Gestão em Serviço Social
Gestão em Serviço Social
Gestão em Serviço Social
SOCIAL
Autoras: Rosimere de Souza
Dados Pessoais
Nome:__________________________________________________________
Endereço:______________________________________________________
E-mail:_________________________________________________________
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Erika de Paula Alves
Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
Prof. Marcio Moisés Selhorst
Equipe Pedagógica do IBAM: Anna Marina Fontes Ribeiro
Dora Apelbaum
Mara Darcy Biasi
Márcia costa Alves da Silva
Revisão de Conteúdo: Delaine Martins Costa
361.307
S729g Souza, Rosimere de
Gestão em serviço social / Rosimere de Souza;
Isabel Lopes Monteiro. Indaial : Uniasselvi, 2013.
89 p. : il
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830- 691-5
Paulo Timm
Superintendente Geral do Instituto
Brasileiro de Administração Municipal – IBAM
APRESENTAÇÃO.......................................................................7
CAPÍTULO 1
A Reforma do Estado e os Impactos nas Políticas Públicas
no Brasil......................................................................................9
CAPÍTULO 2
Administração de Programas e
Projetos em Serviço Social.......................................................25
CAPÍTULO 3
Gestão de Serviços Sociais e Gestão Social..............................47
CAPÍTULO 4
Entidades Privadas e Possibilidades de Cooperação com
o Setor Público na Gestão de Serviços Sociais.........................63
APRESENTAÇÃO
Caro (a) pós-graduando (a):
O universo da gestão dos serviços sociais compreende um conjunto de
atividades voltadas para a formulação, organização, financiamento, gerenciamento,
execução, monitoramento e avaliação de ações nas áreas de saúde, educação,
habitação, cultura, lazer, assistência social dentre outras elencadas entre os
direitos sociais.
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SERVIÇO SOCIAL está organizado em três partes. A primeira analisa a prática
do serviço social, suas derivações e as novas competências profissionais a partir
do resgate do surgimento do trabalho social, os aspectos políticos e sociais que
marcaram as primeiras escolas de serviço social até as práticas institucionais.
As autoras.
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C APÍTULO 1
A reforma do Estado e os Impactos
nas Políticas Publicas no Brasil
Contextualização
A Reforma do Estado, consolidada pela Constituição Federal de 1988, foi um
marco importante na trajetória das políticas sociais. Muitos dos aspectos dessa
Reforma se refletiram diretamente nas relações entre o Estado e a sociedade, na
participação popular, nas relações de poder e de classe e, por consequência, no
trabalho cotidiano dos profissionais da área social, entre eles, os processos de
gestão das políticas sociais. Por tal motivo, neste capítulo, vamos voltar a atenção
para os processos sociais que resultaram na redução do papel do Estado no
campo social e, por conseguinte, de suas atribuições e responsabilidades frente
às desigualdades sociais.
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Gestão em Serviço Social
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Capítulo 1 A Reforma do Estado e os Impactos
nas Políticas Públicas no Brasil
Atividade de Estudos:
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Gestão em Serviço Social
Não bastou muito para que as exigências advindas desse novo modelo
econômico, naquele período, desencadeassem, entre outros efeitos, um forte
impacto sobre a máquina administrativa. Foi neste período que o Estado transferiu
para o setor privado algumas de suas atribuições.
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Capítulo 1 A Reforma do Estado e os Impactos
nas Políticas Públicas no Brasil
O ano de 1989 pode ser apontado como o ano da retomada dos sonhos e
da utopia da construção de um país democrático e menos desigual no Brasil. A
ditadura fora extinta quatro anos antes, com a saída de cena do último presidente
general, aquele que dissera “preferir cheiro de cavalo a cheiro de povo”.
produzidas pelas desigualdades sociais, geradas por este novo modelo capitalista
de produção e desenvolvimento. Nessa mesma época, os programas sociais
compensatórios eram definidos a partir de critérios políticos partidários, emendas
parlamentares, transferência de recursos financeiros aos estados e municípios e
resultava na execução de ações pontuais. Ações que o advento da Lei Orgânica
de Assistência Social – LOAS – buscou mitigar.
O prof. de História Social Fábio Pestana Ramos, que escreve sobre o golpe
de Estado e a ditadura militar pelo prisma político-econômico, afirma que no final
da década de 1970, o Brasil era um dos campeões mundiais de mortalidade
infantil e de desnutrição. O número de crianças abandonadas chegou à casa
dos dez milhões; a dívida externa cresceu rapidamente, fazendo o país refém
do Fundo Monetário Internacional (FMI) e das altas taxas de juros cobradas. Os
gastos do governo, a dívida externa e outros problemas estruturais conduziram
a uma inflação que atingiu proporções nunca antes vistas, corroendo o poder de
consumo da população mais pobre e beneficiando os ricos e o capital especulativo.
(RAMOS, 2011).
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Capítulo 1 A Reforma do Estado e os Impactos
nas Políticas Públicas no Brasil
LEGISLAÇÂO DESTAQUE
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Gestão em Serviço Social
Destaque especial deve ser dado para a área da Assistência Social, cuja
consolidação como política pública na CF de 1988 foi resultado da luta dos
movimentos sociais e de categorias profissionais organizadas.
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Capítulo 1 A Reforma do Estado e os Impactos
nas Políticas Públicas no Brasil
Atividade de Estudos:
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Gestão em Serviço Social
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Capítulo 1 A Reforma do Estado e os Impactos
nas Políticas Públicas no Brasil
Embora o termo “ONG” tenha sido utilizado na década de 1940 pela ONU para
designar diferentes entidades executoras de projetos humanitários ou de interesse
público (LANDIM, 1993), no Brasil, a expressão se referia, principalmente, às
organizações de “Cooperação Internacional”, formada por Igrejas (católica e
protestante), organizações de solidariedade ou governos de vários países. Essas
organizações priorizavam a ajuda às organizações e aos movimentos sociais nos
países do sul, com o intuito de “consolidar a democracia”. (COUTINHO, 2005).
Não por acaso, várias das ONGs que emergiram após os anos de 1970
possuíam não só financiamentos internacionais, mas também “[...] o apoio de alas
progressistas da Igreja Católica, que reviu suas posições quanto à organização
da população para participar de movimentos e mobilizações conscientizadoras.”
(GOHN, 2000, p. 12).
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Gestão em Serviço Social
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Capítulo 1 A Reforma do Estado e os Impactos
nas Políticas Públicas no Brasil
Algumas Considerações
O capítulo apresentou os principais fragmentos históricos da política social
e econômica que configuraram as políticas sociais na América Latina e no Brasil.
Por fim, pode-se entender que este modelo de gestão pública globalizada
abre espaço para a entrada de instituições não governamentais, pois o Estado, ao
fracionar suas funções, transfere responsabilidades para a sociedade civil, reduz
seu espectro de atuação, deixando uma lacuna a ser preenchida por entidades
que integram o “Terceiro Setor”.
Referências
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988.
GOHN, Maria da G. Os sem terra, ONGs e cidadania. 2 ed. São Paulo: Cortez,
2000.
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C APÍTULO 2
Administração de Programas e
Projetos em Serviço Social
Contextualização
Nesta etapa, vamos abordar temas que subsidiarão a sua compreensão
sobre o trabalho social, quais sejam: a genealogia do serviço social, a reprodução
das relações sociais e suas manifestações e os mecanismos de enfretamento das
desigualdades sociais.
Por último, vamos nos concentrar numa discussão mais ampliada das
políticas de seguridade social e os programas de transferência de renda, os
mecanismos de enfrentamento das desigualdades sociais e suas contradições
frente à concepção universal de proteção social.
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Gestão em Serviço Social
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Capítulo 2 Administração de Programas
e Projetosem Serviço Social
Atividade de Estudos:
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____________________________________________________
____________________________________________________ Das atividades
____________________________________________________ doutrinárias e
____________________________________________________ assistenciais
desenvolvidas
____________________________________________________
pelas primeiras
____________________________________________________ Assistentes
Sociais podemos
destacar: plantão
de atendimentos,
visitas domiciliares,
reuniões
Ainda de acordo com a autora, das atividades doutrinárias e educativas,
assistenciais desenvolvidas pelas primeiras Assistentes Sociais tratamento de
podemos destacar: plantão de atendimentos, visitas domiciliares, casos. Além
reuniões educativas, tratamento de casos. Além de inquéritos familiares, de inquéritos
familiares,
pesquisas sobre as condições de moradia, a situação sanitária
pesquisas sobre
econômica e moral do proletariado. as condições
de moradia, a
A atuação das assistentes sociais se ampliava chegando às situação sanitária
empresas, com atendimentos individuais e de grupos, organização de econômica e moral
do proletariado.
atividades de lazer e educativas, benefícios sociais. Também passaram
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Gestão em Serviço Social
a fazer parte do serviço social médicos, com funções diversas na área de saúde,
voltadas para o atendimento direto aos clientes, com informações, triagem,
orientações e encaminhamentos.
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Gestão em Serviço Social
Os anos 1960 foram considerados por muitos como os “anos dourados”, pois
se tratava de uma época em que a ideologia desenvolvimentista foi amplamente
difundida. Vale lembrar que o governo de Juscelino Kubitschek foi definido
pela expansão econômica, o que dava o sentido de prosperidade, riqueza,
soberania, paz social e segurança. Com a ascensão da indústria automobilística
e os investimentos na educação, acreditava-se que as desigualdades sociais
diminuiriam, uma vez que havia forte investimento na industrialização e, por
conseguinte, o fortalecimento da economia. Porém, isso não ocorreu: ao mesmo
tempo em que a ideologia desenvolvimentista ganhava novas adesões e força
política, as questões que impulsionariam o desenvolvimento social se distanciavam.
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Capítulo 2 Administração de Programas
e Projetosem Serviço Social
Mota (2008, p. 28) nos remete ao final dos anos 1970 e às crises geradas
pelos “modelos de Welfare State” e pelo exaurimento das experiências do
“socialismo real”, refratando-se a crise, primeiro nos países periféricos capitalistas
centrais e, em seguida, nos periféricos. Esse período vai recolocar a questão
social, ampliada e redefinida, incorporando traços e características reveladoras
de que a desigualdade social é inerente ao desenvolvimento do capitalismo e das
forças produtivas.
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Gestão em Serviço Social
Taylorismo/ Fordismo:
Esse processo produtivo de trabalho caracterizou-se pela mescla
da produção em série (fordismo) com o cronômetro taylorista, além
da vigência de uma separação nítida entre elaboração e execução.
Para o capital, tratava-se de apropriar-se do savoir-faire do trabalho,
‘suprimindo’ a dimensão intelectual do trabalho operário, que era
transferida para as esferas da gerência científica. A atividade do
trabalho reduzia-se a uma ação mecânica e repetitiva. (ANTUNES,
1999, p.37).
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Capítulo 2 Administração de Programas
e Projetosem Serviço Social
Para o serviço social, esse momento histórico nos leva a entender o novo fazer
profissional e suas dimensões, que estão intrinsecamente ligadas às pesquisas
investigativas nos campos teóricos, metodológicos, técnicos, operativos, éticos,
políticos e pedagógicos. Como destaca Iamamoto (2005, p. 55):
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Gestão em Serviço Social
Princípios Fundamentais:
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 Administração de Programas
e Projetosem Serviço Social
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Gestão em Serviço Social
Sposati (2007) destaca que após todos esses anos de aprovação da LOAS
se alcançou a efetivação do Sistema Único da Assistência Social – SUAS,
baseado no conteúdo da Política Nacional de Assistência Social (PNAS-2004),
que estabelece o campo da proteção socioassistencial com centralidade na
ca¬pacidade protetiva da família. As fragilidades do ciclo de vida, as vitimizações,
as exclusões são objeto da ação a partir da análise de riscos e vulnerabilidades
sociais a que estão sujeitos os indivíduos e as famílias. A direção da política é
afiançar seguranças sociais de acolhida, convívio e capacidade básica de
automanutenção, que possibilitem inclusão e emancipação.
Algumas Considerações
Neste capítulo foram abordados temas que originaram a profissão do
Serviço Social no Brasil, a partir da década de 30, em seu contexto histórico,
que, sob forte influência da Igreja Católica, deu os primeiros passos para uma
formação Científica, Técnica, Moral e Doutrinária, com princípios inerentes a uma
atuação qualificada, num recorte de gênero, ao Curso Intensivo de Formação
Social para Moças.
Nesse contexto, as práticas do Serviço Social dos anos 1960, que estavam
sob a orientação de técnicas tradicionais, foram definidas por Neto (2005, p. 5),
como: “[...] prática empirista, reiterativa, paliativa e burocratizada, claramente
funcionalista que visava a enfrentar as incidências psicossociais da ‘questão
social’ sobre indivíduos e grupos, sempre pressuposta a ordenação capitalista”.
Inicia-se, aqui, o processo de um movimento que buscava romper com a linha
conservadora, a partir de uma reflexão crítica do significado da profissão e seus
pressupostos ideológicos, teóricos e metodológicos.
Referências
ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho. São Paulo: Boitempo, 2002.
_____. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. 17. ed. São Paulo, Cortez,
2005.
NETO, J.P. Ditadura do Serviço Social: Uma Análise sobre o Serviço Social no
Brasil pós 64. São Paulo: Cortez,1990.
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Capítulo 2 Administração de Programas
e Projetosem Serviço Social
et al. (Orgs.). Serviço Social e Saúde. 4. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF:
OPAS, OMS, Ministério da Saúde, 2009.
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C APÍTULO 3
Gestão de Serviços Sociais
e Gestão Social
Contextualização
O universo da gestão dos serviços sociais compreende um conjunto
O universo da
de atividades voltadas para a formulação, organização, financiamento, gestão dos serviços
gerenciamento, execução, monitoramento e avaliação de ações nas sociais compreende
áreas de saúde, educação, habitação, cultura, lazer, assistência social, um conjunto de
atividades voltadas
dentre outras, apontadas entre os direitos sociais.
para a formulação,
organização,
Destaca-se que este campo teve um desenvolvimento acelerado no financiamento,
contexto da Reforma do Estado na conjuntura da democratização pós- gerenciamento,
execução,
Constituição Federal de 1988.
monitoramento
e avaliação de
Estão envolvidas em tais processos entidades públicas e privadas, ações nas áreas de
com destaque para aquelas sem fins lucrativos. Com base nos princípios saúde, educação,
habitação, cultura,
da descentralização e do compartilhamento na prestação dos serviços
lazer, assistência
públicos, o setor público se encarrega de coordenar a organização e a social, dentre
administração dos serviços públicos, utilizando um conjunto de arranjos, outras, apontadas
mecanismos, instrumentos, normas e leis específicas para cada uma entre os direitos
sociais.
das políticas. As entidades privadas em geral atuam na execução dos
serviços, bem como na fiscalização e avaliação das ações por meio
dos conselhos de políticas setoriais ou temáticos, conforme será analisado mais
adiante no texto.
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Capítulo 3 Gestão de Serviços Sociais e Gestão Social
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Gestão em Serviço Social
Atividade de Estudos:
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Capítulo 3 Gestão de Serviços Sociais e Gestão Social
Pode-se dizer que Governança Social e Gestão Social são conceitos que
trazem aspectos bastante parecidos e apresentam novas agendas para o campo
da gestão de serviços públicos sociais. Os debates e a difusão das ideias contidas
em tais conceitos promoveram mudanças no desempenho dos atores estatais e
de sua capacidade no exercício da autoridade política e um novo modus operandi
das políticas governamentais.
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Gestão em Serviço Social
Vale enfatizar que a expressão gestão social tem sido utilizada para
representar um modelo especial de problematizar e gerir realidades
sociointeracionais complexas no qual a concepção de público não se restringe à
ideia de Estado, mas, mais do que isto, compreende uma perspectiva sociocêntrica
em que a concepção de público é ampliada e se equipara a interesse público.
(KEINERT, 2000 apud BOULLOSA; SCHOMMER, 2009, p. 2).
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Capítulo 3 Gestão de Serviços Sociais e Gestão Social
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Gestão em Serviço Social
Responsabilidade Social
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Capítulo 3 Gestão de Serviços Sociais e Gestão Social
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Gestão em Serviço Social
Agentes Públicos
Na visão do Direito Administrativo, o agente público é a pessoa
física incumbida do exercício de uma função pública. No caso em
pauta, são os gestores das políticas sociais, os técnicos das unidades
de atendimento, os conselheiros da assistência social e outros que
se enquadrem no principal requisito descrito no conceito anterior no
que diz respeito à função.
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Capítulo 3 Gestão de Serviços Sociais e Gestão Social
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Gestão em Serviço Social
Atividade de Estudos:
Algumas Considerações
Como vimos no texto, a fase atual do processo de reforma do Estado
se desenvolve na direção do aperfeiçoamento de formas de gestão mais
democráticas, cooperativas e associativas, que envolvem entidades públicas e
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Capítulo 3 Gestão de Serviços Sociais e Gestão Social
Referencias
ALCOFORADO, Flavio. O Instituto de Governança Social: avanços e
perspectivas no desenho de um novo arranjo organizacional. 2009. Disponível
em: <http://www.seplag.rs.gov.br>. Acesso em: 03 fev. 2013.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 34. ed. São Paulo:
Malheiros, 2008.
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C APÍTULO 4
Entidades Privadas e Possibilidades
de Cooperação com o Setor Público
na Gestão de Serviços Sociais
Contextualização
Como já estudado no capítulo anterior, a Gestão Social é uma questão
central atualmente para se pensar o desenvolvimento das políticas sociais e tem
sido considerada por diversos atores como alternativa plausível de modelo de
governo dos processos de transformação social. Surge em meio ao debate sobre
o desenvolvimento de novas formas de gestão das ações públicas de atendimento
às demandas sociais, capazes de agregar a participação popular nos processos
de decisão, monitoramento e avaliação de serviços, projetos e programas, com
vistas ao seu aprimoramento e consequente efetividade dos resultados.
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Gestão em Serviço Social
O Terceiro Setor
No que consiste o terceiro setor?
É importante que você compreenda que este é um tema que tem provocado
muitas reflexões, resultando em diferentes percepções acerca da funcionalidade,
objetivos e características do terceiro setor. Alguns conceitos são trabalhados por
diferentes autores, que têm se destacado entre os estudiosos do assunto, dentre
os quais distinguimos o sociólogo Rubem Cesar Fernandes, que apresenta a
seguinte análise:
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Capítulo 4 Entidades Privadas e
Possibilidades de Cooperação Com o
Setor Público na Gestão de Serviços Sociais
Essas organizações não fazem parte do Estado, nem a ele estão vinculadas,
mas se revestem de caráter público na medida em que se dedicam a causas e
problemas sociais e em que, apesar de serem sociedades civis privadas, não têm
como objetivo o lucro, e sim o atendimento das necessidades da sociedade.
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Gestão em Serviço Social
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Capítulo 4 Entidades Privadas e
Possibilidades de Cooperação Com o
Setor Público na Gestão de Serviços Sociais
–– remuneração média dos homens (R$ 1.980,08), sendo para o total dos
assalariados, R$ 1.667,05 mensais naquele ano.
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Gestão em Serviço Social
AMPARO LEGAL CF (Art. 5º) e Código Civil. CF (Art. 5º), Código Civil e Lei
5.764/71.
COMPONENTES Mínimo de 2 (duas) pesso- Mínimo de 20 (vinte) pessoas
as físicas. físicas.
LEGALIZAÇÃO Ata de Assembleia Geral/ Ata de Assembleia Geral e
Estatuto. Estatuto.
Eleição de Diretoria e Eleição de Diretoria e Conselho
Conselho Fiscal. Fiscal.
Registros: Cartório, INSS e Registros: Junta Comercial,
MT. CNPJ-Receita Federal. INSS, MT. CNPJ-Receita Fede-
ral, Alvará.
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Capítulo 4 Entidades Privadas e
Possibilidades de Cooperação Com o
Setor Público na Gestão de Serviços Sociais
Fonte: As autoras.
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Gestão em Serviço Social
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Capítulo 4 Entidades Privadas e
Possibilidades de Cooperação Com o
Setor Público na Gestão de Serviços Sociais
Nos termos da
e) Organizações Sociais (OSs) Lei Federal no
9.637/1998, o
Poder Executivo
A Organização Social (OS) é uma qualificação, um título, que a poderá qualificar
Administração outorga a uma entidade privada, sem fins lucrativos, para como organizações
que possa receber determinados benefícios do Poder Público (dotações sociais pessoas
orçamentárias, isenções fiscais etc.), realizando, assim, seus fins, que jurídicas de direito
privado, sem fins
devem ser necessariamente de interesse da comunidade.
lucrativos, cujas
atividades sociais
Nos termos da Lei Federal no 9.637/1998, o Poder Executivo sejam dirigidas ao
poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito ensino, à pesquisa
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sociais sejam dirigidas ao científica, ao
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção desenvolvimento
tecnológico, à
e à preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos os proteção e à
requisitos previstos nesta mesma lei. preservação do
meio ambiente, à
A criação de organizações sociais atendeu à necessidade do Estado de cultura e à saúde,
encontrar um instrumento que permitisse a transferência para as entidades atendidos os
requisitos previstos
privadas da execução de certas atividades que vêm sendo exercidas pelo
nesta mesma lei.
Poder Público sem necessidade de concessão ou permissão.
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Gestão em Serviço Social
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Capítulo 4 Entidades Privadas e
Possibilidades de Cooperação Com o
Setor Público na Gestão de Serviços Sociais
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Gestão em Serviço Social
• Promoção do voluntariado;
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Capítulo 4 Entidades Privadas e
Possibilidades de Cooperação Com o
Setor Público na Gestão de Serviços Sociais
Utilidade Pública
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Capítulo 4 Entidades Privadas e
Possibilidades de Cooperação Com o
Setor Público na Gestão de Serviços Sociais
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Capítulo 4 Entidades Privadas e
Possibilidades de Cooperação Com o
Setor Público na Gestão de Serviços Sociais
Soares Júnior (2011) comenta que a busca constante pela ampliação dos
espaços para a adequada prestação de serviços, alicerçada no espírito da
descentralização e do compartilhamento, demandou o trespasse da esfera
pública para fora de suas fronteiras, acolhendo a colaboração da iniciativa privada
com fins lucrativos (2º setor) ou sem fins lucrativos (3º setor), produzindo trabalhos
cooperativos de impacto nos diferentes aspectos ligados ao desenvolvimento da
prestação de serviços públicos.
DESCENTRALIZAÇÃO E COMPARTILHAMENTO
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Gestão em Serviço Social
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Capítulo 4 Entidades Privadas e
Possibilidades de Cooperação Com o
Setor Público na Gestão de Serviços Sociais
Atividade de Estudos:
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Capítulo 4 Entidades Privadas e
Possibilidades de Cooperação Com o
Setor Público na Gestão de Serviços Sociais
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Algumas Considerações
Este capítulo teve como objetivo apresentar o terceiro setor como um espaço
dinâmico, no qual se desenvolvem as relações entre o Estado e as entidades
privadas sem fins lucrativos, bem como as parcerias e alianças público privadas
como uma possibilidade de cooperação entre esses mesmos atores, orientadas
por novas formas de gestão, com destaque para o que traz a perspectiva
da Gestão Social. Assim sendo, observa-se, por exemplo, o crescimento da
participação das empresas nos projetos de desenvolvimento econômico e o
avanço dos instrumentos de monitoramento e controle da ação empresarial
no meio ambiente e social. Destaca-se, neste campo, o desenvolvimento de
inúmeros documentos e acordos internacionais que já estão sendo alinhados às
políticas sociais brasileiras. Este universo precisa ser conhecido pelos gestores e
futuros gestores.
Conclui-se que é inegável que as entidades que voltam sua ação para o
Terceiro Setor apresentem um excelente potencial de mobilização da sociedade
civil, haja vista as suas diferenciadas estratégias de comunicação, de sensibilização
e discussão com a população sobre as possibilidades de cooperação mútua na
solução dos problemas que afetam uma determinada comunidade ou grupo.
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Gestão em Serviço Social
Todos estes temas, Gestão Social, terceiro setor e Alianças Público Privadas
são bastante vastos e este texto não tem a intenção de esgotar todos os seus
aspectos, mas apenas introduzir alguns conceitos que devem ser aprofundados
por você, acadêmico(a).
Referências
AVRITZER, Leonardo. (Ed.). Sociedade civil e democratização. Belo Horizonte:
Livraria Del Rey Editora, 1994.
SCHOLTE, Jan Aart. Civil Society and Democracy in Global Governance. GSGR
Working Paper, n. 65/01, Department of Politics and International Studies,
University of Warwick, 2002.
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