Introducao Ao Direito Publico
Introducao Ao Direito Publico
Introducao Ao Direito Publico
Introdução
I. Direito Público: Noção
Surgimento do Direito Público
Desigualdade de poder
Ausência de regras
Abuso de poder
Direito público
└ Direito autónomo em relação ao direito privado, por tratar de forma especial determinadas entidades,
concedendo-lhes poderes de autoridade e impondo-lhes deveres especiais de atuação, tendo em vista a
prossecução dos interesses públicos
└ Ramos: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal, Direitos processuais
Estado
Monopólio do uso da força
Detém o poder máximo – fáctico e jurídico => poder soberano
Poder fáctico:
Através de factos age com os meios que possui
Poder jurídico:
Possibilidade de manipular a esfera jurídica dos indivíduos e entidades coletivas
Poderes de autoridade
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- Qualquer relação que os sujeitos desejem ter necessita de estar prevista na lei, o Direito Publico
proíbe as entidades todas as atuações que não sejam expressamente permitidas
(SILÊNCIO = PROIBIÇÃO)
└ Princípio da Supra-Infra ordenação
- O Direito Publico concede às entidades públicas poderes de autoridade sobre os sujeitos
privados ou outras entiades públicas
Se as entidades tiverem:
Fins diferentes dos que foram atribuídos desvio de poder
Poderes diferentes dos que foram atribuídos incompetência
Procedimentos diferentes dos que foram atribuídos vicio de forma
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Territorialização do poder
└ Delimitação exata das fronteiras do território, onde o Estado exerce o seu poder e aplica as leis
└ As pessoas e os bens que se encontram num determinado território estão sujeitas ao Direito desse
Estado, independentemente da sua nacionalidade
└ Território deixa de ser propriedade do detentor, passa a ser do Estado
Institucionalização do poder
└ O poder passa das pessoas concretas para as instituições
└ Pessoas são meros titulares de órgãos da instituição
└ poder pertence à nação
└ Separação do património do rei e do Estado
Estabilidade na sucessão e no poder exercido
Evolução do Estado
1) Monarquia corporativa (séc. XV-XVII)
Fase entre medieval e moderno
└ Ainda muito marcadas por algumas características do sistema político medieval, designadamente o
papel que algumas corporações desempenhavam na organização politica e social
Outras designações:
└ “Estado estamental”, pois os estantes sociais (povo, nobreza, clero) estavam representados em cortes, que
limitavam o poder do rei
└ “Estado patrimonial”, pois não havia distinção entre a pessoa regia e o estado, sendo o território estadual
e todos os bens patrimónios do rei
MAS no séc. XIX as desigualdades sociais (proletariado) e as recessões económicas (devido ao capitalismo)
continuavam Estado de Direito Social / Estado totalitário, que procuram minimizar as preocupações
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A partir da 2ª guerra mundial até hoje – Estado de Direito Social/ estado autoritário
3) Estado autoritário
└ Estados que eram comunistas que liberalizaram a economia
└ Ausência de democracia: sistema de partido único
└ Liberalismo económico, com alguma intervenção estatal, e de autoritarismo politico
=> HOJE: Estado de Direito Social – variante liberal-social, conjugando democracia, economia de mercado
e solidariedade
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Estado de natureza
└ Caracterização diferenciada que os autores fazem da situação que existiria se não houvesse Estado, nem
qualquer outra forma de poder politico
Hobbes: Um estado de “guerra de todos contra todos” – justifica a existência de uma monocracia
autoritária
Locke: Sociedade, em que há cooperação e comercio entre os homens e estes são titulares de direitos
naturais – democracia liberal
Rousseau: não é necessário estabelecer limites a atuação do soberano, já que o mesmo é
(democraticamente) constituído pela totalidade dos cidadãos pelo que não tem, nem pode ter,
qualquer interesse contrário ao deles – Critica: Maioria pode violar os direitos da minoria
Suarez: A sociedade humana é algo de natural. Já o poder politico apenas se legitima pela expressão
da vontade dos governados em pactos de união e de sujeição
Os autores entendem que só e legitimo o poder exercido para o bem comum (paz, e justiça)
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Critica: Jorge Miranda + Paulo Rangel: não se refere a essência, mas apenas as condições de existência do
Estado – uma maneira de encarar
Povo
Conceito
└ Esta designação é polissémica, podendo, por isso mesmo, não significar sempre a mesma realidade e é
um conceito jurídico-publico
Povo População
Povo:
└ Conceito jurídico-político
└ Conjunto de cidadãos de nacionalidade portuguesa (Art. 14 CRP)
└ Apela para uma unidade do poder
└ Titular de poder político soberano e é constituído pelos cidadãos
População:
└ Conceito estatístico (demográfico e económico)
└ Cidadãos (estrangeiros/ apátridas) residentes em Portugal
└ População flutuante: composta por turistas e visitantes
└ Estrangeiros: Pessoas que se encontram no território de um Estado ao qual não estão ligados pelo
vinculo da cidadania, embora sejam cidadãos de outro estado
└ Apátridas: Pessoas que não possuem qualquer vínculo com uma ordem jurídica, não tem
cidadania de qualquer estado
└ Soma de um número de indivíduos
└ Encontra-se no território do Estado, ou seja, está submetido ao seu poder (súbdito)
Nação Pátria
Nação
└ Conceito cultural
└ União profunda entre um grupo de pessoas
└ Sentimento de pertença a uma comunidade histórica de culta, onde se partilham religião, língua,
etnia, tradições ou costumes
└ Assume uma dimensão política, organizando-se o grupo numa unidade politica
└ A nação é anterior ao Estado, pois e apenas quando o grupo toma consciência da sua diferença,
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das suas particularidades que sente a necessidade de reger o seu destino e a sua própria vida
└ “Conjunto de pessoas que sentem que são uma nação”, Rupert Emerson
Pátria
└ Conceito afetivo
└ Ligação emocional dos indivíduos as suas raízes
└ Invoca o território
Minoria nacional
Uma das principais dificuldades resultantes da articulação entre as nações e os Estados
Coletividade de cidadãos de um determinado Estado, que se sente parte de outra nação, que não a
nação maioritária nesse Estado
Causa: laços muito específicos que esses cidadãos partilham entre si, como religião, língua, etnia,
costumes e tradições, que os distinguem da maioria
Foram e ainda são alvo de discriminação
Regimes autoritários: perseguem e oprime, através de políticas de integração forcada
Regimes democráticos: proteção
└ Assenta na regra da maioria a não discriminação das minorias pode não ser o suficiente para as
proteger, pois estas são uma minoria também em termos quantitativos
Alguns Estados optam por conceder-lhes autonomia necessária para se Auto preservarem e
desenvolverem, respeitando assim a identidade destes grupos
└ Autonomia pessoal: interdita a discriminação dos membros da minoria
└ Autonomia cultural: reconhece uma identidade coletiva à minoria, protegendo, por exemplo, as
respetivas línguas e religião
└ Autonomia territorial: Delimitação de um espaço territorial dentro do estado onde a minoria
exercera poderes administrativos ou políticos próprios
Ex. região autónoma do Tirol do Sul em Itália
Comunidades de trabalhadores imigrantes e de refugiados, estes mantem o vinculo formal da
cidadania com o Estado de origem, estes laços tendem por se atenuar com o tempo tendem
integrar-se no Estado
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Aquisição da nacionalidade
Depende da verificação de uma “conexão relevante” entre um cidadão e um Estado
No que respeita os critério essenciais de atribuição da cidadania, destacam-se o critério do:
└ Ius sanguinis – ou da filiação: Um Estado de tradição mais conservadora e/ ou que procura
salvaguardar os direitos dos filhos de seus nacionais nascidos no Estrangeiro, atribuirá uma
importância acrescida a este critério
└ Ius soli – ou do local do nascimento: Um Estado que pretenda atrair fluxos imigrantes, reforçara
este critério
Ordenamentos jurídicos tendem adotar os dois critérios em simultâneo
Aquisição originária
A nacionalidade advém de ato ou facto jurídico reportado ao momento de nacimento
Produz efeitos desde o nascimento (Art. 11 LN)
Isto é, mesmo que um indivíduo tenha manifestado a vontade de ser português em período
posterior ao nascimento, os efeitos da aquisição da nacionalidade portuguesa retroagem ao
momento que nasceu efeitos retroativos
Por mero efeito da lei (opera automaticamente)
└ prescinde de uma manifestação de vontade, tendo lugar de forma direta e imediata
└ 4 fundamentos de aquisição:
- ius sanguinis e ius soli - Art.1, a) LN
- ius sanguinis + ao serviço do Estado – Art.1,b) LN
- duplo Ius soli - Art. 1, d) LN
- “clausula antiapatridia”,procura evitar a situação de apatridia, ausência de nacionalidade - Art
1, f) LN
Por efeito da lei e da vontade
└ ius sanguini + registo ou declaração, incidência da lei e da vontade, vontade pode ser expressa
(individuo declara que quer ser português) ou tácita (inscrição do interessado no registo civil
português) - Art.1, c) LN
└ ius soli + residência legal do progenitor > 5 anos + declaração - Art. 1, e) LN
Aquisição derivada
A nacionalidade adquire-se por acto ou facto jurídico que se reporta a um momento ulterior ao
nascimento
Produz efeitos a partir da data do registo dos actos ou factos (Art. 12 LN)
Produz efeitos apenas para o futuro efeitos prospectivos
Por efeito da vontade
└ Cumprimento de determinados requisitos legais, uma declaração de vontade de adquirir a
nacionalidade portuguesa (por efeito da lei e da vontade)
└ Art.2 LN – Aquisição por filhos menores ou incapazes + pai/mãe + declaração
└ Art.2,nº1/3 LN – Estrangeiro casado/união de facto há + de 3 anos com portuguesa, mediante
declaração feita na constância do matrimónio
└ Art. 4 LN – perda de nacionalidade
Pela adopção
└ Art. 5 LN – aquele que seja adotado por português (prescinde de declaração – mero efeito da lei)
Por naturalização
└ É concedido o requerimento do interessado por decisão do Ministro da Justiça, órgão da
Administração Publica, (acto administrativo) aquisição por efeito da lei, da vontade e de acto
administrativo
└ Direito à Naturalização: A nacionalidade portuguesa terá, por força da lei, de ser concedida a
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Perda de nacionalidade
So podem perder nacionalidade portuguesa, aquelas que, possuindo outra nacionalidade, declarem
que a desejam perder (Art. 8 LN)
2 premissas cumulativas: Acto voluntario + dupla nacionalidade Impossibilita apatridia
Cidadania europeia
Exemplo da evolução do processo inicial de integração
Cidadão, que tenha aderido a União Europeia, possuirá não apenas a cidadania em sentido próprio,
mas também a cidadania europeia
Titulares de direitos fundamentais: liberdade de circulação, direito de residência no território de
qualquer Estado-membro, direito de eleger e de ser eleito nas eleições do parlamento europeu e
para as Autárquicas locais do Estado-membro de residência, direito a proteção diplomática e
consular, direito a formular petições ao Parlamento Europeu e ao provedor de justiça europeia etc…
Território
Um dos elementos essenciais do Estado
Espaço onde o Estado exerce, relativamente as pessoas e aos bens que nele se encontram, o poder
soberano
Na Idade Media:
└ O território era mera propriedade do rei
No Estado moderno:
└ Decorreu-se um processo de concentração e centralização do poder
└ Elemento essencial do Estado, e proibida a alienação do território (Art. 5, 3)
O Estado tem de assegurar a defesa nacional, e defender a integridade do território (Art.273,2)
A configuração política do mundo assenta no princípio territorial
As terras estas divididas em territórios estaduais, exceto a Antártida Tratado da Antártida
Exploração científica
Linhas de fronteira
└ são linhas contínuas e fechadas, que delimitam os territórios dos Estados
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Territórios descontínuos
└ O território não tem de ser contínuo, podendo ser constituído por parcelas territoriais separadas,
como ilhas.
└ Ex. Açores e Madeira
Aquisição do território
Territórios estaduais não se tem mantido inalterados ao longo dos tempos, tendo a maior parte
adquirido ou perdido parcelas territoriais Linhas de fronteira podem sofrer alterações
Aquisição originária
Verifica-se, quando o território não pertencia a nenhum Estado (res nullius)
Ocupação
└ Verifica-se quando o território já existia fisicamente, mas não pertencia a nenhuma comunidade
estadual, sendo que o Estado que agora o adquire, e o primeiro a ter jurisdição sobre ele
└ Ex. Madeira, Açores, Cabo Verde
└ Critérios para determinar a ocupação
- Portugal e Espanha defendiam o Principio da prioridade da descoberta O Território devera
pertencer ao Estado que primeiro o descobrir
- Holanda e Inglaterra apoiavam a tese de Hugo Grocio, jurista holandês, o princípio da
efetividade O território pertence a quem for capaz de defender e dominar, não bastando a
vontade de o adquirir (animus), mas exigindo-se também o domínio efetivo daquele Estado
(corpus).
- Em 1885, na Conferencia de Berlim, Portugal perdeu os territórios africanos, por não possuir
domínio efetivo
- MAS começou a haver dificuldades praticas no Principio da Efetividade
- Em 1933, o Tribunal Permanente de Justiça Internacional, aperfeiçoou o principio, proclamando
a Teoria da efetividade virtual A ocupação não tem de ser milimétrica, basta que o Estado tenha
a capacidade de, se necessário, fazer chegar a sua autoridade a qualquer ponto do território
Acessão
└ Consiste num acréscimo do território provocado por factos naturais ou obra humana
└ Aluvião Fenómeno natural progressivo através do qual se da o aumento do território
Ex. Ria de Aveiro
└ Avulsão Fenómeno natural abrupto através do qual se da o incremento do Estado
Ex. Erupção vulcânica – Vulcão dos Capelinhos, em 1957
└ Obra humana
Ex. Diques na Holanda
Aquisição derivada
Verifica-se, quando o território adquirido já era anteriormente exercido algum poder soberano por
outro Estado
Cessão
└ Consiste numa transferência consensual de uma parcela de território de um Estado para outro
consagrado através de acordo internacional
└ Ex. Acordo de paz que formaliza alterações territoriais impostas pela guerra
Ex. Tratado de Versalhes, em 1919, apos a I Guerra Mundial
└ Ex. Venda de parcelas territoriais
Ex. Contrato de compra e venda – Alaska, 1876
└ Hoje em dia: a maioria dos Estados proíbe esta forma de aquisição territorial, uma vez que
violaria a integridade do território (Art.5,3) + princípio da autodeterminação dos povos, que exige
que se considere a vontade do povo que se encontra no território em causa
Sucessão
└ Criação de Estados a partir de outros Estados
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Os limites resultam dos usos e das tradições, que sempre determinaram que o território de um
Estado começa num certo local e termina noutro
Art.5/1 : refere a delimitação histórica do território Definição tradicional das fronteiras
Via pacticia
Domínio marítimo
Pertence ao domínio marítimo “as águas territoriais com os seus leitos e fundos marítimos
contíguos” – Art.84, 1 a)
Composto por diferentes áreas, sobre as quais o Estado exerce poder diferenciado. A intensidade e
variedade dos poderes e decrescente (Mar territorial Plataforma continental)
Art.5 CMB: Linha de base = Linha de baixa-mar Divide o domínio terrestre do domínio
marítimo, do mar territorial das águas interiores
A contagem do número de milhas marítimas a partir da linha base
Mar territorial
└ Consiste na faixa do mar sobre a qual o Estado tem soberania absoluta com exceção do direito de
passagem inofensiva de embarcações estrangeiras (Art. 17 CMB)
└ Art.19 CMB: “A passagem e inofensiva desde que não seja prejudicial a paz, boa ordem ou a
segurança do Estado”
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Convenção de Paris, 1919 Assegurou-se a soberania de cada Estado sobre o seu domínio aéreo
Espaço sobrejacente ao território terrestre e ao mar territorial
Espaço exterior (Espaço aéreo que existe para além da atmosfera) e património da humanidade
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└ Património do Estado Conjunto dos bens, móveis e imóveis, e dos direitos e deveres com
conteúdo económico de que aquele é titular
Bens do domínio publico Direitos sobre coisas públicas, isto é, submetidas por lei ao domínio de
uma entidade pública devido à sua primacial utilidade coletiva, não podendo por força de tal ser
comercializados ou alienados
└ Art.84 CRP Enumeração exemplificativa de bens do domínio público
└ Art.165/1,v) Reserva relativa de competência da AR quanto à definição e regimes dos bens do
domínio público.
└ Os bens do domínio público compreendem um domínio natural, mas também um domínio
artificial, resultante da intervenção humana (estradas, linhas férreas, etc…)
└ A pessoa coletiva Estado não é o único sujeito que possui domínio público Art.82/2 CRP
(Autarquias Locais, Regiões Autónomas)
└ Compete ao Estado e às restantes entidades públicas a tarefa de proteger os bens do domínio
publico
Bens do domínio privado Direitos que podem ser titulados pelo Estado na medida em que
sejam necessários à realização de fins de interesse público ou instalação dos próprios serviços, e que
se caracterizam por estar inseridos no comercio jurídico-privado, sendo suscetíveis de apropriação
individual e de alienação
Poder soberano
Um dos elementos essenciais do Estado
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que seja para o exercício do poder, e que o titular não está sujeito às leis que emana (princeps a
legibus soluto)
└ No plano externo Poder independente: Acima do poder positivo só se encontra a lei divina e o
direito fundamental, fora isso nada o limita
A soberania e o Direito
A soberania adquire-se pela posse e concentração dos meios adequados à imposição da força
exclusiva num território Comando dos instrumentos fácticos do poder Forças militares e
policiais, tribunais, serviços de cobrança de impostos e criação de moeda
A evolução histórica implicou que a soberania tivesse expressão jurídica Atos jurídicos de
autoridade
└ Declarações que produzem uma transformação da esfera jurídica dos destinatários (nos seus
direitos e deveres) sem necessidade do seu consentimento. Podem estar em causa normas ou atos
não normativos.
O Direito passou a ser usado como instrumento de exercício do poder político, embora continuasse
a impor limites ao exercício do poder O uso que faz do Direito transforma o poder político como
poder jurídico-político
└ Capacidade de condicionar o comportamento dos elementos de um grupo social através da
manipulação da respetiva esfera jurídica, bem como da execução pela força das obrigações assim
impostas, de modo, a produzir os resultados desejados pelos titulares do poder
O Direito é usado como intermediário entre os poderes soberanos e os cidadãos, apenas no caso
de estes não cumprirem o Direito, intervirá, como ultima ratio, a força crua que está na raiz da
soberania
Aos órgãos dos Estado são reconhecidas competências (conjunto de poderes) para a prática dos atos
de autoridade É necessário definir quais são as competências Que cria uma omnipotência
jurídica do Estado Competência das competências
└ O Estado tem não só o poder de atribuir competências e faculdades aos seus vários órgãos, como
também o poder de as definir, diminuir ou alargar Visível no poder do Estado de elaborar a
Constituição (poder constituinte) que cria os poderes constituídos (legislativo, administrativo,
jurisdicional…) e lhes atribui as suas competências
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Funções do Estado
└ diferentes tipos de atividades através dos quais os órgãos estatais prosseguem os fins referidos
A função politica
Função primária
É aquela que define, em primeira mão, o interesse público e os mecanismos através dos quais se
conseguira alcançar os objetivos fundamentais do Estado
Exercida com mais liberdade, pois só esta submetida a Constituição, ao Direito da União Europeia e
ao Direito Internacional
Função legislativa
Concretiza-se na emissão de atos normativos, isto e, de atos que contem comandos gerais e
abstratos, que traduzem a definição de opções políticas primárias e que terão, por regra, como
destinatários os membros da comunidade estatal
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Função jurisdicional
Função secundária
└ Porque é exercida de acordo com as normas jurídicas definidas pela função politica
Consiste na resolução de litígios concretos entre pessoas privadas, entre pessoas públicas, ou entre
pessoas privadas e públicas, através da aplicação das regras de Direito vigentes, com vista à
pacificação das relações jurídicas.
Apenas os Tribunais estão habilitados a exercer o poder administrar a justiça em nome do povo -
Art.202 CRP (“reserva de jurisdição”)
Função administrativa
Função secundária
└ Porque é exercida de acordo com as normas jurídicas definidas pela função politica
Consiste na atividade contínua de satisfação das necessidades públicas definidas previamente pela
lei
Ex. Defesa nacional, saneamento, segurança pública, prestação de serviços de saúde e educação
Zonas de Fronteira
Ministério Público (função jurisdicional e administrativa) – Art.219/220
└ Entidade ativa
└ hierarquia ascendente e descendente
└ função jurisdicional e política
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Tribunal Constitucional
└ caráter jurisdicional, previsto na parte da organização dos tribunais – Art.221
└ Composição (Art.222)
└ Fiscalização sucessiva abstrata Declaração de inconstitucionalidade com força obrigatória geral
Dimensão negativa
Os poderes vão controlar a forma como os demais
Controlo reciproco de poderes
Dimensão positiva
Devem-se atribuir os poderes ou funções aos órgãos que estejam orgânica- e procedimentalmente
mais habilitado para o seu exercício
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A Constituição de cada Estado formaliza a subordinação do poder político ao Direito, num processo de
auto-vinculaçao, que depois internamente, se revela ainda um processo de heterovinculaçao por via de
interdependência entre os poderes estaduais Intenção de garantir a manutenção do ideal democrático,
prevenir excessos de poder e salvaguardar os direitos fundamentais dos cidadãos
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órgãos e é através dos órgãos que elas agem e os órgãos são ocupados por pessoas físicas, por isso,
no fundo, são sempre pessoas físicas quem praticam os atos necessários ao cumprimento e ao
exercício dos deveres e dos direitos das pessoas coletivas .
Relações inter-orgânicas
Relações que se estabelecem entre órgãos dentro da mesma pessoa coletiva pública (Ex. Presidente e
Governo)
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Relação jurídico-constitucional
Correspondem as relações disciplinadas pelo Direito Constitucional, constituídas nos termos
definidos na Constituição, ou seja, relações que tem fonte direta no texto constitucional, ou indireta,
por seres constituídas por atos jurídicos previstos e regulados na CRP
Ex. Relação entre o Presidente e o Governo
Relação jurídico-internacional
Correspondem a relações jurídico-publicas disciplinadas pelo Direito Internacional, ou seja,
vínculos relacionais estabelecidos entre dois ou mais Estados, com celebração e ratificação de uma
convenção internacional, ou ainda, relações entre um Estado e uma organização internacional
Ex. Relação criada por acordo internacional entre Portugal e Angola
Relação jurídico-administrativa
Relações disciplinadas pelo Direito administrativo, estabelecidas entre pessoas coletivas públicas ou
entre uma pessoa coletiva pública e um ou mais indivíduos, ou ainda entre órgãos da mesma
pessoa coletiva
Ex. Vinculo constituído por ato de naturalização que une um individuo ao Estado Português
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Constituição
Declaração de princípios e regras que configura o estatuto fundamental de uma comunidade
politicamente organizada; Define a organização política (e económica) dessa comunidade, os
princípios por que aquela se rege e os direitos fundamentais dos cidadãos
A Constituição da Republica Portuguesa foi aprovada em 1976 pela Assembleia Constituinte,
embora possa ser alterada pela Assembleia da República, a quem pertence o poder de revisão
através de uma lei constitucional
Convenções internacionais
Acordos entre sujeitos de Direito Internacional (Estados ou organizações internacionais), destinados
a produzir efeitos de acordo com as regras de Direito Internacional. Por vezes contem normas que
vão reger a atuação futura das partes, o que acontece frequentemente nos tratados multilaterais
(celebrados por três ou mais partes)
Convenções (tratados ou acordos internacionais) de que Portugal seja parte
└ Vigoram na ordem interna desde que regularmente ratificadas (ou aprovadas) e publicadas
(Art.8/2 CRP)
└ Se a convenção fizer parte do Direito Internacional geral, que é aquele que vigora para todos os
sujeitos da sociedade internacional (Ex. Normas da Convenção de Viena sobre o Direito dos
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Tratados, 1969), considera-se parte integrante do Direito Português, ainda que as formalidades
internas de receção não tenham sido cumpridas (Art.8/1 CRP)
Tratados que regem a União Europeia
└ A entrada em vigor dos tratados exige a sua ratificação por todos os Estados-membros (Art.8/4
CRP)
Regulamentos administrativos
Declarações de normas jurídicas emitidas pela Administração Publica, no exercício da função
administrativa. Não são atos legislativos, pois não traduzem a manifestação de opções políticas
primarias. Referem-se, por regra, a uma lei anterior, cujo conteúdo vêm especificar, desenvolver ou
complementar para garantir a aplicabilidade prática de normas legislativas ao caso concreto
Funcionam como uma instância normativa intermédia entre os atos legislativos e as decisões
concretas da Administração Pública
Os principais órgãos administrativos com competência regulamentar são, dentro do Estado:
└ Governo (Art. 199 c) g) CRP), Ministros e outros órgãos da hierarquia estadual
└ Regulamentos tem de revestir uma das seguintes formas: decreto regulamentar, resolução do
Conselho de Ministros, portaria e despacho genérico Os regulamentos dos restantes órgãos
estaduais não tem de obedecer a forma especial
Dentro das Regiões Autónomas com competência regulamentar:
└ Assembleia Legislativa Regional (Art.227/1 d) CRP), Governo Regional
└ Os regulamentos deverão revestir a forma de decreto regulamentar regional
Dentro das Autarquias locais (municípios e freguesias) com competência regulamentar:
└ Assembleia municipal e assembleia de freguesia (Art. 241 CRP)
└ Os regulamentos poderão revestir a forma de postura ou outra
Há outras entidades públicas administrativas que dispõem, nos termos da lei, de competência
regulamentar, e, em geral, todas elas tem competência para emitir regulamentos internos
└ Alguns desses regulamentos podem revestir a forma de regimento (Art.232/3 CRP)
MAS
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que as normas internacionais prevalecem sobre as normas jurídicas constantes de atos estatais
infraconstitucionais (legislativos, regulamentares)
Ao mesmo tempo, as convenções internacionais estão subordinada às normas da Constituição
portuguesa, mas prevalecem sobre atos legislativos e regulamentos nacionais (Art.277/2, art.278/1 e
art.279/1)
Princípios jurídicos fundamentais e as normas de jus cogens podem estar contidos em constituições,
convenções internacionais, leis, decisões jurisprudenciais e declarações com outra forma, ou
resultarem do costume, ou de outras formas de expressão da validade jurídica não radicadas em
declarações de poderes públicos
Dentro de cada fonte podem ser descritas outras relações hierárquicas (Ex. Regulamentos da EU e
as diretivas da UE subordina-se aos Tratados da UE)
O principio da competência prevalece sobre o principio da hierarquia (Ex. Nas matérias da
competência dos Estados, os atos da UE não prevalecem sobre os atos de direito nacional, já que os
primeiros são inválidos)
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Existem outros princípios de resolução de conflitos normativos (lex posterior derrogat legi priori,
lex specialis derogat legi generali
Atos jurisdicionais
Expressão do exercício da função jurisdicional, traduzindo por isso, a aplicação do Direito no caso
concreto, definindo com força vinculativa para os interessados a solução que resulta da lei ou de
outras fontes jurídicas para uma situação concreta
Normalmente estão em causa litígios, que opõem pessoas singulares ou coletivas (de Direito
Privado ou Público)
No âmbito desses litígios pode ser apreciada a legalidade e/ou a constitucionalidade de normas
jurídicas, existindo mesmo um tribunal especializado no controlo da constitucionalidade (e em
parte, da legalidade) das normas jurídicas, o Tribunal Constitucional
Formas de decisões jurisdicionais: Sentença (emitida por um juiz singular) ou acórdão (coletivo de
juízes)
Atos jurisdicionais pelos quais o Tribunal Constitucional declara inconstitucionalidade de uma
norma com força obrigatória geral possuem conteúdo normativo
Atos administrativos
Decisões administrativas unilaterais dirigidas à produção de efeitos jurídicos numa situação
individual e concreta, e que tem carater imperativo (os efeitos inscrevem-se na esfera jurídica do
particular por manifestação do poder publico, independentemente da vontade do destinatário)
Ex. Licença de construção, ordem de demolição
Contratos administrativos
Acordos de vontade entre entidades públicas ou entre estas e particulares, que conformam uma
relação jurídica de direito administrativo, portanto, integram duas ou mais declarações de vontade
que criam, modificam, extinguem uma relação jurídica inter partes, mas esta relação e constituída e
regulada pelas partes a luz das normas de direito administrativo
Não traduzem exercício de poder de autoridade, mas são forma jurídica de realização de interesses
públicos
Ex. Contrato de empreitada de obras públicas, pelo qual o Estado acorda com uma entidade
privada a construção
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Processo
Conjunto ordenado de atos jurídicos e formalidades, que, com precisão e rigor, deve ocorrer para o
exercício da função jurisdicional. Está regulado, em ato legislativo, de modo exaustivo, rígido e
preciso
Razões do procedimento
Garantia da realização dos passos necessários à descoberta da realidade dos factos sobre que vao
incidir os efeitos jurídicos do ato praticado
E que ocorra a intervenção das entidades ou dos órgãos que têm por tarefa ou atribuição realizar
interesses afetados pelo ato
Participação dos potenciais afetados pelos efeitos jurídicos do ato
Garantir uma maior transparência na produção dos atos jurídico-públicos
Incumprimento do procedimento
Omissão de certos trâmites ou formalidades, pode implicar invalidade ou irregularidade do ato
final do procedimento
Se praticados, os atos inseridos no procedimento tem de ser conformes com o Direito Invalidade
material do ato final
As invalidades podem ter de ser invocadas em certo prazo, findo o qual já não afetam a validade
do ato final (Ex. Procedimento eleitoral)
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Poderes jurídico-públicos
Posições jurídicas subjetivas ativas, tituladas por pessoas coletivas de Direito Público e exercidas
pelos órgãos que as integram, e que lhes conferem a capacidade de em concreto desencadear certos
efeitos jurídicos na esfera jurídica de terceiros para a definição e prossecução do interesse público,
encontrando-se a contraparte num estado de sujeição (Ex. Poder de cobrar impostos)
Diferença para os direitos potestativos Direitos potestativos traduzem faculdades em relações
jurídicas pré-constituídas, enquanto os poderes públicos podem se manifestar perante qualquer um
que se encontre em determinadas circunstancias
Obrigações
Às obrigações correspondem, do outro lado da relação, direitos (de natureza obrigacional), ou seja,
as obrigações reportam-se ainda a um bem determinado (ex. Obrigação de execução de um contrato
administrativo de empreitada)
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Estado de sujeição
Posições jurídicas subjetivas passivas que surgem nas relações jurídico-publicas, em
correspondência com direitos potestativos ou com poderes jurídico-públicos, e que traduzem uma
situação de necessidade inelutável de suportar certos efeitos jurídicos decorrentes do exercício
daqueles direitos ou poderes (Ex. Sujeição em que se encontra o proprietário de um terreno que é
expropriado)
Estatuto jurídico
Conjunto ordenado de direitos e deveres constituídos pelo mesmo ato ou facto jurídico
Ex. Estatuto do nacional, constituído pelo nascimento ou naturalização
Ex. Estatuto do funcionário público, constituído por contrato de trabalho ou nomeação
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Estado soberano É aquele que monopoliza o exercício da força relativamente a um povo num
determinado território. Tem poder supremo a nível interno, e independente a nível externo Estado
unitário
Estado federal
O estado unitário
Classificações
No Estado unitário existe apenas um poder soberano, uma constituição e um conjunto de órgãos de
soberania que exercem em todo o Estado
Estado centralizado A totalidade das funções políticas estão concentradas no Estado. Pode existir
uma descentralização administrativa, como se sucede no caso de se atribuir a autarquias locais
competências de satisfação das necessidades públicas no respeito e em execução da lei (ex. recolha e
tratamento do lixo). Normalmente o Estado central fiscaliza a atuação dessas autarquias locais,
verificando o cumprimento da lei. (Ex. Luxemburgo e França)
Estado descentralizado/ regional Admite uma descentralização política, criando regiões
autónomas que exercem funções politico-legislativas, podendo emanar atos com força de lei em
determinadas matérias, para além de exercerem igualmente funções administrativas. Existem
também autarquias locais que exercem funções meramente administrativas
└ Estado regional parcial Parte do território tem apenas descentralização administrativa e a
outra parte tem regiões autónomas (Ex. Portugal - Açores e Madeira)
└ Estado regional integral Quando a totalidade do território de um Estado está dividido por
regiões autónomas (Ex. Espanha)
└ Estado regional homogéneo As regiões autónomas dotadas dos mesmos poderes
└ Estado regional heterogéneo As regiões autónomas exercem poderes diferentes
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O Estado federal
Os Estados compostos
Um Estado federal é um Estado composto por vários Estados
Estado federal não é o único Estado composto União Real
Confederações
Inicialmente os Estados federais resultaram da agregação de Estados até ai independentes
└ Estados Unidos da América que resultam da união, em 1787, das antigas 13 colonias britânicas da
América do Norte que tinham acabado de adquirir independência
└ Suíça que só em 1848 se transformou num Estado através da união dos respetivos cantões
└ Alemanha que foi criada em 1871 como federação de reinos
O Estado federal foi precedido por uma confederação
Mas também acontece a transformação de um Estado unitário num Estado federal (Brasil, Belgica)
Características de confederações:
└ Associações de Estados
└ Não possuem poderes soberanos, estes permanecem nas mãos dos Estados-membros
└ Resultam normalmente de acordos internacionais
└ É um estádio intermédio entre a total independência de certos Estados e a sua junção num Estado
federal ou num Estado unitário
└ Não existem atualmente confederações
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A Constituição federal prevalece sobre as Constituições federadas, mas apenas pode ser elaborada e
alterada com o consentimento dos Estados federados “a competência das competências” está na
mãos de ambos os níveis estatais
Se apenas os Estados federados fossem soberanos, tratar-se-ia de uma confederação ou uma
organização internacional ≠ Se só o Estado federal fosse soberano, tratar-se-ia de um Estado unitário
Num Estado federal a Constituição federal garante os direitos e poderes dos Estados federados,
MAS como estes tem de dar o seu consentimento a alteração da mesma, esses direitos e poderes
apenas serão afetados se assim o quiserem
Trata-se então de parlamentos bicamerais, sendo a outra camara designada pela totalidade do povo
do Estado federal Desta forma, mesmo no domínio de competências do Estado federal, os Estados
federados acabam por intervir através da camara alta do parlamento federal, o que permite a
cooperação entre os dois níveis estatais e maximiza a coerência da atuação pública
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Mas esta proibição não significa que Portugal não possa integrar numa realidade “proto-federal”,
como a União Europeia (Art.7/5 CRP)
União Europeia não é uma confederação, pois possui competências muito mais abrangentes e as
decisões das instituições europeias vinculam direta e frequentemente os próprios cidadãos dos
Estados-membros, e por outro lado o sistema jurídico e tipicamente federal, prevalecendo sobre as
normas nacionais contrarias, mas também não e um Estado, designadamente um Estado federal,
pois não exerce um poder soberano, nem domina os instrumentos fácticos do poder e não pode
impedir a secessão dos respetivos Estados-membros, que se mantem os titulares do poder soberano
União Europeia pode-se classificar como uma “federação de Estados” Ou seja, a EU não é um
Estado federal, mas uma associação de Estados que assume algumas características do Estado
federal, embora exerça muitos poderes que são transferidos pelos Estados-membros, não chega a
estar dotada do poder verdadeiramente soberano
Portugal é um Estado unitário (regional parcial e homogéneo) integrado numa federação de Estados
(União Europeia)
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Devolução de poderes
Este fenómeno da origem a pessoas coletivas publicas que vão partilhar os objetivos (atribuições) do
Estado, contribuindo para a sua prossecução
Ex. Institutos Públicos (Instituto Português da Juventude), universidades públicas e as entidades
públicas empresariais (REFER, E.P.E)
É portanto num nível diferente do dos órgãos de soberania que se verifica uma especialização das
competências exercidas e, nalguns casos, também quanto aos fins prosseguidos
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As regiões autónomas e as autarquias locais são pessoas coletivas de base territorial, ou seja,
exercem os respetivos poderes em espaços territoriais próprios e delimitados (Ex. Arquipélagos dos
Açores e da Madeira no caso das Regiões Autónomas) ou nas circunscrições municipais ou de
freguesia respetivas ≠ o mesmo não sucede com as pessoas coletivas do tipo associativo, as suas
competências não estão delimitadas a uma parcela do território nacional
A coordenação e a acão juridicamente concertada de todas estas entidades que atuam a tão diversos
níveis são garantidas:
└ Pelos impulsos políticos dados pelos órgãos de soberania que assim fixam as grandes linhas de
rumo do Estado.
└ Por uma adequada distribuição de atribuições e, quando estes são os mesmos, de uma ajustada
repartição de competências funcional e territorial por parte da Lei e pela Constituição.
└ Por mecanismos de resolução de conflitos (superior, posterior, especial)
Organização internacional
Para além dos Estados, os principais sujeitos de Direito Internacional são as organizações
internacionais
Constituem organismos fundados por Estados, tendo em vista a institucionalização da cooperação
entre os mesmos, em determinados domínios, com carater de permanência. São criadas por
convenção internacional, onde estão previstos os seus órgãos, o respetivo modo de funcionamento e
as competências que hão de exercer, tudo o que permite a afirmação da sua vontade própria,
distinta de cada um dos Estados-membros
De acordo com o princípio da especialidade só possuem os poderes que lhe tiverem sido
conferidos pela convenção ou, no limite, os poderes que se revelem indispensáveis à execução das
tarefas de que tiverem sido incumbidas pelo Estado (poderes implícitos)
1. Fins prosseguidos: Quando os seus fins são delimitados, fala-se em organizações
internacionais especiais: existem organizações internacionais económicas (FMI, OMC) sociais (OIT,
OMS), militares (NATO), políticas (Conselho da Europa) … mas podem existir organização
internacional geral como a ONU cujo objeto abrange todas as relações entre os Estados da
sociedade internacional, sejam pacificas ou não, e pretende incorporar todos os Estados do planeta,
mas não deixando de estar limitada pelo princípio da especialidade – garantir a ordem, paz e
segurança
2. Âmbito de atuação: ONU é uma organização internacional tendencialmente universal, por
pretender abranger todos os Estados do planeta, mas também há outras organizações (Ex. FMI) ≠
enquanto outras tem âmbito meramente regional, pois abrangem apaises situados em determinadas
áreas do globo (Ex. Conselho Europeu)
3. Processo de tomada de decisão: As organizações podem ser:
└ Intergovernamentais ou de cooperação Nas quais todos os Estados têm de dar o seu acordo
para a produção de atos vinculativos (voto unanime) (Ex. NATO,OCDE, OTAN)
└ Supranacionais ou de subordinação Nas quais não é necessário o apoio de todos os Estados
mas apenas de uma maioria, pelo que um Estado pode acabar por ficar juridicamente vinculado a
atos aos quais se opôs (Ex. CEE)
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Tribunal de Justiça da UE
Parlamento Europeu
Aos deputados, que são eleitos, por sufrágio direto e universal pelos cidadãos da União, são
atribuídas funções legislativas, de decisão orçamental e de controlo politico
Conselho Europeu
Órgão, onde se reúnem os ministros dos vários Estados-membros responsáveis pela pasta que
estiver em discussão. Exerce funções de coordenação politica e de decisão.
Órgãos
São figuras abstratas às quais a lei confere poderes funcionais de atuação
Serviços
São departamentos que exercem funções auxiliares dos órgãos que os dirigem, preparando,
executando as suas decisões
Ex. Estado (pessoa) Governo (órgão) Ministro educação Ministério educação (serviço)
Classificações de órgãos
Art.20/2 CPA
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1) Número de titulares
Singulares 1 titular (Ex. Ministro, Presidente da Camara)
Colegiais + do que 2 titulares (ex. Governo, Camara Municipal, Juntas da freguesia)
2)
Permanentes Duração indefinida (Governo, camaras municipais)
Temporárias Órgãos criados para atuar pelo período de tempo necessário para realizar uma
determinada tarefa
3)
Externos Têm a capacidade de praticar atos jurídicos perante terceiros, ou seja, os seus atos
produzem efeitos jurídico na esfera jurídica de terceiros (de outras entidades) (Ex. Decisão da
camara municipal)
Internos São aqueles que praticam atos ou manifestam juízos de valor, que só indiretamente se
refletem na esfera jurídica de terceiros, porque estes atos ou juízos de valor contribuem para os atos
dos órgãos externos
4)
Ativos Formam declarações de vontade ou executam declarações previamente tomadas (Ex.
Ministros, Camara Municipal)
Consultivos Órgãos compostos por pessoas com preparação técnica e científica e que emitem
juízos de valor ou juízes de perícia com a vista a auxiliar os órgãos ativos a decidir ou deliberar
De controlo Órgãos que fiscalizam o funcionamento e atividade dos órgãos administrativos (Ex.
Inspetor geral das finanças)
Violação das regras relativas à ordem do dia/ convocatória Invalidade das deliberações (Art.28)
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Ordem do dia
Determina o objeto da reunião (Art.26/1)
Só podem ser discutidos assuntos que estejam na ordem do dia
Consequência Invalidade
MAS: Requisitos cumulativos (Art.26/2)
└ Reunião ordinária
└ 2/3 dos membros do órgão tem de reconhecer a urgência em deliberar o assunto
Quórum (Art.29)
Designa o número de pessoas que tem de estar presentes numa reunião para que esta se possa
realizar
Art.29/1 Maioria dos membros do direito de voto (50% + 1)
Não são necessários todos os membros para a realização da reunião
Se na 1. Reunião não estiver preenchido o quórum 2. Convocatória 2. Reunião (1/3 dos
membros do órgão)
Votação (Art.30-32)
Forma
└ Art.30 É proibida a abstenção dos órgãos consultivos e (deliberativos)
└ Art.31/1 A votação é nominal (sabe-se qual é o sentido em que cada uma das pessoas votou) e
pública
└ Art.31/2 Deliberações que envolvem juízos de valor sobre comportamentos ou qualidade de
pessoas são secretas
Maioria exigível
└ Art.32/1 A regra Maioria absoluta dos membros presentes (50% + 1)
└ Maioria relativa Basta ter mais votos a favor do que contra (sem abstenção)
└ Maioria qualificada
Empate na votação
└ Voto de qualidade OU Voto de desempate
└ Votações secretas Nova votação
└ Voto de qualidade Consiste em considerar a votação do Presidente com um sentido duplo
└ Voto de desempate Situações em que o Presidente não participou na deliberação A opção
que o Presidente tomar, é a escolhida
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Regiões autónomas
Tratam-se de pessoas coletivas públicas de substrato populacional e territorial, cujas atribuições se
referem aos interesses das comunidades dos territórios, dos arquipélagos dos Açores e da Madeira
(Art.226 e ss CRP)
Descentralização administrativa e política
Autarquias Locais
São pessoas coletivas publicas que visam satisfazer os interesses próprios das populações que os
compõem dentro de certas parcelas do território nacional (Art.235 e ss)
Descentralização administrativa
Ex. Município (concelho), Freguesia (freguesia), Regiões administrativas
Município Presidente da Camara, Camara Municipal e Assembleia Municipal
Freguesia Junta da Freguesia, Assembleia da Freguesia
Associações Públicas
Pessoas coletivas públicas de substrato pessoal que resultam da associação de outras pessoas
coletivas publicas ou de pessoas singulares unidas pelos mesmos interesses e que são interesses
diferentes dos sentidos a nível nacional (Art.267/2 CRP)
Ex. Ordens/camara profissional, Consórcios administrativos (Ex. Comunidade intermunicipal)
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1. Poder de direção
2. Poder de fiscalização
Consiste no poder de verificar se os subalternos cumprem as ordens e as instruções que lhes são
dadas
3. Poder sancionatório
Aplicar sanções aos trabalhadores da administração pública que não cumpram com os seus deveres
profissionais (Ex. Dever de obediência, assiduidade)
4. Poder de supervisão
5. Poder de substituição
Relação de superintendência
Relações entre sujeitos jurídicos distintos, pelo que, falaremos de poderes exercidos por um órgão
de uma pessoa coletiva sobre órgãos de outras pessoas coletivas
Traduz-se na possibilidade de fixar diretivas, ou seja, orientações quanto ao modo de prossecução
das atribuições de outra pessoa coletiva A relação jurídica de superintendência só pode
constituir-se entre uma pessoa coletiva e outra que integre a Administração Pública Indireta
Os poderes de superintendência e a sua “intensidade” resultam da previsão expressa em ato
legislativo
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Relação de tutela
Relações entre sujeitos jurídicos distintos, pelo que, falaremos de poderes exercidos por um órgão
de uma pessoa coletiva sobre órgãos de outras pessoas coletivas
Corresponde a um poder de controlo da atividade da pessoa coletiva a ela sujeita
Pode ser classificada quanto ao fim ou padrão de controlo:
└ Tutela de legalidade Traduz o poder de verificar se a atividade de uma pessoa coletiva está
em conformidade com a lei
└ Tutela de mérito Corresponde ao poder de verificar se o interesse público atribuído por lei
àqueles sujeitos está a ser prosseguido da melhor forma possível, da forma mais conveniente, e,
desde logo, de verificar o cumprimento das diretivas traçadas pelo ente que exerce a tutela
Pode ser classificada segundo o critério do conteúdo:
└ Tutela inspetiva Constitui um poder de fiscalização genérica sobre a atividade da entidade
pública tutelada, e que se concretizará na realização de inspeções, inquéritos, sindicâncias ou outras
diligencias averiguativas (pode gozar ainda de tutela sancionatória/ tutela revogatória)
└ Tutela integrativa Distingue-se da tutela inspetiva porque não envolve o controlo genérico da
atividade, mas antes dos atos jurídicos concretos praticados pela entidade pública (contratos ou atos
administrativos), controlo esse que pode ter de se realizar antes ou só depois de emitido o ato
jurídico concreto. A tutela integrativa manifesta-se através da emissão de outros atos
administrativos (autorização e aprovação)
└ Tutela revogatória O controlo concretiza-se na eliminação ou cessação dos efeitos jurídicos de
atos administrativos praticados pelo ente sujeito a tutela, através da emissão de um ato
administrativo de anulação ou de revogação. Consoante a tutela se restrinja à legalidade ou abranja
ainda o mérito, o órgão tutelar terá poderes para emitir uma anulação ou também uma revogação
└ Tutela sancionatória A entidade tutelar tem poder para aplicar sanções administrativas
└ Tutela substitutiva Quando prevista na lei, confere ao órgão que exerce a tutela a faculdade de
atuar em vez da entidade tutelada, sobretudo para suprir omissões desta
Os poderes de tutela e a sua “intensidade” resultam da previsão expressa em ato legislativo
└ Quanto à Administração Indireta, os poderes de tutela variam em função do que é estabelecido
por lei para cada tipo de pessoa coletiva que a integra e especificamente em função do consagrado
nos respetivos estatutos
└ Em relação à Administração Autónoma, as regiões autónomas porque gozam de autonomia
politica não estão sujeitas a qualquer tipo de poder de tutela administrativa. Já as autarquias locais e
as associações públicas estão, em princípio, subordinadas a um poder de tutela de legalidade
As impugnações administrativas
Art.184 e ss CPA
As impugnações administrativas
São mecanismos procedimentais de reação contra os atos administrativos, ao dispor dos
particulares que sejam afetados por tais decisões e visam, por isso, garantir a tutela ou defesa dos
direitos e interesses dos particulares (Art.186/1 a) CPA)
Como regra, todos os atos administrativos (ou omissões de atos administrativos devidos) podem ser
objeto de impugnação administrativa
O pedido, formulado por meio de requerimento dirigido a uma autoridade administrativa, pode ser
de revogação, anulação, modificação, substituição do ato administrativo praticado ou de emissão do
ato ilegalmente omitido O particular que lance mão de uma das vias de impugnação pretende,
com isso, obter uma decisão que elimine os efeitos de um ato administrativo de que é destinatário
ou que, de forma lateral, afeta os seus direitos ou interesses, ou obter o ato administrativo cuja
prática tenha sido ilegalmente omissa
O fundamento desse pedido tanto pode ser a ilegalidade do ato (que resultará da violação de regras
de Direito a que o mesmo está submetido), como a sua inconveniência (que se verificará sempre
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que o ato não seja a medida mais adequada a realizar o interesse público para cuja prossecução foi
emitido
Impugnações administrativas São as que se verificam perante a atividade da administração
pública ≠ Impugnação contenciosa Correm perante os tribunais (mais caras e demoradas)
A reclamação e o recurso
A reclamação é a forma de impugnação dirigida ao próprio órgão autor do ato, e que será decidida
por ele
A reclamação encontra-se regulada nos artigos 191.º e ss., e é feita, no prazo de 15 dias, mediante
requerimento dirigido ao órgão que emitiu o ato administrativo lesivo (o prazo será de um ano, no
caso de reclamação contra a omissão ilegal de atos administrativos)
O recurso corresponde à forma de impugnação dirigida e decidida por um órgão diferente do autor
do ato. O recurso pode ser hierárquico ou administrativo especial, consoante a relação existente
entre o órgão autor do ato e o órgão que vai reapreciar esse ato.
O recurso hierárquico (Art.193 e ss) pressupõe uma relação de hierarquia, e é uma forma de
provocar o exercício dos poderes de que dispõe o superior hierárquico sobre o órgão subalterno. No
caso de existir mais do que um superior na cadeia hierárquica, o recurso deve ser interposto, no
prazo de 30 dias ou dentro do prazo estabelecido para interposição de recurso contencioso do ato
em causa para o órgão do topo da hierarquia (por exemplo, de um ato praticado por um diretor de
serviço deve recorrer-se, não para o diretor-geral, mas para o ministro) – chama-se a isto o recurso
per saltum. O prazo será de um ano, no caso de recurso contra a omissão ilegal de atos
administrativos
Os recursos administrativos especiais vêm regulados no artigo 199.º do CPA e poderão ter lugar
quando venham expressamente previstos na lei.
Um destes recursos permite a impugnação de um ato praticado por um órgão delegado para o
órgão delegante, quando aquele ato tenha sido emitido ao abrigo de uma competência delegada
(será o recurso a interpor, por exemplo, na hipótese de um particular se sentir lesado por uma
decisão administrativa tomada por um secretário de Estado, que, como não tem competências
próprias, terá atuado ao abrigo de uma delegação do ministro respetivo – é o recurso que
anteriormente era designado de recurso hierárquico impróprio). Este mecanismo, refira-se, pode
sempre verificar-se mesmo que não resulte de previsão legal expressa.
É também de salientar, de entre os recursos administrativos especiais, o recurso tutelar, que é a
forma de impugnação de um ato administrativo pela qual se pede ao órgão, que exerce tutela ou
poder de superintendência sobre a pessoa coletiva a que pertence o órgão autor do ato, que o
elimine da ordem jurídica. Naturalmente, supõe que o órgão de tutela disponha de poderes de
tutela revogatória, e caso o recurso se fundamente na inconveniência ou inoportunidade do ato ou
da omissão, deverá existir uma tutela de mérito
Em geral, as reclamações e os recursos são facultativos (artigo 185.º, n.º 2). Com o que se pretende
dizer que o particular, para propor uma ação de impugnação no Tribunal administrativo do ato
administrativo ilegal que o lese (ou da omissão do ato devido), não tem de lançar mão previamente
de uma impugnação administrativa – só reclama ou recorre se quiser. MAS há casos em que a lei
expressamente impõe que o particular reclame ou recorra do ato administrativo antes da
propositura da ação contenciosa. Fala se, então, de reclamação necessária ou recurso necessário
Por força da lei processual, as reclamações e os recursos têm hoje efeito suspensivo sobre o prazo de
propositura da ação de impugnação judicial, pelo que o particular pode aguardar a decisão da
reclamação ou recurso (facultativo ou necessário), sem com isso correr o risco de deixar esgotar o
prazo de reação judicial. Além disso, as reclamações necessárias e os recursos necessários
suspendem, até à decisão final sobre os mesmos, os efeitos do ato de que se reclamou ou recorreu
(suspendem, portanto, os efeitos lesivos)
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