Trabalho de Climatogeografia
Trabalho de Climatogeografia
Trabalho de Climatogeografia
Geografia, Turma H
Climatogeografia
1º Ano
1
Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
Exploração dos
2.0
dados
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
2
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_________________________________
3
Índice
1. Introdução ....................................................................................................................... 1
2.3. Precipitação..................................................................................................................... 4
5.Conclusão ......................................................................................................................... 15
6. Referências Bibliográficas................................................................................................ 16
4
1. Introdução
As mudanças climáticas têm se tornado nas últimas décadas uma preocupação para a
comunidade científica, pois são apontadas como uma das causas do aumento da frequência e
intensidade de eventos climáticos extremos, tais como, alterações nos regimes da
precipitação, perturbações nas correntes marinhas, elevação do nível médio das águas do
mar.Por esse motivo, vários estudos têm sido feitos visando evitar que os efeitos causados por
estas prejudiquem as diversas formas de vida na superfície terrestre. A precipitação é a
deposição da água no globo terrestre proveniente da atmosfera, seja ela em forma de chuva,
granizo, neve, orvalho, neblina ou geada. (Lopes, 2006; Marengo, 2007).Considerada uma
das variáveis meteorológicas de fundamental importância para os seres vivos, o seu aumento
ou diminuição, está relacionado com fenómenos meteorológicos pertencentes às várias
escalas temporais e espaciais, que vão desde a escala global (Ex: El Niño e La Niña) às
condições locais (Ex: topografia).
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Conhecer os fenómenos EL Nino e La Nina
1.1.2. Específicos
Conceituar a Influência do ELl Nino na variabilidade de Moçambique;
Caracterizar a variabilidade da precipitação em Moçambique;
Explicar os factores que influenciam a variabilidade de precipitação em Moçambique.
1.2. Metodologias
A realização do presente trabalho delineou-se segundo a modalidade da pesquisa
bibliográfica, esta pesquisa sendo bibliográfica foi feita a parti r do estudo de artigos e
revistas que abordam os temas que foram pesquisados, por meio deles, o aporte teórico foi
produzido.
1
2. Influência do EL Nino na variabilidade de Moçambique
O El Niño Oscilação Sul (ENSO) é um fenómeno de grande escala que mais afecta o tempo e
o clima de diferentes locais e tem sido bastante estudado nas últimas décadas. Este fenómeno
provoca alterações na circulação atmosférica que afectam os elementos meteorológicos,
principalmente a precipitação, em Moçambique. O presente trabalho visa estudar a influência
do fenómeno ENSO sobre a precipitação nas cidades
de latitude Sul e os meridianos 30º 12’e 40º 51’ de longitude Este Com uma superfície de
799.380km² (98% de terra firme e 2% de águas interiores que incluem os lagos, albufeiras e
rios) .Moçambique localiza-se na Costa Leste da África Austral, entre os paralelos 10º 27’
e26º 52’ (CNDS, 2002), com cerca de 2.700 km de costa. a população total é de 20.226. 296
habitantes, com tendência a aumentar. (p.15)
Moçambique faz fronteira com seis (6) países, dos quais se inserem na fronteira noroeste e
oeste, os seguintes: Malawi, Zâmbia e Zimbabwe respectivamente; A norte é limitado pela
República da Tanzânia através da fronteira natural do Rio Rovuma; A sul é limitado pela
República da África do Sul e o Reino da Suazilândia e a este, é limitado pelo Canal de
Moçambique e pelo Oceano Índico. No aspecto espacial Moçambique está dividido
geograficamente em três regiões distintas: Região Norte (Niassa, Cabo Delgado e Nampula),
Centro (Tete, Manica, Sofala e Zambézia) e Sul (Gaza, Inhambane e Maputo). A cidade de
Maputo, capital de Moçambique, está situada na região Sul, no extremo sul do país. A cidade
da Beira, localiza-se na província de Sofala, no centro do país e Lichinga situa-se na
província de Niassa, na região norte do país.
2
Moçambique faz fronteira com seis (6) países, dos quais se inserem na fronteira noroeste e
oeste, os seguintes: Malawi, Zâmbia e Zimbabwe respectivamente; A norte é limitado pela
República da Tanzânia através da fronteira natural do Rio Rovuma; A sul é limitado pela
República da África do Sul e o Reino da Suazilândia e a este, é limitado pelo Canal de
Moçambique e pelo Oceano Índico.
3
Os tipos climáticos em Moçambique são determinados pela localização da zona de baixas
pressões equatoriais, das células anticiclónicas tropicais e das frentes polares do Antárctico. O
litoral moçambicano sofre influências da Corrente quente Moçambique-Agulhas e dos
correspondentes ventos dominantes marítimos do quadrante. (p.3)
2.3. Precipitação
Segundo Pinto et al., (1976),
Define-se precipitação a deposição de água no globo terrestre proveniente da atmosfera que
eventualmente atinge o solo sob forma líquida (aguaceiro, chuva, chuvisco) ou sólida (neve,
granizo, saraiva). Ela pode ser considerada uma das variáveis meteorológicas de fundamental
importância para os recursos hídricos, e consequentemente para os seres vivos. (p.9)
4
2.5.2 Precipitação convectiva
Villela & Mattos (1971); Collischonn & Tassi, (2008 citados por Buchir, 2013) explicam
que:
É típica de regiões tropicais, ocorre pelo aquecimento de massas de ar, relativamente pequenas,
que estão em contacto directo com a superfície quente dos continentes e oceanos. O
arrefecimento do ar resulta na sua subida para níveis mais altos da atmosfera onde as baixas
temperaturas condensam o vapor, formando nuvens. Este processo pode ou não resultar em
Precipitação. Normalmente, este tipo de precipitação ocorre de forma concentrada sobre áreas
relativamente pequenas Os processos convectivos produz precipitação de grande intensidade e
duração relativamente curta.(p.18)
5
2.6.1 Factores que Influenciam a Variabilidade da Precipitação em Moçambique
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) - é uma zona de baixas pressões, onde
convergem diferentes massas de ar e criam-se nuvens de desenvolvimento vertical (nuvens
convectivas) que provocam grandes precipitações. A ZCIT uma porção da região sul de
Moçambique influencia directamente no regime de precipitação da região norte, centro e
Lembrando que, este é um fenómeno migratório que se desloca sobre o continente Africano,
do hemisfério sul para o norte e vice - versa.
Continentalidade - a precipitação varia com a proximidade ou afastamento de um lugar em
relação ao mar. Os lugares mais próximos do oceano tem tendência a registar maiores valores
de precipitação anual do que os lugares no interior dos continentes. Em Moçambique, a
diminuição da precipitação acentua-se com o aumento da continentalidade na maioria das
regiões do vale do Zambeze e sul do Save, onde a influência do baixo nível dos terrenos não
permite em contrapartida pronunciada a influência orográfica (Benessene, 2002).
O efeito da continentalidade é mais notável nas regiões do interior das províncias de Gaza e
Inhambane. Ciclones Tropicais - são zonas de baixas pressões com características dinâmicas
e convergência, movimentando ar húmido e quente horizontalmente. A estação ciclónica
estende-se do mês de Novembro até Abril em Moçambique. Este fenómeno, dura cerca de 6
dias (desde a sua formação até a dissipação), porém por vezes há ciclones que duram duas
semanas às vezes até um mês. Segundo o mesmo autor as estatísticas dizem que, cerca de três
a cinco ciclones se formam no canal de Moçambique todos os anos e durante a sua passagem
produzem grandes quantidades de precipitação.
Anticiclones - são zonas de altas pressões, que se caracterizam pela divergência e subsidência
do ar. Estas zonas são caracterizadas por grande actividade do regime térmico (depressões
térmicas). As depressões térmicas são acompanhadas de massas de ar quente e seco, e
influenciam negativamente na ocorrência da precipitação
El Niño-Oscilação Sul (ENSO) - é um fenómeno oceânico-atmosférico, que caracteriza-se
por episódios quentes e frios associados a alterações dos padrões normais de Temperatura da
Superfície do Mar (TSM) e dos ventos alísios no Oceano Pacífico Equatorial, que conduzem
a alteração no comportamento da precipitação no mundo
(Van e Hurry, 1992 citado por Cambula, 2005) afirma que:
Frentes Frias do Sul - são massas de ar frias que se formam na superfície polar sul,
possuindo uma migração periódica anual em direcção ao equador. Na sua trajectória, estas
massas de ar altamente frias convergem com as massas de ar quentes, formando-se na zona de
convergência grandes nuvens de desenvolvimento vertical (nuvens convectivas) de onde
6
provem a precipitação. Elas são mais frequentes no inverno e são responsáveis pela maioria
das chuvas que ocorrem no verão na parte sul de Moçambique, sobretudo na região do litoral
Baixas Costeiras - são células de baixas pressões, localizadas na parte costeira da África
Austral. Em Moçambique, ocorrem geralmente no verão e são observadas com maior
frequência na zona sul do rio Save. A sua passagem é caracterizada por céu coberto
localizado e chuvas de curta duração e fracas.
Orografia - a composição orográfica duma determinada região facilita o processo de
ascensão das massas de ar que com a diminuição da temperatura amassa de ar evolui até ao
ponto de saturação onde a água condensa-se e precipita. Este fenómeno ocorre geralmente nas
regiões planálticas do país. Geralmente, a ZCIT, as frentes frias, as depressões, ciclones
tropicais e o fenómeno La Niña são responsáveis pela abundância da precipitação, enquanto
os anti-ciclones subtropicais e o fenómeno El Niño, pela redução da precipitação (MICOA,
2004).
7
na década de 20, pelo matemático Sir Walker, que expressa a correlação inversa existente
entre a pressão atmosférica nos extremos do Pacífico Leste e Oeste, quando a pressão é alta a
Leste usualmente é baixa a Oeste e vice. O Índice de Oscilação Sul (IOS) é utilizado no
monitoramento da componente atmosférica e é caracterizado por anomalias de pressão
atmosférica na região de Darwin, Norte da Austrália (12,4ºS; 130,9ºE) e do Taiti, na Polinésia
Francesa (17,5ºS; 149,6ºW) (Lopes, 2006).
Segundo De Paula (2009), o ENSO apresenta duas (2) fases, a fase quente denominada El
Niño e a fase fria denominada La Niña (Figura 3). LOPES et al., 2007).
Lopes et al (2007
Estando os valores negativos do IOS associados a eventos quentes de El Niño, enquanto que os
valores positivos associados a eventos frios, La Niña o El Niño ocorre quando o índice de
temperatura da superfície do Oceano Pacífico é maior ou igual a +0.5°C e o La Niña quando o
índice de temperatura de superfície do Oceano Pacífico é menor ou igual a -0,5°C, quando o
índice de temperatura da superfície do Oceano Pacífico encontra-se no intervalo de -0.5 a
+0.5°C está-se perante a fase Neutra, ou seja, os eventos El Niño são caracterizados por valores
positivos dentro de um limite definido de temperatura quente, enquanto La Niña são
caracterizados por valores negativos dentro de um definido limite de temperatura fria. (p.19)
Aragão (1998) afirma que:
A diferença de temperatura entre as águas do oceano Pacífico, entre o lado oeste e leste e em
função dos ventos alísios que sopram predominantemente do sudeste no hemisfério Sul, causa
uma circulação de origem térmica directa chamada circulação de Walker e diferença de pressão
na superfície a circulação de Walker é zonal, na qual o ar húmido sobre as TSMs quentes do
Pacífico Ocidental, na zona da Indonésia, sobe provocando precipitações abundantes nesta
zona. (p.11)
Francisco (2001) explica que:
Posteriormente o ar desloca-se para leste na troposfera superior, desce sobre as águas frias do
Pacífico Tropical Oriental e dirige-se para oeste ao longo do equador com os ventos alíseos
Essa circulação atmosférica faz com que a parte oeste do Oceano Pacífico seja uma região de
chuvas frequentes de forma oposta a parte leste e junto à costa da América do Sul seja uma
região de chuvas escassas. (p.17)
El Niño e La Niña
Os fenómenos El Niño e La Niña são fenómenos oceânico-atmosférico, duplamente muito
importantes por causar variação no clima regional e global e nas escalas interanuais de tempo,
mudando os padrões de vento em nível mundial e, afectando, assim, os regimes de
precipitação em regiões tropicais e de latitudes médias.
El Niño
De acordo com Benessene (2002), El Niño é um fenómeno meteorológico caracterizado pelo
aquecimento anormal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial
e Oriental. (p.13)
8
Para Oliveira (2001) diz que este fenómeno dura em média 12 a 18 meses, a temperatura da
superfície do mar chega a ficar até 4,5ºC acima da média, e os ventos alísios sopram de leste
para oeste. (p.6)
Marengo (2006) diz que: O aquecimento das águas superficiais no Pacífico Central interfere
no regime dos ventos sobre toda a região do Pacífico Equatorial. (p.9)
A intensidade dos ventos alísios diminui chegando a mudar de sentido, ou seja, de oeste para
leste acumulando a água aquecida no lado Oeste do Pacífico. Com esse aquecimento do
Oceano e com o enfraquecimento dos ventos, começam a ser observadas mudanças na
circulação da atmosfera nos níveis baixos e altos, determinando mudanças nos padrões de
transporte de humidade e portanto, variações na distribuição da precipitação em regiões
tropicais, em latitudes médias e altas. O fenómeno El Niño pode ser caracterizado como
cíclico, mas não possui um período estritamente regular, reaparecendo no intervalo de dois a
sete anos. Entretanto, podem existir períodos nos quais, o El Niño ocorre com fraca
intensidade.
La Niña
WHO (1999) diz que: O fenómeno La Niña, também conhecido como anti-ENSO ou episódio
frio do Oceano Pacífico é o resfriamento anómalo das águas superficiais do Oceano Pacífico
Equatorial e Oriental. (p.46)
De um modo geral, pode-se dizer que este fenómeno é oposto do El Niño. Os episódios do
fenómeno La Niña têm períodos de aproximadamente 9 a 12 meses, poucas vezes persistem
mais de 2 anos, ocorrendo de 2 a 7 anos Durante os episódios de La Niña, os ventos alísios no
Pacífico são mais intensos que a média climatológica.
Benessene (2002) diz que:
“O Índice de Oscilação Sul (IOS) apresenta valores positivos, o que indica a intensificação da
pressão no Pacífico Central e Oriental, em relação à pressão no Pacífico Ocidental Nos anos de
La Niña os valores das anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) têm menores
desvios em relação aos anos de El Niño, ou seja, enquanto observam-se anomalias de até 4,5ºC
acima da média em alguns anos de El Niño, em anos de La Niña as maiores anomalias
observadas não chegam a 4ºC abaixo da média. (p.65)
Aragão (1998) diz que:
Nos anos normais, ou anos neutros correspondem fases sem predominância dos fenómenos El
Niño e La Niña Nesta fase, a temperatura da superfície do mar (TSM) no Oceano Pacífico, é
mais baixa no sector leste, próximo à costa oeste da América do Sul, e mais elevada desde a
parte central até o sector oeste, próximo ao continente Australiano e a região da Indonésia. Por
isso é comum o uso da expressão águas mais frias no Pacífico Equatorial Leste e águas mais
quentes no Pacífico Equatorial Oeste. (p.34)
9
CPTEC (2010) diz que: Nesta fase, o padrão de circulação dos ventos alísios actua em níveis
baixos da atmosfera e os ventos sopram na faixa equatorial no sentido este-oeste Estes ventos
sopram de nordeste no hemisfério Norte e de sudeste no hemisfério Sul.
A fase fria deste fenómeno, La Niña, é globalmente caracterizada por chuvas acima das
condições normais a Oeste do Centro Equatorial no Hemisfério Norte sobre o Norte da
Austrália e Indonésia durante o inverno e as Filipinas durante o verão do Hemisfério Norte. É
mais húmido do que as condições normais no Sudeste da África e no Brasil, durante o
inverno.
Na costa Oeste da América do Sul Tropical (costa do Golfo) e América do Sul (Sul do Brasil
para o Centro da Argentina), é mais seco do que as condições normais. Os padrões altos de
precipitação do La Niña, são aliados ao calor após o El Niño e o ar nesta fase, encotra-se mais
quente contendo mais vapor de água. Geralmente o La Niña ocorre depois do El Niño.
Cane (1992 citado por Varejão, 2006) explica que:
Nos anos de ENSO em algumas áreas, observam-se temperaturas mais elevadas que o normal,
enquanto, em outras ocorrem frio e neve em excesso. Portanto, as anomalias climáticas
associadas ao fenómeno ENSO podem ser desastrosas e provocar sérios prejuízos
socioeconómicos e ambientais. Tomando como exemplo, o caso do El Niño 1982/83,
considerado o maior dos últimos 100 anos, que causou impactos climáticos importantes e
desastrosos em quase metade do planeta, provocando prejuízos estimados em 8 bilhões de
dólares. (p.23)
Preston e Tyson (2004) afirma que: o comportamento das variáveis meteorológicas na
ausência do ENSO (fase neutra) é guiado pelos sistemas do tempo locais ou regionais,
predominando a climatologia. (p.15)
Davis (2011) diz que: Por exemplo, em 1982/1983 uma precipitação abaixo da média e secas
em muitas zonas da região coincidiram com um intenso evento El Niño (Um outro exemplo é
o caso do El Niño de 1992/1993 que causou grande seca em quase toda África Austral (FAO,
2004).
Segundo Rojas e Amade (1997), o impacto final do ENSO sobre a precipitação em África
Austral depende de outros factores regionais tais como, o regime de temperatura da superfície
da água no Oceano Índico. (p.9)
Lindesay (1998 citado por Davis, 2011) diz que: A influência do El Niño sente-se mais na
parte sudeste da África Austral, alcançando um máximo no fim do verão (Janeiro-Março).
(p.67)
10
2.7. Impactos do ENSO em Moçambique
De acordo com estudos feitos por Benessene (2002), em Moçambique, a grande parte da
variabilidade interanual da precipitação está associada ao fenómeno ENSO.
Alberto et al. (2007) diz que: Na fase quente (El Niño), a maior parte do país, apresenta
desvios negativos da precipitação em relação a média climatológica, predominando altas
temperaturas e consequentemente secas Tomando como exemplo os anos de 1982, 1983,
1984, 1992 e 1993, 1997 e 1998 foram anos de episódios mais intensos e causaram secas,
Média – é o resultado obtido pelo somatório de todos os números de uma série ou amostra e
dividido pela contagem de todos os números da série ou da amostra.
= (1)
Sendo P a precipitação registada, n o número total dos elementos da série ou amostra e a
média da precipitação. Desvio – é a diferença entre a precipitação média (valor actual) e a
precipitação média normal da série.
= − (2)
Onde D é o desvio da precipitação, é a precipitação média actual e Pn é a precipitação
climatológica.
11
(precipitação) está abaixo da normal, caso contrário, o parâmetro está acima da normal. Em
relação ao índice ENSO, se a média for maior que +0.5 estamos perante El Niño, se for
menor que -0.5 La Niña e entre -0.5 a +0.5, está-se perante a fase neutra.
Influência do ENSO Sobre a Precipitação nas Cidades de Maputo, Beira e Lichinga
12
desvios negativos de precipitação e nos mesmos anos ocorreram fases quentes do fenómeno
ENSO (El Niño), destacando-se o ano de 1994 que registou maior desvio negativo de
precipitação (40 mm). Nesta estação, ocorreram fenómenos El Niño e nos mesmos anos
registaram-se desvios positivos de precipitação, como os anos de 1992 e 1997 e fenómenos
La Niña que coincidiram com desvios negativos de precipitação, nos anos de 1989, 2008 e
2011. Destacando-se o ano de 2011 que registou maior desvio negativo de precipitação (48
mm) da série. Isto possivelmente deveu-se ao facto de o elemento meteorológico
precipitação, ser influenciado também por outros factores dinâmicos da atmosfera tais como
ciclones tropicais, depressões, ZCIT, anticiclones e outros, e não somente pelo fenómeno
ENSO.
13
Os anos em que observou-se a ocorrência de El Niño coincidiram com os anos que MICOA
(2004), identificou-os como sendo secos e de ocorrência do fenómeno La Niña, o mesmo
autor identificou-os como húmidos.
14
5.Conclusão
O clima e a média sucessão de variações atmosférica de uma determinada região, que são
determinadas por antagónicos factores como a temperatura, a humidade, precipitação entre
outros. Portanto, o fenómeno EL Nino e la nina são os maiores que determinam a
variabilidade pluviométricos de Moçambique e de variações climáticas.
15
6. Referências Bibliográficas
Queface, A. (2009). Abordagem geral sobre desastres naturais e mudanças climáticas sobre
Moçambique. S/E. S/E. S/P
Randriamahefasoa,T. M. (2013). Variability of summer rainfall over southwestern
Madagascar. Dissertation presented for the degree of Master of Science. Department of
Oceanography. University of Cape Town
Recife. Vilani, M. T. & Sanches, L. (2011). Transformada wavelet aplicada à variável
temperatura do ar para área urbana e rural. S/E. S/E, S/P
Rojas, O. & Amade, J. (1996). Estudo agroclimático da precipitação e sua aplicação na
segurança alimentar. Maputo.
Rojas, O. & Amade, J. (1997). The EL Niño-Southern Oscillation (ENSO) impact on
agriculture of Mozambique. Maputo.
Santos, C. A. G., Freire, P. K. M & Torrence, C. (2013). A Transformada Wavelete sua
Aplicação na Análise de Séries Hidrológicas. Revista Brasileira de Recursos Hídricos,
18 n.3, P271-280.
Silva, D. F., Sousa, F. A. S. & Kayano, M. T. (2010). Análise da influência das multi-escalas
temporais na precipitação da bacia hidrográfica do rio mundaú através do IAC e
ondeletas: baixo Mundaú.UNOPAR Cient. Exatas Tecnol. Londrina, v. 9, n. 1, p. 19-
26.
Silva, L. V., Casaroli, D., Britto, B. V., Pereira R. M., Evangelista, A. W. P. & Rosa, F. O.
(2014). Influência dos Fenómenos El Niño e La Niña na Precipitação Pluvial da
Região do Matopiba. II INOVAGRI INTERNATIONAL MEEING. Fortaleza-Brasil.
Torrence, C, & Compo, G. P. (1998). A Practical Guide to Wavelet Analysis. Bulletin
American Meteorological Society. S/E. S/E. S/P. 79, n.1, 61-78.
Varejão, M. (2006). Meteorologia e climatologia. Versão digital 2.
Wang, C. Deser, C., Yi Yu, J. DiNezio, P, & Clement, A. (2012). El Niño and Southern
Oscillation (ENSO): A Review. A Chapter for Springer Book: Coral Reefs of the
Eastern Pacific.
WHO, (1999). El Niño and Health. Protection of the Human Environment. Task Force on
Climate and Health. Geneva.
Zolho, R. (2010). Mudanças Climáticas e as Florestas em Moçambique. Edição: Amigos da
Floresta - Centro de Integridade Pública (CIP), Maputo.
16