Livro Manual Obstetricia II Abril 2014 FOLHA Ebook
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manual prático
de OBSTETRÍCIA
com fluxograma
2ª EDIÇÃO
GOIÂNIA
contato comunicação
DEPARTAMENTO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA – FM / UFG
2014
Copyright © 2014 by Waldemar Naves do Amaral, Washington Luiz
Ferreira Rios e demais autores
Projeto Gráfico: Contato Comunicação
CDU: 618.2
Faculdade de Medicina
Vardeli Alves de Moraes
Diretor
DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ
Dejan Rodrigues Nonato*
Nayanne de Lima Malta**
*Professor auxiliar mestre do Departamento de Ginecologia e
Obstetrícia da FM/UFG
**Acadêmica de Medicina da Universidade Federal de Goiás
INTRODUÇÃO
O diagnóstico de gravidez vem se tornando cada vez mais seguro e precoce.
Na última década, o desenvolvimento de técnicas imunológicas e o emprego
da ultrassonografia transvaginal possibilitaram o diagnóstico correto de gestação
na falha menstrual.
Didaticamente, o diagnóstico de gravidez pode ser dividido em clínico,
laboratorial e ultrassonográfico.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
São utilizados dados propedêuticos relacionados à anamnese, inspeção,
palpação, toque, ausculta e pela medida da temperatura basal.
O atraso menstrual em mulher eumenorreica, com vida sexual ativa, é o
primeiro e mais importante sintoma clínico para presunção diagnóstica de pre-
nhez. Entretanto, a amenorreia pode estar presente em pacientes não-grávidas
com condições como aleitamento, endocrinopatias, anemia grave, cistos de
ovário, pílulas anticoncepcionais, dentre outras. Além disso, deve-se considerar
a possibilidade, apesar de rara, de ocorrerem perdas sanguíneas regulares até
o 3°- 4° mês de gestação.
Náuseas e vômitos, aparentemente sem causa, são frequentes até a 10°
semana de gestação. A queixa de polaciúria (por compressão da bexiga pelo
corpo uterino) é também comum, bem como a queixa de mastalgia bilateral.
Podem estar presentes ainda cólicas leves no hipogástrio, principalmente em
primigestas, e sialorreia persistente.
A referência de movimentação fetal são relativamente tardias; nas multíparas
ocorre em torno da 16° -18° semanas, e nas primigestas entre a 18°-20° semanas.
À inspeção, observa-se, após a 8° semana, coloração arroxeada do vestíbulo
e da parede vaginal anterior (sinal de Jacquemier-Kluge), decorrente da con-
gestão venosa local. Pode ser visível ainda o cloasma gravídico, rede de Haller
e tubérculos de Montgomery nas mamas, além de pigmentação da linha alva,
estrias recentes e aumento de volume abdominal, aparecimento ou crescimento
de varizes em membros inferiores.
24 - Washington Luiz Ferreira Rios e waldemar naves do amaral
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O diagnóstico laboratorial de gravidez baseia-se no encontro do hormônio
gonadotrófico coriônico (hCG) na urina ou no sangue materno.
O primeiro teste acurado para o diagnóstico de gravidez foi desenvolvido
por Aschheim e Zondek, em 1928, após demonstrarem a presença de uma
substância gonadoestimulante no sangue e urina de mulheres grávidas, utilizando
ratas. Esse tipo de teste, chamado biológico, atualmente foram superados por
teste imunológicos, devido a maior sensibilidade, simplicidade e rapidez das
técnicas desenvolvidas a partir de 1960.
O hCG é um hormônio glicoproteico produzido na placenta, provavelmente
pelo sinciciotrofoblasto, a partir do 10° dia da fertilização, ou seja, quatro dias
antes da falha menstrual. Aumenta, progressivamente, até a 12° semana, caindo
posteriormente. Possui duas cadeias peptídicas: alfa e beta.
Os métodos imunológicos utilizados na urina são a prova de inibição da
hemaglutinação e a prova de hemaglutinação invertida. A primeira é comer-
cialmente conhecida como Pregnosticon All-in e possui sensibilidade de 1.000
UI/litro; já a segunda, é designada Neo-Pregnosticon e tem sensibilidade de 150
UI/litro. Podem apresentar reação cruzada com o LH hipofisário, resultando em
25 - manual prático de OBSTETRÍCIA 2014
DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO
O ultrassom obstétrico é o método de investigação complementar mais
utilizado em obstetrícia, não invasivo e sem efeitos colaterais ou teratogênicos
descritos até o momento. O notável desenvolvimento dos aparelhos possibilitou,
com grande precisão, o diagnóstico de gravidez nas duas primeiras semanas
da falha menstrual.
A ultrassonografia com transdutor abdominal permite a visualização do saco
gestacional na 6ª semana, a partir do início da última menstruação, ou no 42°
dia do ciclo menstrual.
A ultrassonografia transvaginal levou a maior precocidade no diagnóstico, já
que tem sido descrita a presença de saco gestacional visível com apenas 2mm
de diâmetro, referente ao 2° dia de falha.
Além disso, a ultrassonografia é importante para confirmar se a gestação é tópi-
ca ou ectópica, para estimar a idade gestacional ou diagnosticar gestação múltipla.
A estrutura mais precocemente identificada é o saco gestacional. Este pode ser
visto nas imagens ultrassom tranvaginal por volta da 4ª-5ª semanas de gestação e
cresce a uma taxa de 1 mm / dia em gestação recente. Por volta de 5,5-6 semanas
de gestação, um sinal de dupla decidual pode ser visto, que é o saco gestacional
cercado pela decídua espessada. A presença de saco gestacional no início pode
ser confundida com uma pequena coleção de líquido ou sangue ou o pseudo
saco gestacional de uma gravidez ectópica. Devido a isso, o diagnóstico de gravi-
dez intrauterina não deve ser feito com base apenas na visualização do mesmo.
26 - Washington Luiz Ferreira Rios e waldemar naves do amaral
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BAUER, A; NEME, B. Diagnóstico Obstétrico. In: NEME, B. Obstetrícia Básica. São Paulo:
Sarvier; 2000. p.112-117.
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tetrícia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p. 178-179.
3. SAVAGE Jr P.M, VALERIO G. Ovarian Hyperemia Pregnancy Test. California Medicine, San
Bernardino. v.98, n.3, p.137-138, 1963.
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ponível em: http://www.aium.org/publications/guidelines/obstetric.pdf. Acesso em: 12 ago. 2011.
6. Melo VH, Pires do Rio SM. Projeto diretrizes: Assistência Pré-Natal. Disponível em: www.
projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/081.pdf. Acesso em: 12 ago. 2011.
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saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_11.pdf. Acesso em: 12 ago.2011.