Avaliação Funcional Direta e Descritiva
Avaliação Funcional Direta e Descritiva
Avaliação Funcional Direta e Descritiva
PUC-SP
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
São Paulo
2019
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
Gianfaldoni.
São Paulo
2019
Banca Examinadora:
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______________________________________________
______________________________________________
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos ou científicos, a reprodução total
Agradecimentos
Primeiramente, aos meus pais. A minha mãe, pelo incentivo aos meus estudos,
desde minhas primeiras lembranças da escola. A meu pai, por sempre me instigar a
momentos em que estive ausente em função da realização deste trabalho. Amo vocês.
À minha irmã, Tamara, que, por vezes, cuidou dos meus gatos nos momentos
em que estive ausente. Obrigada! Também ao meu irmão, Paulo, e a Karina, que,
registrado aqui que amo vocês, ainda que não costumemos demonstrar isso com
palavras.
Aos meus familiares (tios, avó), que também compreenderam minha forte
especial, Paola, pelas discussões que tanto influenciaram a definição dos meus
objetivos de pesquisa, e Maria do Carmo, por permitir que nós, alunos, “roubássemos”
permanecia aberto até tarde, limpo e em condições de trabalho, foi por vocês.
banca de qualificação, que me permitiram prosseguir com aquilo que ainda estava em
A João Marinho, pela revisão tão cuidadosa deste trabalho. Muito, muito
obrigada!
que tanto admiro. Minha atuação sempre teve e terá influência de suas atitudes.
Obrigada especialmente pela amizade nos momentos difíceis: suas palavras foram
quanto da pós: Emileane Oliveira, Maira Cantarelli Baptistussi, Cláudia Oshiro, Martha
Hubner, Márcia Melo. Suas aulas e/ou supervisões foram essenciais à minha formação
À minha sempre amiga, Paola. Obrigada por sua amizade, dedicação e sempre
sensível escuta. Você foi e é essencial em todos os momentos. Que eu viva com você
você!
Ao meu grande amigo, Thiago. É difícil descrever quão grata sou por seu apoio
À minha outra grande amiga, Aliny, pelo apoio e escuta incansáveis nos bons e
maus momentos, principalmente no último ano da realização deste trabalho. Sem seus
Ao Amilcar, pelos bons momentos nos longos anos que estivemos juntos, que
trabalho e pela confiança em mim. Você foi referencial desde que comecei a planejar
Aos meus alunos e clientes queridos, pela compreensão das minhas ausências
Aos meus parceiros mais especiais de trabalho atual e/ou prévio: Karina, Carol,
Elaine, Vivian, Paloma, Veronica, Teia, Bruna, Rodolfo, Mayra, Luísa, Sirlene,
pessoa que se tornou essencial. São (ex-)alunos especiais como vocês que fazem a
docência valer a pena! Ah, e agora (finalmente!), estarei livre para mais rolês!
Ao(s) abençoado(s) inventor(es) do café, sem o qual este trabalho teria sido
amenize/cure o herpes. Quem me conhece sabe o quanto odeio as crises, e aciclovir foi
Ao Raniel. Primeiramente, pela amizade, mas também por ter topado realizar o
Natália e a todos os outros profissionais de saúde que me deram suporte nos momentos
necessários.
suporte emocional nos momentos mais difíceis. Seu apoio foi e tem sido essencial até
aqui.
And last, but not least, ao Henrique. Serei infinitamente grata às circunstâncias
da vida que me permitiram te conhecer. Você se tornou essencial em tão pouco tempo...
concluísse este trabalho. Amo você “assim” (imagine o gesto com as mãos que é
Resumo
O termo análise funcional é utilizado por analistas do comportamento para se referir à
demonstração de relações de dependência entre variáveis ambientais e
comportamentais. O termo avaliação funcional é utilizado no mesmo sentido, além de
descrever procedimentos realizados pré-intervenção, que visam a identificar variáveis
ambientais que controlam um comportamento-alvo. Tal avaliação pode ser: (a) indireta,
em que a busca pela função é realizada por meio de entrevistas, questionários ou
escalas; (b) descritiva, em que o comportamento-alvo é observado diretamente e são
descritas as relações entre ele e os eventos ambientais que o antecedem e sucedem; e (c)
experimental, em que há a manipulação meticulosa de variáveis ambientais das quais
um comportamento pode ser função. Considerando-se que não há uma revisão de
literatura sobre avaliações funcionais apenas indiretas e/ou descritivas, o presente
trabalho objetivou caracterizar pesquisas empíricas analítico-comportamentais que
tenham conduzido avaliações funcionais com procedimentos indiretos e/ou descritivos.
Para isso, foram consultadas cinco bases de dados distintas e selecionados para análise
apenas os estudos empíricos publicados entre 2014-2018. Um total de 38 artigos
cumpriu os critérios de inclusão. Os resultados obtidos apontaram grande diversidade
qualitativa na condução das avaliações, e a maior parte dos dados condisse com aqueles
referidos em revisões de literatura sobre avaliações com procedimentos experimentais.
Concluiu-se que os estudos avaliados careceram de descrições tecnológicas de seus
procedimentos, o que dificultou a identificação e descrição de padrões metodológicos
na condução das avaliações, o que tende a dificultar futuras replicações desses estudos.
Palavras-chave: avaliação funcional indireta, avaliação funcional descritiva,
análise funcional
ix
Abstract
The term functional analysis is used by behavior analysts to refer to the demonstration
of dependence relations between environmental and behavioral variables. The term
functional assessment is used in the same manner and also describes pre-intervention
procedures that aim to identify environmental variables that control a target behavior.
This assessment process may be: (a) indirect, in which interviews, questionnaires or
scales are used to search the function; (b) descriptive, in which the target behavior is
directly observed, and the relationships between it and the environmental events that
precede and follow the behavior are described; and (c) experimental, which involves
meticulous manipulation of environmental variables of which a behavior might be a
function of. Considering that there is no literature review which includes only indirect
and/or descriptive functional evaluations, this study aimed to characterize empirical
studies in behavior analysis which have implemented functional assessments with
indirect and/or descriptive procedures. Five distinct databases were used, and only
empirical studies published between 2014-2018 were included. A total of 38 articles
met the inclusion criteria. The obtained results showed great qualitative diversity in
indirect and descriptive assessment procedures, and most of data corresponded to those
reported in literature reviews on experimental procedures. In general, it is possible to
conclude that the analyzed studies lack technological descriptions of their procedures,
which hindered the identification and description of methodological patterns in
conducting the assessments. That may hinder future replication of these studies.
Keywords: indirect functional assessment, descriptive functional assessment and
functional analysis
x
Lista de Figuras
Figura 3 – Frequência acumulada das publicações ao longo dos anos de 2014 a 2018. 40
Figura 12 – Porcentagem dos tipos de registros utilizados nas observações diretas. ..... 58
Lista de Tabelas
Sumário
Há diferentes esferas que constituem tal sistema. Carvalho Neto (2002) refere-se
comportamental, outros autores (Hawkins & Anderson, 2002; Tourinho & Sério, 2010)
1
A pesquisa básica refere-se àquela cuja finalidade é a produção de
conveniência. A pesquisa aplicada, por sua vez, refere-se àquela que visa a resolver um
aplica estuda são selecionados por sua importância social/clínica, e não por
a aplicação.
separadamente, é nas esferas da ABA e/ou na aplicação que nos deparamos com
trabalho.
considerados referenciais até os dias atuais. Segundo esses autores, a prática da ABA
deve ser pautada em sete dimensões, a saber: (a) aplicada; (b) comportamental; (c)
generalizável.
indivíduo faz, e não o que ele diz sobre o que faz (a menos que o interesse seja o
precisamente as técnicas utilizadas em dada aplicação, de forma que sua replicação seja
efetiva postula que os efeitos produzidos devem ter valor prático. Por fim, a dimensão
datam da década de 1950, quando Skinner o empregou para designar a aplicação dos
com desenvolvimento atípico têm sido muito mais frequentemente alvo de estudos da
ABA que das terapias comportamentais, além de que, em anos mais recentes (2000-
2004), o trabalho da ABA com essas populações aumentou na comparação com os anos
iniciais das publicações nos periódicos citados anteriormente (O'Donohue & Fryling,
JABA, houve uma queda de quase 40% na descrição desses princípios nos estudos de
behaviorismo radical como filosofia orientadora do trabalho com pacientes adultos não
não solucionados no trabalho com tais adultos nas décadas de 1960 e 1970 levaram os
Esses novos contornos que a terapia comportamental foi ganhando – somados ao fato
2
Dada a extensão e complexidade do tópico, foge dos objetivos desta pesquisa
resultaram nas práticas atuais de ABA e nas diferenças anteriormente citadas entre
terapeuta comportamental. Ambos, por exemplo, pautam grande parte das suas
relação tríplice entre estímulos antecedentes, respostas (i.e., ações) emitidas pelo
relacionam com uma resposta pode permitir que comportamentos futuros sejam
previstos e/ou alterar sua probabilidade de ocorrência futura. Previsão e controle são
3
Foram nesses mesmos anos que discordâncias filosóficas entre os praticantes
(1978).
6
organismo. A identificação dessas relações pode ser feita por meio da condução de uma
O termo análise funcional tem suas origens em relação funcional, termo usado
por Skinner em 1953 e emprestado por ele do físico Ernst Mach (Schlinger &
Normand, 2013). Acerca disso, Haynes e O’Brien (1990) afirmam que “uma relação
funcional existe quando duas ou mais variáveis mostraram partilhar variância: algum
parâmetro (e.g., taxa, magnitude, duração, idade) de uma variável é associado com
(VD), Skinner (1953/2003) indica que “os novos termos não sugerem como uma causa
produz o seu efeito, meramente afirmam que eventos diferentes tendem a ocorrer ao
mesmo tempo, em uma certa ordem” (p. 23). Nesse sentido, a despeito das
“função”4 (Matos, 1999), a expressão relação funcional refere-se a como uma variável
Muitas vezes, o uso do termo análise funcional é restrito ao processo em que há,
4
Ver Haynes e O’Brien (1990) para uma discussão aprofundada.
7
Evitando, assim, limitar a definição de análise funcional ao método usado para sua
Alguns autores, inclusive, (Hanley, 2012; Horner, 1994; Iwata & Dozier, 2008; Martin
& Pear, 2009) referem-se a tais práticas como avaliação funcional, sendo também
Haines, Thomas & Alves, 2015; Lewis, Mitchell, Harvey, Green, & McKenzie, 2015;
o que eles denominam interpretações funcionais, com o último termo usado para
comportamento-problema” (Horner, 1994, p. 401). Tal processo, por sua vez, pode
de avaliação funcional a ser descrito aqui, chamado por alguns simplesmente de análise
covariam mais frequentemente, de forma que uma intervenção seja delineada. Esse
Dorsey, Slifer, Bauman e Richman (1982/1994) realizaram uma pesquisa com nove
não apenas pelo pioneirismo, mas também por se constituir em um modelo para
5
A partir deste ponto, o termo análise funcional será utilizado apenas para se
ambiente. Esse procedimento, que ficou conhecido como análise funcional de múltiplos
(functional analysis methodology) (Marcon & de Souza Britto, 2015), envolvia quatro
experimentador na forma de desaprovação, com frases como: “Não faça isso, você vai
condição, denominada sozinho (alone), a criança era deixada sozinha em uma sala sem
consistentemente mais frequentes em uma das condições manipuladas para seis dos
dois mil artigos e capítulos” (Beavers, Iwata & Lerman, 2013, p. 1).
análises funcionais – Hanley, Iwata e McCord (2003); e Beavers et al. (2013). Tendo
227 estudos que continham uma avaliação pré-tratamento baseada em observação direta
Por terem feito uma replicação da revisão de Hanley et al. (2003), Beavers et al.
seguintes: 58,2% dos estudos estavam publicados no (JABA), ainda que a proporção de
11
2013. Em relação ao setting de realização das análises, a maioria delas foi conduzida
número daquelas conduzidas em instituições caiu bastante (de 25,3% para 6,3%).
Quanto à duração das análises, 83,9% dos trabalhos envolveram exposição dos
avaliados pelo método de análise funcional. Nos achados mais recentes, Beavers et al.
Por fim, os dados de Beavers et al. (2013) no que se refere aos participantes das
análises funcionais indicam que a maior parte dos estudos (74,9%) foi realizada com
crianças, e uma alta porcentagem (87,8%) dos participantes tinha algum diagnóstico de
que uma parte muito pequena dos estudos tenha sido realizada com indivíduos sem
deficiência intelectual, os autores referem que esse percentual cresceu de 9%, em 2003,
Iwata et al. (1982/1994) não é o único arranjo experimental possível. Lydon, Healy,
O’Reilly e Lang (2012) realizaram uma revisão objetivando descrever outros arranjos
referidas nesse trabalho (Lydon et al., 2012) como as principais variações da análise de
Iwata et al. (1982/1994), são descritas a seguir: (a) análise funcional breve (ou BFA,
sigla em inglês para brief functional analysis); (b) análise funcional de latência; (c)
A BFA, proposta por Northup et al. (1991), faz uso das mesmas condições de
teste e controle descritas por Iwata et al. (1982/1994), diferenciando-se pelo fato de que
as condições têm menor duração (normalmente 5 minutos cada) e menos sessões. Para
& Axelrod, 1999). A BFA, porém, dura cerca de 90 minutos ao todo. Após a exposição
comportamento-problema a uma resposta desejada (Iwata & Dozier, 2008; Lydon et al.,
2012).
13
Em uma revisão conduzida por Derby et al. (1992) sobre o uso da BFA em 79
comportamentos investigados foi identificada em 50% dos casos. Tal resultado foi
tradicional.
Segundo esses autores, dos 37 estudos analisados que utilizaram BFA, dois comparam
outro estudo, foi de 66%. Tais números, somados aos altos índices (mais de 96%) de
resultados da BFA, são referidos por Lydon et al. (2012) como evidências da eficácia
precursores (Iwata & Dozier, 2008) foram propostas visando-se a minimizar os riscos
não a frequência de ocorrência das respostas, como nas outras formas de análise. Em tal
análise, cada sessão de uma dada condição (as mesmas de Iwata et al., 1982/1994) é
terminada após a ocorrência da primeira resposta. Em sua revisão, Lydon et al. (2012)
encontraram dois estudos que conduziram a análise funcional de latência, cujas funções
14
análise tradicional. Todavia, Lydon et al. (2012) abstêm-se de tirar conclusões sobre a
serão, assim, as respostas-alvo, sendo que as condições arranjadas para as analisar são
as mesmas propostas por Iwata et al. (1982/1994), e sua frequência, a medida utilizada
(Iwata & Dozier, 2008; Lydon et al., 2012). Ainda que indiquem que os estudos
examinados em sua revisão pareçam ter dados favoráveis ao uso da análise funcional de
precursores, Lydon et al. (2012) mencionam como limitação desse procedimento a falta
de critérios claros para a seleção dos precursores a serem analisados e, por essa razão,
recomendam que trabalhos futuros busquem replicar os dados produzidos até então.
encontraram quatro trabalhos que fizeram tais análises. Em três deles, o uso do
(Iwata & Dozier, 2008), é conduzida por meio de tentativas discretas. As sessões, que
pela presença ou ausência da operação motivacional (Lydon et al., 2012). Tais períodos
podem ser curtos, como de 1 min, apenas (Hanley, 2012). Por exemplo, partindo-se de
privilegiado por permitir cumprir os objetivos de previsão e controle, seu uso não é
o cliente e o condutor da análise a riscos (Lydon et al., 2012). Outra barreira refere-se
vezes inferior a uma ocorrência diária (Whitaker, 1993), o que dificulta a realização de
(Carr, Langdon & Yarbrough, 1999). Por fim, certos comportamentos, como os
encobertos e/ou de alto risco (e.g., ameaças de suicídio), não podem ser submetidos à
funcional indireta, também conhecido simplesmente como entrevista (Carr et al., 1999),
escalas. Esses instrumentos devem ser respondidos por informantes, ou seja, pessoas
conduzidas pelo avaliador, que podem conter perguntas mais ou menos abertas. Por
serão descritos a seguir: a escala Motivation Assessment Scale (MAS) (Anexo A);6 o
Assessment for Multiple Causality (FACT); a escala Motivation Analysis Rating Scale
(MARS); e, por fim, a Functional Analysis Screening Tool (FAST) (Anexo C).
6
Todos os instrumentos anexados nesta dissertação têm fins meramente
probabilidade de que ele ocorra em cada situação descrita por meio de uma escala do
tipo Likert com sete pontos (e.g., sempre, nunca, raramente, etc.). Um total de 16 itens
Quatro itens abordam cada uma das funções e são calculadas médias dos dados obtidos,
sendo assumida como função do comportamento avaliado a que refletir uma média
maior de pontos (Didden, 2007; Iwata et al., 2000; Paclawskyj, Kurtz & O’Connor,
2004).
contém 25 itens, e cada item conta com respostas do tipo Likert. São cinco as funções
avaliadas pela QABF, cada uma relacionada a uma subescala: (a) atenção; (b)
mais alta em determinada subescala (Didden, 2007). Sua aplicação leva cerca de 20
psicométricas (Didden, 2007; Zaja, Moore, Van Ingen & Rojahn, 2011).7
contém 35 questões de escolha forçada (i.e., itens descritivos das possíveis funções) e
cinco subescalas: atenção, física, tangível, fuga e não social (Matson & Williams,
2014).
7
Para a definição e aprofundamentos sobre propriedades psicométricas, ver
A MARS, por sua vez, apresenta seis itens na forma de escala Likert, sendo que
dois itens avaliam cada uma das três funções investigadas: reforçamento social
pesquisas sobre a FAST são necessárias, uma vez que apenas um estudo foi publicado
provindos de análises funcionais. Matson e Williams (2014) afirmam, por exemplo, que
problemáticos das avaliações indiretas apontados na literatura (Iwata & Dozie, 2008;
Hanley, 2012; Martin & Pear, 2009) e pode ser devida ao fato de que os entrevistados
comportamentos encobertos) por meio do relato do entrevistado (Martin & Pear, 2009).
longo de sua história de produção de conhecimento (Martin & Pear, 2009). Os passos
Para que inferências sobre possíveis relações causais sejam feitas a partir dos
(quantas vezes) uma variável y muda em função de uma mudança numa variável x.
Inferências mais robustas sobre a relação causal hipotética entre tais variáveis requer
variável x precede a y e a exclusão de outras explicações para tal relação (Haynes &
O’Brien, 1990).
tempo são comumente utilizados (Fagundes, 2015; Iwata et al., 2000). Por observação
20
predefinido (e.g., 10 s). O registro por amostragem de tempo é similar, mas o avaliador
do intervalo todo, como no registro por intervalo. Também é possível utilizar registros
Ainda que os dados produzidos por observação direta sejam mais precisos e
confiáveis que os que resultam de avaliações indiretas, alguns autores (Hanley, 2012;
Iwata & Dozier, 2008) defendem que mesmo esses dados são insuficientes para
1990).
alguns autores claramente defendem que procedimentos não experimentais podem ser
suficientes para coletar informações que levem a planos eficazes de intervenção (por
exemplo, Dunlap & Kern, 2018), tendo, por conseguinte, indicado seu uso.
21
(Almeida & Pereira, 2011; Andery, Micheletto, & Sério, 2001; Del Prette, 2011; Meyer
et al., 2010). A respeito disso, Andery, Micheletto e Sério (2001) argumentam que o
uso da expressão análise de contingências (em vez de análise funcional) poderia deixar
mais explícito que a atividade de quem realiza tal análise tem comprometimento com o
importante, porque outras ciências fazem uso do termo análise funcional, mas, muitas
analítico-comportamental (TAC).
ABA, por sua vez, teve características tão específicas que originou as chamadas
pormenorizada das variáveis de controle, foi fortemente criticada, assim como a suposta
então, o nascimento da segunda onda, atribuída por Kohlenberg, Tsai e Dougher (1993)
à rejeição ao behaviorismo radical por terapeutas comportamentais, que não viam nele
uma “opção viável para lidar com problemas complexos de pacientes não
sentimentos, problemas conjugais, ideação suicida, etc.8). As práticas dessa última fase,
se aplicar também às práticas de avaliação funcional. Por exemplo, apesar de ter sido
análise funcional experimental não retornou artigos. Quando aplicado o filtro “todos os
8
Ver Leonardi (2016).
23
artigos permitiu concluir que a grande maioria deles era de outras áreas (e.g.,
medicina), pois o termo análise funcional se referia a outros significados que não a
“Brasil” e “ciências humanas”, três trabalhos foram encontrados, dos quais apenas um,
páginas em português e o uso das palavras análise funcional experimental entre aspas
resultou em 47 artigos após a exclusão de citações. Entre esses artigos, havia trabalhos
teóricos e empíricos, dos quais apenas quatro relatavam avaliações funcionais contendo
procedimentos experimentais.
Ainda que não restrita ao tema avaliação/análise funcional, uma pesquisa cujos
uma revisão integrativa consultando um número extenso de bases de dados. Dentre suas
usados e eficácia, entre outras. Após aplicar critérios de exclusão, teve como resultado
final a seleção de 54 trabalhos, que continham, no total, 72 casos que foram objeto das
análises. Seus principais resultados indicaram que: (a) não houve consenso quanto à
comportamento; (b) a maior parte dos clientes atendidos (71% da amostra) era do sexo
experimentais de sujeito único; (d) os alvos mais recorrentes foram habilidades sociais
gerais; e (e) somente 23,6% dos casos informaram sobre a realização de follow-up.
descreveram. Por fim, no que diz respeito à eficácia, 82% dos resultados foram
positivos. No entanto, após extensivas análises, o autor concluiu que os dados obtidos
clientes adultos com desenvolvimento típico, Toscano (2016) utilizou parte da amostra
Dessa amostra, Toscano (2016) selecionou para análise somente os trabalhos que
categorias gerais incluíram: (a) referência; (b) ano; (c) tipo da pesquisa; (d) fonte de
dados; (e) termo empregado; (f) autor de referência para a definição de análise de
funcionais foram: (a) número de termos; (b) antecedente; (c) resposta; (d)
terapeuta em atendimento e relatos dos clientes); (c) nenhum dos trabalhos descreveu
restante mostrava uma contingência tríplice (com três termos). Das 12 contingências
com quatro termos, seis separavam emoções, sentimentos e sensações dos antecedentes,
resposta e consequência. Com relação aos antecedentes, ainda que tenham sido
79,5% dos eventos foram ações consideradas por Toscano (2016) como parte de
entanto, o exame feito pela autora identificou apenas 28 estímulos que poderiam ser
Na discussão dos resultados que obteve, Toscano (2016) destaca que a escassez
funcional fica evidenciada pela amostra composta por somente estudos de caso. O uso
análises é apontado como uma limitação. De forma geral, a autora conclui que as
26
definição precisa é o princípio dos esforços para que a TAC seja reconhecida como
uma prática baseada em evidências,9 seu objetivo foi avaliar as definições de TAC em
pesquisas empíricas. Para tanto, dos Santos (2018) atualizou a revisão integrativa
realizada por Leonardi (2016) e, após leitura crítica, propôs a categorização das
resultados. Com o total de 265 categorizações derivadas de 141 trechos que examinou,
a autora obteve dados mostrando que apenas uma pequena parte das definições de TAC
frequentemente apareceu nas definições, e a autora afirma que a forma como essas
procedimento padronizado mais mencionado nas definições avaliadas por dos Santos
(2018) foi exatamente a avaliação funcional. A autora conclui, por fim, que são
9
Para saber detalhadamente sobre práticas baseadas em evidência, consultar
Leonardi (2016).
27
comportamental que ocorrem em outros settings que não o clínico (e.g., escolar,
institucional, etc.) e com outras populações, os trabalhos citados até o aqui sumarizam
produzidas.
28
Problema de Pesquisa
mais eficaz quando ele é baseado na função (function-derived)10 (Gable, 1996). Tal
Sugai, 2005; Newcomer & Lewis, 2004; Payne, Scott, & Conroy, 2007 como citados
em Dunlap & Kern, 2018), e é por meio da avaliação funcional que podem ser traçadas
hipóteses sobre a função comportamental e/ou que esta pode ser descrita. Três grandes
revisões de literatura (Beavers et al., 2013; Hanley et al., 2003; Lydon et al., 2012)
do comportamento (Iwata & Dozier, 2008; Oliver, Pratt, & Normand, 2015; Toscano,
sobre como tais procedimentos vêm sendo utilizados e que avanços e/ou limitações da
área sejam identificados. Isso poderia auxiliar na tomada de decisão para futuras
10
Tratamentos baseados na função são aqueles cujo foco recai direta e
Levando-se em consideração o que foi até aqui exposto, o presente trabalho tem
diagnóstico)?
Método
Procedimento
Etapa 1: seleção das bases de dados. As revisões realizadas por Hanley et al.
(2003), Lydon et al. (2012) e Beavers et al. (2013) foram utilizadas como referências
para a seleção das bases de dados do presente trabalho. Assim, foram consultadas as
bases de dados: (a) PsycNET; (b) ERIC; (c) MEDLINE; (d) Google Acadêmico
(Google Scholar), que não fora incluída nas revisões anteriormente citadas; e (e) Web
of Science. Esta última inclui as seguintes bases: Web of Science Core Collection;
bases de dados PsycINFO, Psychology & Behavioral Sciences Collection e Scopus não
foram incluídas neste trabalho porque o acesso a elas não era gratuito. Todas as buscas
busca dos artigos foram: (a) function AND/OR functional assessment; (b) indirect
(na opção “Check for duplicates”). Assim, 31 artigos foram eliminados, restando 1.528
2014-2018). Tal recorte arbitrário é justificável por viabilizar o exame do cenário atual
Uma vez que eram alvo da presente investigação apenas os trabalhos empíricos,
los da amostra. As 204 referências restantes foram, então, avaliadas uma a uma, de
forma que foram excluídos: (a) artigos que utilizassem o conceito de comportamento
cuja referência não fosse à ação de um organismo como um todo (e.g., artigos que se
alvo (e.g., “avaliação funcional da infecção do HIV”); (c) artigos teóricos e/ou de
revisão; (d) capítulos de livros, dissertações e/ou teses; (e) trabalhos com participantes
não humanos; (f) trabalhos cujos fins tenham sido apenas avaliar medidas psicométricas
Quando o título do trabalho era insuficiente para que fossem aplicados os critérios de
exclusão, o resumo do trabalho foi lido. Se ainda assim restassem dúvidas para decidir
pela inclusão ou exclusão do trabalho, a leitura do método e/ou outras seções dos
Ao todo, restaram 76, tendo sido aplicados todos os critérios desta etapa.
32
(a) Nome do(s) autor(es), como Brock, M. E., Seaman, R. L., & Downing,
(b) Título do artigo, como “Promoting learning for a student with a severe
(d) Jornal, como Research and Practice for Persons with Severe
descritos;
informantes;
al., 1990). Não foram descritos instrumentos cujos fins não fossem
mencionado (“N/C”);
lidos. Durante tal inspeção, observou-se que alguns trabalhos se enquadravam nos
critérios de exclusão. Assim, uma nova etapa de aplicação de critérios de exclusão foi
conduzida.
a metade da amostra no momento) foram descartados nesta etapa porque: (a) apenas
não estavam descritos; (b) eram estudos cujos procedimentos envolviam avaliações
restantes fizeram parte da análise final deste trabalho. A Figura 2 resume o processo de
seleção.
38
as informações de apenas um estudo, cuja seleção aleatória foi feita por meio da
foram, então, comparados e debatidos com a autora desta dissertação, de forma que
aprimorá-las.
observadores, esse mesmo leitor avaliou independentemente 13% dos estudos (também
Resultados
publicados em 2014, sete em 2016, nove no ano de 2017 e, finalmente, sete no ano de
Figura 3. Frequência acumulada das publicações ao longo dos anos de 2014 a 2018.
Youth (2);
Tabela 1
(Porcentagem)
Jornal Qtde. %
Behavior Analysis in Practice 1 2,6
Behavioral Disorders 4 10,5
British Journal of Learning Disabilities 1 2,6
Developmental Neurorehabilitation 1 2,6
Education and Training in Autism and Developmental Disabilities 1 2,6
Education and Treatment of Children 3 7,9
Educational Sciences: Theory and Practice 1 2,6
Focus on Autism and Other Developmental Disabilities 2 5,3
Frontiers in Psychology 1 2,6
Illinois Schools Journal 1 2,6
International Journal of Sustainability in Higher Education 1 2,6
Journal of Applied Behavior Analysis 1 2,6
Journal of Applied School Psychology 1 2,6
Journal of Autism and Developmental Disorders 3 7,9
Journal of Behavioral Education 3 7,9
Journal of Education and Learning 1 2,6
Journal of Positive Behavior Interventions 2 5,3
Journal of School Psychology 1 2,6
Open Journal of Educational Psychology 1 2,6
Preventing School Failure: Alternative Education for Children and Youth 2 5,3
Remedial and Special Education 2 5,3
Research and Practice for Persons with Severe Disabilities 1 2,6
Research on Social Work Practice 1 2,6
School Psychology Quarterly 1 2,6
The Journal of Deaf Studies and Deaf Education 1 2,6
38 100
42
38 trabalhos selecionados. Desses, sete (5,3%) constavam como autores de dois dos 38
grupo foi utilizado por dois estudos, ambos referindo a condução de um estudo clínico
No que diz respeito aos detalhes dos delineamentos de sujeito único, houve oito
menções ao uso de linhas de base múltiplas, o que corresponde a 26,7% dos 30 estudos
com delineamento de sujeito único. Cinco menções foram feitas ao uso de reversão, ou
seja, 16,7% dos 30 estudos totais. O uso de sondas (probes) e/ou múltiplas sondas
ocorreu em três trabalhos (10% dos 30 totais) e, por fim, houve duas menções (6,7%)
43
constam da Figura 5.
No que se refere aos participantes, a soma total dos indivíduos que fizeram parte
dos 38 estudos foi alta, de 421. No entanto, na avaliação do número de participantes por
estudo, é possível ver que esse número é inflado por principalmente dois estudos que
encontram-se na Tabela 2, que mostra que a grande maioria dos trabalhos (n = 28, ou
Tabela 2
foram informados.
adultos e 149 (34,6%) eram crianças e/ou adolescentes. Por outro lado, dos 38 trabalhos
totais, verificou-se que 13 deles (34,2%) contaram com adultos como participantes,
Dessa forma, ainda que o número total de participantes adultos exceda o número
foram adultos é bem menor que o número de estudos cujos participantes tinham menos
Ainda no que diz respeito aos participantes, seus diferentes diagnósticos estão
listados na Tabela 3. Um total de oito estudos (21% dos 38 totais) não referiram
espectro autista – TEA e/ou síndrome de Asperger11), que consta de 23 estudos (76,7%
11
A síndrome de Asperger constava como um diagnóstico distinto do autismo
entanto, a partir da quinta edição, passou a fazer parte do transtorno do espectro autista
(TEA). Por essa razão, esses diagnósticos foram agrupados nesta dissertação.
46
(TOC), referido em dois estudos (6,7%). Outros transtornos (i.e., surdez e/ou
Tabela 3
que referiram diagnósticos) e 100% porque um mesmo estudo pode ter informado mais de um
diagnóstico.
indireta. Por outro lado, a grande maioria (n = 31, ou 81,6%) informou ter conduzido
funcionais), por sua vez, foram implementadas em quase a metade (n = 18, ou 47,4%)
47
dos trabalhos. Para fins ilustrativos, a Figura 8 mostra as porcentagens de cada tipo de
ou experimentais.
Figura 9. Dois dos 38 estudos (i.e., 5,3%) não referiram os locais onde a avaliação foi
condução da avaliação em uma clínica e/ou sessão de terapia teve três menções (7,5%).
Por fim, foram descritos sala de pesquisa e universidade, ambos com uma menção cada
(2,5%).
48
No que diz respeito aos comportamentos-alvo das avaliações, dois (5,3%) dos
descritos nos 36 estudos avaliados. EST = estereotipias motoras e/ou vocais; SUST =
agressão, indicada em 47,2% dos estudos (n = 17). Em segundo lugar, em 44,4% dos
demandas acadêmicas, deitar sobre a mesa/carteira; passar por baixo das cadeiras;
correr pela sala; atrapalhar os colegas; recusar-se a trabalhar; jogar objetos; tocar os
50
pares; bater com objetos; baixar a cabeça na carteira durante a explicação do professor;
e tocar o pênis em sala de aula. A terceira ocorrência mais frequente (41,7%, ou n = 15)
foi a de outros.12
estudos.
12
Essa categoria agrupou descrições distintas que ocorreram isoladamente:
questões; roubar comida/bebida; pegar objetos dos outros sem autorização; dar as
Apenas um estudo dos 38 totais (2,63%) indicou mais de um condutor. Mais da metade
dos estudos (n = 22, ou 57,9%) não indicou quem conduziu os procedimentos. Dos
seguida, com três ocorrências cada (17,6%), foram mencionados como condutores um
educador ou professor. Por último, um supervisor (coach) foi mencionado duas vezes
Tabela 4
Indireta
Condutor Qtde. %
Pesquisador (autor do estudo) 9 52,9
Especialista em avaliação funcional e/ou consultor externo 3 17,6
Educador ou professor 3 17,6
Supervisor (coach) 2 11,8
17 100
Tabela 5. Dois dos 38 estudos (5,2%) não referiram quem foi o informante da
professor foi a pessoa mais consultada pelos avaliadores, com 22 das 67 menções
52
(32,8% do total). Os pais vieram depois, com 14 menções (20,9%); em seguida, vieram
cuidadores tiveram cinco menções (7,5%). Quatro menções (6,0%) cada foram feitas a
fim, com uma menção cada (1,6%), apareceram outros familiares e um funcionário de
Tabela 5
Indireta
Condutor Qtde. %
Professor 22 32,8
Pais 14 20,9
Registros documentais 10 14,9
Outros membros da escola 6 9,0
Empregados domésticos, paraprofissionais e/ou cuidadores 5 7,5
Membro de instituição e/ou profissional clínico 4 6,0
Próprio participante 4 6,0
Outros familiares 1 1,5
Funcionário de universidade 1 1,5
67 100
foi de 46,25 min. Nenhuma aplicação durou menos que 25 min ou mais que 90 min.
(18,4%) não relataram ter feito uso de tais procedimentos. Os 31 estudos restantes em
53
distintos. Por exemplo, sete estudos (22,6%) continham apenas uma informação acerca
da avalição descritiva (i.e., três referiram o tipo de registro usado, o do tipo ABC;
mencionado foi um dos autores do artigo e/ou um pesquisador da equipe, com nove
menções (14,3%). O professor e/ou membro da equipe escolar foram referidos como
Tabela 6
Condutor Qtde. %
Pesquisador (autor do estudo e/ou membro da equipe) 9 42,9
Especialista em avaliação funcional e/ou consultor externo 3 14,3
Professor e/ou membro da equipe escolar 2 9,5
Pais 1 4,8
Outros 6 28,6
21 100
54
é, 47,3% (n = 18) informou esse dado de forma que fosse possível calcular a duração
(duas e três semanas, respectivamente), mas não foi informado o número de sessões e o
tempo de duração de cada uma delas. O estudo cujo período de observação relatado foi
o mais longo de todos mencionou três fases de observação direta, todas com longos
descreveram ter feito uso da matriz de função (function matrix – ver, por exemplo,
Gann, Ferro, Umbreit, e Liaupsin, 2014) e três estudos (7,9%) informaram ter feito
cálculos de probabilidade condicional. A inspeção visual dos dados foi a forma mais
estudos que conduziram a avaliação descritiva). Por fim, um total de 14 estudos (45,1%
Figura 11. Número de ocorrências das estratégias utilizadas para a interpretação dos
dados obtidos nas avaliações funcionais descritivas. A soma excede 31 (o número total
de estudos que continham avaliações descritivas) porque alguns estudos utilizaram mais
No que diz respeito aos meios utilizados na avaliação indireta e/ou descritiva há
menções a instrumentos.
O registro ou método ABC, como descrito Bijou, Peterson e Ault (1968), foi o
mais frequentemente utilizado, tendo aparecido em exatos 50% (n = 19) dos 38 estudos.
Em segundo lugar, com sete menções (i.e., 18,4% do total de estudos) cada, apareceram
(Anexo D). Em terceiro lugar, está o Preliminary Functional Assessment Survey. Que
constou de cinco estudos distintos (13,2%). Quatro menções cada (10,5% dos estudos)
Scale (MAS), e Student Assisted Functional Assessment Interview (SAFAI) (Anexo F).
Record for Teachers (FAIR-T P II) e o Questions About Behavioral Function (QABF).
Questionnaire (PBQ).
Descritiva Estruturada (DAS), o Child Behavior Control Chart, uma entrevista baseada
Tabela 7
Qtde. de % do total de
Instrumento % dos estudos
menções menções
Registro ou método ABC 19 26,4 50
Entrevistas elaboradas pelos autores 7 9,7 18,4
FAI 7 9,7 18,4
Preliminary Functional Assessment Survey a
5 6,9 13,1
FAOF ou FAO 4 5,6 10,5
MAS 4 5,6 10,5
SAFAI 4 5,6 10,5
FACTS 3 4,2 7,9
FAIR-T II ou FAIR-T P II 3 4,2 7,9
QABF 3 4,2 7,9
FAST 2 2,8 5,3
Outros registros de observação 2 2,8 5,3
PDC 2 2,8 5,3
PBQ 2 2,8 5,3
DAS 1 1,4 2,6
Child Behavior Control Chart 1 1,4 2,6
Entrevista com base no FAIF 1 1,4 2,6
Functional Behavioral Assessment Inventory 1 1,4 2,6
Registro do tipo scatter plot (dispersão) 1 1,4 2,6
72 100 189,5
Nota. A porcentagem total e o número de ocorrências excedem 100% e 38, respectivamente, porque
fazer referência ao uso de registros ABC, a maior parte das pesquisas (n = 36) também
avaliação funcional.
58
por um total de 25 estudos (i.e., 69,4% do total de 36 estudos que apresentaram tais
parcial (partial interval) e seis (24%) apontaram o uso de intervalo total (whole
interval). Seis estudos (19,4% dos 36 totais) informaram ter utilizado outros tipos de
registro (e.g., latência, resposta por oportunidade), e outros quatro estudos (11,1%)
Figura 12. Porcentagem dos tipos de registros utilizados nas observações diretas.
Análises Funcionais
funcional tradicional), que foi conduzida por seis dos 18 estudos (33,3%). Em segundo
utilizada em cinco estudos (27,8%). Segue-se a análise funcional breve (brief functional
foram descritas em outros três estudos (16,7%) e, por fim, a análise funcional de
Tabela 8
Outros Dados
funcional.
uso de um total de nove instrumentos, dois trabalhos (Vause et al., 2018 e Vause, Neil,
instrumento utilizado.
Outros dois estudos (LaBrot et al., 2018; Miller, Dufrene, Olmi, Tingstrom, &
avaliação funcional.
60
(Delgado, Gonzalez-Gordon, Aragón, & Navarro, 2017; Gann et al., 2014; Horhota,
(Bördlein, 2018). Outros dois estudos (Bellone, Dufrene, Tingstrom, Olmi, & Barry,
2014; Brock, Seaman, & Downing, 2017) referiram que os instrumentos escolhidos
eram válidos e/ou confiáveis. Um outro (Kilgus, Fallon, & Feinberg, 2016) fez menção
à rapidez de aplicação. Um último estudo (Larkin, Hawkins, & Collins, 2016) aludiu à
Tabela 9
avaliação funcional
Functional Assessment Checklist for Teachers Possui rapidez de condução (5 a 15 Kilgus et al. (2016)
and Staff (FACTS) minutos) e é uma alternativa a Larkin et al. (2016)
procedimentos experimentais
Functional Assessment Informant Record for É útil, e eficiente e válido LaBrot et al. (2018)
Teachers II (FAIR-T II), Miller et al. (2015)
Functional Assessment Informant Record for
Teachers: Preschool Version II (FAIR-T P II)a
Questions About Behavioral Function (QABF) Possui boas propriedades Vause et al. (2017)
psicométricas Vause et al. (2018)
informou sobre sua condução. Três estudos (7,9%) não descreveram informações
(7,9%) descreveram que a intervenção não foi conduzida. Tais dados são ilustrados na
Figura 13.
conduzido, contra 29 estudos (76,3%) que não informaram sobre e/ou não realizaram
follow-up.
adotados e sobre resultados condizentes com os da literatura prévia, que contaram com
Tabela 10
do Estudo
Considerações Qtde. %
Resultados corroboram o uso dos procedimentos 16 28,1
Eficácia dos procedimentos adotados 12 21,1
Resultados condizentes com os da literatura prévia 12 21,1
Resultados positivos/úteis/promissores 11 19,3
Um dos objetivos parcialmente inalcançado e/ou resultados
6 10,5
inconclusivos
57 100
63
Discussão
estabilidade é notada principalmente nos últimos três anos do período avaliado (2016,
2017 e 2018), quando não há grandes diferenças entre o número de artigos publicados
de um ano para o outro. Por outro lado, quando avaliada a origem das publicações,
nota-se uma alta dispersão dos trabalhos em diferentes periódicos e jornais. Chama a
atenção o fato de que apenas uma publicação pertencia ao JABA, que é especialmente
relevante na ABA. Esse número é altamente contrastante com aquele obtido por
Beavers et al. (2013), cujos resultados apontaram que o JABA concentrava mais da
metade (58,2%) das publicações sobre análises funcionais (somando-se os dados que
É claro que essa grande diferença pode ocorrer devido ao fato de que o período
consultado pelos citados autores foi muito mais extenso que o período delimitado neste
estudo. Seria também possível supor que esse fato é devido à predileção do JABA de
analítico-comportamental (Oliver, Pratt & Normand, 2015). Entretanto, quase 50% dos
autores responsáveis pelos 38 estudos avaliados, com poucos deles tendo feito parte de
mais de um estudo. Isso poderia indicar que poucos autores fazem parte de uma linha
de pesquisa a respeito do tema avaliação funcional, e/ou que poucos autores dão
primeiro exemplo. Ainda que a grande revisão de Beavers et al. (2013) tenha apontado
combinação dos dados das duas revisões, que englobam um período de 30 anos de
cujos participantes foram crianças foi bastante superior àqueles com participantes
No que tange aos diagnósticos, os dados são semelhantes mais uma vez –
desenvolvimento, foi o diagnóstico mais referido. Congruente com isso é o fato de que
avaliados nesta dissertação são voltados exclusivamente para algum tipo de deficiência,
aspectos, com aqueles das revisões sobre análises funcionais (Beavers et al., 2003;
Hanley et al., 2003). A agressão foi o alvo mais frequente tanto dos estudos analisados
por esses autores (com 43,2% do total) quanto dos estudos avaliados neste trabalho
(com 47,2% do total). Outras topografias também foram comuns naquelas revisões e no
destruição, etc.).
Neste estudo, o fato de que a escola foi o local onde mais frequentemente
indivíduos adultos são normalmente atendidos, foi raramente o local de realização das
avaliações funcionais. Em dois dos três estudos em que a clínica e/ou sessão de terapia
tornava mandatório proceder a uma avaliação funcional para alunos com deficiência
fornecidos por agências de fomento, seria plausível supor que ter produzido uma grande
governamentais ou não, para pesquisas com esse tipo de população. Uma lei exigindo a
desenvolvimento típico, uma vez que seguros de saúde têm se espelhado nas condutas
pelo Brasil (para uma discussão a respeito, ver Gusso, dos Reis e Vasconcelos, 2019).
educacionais e a quase completa ausência de seu uso clínico (em consultório, inclusive
atuação do psicólogo clínico na América do Norte, por sua vez, não é imediata ao
Assim, seria possível supor que a atuação clínica no Brasil, em comparação com a
No que diz respeito aos dados qualitativos das avaliações funcionais indiretas e
descritivas relatadas nos estudos, a descrição pouco precisa das informações dificulta
identificar e descrever um padrão das práticas atuais. Por exemplo, a duração das
avaliações indiretas não foi informada pela maior parte dos estudos, e, no caso das
avaliações descritivas, foi bastante variável, chegando a durar semanas. Isso, inclusive,
avaliação funcional é outro aspecto relevante que merece discussão. Se por um lado
pode ser vantajoso para o profissional ter tantas opções disponíveis, essa grande
variedade pode causar confusão e dificultar a seleção do material mais indicado para
sobre as razões da escolha dos instrumentos que utilizaram, já que é possível que sua
O uso de registros do tipo ABC foi o ponto de maior convergência no que tange
Normand (2015), que fizeram um extenso levantamento sobre métodos escolhidos por
Ainda que tenham informado sobre o uso do modelo ABC, é preocupante que
praticamente a metade dos trabalhos (45,2%) avaliados nesta dissertação não tenha
hipóteses funcionais foram derivadas a partir das observações registradas. Dos estudos
que continham descrições sobre a interpretação dos dados, apenas três informaram ter
maneira eficaz?
livremente no Anexo G). Não obstante, é interessante notar que esse modelo de
entrevista aberta talvez não abarque casos de adultos verbalmente competentes, pois
desenvolvimento.
MAS e SAFAI – têm a vantagem de serem mais objetivos e, portanto, poderiam ser
afunilamento de sua prática, o que já era apontado há mais de uma década por
totalidade dos autores tenha apontado, em suas considerações, que os estudos foram
follow-up. Sendo assim, seria possível afirmar que os trabalhos aqui avaliados parecem
70
utilizados para que sua replicação seja possível). Essas mesmas limitações são
procedimentos aplicados.
suficiente para garantir resultados eficazes na intervenção. Por outro lado, é também
possível que apenas os estudos com maior rigor (e.g., que tenham conduzido
encontradas, que talvez nem tenham sido avaliadas nos estudos que não as informaram.
distinto daquele encontrado nos resultados aqui descritos, uma vez que o
2015). No entanto, isso pode não fazer sentido no Brasil, já que a avaliação funcional,
por meio do conceito de tríplice contingência, está presente no País desde o início das
esse mesmo assunto, Vanderberghe (2011) defende que a análise funcional (aqui tida
brasileira. Os dados obtidos por Toscano (2016) sobre a prática da TAC no Brasil
brasileiras sobre a TAC poderiam vir a contestar a afirmação de que a grande maioria
Para isso, seria necessário que estivessem acessíveis mais universalmente, o que
Considerações Finais
Há, disponíveis, duas grandes revisões de literatura que abrangem trabalhos que
que meios experimentais, não há na literatura uma revisão sobre avaliações indiretas e
na função, o presente trabalho teve como principal objetivo descrever como os analistas
relataram sobre como as hipóteses funcionais foram derivadas a partir dos dados
coletados. A maior parte dos estudos não justificou a escolha dos instrumentos
selecionados e teve uma intervenção conduzida a partir das avaliações realizadas, mas
não informou sobre follow-up. As considerações dos autores foram, na grande maior
apto a atuar de maneira abrangente. Faz-se necessário, para isso, aplicar seus
da avaliação funcional, contanto que essas variáveis sejam controláveis (Haynes &
O’Brien, 1990; Owens & Ashcroft, 1982), somente pode ser testada empiricamente.
uma mesma função, o que pode tornar a tarefa de avaliá-los funcionalmente muito
complexa (Gable, 1996; Haynes & O’Brien, 1990; Owens & Ashcroft, 1982). Usar
(i.e., indiretos, descritivos e/ou experimentais), pode possibilitar uma descrição mais
coleta de dados para avaliação funcional é imprescindível para tornar esse processo
cada vez mais eficaz e “pode auxiliar a clarificar um processo importante de tomada de
sejam sanadas. Foi objetivo desta pesquisa contribuir para isso, descrevendo uma parte
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Anexo A
88
89
Anexo B
90
Anexo C
91
Anexo D
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
Anexo E
102
Anexo F
103
Anexo G
1. A data de nascimento dele/a e idade atual: ___-___-____ ___ anos e ___ meses
Masculino/Feminino
2. Descreva as habilidades de linguagem dele/a.
3. Descreva suas habilidades de brincar e brinquedos e/ou atividades de lazer
preferidas.
4. O que mais ele/a prefere?
Para determinar as condições teste que devem ser conduzidas e os tipos específicos de
consequências que possam ser incorporadas à(s) condição(ões) teste:
15. Como você e outras pessoas reagem ou respondem ao problema de
comportamento?
16. O que você e outras pessoas fazem para acalma-lo uma vez que ele tenha
engajado no problema de comportamento?
17. O que você e outras pessoas fazem para distrai-lo do comportamento-
problema?
Somando-se às informações acima, par auxiliar a desenvolver uma hipótese de por que
o comportamento-problema está acontecendo e para auxiliar a determinar a(s)
condição(ões) teste que será(ão) conduzida(s):
18. O que você acha que ele/a está tentando comunicar com o problema de
comportamento, se está tentando comunicar algo?
19. Você acha que o problema de comportamento é alguma forma de auto-
estimulação? Se sim, o que te dá essa impressão?
20. Por que você acha que ele/a está engajando no problema de comportamento?