Asmlmp Adm Ca 2122
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CAVALA
2º Ano - 1º Semestre
Discentes: Docentes:
Alba Sciacca, nº 2020683 Professora Cláudia Veigas
Mariana Lemos, nº2016755 Professora Vânia Costa
Márcia Pereira, nº2019144
Dezembro 2021
Índice
1. Introdução…………………………………………………………………………Pag. 3
2. Contextualização histórica………………………………………………………...Pag. 4
7. Sazonalidade………………………………………………………………………Pag. 8
9. A perspetiva da cavala…………………………………………………………Pag. 9, 10
10. Conclusão………………………………………………………………………..Pag. 11
12. Apêndices
2
1. Introdução
A dieta mediterrânea é atualmente considerada um padrão alimentar saudável. Inclui
uma grande variedade de alimentos, que são consumidos com moderação e dentro de um
ambiente social positivo. O termo conceito "dieta mediterrânea" nasceu após o “Estudo de Sete
Países” liderado por Ancel Keys por volta de 1960. Este padrão alimentar é caracterizado por
uma alta ingestão de frutas e vegetais, grãos integrais, legumes, nozes, peixes, carnes brancas e
azeite. Também inclui moderado consumo de produtos lácteos fermentados, baixo consumo de
carnes vermelhas e vinho com moderação durante as refeições. Nutricionalmente, esta dieta é
pobre em gorduras e proteínas animais, com alto teor de antioxidantes, fibras e monoinsaturadas
gorduras e exibe um equilíbrio adequado de ácidos gordos ômega-6 / ômega-3. Os principais
compostos bioativos, que explicam os benefícios para a saúde desse padrão alimentar, são
antioxidantes, fibras, ácidos gordos monoinsaturados e ômega-3, fitoesteróis e probióticos. (1)
3
2. Contextualização histórica
A cavala é provavelmente um dos peixes com maior interesse nutricional dada a sua
composição, especialmente por seu teor em ómega-3. A origem do consumo da cavala remonta
aos tempos pré-históricos, como em várias cavernas e abrigos de países ribeirinhos do Mar
Mediterrâneo, foram encontrados restos que atestam seu consumo durante o Paleolítico,
Epipaleolítico, Neolítico e Idade do Metal. (4)
Em Portugal, a cavala era até muito recentemente uma das espécies mais rejeitadas da
frota do Algarve, sendo que a generalização da sua utilização para consumo humano seria uma
mais-valia significativa para a economia deste setor produtivo. É desde 2012 a espécie mais
desembarcada nos portos nacionais e algarvios, fruto de uma diminuição acentuada nos stocks
de sardinha e numa utilização mais diversificada da cavala. (2)
A Cavala é uma das espécies mais abundantes na costa portuguesa, a par da Sardinha e
Carapau, mas sempre teve menos valor e é menos utilizada na nossa gastronomia.
Com o objetivo da sua promoção foi criado o projeto «Cavala Algarvia», do Centro de
Ciências do Mar (CCMar), associado à Universidade do Algarve, projeto que também procura
informar acerca desta espécie e a sua utilização para confecionar pratos muito variados, alguns
deles gourmet. A cavala dá cartas nas mais diversas áreas, e até pode dar um forte contributo à
economia, mas é, ainda, um recurso muito pouco aproveitado. Para mudar esta realidade, há
que “explodir” noutra área que é, também, importante: a sua aceitação por parte dos portugueses
como presença regular na sua dieta e uma maior aposta dos restaurantes neste recurso. (2)
O ponto alto da divulgação desta espécie acontece na Semana da Cavala, que já foi
promovida no dia 1 até 10 de Outubro do presente ano no conselho de Setúbal, a diferença dos
outros anos anteriores onde a divulgação tem sido feita no Algarve. Esta edição da Semana da
Cavala decorreu em 33 restaurantes do concelho, que acrescentaram à ementa diária pratos
diversos à base deste pescado, do tradicional peixe assado no carvão às receitas inovadoras.
Entre os diversos pratos que podem ser elaborados a base deste pescado encontram-se:
espetadinhas de cavala; cataplana de cavala à Algarvia; arroz de cavala com coentros;
pataniscas de cavala, caldeira de cavala à pescador; entre outros. (7)
Estes eventos são essenciais, na promoção de produtos nacionais sobretudo dos menos
divulgados. Permitem uma interação entre os visitantes (de diversas faixas etárias), com os
alimentos e com as diversas aplicações dos mesmos. São ainda um importante veículo de
dinamização económica das regiões do país e um fator atrativo para visitantes de outras regiões
e estrangeiros. (7)
5
5. Perfil Nutricional
O peixe é um alimento rico em ácidos gordos essenciais, que têm reconhecidos efeitos
na saúde humana. São importantes na prevenção de inúmeras doenças cardiovasculares, na
prevenção da dislipidémia, da asma, da obesidade, da diabetes, de problemas de visão e do foro
neurológico. A cavala pertence ao grupo dos peixes gordos e é rica nestes ácidos gordos
essenciais. (8, 9)
Os seus níveis de gordura total sofrem variações em função da estação do ano o que
também faz variar o seu valor energético. Os valores de ácidos gordos essenciais são superiores
no verão, contudo os níveis que atingem no inverno são significativos, e superiores a muitas
outras espécies. Assim sendo, recomenda-se o seu consumo em qualquer altura do ano. (7)
Apresentamos de seguida uma tabela (Tabela I) resumo que permite visualizar algumas
das suas características nutricionais por 100g de produto.
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Foi feita também a comparação da cavala com outros peixes, em função dos seus níveis
de gordura total, ácidos gordos essenciais, colesterol e valor energético (Tabela II).
Após a análise dos valores das duas tabelas, podemos concluir em relação à cavala: tem
um teor elevado em ácidos gordos essenciais (ómega-3 - EPA+DHA) e dos maiores em com-
paração com os outros peixes; tem proporções ómega-3/ómega-6 equilibradas (7,8-22,8) e den-
tro dos valores recomendados; e níveis de colesterol baixos (14,0-59,7 mg/100g) e dentro dos
limites recomendados (<300mg). (9, 10)
À semelhança de outros peixes a cavala contém um elevado teor de proteína por 100g
de produto. O seu consumo, deve por isso ser adaptado às necessidades individuais.
7
A arte do cerco, utiliza uma rede sustentada por flutuadores e mantida direita por pesos,
em que largada da embarcação, é manobrada de maneira a envolver um cardume e impedir a
sua fuga. Às embarcações só lhes é permitida a pesca dentro de uma milha de distância da costa,
caso a profundidade for superior a 20 metros.
A cavala por ter um baixo valor comercial, é muitas vezes uma das espécies mais
rejeitadas, embora a sua captura seja igualmente essencial para pescaria de cerco em relação às
outras espécies. (2)
A velocidade de deterioração deste peixe tem haver com a temperatura, que poderá ser
reduzida pela refrigeração. As alterações autolíticas são responsáveis pela perda inicial de
qualidade do peixe fresco, mas pouco contribui para deterioração do mesmo refrigerado. (14)
Num armazenamento mais prolongado, pode ocorrer oxidação das proteínas. Durante a
congelação, ocorrem alterações indesejáveis no músculo do peixe, o que pode levar à
diminuição da solubilidade e extractibilidade proteica. (14)
7. Sazonalidade
A cavala fresca é mais abundante entre os meses fevereiro e maio, época marcada pelo
fim do inverno início da primavera.(15) Embora o seu consumo tanto em conservas como
congelado é ao longo de todo ano. (2)
8
8. Características organoléticas e sensoriais da cavala
A sua carne suculenta, a sua versatilidade e a sua acessibilidade, tornam este peixe mais
apreciado. A cavala tem um corpo alongado, sem escamas, com coloração clara ou prateada no
ventre, azul-esverdeada mais escura no dorso e linhas escuras irregulares (apresenta um aspeto
de “tigre”. (3)
O aspeto, cheiro, textura e sabor, são atributos determinantes para a qualidade do peixe.
Na hora da compra é importante ter em atenção:
• Cheiro suave
• Carne firme e elástica
• Pele com pigmentação viva e brilhante
• Guelras avermelhadas
• Olhos salientes (córnea transparente e pupila brilhante)
Foi feito um questionário público com o objetivo de saber o conhecimento das pessoas
relativamente à dieta mediterrânica e a cavala.
A totalidade das pessoas que responderam, diz já ter ouvido falar da dieta mediterrânea,
e a grande maioria (94,6%) sabe/faz ideia do que se trata.
Das 36 pessoas que souberam mencionar em apenas três palavras, o que para elas
significa a dieta mediterrânea, as respostas se voltaram mais ou menos em torno de: saudável,
sustentável, equilibrado, sazonal, que se apoia mais em produtos locais, é diversificada e entre
outros. Numa escala de 0 a 10, onde 0 é baixo e 10 é elevado, 35,1% considera que a sua
alimentação diária segue os princípios da dieta mediterrânea, mas não completamente; 10,8%
9
avaliou a sua alimentação um 3 no que se relaciona à dieta mediterrânea, e 2,7% considera
totalmente que a sua alimentação segue os princípios da dieta.
10
10. Conclusão
A cavala é muito abundante na costa portuguesa, daí que seja também importante
incentivar a sua utilização e consumo, uma vez que é notável que o seu consumo não é muito
prevalente.
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Referências Bibliográficas
1. Urquiaga I, Rigotti A, Echeverría G, Dussaillant C. Origen, componentes y posibles
mecanismos de acción de la dieta mediterránea. Rev Med Chile. 2017;85–95.
3. Cavala à lupa [Internet]. Associação Portuguesa de Nutrição. [cited 2021 Nov 27]. Available
from: https://www.apn.org.pt/documentos/Cavala_a_lupa.pdf
4. Moura A. Population structure, habitat connectivity and migration patterns of atlantic mackerel
in the north atlantic using otolith chemical and shape analyses [Internet]. 2018 [cited 2021 Nov
27]. Available from:
https://sapientia.ualg.pt/bitstream/10400.1/13387/1/TeseMestrado_AnaMoura_44772.pdf
5. EL MERCADO DE LA CABALLA EN ESPAÑA. 2017 [cited 2021 Nov 27]; Available from:
https://www.mapa.gob.es/es/pesca/temas/mercados-economia-
pesquera/informecaballa2017_tcm30-437224.pdf
6. Dieta Mediterrânica um padrão de alimentação saudável. [cited 2021 Nov 27]; Available from:
www.apn.org.pt
8. Bandarra, N.M., Calhau, M.A., Oliveira, L., Ramos, M., Dias, M.G., Bártolo, H., Faria,
M.R.,Fonseca, M.C., Gonçalves, J., Batista, I., Nunes, M.L. (2004). Composição e Valor
Nutricional dos Produtos da Pesca mais Consumidos em Portugal. Instituto de Investigação das
Pescas e do Mar (IPIMAR). No 11. Publicações Avulsas do IPIMAR.
9. Gebauer, S.K., Psota, T.L., Harris, W.S., Kris-Etherton, P.M. (2006). n–3 Fatty acid dietary
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American Journal of Clinical Nutrition
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10. Catapano AL, Graham I, De Backer G, Wiklund O, Chapman MJ, Drexel H, et al. 2016 ESC/EAS
Guidelines for the Management of Dyslipidaemias. European heart journal. 2016;37(39):2999-
3058.
11. Martin, C.A., Almeida, V.V., Ruiz, M.R., Visentainer, J.E.L., Matshushita, M., Souza, N.E.,
Visentainer, J.V., (2006). Omega-3 and omega-6 polyunsaturated fatty acids: importance and
occurrence infoods.
12. Tabela da composição dos alimentos. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.2020
14. Panguila E. Avaliação da frescura e do tempo de conservação útil da cavala (Scomber spp) e
do carapau (Trachurus spp) frescos e refrigerados, comercializados em Faro (Portugal) e em
Luanda (Angola) [Internet]. 2015 [cited 2021 Nov 28] Available from:
https://sapientia.ualg.pt/bitstream/10400.1/9819/1/Trabalho%20pronto%20para%20entrega%
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15. Alimentar o futuro “uma reflexão sobre sustentabilidade alimentar”. [Internet]. Associação
portuguesa dos nutricionistas. Junho 2017. [cited 2021 Nov 27] available from:
https://www.apn.org.pt/documentos/sustentabilidade/antevisao_E-
BOOK_Alimentar_o_futuro_sustentabilidade_alimentar.pdf
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APÊNDICES
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Apêndice I – alguns gráficos feitos a partir do questionário
Imagem 1 – algumas palavras obtidas da Gráfico 3– “Em que medida considera que a sua
pergunta “Mencione 3 palavras que para si alimentação diária segue os princípios da Dieta
descrevem o que considera ser a Dieta Mediterrânica? 0-baixo e 10- elevado” onde a média
– linha acima do X – considera que a sua alimentação segue
Mediterrânica” consideravelmente os princípios da dieta mediterrânica
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Apêndice II – receitas com cavala
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Apêndice III – Infografia
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