... 85
ANEXOS.........................................................................................................................90

ANEXO A - CIDD Ficha nº 01-089-0460......................................................................91

ANEXO B - CIDD Ficha nº 01-072-1243......................................................................93

ANEXO C - CIDD Ficha nº 01-075-1621......................................................................96


15

1 INTRODUÇÃO

As emissões de poluentes não tratados na natureza vêm crescendo durante os anos,


dentre estes, encontra-se o metal cromo, que possui alta toxicidade, podendo causar
problemas vasculares, de pele, hemorragias e até lesões cerebrais (PUCCI & PEREIRA,
2006). Os estados de oxidação mais comuns do cromo são: +2, +3, +6, todavia as formas
tri, hexavalente e elementar são as mais estáveis, aparecem na composição de óxidos,
sulfatos, cromatos, entre outros, recobrindo peças metálicas e plásticas nos processos de
tratamento, etc (DA SILVA & PEDROZO, 2001).
O Cromo no estado hexavalente, é geralmente produzido por processos
industriais, sendo este o estado mais nocivo do metal. Uma alternativa de baixo custo e
eficiente para diminuir a quantidade de Cr (VI), é a adsorção. Adsorventes funcionam
retendo substâncias em sua superfície (LINHARES et al., 2008), onde componentes
pertencentes a uma fase gasosa ou líquida (adsorvato) são aderidos à superfície de uma
fase sólida (adsorvente), os processos de adsorção podem ser químicos ou físicos (SILVA
et. al, 2007).
A Hidrotalcita (HT) é um mineral com fórmula molecular
Mg6Al2(OH)16CO3.4H2O que apresenta em sua estrutura, dois cátions metálicos em suas
lamelas, o ânion carbonato encontra-se intercalado entre as lamelas de hidróxidos duplos
de magnésio e alumínio (CARDOSO, 2002). Por outro lado, a Hidroxiapatita (HAp)
possui a seguinte fórmula Ca10(PO4)6(OH)2, a mesma apresenta similaridades químicas
com o tecido ósseo (SINGH, 2012), tornando-se fundamental em implantes e próteses,
essas propriedades fazem da HAp um excelente suporte para ação de drogas
anticancerígenas no tratamento de tumores ósseos e eficiente no tratamento de remoção
de metais pesados em água.
Os Nanotubos de Carbono (NTC) são nanomateriais que foram descobertos por
Iijima (IIJIMA, 1991), eles são formados a partir de uma folha de grafite enrolada de
forma cilíndrica. Os NTC apresentam propriedades eletrônicas, óticas e mecânicas
interessantes, tornando-se bastante importantes em diversas áreas, como: emissores de
elétrons para mostradores, sensores de gases, sensores biológicos, entre outros (SOUZA
FILHO & FAGAN, 2007).
Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo sintetizar o material HAp-
HT e dopá-lo em duas diferentes proporções (5% e 15%) de NTC, bem como avaliar seu
potencial como adsorvente de Cr (VI) em meio ácido.
16

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Sintetizar e caracterizar o material Hidroxiapatita - Hidrotalcita dopado com


Nanotubos de carbono nas proporções: 5 e 15% p/p, testar os mesmos como adsorventes
de Cr (VI) e avaliar o desempenho na remoção do metal em coluna de leito fixo.

2.2 OBJETIVOS ESPECIFÍCOS

a) Sintetizar o material HAp-HT dopado com duas proporções de NTC (5% e 15%
p/p);
b) Caracterizar os materiais sintetizados através das seguintes técnicas: Difração de
Raios-X, Microscopia eletrônica de varredura/Espectrometria de Energia
Dispersiva de Raios-X, Espectroscopia de Absorção no Infravermelho com
Transformada de Fourier, Espectroscopia Raman, Fisissorção de N2;
c) Estabelecer condições ótimas de adsorção em leito fixo (Temperatura, vazão,
tempo de residência na coluna e massa de adsorvente);
d) Avaliar a taxa de retenção de Cr (VI) das amostras HAp-HT/NTC5 e HAp-
HT/NTC15.
17

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Os materiais HAp e HT são minerais que apresentam propriedades de troca iônica,


sendo, amplamente aplicados como catalisadores e adsorventes em diversos estudos.
Neste trabalho os principais materiais utilizados foram HAp, HT e NTC, sendo este
último, um nanomaterial, capaz de aperfeiçoar as características físicas, químicas e
elétricas dos materiais, sendo um excelente material adsorvente, pois apresenta alta área
superficial específica.

3.1 HIDROXIAPATITA (HAp)

A HAp é uma das mais importantes biocerâmicas podendo ser encontrada no


tecido ósseo, por esta característica, tem sido utilizada em próteses e implantes, possui a
seguinte fórmula molecular Ca10(PO4)6(OH)2. Na estrutura da HAp são encontrados os
grupos CO32- que podem ser substituídos pelos grupos PO43- ou por grupos OH-
(KAFLAK & KOLODZIEJSKI, 2011).

3.1.1 Propriedades Estruturais e Características

A HAp é um mineral encontrado, raramente, na natureza, entretanto, é um


constituinte da fase óssea em concentrações consideráveis, compõe aproximadamente
70% da fase inorgânica dos ossos e dentes, portanto apresenta boa biocompatibilidade em
enxertos produzidos a base desse fosfato de cálcio (AZEVEDO; STRECKER;
GORGULHO, 2015).
A superfície cristalina da HAp é composta geralmente por moléculas de água,
grupos P-OH e Ca-OH. Recentes estudos enfatizam o importante papel da lamela de água,
que cobre a superfície cristalina, sendo responsável pela influência na troca iônica da
HAp, sua estrutura é similar a fluorapatita (com o grupo OH- ocupando os sítios de F-)
(COSTA et al., 2009).
Os grupos pertencentes a estrutura da HAp, fornecem diversas informações a
respeito da mesma, como os grupos PO43- podem fornecer informações acerca da
cristalinidade da mesma, estudos realizados encontraram relação do alargamento da
banda PO43- com o aumento da cristalinidade, além de HAp pertencente ao grupo espacial
P21/b corresponderem a uma orientação invertida dos grupos OH, podendo ser mais
estáveis do que HAp pertencente ao grupo P63 (BALAN et al., 2010).
A estrutura da apatita está sujeita a substituições, por exemplo, o grupo OH pode
ser substituído por ½CO3 ou ½O, cálcio por Sr, Ba, Pb e Na, enquanto que PO4 por HPO4,
18

AsO4, VO4, SiO4 ou CO3. A razão molar de Ca/P da HAp pode variar entre 1,5 – 1,7.
Geralmente a estrutura da Apatita é hexagonal com grupo espacial P63/m e os parâmetros
aproximados da cela unitária são a = 9,37 Å e c = 6,88 Å (ELLIOT; WILSON;
DOWKER, 2002).
As substituições que ocorrem na estrutura da HAp provocam alterações no arranjo
cristalino, resultando em alterações nos parâmetros da cela unitária, solubilidade, entre
outros. Tais substituições podem ocorrer através da troca de íons carbonato, os quais
podem ocupar as posições do grupo fosfato e hidróxidos dentro da HAp, formando, desta
forma, uma HAp carbonatada do tipo A e B, respectivamente. Por outro lado, a
substituição dos íons fosfato e hidróxidos pode ocorrer, simultaneamente, formando uma
HAp carbonatada do tipo AB. Todavia este comportamento, não altera o processo de
sinterização da HAp (AZEVEDO; STRECKER; GORGULHO, 2015).
A cela unitária da HAp contem 10 íons cálcio localizados em sítios não
equivalentes, quatro no sítio I (Ca1) e seis no sítio II (CaII). Os átomos de cálcio e os
oxigênios dos grupos PO4-3 formam um arranjo hexagonal no plano perpendicular ao eixo
z de maior simetria. Os íons cálcio no sítio I estão alinhados em colunas, enquanto que os
íons cálcio do sítio II estão em triângulos equiláteros perpendiculares à direção c da
estrutura. A existência de dois sítios de íons cálcio traz consequências importantes para
as HAps que contem impurezas catiônicas, pois suas propriedades estruturais podem ser
afetadas dependendo do sítio ocupado pelo cátion da impureza (REIS, 2008).

Figura 1 – Estrutura cristalina da HAp.

Fonte: RIVERA-MUÑOZ (2011).


Os átomos de cálcio e fosforo formam um arranjo hexagonal no plano
perpendicular ao eixo cristalino de mais alta simetria. Colunas constituídas pelo
19

empilhamento de triângulos equiláteros de íons óxidos (O2-) e de íons cálcio (Ca2+) estão
ligados entre si por íons fosfato. Os tetraedros dos grupos PO4 estão arranjados de tal
forma que possibilitam a formação de dois tipos de canais perpendiculares ao plano basal
(DA CUNHA, 2010).
O primeiro canal com diâmetro de 2 Å é paralelo aos eixos ternários e são
ocupados por átomos de Ca (I). Em cada cela unitária, encontram-se 2 canais ocupados
por íons Ca (I) que estão localizados em z = 0 e z = ½ do parâmetro cristalino. O segundo
canal que tem diâmetro de 3,0 - 3,5 Å, é constituído por íons Ca (II) e estão localizados
em z = ¼ e z = ¾ (BALAN et al., 2010).
No interior desses canais dá-se a distinção entre a forma hexagonal e a
monoclínica. Na estrutura hexagonal, o grupo hidroxila ocupa menos 50% das posições
estaticamente possíveis. Deformações na rede causadas pelo deslocamento das hidroxilas
tornam a estrutura monoclínica, um arranjo mais fechado, com grupo espacial P21/b.
(AOKI, 1991).
A síntese de fosfatos de cálcio via precipitação química é vantajosa, devido ao seu
baixo custo e simplicidade. Os processos de precipitação consistem na adição de fosfatos
a suspensões que contenham íons cálcio, podendo partir de diferentes reagentes. A taxa
na qual os reagentes são adicionados, ou seja, o tempo de gotejamento influencia na taxa
de nucleação dos cristais (AZEVEDO; STRECKER; GORGULHO, 2015).
A velocidade de gotejamento está diretamente relacionada à cinética da reação, a
adição lenta de íons fosfato proporciona menor taxa de nucleação e maior taxa de
crescimento, resultando em partículas maiores, porém altas taxas de adição de reagentes
permitem a formação de maiores números de núcleos, sem que haja tempo suficiente para
crescimento de grão (RIGO; GEHRKE; CARBONARI, 2007).
A HAp por apresentar propriedades de biocompatibilidade, bioatividade e por ser
constituinte da fase inorgânica do osso, é amplamente utilizado na medicina. Suas
características químicas e estruturais possibilitam a utilização como material
biocompatível em implantes e próteses. Na ortopedia existe interesse no uso em próteses
metálicas para promover a ligação interfacial estável entre o material implantado e o
tecido vivo. Suas aplicações se estendem desde a ortopedia e traumatologia, além de
outras aplicações (COSTA et al., 2009).
A facilidade de realizar troca de íons da sua estrutura por íons em soluções
aquosas, favorece a aplicação da Hidroxiapatita como adsorvente de íons contaminantes
de efluentes líquidos (RIVERA-MUÑOZ, 2011).
20

3.2 HIDROTALCITA (HT)

A HT é um hidróxido duplo lamelar (HDL), que são minerais que apresentam em


sua estrutura, dois cátions metálicos em suas lamelas (CARDOSO, 2002), possuem uma
região interlamelar que pode ser ocupada por vários compostos aniônicos, orgânicos e
inorgânicos, são raros na natureza e associados a formações metamórficas (CONCEIÇÃO
et al., 2007).
As HTs se destacaram devido a facilidade de sintetizá-las e sua estrutura
interlamelar ajustável, permitindo a incorporação de outras espécies moleculares, neste
trabalho foi utilizada a HT do sistema Mg-Al-CO3 que possui a seguinte formula
Mg6Al2(OH)16CO3.4H2O. Porém as HTs podem pertencer a diversos sistemas, onde M2+
pode ser: Mg2+, Zn2+ ou Co2+, enquanto que M3+: Al3+, Cr3+ ou Fe3+ (CREPALDI &
VALIM, 1998).

3.2.1 Propriedades Estruturais e Características

A estrutura da HT se baseia na Brucita ao qual consiste de íons Mg2+ coordenados


octaedricamente por grupos hidroxila. A troca de íons Mg2+ com cátions trivalentes M3+,
forma uma carga positiva nas lamelas, necessitando da presença do balanceamento de
carga aniônica, de forma a manter neutralidade elétrica, dentro da região interlamelar.
Desta forma, a sua capacidade de troca iônica permite a troca dos ânions da HT com
outros presentes em solução aquosa (OMONMHENLE & SHANNON, 2016).
As lamelas da HT são mantidas coesas através de forças de Van der Waals e
ligações de hidrogênio. Na região interlamelar são encontradas moléculas de água e
ânions, eles se encontram de forma desordenada em comparação com as camadas
positivas, sendo livre para locomoção que ocorre através da quebra e formação de
ligações com as lamelas. A espécie aniônica mais encontrada no domínio interlamelar é
o carbonato. Porém um grande número de ânions, tanto orgânicos como inorgânicos, são
capazes de ocupar esse domínio (RODRIGUES, 2007).
Geralmente, a síntese ocorre pelo método de coprecipitação, pela praticidade e
baixo custo, o mesmo consiste em adicionar, lentamente, uma solução contendo íons
metálicos M2+ e M3+ sobre uma solução contendo íons hidroxila e o ânion a ser
intercalado. Todavia, há outras rotas de síntese como a síntese hidrotérmica, hidrólise
induzida e a síntese eletroquímica (CHAGAS et al., 2012).
21

Figura 2 – Estrutura cristalina da HT.

Fonte: BENÍCIO et al. (2015).

A capacidade da troca iônica depende da razão catiônica da HT, o ânion envolvido


possui a capacidade em estabilizar a estrutura lamelar e a massa molecular dos cátions e
ânions envolvidos. A área superficial específica da HT varia entre 50-200 m2.g-1, porém
quando calcinadas formam óxidos com área superior. A estabilidade térmica da HT varia,
pois quando ânions orgânicos se encontram na região interlamelar, resultam em
nanomateriais intercalados, isto demonstra alta estabilidade térmica relativa ao ânion
orgânico livre (CUNHA et al., 2010).
A troca aniônica da HT ocorre quando os ânions intercalados no material
precursor apresentam interações eletrostáticas fracas com a lamela. O grau de troca
depende da tendência de substituição do ânion interlamelar e dos ânions a serem trocados,
que é determinado pela densidade de carga de cada ânion. Portanto, quanto maior a
densidade de carga do ânion, maior será a interação eletrostática do mesmo com as
lamelas. Porém, quando ânions orgânicos estão envolvidos, as interações entre as cadeias
carbônicas irão influenciar e análises levando em consideração somente à densidade de
carga não podem ser aplicadas (CONCEIÇÃO et al., 2007).
As características da HT ganharam atenção devido a diversas aplicações ao qual
podem ser utilizadas, suas propriedades, permitem o emprego como trocadores de ânions,
catalisadores, precursores ou suporte para catalisadores, adsorventes, na síntese de
materiais cerâmicos avançados, na preparação de eletrodos modificados e também em
aplicações medicinais, como antiácidos (CUNHA, 2010).
22

3.3 NANOTUBOS DE CARBONO (NTC)

A descoberta dos NTC é atribuída ao físico japonês Sumio Iijima ao observar a


formação de tubos de carbono quanto este era submetido a altas temperaturas em
atmosfera de hélio (IIJIMA, 1991), após vários estudos, observou-se que os mesmos são
uma forma do carbono, como diâmetros nanométricos e comprimentos micrométricos, os
seus átomos se arranjam de forma hexagonal, da mesma forma do grafite (KOUKLIN et
al., 2004). Os NTC ganharam significante interesse pelas suas aplicações em potencial
como geração de eletricidade, armazenamento de eletricidade, entre outros.

3.3.1 Propriedades Estruturais e Características

As duas principais formas dos NTC são: Nanotubos de carbono de parede simples
(NTCPS) e Nanotubos de carbono de parede múltipla (NTCPM), todavia há outras formas
raras. NTCPS são formados por uma única camada de grafite enrolada na forma de
cilindro, enquanto que os NTCPM são formados por um grupo de NTCPS, com diferentes
diâmetros. Os NTCPM possuem diferentes comprimentos e espessuras que o diferenciam
dos NTCPS, logo as suas propriedades se alteram também (AQEL et al., 2012), podem
formar agregados devido forças de Van der Waals (VILCÁKOVÁ et al., 2012).

Figura 3 – Estrutura do (a) NTCPS e (b) NTCPM.

(a) (b)
Fonte: CHOUDHARY & GUPTA (2011).

Os NTC também possuem outras propriedades como alta hidrofilicidade, grande


área específica, além de sua estrutura lamelar, fazem deles promissores adsorventes, a
adsorção dos NTC é influenciada pela morfologia e superfície química dos mesmos
(APUL & KARANFIL, 2015).
23

Materiais baseados em carbono são considerados únicos por algumas razões,


principalmente as características atribuídas as configurações dos estados eletrônicos do
átomo de carbono da coluna do grupo do carbono da tabela periódica, o que significa que
no seu estado basal, a sua configuração tem dois elétrons fortemente ligados no nível (1s2)
e quatro elétrons na banda de valência (2s2 e 2p2), de todos os elementos desta coluna,
somente o carbono por ter configurações sp1 sp2 e sp3, não contendo elétrons internos do
tipo “p”(LARRUDÉ, 2007).
Os NTC geralmente são produzidos com 100-1000 nm de comprimento e 1 nm
em diâmetro. Assim como o grafite, NTC são compreendidos de seis anéis
interconectados, ou hexágonos, de átomos de carbono. Esses hexágonos da extensão do
carbono a superfície inteira de um nanotubo e é a fonte de muitas propriedades peculiares
do nanotubo. A orientação espacial com respeito ao eixo do nanotubo não é única,
resultando em três tipos de quiralidades – armchair, zigzag e chiral. Armchair e zigzag
são nomeados após o padrão das ligações em suas extremidades abertas (ERICSON,
2003).

Figura 4 – Tipos de NTC – (a) armchair, (b) zigzag e (c) chiral.

Fonte: RAFIEE & POURAZIZI (2014).

Cada NTC vem especificado pelo vetor quiral que corresponde a direção do
enrolamento da folha bidimensional de grafeno. Na Figura 5, é possível observar a folha
na forma de colmeia de abelhas que representa o grafeno. Conectando os pontos O com
A e B com B´, uma parte da estrutura de um nanotubo é obtida. O ângulo da quiralidade
θ é medido em relação a direção zigzag (a1). Desta forma, um nanotubo com θ = 30° é
um nanotubo tipo armchair, e todo os outros formados com ângulo chiral na faixa 0° ≤
theta ≤ 30° são chamados de nanotubos chirais (HINOJOSA, 2007).
24

Figura 5 – Esquema da estrutura de colmeia de abelhas da folha de grafeno.

Fonte: ZARBIN & OLIVEIRA (2013).

Os NTC possuem superfícies com alta estabilidade química, portanto, poucos


átomos e moléculas podem interagir diretamente com suas paredes. A funcionalização é
um passo fundamental para o aumento da aplicabilidade de NTC. A funcionalização
covalente é comumente utilizada, sendo geralmente baseada na anexação dos grupos
carboxílicos ou aminas às extremidades ou sobre as paredes. Isto se deve ao átomo de
carbono do grupo COOH ligar-se, covalentemente, com os átomos de carbono do tubo,
tornando fácil a remoção do grupo OH utilizando um agente acoplador, podendo-se
assim, anexar outros grupos ou moléculas (CARNEIRO, 2009).
A funcionalização dos NTC através de suas paredes, pontas ou por
encapsulamento tem sido vista como uma forma de explorar o potencial dos NTC na
nanotecnologia. Os NTC funcionalizados podem ter propriedades eletrônicas e mecânicas
que são substancialmente diferentes dos NTC não funcionalizados e este fenômeno pode
ser explorado em diversas aplicações (SOUZA FILHO & FAGAN, 2007).
Diversas técnicas não-destrutivas de imagem e microscopia têm sido empregues
na caracterização e analises dimensionais de NTC, como microscopia eletrônica de
varredura e microscopia eletrônica de transmissão. Técnicas de microscopia são,
comumente, utilizadas para estudar a morfologia em determinados níveis, enquanto que
técnicas de difração são aplicadas para obter uma descrição morfológica média de uma
amostra (HERRERO-LATORRE et al., 2015).
25

3.4 ADSORÇÃO

A adsorção é um fenômeno físico-químico onde o componente em uma fase


gasosa ou líquida é transferido para a superfície de uma fase sólida. Os componentes que
se unem a superfície são chamados adsorvatos, enquanto que a fase sólida que retém o
adsorvato é chamada adsorvente. A remoção das substâncias a partir da superfície é
chamada dessorção (ANDIA, 2009).
A adsorção é classificada de acordo com o tipo de interações que ocorrem durante
o processo de atração entre o adsorvato e o adsorvente. Geralmente pode-se distinguir
dois tipos de adsorção: a adsorção física (fisissorção) e adsorção química (quimissorção)
(SODRÉ; LENZI; DA COSTA, 2001).
A adsorção está intimamente ligada à tensão superficial das soluções e a
intensidade deste fenômeno depende da temperatura, da natureza da concentração da
substância adsorvida, do estado de agregação do adsorvente e do fluido em contato com
o adsorvente, considerando que a tensão superficial é um fenômeno de superfície, então
a influência do soluto na tensão superficial de uma solução dependerá da maior ou menor
concentração deste soluto na superfície da solução (RUTHVEN, 1984).
A primeira etapa da adsorção pode ser afetada pela concentração do adsorvato e
pela agitação. Portanto um aumento na concentração do soluto pode acelerar a difusão
dos mesmos da solução para a superfície do sólido. A capacidade máxima de adsorção é
obtida da isoterma de adsorção e equilíbrio. A segunda etapa é geralmente considerada a
etapa determinante, especialmente quando se trata de adsorventes microporosos
(NASCIMENTO et al., 2014).

3.4.1 Tipos de Adsorção

A adsorção física caracteriza-se por uma baixa interação entre o fluido e o sólido
e as forças atuantes são da mesma ordem de grandeza que as forças de Van Der Waals,
sendo empregada nos processos de separação de compostos de misturas por ser rápida e
facilmente reversível. Rutheven (1984) relata que as forças envolvidas na adsorção física
incluem tanto as forças de Van Der Waals (dispersão – repulsão) como interações
eletrostáticas (polarização, dipolos, quadripolos) (SILVA et al., 2007).
Por outro lado, a quimisorção é o processo correspondente a uma interação do tipo
químico, na qual os elétrons de enlace entre as moléculas e o sólido sofrem
rearranjamento e os orbitais respectivos mudam de forma, de modo similar a uma reação
26

química. Todavia, não ocorre sempre a alteração eletrônica é completa, pode ocorrer
somente uma modificação ou deformação parcial dos orbitais (ANDIA, 2009).
Os conceitos de quimissorção e fisissorção são diferentes, porém os dois
mecanismos de adsorção não são completamente independentes. A quimissorção é
altamente específica e nem todas as superfícies sólidas possuem sítios ativos capazes de
adsorver quimicamente o adsorvato, é necessário ressaltar que nem todas as moléculas do
fluido podem ser adsorvidas quimicamente, somente as que possuem sítio ativo
(SHACKELFORD, 2008).
Por outro lado, a fisissorção ocorre em toda a superfície adsorvente, quando as
forças intermoleculares de atração das moléculas na fase fluida e da superfície sólida são
maiores que as forças intermoleculares de atração das moléculas na fase fluida e da
superfície sólida são maiores que as forças atrativas entre as moléculas do próprio fluido
(NASCIMENTO et al., 2014).

3.4.2 Isotermas de Adsorção

Isotermas de adsorção são equações matemáticas utilizadas para descrever, em


termos quantitativos, a adsorção de solutos por sólidos, a temperaturas constantes. Uma
isoterma de adsorção mostra a quantidade de um determinado soluto adsorvida por uma
´ç~psuperfície adsorvente, em função da concentração de equilíbrio do soluto. Duas
equações são comumente utilizadas para descrever a adsorção, as equações de Langmuir
e Freundlich (ALLEONI; CAMARGO; CASAGRANDE, 1998).
O comportamento das isotermas pode ser apresentado de diversas formas,
fornecendo diferentes informações importantes acerca do modelo matemático que o
representa. A isoterma de Langmuir assume que todas as forças que atuam na adsorção
são similares em natureza àquelas que envolvem uma reação química e que o processo
atinge o máximo quando uma camada monomolecular cobre totalmente a superfície do
adsorvente (TAGLIAFERRO et. al, 2011). Há dois modelos da equação de Langmuir que
podem ser utilizados, o modelo linear (1) e o modelo não-linear (2) (MAHMOOD et.
al,2012).
𝐶𝑒 𝐶𝑒 1
= + (1)
𝑞𝑒 𝑞𝑚𝑎𝑥 𝐾𝐿 𝑞𝑚𝑎𝑥
𝐾 𝐶𝑒
𝑞𝑒 = 𝑞𝑚𝑎𝑥 . 1+ 𝐾𝐿 (2)
𝐿 .𝐶𝑒
27

Onde:
• qe: quantidade de soluto adsorvido (mg.g-1);
• Ce: concentração do soluto na solução de equilíbrio (mg.mL-1);
• KL: constante de Langmuir que fornece a capacidade de adsorção teórica na
monocamada (L.g-1);
• qmax: capacidade máxima de adsorção do adsorvente (L.mg-1).
• C0: Concentração inicial de soluto em solução (mg.mL-1)
No modelo de Langmuir, há o parâmetro de equilíbrio (RL) que permite prever a
forma da isoterma de adsorção, indicando se o processo é favorável ou desfavorável
(LINHARES et al., 2008)., sendo representado através da equação:
1
𝑅𝐿 =
1 + 𝐶0. 𝐾𝐿 . 𝑞𝑚𝑎𝑥
Onde:
• RL > 1, a adsorção é desfavorável;
• RL = 1, linear;
• 0 ≤ RL≤ 1, favorável;
• RL = 0, irreversível.

Outro modelo utilizado é a equação de Freundlich, na qual a energia de adsorção


decresce logariticamente, à medida que a superfície é coberta pelo soluto, o que a
diferencia da equação de Langmuir, na qual a energia de adsorção é constante. A equação
de Freundlich ajusta-se bem a sólidos com propriedades de superfície heterogêneas
(FARIAS et. al, 2009), sua forma exponencial (3) e linear (4) podem ser representadas da
seguinte forma:
𝑞𝑒 = 𝐾𝐹 . 𝐶𝑒 𝑛 (3)
1
ln 𝑞𝑒 = ln 𝐾𝐹 + ln 𝐶𝑒 (4)
𝑛

em que:
• KF: coeficiente de adsorção de Freundlich (mg.g-1);
• n: parâmetro empírico, 1< n < 10, indicam adsorção favorável.
A eficiência de adsorção (% R) pode ser calculada através das relações entre as
concentrações de soluto em solução no início e final do processo adsortivo (LOPES,
2008).
𝐶0 − 𝐶𝑓
%𝑅 = 𝑋 100%
𝐶𝑖
28

Sendo:
• Cf: concentração final de soluto em solução (mg.mL-1).
Após as determinações de Ce e qe é possível construir um gráfico dos valores qe
versus Ce (qe na ordenada, ou eixo vertical, e Ce na abscissa, ou eixo horizontal) o qual
tem como resultado um gráfico de uma isoterma de adsorção. As diversas formas
possíveis de adsorção são representadas na figura 6.
Figura 6 – Tipos de isotermas de adsorção.

Fonte: NASCIMENTO et. al (2014).

As isotermas ainda podem ser nomeadas a partir de quatro tipos principais: S –


esférica, L – Isoterma de Langmuir, H – Alta afinidade e C – constante de partição. Entre
estas, a que ocorre com maior frequência em soluções diluídas pertencem ao tipo L
(SILVA et al., 2007).
Figura 7 – Isotermas do tipo S, L, H e C.

Fonte: ANDIA, (2009).


29

As isotermas do tipo S possuem inclinação linear e convexa em relação à abcissa,


a adsorção inicial é baixa, aumentando à medida que o número de moléculas adsorvidas
aumenta. Todavia, o tipo L possui inclinação não linear e côncava em relação à abcissa,
nesse caso, há uma diminuição da disponibilidade dos sítios de adsorção quando a
concentração da solução aumenta. Contudo, isotermas do tipo H estão relacionadas a um
caso especial de curva do tipo L, sendo observada quando a superfície do adsorvente
possui alta afinidade pelo soluto adsorvido. Enquanto que as isotermas do tipo C,
correspondem a uma partição constante do soluto entre a solução e o adsorvente, dando
à curva um aspecto linear (FALONE; VIEIRA, 2004).

3.4.3 Fatores que afetam a Adsorção

O processo de adsorção é afetado por diversos fatores que podem influenciar na


eficiência da adsorção, alguns deles são:
a) Velocidade de agitação: A velocidade de agitação do sistema solução/adsorvente
pode reduzir a resistência da camada periférica ao redor da partícula do
adsorvente. Pois quando agitadas, as partículas do adsorvente e as moléculas do
adsorvato adquirem movimentação na solução, resultando em uma chance maior
de ocorrer a adsorção.

b) Concentração inicial do adsorvato: Quanto maior for a concentração inicial,


maior será a quantidade de moléculas competindo para se adsorverem na
superfície do adsorvente.

c) Área superficial do adsorvente: A adsorção é um fenômeno de superfície,


portanto a extensão da adsorção é proporcional a área superficial específica, sendo
esta a porção da área total disponível para adsorção. Logo, a quantidade adsorvida
por unidade de massa de adsorvente é maior quanto mais finamente estiver
dividido o adsorvente, e quanto mais poroso for o material e o diâmetro das
partículas.

d) Temperatura: O aumento da temperatura aumenta a velocidade de difusão das


moléculas de soluto como consequência da diminuição da viscosidade da solução.
O aumento da temperatura favorece o aumento na difusão das moléculas na
30

camada periférica externa e nos poros internos das partículas do adsorvente


(SILVA, 2005).

3.4.4 Cinética de Adsorção

O conhecimento da cinética de um processo permite avaliar o grau de retenção de


um processo adsortivo, permitindo, desta forma, verificar a eficiência do mesmo.
Portanto, aplicando-se o estudo cinético de adsorção de Cr (VI) em solução aquosa, é
possível predizer a velocidade de remoção dos íons de Cr (VI) para que se possa
dimensionar sistemas apropriados para tratamento de águas contaminadas por este
poluente (ANDIA, 2009).
A cinética de adsorção depende muitas vezes da concentração dos reagentes e da
temperatura, a dependência entre estes dois fatores é relacionada pela ordem de reação,
uma reação pode ser de ordem zero, primeira ordem ou de segunda ordem.

3.4.4.1 Cinética de ordem zero

A ordem zero ocorre quando a concentração do reagente não causa alteração na


velocidade, ou seja, nas reações de ordem zero, a velocidade é constante,
independentemente da concentração do reagente (LEVENSPIEL, 2000). A equação para
uma reação de ordem zero pode ser descrita abaixo:
𝑑𝐶𝐴
− =𝑘
𝑑𝑡

Aplicando-se as integrações, a equação passa a ser:


CA = CA0 – k.t
Sendo:
CA – concentração final do soluto;
CA0 – concentração inicial do soluto;
k – constante da velocidade (concentração.tempo-1);
t – tempo (min);
A meia-vida de uma reação é o tempo necessário para que a concentração do
reagente diminua à metade de seu valor inicial. A equação do tempo de meia vida de
uma reação de ordem zero é definida como:
𝐶𝐴0
𝑡1⁄ =
2 2𝑘
Onde t1/2 corresponde ao tempo de meia vida.
31

O tempo de meia vida de uma reação de ordem zero é diretamente proporcional


à concentração inicial do reagente (THEODORO et al., 2011).

3.4.4.2 Cinética de primeira ordem

Na cinética de primeira ordem, a velocidade é diretamente proporcional a


concentração do reagente. Uma das primeiras equações de taxa estabelecidas para
adsorção em superfícies sólidas em um sistema de adsorção sólido/líquido foi a de
Lagergren (1898), conhecida como equação cinética de primeira ordem. É amplamente
utilizada em processos de adsorção do soluto em uma solução líquida, baseia-se na
capacidade de adsorção do sólido (SCHMAL, 2009). A forma mais utilizada é:
𝑘
𝐿𝑜𝑔(𝑞𝑒 − 𝑞𝑡 ) = log( 𝑞𝑒 ) − 𝑡
2,303
Onde:
k – constante de taxa de adsorção da primeira ordem (min-1);
t – tempo de reação (min);
𝑞𝑒 – quantidade de soluto adsorvida (mg.g-1);
𝑞𝑡 – capacidade de adsorção em um tempo t (mg.g-1).
O tempo de meia vida de uma reação de primeira ordem pode ser expresso da
seguinte forma:
1
𝑡1⁄ = 𝑙𝑛2
2 𝑘
Em diversos casos, o modelo de primeira ordem não se ajusta a toda faixa de
tempo de contato, sendo geralmente aplicável em tempos acima de 20 a 30 minutos
iniciais do processo de adsorção (NASCIMENTO et al., 2014).

3.4.4.3 Cinética de segunda ordem

Geralmente, os modelos cinéticos se ajustam aos modelos de primeira ordem e


segunda ordem. No modelo de segunda ordem, a velocidade depende do quadrado da
concentração do reagente (PETRONI, 2004).
O modelo cinético de segunda ordem também é baseado na capacidade de
adsorção da fase sólida em sistemas sólidos/líquidos, descreve o comportamento do
processo em toda faixa de tempo de contato. A equação pode ser expressa como:
32

𝑡
𝑞𝑡 =
1⁄ + 1⁄
ℎ 𝑞𝑒
Onde:
h – velocidade de adsorção inicial (mg.g-1.min-1)
Enquanto que o tempo de meia vida de uma equação de segunda ordem, pode ser
calculado da seguinte forma:
1
𝑡1⁄ =
2 𝑘𝐶𝐴0
Se a cinética de segunda ordem for aplicável, um gráfico (t/q) versus t, deve
mostrar uma relação linear, com coeficiente linear (1/kqe2) e coeficiente angular (1/qe).
Em todas as ordens de reação, o valor da constante (k) é obtido através do coeficiente
linear da reta (SILVA, 2005).

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 SÍNTESE DOS ADSORVENTES

A síntese dos materiais HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 foi realizada através


do método de coprecipitação e 10≤ pH ≤ 11. Os materiais HT e HAp foram sintetizados
da seguinte forma: a síntese da HT envolveu duas fases: preparo de uma solução NaOH-
Al através da dissolução do Al0(s) metálico com solução de NaOH 3M e de uma solução
de Mg(NO3)2.6H2O 0,24M. Enquanto a síntese da HAp, envolveu a preparação de duas
soluções: H3PO4 0,3M e Ca(OH)2 0,5M.
Realizou-se o gotejamento da solução de H3PO4 na HAp e da solução de NaOH-
Al na HT até o pH igual a 10. A reação ocorreu à temperatura ambiente, com fluxo de
gotejamento igual a 1mL/min e agitação magnética. As soluções precursoras de HT e
HAp foram mantidas separadas em banho ultrassônico por 30 min. Após esse período as
soluções foram misturadas e dopadas com 5% e 15% p/p de NTC, permaneceram em
banho ultrassônico por 2h. O precipitado obtido foi submetido a banho hidrotérmico por
24h/80°C, em seguida foi lavado até atingir pH = 7, foi então filtrado e seco em estufa
por 24h/80 °C.
Os Nanotubos de Carbono (NTC) utilizados neste trabalho são majoritariamente
do tipo Parede Simples (comprimento: 225 nm, diâmetro: 0,9 - 1,2 nm), foram
sintetizados por meio do método de Corrente Elétrica de Curto-Circuito sob atmosfera
inerte (Patente US8808635 B2). As três amostras a serem estudadas foram denominadas
como: HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15, respectivamente.
33

Fluxograma 1 – Síntese do material HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15.

Fonte: BARROS (2016).

4.2 CARACTERIZAÇÕES DOS ADSORVENTES

Os materiais sintetizados foram caracterizados através das metodologias: Difração


de Raios-X (DRX), Espectroscopia de Absorção no Infravermelho com Transformada de
Fourier (FTIR), Espectroscopia Raman, Microscopia Eletrônica de Varredura e
Espectrometria de Energia Dispersiva de Raios-X (MEV/EDS) e Fisissorção de N2
(BET/BJH).

4.2.1 Difração de Raios-X (DRX)

Os dados de DRX foram obtidos utilizando um difratômetro PANalytical X


PERT-PRO PW 3050, sob condições: radiação Cu Kα (λ = 1,5406 Å), tempo de contagem
20s, corrente de 40 mA e tensão de 40 kV. O software empregado para indexação dos
picos foi: X’ PERT HighScore, versão (2.1b) através do banco de dados do Centro
Internacional de Dados para Difração (CIDD). A análise foi realizada no Laboratório de
Caracterização Mineral, pertencentes ao PPGG – UFPA.

4.2.2 Microscopia Eletrônica de varredura/ Espectrometria de Energia


Dispersiva de Raios-X (MEV/EDS)

O equipamento utilizado foi o microscópio Zeiss – LEO 1430, enquanto que a


amostra foi metalizada em ouro, sob condições: tempo de recobrimento de 2 min, corrente
34

do feixe de elétrons = 90 μA, voltagem de aceleração constante = 10 kV, distância do


trabalho = 15 mm. A análise foi realizada no Laboratório de Microscopia Eletrônica de
Varredura – LABMEV, no Instituto de Geociências da UFPA.

4.2.3 Espectroscopia de Absorção no Infravermelho com Transformada de


Fourier (FTIR)

As análises de FTIR foram realizadas no Laboratório de Infravermelho,


pertencente ao Instituto de Farmácia – UFPA, em um espectrômetro SHIMADZU,
modelo IRPrestige21. Foi utilizada a técnica de pastilhas em KBr para sólidos a partir de
1mg de cada amostra para 99 mg de KBr a pressão de 1,8 kbar sob vácuo. A faixa
espectral de análise foi de 400 a 4000 cm-1, com resolução de 4 cm-1 e 16 varreduras.

4.2.4 Espectroscopia Raman

O espectro de espalhamento Raman foi obtido com um espectrômetro HORIBA,


modelo IHR320, acoplado a um microscópio Olympus bx41 e câmara CCD Synapse,
utilizando laser em 785 nm, fenda de 200 μm, objetivo 10x e tempo de integração de 300
s. A análise foi realizada no Laboratório de Física Pesquisa – UFPA.

4.2.5 Fisissorção de N2 (BET/BJH)

A análise de Fisissorção de N2 foi realizada pelo método de BET e BJH. As


análises foram realizadas no Laboratório de Catálise e Oleoquímica – UFPA, utilizando
um analisador de área superficial Quantachrome Instruments v2.1, com tratamento de
60°C/24h e pré-tratamento de adsorção a 100°C/2h.

4.3 ENSAIOS DE ADSORÇÃO

Os testes de adsorção foram realizados em uma coluna de leito fixo, sob


condições: Q = 2 mL/min, t = 10 h e variando a temperatura de 40 e 60°C. A adsorção de
Cr2O72- foi realizada, utilizando uma solução aquosa de K2Cr2O7 com concentração inicial
de 0,1 mol/L, de acordo com a Resolução da CONAMA 357, o limite permitido de
K2Cr2O7 é 0,5 mg.L-1, pHinicial = 6 e 392 mg de cada uma das amostras (HAp-HT, HAp-
HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15). As temperaturas adotadas foram escolhidas de modo a
avaliar a influência da temperatura no transporte de matéria, a temperatura que
apresentasse melhor comportamento seria adotada para as amostras dopadas com NTC.
35

Os experimentos foram acompanhados com coletas de alíquotas (~300µL) da


solução de K2Cr2O7 por um período de 1h, em seguida, as alíquotas seguiram para
determinação do Cr (VI) através de espectrofotometria na região do UV-VIS.
A unidade de bancada de adsorção em leito fixo foi montada e instalada no
Laboratório de Instrumental Inorgânico (Química Ensino/UFPA), para isto foram
utilizados os seguintes materiais e equipamentos: 1 balão volumétrico para destilação
com duas bocas de fundo redondo (250 mL), 1 bomba peristáltica, 1 mangueira (Øinterno
= 4mm), 1 coluna (h = 300mm, Øexterno = 38 mm).
A mangueira foi conectada a solução de K2Cr2O7 (0,1 mol/L) até a coluna de leito
fixo utilizando a bomba peristáltica, de modo que percorresse a solução. A coluna era
conectada ao balão volumétrico, por uma boca do balão a solução seguia para a coluna,
após percorre-la, a solução retornava para o balão. As amostras eram fixadas na coluna e
com o auxílio de algodão nas extremidades da amostra, impedia a perda do material
quando a solução percorresse a coluna.

Imagem 1 – Esquema de leito fixo para adsorção de Cr (VI).


Coluna de
leito fixo

Fonte: AUTOR, Power Point, (2016).

As isotermas das amostras HAp-HT á 40 e 60°C, foram obtidas através da relação


entre a quantidade de soluto adsorvida (qe) e o tempo de contato em minutos (t). Os tipos
de isotermas obtidos pertencem ao Tipo I, onde ocorre uma elevada seletividade iônica,
entretanto as isotermas podem ser distinguidas entre as de Freundlich – alta afinidade (H),
36

Langmuir (L), partição constante (C) e sigmoidal (S), sendo cada uma destas subdivididas
em classes de acordo com os pontos de inflexão máximos ou mínimos (MAHMOOD et
al., 2012; JIMENEZ; BOSCO; CARVALHO, 2004).

Gráfico 1 - Isotermas de adsorção do Cr (VI) das amostras HAp-HT à 40 e 60°C.

O valor de porcentagem de Cr (VI) retida (%R) comprovou maior eficiência a


60°C, representando melhoria de aproximadamente 17%, portanto é possível
compreender que o aumento de temperatura favoreceu a eficiência no processo de
adsorção.
Na Tabela 1 foram registrados a quantidade de Cr (VI) retida pela amostra HAp-
HT nas temperaturas de 40 e 60°C.

Tabela 1 - Porcentagem e concentração de Cr (VI) retida por HAp-HT.

Amostra %R Cr (mg.L-1)

HAp-HT (40°C) 20,5 70,27

HAp-HT (60°C) 37,19 109,34

A temperatura influencia na adsorção pois induz no aumento da difusão dos íons


de Cr (VI) na camada periférica do adsorvente, isto favoreceu a propagação das mesmas
na camada periférica esférica e nos poros internos das partículas do adsorvente (SILVA,
2005; RODRIGUES et al., 2010).
37

4.3.1 Determinação de Cr (VI) por Espectrofotometria na região do


UV-VIS.

A determinação do Cr (VI) foi realizada em um espectrofotômetro Digital Thermo


Scientific. Modelo Genesys 10S UV_Vis, sob condição: comprimento de onda (λ): 540
nm. Foi utilizada uma solução de difenilcarbazida (DFC) 1%, preparada a partir 0,2g de
DFC diluídos em 10 mL de álcool etílico 95%, utilizou-se um erlenmeyer de 100 mL,
completando-se o volume com ácido acético. A partir de 20 µL das alíquotas coletadas
na adsorção, foram adicionados: 1980 µL de água, 2 gotas de H2SO4 concentrado e 1 gota
da solução de DFC 1%. A solução complexou, tornando-se de coloração violeta. O
método foi realizado segundo a metodologia ABNT NBR 13738.
As alíquotas foram conduzidas ao espectrofotômetro para medição, o
procedimento foi realizado em triplicata. A reação entre dicromato e a DFC resulta na
formação de um quelato de coloração violeta intensa ([Cr(HL)2]+), o quelato é constituído
de Cr (III) e 1,5-difenilcarbazona (H2L). A concentração de Cr (VI) é determinada por
comparação com a absorvância da amostra com a dos padrões que sofreram igual
tratamento.
Cr2O72- + 3 H4L + 8 H+ [Cr(HL)2]+ + Cr3+ + H2L + 8 H2O
O quelato é formado rapidamente (aproximadamente 10 minutos para completar
a reação) e tem uma absorbância alta em 540 nm, o que permite uma análise altamente
seletiva e sensível (CHEPCANOFF, 2001).

5.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1.1 DRX

Os difratogramas das amostras HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15


(Gráfico 2) registraram os picos referentes as fases de interesse: HT [(003), (006), (101),
(012), (015) e (018)] , HAp [(002), (211), (112), (300), (202), (222) e (213) e (300)] e
NTC (002). As fases foram indexadas de acordo com a base de dados CIDD (Centro
Internacional de Dados para Difração): 01-089-0460 (1996) para HT, 01-072-1243
(1997) para HAp e 01-075-1621 (1997) para NTC.
38

Gráfico 2 – Difratogramas das amostras NTC, HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-


HT/NTC15.
- HAp - HT - NTC

HAp-HT/NTC15

HAp-HT/NTC5

HAp-HT

NTC

Nos difratogramas das amostras HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 foi possível


observar o aumento na intensidade dos picos com a introdução dos NTC. Desta forma,
comprova-se a relação direta do teor de NTC com a melhoria da cristalinidade das fases.
Os picos (100) e (101) pertencentes aos NTC não foram observados nas amostras HAp-
HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15, provavelmente devido a fase HAp ter mascarado a
presença destes picos, não sendo possível detectá-los através da análise DRX.
Os volumes e os parâmetros de cela unitária foram calculados para todas as
amostras, sendo possível observar a presença de desvios pouco intensos nos mesmos
(Tabela 2).

Tabela 2 – Volume e parâmetros da cela unitária das amostras HAp-HT, HAp-HT /NTC5
e HAp-HT/NTC15.
Fase HT Fase HAp
a = b (Å) c (Å) V (Å3) a = b (Å) c (Å) V (Å3)
HAp-HT 3,05±0,01 22,77±0,16 183,3±1,75 9,46±0,04 6,91±0,04 534,8±2,94
HAp-HT/NTC5 3,01±0,02 22,60±0,13 177,3±1,08 9,43±0,04 6,90±0,03 531,2±2,59
HAp-HT/NTC15 2,99±0,03 22,65±0,27 176,5±1,95 9,40±0,05 6,87±0,05 525,7±2,79
a
HT 3,046 22,772 182,97 - - -
b
HAp - - - 9,432 6,881 530,123
c
HT-HAp 3,04±0,01 22,70±0,20 181,1±1,9 9,38±0,03 6,87±0,03 523,2±4,3
39

HTd 3,05±0,001 22,54±0,01 - - - -


e
HAp - - - 9,43 6,90 -

NTC

a = b (Å) c (Å) V (Å3)


HAp-HT/NTC5 2,30±0,01 6,16±0,05 28,4±0,43
HAp-HT/NTC15 2,32±0,02 6,18±0,05 28,8±0,44
NTCf 2,47 6,79 35,88
Fontes: aCIDD ficha PDF 01-089-0460 (1996); bCIDD ficha PDF 01-072-1243 (1997); cBRASIL,
(2014); dTHEVENOT; SZYMANSKI; CHAUMETTE, (1989); eSTANIC et al., (2010); fCIDD ficha
PDF 01-075-1621 (1997).

Na amostra HAp-HT, os parâmetros a e c da fase HT encontraram-se bastante


próximos dos minerais de referência e dos dados coletados na literatura, em relação a fase
HAp, os desvios observados podem ter ocorrido devido uma maior interação desta fase
com a HT. O Volume da amostra HAp-HT apresentou valor maior daquele encontrado
na literatura (BRASIL, 2014), ambos os materiais foram sintetizados pelo mesmo
método, porém o material sintetizado neste trabalho apresentou predominância da fase
HAp, isto pode ter influenciado na diferença de volume registrada.
Nas amostras HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 ocorreu diminuição nos
parâmetros de cela unitária das fases HAp e HT. O parâmetro c da fase HT diminuiu,
possivelmente houve aumento da força eletrostática entre as camadas da Brucita da fase
HT, visto que o parâmetro c corresponde a três vezes a distância entre as camadas, isto
ocorre quando há prevalência do ânion carbonato, aumentando o número de cargas
negativas entre as lamelas, intensificando a atração eletrostática entre elas, resultando em
uma diminuição no parâmetro c (MEZA et al., 2014).
Por outro lado, os parâmetros a e c da fase HAp das amostras HAp-HT/NTC5 e
HAp-HT/NTC15 diminuíram, provavelmente, ocorreram substituições dos íons Ca2+
pelos Mg2+, podendo formar compostos Mg3(PO4)2 ou Ca3-xMgx(PO4)2, sendo este último
confirmado na fase HAp, estudos prévios comprovam que é possível substituir
aproximadamente 5% dos íons Ca2+ pelos Mg2+ , provocando diminuições nos parâmetros
a e c (GOUVEIA, 2008).

5.1.2 MEV/EDS

A amostra HAp-HT apresentou cristais com faces não uniformes com dimensões
micrométricas (≤ 2 µm) (Imagem 2). As dimensões dos cristais ficaram próximas dos
valores encontrados em literatura que apresentam variação de dimensão de 1-2 µm e
40

morfologia composta por cristais alargados e aproximadamente hexagonais (REBELO;


CUNHA; CORRÊA, 2012).

Imagem 2 -Micrografia da amostra HAp-HT.

4 7
2

Ponto 6
1

Intensidade
5
3
6

20 kV 5 kX 2µm
Energia (KeV)

A análise química qualitativa da amostra HAp-HT apresentou média das razões


molares Ca/P, Mg/Al e x iguais a 1,4, 2,08 e 0,325, respectivamente.
Os valores de Mg/Al e x estão de acordo com aqueles encontrados em literatura,
os quais são 1-8 e 0,10-0,33, na devida ordem (BENÍCIO et al., 2015). Enquanto que a
razão Ca/P apresentou um valor menor ao esperado para uma HAp estequiométrica (1,67)
(Tabela 3).

Tabela 3 – Análise química qualitativa (%at) dos elementos constituintes da amostra


HAp-HT.

Ponto 1 2 3 4 5 6 7

C 8,29 8,30 7,55 9,56 7,58 4,88 7,29

O 63,48 65,54 65,99 67,74 65,18 65,19 64,25

P 8,24 8,24 7,65 8,26 8,38 8,76 9,61

Mg 4,03 4,02 3,76 3,91 4,04 4,03 4,61

Al 6,65 5,87 6,16 4,56 6,23 6,82 5,95

Ca 9,31 8,03 8,88 5,97 8,57 10,33 8,28

Ca/P 1,40 1,37 1,44 1,31 1,38 1,51 1,39

Mg/Al 2,04 2,05 2,03 2,11 2,07 2,17 2,08


41

X 0,33 0,33 0,33 0,32 0,33 0,32 0,32

A razão Ca/P encontrada para a fase HAp encontra-se próximo ao valor esperado
para uma HAp A (1,48) que apresenta deficiência em cálcio (AZEVEDO; STRECKER;
ARAUJO JUNIOR, 2014). A formação de HAp não estequiométrica pode ter ocorrido,
devido a formação de uma HAp A durante a síntese, através da rápida formação de uma
fase amorfa metaestável em solução aquosa, ou pela elevada presença de carbonatos,
formando a uma HAp deficiente em cálcio (APARECIDA et al., 2007).
A amostra HAp-HT/NTC5 apresentou cristais não uniformes (Imagem 3), além
de aumento no tamanho dos cristais, apresentando dimensões micrométricas (≤ 5µm).

Imagem 3 – Micrografia da amostra HAp-HT/NTC5.

4
2

3 Ponto 3
Intensidade

5 1

20 kV 1.8 kX 5µm
Energia (KeV)
A análise química qualitativa da amostra HAp-HT/NTC5 apresentou média das
razões molares de Ca/P, Mg/Al e x iguais a 1,50, 3,22 e 0,24, respectivamente. O valor
obtido para HAp (Ca/P) encontrou-se abaixo para uma HAp estequiométrica (1,67).

Tabela 4 – Análise química qualitativa (%at) dos elementos constituintes da amostra


HAp-HT/NTC5.

Ponto 1 2 3 4 5

C 30,75 37,81 37,56 30,66 31,76

O 43,54 42,26 46,68 43,80 45,31

P 3,96 3,53 3,09 4,23 3,33

Mg 10,56 7,08 6,00 8,73 5,76


42

Al 3,26 2,06 2,10 2,56 1,83

Ca 6,38 5,14 4,35 6,50 4,87

Ca/P 1,61 1,46 1,41 1,53 1,46

Mg/Al 3,24 3,43 2,85 3,42 3,14

X 0,24 0,23 0,26 0,23 0,24

De modo semelhante ao que ocorreu na amostra HAp-HT, houve formação de


uma HAp do tipo A, portanto a mesma pode ter sido obtida devido a formação de uma
fase amorfa metaestável durante a síntese. Enquanto que as razões de Mg/Al e x se
encontraram dentro da faixa esperada (APARECIDA et al., 2007).
A amostra HAp-HT/NTC15 apresentou cristais com dimensões micrométricas (≤
5µm)(Imagem 4).

Imagem 4 – Micrografia da amostra HAp-HT/NTC15.

Ponto 2
1
Intensidade

3 2

6
20 kV 2 kX 5µm
Energia (KeV)
A análise química qualitativa da amostra HAp-HT/NTC15 apresentou média das
razões molares de Ca/P, Mg/Al e x iguais a 1,56, 2,50 e 0,286, respectivamente. O valor
obtido para HAp foi próximo ao esperado para uma HAp não estequiométrica (Ca/P <
1,67).
43

Tabela 5 – Análise química qualitativa (%at) dos elementos constituintes da amostra


HAp-HT/NTC15.

Ponto 1 2 3 4 5 6

C 57,11 59,98 65,44 67,05 60,97 69,64

O 22,85 23,12 19,05 22,73 27,66 18,50

P 5,63 4,67 4,50 2,65 3,30 3,15

Mg 3,75 3,40 2,90 2,47 2,44 2,59

Al 1,74 1,37 1,17 0,93 0,96 0,94

Ca 8,92 7,46 6,95 4,17 4,67 5,07

Ca/P 1,59 1,60 1,54 1,58 1,42 1,61

Mg/Al 2,15 2,48 2,46 2,67 2,54 2,74

X 0,32 0,29 0,29 0,27 0,28 0,27

Os valores de Mg/Al e x encontram-se na faixa recomendável, os quais são 1-8 e


0,10-0,33, na devida ordem (BENÍCIO et al., 2015). É provável que a fase HAp tenha
apresentado deficiência em cálcio, sendo uma HAp A (AZEVEDO; STRECKER;
ARAUJO JUNIOR, 2014), a formação de uma HAp A pode ter ocorrido pelo mesmo
motivo que ocorreu a formação da mesma na amostra HAp-HT, a rápida formação de
uma fase amorfa metaestável.
As micrografias obtidas das amostras HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-
HT/NTC15 indicaram que as principais diferenças entre as amostras, referem-se a
algumas alterações observadas no tamanho dos cristais, pôde-se observar que à medida
que aumenta o teor de NTC nas amostras, há presença de uma superfície com maior
irregularidade, além do aumento do tamanho dos cristais. É provável que isto ocorreu
devido a presença de grupos funcionais oxigenados presentes nos NTC, fornecendo um
aspecto aproximadamente fibroso nos materiais dopados com NTC.

5.1.3 FTIR

Os espectros de infravermelho das amostras HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-


HT/NTC15 foram registrados no intervalo, 500-4000 cm-1. A 3500 cm-1 foram registradas
bandas atribuídas ao estiramento da ligação H-O, presentes na camada de hidróxidos tipo
44

Brucita da HT, assim como na fase HAp e NTC, observou-se também uma banda a ~1600
cm-1, referente a moléculas de H2O na região interlamelar da HT (ASGARI et al., 2012;
CARDOSO, 2002; CARNEIRO, 2009).

Gráfico 3 – Espectros de absorção no infravermelho das amostras NTC, HAp-HT, HAp-


HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15.

As principais bandas de absorção dos ânions carbonatos foram registradas em


torno de 1380 e 680 cm-1, pertencentes as fases HAp e HT, sendo que as bandas em torno
de 1030 e 960 cm-1 são caracterizados pelos grupos fosfatos presentes somente na fase
HAp, por fim, os grupos em 783 e 579 cm-1 pertencem as vibrações Metal-Oxigênio (M-
O), podendo ser: Al-O e Mg-O, presentes em HT (BARROS, 2016).
A presença de um ombro em torno de 3000 cm-1, evidente na amostra HAp-HT, é
atribuída a ligações de hidrogênio entre a água e o ânion na intercamada (CONCEIÇÃO
et al., 2007; AZZAOUI et al., 2014). A 2825 cm-1 foi registrada a banda CH2, atribuída
aos grupos pertencentes as redes do NTC (BONADIMAN, 2007).
,
45

Tabela 6 – Bandas de absorbância IR das amostras NTC, HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e


HAp-HT/NTC15 (cm-1).

Amostras \Bandas ʋ1(OH) CO2 δ(H2O) ʋ3(CO32-) ʋ3(PO43-) ʋ1(PO43-) M-O/ ʋ4(CO32-)
M-OH
HAp-HT 3456 2352 1632 1386 1039 957 783 681
HAp-HT/NTC5 3466 - 1632 1386 1039 - 579 -
HAp-HT/NTC15 3408 2352 1652 1376 1039 967 - 681
NTC 3427 2352 - - - - - -
HTa 3455 - 1640 1364 - - 500-1000 670-690
HApb 632-3572 - - - 1045 962 - 601
NTCc 3424 - - - - - - -

Fonte: aGUO et al., (2013); bAZZAOUI et al., (2014); cYOUSEFI et al.,


(2014).
Todas as amostras apresentaram resultados concordantes com a literatura, a
diferença observada encontra-se na redução da simetria do carbonato (~1380 cm-1),
podendo ser atribuída a existência de dois tipos de coordenação do ânion carbonato no
espaço interlamelar: complexo monodentado ou bidentado, provocando alteração na
simetria do material associado a desordem natural do espaço interlamelar (CONCEIÇÃO
et al., 2007).
As bandas em torno de ~1380, compostas pelas vibrações moleculares dos grupos
CO32- ocorreram, pois durante o método de coprecipitação em meio aquoso, sem controle
da atmosfera da síntese, há favorecimento de incorporação do grupo CO32- a estrutura da
HAp (CUNHA, 2010).
Com a introdução dos NTC nas amostras HAp-HT/NTC5 e HAp-HAT/NTC15
foi possível notar que a medida que o teor de NTC aumentou, a intensidade das bandas
enfraqueceu, logo é provável que houve baixa interação molecular da ligação destas
bandas com as moléculas de NTC ou ainda ao processo de transferência de carga entre os
NTC ou espécies químicas intercaladas entre os tubos serem bastante sensíveis.

5.1.4 Espectroscopia Raman

Os espectros Raman das amostras HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15


registraram a 433, 562, 613, 973, 1065, 1345 e 1573 cm-1, as seguintes bandas: v2(PO43-
), Mg,Al-OH, v4(PO43-), v1(PO43-), v1(CO32-), D e G, respectivamente (Gráfico 4).
46

Gráfico 4 – Espectros Raman das amostras HAp-HT, NTC, HAp-HT/NTC5 e


HAp-HT/NTC15.

As bandas pertencentes a HT que foram registradas são v1(CO23-) e Mg,Al-OH,


sendo que o deslocamento CO23- refere-se ao o íon carbonato em sua simetria D3h (íon
livre), esse modo vibracional somente se torna ativo quando há um abaixamento de
simetria D3h para C5 ou C2v , referentes ao íon carbonato bi ou monodentado
(SOLYMOSSY, 2005).
As bandas da fase HAp registradas são características do modo de estiramento do
grupo fosfato, característica quando se obtêm cristais de HAp (OLIVEIRA & CORAT,
2012). Por outro lado, na fase NTC, a banda G fornece informações importantes sobre o
caráter metálico e semicondutor do NTC, sendo atribuída a uma divisão do modo do
estiramento de grafite, enquanto que a banda D é o modo proveniente da desordem
natural, podendo ser observada devido a quebra de simetria translacional do nanotubo,
originada pela presença de um defeito ou de uma ligação com alguma molécula (SOUZA
FILHO & FAGAN, 2007).
Na Tabela 7, os picos registrados nas amostras HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-
HT/NTC15 ficaram próximos dos valores encontrados em literatura.
47

Tabela 7 – Deslocamento Raman (cm-1) das amostras HAp-HT, HAp-HT/NTC5,


HAp-HT/NTC15, NTC e dos valores de referência.
Fases HAp-HT NTC
Bandas ʋ2(PO4 )3-
Mg,Al- ʋ4(PO43-) ʋ4(PO4 )3-
ʋ1(PO43-) ʋ1(CO3 )
2-
D G
OH
HAp-HT 433 562 595 613 973 1065 - -
HAp-HT/NTC5 - 576 - - - - 1345 1573
HAp-HT/NTC15 403 - - - - - 1338 1574
NTC - - - - - - 1353 1579
a
HT - 553 - - - 1053 - -
HApb 429 - 589 608 960 - - -
NTCc - - - - - - 1300 1600
a b c
Fontes: KLOPROGGLE et al., (2002); CIOBANU et al., (2011); CARNEIRO, (2009).

Comparando as amostras HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 com HAp-HT, foi


observado que os picos pertencentes a fase NTC prevaleceram sobre os demais, as bandas
pertencentes a fase HAp-HT apresentaram baixa intensidade nas amostras dopadas com
NTC.
Apesar de todas as amostras terem sido testadas em outros lasers (785, 633, 532
nm), os resultados foram bastante próximos, portanto, isto provavelmente ocorreu porque
as bandas Raman são geralmente fracas, podendo desta forma serem ocultadas devido a
efeitos de ressonância como fluorescência, porém isto pode ser evitado utilizando um
laser que permite a eliminação de fluorescência e da decomposição termal (LEITE, 2008;
CARNEIRO, 2009).
Vale ressaltar que nas amostras HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 foi registrada
uma mudança relevante na intensidade nos modos ativos das bandas G e D, que
apresentaram frequência baixa à medida que o teor de NTC aumentava, portanto, este
resultado pode indicar inserção de defeitos ou quebra de ligações na estrutura do NTC,
resultando em uma estrutura menos desordenada (LARRUDÉ, 2007; OSORIO, 2008).

5.1.5 BET/BJH

As amostras HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 apresentaram curva de


histerese do tipo H3 caracterizados por dois ramos da isoterma assintóticos relativamente
a vertical P/P0 = 1. De acordo com a classificação IUPAC, foram registradas em todas as
amostras, isotermas do tipo IV, características de materiais mesoporosos (20 Å < Ø < 500
Å), associando-se a agregados não-rígidos de partículas em forma de placas, originando
poros em fendas (Gráfico 5).
48

Gráfico 5 – Isotermas de adsorção/dessorção de N2 dos materiais HAp-HT,


HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15.

HAp-HT/NTC15

HAp-HT/NTC5

HAp-HT

Os valores de área superficial específica da amostra HAp-HT se encontraram


bastante próximos dos valores de HT e superiores aos valores de HAp encontrados na
literatura (RODRIGUES, 2007; BRASIL, 2014), enquanto que os valores de área
superficial específica, volume e diâmetro dos poros de HAp-HT/NTC5 e HAp-
49

HT/NTC15 são superiores aos valores de HAp-HT encontrados na literatura (LACERDA;


LAMEIRAS; SILVA, 2006; RAMLI et al., 2011; RODRIGUES, 2007; BRASIL, 2014).

Tabela 8 – Área superficial, volume e diâmetro médio dos poros das amostras
HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 e dos valores de referência.
Amostras \ Parâmetros SBET VP DP
(m2/g) (cm3/g) (Å)
HAp-HT 82,04 0,245 39,96
HAp-HT/NTC5 122,23 0,696 24,89
HAp-HT/NTC15 146,33 0,773 19,74
a
HAp 17,18 - -
b
HAp (calcinada) 24 0,2264 -
c
HT 82 0,25 40
d
HT-HAp 84,97 0,54 179
a b c
Fonte: LACERDA; LAMEIRAS; SILVA, (2006); RAMLI et al., (2011); RODRIGUES, (2007);
d
BRASIL, (2014).

O aumento da área superficial e volume dos poros, observado com a introdução


dos NTC nas amostras HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15, é provável devido a presença
dos NTC, pois os mesmos possuem elevada área superficial, associada a elevada
quantidade de mesoporos, ou seja, são materiais que possuem diâmetro dos poros entre
20 e 500 Å, contribuindo, desta forma, para o aumento da área superficial, acompanhado
pelo aumento de volume dos poros (NAVARRETE, 2002).
A área superficial específica é inversamente proporcional ao diâmetro médio dos
poros, isto explica a diminuição observada dos diâmetros à medida que a área superficial
aumentava nas amostras HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15, pois uma grande área
específica resulta em poros de menor diâmetro (SVAROVSKY, 1987; LOWELL &
SHIELDS, 1991).

5.1.6 Estudo de adsorção de Cr (VI)

Na aplicação dos estudos de adsorção, foram aplicados vários modelos de


adsorção, dentre os quais a relação a relação qe x tempo foi aquela onde obteve-se uma
isoterma favorável ao processo adsortivo. As isotermas das amostras HAp-HT, HAp-
HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 são do tipo L, característico de materiais adsorventes com
alta afinidade com o adsorvato (ANDIA, 2009) (Gráfico 6).
50

Gráfico 6 - Isotermas de adsorção do Cr (VI) das amostras HAp-HT, HAp-


HT/NTC5 e HAp-HT/15 à 60ºC.

Nas isotermas obtidas observou-se que a quantidade adsorvida aumenta com o


passar do tempo. O gráfico obtido apresenta curva ascendente, portanto de acordo com as
condições estudadas, os íons Cr (VI) são adsorvidos em várias camadas (CARDOSO,
2002).

Tabela 9 – Porcentagem e concentração de Cr (VI) retida por HAp-HT, HAp-


HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 à 60°C.

Amostras %R Cr (mg.L-1)
HAp-HT 37,19 109,34
HAp-HT/NTC5 56,76 166,87
HAp-HT/NTC15 60,23 177,08
a
HAp - 25,06
b
HT - 26-29
a b
Fontes: ASGARI et al., (2012); RAMOS-RAMÍREZ et al., (2009).

Na tabela 9 foram calculadas as quantidades retidas de Cr (VI) das amostras HAp-


HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15, onde é possível observar que a quantidade retida
pelas mesmas se mostraram eficientes, registrando valores superiores aos dados coletados
nos trabalhos de Asgari (2012) e Ramos-Ramírez (2009).
51

As amostras dopadas com NTC indicaram eficiência superior de retenção de Cr


(VI) em 23%, logo um fator fundamental pode ter contribuído para a eficiência observada,
o crescimento da área superficial, ou seja, o aumento da porção da área total disponível
para adsorção, este resultado foi possível devido a inserção dos NTC, que apresentam
elevada área superficial específica. Logo quanto maior for a área superficial, maior será
a quantidade de partículas retidas na superfície (SILVA, 2005). Portanto, a amostra que
apresentou maior área superficial (146,33 m2/g), HAp-HT/NTC15 apresentou melhor
capacidade de retenção, 60,23%.
Observou-se também que após 10 horas de tempo de contato entre adsorvente e
adsorvato, o processo não atingiu o equilíbrio, o que indica uma grande capacidade
adsortiva das amostras HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15.
Não é possível afirmar que as forças eletrostáticas entre as cargas positivas da
superfície do material dopado e as cargas negativas do ânion dicromato influenciaram no
processo de adsorção, pois é necessário um estudo aprofundado com variação de pH da
solução para estudar este comportamento. Vale ressaltar que seria necessário também
realizar um teste de ponto carga zero, pois através deste, é possível indicar o valor que o
pH é neutro na superfície do adsorvente, permitindo desta forma prever a influência do
pH da solução na adsorção.
O ajuste das isotermas de Langmuir e Freundlich foram calculados, onde obteve-
se melhor correlação da reta (R2) aplicando-se o modelo Freundlich (Tabela 10).

Tabela 10 – Parâmetros das isotermas de Langmuir e Freundlich das amostras


HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15.

Amostras Langmuir Freundlich


qmax KL R2 N KF R2
HAp-HT 322,58 -0,0006 0,7530 -3,4893 7,64E+09 0,9343
HAp-HT/NTC5 909,09 -0,0009 0,7170 -1,7389 1,17E+08 0,9218
HAp-HT/NTC15 909,09 -0,001 0,6869 -1,6460 5,73E+14 0,9114

A capacidade máxima de adsorção (qmax) dos materiais demonstrou que a


capacidade máxima de adsorção dos íons de Cr (VI) aumentou com o teor de NTC nas
amostras HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15, ocorrendo melhoria de retenção de 64%.
52

A constante de Langmuir (KL) é considerada como a constante de equilíbrio e


utilizada em cálculos de variação da energia livre de Gibbs, a mesma indicou uma
adsorção espontânea, devido apresentar valor negativo, por outro lado, valores positivos
indicam uma adsorção não espontânea (BONIOLO; YAMAURA; MONTEIRO, 2010).
O coeficiente de correlação da reta (R2) indicou um modelo satisfatório para isoterma de
Freundlich, sendo valores mais próximos de 1 (TAGLIAFERRO et al., 2011). Os ajustes
foram obtidos, utilizando o programa Microsoft Excel 2016.
Enquanto que os parâmetros de Freundlich sugerem que um valor de n ± 1 indica
que as distribuições dos sítios energéticos tendem a variar com a densidade de adsorção,
logo quanto maior for o valor de n, maior será a heterogeneidade dos sítios, indicando
sítios mais energéticos para a amostra dopadas com NTC (LINHARES et al., 2008).
A maior capacidade de adsorção (KF) corresponde ao material com maior teor de
NTC, HAp-HT/NTC15, enquanto que a menor capacidade de adsorção corresponde ao
material não dopado, HAp-HT.

5.1.7 Estudo cinético dos adsorventes

Aplicando-se os modelos cinéticos, observou-se que a adsorção de Cr (VI)


obedece à cinética de segunda ordem, devido o melhor ajuste obtido (Gráfico 7).

Gráfico 7 – Modelo cinético de segunda ordem para adsorção de Cr (VI).

HAp-HT/NTC15
t / qe

HAp-HT/NTC5

HAp-HT

t (min)
53

Os parâmetros cinéticos dos processos de adsorção foram obtidos pelas regressões


lineares dos gráficos de cada modelo, aplicando-se os ajustes no programa Microsoft
Excel 2016 (Tabela 11).
Tabela 11 – Parâmetros cinéticos para adsorção de Cr (VI) das amostras HAp-HT,
HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15.

Adsorventes
k (min-1) qe (mg.g-1) R2
HAp-HT 1,1 x 10-4 2482,64 0,9968
HAp-HT/NTC5 2,5 x 10-4 4719,00 0,9948
HAp-HT/NTC15 4,3 x 10-4 7575,06 0,9928

A ordem de reação foi verificada através da análise dos valores dos coeficientes
de correlação linear (R2), onde dado modelo deve encontrar-se mais próximo de um,
portanto o modelo de pseudo-segunda ordem apresentou maior aproximação (R2 = 0,99).
A constante da velocidade de reação (k) das amostras HAp-HT, HAp-HT/NTC5 e HAp-
HT/NTC15 se encontram próximas, pois foram aplicadas na mesma temperatura, 60°C,
sendo que “k” varia de acordo com a temperatura. Observou-se também que os valores
da quantidade de soluto adsorvida (qe) variaram com o aumento do teor de NTC.
54

6. CONCLUSÃO

A rota de síntese utilizando o método de co-precipitação mostrou-se eficiente na


cristalização dos materiais HAp e HT, sem a presença de fases anexas.
Em todas as amostras, as fases HAp e HT sintetizadas apresentaram bom nível de
cristalinidade, sendo a fase HAp predominante nas amostras (~72%). A cristalinidade das
fases HAp-HT foi aprimorada com a inserção dos NTC, comprovado pelo aumento da
intensidade dos picos, aproximadamente 66%, observada nas amostras HAp-HT/NTC5 e
HAp-HT/NTC15. Além disto, houve aumento no espaçamento basal (d003 e d006)
referentes aos planos (003) e (006) nas amostras dopadas com NTC, apresentando um
aumento (~4%), sugerindo uma estrutura lamelar favorável para inserção de espécies
aniônicas no espaço interlamelar.
As micrografias de todas as amostras apresentaram cristais com dimensões
micrométricas, observando-se aumento no tamanho dos cristais nas amostras dopadas
com NTC, houve características similares à cristais de HAp e HT. Na análise química
qualitativa foi possível observar uma razão Mg/Al (~3) esperada para HT, em todas as
amostras, entretanto a razão Ca/P (±1,67) apresentou valores diferentes para HAp
estequiométrica. Não foram observadas intensas alterações com a inserção dos NTC, é
necessário ressaltar que para notar se houve a intercalação dos NTC, é necessário utilizar
uma metodologia de maior acuracidade como a Microscopia Eletrônica de transmissão.
Os dados obtidos através das análises FTIR e Raman, registraram a presença dos
grupos pertencentes as fases HAp e HT, observaram-se modificações na simetria das fases
HAp e HT nas amostras dopadas com NTC, devido alterações observadas nas regiões
(500-4000 cm-1) e (400-1200 cm-1) nas análises FTIR e Raman, respectivamente,
provavelmente ocasionados devido a inserção de NTC na matriz da fase HAp-HT.
A introdução dos NTC modificou propriedades de superfície do material HAp-
HT, alterando os parâmetros SBET, VP e DP, devido isto observou-se na amostra HAp-
HT/NTC15, aumento de área superficial (78%) e volume dos poros (215%), além da
diminuição do diâmetro dos poros (50%). A diminuição do diâmetro dos poros foi
causada pelo aumento da área superficial, pois os mesmos se comportam de maneira
inversa.
O carbono presente nos NTC proporcionou na capacidade de formação de um pó
extremamente fino com estrutura altamente porosa e a existência de interações especificas
55

entre os átomos de carbono e outras moléculas, influenciando na formação de mesoporos,


apresentando propriedades adsorventes muito altas.
Vários modelos de adsorção foram aplicados, entre estes o gráfico da relação “qe
x tempo” encontrou melhor correlação dos dados, as equações de Langmuir e Freundlich
foram eficientes na determinação dos parâmetros de adsorção de Cr (VI), sendo que
houve melhor ajuste na isoterma de Freundlich. A amostra HAp-HT/NTC15 apresentou
maior heterogeneidade dos sítios (n=-1,6460) e maior capacidade de adsorção máxima
(KL=5,73E+14).
Em todas as amostras, as isotermas de adsorção se ajustaram a uma isoterma do
tipo L, os parâmetros indicaram um elevado poder de adsorção das amostras dopadas com
NTC, indicando uma alta afinidade entre adsorvente e adsorvato, além de um processo
favorável. A maior capacidade de retenção foi obtida com a amostra que apresentou maior
teor de NTC, HAp-HT/NTC15, promovendo um aumento de eficiência em 23%.
A cinética de adsorção se ajustou a modelo de segunda ordem, indicando que a
velocidade de adsorção depende do quadrado da concentração do reagente. Os parâmetros
foram calculados através das regressões lineares, sendo que a constante relacionada a
ordem de reação não apresentou intensas alterações, pois os mesmos variam de acordo
com a temperatura.
Portanto, as amostras HAp-HT/NTC5 e HAp-HT/NTC15 resultaram em materiais
extremamente interessantes, uma vez que a combinação de suas propriedades pôde levar
a formação de um adsorvente com alto potencial de retenção de Cr (VI), um fator que
contribuiu neste processo foi o aumento da área superficial, provocado pela introdução
dos NTC. Portanto, os testes de adsorção apresentaram resultados bastante consistentes e
com reprodutibilidade. Trabalhos futuros poderão ser realizados a fim de se avaliar o
efeito do material dopado com NTC, em outros tipos de metais.
56

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67

APÊNCIDES
68

APÊNDICE A – Dados experimentais da Adsorção de Cr (VI).

HAp-HT a 60°C.
Langmuir Freundlich

t CE X qE
1/CE 1/qE Log CE Log qE %R
[min] [mg.L-1] [mg.L-1] [mg.g-1]

0 2940,00 0,00 0,00 0.00 0,00 0,00 0,00 0

60 2688,14 251,86 642,49 0,000372004 0,001556435 3,43 2,81 8,57

120 2497,60 442,40 1128,57 0,000400384 0,000886077 3,40 3,05 15,05

180 2369,56 570,44 1455,19 0,000422019 0,000687194 3,37 3,16 19,40

240 2250,93 689,07 1757,82 0,00044426 0,000568886 3,35 3,24 23,44

300 2136,23 803,77 2050,43 0,000468114 0,000487703 3,33 3,31 27,34

360 2031,41 908,59 2317,83 0,000492268 0,000431439 3,31 3,37 30,90

420 1956,48 983,52 2508,99 0,000511123 0,000398567 3,29 3,40 33,45

480 1888,68 1051,32 2681,93 0,000529469 0,000372866 3,28 3,43 35,76

540 1857,44 1082,56 2761,62 0,000538374 0,000362106 3,27 3,44 36,82

600 1846,56 1093,44 2789,38 0,000541547 0,000358502 3,27 3,45 37,19

HAp-HT/NTC5 à 60°C.
Langmuir Freundlich

t CE X qE
1/CE 1/qE Log CE Log qE %R
[min] [mg.L-1] [mg.L-1] [mg.g-1]

0 2940,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0

60 2498,96 441,04 1125,11 0,000400167 0,000888803 3,40 3,05 15,00

120 2263,05 676,95 1726,90 0,000441881 0,000579071 3,35 3,24 23,03

180 2031,67 908,33 2317,16 0,000492205 0,000431563 3,31 3,36 30,90

240 1886,14 1053,86 2688,43 0,000530184 0,000371965 3,28 3,43 35,85

300 1762,03 1177,97 3005,03 0,000567527 0,000332776 3,25 3,48 40,07

360 1639,11 1300,89 3318,59 0,000610086 0,000301333 3,21 3,52 44,25

420 1517,74 1422,26 3628,20 0,000658873 0,000275618 3,18 3,56 48,38

480 1411,02 1528,98 3900,46 0,000708707 0,00025638 3,15 3,59 52,01

540 1332,51 1607,49 4100,73 0,000750462 0,000243859 3,12 3,61 54,68

600 1277,69 1662,30 4240,57 0,000782658 0,000235817 3,11 3,63 56,54

660 1271,33 1668,66 4256,79 0,000786572 0,000234919 3,10 3,63 56,76


69

HAp-HT/NTC15 à 60°C.
Langmuir Freundlich

t CE X qE
1/CE 1/qE Log CE Log qE %R
[min] [mg.L-1] [mg.L-1] [mg.g-1]

0 2940,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

60 2500,51 439,49 1121,16 0,000399919 0,000891933 3,40 3,05 14,95

120 2189,16 750,84 1915,41 0,000456797 0,00052208 3,34 3,28 25,54

180 1952,06 987,94 2520,25 0,000512278 0,000396787 3,29 3,40 33,60

240 1764,93 1175,07 2997,62 0,000566593 0,000333598 3,25 3,48 39,97

300 1575,27 1364,73 3481,47 0,000634814 0,000287235 3,20 3,54 46,42

360 1446,87 1493,13 3809,00 0,000691146 0,000262536 3,16 3,58 50,79

420 1299,67 1640,33 4184,52 0,000769428 0,000238976 3,11 3,62 55,79

480 1212,23 1727,77 4407,58 0,000824926 0,000226882 3,08 3,64 58,77

540 1169,36 1770,64 4516,94 0,000855168 0,000221389 3,07 3,65 60,23


70

APÊNDICE B – Curvas de calibração.

Curva de calibração da adsorção de Cr (VI) de HAp-HT.


2,5

2 Experimental
Absorvância [nm]

Calculado
1,5

0,5
y = 0,14x + 0,3675
R² = 1
0
0 2 4 6 8 10 12 14

K2Cr2O7 [mg.mL-1]

Curva de calibração da adsorção de Cr (VI) de HAp-HT/NTC5.


2,5

Experimental
2
Absorvância [nm]

Calculado
1,5

0,5
y = 0,14x + 0,3675
R² = 1
0
0 2 4 6 8 10 12 14
K2Cr2O7 [mg.mL-1]
71

Curva de calibração da adsorção de Cr (VI) de HAp-HT/NTC15.

2,5
Experimental

2
Calculado
Absorvância [nm]

1,5

0,5
y = 0,14x + 0,3675
R² = 1
0
0 2 4 6 8 10 12 14
K2Cr2O7 [mg.mL-1]
72

APÊNDICE C – Isotermas de Adsorção.

Isoterma de Adsorção de Cr (VI) da amostra HAp-HT a 60°C.

3000

Experimental
2500

Calculado
2000
qE [mg.g-1]

1500

1000

500
y = -2,551x + 7500
R² = 1
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000

CE [mg.L-1]

Isoterma de Adsorção de Cr (VI) da amostra HAp-HT/NTC5 a 60°C.


4500

4000 Experimental

3500
Calculado
3000

2500
qE [mg.g-1]

2000

1500

1000

500 y = -2,551x + 7500


R² = 1
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000

CE [mg.L-1]
73

Isoterma de Adsorção de Cr (VI) da amostra HAp-HT/NTC15 a 60°C.

5000
4500 Experimental

4000
Calculado
3500
3000
qE [mg.g-1]

2500
2000
1500
1000
500 y = -2,551x + 7500
R² = 1
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000

CE [mg.L-1]
74

APÊNDICE D – Isotermas do tipo L.

Isoterma do tipo L da adsorção de Cr (VI) pela amostra HAp-HT a 60°C.

3000

2500

2000
qE [mg.g-1]

1500

1000

500

0
0 100 200 300 400 500 600 700

t [min]

Isoterma do tipo L da adsorção de Cr (VI) pela amostra HAp-HT/NTC5 a 60°C.

4500

4000

3500

3000
qE [mg.g-1]

2500

2000

1500

1000

500

0
0 100 200 300 400 500 600 700

t [min]
75

Isoterma do tipo L da adsorção de Cr (VI) pela amostra HAp-HT/NTC15 a 60°C.

5000
4500
4000
3500
qE [mg.g-1]

3000
2500
2000
1500
1000
500
0
0 100 200 300 400 500 600

t [min]
76

APÊNDICE E – Isotermas de Langmuir.

Isoterma de Langmuir da adsorção de Cr (VI) pela amostra HAp-HT a 60°C.

0,0018

0,0016

0,0014

0,0012
1/qE[mg.g-1]

0,001

0,0008

0,0006

0,0004

0,0002 y = -5,3536x + 0,0031


R² = 0,753
0
0,00E+00 1,00E-04 2,00E-04 3,00E-04 4,00E-04 5,00E-04 6,00E-04

1/CE [mg.L-1]

Isoterma de Langmuir da adsorção de Cr (VI) pela amostra HAp-HT/NTC5 a 60°C.

0,001

0,0009

0,0008

0,0007

0,0006
1/qE[mg.g-1]

0,0005

0,0004

0,0003

0,0002

0,0001 y = -1,2319x + 0,0011


R² = 0,717
0
0,00E+00 2,00E-04 4,00E-04 6,00E-04 8,00E-04 1,00E-03

1/CE [mg.L-1]
77

Isoterma de Langmuir da adsorção de Cr (VI) pela amostra HAp-HT/NTC15 a 60°C.

0,001

0,0009

0,0008

0,0007
1/qE[mg.g-1]

0,0006

0,0005

0,0004

0,0003

0,0002

0,0001 y = -1,1015x + 0,0011


R² = 0,6869
0
0,00E+001,00E-042,00E-043,00E-044,00E-045,00E-046,00E-047,00E-048,00E-049,00E-04

1/CE [mg.L-1]
78

APÊNDICE F – Isotermas de Freundlich.

Isoterma de Freundlich da adsorção de Cr (VI) pela amostra HAp-HT a 60°C.

3,5

2,5

2
Log qE [mg.g-1]

1,5

0,5 y = -3,4893x + 14,883


R² = 0,9347
0
3,25 3,3 3,35 3,4 3,45

Log CE [mg.L-1]

Isoterma de Freundlich da adsorção de Cr (VI) pela amostra HAp-HT/NTC5 a 60°C.


4

3,5

2,5

2
Log qE [mg.g-1]

1,5

0,5 y = -1,7389x + 9,0698


R² = 0,9218
0
3,05 3,1 3,15 3,2 3,25 3,3 3,35 3,4 3,45

Log CE [mg.L-1]
79

Isoterma de Freundlich da adsorção de Cr (VI) pela amostra HAp-HT/NTC15 a 60°C.

3,5

2,5

2
Log qE [mg.g-1]

1,5

0,5 y = -1,646x + 8,7578


R² = 0,9114
0
3,05 3,1 3,15 3,2 3,25 3,3 3,35 3,4 3,45

Log CE [mg.L-1]
80

APÊNDICE G – Dados experimentais da cinética de adsorção de Primeira Ordem.

HAp-HT a 60°C.
Tempo qE Ln Ln qECalc
(qEmax-qE) S
[min] [mg.g-1] (qEmax-qE) (qEmaxC1-qE) [mg.g-1]
60 642,4938 2146,8903 7,6718 8,5183 2194,24 2407921,94
120 1128,5707 1660,8134 7,4151 8,4162 3536,05 5795952,693
180 1455,1935 1334,1906 7,1961 8,3412 4356,58 8418054,286
240 1757,8222 1031,5619 6,9388 8,2663 4858,35 9613261,224
300 2050,4281 738,9559 6,6052 8,1881 5165,18 9701709,283
360 2317,8251 471,5590 6,1560 8,1108 5352,82 9211190,529
420 2508,9878 280,3963 5,6362 8,0517 5467,56 8753151,821
480 2681,9272 107,4569 4,6771 7,9951 5537,73 8155586,899
540 2761,6239 27,7602 3,3236 7,9678 5580,63 7946813,49
600 2789,3841 0,0000 3,2567 7,9582 5606,87 7938235,268

HAp-HT/NTC5 a 60°C.
Tempo Ln Ln qECalc
qE [mg.g-1] (qEmax-qE) S
[min] (qEmax-qE) (qEmaxC1-qE) [mg.g-1]
60 441,0424 1227,6181 7,1128 8,0372 1336,54 801912,308
120 676,9461 991,7145 6,8994 7,9578 2167,73 2222426,952
180 908,3255 760,3351 6,6338 7,8734 2684,64 3155294,552
240 1053,8633 614,7973 6,4213 7,8164 3006,11 3811256,686
300 1177,9705 490,6901 6,1958 7,7651 3206,03 4113011,567
360 1300,8871 367,7735 5,9075 7,7115 3330,36 4118743,108
420 1422,2559 246,4047 5,5070 7,6557 3407,68 3941891,64
480 1528,9805 139,6801 4,9394 7,6038 3455,76 3712481,996
540 1607,4880 61,1726 4,1137 7,5639 3485,66 3527547,238
600 1662,3028 6,3578 1,8497 7,5351 3504,26 3392812,671
660 1668,660575 0,0000 1,2358 7,5317 3515,83 3412024,725
81

HAp-HT/NTC15 a 60°C.
Tempo Ln Ln qECalc
qE [mg.g-1] (qEmax-qE) S
[min] (qEmax-qE) (qEmaxC1-qE) [mg.g-1]
60 1121,1599 3395,7754 8,1303 8,7250 2638,31 2301745,484
120 1915,4135 2601,5218 7,8639 8,5868 4319,95 5781805,749
180 2520,2458 1996,6896 7,5992 8,4671 5391,82 8245935,923
240 2997,6160 1519,3193 7,3260 8,3613 6075,02 9470420,768
300 3481,4656 1035,4697 6,9426 8,2413 6510,49 9174982,232
360 3808,9995 707,9358 6,5624 8,1510 6788,05 8874761,829
420 4184,5216 332,4138 5,8064 8,0364 6964,97 7730899,917
480 4407,5751 109,3602 4,6946 7,9615 7077,74 7129766,679
540 4516,9353 0,0000 4,5698 7,9226 7149,61 6930996,307

Modelos cinéticos de primeira ordem da amostra HAp-HT para adsorção de Cr (VI).

8000
Experimental
7000
Calculated
6000

5000
qE [mg.g-1]

4000

3000

2000

1000

0
0 100 200 300 400 500 600
t [min]
82

6
Ln(qEmax-qE)

2
y = -0,0082x + 8,6391
1 R² = 0,8929
0
0 100 200 300 400 500 600
t [min]

Modelos cinéticos de primeira ordem da amostra HAp-HT/NTC5 para adsorção de Cr


(VI).

4000
Experimental
3500
Calculated
3000

2500
qE [mg.g-1]

2000

1500

1000

500

0
0 100 200 300 400 500 600 700
Tempo [min]
83

6
Ln(qEmax-qE)

1 y = -0,0075x + 8,8923
R² = 0,9181
0
0 100 200 300 400 500 600
t [min]

Modelos cinéticos de primeira ordem da amostra HAp-HT/NTC15 para adsorção de Cr


(VI).

8000
Experimental
7000
Calculated
6000

5000
qE [mg.g-1]

4000

3000

2000

1000

0
0 100 200 300 400 500 600
t [min]
84

6
Ln(qEmax-qE)

1 y = -0,0079x + 8,1704
R² = 0,8138
0
0 100 200 300 400 500 600 700
t [min]
85

APÊNDICE H – Dados experimentais da cinética de adsorção de Segunda Ordem.

HAp-HT a 60°C.
qECalc
Tempo [min] qE [mg.g-1] (t/qE) S
[mg.g-1]
60 642,4938 0,0934 2194,24 2407921,94
120 1128,5707 0,1063 3536,05 5795952,693
180 1455,1935 0,1237 4356,58 8418054,286
240 1757,8222 0,1365 4858,35 9613261,224
300 2050,4281 0,1463 5165,18 9701709,283
360 2317,8251 0,1553 5352,82 9211190,529
420 2508,9878 0,1674 5467,56 8753151,821
480 2681,9272 0,1790 5537,73 8155586,899
540 2761,6239 0,1955 5580,63 7946813,49
600 2789,3841 0,2151 5606,87 7938235,268

HAp-HT/NTC5 a 60°C.
qECalc
Tempo [min] qE [mg.g-1] (t/qE) S
[mg.g-1]
60 441,0424 0,1360 1336,54 801912,308
120 676,9461 0,1773 2167,73 2222426,952
180 908,3255 0,1982 2684,64 3155294,552
240 1053,8633 0,2277 3006,11 3811256,686
300 1177,9705 0,2547 3206,03 4113011,567
360 1300,8871 0,2767 3330,36 4118743,108
420 1422,2559 0,2953 3407,68 3941891,64
480 1528,9805 0,3139 3455,76 3712481,996
540 1607,4880 0,3359 3485,66 3527547,238
600 1662,3028 0,3609 3504,26 3392812,671
660 1668,660575 0,3955 3515,83 3412024,725
86

HAp-HT/NTC15 a 60°C.
qECalc
Tempo [min] qE [mg.g-1] (t/qE) S
[mg.g-1]

60 441,0424 0,1360
1336,54 801912,308
120 676,9461 0,1773
2167,73 2222426,952
180 908,3255 0,1982
2684,64 3155294,552
240 1053,8633 0,2277
3006,11 3811256,686
300 1177,9705 0,2547
3206,03 4113011,567
360 1300,8871 0,2767
3330,36 4118743,108
420 1422,2559 0,2953
3407,68 3941891,64
480 1528,9805 0,3139
3455,76 3712481,996
540 1607,4880 0,3359
3485,66 3527547,238
600 1662,3028 0,3609
3504,26 3392812,671
660 0,3955
1668,660575 3515,83 3412024,725

Modelos cinéticos de segunda ordem da amostra HAp-HT para adsorção de Cr (VI).


6000

5000

4000

3000
qE [mg.g-1]

2000

1000

0
0 100 200 300 400 500 600 700

Tempo [min]
87

0,25

0,2

0,15
t/qE

0,1

0,05
y = 0,0002x + 0,0819
R² = 0,9918
0
0 100 200 300 400 500 600 700
t [min]

Modelos cinéticos de segunda ordem da amostra HAp-HT/NTC15 para adsorção de Cr


(VI).

4000
Experimental
3500
Calculated
3000

2500
qE [mg.g-1]

2000

1500

1000

500

0
0 100 200 300 400 500 600 700
t [min]
88

0,45

0,4

0,35

0,3

0,25
t/qE

0,2

0,15

0,1
y = 0,0004x + 0,1252
0,05 R² = 0,9928

0
0 100 200 300 400 500 600 700
t [min]

Modelos cinéticos de segunda ordem da amostra HAp-HT/NTC15 para adsorção de Cr


(VI).

4000
Experimental
3500
Calculated
3000

2500
qE [mg.g-1]

2000

1500

1000

500

0
0 100 200 300 400 500 600 700
Tempo [min]
89

0,14

0,12

0,1

0,08
t/qE

0,06

0,04

0,02
y = 0,0001x + 0,0467
R² = 0,9968
0
0 100 200 300 400 500 600
t [min]
90

ANEXOS
91

ANEXO A - CIDD Ficha nº 01-089-0460

Name and formula

Reference code: 01-089-0460

Mineral name: Hydrotalcite, syn


ICSD name: Magnesium Aluminum Hydroxide Carbonate Hydrate

Empirical formula: Al0.333C0.167H3Mg0.667O3.001


Chemical formula: ( Mg0.667Al0.333 ) ( OH )2 ( CO3 )0.167 ( H2O )0.5

Crystallographic parameters

Crystal system: Rhombohedral


Space group: R-3m
Space group number: 166

a (Å): 3,0460
b (Å): 3,0460
c (Å): 22,7720
Alpha (°): 90,0000
Beta (°): 90,0000
Gamma (°): 120,0000

Calculated density (g/cm^3): 2,13


Volume of cell (10^6 pm^3): 182,97
Z: 3,00

RIR: 2,41

Subfiles and Quality

Subfiles: Inorganic
Mineral
Corrosion
ICSD Pattern
Quality: Calculated (C)

Comments

ICSD collection code: 081963

References

Primary reference: Calculated from ICSD using POWD-12++


Structure: Bellotto, M., Rebours, B., Clause, O., Lynch, J., Bazin, D.,
Elkaim, E., J. Phys. Chem., 100, 8527, (1996)
92

Peak list

No. h k l d [A] 2Theta[deg] I [%]


1 0 0 3 7,59067 11,649 100,0
2 0 0 6 3,79533 23,420 31,6
3 1 0 1 2,62039 34,191 0,9
4 0 1 2 2,56985 34,885 20,5
5 0 0 9 2,53022 35,449 1,4
6 1 0 4 2,39346 37,548 0,1
7 0 1 5 2,28267 39,444 17,9
8 1 0 7 2,04894 44,166 0,1
9 0 1 8 1,93483 46,922 20,5
10 0 0 12 1,89767 47,897 0,5
11 1 0 10 1,72376 53,086 4,6
12 0 1 11 1,62856 56,458 3,1
13 1 1 0 1,52300 60,766 5,5
14 0 0 15 1,51813 60,982 2,9
15 1 1 3 1,49324 62,110 5,9
16 1 0 13 1,45926 63,723 2,1
17 1 1 6 1,41344 66,047 1,9
18 0 1 14 1,38452 67,610 1,2
19 0 2 1 1,31675 71,606 0,2
20 2 0 2 1,31020 72,020 0,6
21 1 1 9 1,30485 72,362 0,2
22 0 2 4 1,28492 73,667 0,1
23 2 0 5 1,26690 74,893 1,6
24 0 0 18 1,26511 75,017 0,7
25 1 0 16 1,25257 75,900 2,1
26 0 2 7 1,22231 78,130 0,2
27 2 0 8 1,19673 80,132 1,1
28 0 1 17 1,19436 80,324 0,6
29 1 1 12 1,18778 80,860 0,1
30 0 2 10 1,14133 84,895 0,3
31 2 0 11 1,11237 87,654 0,6
32 1 0 19 1,09118 89,810 0,3

Stick Pattern
93

ANEXO B - CIDD Ficha nº 01-072-1243

Name and formula

Reference code: 01-072-1243

Mineral name: Hydroxylapatite, syn


ICSD name: Calcium Phosphate Hydroxide

Empirical formula: Ca10H2O26P6


Chemical formula: Ca10 ( PO4 )6 ( OH )2

Crystallographic parameters

Crystal system: Hexagonal


Space group: P63/m
Space group number: 176

a (Å): 9,4320
b (Å): 9,4320
c (Å): 6,8810
Alpha (°): 90,0000
Beta (°): 90,0000
Gamma (°): 120,0000

Calculated density (g/cm^3): 3,15


Volume of cell (10^6 pm^3): 530,14
Z: 1,00

RIR: 1,13

Subfiles and Quality

Subfiles: Inorganic
Mineral
ICSD Pattern
Quality: Calculated (C)

Comments

Additional pattern: See PDF 9-432 and 74-565.


ICSD collection code: 016742
Test from ICSD: At least one TF implausible.

References

Primary reference: Calculated from ICSD using POWD-12++, (1997)


Structure: Posner, A.S., Diorio, A.F., Acta Crystallogr., 11, 308, (1958)

Peak list

No. h k l d [A] 2Theta[deg] I [%]


1 1 0 0 8,16835 10,822 21,5
2 1 0 1 5,26260 16,834 5,6
3 1 1 0 4,71600 18,801 2,7
No. h k l d [A] 2Theta[deg] I [%]
94

4 2 0 0 4,08418 21,743 6,5


5 1 1 1 3,89005 22,842 6,1
6 2 0 1 3,51212 25,339 2,5
7 0 0 2 3,44050 25,875 37,8
8 1 0 2 3,17072 28,120 10,3
9 2 1 0 3,08735 28,896 15,2
10 2 1 1 2,81681 31,741 100,0
11 1 1 2 2,77946 32,179 45,7
12 3 0 0 2,72278 32,868 56,5
13 2 0 2 2,63130 34,045 22,3
14 3 0 1 2,53178 35,426 3,3
15 2 2 0 2,35800 38,134 0,2
16 2 1 2 2,29783 39,173 4,9
17 1 3 0 2,26549 39,756 19,3
18 2 2 1 2,23066 40,403 1,8
19 1 0 3 2,20826 40,831 0,4
20 1 3 1 2,15186 41,951 5,7
21 3 0 2 2,13507 42,297 0,8
22 1 1 3 2,06265 43,857 4,4
23 4 0 0 2,04209 44,322 0,7
24 2 0 3 1,99987 45,309 3,6
25 4 0 1 1,95770 46,341 0,7
26 2 2 2 1,94503 46,661 26,7
27 1 3 2 1,89212 48,047 13,0
28 2 3 0 1,87395 48,542 4,3
29 2 1 3 1,84117 49,464 29,4
30 3 2 1 1,80810 50,431 17,0
31 4 1 0 1,78248 51,208 11,4
32 4 0 2 1,75606 52,036 12,2
33 0 0 4 1,72025 53,203 14,0
34 1 0 4 1,68333 54,465 0,5
35 3 2 2 1,64567 55,819 6,3
36 5 0 0 1,63367 56,265 0,2
37 1 1 4 1,61609 56,933 0,5
38 3 1 3 1,61181 57,098 4,1
39 5 0 1 1,58949 57,975 1,5
40 2 0 4 1,58536 58,141 0,9
41 4 1 2 1,58268 58,249 0,7
42 3 3 0 1,57200 58,683 0,6
43 2 4 0 1,54367 59,868 4,2
44 3 3 1 1,53252 60,349 3,3
45 2 4 1 1,50624 61,515 3,0
46 1 2 4 1,50272 61,675 4,7
47 5 0 2 1,47575 62,929 8,1
48 5 1 0 1,46708 63,344 1,4
49 3 0 4 1,45431 63,966 7,5
50 3 2 3 1,45119 64,120 8,4
51 5 1 1 1,43483 64,940 7,1
52 1 4 3 1,40745 66,364 1,9
53 2 2 4 1,38973 67,322 0,1
54 1 3 4 1,37004 68,423 0,3
55 6 0 0 1,36139 68,918 0,2
56 1 0 5 1,35707 69,169 0,2
57 5 1 2 1,34951 69,612 2,2
58 4 3 0 1,34287 70,006 0,5
59 6 0 1 1,33550 70,450 0,1
60 5 0 3 1,33065 70,745 0,2
61 1 1 5 1,32110 71,334 0,4
62 4 3 1 1,31800 71,528 3,7
63 4 0 4 1,31565 71,675 2,1
No. h k l d [A] 2Theta[deg] I [%]
95

64 5 2 0 1,30798 72,161 2,8


65 2 0 5 1,30415 72,407 1,5
66 3 3 3 1,29668 72,891 0,2
67 5 2 1 1,28497 73,664 1,9
68 2 4 3 1,28065 73,954 3,6
69 2 3 4 1,26726 74,868 1,1
70 6 0 2 1,26589 74,963 1,1
71 2 1 5 1,25698 75,587 4,7
72 3 4 2 1,25096 76,015 2,6
73 6 1 0 1,24566 76,397 1,9
74 1 4 4 1,23782 76,969 5,8
75 5 1 3 1,23589 77,111 4,4
76 3 0 5 1,22823 77,682 0,3
77 1 6 1 1,22574 77,870 0,9
78 2 5 2 1,22261 78,107 5,7
79 2 2 5 1,18858 80,795 0,3
80 5 0 4 1,18460 81,123 0,7
81 4 4 0 1,17900 81,589 1,8
82 1 3 5 1,17619 81,826 1,5
83 1 6 2 1,17126 82,244 0,6
84 7 0 0 1,16691 82,618 0,6
85 4 4 1 1,16207 83,038 1,1
86 3 3 4 1,16045 83,180 1,2
87 4 3 3 1,15886 83,319 4,0
88 2 4 4 1,14891 84,205 3,3
89 0 0 6 1,14683 84,393 2,3
90 4 0 5 1,14123 84,904 0,2
91 5 2 3 1,13622 85,367 1,6
92 2 6 0 1,13275 85,691 0,9
93 5 1 4 1,11627 87,271 2,2
94 1 1 6 1,11436 87,458 3,4
95 2 3 5 1,10922 87,967 2,6
96 3 5 2 1,10508 88,382 6,0
97 1 6 3 1,09465 89,448 0,4

Stick Pattern
96

ANEXO C - CIDD Ficha nº 01-075-1621

Name and formula

Reference code: 01-075-1621

Mineral name: Graphite 2 H


ICSD name: Carbon

Empirical formula: C
Chemical formula: C

Crystallographic parameters

Crystal system: Hexagonal


Space group: P63mc
Space group number: 186

a (Å): 2,4700
b (Å): 2,4700
c (Å): 6,7900
Alpha (°): 90,0000
Beta (°): 90,0000
Gamma (°): 120,0000

Calculated density (g/cm^3): 2,22


Volume of cell (10^6 pm^3): 35,88
Z: 4,00

RIR: 2,37

Subfiles and Quality

Subfiles: Inorganic
Mineral
Alloy, metal or intermetalic
ICSD Pattern
Quality: Calculated (C)

Comments

ICSD collection code: 088812


Test from ICSD: No R value given.
At least one TF missing.

References

Primary reference: Calculated from ICSD using POWD-12++


Structure: Fayos, J., J. Solid State Chem., 148, 278, (1999)

Peak list

No. h k l d [A] 2Theta[deg] I [%]


1 0 0 2 3,39500 26,228 100,0
2 1 0 0 2,13908 42,214 2,9
97

3 1 0 1 2,04023 44,365 13,8


4 1 0 2 1,80980 50,381 2,6
5 0 0 4 1,69750 53,974 5,0
6 1 0 3 1,55463 59,404 3,6
7 1 0 4 1,32969 70,804 0,6
8 1 1 0 1,23500 77,177 3,1
9 1 1 2 1,16060 83,167 4,8
10 1 0 5 1,14648 84,425 0,9
11 0 0 6 1,13167 85,793 0,7

Stick Pattern

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