1689 FF 5367

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 23

Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai - IDEAU

Vol. 6 – Nº 13 - Janeiro - Julho 2011


Semestral

ISSN: 1809-6220

Artigo:
DISLEXIA: UM NOVO OLHAR

Autores:
Caila Lanfredi Polese1
Gisele Maria Tonin da Costa2
Graciele Pogorzelski Miechuanski3

1
Pedagoga, Pós-Graduanda em Psicopedagogia pela Faculdade IDEAU. Professora do 3º ano do Ensino
Fundamental e Ensino Religioso do Centro de Educação IDEAU - Colégio Santa Clara. Rua Pedro Toniollo,
818/04. Bairro Santo André, Cep: 99900-000- Getúlio Vargas- RS. caila.lanfredi@hotmail.com
2
Pedagoga, Especialista em Planejamento e Gestão da Educação, Mestre em Educação. Orientadora Pedagógica.
Professora de Graduação e Pós-Graduação e Coordenadora Pedagógica do Curso de Pedagogia da Faculdade
IDEAU. Rua Jacob Gremmelmaier, 636/401. Bairro Centro, Cep: 99900-000 - Getúlio Vargas-RS.
gisele@itake.net.br
3
Pedagoga, Pós- Graduanda em Psicopedagogia pela Faculdade IDEAU. Conselheira tutelar.Rua Vencelino
Zanivam 1101. Bairro Centro, Cep: 99910-000- Floriano Peixoto –RS. graciele_pm@hotmail.com
2

DISLEXIA: UM NOVO OLHAR

“Tranquilidade e compreensão tornam a criança menos


ansiosa diante de seu insucesso escolar, preparando-a para
uma atitude mais confiante e segura na aprendizagem da
leitura e da escrita” (SOUZA, 1969, p. 45).

Resumo: Estudando a linha de pensamento de diversos autores, dentre eles Topczewski, Shaywitz, Snowling e
Massi, ressalta-se que a Dislexia é definida como sendo um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da
leitura, escrita e soletração, diagnosticada geralmente no início do processo de alfabetização, onde a criança
entra em contato com a escrita e leitura, apresentando assim alguns sintomas. Quando há suspeita de Dislexia em
alguma criança, esta deve imediatamente passar por uma avaliação multidisciplinar composta por profissionais
habilitados a diagnosticar e iniciar a intervenção. Após a confirmação, o professor, em sala de aula, deverá
reorganizar e repensar suas aulas, suas metodologias e sua prática docente a fim de melhorar a qualidade e
otimizar o processo de ensino aprendizagem do aluno disléxico. Sem dúvida, a compreensão e a parceria são
essenciais para garantir o sucesso escolar dessas crianças, que podem aprender, mesmo com suas limitações.

Palavras-chave: Dislexia. Professor. Aluno. Escola. Dificuldade de aprendizagem. Aprendizagem.

Abstract: Studying the line of thought of many authors, among them Topczewski, Shaywitz, Snowling and
Massi, we emphasize that Dyslexia is defined as a disorder or learning disorder in the area of reading, writing
and spelling, usually diagnosed early in the process of literacy , where the child comes into contact with the
writing and reading, thus presenting some symptoms. When there is suspicion of dyslexia in some children, this
should immediately go through a multidisciplinary approach consisting of qualified professionals to diagnose
and begin intervention. After confirming the teacher in the classroom, should reorganize and rethink their
classes, their methods and their teaching practice and to improve quality and optimize the process of teaching
and learning of dyslexic student. Undoubtedly, understanding and partnership are essential to ensuring the
academic success of these children, who can learn, even with its limitations.

Key words: Dyslexia. Teacher. Student. School. Learning difficulties. Learning.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A Dislexia é, sem dúvida, um gigantesco desafio para a pesquisa, mais ainda para a
educação. Os estudos disponíveis são vagos e nem sempre contribuem para o esclarecimento,
entendimento e tratamento da Dislexia. Calcula-se que aproximadamente 10 milhões de
brasileiros, de acordo com o censo demográfico de 20004, tenham algum tipo de necessidade
especial, podendo ser mental, auditiva, visual, física, de conduta ou mesmo deficiências
múltiplas.
Quando chegam à escola, principalmente na educação básica, muitas crianças sofrem
com algum tipo de dificuldade de aprendizagem, principalmente ligadas à área da linguagem.
A dislexia é uma delas, que por sua vez apresenta-se com maior incidência. A Associação

4
Dados do censo demográfico de 2000. In: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/
3

Brasileira de Dislexia (ABD) calcula que aproximadamente 10% a 15% dos indivíduos que
nos rodeiam, sejam disléxicos5.
Sabemos que quando pais e professores não têm o devido esclarecimento sobre a
dificuldade, acabam deixando o aluno a mercê de hipóteses, não chegando a diagnósticos
verdadeiros e possibilitadores de avanços, o que causa frustrações e sofrimento ao mesmo. O
primeiro passo é ter claro que todo e qualquer aluno, mesmo portador de dificuldades, é capaz
e pode ser autônomo, dentro de suas possibilidades. Para isso, é dever e necessidade do
professor conhecer o tema em debate para conceder ao aluno condições de realizações e
verdadeiras aprendizagens, pois o educador faz sim a diferença neste processo.
O devido esclarecimento e conhecimento da Dislexia favorece diferenciar as alterações
que existem em um processo normal de aprendizagem e aquelas compatíveis com o distúrbio
ou transtorno de aprendizagem. Assim, promoverão atitudes menos excludentes, para que a
criança disléxica seja atendida adequadamente, ajudando a diminuir assim, os índices de
fracasso e evasão escolar. A compreensão e a parceria são elementos essenciais para garantir
o futuro destas crianças.
Entender como aprendemos e o porquê de algumas dificuldades de aprendizagem é um
desafio diário para muitos professores e até alguns pais, quando acompanham o
desenvolvimento de seus filhos. Uma das dificuldades mais observadas e comuns é a Dislexia,
esta que é uma dificuldade específica em leitura. São fundamentais as competências de ler e
escrever para o ser humano, pois estas são a base de qualquer aprendizagem, e sem estas, o
indivíduo apresentará lacunas em várias outras aprendizagens. Precisamos destas habilidades
durante toda a vida, em quase todos os momentos, pois elas levam o leitor a decodificar
mensagens, interpretar e compreender textos, enfim, a participar mais ativamente da
sociedade. Luria e Yudovich (1985) enfatizam que além da função cognoscitiva da palavra e
sua função como instrumento de comunicação, há sua função pragmática ou reguladora; a
palavra não é somente um instrumento de reflexo da realidade, é o meio da regulação da
conduta.
Conhecer, estudar e entender a Dislexia é fator decisivo para ajudar no tratamento da
criança a fim de tornar o processo de ensino aprendizagem mais significativo e adequado.

5
Site da ABD (Associação Brasileira de Dislexia): http://www.dislexia.org.br/
4

2 CONHECENDO A TRAJETÓRIA HISTÓRICA E ENTENDENDO A


DISLEXIA
Segundo os relatos de Topczewski (2010), o caso mais antigo descrito sobre a perda
da capacidade para a leitura, foi em 1667, em consequência de um acidente vascular cerebral,
estudado pelo médico alemão Johann Schimidt. Somente em 1877, Adolf Kussmaul usou o
termo cegueira verbal num relato da perda da capacidade para a leitura. A palavra dislexia foi
citada neste mesmo ano por Rudolf Berlin ao analisar adultos que após uma lesão cerebral, se
tornaram incapazes de ler. Pringle Morgan, em 1896, descreveu o primeiro caso usando a
denominação cegueira verbal congênita, contando a história de um adolescente inteligente,
mas incapaz de desenvolver adequadamente sua capacidade para a leitura. Foi Pringle
Morgan, o primeiro médico a considerar essa dificuldade como uma alteração no
desenvolvimento dos indivíduos sadios. Pode-se dizer que inicialmente os que mais
descreveram sobre as alterações da leitura, foram os oftalmologistas, desvendando não ser um
problema ocular, mas sim cerebral.
A partir de então, os estudos sobre a dislexia ganharam espaço nas pesquisas de
vários especialistas e em vários países da Europa, Estados Unidos e Argentina. Quem definiu
pela primeira vez a Dislexia, foi o psiquiatra e neuropatologista Samuel T. Orton, em 1925.
Então foi criada a Orton Dyslexia Society, conhecida atualmente como International Dyslexia
Association (IDA), que é uma entidade dedicada a estudos e pesquisas sobre a dislexia.
Até hoje, pela dificuldade em compreender e a falta de conhecimento em relação às
dificuldades e paralelas facilidades que o disléxico tem em seu modo de ser e aprender,
encontra-se muitas pesquisas que relatam e descrevem as peculiaridades da dislexia, porém
poucos avanços são constatados.
A palavra DISLEXIA significa DIS – distúrbio e LEXIA- do latim, leitura; e do
grego, linguagem. Portanto, a dislexia além de ser uma dificuldade específica na leitura e
escrita, é uma dificuldade intrigante do processo de aprendizado, que pode ser considerada um
desafio social, sendo que o conhecimento e esclarecimento sobre a mesma podem propôr uma
revolução na educação, na escola e na prática docente de muitos professores.
Para entender a dislexia é necessário, antes de tudo, compreender o processo de
aprendizagem do ser humano. Muitas definições são propostas para responder o que é
dislexia, porém, poucas são universalmente aceitas, isso porque cada profissional da
Educação ou da Saúde, ao estudar esta dificuldade aborda o problema sob diversos e
particulares ângulos, dando enfoque para sua área específica. Podemos dizer que dislexia é
5

um jeito de ser e aprender, seu portador pode ter uma mente até genial, mas aprende de uma
maneira diferente. É importante destacar que existem várias explicações definindo a dislexia.
A Associação Brasileira de Dislexia (ABD), em 1994, divulgou pela International
Dyslexia Association a definição:

Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio


específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade
em decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico.
Essas dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação à
idade. Apesar de submetida a instrução convencional, adequada inteligência,
oportunidade sociocultural e não possuir distúrbios cognitivos e sensoriais
fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem. A dislexia é
apresentada em várias formas de dificuldades com diferentes formas de linguagem,
frequentemente incluídos problemas de leitura, em aquisição e capacidade de
escrever e soletrar (http://www.profala.com/artdislexia18.htm).

A ABD exerce grande influência sobre estudos, pesquisas e atividades profissionais


envolvidas com a dislexia em todo o país, além de estar vinculada com a Dyslexia
Association. O conceito divulgado é amplamente aceito e representativo da visão comum
sobre dislexia.
De acordo com os estudos, pode-se afirmar então, que ao contrário de que muitos
pensam, a dislexia não tem como causa a falta de interesse, falta de motivação, de esforço e
até vontade, acuidade visual ou auditiva, má alfabetização e muito menos baixa e/ou ausência
de inteligência. O que se observa é que a maioria delas apresenta capacidade intelectual
dentro dos parâmetros estabelecidos como normais, e alguns conseguem em certas atividades
um desempenho superior à média do seu grupo etário. A dislexia precisa ser entendida,
segundo a ABD-Associação Brasileira de Dislexia, como uma condição hereditária com
alterações genéticas. Existem estudos realizados que mostram haver predominância da
dislexia no sexo masculino. Topczewski concorda ao afirmar que,

A dislexia é considerada como um quadro hereditário; o risco estimado de


um homem disléxico ter um filho com as mesmas características é de 40% e uma
mulher disléxica é de 36%. As várias publicações revelam que 23 % a 80% dos
portadores de dislexia têm parente disléxico. Estudos realizados com gêmeos
idênticos e gêmeos fraternos indicam que a probabilidade é maior dos idênticos
serem disléxicos do que os fraternos. Em cerca de 70% dos gêmeos idênticos ambos
são disléxicos. Os estudos genéticos revelam a existência de alterações em nove
cromossomos mapeados (15, 6p, 2, 2, 7, 18, 11, 1) e em quatro genes considerados
candidato (2010, p.19).
6

A dislexia então, num comum conceito, faz parte de um transtorno da linguagem,


que compromete o aprendizado da leitura. Sabemos que na alfabetização, quando ocorre a
aprendizagem da leitura há a necessidade de se identificar o som da palavra falada (fonema)
para posteriormente associá-la à palavra escrita (grafema), portanto o indivíduo disléxico
provavelmente apresenta um déficit no processamento fonológico.
Existem dois caminhos para chegarmos ao reconhecimento das palavras e extrairmos
o significado das mesmas: rota ou via fonológica e rota ou via léxica.
A rota que nos permite ler textos e identificar seus vários componentes como
parágrafos, períodos, orações, frases, entre outros, é a rota fonológica. Segundo Martins (in:
http://www.profala.com/artdislexia26.htm), a via fonológica consiste em discriminar os sons
correspondentes a cada uma das letras ou grafemas que compõem a palavra. Ou seja, a rota
fonológica permite que o leitor reconheça as letras que formam a palavra associando ao seu
som correspondente, para assim, fazer a leitura.
Pela rota fonológica podemos, sendo leitores hábeis, ler palavras pouco frequentes e
difíceis sem problemas, por exemplo pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, que é
a maior palavra na língua portuguesa. Então, usando a rota fonológica, identificamos as letras
por meio da análise visual, recuperamos os sons, pronunciamos os sons formando a palavra
escrita. Gutschow (2002) diz que a rota fonológica é mais lenta que a rota léxica, já que o
processo requerido é muito mais extenso até chegarmos a reconhecer a palavra, no entanto,
não é menos importante e, inclusive, podemos afirmar que os estágios iniciais da
aprendizagem da leitura dependem da consciência fonológica.
Já a rota lexical, que é rápida e global, permite o reconhecimento por inteiro da
palavra e tem por consequência, o rápido pronunciamento da escrita, sem passar pelo
reconhecimento dos signos que a compõem. A leitura pela rota léxica explica a facilidade que
temos para reconhecer palavras que vimos com bastante frequência, por exemplo casa.
Na leitura, ambas as rotas são ativadas e necessárias, elas coexistem na leitura hábil.
Na medida em que as habilidades de leitura vão se intensificando, a estratégia da rota léxica
se torna mais frequente, ou as duas ao mesmo tempo.
É importante ressaltar aqui, que a dislexia não tem fronteiras geográficas, e pode se
manifestar em qualquer língua, em maior ou menor grau, dependendo das particularidades e
relação grafema-fonema existente na língua. Por exemplo, na língua italiana onde a relação
grafema-fonema é bastante próxima, o processamento fonológico se dá com maior facilidade.
7

A língua inglesa propicia maiores dificuldades, pois a relação som e escrita é muitas vezes
diferente.
Pensando no crescente interesse no estudo dessa dificuldade da área de linguagem e a
falta de conhecimento que atinge pais, professores e até os próprios portadores da dislexia,
visando melhor esclarecer, orientar, ajudar e estimular, em 1983 nasceu a Associação
Brasileira de dislexia, a ABD. Esta instituição é a única filiada brasileira à IDA (International
Dyslexia Association).
A ABD localiza-se no Brasil, mais especificamente em São Paulo -Capital, e atua
como principal ponto de apoio às famílias e disléxicos. A instituição atende um público
constituído de disléxicos de todas as idades, oferece orientação direcionada, cursos e
encaminhamentos para pais, professores, familiares, tendo como principal missão ajudar, de
todas as formas, o disléxico e os portadores de distúrbios de aprendizagem, atendendo a
população carente também. Desta forma, a existência da associação faz-se muito importante
para que os disléxicos e portadores de distúrbios de aprendizagem possam transformar-se em
cidadão produtivos, evitando a marginalização dos mesmos tanto na educação, quanto no
mercado de trabalho.

3 PRINCIPAIS CAUSAS, SINTOMAS E TIPOS DE DISLEXIA


A criança passa por várias estapas na aquisição da linguagem. O significado das
palavras e a formação da consciência vão se dando conforme a criança avança em idade e é
estimulada de diferentes formas, o que será importante para que mais tarde aconteça a
formação de novos e mais complexos conceitos.
Ter o conhecimento de tudo isso, implica também em ter discernimento pedagógico de
que a dislexia, mesmo sendo uma dificuldade, permite a aprendizagem, assim como todas as
crianças especiais e “normais”, os disléxicos são aprendizes em potencial.
O disléxico não deve ser visto como um doente ou paciente, mas sim como um
indivíduo saudável que apresenta dificuldades na área da linguagem e necessita de ajuda e
tratamento diferenciado no período escolar para que possa atingir os objetivos propostos para
cada fase, respeitando suas limitações.
Para Vygotsky (1991), não é possível pensar na construção da escrita como um
processo linear e constante. É normal que durante o processo de aquisição da linguagem a
criança apresente instabilidades, errando, tentando, manipulando e acertando. Todo processo
de aquisição de novos conhecimentos requer reflexões e comparações, o que pode causar
8

instabilidades, levando a indagações e perguntas constantes, até que a criança internalize e


torne próprio o conhecimento a ela apresentado. Por isso, é importantíssimo o olhar atento do
professor sobre as crianças no processo de alfabetização para possivelmente estar detectando
dificuldades que vão além das normais e esperadas durante o processo, e que podem ser uma
possível dislexia.
Sabe-se que a dislexia persiste apesar da boa escolaridade, portanto, é necessário que
pais e professores saibam identificar os sinais que indicam que uma criança é disléxica e
entender suas causas para poder ajudar da melhor forma.
3.1 PRINCIPAIS CAUSAS DA DISLEXIA
A dislexia não é causada por uma deficiência intelectual geral, por isso é designada e
classificada como sendo uma dificuldade específica da linguagem. Também não é causada por
limitações socioculturais ou por fatores emocionais.
Comparando e analisando descobertas realizadas por profissionais de diferentes áreas
relacionadas à Educação e à Saúde, várias apontam que a dislexia tem base neurológica, tendo
incidências genéticas em suas causas, tornando-a altamente hereditária, o que justifica que se
repita nas mesmas famílias. Contata-se também, de acordo com a maioria dos estudos que há
um considerável déficit fonológico, como afirma Snowling (2004) ao dizer que mesmo a
dislexia podendo se manifestar de várias formas, pode existir uma única causa, o déficit
fonológico, que é modificado por outras habilidades cognitivas.
Embora o cérebro dos disléxicos processe informações em uma área diferente do
cérebro das pessoas que não são disléxicas, seu cérebro é perfeitamente normal. Então,
provavelmente a dislexia resulta de falhas nas conexões cerebrais. Portanto, as causas mais
prováveis da dislexia são neurológicas e genéticas. “A dislexia se manifesta guardando uma
relação estreita entre o quadro genético e o meio ambiente” (TOPCZEWSKI, 2010, p. 20).
Entender como funciona o cérebro de maneira geral é necessário para entender as
causas da dislexia. Cada parte do cérebro é responsável por exercer uma função específica.
Como confirma Snowling:

Uma questão óbvia que segue o estudo genético da dislexia é qual sistema
cerebral media as dificuldades do processamento fonológico observadas na dislexia.
[...] No entanto, de forma básica, pode-se pensar no cérebro humano dividido pela
linha média em dois hemisférios conectados pelo corpo caloso; é geralmente aceito
que, na maioria dos indivíduos, o hemisfério esquerdo é localizado para a
linguagem. Dentro de cada hemisfério, existem principalmente quatro regiões
(lobos) com especializações diferentes, e há muito tempo foi estabelecido que as
regiões do lobo temporal do hemisfério esquerdo, em ambos os lados da fissura
Sylviana, estão envolvidas no processamento da linguagem (2004, p. 149).
9

Então, de acordo com estudos, a parte esquerda do cérebro, está mais diretamente
relacionada com a linguagem, onde as áreas são distintas e responsáveis por processar
fonemas, analisar palavras e reconhecer palavras. Essas funções trabalham harmoniosamente
permitindo que o ser humano aprenda a ler e escrever. Sabe-se que uma criança aprende a ler
ao reconhecer e processar fonemas, memorizando letras e seus respectivos sons, inicialmente
a leitura é processada pela rota fonológica e depois, após adquirir maiores habilidades, usa a
rota léxica. Conforme a criança progride na leitura, o cérebro domina o processo e a leitura
então, passa a exigir menos esforço.
O cérebro dos disléxicos não funciona desta forma. Durante a leitura, eles recorrem
somente à área cerebral que processa fonemas e a região responsável pela análise de palavras
permanece inativa, dificultando o reconhecimento e leitura hábil mesmo que este esteja
deparado com palavras que já tenha lido ou estudado.

Portanto, um crescente número de evidências sugere que as descobertas


comportamentais dos déficits de processamento fonológico podem se resultantes de
diferenças na função do hemisfério esquerdo cerebral, entre os leitores disléxicos e
normais. Especialmente, as regiões que ligam áreas cerebrais da percepção e da
produção da fala parecem ser afetadas. É interessante especular que este poderia ser
o “local” das representações fonológicas que é fundamental para o desenvolvimento
da leitura (SNOWLING, 2004, p. 155).

Desta forma, a leitura se torna um grande esforço para o disléxico, porque a principal
dificuldade está na capacidade de representar ou recordar sons da fala (fonemas), ou seja,
existe um problema nas representações fonológicas, que leva a uma deficiência na
transformação das letras do alfabeto em fonemas. Consequência disso, também são as
dificuldades em separar palavras em seus fonemas e a principal, que é a dificuldade nítida na
leitura.
Dentre todas estas evidências, constata-se que pessoas com dislexia têm dificuldade
em reter a fala na memória de curto prazo e conscientemente, dividí-las em fonemas.

3.2 SINAIS E SINTOMAS DA DISLEXIA


A criança pode ser inteligente, e mesmo assim, sofrer de dislexia. Esta, que não é o
único distúrbio que inibe o aprendizado, mas é o mais comum. Deve-se permitir que
profissionais qualificados examinem e averigúem cada caso, para uma posterior confirmação
da dislexia.
10

A dislexia pode ser identificada já nos primeiros anos escolares, sendo que a primeira
condição para o diagnóstico é que a criança já tenha sido alfabetizada. Conforme Topczewski
(2010), o que mais se aceita é que o indivíduo já tenha tido uma vivência com a leitura e
escrita de, pelo menos, dois anos para que seja possível a caracterização das dificuldades
disléxicas.
Espera-se que a base da linguagem oral e escrita já deva estar desenvolvida em torno
dos 8 anos de idade. Isso acontece, de modo geral, quando a criança está cursando o segundo
ano do ensino fundamental, fase esta, onde a leitura já deve estar mais fluente. O que se
observa nos disléxicos, é que a leitura continua sendo bastante precária, sofrida, entrecortada,
quase silábica, como se estivesse nos primeiros momentos de aprendizagem. Sendo assim, os
disléxicos demandam um tempo bem mais longo para a leitura, porque têm uma importante
dificuldade para reconhecer as palavras e as ler. Por vezes, esta falta de fluência afasta o
indivíduo da leitura, porque a “lerdeza” interfere no processo de compreensão e,
consequentemente, na capacidade de memorizar o que foi lido.
É indispensável que o professor dê uma atenção especial aos alunos na fase de
alfabetização, mais ainda àquelas consideradas de risco, que apresentem defasagem e
dificuldades significativas na linguagem, especialmente quando há histórico de dislexia na
família. Daí, a importância e necessidade de conhecer e entender, nem que minimamente, a
história da criança e o contexto onde ela está inserida.
São vários os sinais que identificam a dislexia. Ianhez e Nico (2002) e Santos (1987)
listam vários sinais e sintomas decorrentes da dislexia. Nessas listas, citam questões como:
dificuldade com cálculos mentais, dificuldade em organizar tarefas, dificuldades com noções
espaço- temporais, entre outras:
Desempenho inconstante com relação à aprendizagem da leitura e da escrita;
Dificuldade com os sons das palavras e, consequentemente, com a soletração; Escrita
incorreta, com trocas, omissões, junções e aglutinações de fonemas; Relutância para escrever;
Confusão entre letras de formas vizinhas, como “moite” por “noite”, “espuerda” por
“esquerda”; Confusão entre letras foneticamente semelhantes : “tinda” por “tinta”, “popre”
por “pobre”, “gomida” por “comida”;Omissão de letras e/ou sílabas, como “entrando” por
“encontrando”, “giado” por “guiado”, “BNDT” por “Benedito”; Adição de letras e/ou sílabas:
“muimto” por “muito”, “fiaque” por “fique”, “aprendendendo” por “aprendendo”;União de
uma ou mais palavras e/ou divisão inadequada de vocábulos: “Eraumaves um omem” por
“Era uma vez um homem”, “a mi versario” por “aniversário”; Leitura e escrita em espelho;
11

Ianhez (2002), ainda cita outros sinais importantes de dislexia na idade escolar:
Lentidão na aprendizagem dos mecanismos da leitura e escrita; Trocas ortográficas,
dependendo do tipo de dislexia; Problema para reconhecer rimas e alterações; Desatenção e
dispersão; Desempenho escolar abaixo da média, em matérias especificas, que dependem da
linguagem escrita; Melhores resultados nas avaliações orais, do que nas escritas;Dificuldade
de coordenação motora fina (para desenhar, escrever e pintar) e grossa (é descoordenada);
Dificuldade de copiar as lições do quadro, ou de um livro; Problema na lateralidade (confusão
entre esquerda e direita, ginástica) Dificuldades de expressão: vocabulário pobre, frases
curtas, estruturas simples, sentenças vagas; Dificuldades em manusear mapas e dicionários;
Esquecimento de palavras; Problema de conduta: retração, timidez excessiva e depressão;
Desinteresse ou negação da necessidade de ler; Leitura demorada, silabadas e com erros.
Esquecimento de tudo o que lê; Salta linhas durante a leitura, acompanha a linha de leitura
com o dedo; Dificuldade em matemática, desenho geométrico e em decorar sequências;
Desnível entre o que ouve e o que lê. Aproveita o que ouve, mas não o que lê; Demora
demasiado tempo na realização dos trabalhos de casa; Não gosta de ir à escola; Apresenta
“picos de aprendizagem”. Nuns dias parece assimilar e compreender os conteúdos e noutro,
parece ter esquecido o que tinha aprendido anteriormente; Pode evidenciar capacidade acima
da média em áreas como: desenho, pintura, música, teatro, esporte, etc;
A combinação de sintomas e a intensidade em que se apresentam em níveis que
variam entre o sutil ao severo, varia de disléxico para disléxico, de modo absolutamente
pessoal. “É importante ressaltar que não há dois pacientes disléxicos apresentando
comprometimentos iguais, mas sim semelhantes, pois cada um tem características
particulares, além de apresentarem as diferentes dificuldades associadas [...]”
(TOPCZEWSKI, 2010, p.33).
Além dos sinais citados acima, tão evidentes e fáceis de serem observados sob um
olhar atento do professor e dos pais, a dislexia, de acordo com seu tipo, ainda sugere outras
possíveis dificuldades nos processos de construção do objeto escrito: dificuldades
fonológicas, dificuldades de percepção auditiva e de processamento auditivo, dificuldades
visuais e de processamento visual, dificuldades de coordenação motora, dificuldades de
memória verbal de curto prazo (memória de fixação), dificuldades de sequencialização
(ordem temporal).
Mas já a primeira avaliação, aquela que é feita em sala de aula, durante atividades,
requer um olhar bastante crítico e conhecedor por parte do professor, para traçar o perfil da
12

criança juntamente com suas dificuldades, porque algumas crianças podem ser capazes de
seguir sequências, mas solicitam apoio. Cada caso é um caso.
De acordo com estudos e publicações no site, a ABD, traz alguns sinais de alerta para
pais e professores, quanto aos sintomas apresentados por disléxicos:

Haverá sempre:
- dificuldades com a linguagem e escrita; dificuldades em escrever; dificuldades com
a ortografia; lentidão na aprendizagem da leitura.
Haverá muitas vezes:
- disgrafia (letra feia); discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na
assimilação de símbolos e de decorar a tabuada; dificuldades com a memória de
curto prazo e com a organização; dificuldades em seguir indicações de caminhos e
em executar sequências de tarefas complexas; dificuldades para compreender textos
escritos; dificuldades em aprender uma segunda língua.
Haverá às vezes:
- dificuldades com a linguagem falada; dificuldade com a percepção espacial;
confusão entre direita e esquerda (http://www.dislexia.org.br/).

3.3 PRINCIPAIS TIPOS DE DISLEXIA


São inúmeras as classificações de dislexia que podem ser encontradas em vários
estudos de diferentes autores. Sabe-se que a dislexia pode ser classificada de várias formas, de
acordo com os critérios utilizados para sua classificação. Oliver (2008) afirma que para a
Psicopedagogia, a dislexia pode ser subdividida em:
- Dislexia cognitiva ou inata: nasce com o indivíduo. Uma das causas pode ser a comprovada
alteração hemisférica cerebral, onde os hemisférios encontram-se com tamanhos invertidos ou
em tamanhos exatamente iguais, quando o considerado normal é que o esquerdo seja maior
que o direito. No caso do indivíduo ter esta dislexia, terá pouca ou nenhuma habilidade para a
aquisição da leitura/ escrita, geralmente não chega a ser alfabetizado, e quando chega, tem
sérios problemas de compreensão textual. Este tipo de dislexia, geralmente é incurável e deve
ser tratada para amenizar os sintomas, por uma equipe multidisciplinar.
- Dislexia Adquirida: vem por consequência de algum acidente, por exemplo, anóxias (falta
de oxigenação no cérebro), acidente vascular cerebral (derrame) e outros acidentes que podem
afetar o cérebro. Neste caso, o indivíduo que antes lia e escrevia normalmente, passa a ter
períodos e fases de dislexia. Nestes períodos a dificuldade para ler e escrever serão nítidas,
bem como problemas de lateralidade e falha de memória. Este tipo de dislexia requer um
acompanhamento e habilidades de adaptação, tem grandes possibilidades de cura ou boa
melhora , já que esta dislexia não envolve alterações hemisféricas.
13

- Dislexia Ocasional: como o próprio nome diz, esta dislexia aparece em ocasiões e é causada
por fatores externos. Alguns fatores apontados são o estresse, excesso de atividades, e
raramente por TPM (Tensão Pré Menstrual) e hipertensão. Neste caso, não é preciso grandes
tratamentos. O indivíduo deverá detectar o fator que causa sua dislexia e se necessário e
possível, mudar seus hábitos, e tudo voltará ao normal. Psicoterapia é uma boa indicação.
Para Moojen apud Rotta (2006) é possível classificar a dislexia em três tipos:
- Dislexia fonológica: sua principal característica está na dificuldade para operar a rota
fonológica, apresentando um funcionamento aceitável da rota lexical. Sendo assim, a maior
dificuldade está em ler palavras não – familiares, sílabas sem sentido ou pseudopalavras,
mostrando maior desempenho na leitura de palavras familiares. Encontram-se também
dificuldades em tarefas que envolvam memória e consciência fonológica, acarretando
dificuldades de compreensão do que foi lido.
- Dislexia lexical: neste caso, as principais dificuldades estão na rota lexical, e apresentam a
rota fonológica relativamente preservada, afetando fortemente a leitura de palavras
irregulares. Assim, os disléxicos deste tipo, lêem lentamente e errando com frequência.
- Dislexia mista: neste caso, a via lexical e a via fonológica estão comprometidas. São
situações mais graves e requerem um esforço maior e sistemático.
Ianhez (2002) propõe as seguintes subdivisões:
- Dislexia disfonética: dificuldades de percepção auditiva na análise e síntese de fonemas.
Maior dificuldade na escrita do que na leitura.
- Dislexia diseidética: dificuldades na percepção visual, apresenta leitura silábica. Maior
dificuldade na leitura do que na escrita.
- Dislexia visual: deficiência na percepção visual, não visualiza cognitivamente o fonema.
- Dislexia auditiva: deficiência na percepção auditiva, não audiabiliza o fonema.
- Dislexia mista: combinação de mais de um tipo de dislexia.
É importante e indicado que qualquer disléxico, independente do tipo, além do
tratamento indicado, deverá procurar auxílio para desenvolver seu raciocínio, agilidade,
coordenação motora, lateralidade. Uma boa opção são esportes, a natação e os esportes com
bola são bastante úteis, além de serem prazerosos.

4 DIAGNOSTICANDO E TRATANDO A DISLEXIA


A dislexia, salvo a do tipo ocasional, não é curada sem tratamento apropriado. Por não
ser um problema que passa com o tempo, a dislexia merece atenção para não passar
14

despercebida. Em primeiro lugar, pais e professores devem ter o devido entendimento para
identificar a possibilidade de que as dificuldades que seu filho ou aluno estejam apresentando,
possam se tratar na verdade, de uma dislexia. É importante que o diagnóstico seja efetuado o
quanto antes, assim, as crianças tratadas desde cedo, têm grandes chances de superar ou
conviver melhor com os sintomas. As palavras diagnóstico provêm de dia (através de) e
gnosis (conhecimento). Se nos atemos à origem etimológica e não ao uso comum (que pode
significar rotular, definir, etiquetar), podemos falar de diagnóstico como “um olhar-conhecer
através de”, que relacionaremos com um processo, com um transcorrer, com um ir olhando
através de alguém envolvido mesmo como observador, através da técnica utilizada e, nesta
circunstância, através da família (FERNANDEZ, 1991).
Conforme o que já foi colocado pode-se perceber que o diagnóstico da dislexia exige
participação de vários profissionais, uma equipe multidisciplinar, abrangendo várias áreas,
como a pedagógica, fonoaudiológica, psicopedagógica, psicológica, neurológica, psiquiátrica,
além da participação da família.
É na escola que geralmente são verificados os casos da dificuldade, portanto cabe ao
professor verificar, pois está em constante acompanhamento dos alunos, onde deverá
observar o desempenho dos mesmos na sala de aula.
Entretanto, é imprenscídivel que os professores atualizem-se constantemente para que
tenham compreensão das dificuldades que poderão vir a surgir no processo ensino-
aprendizagem para que haja comprometimento com os alunos, ajudando-os a superar os
obstáculos encontrados na aprendizagem da leitura e da escrita. Quando um aluno demonstra
contínua dificuldade, deverá ser imediatamente encaminhado aos profissionais especializados,
estes farão averiguações concretas.
Para que seja realizado o diagnóstico correto, é imprescindível verificar se na família
existem casos de dislexia, ou até mesmo, dificuldades de aprendizagem. Verificar se na
história do desenvolvimento da criança ocorreu algum atraso na aquisição da linguagem,
também é o caminho indicado. Também deve-se excluir primeiramente as possibilidades de
outros distúrbios, pois há problemas de origem neurológica , sensorial, emocional e até
dificuldades de aprendizagem por falta de ensino e metodologias adequadas ou em função das
condições sócio-culturais não satisfatórias, que são distintas da dislexia.
Segundo orientações da ABD, o diagnóstico só pode ser feito após a alfabetização,
entre a primeira e segunda série, sendo que algumas escolas alfabetizam precocemente, e a
criança apresenta dificuldades em acompanhar por não ter maturidade neurológica suficiente.
15

Shaywitz (2006) diz que o diagnóstico da dislexia apresenta um quadro muito


particular de circunstâncias, e segundo suas pesquisas e estudos, as dificuldades de leitura
eram muito mais comuns aos garotos do que às garotas; estudos haviam indicado que a
dislexia atingia algo entre quatro e seis vezes mais os garotos.
O cérebro do disléxico na parte posterior do hemisfério cerebral esquerdo, durante a
leitura, demonstra uma atividade restringida e maior atividade na região frontal inferior
esquerda e direita. Como consequência estes pacientes apresentam leitura lenta e não
automática.
A pronúncia da palavra escrita e qual o seu significado integram a área temporo -
occipital esquerda, essa é a trajetória rápida de leitura utilizada pelo leitor normal. Já no
disléxico se apresenta diferentes caminhos para desenvolver a leitura.
Exames por imagem funcional são de custo muito elevados, o que inviabiliza a
recomendações a todos.
Constatado a dislexia, é fundamental que o professor esclareça em sala de aula quanto
às dificuldades do colega, para que se mantenha um ambiente de respeito e consideração sem
rejeições. Ressalta-se a importância do acompanhamento dos pais com o disléxico, estes
devem ser esclarecidos para que possam entender melhor as dificuldades que seu filho
demonstra e ajudá-lo a contorná-las.
Ainda muitos casos necessitam de tratamento medicamentoso que associados às
sessões com os profissionais especializados, trarão mais eficiência na superação das
dificuldades. “Embora a dislexia não tenha cura, a avaliação adequada, a orientação
competente e o tratamento responsável são fatores fundamentais para o sucesso futuro do
disléxico” (TOPCZEWSKI, 2010, p. 55).
É importante e fundamental que o disléxico seja ajudado e tratado, com instrução
adequada e personalizadamente para poder estudar, senão corre riscos de permanecer
analfabeto ou semialfabetizado, o que pode deixá-los excluídos de algumas profissões e
vocações que exijam preparação acadêmica. Condemarin (1986), diz que o objetivo principal
do tratamento re-educativo é solucionar as dificuldades localizadas no diagnóstico, que
impedem ou dificultam o desenvolvimento normal do processo da leitura.
A maioria dos tratamentos que visam ajudar os disléxicos incluem dinâmicas com
exercícios auditivos, visuais e de memória. A tecnologia também colabora muito neste
objetivo. Existem programas de computador desenvolvidos para isso. O importante é definir e
16

adaptar o programa ao disléxico, para que este supere seus limites, na busca de um processo
de aquisição da linguagem, digamos, “mais próximo do normal”.

5 DISLÉXICOS APRENDEM A LER E ESCREVER? QUAL É O PAPEL


DO PROFESSOR, DA ESCOLA E DOS PAIS NESTE PROCESSO?
Uma criança que se sente triste e derrotada por não conseguir ler pode passar sim, a ser
uma criança feliz e com grande vontade de aprender!

Embora as causas possam ser diversas, qualquer limitação na aprendizagem é


sempre um problema para a criança. Mesmo quando os motivos decorrem de
condições ambientais ou educacionais desfavoráveis, é nela que eles se manifestam,
na forma de um desempenho não adequado. É ela, portanto, quem sentirá as
conseqüências. Quem não aprende, sofre. E o pior é que na maioria das vezes, é a
própria criança quem carrega a culpa. Esta é uma regra geral (ZORZI, 2008, p. 9).

São várias e novas as descobertas realizadas no ensino da leitura, onde se encontram


novas alternativas, metodologias e mudanças no processo de ensino que podem ser
responsáveis pelo sucesso de muitas crianças, visto que cada uma tem suas particularidades,
seu ritmo, seu histórico e seu contexto.
Uma criança disléxica pode se tornar um leitor dentro de suas limitações. Isso não
requer mágica nenhuma, mas o essencial é o diagnóstico precoce e métodos eficazes. Cada
indivíduo requer métodos diferentes para que as intervenções sejam satisfatórias, por isso,
encontrar qual é o método apropriado, pode ser o início de uma grande mudança na vida de
um disléxico. A leitura pode ser a coisa mais importante do mundo, pois ela está em tudo e
em todos os lugares. É imprescindível que pais e professores não desistam de auxiliar no
tratamento de uma criança disléxica.
Sabe-se que depois de confirmado o diagnóstico, a preocupação principal dos pais é de
encontrar uma escola que possa atender as necessidades do seu filho disléxico. Lima (2002)
coloca que é função da escola ampliar a experiência humana, portanto a escola não pode ser
limitada ao que é significativo para o aluno, mas criar situações de ensino que ampliem a
experiência, aumentando os campos de significação. As escolas devem oferecer adaptações do
sistema escolar às necessidades do aluno disléxico, para que ele possa entrar em contato com
experiências e informações, para a construção de sua aprendizagem. Não há uma escola
perfeita, o fundamental então é selecionar uma escola que mais se adapte as prioridades da
17

criança e acompanhar sistematicamente a sua aprendizagem, contando com o auxílio de uma


equipe multidisciplinar. Entretanto, a maioria dos modelos de escola que conhecemos,
públicas e particulares, geralmente não foram feitas para disléxicos. Objetivos, conteúdos,
metodologias, organização e avaliação precisariam passar por importantes modificações e
adaptações para recebê-los efetivamente como verdadeiramente alunos. Muitos disléxicos não
sobrevivem à escola, e os que conseguem sobreviver, podem ser considerados astutos e
corajosos, pois acharam artifícios que lhes permitiram driblar o tempo, os modelos, as
exigências, os próprios professores, as humilhações e preconceitos, e principalmente, as notas
exigidas para passagem de nível.
Contudo, está mais que claro e confirmado que crianças disléxicas aprendem e
inclusive, em sua maioria, apresentam nível cognitivo normal ou acima da média. Os
disléxicos têm condições de cursar uma boa faculdade, até com sucesso, embora esta meta
demande esforço particular maior, pois como aprendem de maneiras diferentes, precisam
encontrar atalhos para atenuar e superar suas dificuldades específicas, buscando facilitar, de
certa forma, seu aprendizado.

Podemos dizer com segurança que, obviamente, para tudo existe limite, inclusive
para o aprender. Mas, isto não significa dizer que existam impossibilidades. O
sucesso ou o fracasso em nossa tarefa educacional depende daquilo que nos
propomos a ensinar e dos métodos que empregamos para chegar até lá (ZORZI,
2008, p. 11).

Nunca é tarde e menos ainda, desnecessário, ensinar disléxicos a ler e processar


informações com maior eficiência. Diferentemente da fala, que requer menos estímulos, por
ser um processo natural, a leitura precisa ser ensinada.
Crianças disléxicas precisam de métodos adequados e tratamento especial para superar
ou amenizar suas limitações. Fonseca (1995) diz que uma coisa é a criança não querer
aprender a ler, outra é a criança que não pode aprender a ler com os métodos pedagógicos
tradicionais.
A criança disléxica precisa de um professor encorajador, alguém que lhe apoie que lhe
incentive mesmo quando as coisas não estão indo bem, alguém que não apenas acredite nele,
mas que demonstre isso no dia a dia, alguém que compreenda a natureza da dificuldade que
ele tem, alguém que trabalhe incansavelmente e o auxilie no que precisar. Só assim, além de
ter em casa um acompanhamento da mesma forma, haverá grandes possibilidades de um
futuro feliz.
18

Não é suficiente incluir um indivíduo disléxico em sala de aula, precisam-se antes de


tudo, professores e coordenadores capacitados em dislexia para poderem atender com
eficiência as necessidades que estes apresentarem, porque alunos disléxicos aprendem. A
abrangência da inclusão escolar é muito ampla. Uma educação para todos precisa valorizar a
diversidade em todos os sentidos, sendo que esta dinamiza e enriquece as relações e
interações, despertando nos alunos o desejo de conhecer e conviver com grupos diferentes do
seu. A escola é um lugar privilegiado de encontro com o outro, onde o respeito às diferenças
deve prevalecer.
Diariamente o professor encontra-se frente a uma classe com diferentes áreas do
conhecimento, inclusive na linguagem, muitas em função da procedência geográfica, social e
cultural. É papel do professor estar atento para a realidade de seus educandos e as
particularidades que os envolvem. Geralmente é na escola, nos primeiros anos, quando ocorre
a alfabetização que os alunos disléxicos demonstram sintomas, pois é na escola o local onde a
escrita e a leitura são permanentemente utilizadas e valorizadas.

O professor do ensino fundamental e, talvez, professores de português do


ensino médio têm maiores condições de perceber dificuldades de letramento que
poderiam seguir a necessidade de uma investigação para estabelecer se o aluno tem
dislexia. As observações podem incluir informações sobre dificuldades de leitura,
escrita e ortografia (FARREL, 2008, p. 38).

O professor, quando preocupado com o desempenho e o progresso de um aluno, deve


consultar os pais e a própria escola a fim de obter maiores informações sobre a vida escolar do
aluno. Se a preocupação e os sinais persistirem, o professor deve sugerir juntamente com o
psicólogo da escola um acompanhamento clínico especializado. Desta forma, tornará a sua
ajuda muito valiosa, já que não é o professor que fará as terapias e tratamento necessários,
mas tem o dever de identificar e posteriormente dedicar-se de maneira especial ao aluno
disléxico em sala de aula, resgatando também, sua autoconfiança.
O professor de um aluno disléxico deve rever suas estratégias metodológicas, para
descobrir habilidades nestes alunos, para que eles possam descobrir-se, conhecer-se e
possivelmente destacar-se em outras áreas, pois se disléxicos fracassarem no período escolar,
quer dizer que não fracassaram sozinhos: a escola, do gestor ao professor, consequentemente
também fracassou.
19

Dirigir um olhar flexível para o aluno disléxico é compreender a natureza da


dificuldade que ele apresenta, buscar orientações, informações para melhorar o processo da
aquisição da aprendizagem do aluno. Instrumentalizar-se para isso, é fator decisivo.
Experimentar diversas estratégias, atividades e técnicas, ajudará na descoberta de qual
procedimento de ensino se adapta ao aluno e sua situação. Manter contato e parceria com a
equipe multidisciplinar que faz o tratamento da criança, se for o caso, e com os pais facilitará
muito o trabalho do professor, e colaborará para obtenção mais rápida e efetiva de resultados.
Antes de tudo, porém, o professor deve estar aberto para trabalhar com as diferenças e
estar disposto a ensinar TODOS os seus alunos. Alguns procedimentos facilitam e são
recomendadas em sala de aula: valorizar os acertos; ajudar o aluno na organização do
caderno; na hora das explicações, usar uma linguagem direta, clara e objetiva e certificar-se
sempre se o aluno entendeu; organizar as turmas, de modo que as que contenham alunos
disléxicos sejam reduzidas (com no máximo vinte alunos, se possível menos, para que o
professor tenha oportunidade de auxiliar e observar de maneira adequada todos os alunos);
procurar não forçar e não expor a criança à leitura em voz alta para a turma; auxiliá-la no
entendimento e interpretações de enunciados de questões e atividades; dar a ela um maior
tempo para fazer as atividades que exijam concentração maior; dentro do possível, fazer
avaliações orais, que é um procedimento que ameniza parte das dificuldades; na avaliação,
abranger outras atividades, não só a nota da prova. Valorizar a participação nas aulas, a
responsabilidade com tarefas, o empenho,...valorizando o esforço e a dedicação no conceito
final; permitir nas séries iniciais o uso de tabelas com as tabuadas, material dourado, ábaco, e
nas séries finais, o uso de fórmulas, calculadora, gravador e outros recursos pertinente, já que
o aluno disléxico tem grande dificuldade na memorização; tratar o aluno disléxico com
naturalidade, sem ter sentimento de “pena” e inferioridade; trazer o aluno disléxico sempre
para perto do quadro e da mesa do professor; observar a interação dos alunos; apresentar
novos conhecimentos em partes, de maneira dedutiva e visual, já que o disléxico tende a lidar
melhor com as partes do que com o todo; ler em voz alta as provas, e utilizar somente uma
única fonte simples em toda a prova (preferencialmente “Arial 11” ou “Times New Roman
12”) evitando misturar fontes e tamanhos; não elaborar provas com questões que privilegiem
a memorização de datas, nomes, regras gramaticais, definições exatas e fórmulas, dar
preferência a questões onde o aluno possa demonstrar o que aprendeu, completando,
destacando e identificando; dar mais tempo para o disléxico realizar a prova, possibilitando a
realização em outros ambientes da escola (secretaria, biblioteca, sala da direção) para que o
20

mesmo possa concentrar-se mais; aplicar mais avaliações e com menos conteúdos; adaptar
critérios de avaliação de acordo com a realidade.
É importante também, que a criança saiba de seu problema, e que o professor prepare a
turma para que não haja rejeição ao colega, coibindo de certa forma, o bullying. Um trabalho
de conscientização é sempre válido quando se trata de inclusão.
Encorajar o filho, ajudá-lo e compreendê-lo faz parte do papel pertinente aos pais, bem
como acompanhar sistematicamente a trajetória escolar de seu filhos, estabelecendo uma
relação de troca com a escola e com os profissionais envolvidos no tratamento do indivíduo.
Focalizar o que o filho faz de melhor, incentivá-lo a não desistir, ressaltar os acertos e
habilidades, tranquilizá-lo e valorizá-lo, faz a criança sentir-se com valor e capaz de evoluir.
Para Topczewski (2010), a participação dos familiares auxiliando o desenvolvimento
da leitura é especialmente importante para a criança, pois só o apoio em sala de aula não é
suficiente. Os pais podem assistir a leitura do filho, organizar o tempo da criança para o
estudo e para as tarefas, ler junto com a criança para melhorar a fluência e a percepção.
Toda a criança necessita de apoio e paciência, mais ainda os disléxicos, por terem
baixa autoestima em função de se sentirem menos inteligentes que seus colegas. Porém, é
necessário ter consciência de que bons tratamentos podem amenizar bastante, ou até curar a
dislexia. Muitos disléxicos têm grande sucesso profissional. Existe uma alta porcentagem de
disléxicos entre os grandes artistas, cientistas e executivos. Dentre eles destacam-se: Albert
Einstein (físico), Alexander Graham Bell (cientista e inventor do telefone), Agatha
Christie (autora de mais de 80 livros), Charles Darwin (cientista que criou a Teoria da
Evolução), Leonardo Da Vinci (dono de uma curiosidade enorme, considerado por muitos o
maior gênio da história, cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, escultor,
arquiteto, botânico, poeta, músico, e famoso pintor), Vincent Van Gogh (considerado um
dos maiores pintores de todos os tempos), Walt Disney (produtor cinematográfico, animador,
dublador, empreendedor, criou o Mickey e o Pato Donald), George W. Bush (43° presidente
dos EUA), Pablo Picasso (pintor), e tantos outros (In:
http://www.deficienteciente.com.br/2010/05/lista-de-dislexicos-famosos.html).
Este, digamos, é o lado “positivo” da dislexia: alguns são gênios. A mesma função
mental que produz um gênio pode também produzir o problema da dislexia, segundo Ronald
D. Davis (2004). A função mental que causa a dislexia é um dom, no mais verdadeiro sentido
da palavra, uma habilidade natural, um talento. Alguma coisa especial na dislexia pode
engrandecer o indivíduo. Porém, ter dislexia não faz de todos gênios! Mas é bom saber que
21

mesmo tendo limitações com a escrita e linguagem, os disléxicos podem desenvolver outras
tantas habilidades e destacar-se com elas

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A dislexia quando mal identificada e diagnosticada pode trazer sérios e inúmeros
prejuízos ao indivíduo. Ela pode ser identificada desde cedo, principalmente na alfabetização,
quando o contato com a leitura e com a escrita são mais diretos e necessários.
O tema é bastante complexo, pois são inúmeros e particulares aspectos que envolvem
o aluno disléxico. Porém, estudar esta dificuldade da área da linguagem, pode ser considerado
um privilégio, já que acredita-se que a educação significativa e apropriada, é fator essencial
na vida dos disléxicos. Neste processo, é claro, tanto o professor quanto a escola, têm papel
fundamental e decisivo.
Por muito tempo a prática esteve separada da teoria, o que impossibilitou várias
intervenções para que se abrisse um caminho certeiro no objetivo de amenizar os sintomas e
consequências da dislexia. Até pouco tempo atrás não se acreditava em dislexia, achava-se
que as dificuldades eram em razão do emocional, da preguiça, do comportamento inadequado
e até de falta de inteligência, sempre camuflando as reais causas e responsabilidades
escolares. Graças a alguns estudos, hoje se têm uma abordagem científica sobre a dislexia, o
que possibilita o estudo e entendimento da mesma. Com isso, pesquisas e experiências foram
realizadas e passou-se a entender o que acontece com o disléxico. Então, a dislexia deixou de
ser algo inexplicável.
É imprescindível o olhar atento do professor e dos pais ao desenvolvimento da criança.
O professor deve manter-se atualizado e compreender a dislexia, para que ela não passe
despercebida e muito menos, seja vista como um bicho de sete cabeças, mas como uma
dificuldade que exige parceria entre família- escola- equipe multidisciplinar, que exige uma
revisão e modificação nas estratégias e metodologias, e atenção e empenho especial do
professor para com este aluno, para que a aprendizagem tenha êxito, pois sem dúvida, ele
precisa muito mais do que o regime usual de apoio em sala de aula para que possa avançar
diariamente. O educador deverá conduzir o disléxico ao caminho do sucesso, ainda que
algumas medidas importantes estejam, ao nosso olhar, muito distantes de suprir as
necessidades dos disléxicos, o importante é não desistir e investir muito em estudos e
pesquisas nesta área. .
22

Contudo, baseando-se em estudos e teorias de autores, buscou-se escrever de forma


compreensível para que pais e professores, e demais interessados nesta linha de pesquisa,
compreendam melhor a dislexia, possibilitando maiores índices de sucesso às pessoas
disléxicas. Conclui-se que o papel do professor é fundamental neste processo, visto que
disléxicos aprendem e que vale a pena investir no desenvolvimento cognitivo e de habilidades
destas pessoas, dando um novo olhar à dislexia, um olhar repleto de possibilidades.

REFERÊNCIAS
ABD – Associação Brasileira de Dislexia disponível em: http://www.dislexia.org.br/
CONDEMARIM, Mabel e BLOMQUIST, Marlys. Dislexia: manual de leitura corretiva.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.
SANTOS, Cacilda Cuba dos. Dislexia específica de evolução. São Paulo: Sarvier, 1987.
Dados do censo demográfico de 2000, disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/
DAVIS, Ronald D & BRAUN, Eldon M. O Dom da Dislexia. O Novo Método
Revolucionário de Correção da Dislexia e de outros Transtornos de aprendizagem. Tradução
de Ana Lima e Garcia Badaró Massad. Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
FARREL, Michael. Dislexia e outras dificuldades de aprendizagem específicas: guia do
professor. Trad.: Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artmed, 2008.
FERNANDEZ, Alicia. A Inteligência Aprisionada – Abordagem Psicopedagógica Clínica e
Sua Família . Porto Alegre: Artmed, 1991.
FONSECA, Vitor da. Introdução às dificuldades de aprendizagem.2ª ed, Porto Alegre:
Artes Médicas, 1995.
GUTSCHOW, Claudia Regina Danelon. A aquisição da leitura e da escrita. Disponível em:
http://www.profala.com/arteducesp47.htm. Artigo publicado em dezembro, 2002.
HOUT, Anne Van e ESTIENNE, Françoise. Dislexias: descrição, avaliação, explicação,
tratamento. Porto Alegre: Artmed,2001
IANHEZ, Maria Eugênia e NICO, Maria Ângela. Nem sempre é o que parece: como
enfrentar a dislexia e os fracassos escolares. São Paulo: Elsevier, 2002.
LDB – Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96, disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf
LIMA, Elvira Souza. Quando a criança não aprende a ler e a escrever. São Paulo: Editora
Sobradinho, 2002.
LURIA, Alexander Romanovich e YUDOVICH F.I. Linguagem e desenvolvimento
intelectual na criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
MARTINS, Vicente. Dislexia em sala de aula. Disponível em:
http://www.profala.com/artdislexia26.htm
23

MARTINS, Vicente. Lingüística Aplicada às Dificuldades de Aprendizagem


Relacionadas com a Linguagem : Dislexia, Disgrafia e Disortografia. Disponível em :
<http://sites uol.com.br/ vicente. martins/>
MASSI, Giselle. A dislexia em questão. São Paulo: Plexus Editora, 2007.
OLIVER, Lou de. Distúrbios de aprendizagem e de comportamento. Rio de Janeiro: Wak
Ed., 2008.
ROTTA, Newra Tellechea; OHLWEILER, Lygia; RIESGO, Rudimar dos Santos.
Transtornos da Aprendizagem: Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. Porto
Alegre: Artmed, 2006
SOUZA, Iracy Sá de. Psicologia: A aprendizagem e seus problemas. Rio de Janeiro: Livraria
José Olympio Editora, 1969.
SHAYWITZ, Sally. Entendendo a dislexia: um novo e completo programa para todos os
níveis de problemas de leitura. Trad.: Vinicius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2006.
SNOWLING, Margaret J. Dislexia. São Paulo: Santos Livraria Editora, 2004.
TOPCZEWSKI, Abram. Dislexia: Como lidar? São Paulo: All Print Editora, 2010.
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes,
1992.
______. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
ZORZI, Jaime Luiz. Guia prático para ajudar crianças com dificuldades de
aprendizagem: Dislexia e outros distúrbios – Um manual de boas e saudáveis atitudes.
Pinhais: Editora Melo, 2008.

Você também pode gostar