Projeto Brinquedoteca

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CURSO DE BRINQUEDISTA E CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO

APRESENTAÇÃO DO CURSO

A brinquedoteca é um espaço que preserva a infância e proporciona à criança o


acesso ao mundo mágico do brincar. Sua estrutura é baseada numa proposta educacional
que prioriza o mágico, o lúdico, a criatividade e o afeto. Tais aspectos são fundamentais
para o desenvolvimento integral da criança em suas dimensões afetiva, cognitiva, física
e social.
Tendo em vista a importância do brincar e as contribuições para o
desenvolvimento infantil, é necessária a atuação de um profissional qualificado que
proporcione a mediação entre a criança e o lúdico.
O curso proporciona a formação necessária para o profissional atuar na
brinquedoteca, organizando o espaço e desenvolvendo atividades coerentes com a
proposta acima apresentada.

O curso está dividido em quatro módulos, a constar:

MÓDULO I – A brinquedoteca

MÓDULO II – Os brinquedistas

MÓDULO III – O brinquedo e os diferentes espaços para o brincar

MÓDULO IV - Relatório final e avaliação do curso

O objetivo geral deste curso é proporcionar capacitação a educadores e


profissionais de diversas áreas do conhecimento para organização e atuação no espaço
da brinquedoteca.
O curso ocorrerá em 3 meses e terá uma carga horária total de 96 horas.
Sugerimos, como modo de organização dos estudos, que se estude oito horas semanais.
Módulo I

A BRINQUEDOTECA

O QUE É BRINQUEDOTECA?

É um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilidade o acesso


a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. É
um lugar onde tudo convida a explorar, a sentir, a experimentar.
Quando uma criança entra na brinquedoteca deve ser tocada pela expressividade
da decoração, porque a alegria, o afeto e a magia devem ser palpáveis. Se a atmosfera
não for encantadora não será uma brinquedoteca.
Sendo um ambiente para estimular a criatividade, deve ser preparado da forma
criativa, com espaços que incentivem a brincadeira de “faz de conta”, a dramatização, a
construção, a solução de problemas, a socialização e a vontade de inventar, um camarim
com fantasias e maquiagem, os bichinhos, jogos de montar, local para os quebra-
cabeças e os jogos. E a sucatoteca, aquele acervo de ex-lixo, reciclado e transformado
em matéria prima para que a criatividade fique solta e novos brinquedos possam ser
inventados.

OBJETIVOS DA BRINQUEDOTECA

• Valorizar os brinquedos e as atividades lúdicas e criativas


• Possibilitar o acesso à variedade de brinquedos
• Emprestar brinquedos
• Estimular o desenvolvimento global das crianças
• Enriquecer as relações familiares
• Desenvolver hábitos de responsabilidade e trabalho
• Dar condições para que as crianças brinquem espontaneamente
• Despertar o interesse por uma nova forma de animação cultural que pode
diminuir a distância entre as gerações.
• Criar um espaço de convivência que propicie interações espontâneas e
desprovidas de preconceitos.
• Provocar um tipo de relacionamento que respeite as preferências das crianças e
assegure seus direitos.
• Oferecer às crianças a oportunidade de experimentar os jogos antes de comprá-
los
• Favorecer o encontro daqueles que apreciam as trocas afetivas, as brincadeiras
e a convivência alegre e descontraída.
• Desvincular o valor lúdico do brinquedo do seu valor monetário ou afetivo,
possibilitando à criança a aprendizagem de que não precisa possuir com exclusividade,
pode usufruir partilhando com outros.
• Dar oportunidade as crianças de se relacionarem com adultos de forma
agradável e prazerosa, livre do formalismo decorrente das situações estruturadas em
escolas ou outro tipo de instituições.
A brinquedoteca é um território onde são defendidos os direitos da criança á
infância. Foi criada para a criança que não tem condições para brincar, que só trabalha
ou estuda, que só vê televisão que precisa ter sucesso na escola, para a criança ansiosa
de tanto jogar videogame, para aquela criança tratada como adulto em miniatura, em
fim a brinquedoteca foi criada para as crianças que, em nome do progresso de nossa
civilização, perderam o espaço e o tempo para brincar.
A brinquedoteca é um esforço no sentido de salvaguardar a infância nutrindo-a
com elementos indispensáveis ao crescimento saudável da alma e da inteligência da
criança. Não representa apenas oportunidade de acesso a brinquedos. Mas do que isso,
expressa um filosofia de educação voltada para o respeito ao “ eu “ de criança e as
potencialidades que precisam de espaço para se manifestarem.
AS ORIGENS DA BRINQUEDOTECA

Nos anos da grande depressão econômica americana, por volta de 1934, na


cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, o dono de uma loja de brinquedos queixou-
se ao diretor da escola municipal de que as crianças estavam roubando brinquedos, o
diretor a conclusão que isto estava acontecendo porque as crianças não tinham com o
que brincar. Iniciou então um serviço de empréstimo de brinquedos como um recurso
comunitário. Este serviço existe até hoje e é chamado Los Angeles Toy Loan.
Mas foi na Suécia, em 1963, que a ideia de emprestar brinquedos foi mais
enfaticamente desenvolvida e expandida,quando 2 professoras mães de crianças
excepcionais, fundaram a primeira lekotek (ludoteca em sueco), em Estocolmo. O
objetivo era emprestar brinquedos e dar orientações as famílias de excepcionais sobre
como poderiam brincar com seus filhos para melhor estimulá-los.
Na Inglaterra, a partir de 1967, surgiram as Toy libraries (bibliotecas de
brinquedos), um lugar onde qualquer criança pode escolher brinquedos para levar para
casa.
No 5º Congresso Internacional de Brinquedotecas, realizado em 37 países.
Embora mantendo sempre o objetivo de propiciar as crianças melhores condições para
brincar, o atendimento adquire em cada país características próprias e, algumas vezes,
denominações diferentes, mas o espírito do trabalho é semelhante ao que se refere o
amos pelas crianças e ao reconhecimento do valor das atividades lúdicas.
A brinquedoteca é o espaço ideal para que seja cultivada uma forma de
convivência espontânea democrática, calcada no respeito mútuo e renovada pela postura
criativa de seus participantes. Seus dirigentes devem estimular a liderança das crianças e
o respeito as normas estabelecidas.

E NO BRASIL, COMO COMEÇOU

Outra característica comum a quase todos os países foi de que o trabalho com
brinquedos, assim como a maior parte dos métodos e recursos pedagógicos, começou a
ser desenvolvido a partir da necessidade de ajudar a estimular crianças deficientes.
Aqueles que mais se preocupam com o processo de aprendizagem e suas dificuldades
são os que pesquisam e valorizam o uso de brinquedos, pois veem neles auxiliares
indispensáveis ao seu trabalho educacional. O amor pelas crianças e a preocupação com
a felicidade certamente foi o ponto de origem das pesquisam realizadas por educadores
como Pestalozzi, Froebel e Montessori, pioneiros no reconhecimento da importância da
manipulação de brinquedos para a aquisição de experiências.
E, 1971, por ocasião da inauguração do Centro de Habilitação da Associação de
Pais e Amigos dos Excepcionais, APAE, de São Paulo, foi realizada uma grande
exposição de brinquedos pedagógicos com o objetivo de mostrar a pais de excepcionais,
profissionais e estudantes o que havia a disposição no mercado . O interesse despertado
pela exposição fez com que fosse transformada em um setor de recursos pedagógicos
dentro da Apae.
Em 1973, este setor implantou o Sistema de Rodízio de brinquedos e materiais
pedagógicos, a Ludoteca. Mais ainda não era fácil convencer as pessoas de que
trabalhar com brinquedos era assunto sério. O Congresso internacional de Pediatria,
realizado em 1974, no Anhembi, contribuiu para que este reconhecimento começasse a
acontecer.
A necessidade de criar brinquedos que atendessem a objetivos determinados fez
com que muitos brinquedos fossem inventados na APAE, e em mais de 1978, foi
realizada uma exposição de brinquedos feitos com sucata.
Em 1979, foi elaborado o livro Material Pedagógico, manual de utilização,
publicado em 1981, em dois volumes. Neste livro procurou-se apresentar os brinquedos
como instrumentos para enriquecer o processo de aprendizagem.
Nesta época, tomou-se quase mania descobrir utilidades e funções que
inserissem o brinquedo como recurso metodológico de tecnologia educacional.
Hoje podemos dizer que está sobejamente conhecida a importância do brinquedo
e do brincar no processo de desenvolvimento do ser humano.
Em 1981, este livro foi apresentado no II Congresso Internacional de
Brinquedotecas, realizado em Estocolmo, Suécia.
A participação neste Congresso estimulou a vontade de estender o trabalho com
brinquedos e criar espaços que propiciassem as atividades lúdicas de maneira mais livre
espontânea, assim surgiu o sonho da brinquedoteca, concretizada na Escola
Indianópolis, mas aberta a todas as crianças que chegassem.
O empréstimo de brinquedos para as crianças levarem para casa foi um sucesso.
Uma contribuição importante para o trabalho de propagação dos ideais da
brinquedoteca foi o projeto beinquedoteca terapêutica desenvolvido pela APAE de São
Paulo. Com infra estrutura que uma grande instituição oferece, foi possível criar uma
brinquedoteca grande, com uma equipe de profissionais especialmente preparados.
Em 1985, foi inaugurada a brinquedoteca da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo, fato este que contribuiu certamente para o reconhecimento
da importância do brinquedo no desenvolvimento infantil.

ATIVIDADE

Faça uma pequena pesquisa e elabore uma lista das brinquedotecas existentes
no Brasil e no mundo.

OS DIFERENTES TIPOS DE BRINQUEDOTECAS

• Brinquedotecas nas escolas


• Brinquedotecas de comunidades ou bairros
• Brinquedotecas para crianças com necessidades especiais
• Brinquedotecas em hospitais
• Brinquedotecas em universidades
• Brinquedotecas para teste de brinquedos
• Brinquedotecas circulantes
• Brinquedotecas em clínicas psicológicas
• Brinquedotecas em centros culturais
• Brinquedotecas junto a bibliotecas
• Brinquedotecas temporárias

ATIVIDADE

1. Apesar do curso não estar focado na brinquedoteca hospitalar, leia e discuta


no fórum a lei n° 11.104, de 21 de março de 2005, que dispõe sobre a obrigatoriedade
de instalação de brinquedoteca nas unidades de saúde que ofereçam atendimento
pediátrico para aqueles pacientes em regime de internação.
2. Dentre os diferentes tipos de brinquedoteca, em qual delas você gostaria de atuar?
Justifique.

FUNCIONAMENTO DA BRINQUEDOTECA

Registro e Classificação dos Brinquedos

Muitos brinquedos chegam à brinquedoteca, os comprados, os doados e os que


são trazidos pelas crianças (às vezes como pagamento de sua inscrição, caso faça parte
do regulamento). Cada um deles deverá ter o seu lugar, para que as crianças os
encontrem facilmente quando quiserem.
Existem muitas maneiras de registrar e classificar os brinquedos – umas mais
simples, outras mais detalhadas e sofisticadas; o sistema escolhido deve ser compatível
com os objetivos da brinquedoteca, pois a organização tem a finalidade de facilitar e
não de complicar as coisas.
Se a brinquedoteca vai funcionar apenas como um espaço para as crianças
brincarem bastará uma forma de registro de brinquedos simplificada, que contenha
apenas as informações necessárias para controlar o estoque e possibilitar a verificação
das peças que compõem os jogos.
Neste tipo de cadastramento cada brinquedo recebe um número que é escrito
numa etiqueta colada nele, possibilitando sua identificação.
O registro pode ser feito num Livro de Registros de Brinquedos, que poderá
também ser chamado de Livro de Tombo, como acontece nas bibliotecas. Para haver
espaço suficiente para anotar as informações necessárias convém utilizar um caderno
grande, tipo dos livros de atas. Seria interessante haver no livro alguns registros
importantes, como o número de tombo e o nome do brinquedo, qual o nome do
fabricante, quais são seus componentes (como caixa, quantidade de peças ou cartelas e
assim por diante), a data do tombo e alguma observação que for julgada pertinente
(como, por exemplo, se há algum componente quebrado ou retirado, dentre outros
aspectos).
Se a brinquedoteca for grande ou tiver objetivos educacionais mais específicos,
como ajudar as crianças a superar dificuldades de aprendizagem, ou se funcionar como
um Setor de Recursos Pedagógicos para suprir o empréstimo de brinquedos para as
classes de uma escola, por exemplo, será conveniente adotar um sistema de catalogação
mais completo, que permita a localização de brinquedos para atender solicitações
específicas por assunto, tema, habilidade a desenvolver ou conteúdo a ser trabalhado.
Para esses tipos de atendimento poderá ser adotado o Sistema de Classificação de Jogos,
Brinquedos e Materiais Pedagógicos N. C.

Embalagem e Preparação dos Brinquedos para Circulação

Antes de os brinquedos serem colocados à disposição das crianças, algumas


providências devem ser tomadas para assegurar a qualidade da sua utilização na
brinquedoteca.

1°. Analisar o brinquedo: ele pode despertar o interesse da criança? O fato de


ganhar um brinquedo não significa que seja interessante tê-lo na brinquedoteca;
brinquedos que nunca são utilizados apenas ocupam espaço e dão trabalho na hora da
limpeza. Mas sempre existe a hipótese de a criança descobrir um encanto ou uma forma
de manipulação que não foi imaginada antes.
2°. Verificar o grau de periculosidade: Examine o brinquedo para verificar se
não oferece perigo e se não existem pontas ou arestas que podem machucar as crianças.
3°. Registrar: Feito o registro do brinquedo, identifique-o colocando uma
etiqueta com o número de entrada. No Livro de Registro, na coluna “Componentes”,
anote o tipo de material de que é feito, o número de peças que o jogo contém; isto
possibilita a conferência do número de peças do jogo.
4°. Avaliar a funcionalidade do brinquedo: Olhe o brinquedo pensando na sua
utilização, para verificar se podemos tornar seu manuseio mais eficiente; se for um jogo,
as regras são calaras? Estão colocadas de forma e em lugar funcional? (algumas vezes
as regras estão escritas no fundo da caixa, o que obriga o jogador a despejar a caixa para
poder lê-las). E os compartimentos para guardas as peças, são firmes ou desmontam
facilmente? Podemos reforçá-los colando ou prendendo-os para que não se desfaçam. E
os pinos, marcadores ou outras pequenas peças, como estão acondicionados? Se estão
apenas em um saquinho plástico, é conveniente arrumar uma caixinha para que não
rolem, caiam no chão ou sejam perdidos durante o jogo. Algumas vezes, a inadequação
do acondicionamento do jogo faz com que ele acabe por ser rejeitado; melhorando este
aspecto, podemos tornar o jogo bem mais funcional. Uma cópia dos folhetos contendo
as regras dos jogos deve ser arquivada para que se possa recorrer a ela quando
necessário. A mesma coisa deve ser feita com os modelos que alguns jogos de
construção trazem.
5°. Avaliar a embalagem: A embalagem é durável e funcional ou é daquelas que
fazem com que se perca metade do brinquedo logo que o saco plástico se rompe? Por
muitas razões os brinquedos têm embalagens frágeis e inadequadas; o custo é apenas
uma delas, mas certamente a embalagem é uma parte muito importante do brinquedo,
não somente para sua conservação mas também para sua funcionalidade. A embalagem
pode desvalorizar totalmente um brinquedo, ou torná-lo mais atraente para a criança.
Além disso, uma boa embalagem proporciona e estimula o hábito de guardar o jogo
após sua utilização e assegura sua conservação. A beleza da embalagem é fundamental
numa brinquedoteca. Tudo deve ser bonito, colorido, atraente e agradável ao tato. É
preciso passar bons padrões estéticos para as crianças e acostumá-las a ter e manter as
coisas decentes e limpas. É pela embalagem que as crianças identificam alguns jogos.
Por isso, é importante conservá-la. O uso do durex é pouco recomendável, pois resseca
e solta-se fácil. Fita crepe pode desvalorizar a embalagem, além de parecer um remendo
grosseiro. O indicado seria o uso do papel contact, tanto para o reforço dos cantos
quanto para encapar a embalagem (no caso de serem muito frágeis e para evitar
deterioração).

A conservação dos brinquedos

Atualmente, existe uma tendência muito forte para o consumismo e o hábito de


descartar e jogar tudo fora é uma conseqüência natural desta tendência.
O apego exagerado a objetos (como a pessoas) pode ser prejudicial, pois afinal
os brinquedos existem para que se brinque com eles e não para ficarem bem
arrumadinhos nas prateleiras, mas o hábito de tratar as coisas (e as pessoas) com
respeito faz parte da educação do homem civilizado.
Uma boa embalagem já é uma garantia da conservação do brinquedo, mas o
cultivo do hábito de guardar é indispensável. Nem sempre ele é estabelecido
corretamente, e às vezes é imposto quase como um castigo: “– Você brincou, agora tem
que guardar!”
A melhor maneira é valorizar o próprio brinquedo, ressaltando como todas as
peças são importantes para podermos brincar com ele outras vezes. Assim,
demonstraremos interesse e apreciação pelo material.
Todavia, é natural que, com o uso e com o tempo, alguma coisa vá se
estragando. A manutenção é indispensável e, para isso, deve haver um horário, um dia
determinado para se fazer a restauração dos brinquedos quebrados e a substituição de
peças ou embalagens. As crianças poderão ajudar, e até criar brinquedos novos partindo
do aproveitamento de peças que sobraram. Ao reinventar brinquedos e jogos, também
desenvolvem o hábito de conservar e de criar.
O pó é certamente um problema; não há quem consiga manter todos os
brinquedos limpinhos e livres de poeira. Para contornar este problema, podemos colocar
nas estantes cortinas de plástico transparentes. Brincar de tirar o pó com as crianças,
dando-lhes um espanador e um pano de pó, também é uma alternativa.
As crianças adoram lavar os brinquedos, mas para possibilitar este tipo de
brincadeira é necessário que a brinquedoteca tenha um tanque adequado, na altura certa,
um espaço para escorrer as peças lavadas, uma peneira grande e aventais de plástico
para proteger as crianças.
Se houver grande circulação de brinquedos, é aconselhável instalar uma câmara
de esterilização que pode ser confeccionada com lâmpadas de luz ultravioleta e
instalada dentro de um armário grande ou num quartinho pequeno. As prateleiras podem
ser de tela de arame onde os brinquedos ficam expostos à luz ultravioleta (colocada em
cima e embaixo das prateleiras) durante 15 minutos. Esta câmara deve ser fechada para
evitar que a pessoa fique exposta aos raios ultravioletas e o interruptor colocado do lado
de fora.

Disposição dos Brinquedos

Cada um dos espaços da brinquedoteca tem os brinquedos adequados ao tipo de


atividade para eles sugeridos, mas a arrumação deve levar em conta a idade das crianças
que a freqüentam.
É importante que os brinquedos sejam dispostos de forma que as crianças
pequenas, na fase do brinquedo exploratório, os possa encontrar e manusear facilmente.
Os bebês precisam ver os brinquedos para serem estimulados a interagir com eles.
Os jogos de armar devem ser acondicionados de modo que as crianças possam
vê-los, pegá-los e guardá-los facilmente, caso contrário desistirão de usá-los pela
dificuldade de tornar a colocá-los no lugar.
Os blocos de construção, geralmente mais pesados, devem ficar nas prateleiras
mais baixas, acondicionados em cestas ou caixas que se transportem facilmente.
Cuidado com os quebra-cabeças. Este tipo de jogo, tão comum e tão procurado
pelas crianças, facilmente ficará incompleto se algumas medidas preventivas não forem
tomadas. É bom acondicioná-los em envelopes feitos de pano ou TNT, com um lado de
plástico transparente. Assim, se as peças saírem do lugar não cairão ao chão. Podem ser
guardados em prateleiras, para que as crianças usem e guardem, um de cada vez.
Os jogos com regras, os jogos sociais e alguns outros que requerem mais atenção
ou maior número de jogadores podem ser guardados em locais supervisionados, para
evitar que sejam retirados inutilmente e largados fora de lugar. Não devem ser levados
para espaços abertos; é preferível usá-los em lugares onde não se percam as peças.
Na brinquedoteca todos os brinquedos estão à disposição das crianças, porém
alguns devem ser utilizados com mais controle, ou seja, a criança vai pegá-los no
acervo, brinca e devolve antes de pegar outro.
Convém dar um destaque para os brinquedos novos e reservar um lugar especial
para eles. Uma estante ou prateleira com algum atrativo, para que as crianças se
acostumem a procurar novidades. De vez em quando podemos retirar alguns jogos de
circulação e escondê-los por um período para fazê-los aparecer tempos depois, neste
lugar especial. É bom reencontrar velhos amigos!

ATIVIDADE

Sugira cinco itens que você julga ser importante para a elaboração de um livro
de registro dos brinquedos. Justifique suas escolhas.

SUGESTÃO DE LEITURA

FRIEDMANN, Adriana. O direito de brincar: a brinquedoteca. São Paulo:


Edições Sociais Abrinq, 1998.

CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. São


Paulo: Aquariana, 2007.
Módulo II

OS BRINQUEDISTAS

ATIVIDADE

Antes de iniciar o módulo II, você deve assistir ao vídeo a seguir e postar no
fórum de discussão a seguinte reflexão: Qual o papel do brinquedista e quais as
funções que ele deve assumir dentro da brinquedoteca?

Clique aqui para ver o vídeo BRINQUEDOS ANTIGOS

OS BRINQUEDISTAS

Certamente, não se constrói uma brinquedoteca sem otimismo. É preciso tê-lo


em relação ao projeto e comunicá-lo aos outros. O sentimento de esperança faz parte do
contexto e a capacidade de amar a humanidade é indispensável. Mas estas não podem
ser apenas afirmações românticas, pois, como disse Jeal Vial, esta profissão não suporta
amadorismo. O que se exige de fato é que o nível de participação de um brinquedista
requer qualidades pessoais específicas.

As qualidades essenciais para um brinquedista incluem:

1.      Sensibilidade: É preciso ser sensível o bastante para respeitar a criança e


perceber todas as nuances de seus pensamentos e sentimentos, para agir sem ferir
suscetibilidades, limitar seu desempenho ou dirigir processos que devem ser
espontâneos.

2. Entusiasmo: A alegria é fundamental para favorecer o lúdico. Por outro lado,


sem entusiasmo não é possível contaminar o ambiente de forma estimuladora,
necessária para novas tentativas e para propagação da criatividade.
3. Determinação: É preciso não desistir, apesar das dificuldades e imprimir um
ritmo determinado ao trabalho, caso contrário ele não se desenvolverá a contento.
Mesmo que, por vezes, pareça desnecessário cumprir o combinado, abrir em um certo
dia ou organizar certas atividades, é preciso manter o ritmo estabelecido. Algumas
coisas parecem não ser importantes se forem consideradas isoladamente, porém, com
visão do conjunto, constataremos que até um pequeno elo partido pode quebrar a
corrente. É preciso determinação para trabalhar mesmo quando parece não valer a pena:
um dia veremos que valeu.

4. Competência: As boas intenções não asseguram bons resultados. Se não


estudarmos, não refletirmos profundamente sobre o que estudamos, o que observamos e
o que fazemos, poderemos errar muito. Uma tarefa bem feita precisa de preparação. É
indispensável conhecer como a criança pensa, se desenvolve e quais são suas
necessidades nas diferentes etapas do seu desenvolvimento. O brinquedista é um
educador e, como tal, precisa de formação acadêmica. O conhecimento sobre o
desenvolvimento infantil é tão importante que a equipe da brinquedoteca deve manter
reuniões de estudo e discussão de casos. Faz parte também da capacitação do
brinquedista o conhecimento sobre brinquedos e jogos. Para essa finalidade são muito
importantes as sessões de análise de brinquedos e experimentação dos jogos e de suas
regras.
De maneira geral, o brinquedista deve ser uma pessoa capaz de rir facilmente,
mesmo nos dias mais cansativos; possuir boa capacidade de se comunicar e paciência
para lidar com a inquietude das crianças e com as exigências de certos pais. Alguém que
tenha disponibilidade afetiva para brincar muitas vezes; que não se apavore com a
desordem e encare bem ter que arrumar tudo várias vezes. Acima de tudo, que goste
muito de brincar.
Será que existem pessoas com todas essas qualidades? Existem sim: são aquelas
que se solidarizam com as crianças e que, por amor a elas, querem proporcionar-lhes
horas felizes na brinquedoteca.
Brincar com uma criança é uma forma de demonstrar amor por ela, mas...
somente quando tivermos certeza de que isto é o que ela deseja. Algumas vezes, os
adultos interferem sem necessidade, só para dar sua opinião ou para tentar dirigir a
brincadeira, não respeitando, assim, o tempo da criança nem seu jeito de brincar.
Não se deve interromper a concentração de uma criança que está brincando. O
momento em que ela está totalmente absorvida pelo seu brinquedo é muito especial, um
momento mágico e precioso, onde ela exercita uma capacidade da maior importância e
da qual dependerá sua eficiência profissional quando for adulta, a capacidade de
observar e de manter a atenção concentrada.
Brincar junto reforça os laços afetivos. Geralmente, as crianças gostam que um
adulto brinque com elas, pois a presença dele dá mais importância ao jogo. Somente
com humildade e sensibilidade se pode perceber se é hora ou não de intervir, entretanto,
se não houver um convite por parte da criança, a interferência do adulto deve se limitar
a uma sugestão, um estímulo, um esclarecimento ou uma participação de igual para
igual, para não haver restrição à iniciativa das crianças.
Um aspecto muito positivo da participação do adulto no jogo pode ser a
introdução do hábito de guardar os brinquedos quando a brincadeira terminar. Os pais, a
professora ou o brinquedista podem fazer com que o ato de guardar seja uma parte
natural da atividade realizada alegremente. Quando as crianças ajudam, mesmo que seja
só um pouquinho, com o tempo vão adquirindo o hábito de deixar as coisas arrumadas.
Para os casos em que uma pequena ajuda é necessária para motivar as crianças
ou para enriquecer a brincadeira, damos algumas sugestões:

·         Apresente o brinquedo à criança demonstrando interesse.


·         Explique as regras do jogo.
·         Introduza propostas novas.
·         Aumente as oportunidades em todos os sentidos.
·         Estimule a solução de problemas.
·         Reduza a dificuldade quando a criança estiver para desistir.
·         Aumente as dificuldades se o jogo for fácil demais.
·         Encoraje as manifestações espontâneas.
·         Escolha brinquedos adequados ao interesse e ao nível de desenvolvimento
da criança.
·         Prepare o ambiente, mas não conduza a atividade. Deixe que a criança
tome a iniciativa.
·         Dê tempo para que a criança possa explorar o material.
·         Deixe que ela tente sozinha mas esteja disponível se ela pedir ajuda.
·         Simplifique a atividade se verificar que está sendo muito difícil para ela e
gradualmente vá aumentando a dificuldade para manter o desafio.
·         Encoraje e elogie, mas sem infantilizar a criança.
·         Alterne sua participação com a da criança se isso a motiva.
·         Não deixe a atividade esgotar-se até saturar a criança. Pare na hora certa
para que ela tenha motivação para brincar outro dia.
·         Transforme o ato de guardar o jogo em uma atividade alegre e rotineira.
·         Não diga que a criança errou. Ela apenas ainda não aprendeu. Faça com
que ela sinta que é capaz de aprender e dê-lhe o tempo que ela precisar para isso.

ATIVIDADE

1.      Proponha uma maneira divertida para as crianças guardarem os


brinquedos no termino do período, visto que essa atividade estimula o habito de deixar
as coisas arrumadas.
2.      Sugira uma oficina para consertar os brinquedos quebrados.
3.      Tendo em vista que a troca de brinquedos é importante – já permite que as
crianças tenham contato com diversos brinquedos –, elabore uma proposta que permita
essa experiência à criança.

SUGESTÃO DE LEITURA

CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. 4ªed.


São Paulo. Aquariana. 2007.
Módulo III

O BRINQUEDO E OS DIFERENTES ESPAÇOS PARA BRINCAR 

POR QUE BRINCAR?

Porque o brinquedo é oportunidade de desenvolvimento. Brincando, a criança


experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades.
O brinquedo estimula a curiosidade, a iniciativa e a auto confiança. Proporciona
aprendizagem, desenvolvimento da língua, do pensamento e da concentração de
atenção. 
Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. É uma
arte, um dom natural que, quando bem cultivado, irá contribuir, no futuro, para a
eficiência e o equilíbrio do adulto.

MAS SERÁ QUE TODAS AS CRIANÇAS BRINCAM?

Toda criança precisa usufruir os benefícios emocionais, intelectuais e culturais


que as atividades lúdicas proporcionam.

Os adultos querem que a criança se socialize, que se desenvolva, que seja


equilibrada e responsável que preste atenção no que está fazendo, que se acostume a
trabalhar.. mas no final, tudo isto não é exatamente o que uma criança faz quando está
brincando?
O brinquedo é o momento de verdade da criança.
Assista agora ao vídeo clicando no título: BRINQUEDOS E JOGOS
EDUCATIVOS COM SUCATA

ATIVIDADE

Monte um portfólio com sugestões de brinquedos e jogos feitos com sucata.


SUGESTÃO DE LEITURA

CUNHA, Nylse. Criar para brincar. A sucata como recurso pedagógico. São
Paulo: Aquarianas. SEM ANO.

POR QUE BRINQUEDOS

Porque o brinquedo é um convite ao brincar, porque facilita e enriquece a


brincadeira, proporcionando desafio, motivação. Ao ver o brinquedo, a criança é tocada
pela sua proposta, reconhece umas coisas, descobre outras, experimenta e reinventa,
analisa, compara e cria.
Sua imaginação se desenvolve e suas habilidades também. Enriquecendo seu
mundo inteiro, tem mais coisa a comunicar e pode, cada vez mais, participar do mundo
que cerca.
O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto provocado
pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de impotência da
criança.
O brinquedo proporciona o aprender-fazendo e para ser melhor aproveitado é
conveniente que proporcione atividades dinâmicas e desafiadoras, que exijam
participação ativa da criança.
As situações problema contidas na manipulação de certos materiais, se estiverem
adequadas às necessidades do desenvolvimento da criança, fazem-na crescer através da
procura de soluções e de alternativas.
O brinquedo estimula a inteligência porque faz com que a criança solte sua
imaginação e desenvolva a criatividade. Mas, ao mesmo tempo, possibilita exercício de
concentração, de atenção e de engajamento.
Distrai, porque oferece uma saída para a tensão provocada pela pressão do
contexto do adulto. Possibilita exercício de atenção e concentração, porque leva a
criança a observe-se na atividade.
O brinquedo as brincadeiras são excelentes oportunidades para nutrir a
linguagem da criança. 
O contato com diferentes objetos e diferentes situações estimula também a
linguagem interna e o aumento do vocabulário.
O entusiasmo da brincadeira faz com que a língua verbal se tome mais fluente e
haja maior interesse pelo conhecimento de palavras novas. A variedade de situações que
o brinquedo possibilita pode favorecer a aquisição de novos conceitos.
Brincado a criança desenvolve seu senso de companheirismo, jogando com
companheiros, aprende a conviver, ganhando ou perdendo, procurando entender regras
e conseguir uma participação satisfatória.
No jogo, conhecidas as normas, todos tem as mesmas oportunidades e
participando do jogo, a criança aprende a aceitar regras, pois o desafio está justamente
em saber respeitá-las. Esperar sua vez, aceitar o resultado dos dados ou de outro fator de
sorte são excelentes exercícios para lidar com frustrações e, ao mesmo tempo, elevar o
nível de motivação.
Nas dramatizações, a criança vive personagens diferentes, alargando assim sua
compreensão sobre os relacionamentos humanos. As relações cognitivas e afetivas,
conseqüentes da interação lúdica, propiciam amadurecimento emocional e vão pouco a
pouco, construindo a sociabilidade infantil.
Brincar junto com o adulto reforça os laços afetivos. É uma maneira de
manifestar nosso amor à criança. Todas as crianças gostam de brincar com os pais,
professores, avós, irmãos. 
A participação do adulto no jogo da criança eleva o nível de interesse, pelo
enriquecimento que proporciona, pode também contribuir para o esclarecimento de
dúvidas referentes às regras do jogo.
A criança sente-se ao mesmo tempo prestigiada e desafiada quando o parceiro da
brincadeira é um adulto, este por sua vez, pode levar a criança a fazer descobertas e a
viver experiências que tomam o brinquedo mais estimulante e mais rico em
aprendizado.
Através da observação do desempenho das crianças com seus brinquedos
podemos avaliar o nível de seu desenvolvimento motor e cognitivo. Dentro da
atmosfera lúdica, manifestam suas potencialidades e ao observá-las poderemos
enriquecer sua aprendizagem, fornecendo, através dos brinquedos, elementos nutrientes
para seu desenvolvimento.
O adulto que interage pode despertar a atenção e a compreensão de criança,
enriquecendo seu brincar. Mas é imprescindível que antes de mais nada se observe
como ela está brincando para respeitá-la, respeitando sua iniciativa, suas preferências,
seu ritmo de ação e suas regras de jogo. Não se deve interromper a concentração de uma
criança brinca.
Para preservar a ludicidade o adulto deve limitar-se a sugerir e estimular, a
explicar, sem impor determinar a forma de agir. Que a criança aprenda a utilizar o jogo
descobrindo e compreendendo e não por simples imitação.
Porque no brincar existe necessariamente participação e engajamento, o
brinquedo é certamente uma forma de desenvolver a capacidade de engajar-se de
manter-se ativo e participante. A criança que brinca bastante será um adulto trabalhador.
A criança que sempre participou de jogos e brincadeiras grupais saberá trabalhar em
grupo. Por ter aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá trabalhar em grupo, por ter
aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá também respeitar as normas grupais e
sociais.
É brincando bastante que a criança vai aprender a ser um adulto consciente,
capaz de participar e engajar-se na vida de sua comunidade.
O brinquedo é o trabalho da criança.
Por tudo isso, o que está faltando são boas condições para exercer a brincadeira
com seriedade que ela merece. Eis porque a brinquedoteca é importante. E foi por saber
que toda criança precisa brincar que ela foi criada, para resgatar e garantir o direito a
brincadeira e à infância, direito este que está sendo de tantas maneiras desrespeitado.

OS DIFERENTES ESPAÇOS DA BRINQUEDOTECA

Alguns cantinhos mais frenquentes

1- Canto do “faz de conta”: mobílias infantis, carrinho de feira e coisas de


comprar, camarim com espelho, fantasias, maquiagem, etc...

2- Canto da Leitura ou Contar Histórias: com tapetes, almofadas...

3- Canto da invenção: construir com jogos de construção ou sucata.

4- Sucatoteca: lugar onde são guardadas todas aquelas coisas que podem servir
para fazer outras coisas, devem ser agrupadas em caixas e colocadas em estante.
5- Teatrinho: para criar historias e manusear fantoches.

6- Mesa de atividades: para jogar ou qualquer trabalho coletivo.

7- Estantes com brinquedos: para serem manuseados livremente.

8- Oficinas: construção de brinquedo e restauração de brinquedos quebrados.

ATIVIDADE

Escolha um cantinho e elabore uma atividade para ser desenvolvida neste


espaço.

COMO AS CRIANÇAS BRINCAM E O QUE APRENDEM

A criança pode brincar sozinha ou em grupo. Ao brincar com outras crianças, ela
está aprendendo a se colocar na perspectiva do outro, testando limites. Também a
criança pode brincar ao lado de outra, porém sem brincar com a outra, embora muitas
vezes estejam brincando com o mesmo brinquedo. Crianças mais velhas já se organizam
em grupos maiores e, na maioria das vezes, brincam de maneira a desenvolver
atividades iguais ou semelhantes.
Vemos que as crianças muito pequenas apresentam movimentos repetitivos na
sua relação com os objetos como: encaixar e desencaixar, montar e desmontar, bater,
apalpar, sentir, dessa forma ela está tentando defini-lo pelo seu uso. No decorrer do
desenvolvimento, outras maneiras de brincar aparecem. Da mesma forma como
anteriormente ela adquiriu as habilidades de andar, falar, escalar alturas, etc. através da
prática repetitiva, ela vai usar o “faz de conta”, o jogo imaginativo, para se introduzir no
mundo dos adultos.
O ensino da leitura e da escrita, bem como o desenvolvimento do vocabulário,
pode ser considerado uma extensão da brincadeira da criança, pois esse aprendizado
implica a assimilação da realidade através do símbolo, da imaginação.
Outro tipo de brincadeira que aparece ao longo do desenvolvimento é o jogo
com regras que subsiste durante toda a vida.
Isto se deve a uma razão muito simples. Esses jogos apresentam desafios. Nesse
tipo de jogo a criança aprende a respeitar os limites do adversário, servindo isso como
preparação para enfrentar desafios reais que terá pela frente. O jogo com regras é,
portanto, uma forma de aprender e reaprender: numa próxima partida ela poderá
aproveitar-se da experiência anterior, para dominar o adversário terá que exercitar a
memória e a atenção observando o parceiro e poderá se colocar no lugar do outro. Além
da competição, a cooperação também é estimulada quando os jogos são em duplas ou
times.
A brinquedoteca apresenta também uma vantagem que é dar oportunidade às
crianças de experimentar o brinquedo antes de escolhê-lo.
Na brinquedoteca podemos também observar a preferência de crianças de várias
faixas etárias por este ou por aquele brinquedo.
A manipulação de vários brinquedos conduz a criança à ação e à representação,
a agir e a imaginar. Todo brinquedo tem sempre um conteúdo e transmite uma
mensagem.
Finalmente, a brinquedoteca também contribui para a educação da criança na
família, pois os pais, brincando com seus filhos, podem não só fortalecer vínculos
familiares como conhecer melhor a preferência deles.
Assim dando à criança a liberdade para explorar diversos tipos de brinquedos,
estaremos proporcionando o desenvolvimento de sua habilidade de reconhecer objetos e
ações, de distingui-los entre si, de tomar consciência de suas similaridades e diferenças
e, finalmente, de abstrair, classificar e simbolizar. E tudo isso virá, naturalmente, de
uma rica e ativa vida de brincadeiras.

ATIVIDADE

Analise a figura e aponte os brinquedos e as brincadeiras que estão sendo


desenvolvidas.

SUGESTÃO DE LEITURA

KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e educação.


São Paulo: Cortez, 2000.
BROUGÈRE, Gilles. Brinquedos e companhia. São Paulo: Cortez, 2004.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). O brincar e suas teorias. São Paulo:


Pioneira, 2002.
Módulo IV

RELATÓRIO FINAL E AVALIAÇÃO DO CURSO

RELATÓRIO FINAL

Para finalizar o curso e vivenciar os conteúdos abordados, escolha um tipo de


brinquedoteca e realize uma visita para a elaboração de um relatório, que deverá conter
os seguintes itens:

1. Dados da instituição.
2. Responsável e formação.
3. Público-alvo.
4. Descrição do local.
5. Atividades desenvolvidas.
6. Parecer. 

AVALIAÇÃO DO CURSO 
 
Esperamos que você tenha aproveitado o curso integralmente e , no intento de
diagnosticar eventuais problemas ou dificuldades durante este período e promover
melhorias no atendimento dos alunos, propomos que você escreva as considerações que
julgar pertinentes aos seguintes aspectos: 
  
1. Processo de inscrição e efetivação da matrícula. 
  
2. Textos disponibilizados e sugestões de leitura. 
  
3. Proposituras e desenvolvimento das atividades. 
  
4. Comunicação entre tutor/aluno e aluno/aluno no ambiente virtual.   
5. Devolutivas referentes as atividades e as possíveis dúvidas.

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