MONOGRAFIA - EDILZA - 20-04-2020 - Correções Rita

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Trabalho apresentado para obtenção do título em MBA em Gestão

Escolar – 2020

CONFLITOS EM ESCOLAS: INTERDEPENDÊNCIAS DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Edilza Lira Grecco¹*; Profa. Mestre. Rita de Cássia Toffanelli Prates 2

Pós-graduanda em Gestão Escolar da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São
Paulo. Avenida Centenário, 1080 - 13418-900 Piracicaba, São Paulo, Brasil
2 Mestre em Educação – Pecege - Rua Alexandre Herculano, 120 – Vila Monteiro – CEP 13418-445 – Piracicaba
(SP), Brasil
*autor cοrresροndente:edilza.grecco@gmail.com

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Trabalho apresentado para obtenção do título em MBA em Gestão
Escolar – 2020

CONFLITOS EM ESCOLAS: INTERDEPENDÊNCIAS DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Resumo

Nos tempos atuais, somos surpreendidos cada vez mais com notícias veiculadas em todos
os tipos de mídias a respeito de conflitos que ocorrem dentro dos muros das escolas entre
os próprios alunos ou entre os alunos e professores. A incidência, cada vez maior, de
agressão verbal e física, ameaças e bullying fomentaram este trabalho de levantamento dos
conflitos que ocorrem no interior das escolas. O objetivo deste estudo foi investigar as
relações interpessoais entre alunos e professores como causa dos conflitos no ambiente
escolar. Para tanto, foram coletados dados dessa realidade disponibilizados nas respostas
de questionário de professores e alunos com intuito de saber, quais dos conflitos deparam-
se em sua rotina, seus motivos e como praticam a resolução deles. Mediante os resultados
analisados através das observações e dados obtidos e estudo bibliográfico do tema
estudado, notou-se que tanto os professores como os alunos, construíram um conceito
equivocado do que representa conflitos. Não tem uma ideia clara do fator disparador do
mesmo e necessitam de uma adequada instrumentalização para sua resolução. Identificou-
se a necessidade de formação docente e apoio a mediação de conflitos. É possível que
alunos e professores estabeleçam uma relação de respeito, resiliência e empatia, a fim de
resolver conflitos que por consequência do convívio estarão presentes, mas servirão para
cada vez mais estreitar o relacionamento entre professor-aluno.

Palavras-chave: bullying; mediação; empatia

Introdução

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Nos tempos atuais, somos surpreendidos cada vez mais com notícias veiculadas nas
mídias televisivas e impressas, relatando incidentes em escolas que provocaram comoção
em toda a sociedade brasileira; tragédias como o caso de dois estudantes que entraram em
uma escola no interior do estado de São Paulo, fizeram várias vítimas entre alunos,
professores e funcionários; mais um triste incidente que chocou a toda sociedade
brasileira, o fato de uma professora ter se sacrificado para salvar seus alunos do incêndio
provocado pelo segurança da creche na qual trabalhava com intenção explicita de dizimar
todos que estavam no local.
Diante de um cenário tão preocupante, toda a sociedade acaba por questionar se os
objetivos da educação estão de fato sendo contemplados como descritos na Lei de
Diretrizes e Base da Educação do dia 20 de dezembro de 1996 [LDB9394/96], sendo a
educação, dever da família e do estado, com inspiração nos ideais de liberdade e
solidariedade, com a finalidade do desenvolvimento pleno do educando (Brasil,1996).
Quando o assunto é a qualidade do ensino no Brasil, todos de modo geral, educador, pais e
alunos, afirmam veemente que ela é de qualidade inferior, principalmente nas camadas
populares que engrossam o público da escola pública (Aquino,1998).
Mas não sabemos direito sua expansão nem suas razões primorosas. De qualquer
modo, o indício mais aberto dessa crise é que boa parte da população de crianças que
ingressam nas escolas não conseguem concluir suficientemente sua jornada escolar de oito
anos mínimos e obrigatórios. Como abordado por Aquino (1996), o processo este que se
combinou nomear como fracasso escolar e que pode ser verificado no simples fato de que
um abundante número das pessoas à nossa volta, egressos do contexto escolar, parece ter
uma história de inadequação ou insucesso para contar, exemplos dessas condições são os
alunos não desenvolverem interesse pela escola.
Segundo Aquino (1996), a o aluno indisciplinado sempre é aquele que também é o
que possui uma inteligência abaixo da média e, portanto, seu desempenho nas atividades
escolares deixa a desejar. Este aluno, muitas vezes, demonstra possuir competências e
habilidades avançadas, sendo marcado muitas vezes por um comportamento destoante dos
demais para chamar atenção para algo que está errado, na sua relação com a escola ou
com seus familiares.
Os alunos que não revidam as agressões sofridas, antes de tudo, são crianças
submissas, apoiando-se no adulto para defendê-las, sua preocupação está em respeitar a
ordem recebida, não se importando com igualdade ou justiça; em contrapartida às crianças
que revidam os golpes, ou seja as agressões físicas ou verbais que sofrem, usam-se desse
recurso para reivindicar justiça e igualdade (Piaget, 1994).

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Para Paulo Freire (1968), ensinar a pensar e problematizar sobre a sua realidade é
definitivamente atingir o conhecimento, pois assim o educando terá a capacidade de
compreender-se como um ser social. Estabelecendo sua posição na sociedade, o educando
deixa de ser oprimido, pois seu lema será a igualdade e lutará para conquistá-la.
Ao olharmos para o interior das escolas brasileiras, é evidente a presença de
diversos conflitos de forma geral, a escola reproduz a sociedade, e, portanto, os conflitos
existentes na comunidade dos estudantes são reproduzidos dentro da escola. Nos estudos
de Wallon (1995), evidencia-se a importância de estudar as crises e conflitos no decorrer
de desenvolvimento da criança.
A incidência, cada vez maior, de agressão verbal e física (Bandura,1962) ameaças
e bullying; essas relações de violência são muito sutis e profundas do que simples agressão
física, pois nelas existem também as agressões verbais, nas quais pessoas começam a
rotular outras com apelidos.
A escola colabora na relação violenta que consiste na maneira como se ensina, que
é o bullying didático ou pedagógico, passamos o conhecimento de um para o outro; daquele
que sabe para aquele que não sabe. Em uma posição vertical, ou seja, de quem sabe é o
professor, aquele que sempre ensina. O aluno é considerado com um ser sem nenhum tipo
de conhecimento, tudo que deve ser aprendido está na escola. (Guareschi,2010).
A própria situação social e de motivação dos professores, na maioria das escolas,
gera conflitos entre estudantes e professores, havendo um estranhamento das
características de cada um deles e uma dificuldade de superar as barreiras para uma
comunicação eficaz e eficiente.
A escola rompeu o diálogo e o entendimento com a sua comunidade, por vários
fatores externos, inclusive econômicos, políticos e sociais. Conflitos existem
cotidianamente, em sua natureza, não são nem bons nem ruins, pertencem a vida em
sociedade, a maneira como lidamos com eles, no entanto, faz com que tenham
desdobramentos positivos ou negativos (Guareschi, 2011).
Segundo Roger (1969), a palavra central da educação é a aprendizagem: o aluno
aprendendo a aprender, e o professor como facilitador dessa aprendizagem, que é sempre
singular e livre. Ninguém aprende coisas pelas quais não tem interesse.
Bandura (1962) em sua teoria social cognitiva e sua relação com a educação, os
educadores são um importante agente social na construção do sujeito e na construção da
aprendizagem, servem de modelo para os alunos, estes passam a imitar comportamentos
que consideram como experiências positivas. É necessário estar preparado para lidar com o
juízo crítico dos alunos. O posicionamento dos professores em determinadas situações são
geradores de conflitos escolares, muitos educadores não aceitam que seus alunos

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questionem ou pensem diferentes e punem como indisciplina os que discordam (Schelb,


2017).
Nesse encontro, seres humanos dentro do espaço escolar, se defrontam, se
influenciam mutuamente, o professor e o aluno formam o epicentro do processo educativo.
O desenvolvimento desta interação determinará uma aprendizagem sensivelmente
facilitada para o aluno, cuja relação será determinada por um clima; porém professor e aluno
desempenham funções diferenciadas na relação de sala, porém é da responsabilidade do
professor o estabelecimento da relação (Aquino, 1996).
O quadro atual da educação pública no Brasil, fomentou o trabalho de levantamento
dos conflitos que ocorrem no interior das escolas. Tendo como foco inicial a questão
problematizadora sobre a necessidade de saber quais dos conflitos apresentados pelos
alunos podem ser resolvidos em parceria aluno e professor e, para essa temática, buscou-
se estudar as relações interpessoais entre alunos e professores. A hipótese levantada
pautou-se que, por ora, o que desagrada o professor é a indisciplina ou o conflito.

Material e Métodos
A metodologia adotada é inspirada na abordagem definida em Menon et al. (1999), que se
baseia em três dimensões, conforme explicado a seguir:
• Perspectiva baseada em uma visão acadêmica, onde se busca identificar e analisar os
conceitos teóricos ligados ao tema;
• Perspectiva baseada em uma visão educacional, onde se busca identificar e analisar os
conceitos práticos ligados ao tema, através de dados primários obtidos por entrevistas com
docentes e gestores educacionais ligados à área do tema em questão, ou por observação
direta dessas práticas na unidade escolar;
• Uma perspectiva baseada no conhecimento gerado a partir da associação e análise das
duas perspectivas anteriormente citadas.
O trabalho baseia-se em uma pesquisa qualitativa e quantitativa que busca
descobrir tendências de pensamentos e opiniões. Os estudos qualitativos foram feitos no
local de origem dos dados, o pesquisador empregou a lógica do empirismo científico
adequada para fenômenos claramente definidos, mas partem da suposição de que seja
mais apropriado empregar a perspectiva da analise fenomenológica, quando se trata de
fenômenos singulares e dotados de certo grau de ambiguidade (Neves,1996).
A instituição escolhida, para essa pesquisa, está situada em Americana, estado de
São Paulo, os registros obtidos foram por contato informal com os atores sociais ali
presentes e a leitura de documentos disponibilizados pela escola, o Projeto Político
Pedagógico e o Regimento escolar foram conclusivos para a análise documental.

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A observação direta, geralmente reservada para o estudo do comportamento em


situações naturais, fornecem informações relevantes. Ela possibilita a redefinição, em
termos mais precisos, da resposta focalizada e a investigação dos outros elementos do
repertório. A observação direta é vista como elemento inter-relacionado do processo de
investigação científica do comportamento (Izar e Gomide, 2018).
A fim de obter dados significativos para uma observação direta fez-se necessário
uma conversa informal com a professora regente da sala, com o objetivo de determinar
informações a respeito do perfil dos alunos e o levantamento dos principais conflitos, que se
configuram na convivência dos alunos e docentes.
Foram realizados leitura de documentos regimentais da escola, como o projeto
político pedagógico e o regimento escolar, a fim de que fosse delimitado as regras de
convivência no espaço escolar e as devidas consequências do não cumprimento.
Como estratégia de obter dados para a pesquisa, a solução encontrada foi convidar
os demais professores e gestores da escola para responderem questões que abordam:
listagem de conflitos de sua rotina de trabalho; motivos que resultam no aparecimento dos
mesmos; como são resolvidos pelo gestor de sala de aula ou da escola; participação em
formação em serviço ou continuada sobre a temática conflitos. E por fim quais as estratégias
que mais facilitariam para que o professor instrumentalizado se transformasse em mediador
de conflitos.
Os questionários foram realizados através do aplicativo formulários Google, com
perguntas online sem identificação nem a presença do pesquisador, e respondidos por
professores, gestores e alunos observados durante a pesquisa, estudantes da unidade
escolar matriculados no 4º ano do Ensino Fundamental, na faixa etária de 09 a 12 anos.
Com, basicamente, as mesmas questões respondidas pelos professores, com exceção da
forma de respostas, todas de múltipla escolha alunos e acrescentada pela informação se o
professor tinha conversado com os mesmos a respeito de resolução de conflitos.
Diante dos conflitos listados pelos professores e alunos, a necessidade de uma
pesquisa bibliográfica se tornou o cerne para entender o conceito de conflitos para os
docentes e sua resolução. Essa pesquisa foi realizada com os seguintes temas: confrontos
em sala de aula (Aquino,1996); o juízo moral na criança (Piaget, 1996); conflitos e violência
na escola (Schelb, 2017); inteligência emocional (Goleman, 2012); formação ética: do tédio
ao respeito de si (La Taille, 2009). Conflitos na Escola: Modos de Transformar; dicas para
refletir e exemplos de como lidar (Ceccon et al., 2009).

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Resultados e Discussão

Ao final do estudo dos documentos, o projeto político pedagógico e o regimento


escolar, existentes na escola, concluiu-se que estes documentos foram elaborados sem a
participação da comunidade escolar, ou seja, elaborado apenas com a presença do diretor e
o coordenador da instituição escolar. De acordo com a LDB 9.394/96, no artigo 14 (Brasil,
1996), em seu primeiro parágrafo é garantida a participação de todos os profissionais da
educação na elaboração do projeto pedagógico da escola.
Os professores e os alunos não têm ciência do conteúdo do referido documento, só
em momentos em que os conflitos ultrapassam a barreira do imaginado no interior das
escolas é que a equipe gestora se vale de punições descritas no projeto político pedagógico
dará fim do encaminhamento ao infrator, por meio de suspensões e até de expulsões
compulsórias.
Nesse caso, o da expulsão, os pais são convocados a comparecer em um colegiado,
conselho de escola, se reúnem diretor, professores, pais, funcionários, alunos e outros
representantes locais para debater, acompanhar e deliberar sobre políticas educacionais,
administrativas e financeiras da escola. Além disso, o colegiado participa da elaboração do
projeto político-pedagógico (PPP). No qual são informados que devem matricular seu filho(a)
em outra escola.
Notou-se, após a observação direta, que os conflitos giram em torno do não
cumprimento de regras preestabelecidas pelos docentes e gestores, sem a devida
participação e reflexão dos alunos. São regras impostas e não compreendidas, sempre
determinando o que se pode ou não fazer. Segundo Piaget (1996), desde os dez anos, em
média, isto é, desde a segunda metade do estágio da cooperação e durante todo o estágio
da codificação das regras, essa não mais como uma lei exterior, imposta pelos adultos, mas
um resultado de uma livre decisão, e como digna de respeito na medida em que é
mutualmente consentida.
Conforme mencionado por Piaget (1996), a regra para ser válida precisa ser
construída coletivamente, o aluno precisa estar envolvido nessa construção, ver seus
direitos e deveres explicitados, assim a obediência será compreendida e respeitada.
Podemos dizer que estamos em uma realidade social, racional e moralmente organizada,
sendo assim uma realidade infantil. Aprendemos que a união da cooperação e da
autonomia, sucede o egocentrismo e a coação.
Em concordância com as ideias de La Taille (2009), cabe a escola se apoderar da
formação moral de seus alunos e não apenas transmitir conhecimentos, os próprios
conhecimentos transmitidos na escola são portadores de sentidos. A escola é uma

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verdadeira usina de sentidos, e não há outra instituição social de que se possa dizer o
mesmo.
Os métodos utilizados para obter os resultados foram a observação direta; leitura de
documentos regimentais, questionários e revisão bibliográfica.
O questionário utilizado foi disponibilizado de forma online. A fim de situar a
amostragem, participaram 35 professores e ou gestores, do escolhido pelo pesquisador,
uma escola de anos iniciais da educação básica, situada no estado de São Paulo no
município de Americana. Os docentes que participaram da pesquisa são todos do sexo
feminino - 100%, em situação funcional, ou melhor, relação trabalhista nos seguintes
moldes: 53,4% titulares de cargo efetivos; 31,4% categoria F (professores não concursados,
mas estável) e 14,3% categoria O (professores contratados).
A Figura 1 indica o tempo de exercício na área de educação dos entrevistados.

11%
9% 0 a 5 anos
46% 6 a 10 anos
10 a 20 anos
mais de 20
34%

Figura 1. Tempo na área da educação dos entrevistados


Fonte: Resultados originais da pesquisa

Observou-se uma incidência maior dos entrevistados na carreira por mais de 20


anos (46%).

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A Figura 2 representa o grau de instruções dos entrevistados (professores ou


gestores), demostrando que metade dos entrevistados cursaram pós-graduação (lato sensu
e stricto sensu).

6% 9%
6%
Pedagogia
Pós graduaçã o, lato
sensu (MBA ou especial-
izaçã o)
Magisté rio + Pegagogia
40% Magisté rio
40%
Pós graduaçã o, stricto
sensu (Mestrado ou
Doutorado)

Figura 2. Grau de instrução dos entrevistados


Fonte: Resultados originais da pesquisa

Em relação ao público de alunos que responderam à pesquisa, foram um total de 48


alunos no total . Quanto ao fator gênero identificou um percentual de 47% de meninos e
54% de meninas.
A faixa etária dos entrevistados foram sucessivamente: 59% com 09 anos; 18% mais
de 10 anos; 13% com 08 anos e 10% com 10 anos. Alunos matriculados no 4º ano do
Ensino Fundamental – Anos iniciais da Educação Básica.

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Na Figura 3, demonstrou-se as respostas a respeito dos conflitos que aparecem no espaço


escolar entre os alunos, nos dois grupos de entrevistados, professores (3a) e alunos (3b).
Notou-se na figura que tanto os professores como os alunos destacam a incidência maior de
casos de brigas: 37% (3a), 38% (3b); seguidos de casos de bullying: 23% (3a), 29% (3b).
Somando-se ao restante dos conflitos: ofensas, discussões, agressões verbais e por fim,
não se colocar no lugar do outro, ou seja, empatia. A palavra empatia está presente nas
teorias da estética da arte de Vygotsky (1999). O termo explica a relação entre a imitação
interior e a capacidade de compreensão dos outros atribuindo a eles sentimentos, emoções
e pensamentos.

Figura 2.Tipos de conflitos entre os alunos e professores de acordo com as respostas de


professores e (b) alunos
Fonte: Resultados originais da pesquisa
13%
23% Bullying
O conflito é um processo que começa quando um aluno ou um 29%
grupo de alunosBullying
Ofensas 38%
do outro podem prejudicar seus próprios interesses,Ofensas
sente que os atos ou as intenções Discussões
Nã o se colocar no
Brigas lugar do outro
convicções, 13% (De Dreu, 2007).
37% normas e valores Agressões verbais e Brigas
físicas
Conflitos bem
13%trabalhados transformam-se em fonte de aprendizagem;
7% 26% conflitos mal
resolvidos podem ter consequências indesejadas. Violências, como a psicológica e a física,
verbal, entre outras, são manifestações possíveis de conflitos sufocados ou mal resolvidos
(Ceccon et al.,2009). (a) (b)
Por definição bullying é a agressão intencional, verbal ou físico, doloroso ou
angustiante, desequilíbrio de poder ou força, persistente (Limber, 2002).
Conflitos serão resolvidos conversando-se com todos os envolvidos. E as regras
construídas, discutidas e refletidas por todos da comunidade escolar precisam ser válidas
para todos: alunos, gestores, docentes, funcionários e famílias. Não apenas normas que vão
além de uma lista do que se deve fazer, que contenha as inspirações de todos e assim
serão muito mais absorvidas, construídas a partir de um elo de convivência entre todos.
Assim, teremos uma escola de todos para todos (Ceccon et al.,2009).
Na Figura 4, os docentes da escola escolhida para pesquisa foram solicitados a
responder os conflitos que mais ocorrem na relação entre professores e alunos. A
incidência maior dos conflitos na visão dos professores e alunos é a falta de respeito, 44%
(4a) e 38% (4b).

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Desrespeito com o pro-


fessor
Desrespeito/falta de
respeito
Bagunça na classe ou no
15% Indisciplina/descumprir 7% recreio
regras 9%
9% 38% Aluno discutindo com o
44% Desinteresse/falta de in- 16% professor
teresse
12%
Brigas Nã o ter interesse em
fazer as atividades da
21% Falta de comprome- 31% classe
timento
Nã o cumprir as regras e
tabelecidas na classe e n
escola

(a) (b)

Figura 4. Tipos de conflitos entre os alunos e professores de acordo com as respostas de


professores e (b) alunos
Fonte: Resultados originais da pesquisa

Para os professores, esse tipo de conflito assumiu um patamar superior, sendo que
os demais se concentram em 56% que são os seguintes: indisciplina; desinteresse e falta de
comprometimento.
Já os alunos, também destacam os outros 62% como sendo: bagunça; aluno
discutindo com professor; falta de interesse nas aulas; não cumprimento de regras
estabelecidas. Não cumprir as regras estabelecidas na classe e na escola.
É visível que perceber que as professoras se excedem em destacar o desvio de
perfil discente, afirmando muitas vezes terem problemas de comportamento, são encarados
como problemáticos, tendo com referencial a indisciplina (Aquino,1996).
O aluno indisciplinado denota um movimento desordenado: provocar desordens;
sair do lugar; não cumprir as tarefas de classe; ficar distraído com outras atividades
diferentes daquelas que o professor está propondo no momento; mostra claramente um
desinteresse com o que está ocorrendo em sua volta; envolve em atritos no intervalo e com
os demais professores da classe. Já o disciplinado, é o que não oferece cuidado; sempre
atencioso, sempre atento e por esse motivo é o valorizado (Aquino,1996).
Para os alunos, a função do professor é além de administrar os conteúdos
pedagógicos, ser responsável pela ordem e a disciplina da classe. Eles demandam a
necessidade de ordenação e controle; é necessária a intervenção dela quando há
indisciplina na sala. Assim, o segundo atributo do bom professor se materializa, deve
ensinar e ser atencioso (Aquino,1996).
O aluno ideal, aos educandos, é o subordinado às demandas do docente; atende
às ordens da educadora, é atencioso , não é indisciplinado, . Tipos de conflitos entre os

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alunos e professores de acordo com as respostas de (a) professores e (b) alunos, ou


melhor, àquele aluno absolutamente disciplinado e passivo (Aquino,1996).
Quando dizemos que não há respeito na escola, isso não nos ajuda a avançar, a
menos que se defina o que se entende por agir respeitosamente. Uma escola, na qual a
equipe docente, alunos e comunidade escolar colocam em prática os valores de respeito
mútuo, do pertencimento, da responsabilidade ativa, fundada na liberdade, e não na
submissão, irão atingir cada vez mais um clima propício para aprendizagens significativas
(Ceccon et al., 2009).
Na Figura 5, professores e alunos foram convidados a responder as causas, ou
seja, os gatilhos que disparam os conflitos. Observou-se a porcentagem nas respostas dos
professores, a ausência dos pais 56% (5a) e falta de respeito para com os colegas e
professores, 67% para os alunos (5b). As demais causas apareceram como: falta de
interesse na escola; o professor não sabe como resolvê-los; empatia e orientações dos pais
para com os filhos.

Falta de respeito
com os colegas e
professores
6% 7%
18% 9% Falta de orientaçã o
Falta de respeito 11% dos pais para os
Empatia alunos
7%
12% Ausê ncia dos pais O professor nã o
Formaçã o 9% sabe como resolve
os conflitos
Desinteresse/falta 67%
de interesse Os alunos nã o tê m
56% interesse na escola
Os alunos nã o se
colocam no lugar d
pessoa ofendida

(a) (b)

Figura 5. Causas prováveis disparadoras dos conflitos de acordo com as respostas de (a) professore
(b) alunos
Fonte: Resultados originais da pesquisa

A negligência equivale a desatenção com o sustento, disposição moral ou educação


dos filhos. Os resultados das pesquisas mostram que a negligência da família pode ser
prejudicial à formação da criança e a desatenção causa maiores danos psicológicos
(Goleman, 2012).
Coaduna-se com essas reflexões Schelb (2016) quando ressalta que as famílias e os
professores são imprescindíveis à formação do caráter das crianças, para orientá-los para
que suas atitudes sejam favoráveis para si e para com os outros (Schelb, 2016).

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Na Figura 6, notou-se como os professores resolvem os conflitos, nas respostas dos


professores (6a) e dos alunos (6b). Para os professores, percebeu-se um maior percentual
no diálogo e conversas individuais ou coletivas (46%), outra forma de resolução é
encaminhar os alunos para a equipe gestora resolver os conflitos (25%), as demais medidas
se resumem em: convocar os pais; ouvir os envolvidos e trabalhar a empatia.

7% 11% O aluno vai para a


diretoria (Direçã o)
Diá logo/Conversa 7% 32%
24% Convocaçã o dos pais
Convocaçã o dos pais
46% Empatia Diá logo
23% Trabalho com as
Equipe gestora emoções
7% Ouvir os lados Regras de con-
15% 27% vivê ncia

(a) (b)

Figura 6. Formas de resolução de conflitos nas respostas dos (a) professores e (b) alunos
Fonte: Resultados originais da pesquisa

Na opinião dos alunos, percebeu-se um percentual muito próximo nas duas formas
de resolução, sendo elas: encaminhamento do aluno infrator para a direção (32%) e
convocação dos pais (27%). As demais resoluções destacaram-se como: diálogo, regras de
convivência e trabalho com as emoções.
Ao comparar as duas opiniões, aluno e professor, observou-se uma divergência
entre os dois grupos de entrevistados, sendo assim pode haver uma tendência em relação
aos professores de não querer expor sua atitude frente a resolução dos conflitos.
A correção disciplinar é direcionada ao aluno que está envolvido no conflito, mas ele
não pode ser qualificado pela indisciplina que praticou. As advertências mais intensas dever
ser em particular. Há comentários que os professores devem fazê-los em particular, pois em
público, constituem humilhação (Schelb, 2016).
A coação afasta o egocentrismo, conquistando assim o realismo moral, sendo
aceitável uma interiorização das regras. A heteronomia é destacada e surgindo nos
pequenos a consciência do bem. Eles passam a exercer a autonomia e a aceitação das
normas de convivência. A obediência é suplementa pela justiça. (Piaget,1996).
Na Figura 7, os percentuais apresentados trataram de uma questão que foi feita
apenas aos entrevistados do grupo de alunos, para completar a pesquisa tornou-se

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necessário investigar se os professores discutem com os educandos o tema sobre


resolução de conflitos.

4%
Conversa só quando
20% acontece algum con-
flito
43%
Sempre conversa a
fim de orientar
Algumas vezes
33% Nunca

Figura 7. Discussões dos alunos sobre o tema resolução de conflitos


Fonte: Resultados originais da pesquisa

Constatou-se que o percentual de 43% das respostas dos alunos está relacionado ao
fato de o professor só iniciar intervenções para a resolução de conflitos quando o conflito
se inicia. O professor não propicia momentos de reflexão com os alunos para que eles
saibam se comportar em situações conflituosas e tenham autonomia para resolvê-los
Em contrapartida, o segundo percentual, 33%,segundo os alunos, os professores
conversam sempre a fim de que possam orientá-los para a resolução autônoma.
De acordo com La Taille (2009), ao dizer que cabe à escola tomar parte na formação
moral de seus alunos e não apenas ficar restrita a transmitir conhecimentos sem aproveitar-
se deles com vistas à melhoria do futuro. Afinal, os próprios conhecimentos transmitidos na
escola são portadores de sentido que transcendem a especificidade de cada matéria. A
escola é formada por diversos de sentidos, privilegiada por este movimento na esfera social
(La Taille, 2009).
Para a escola e, em especial, para a busca da verdade como valor, devemos nos
voltar para a construção daquilo que La Taille (2009) chama de “cultura do sentido”, pois ela
não existe sem educação para o sentido. E para falar de uma educação para o sentido, o
autor enfatiza a relevância da busca de um valor em especial: a verdade. Ainda que haja
limitações, erros e ilusões quando mencionamos o termo verdade, o empenho nessa busca
é investimento para a cultura do sentido, ou seja, a formação moral também perpassa por
esse valor, o da verdade (La Taille, 2009).

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Uma metodologia utilizada pelo grupo de educadores escolhida para resolução de


conflitos é a roda da conversa. As crianças que se encontra na fase da pré-adolescência,
algumas crianças tornam-se mais tímidas e preferem ouvir do professor, como foi observado
pelo pesquisador, a opção de os alunos escreverem em um papel e colocarem as perguntas
em uma caixa preparada para receber as perguntas. Trabalhando assim o respeito às
individualidades, a ética, a ordem, a igualdade, e vários outros valores relativos que vão
moldando o caráter dos alunos.
Na Figura 8, os percentuais apresentados trataram de uma questão que foi feita
apenas ao grupo de alunos, para completar a pesquisa tornou-se necessário escutar dos
alunos, a frequência que eles se envolvem em conflitos no ambiente escolar.

11%

Nunca
22% 44% Poucas vezes
Raramente
Muitas vezes

22%

Figura 8. Frequência na participação em conflitos respondidos pelos alunos


Fonte: Resultados originais da pesquisa

Percebeu-se, ao questionar os alunos a respeito do envolvimento em conflitos, que o


maior percentual se manteve na modalidade nunca houve envolvimento (45%), seguidos de
poucas vezes (30%); raramente (22%) e muitas vezes (11%). Verificou-se que para o grupo
de alunos entrevistados o conceito de conflito difere do entendimento dos professores.
Observando a relação professor-aluno, há uma preocupação pela normatização da
própria conduta. Os alunos que além de confirmarem a existência dos dispositivos de
controle, concordam com seu uso e os controlam por meio da conduta desejável. Assim os
alunos confirmam a conduta docente, estabelecendo uma igualdade do perfil docente
(Aquino,1996).
Disso decorre de La Taille (2009) que defende a ideia de que a educação moral faz
com que o aluno pense a respeito dos deveres afins de que garanta o desabrochar de
certos sentimentos morais, como: simpatia, confiança, sentimentos sociais, entre outros que

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Trabalho apresentado para obtenção do título em MBA em Gestão
Escolar – 2020

constituem uma normatividade. refletindo, assim, sobre o valor humano desses mesmos
sentimentos e outros, participando da construção de uma personalidade ética.
Na Figura 9, os percentuais apresentados referem-se apenas ao grupo de alunos,
para completar a pesquisa tornou-se necessário saber, os tipos de conflitos que eles se
envolviam no ambiente escolar.

Conversar em sala
de aula
31%
38% Xingamentos e
palavrões
Nã o fazer as tarefas
de classe ou casa
16% Bullying
7
% Brigas
4% Nenhum
4%

Figura 9. Tipos de conflitos em que os alunos se envolvem com mais frequência


Fonte: Resultados originais da pesquisa

Notou-se que em relação aos tipos de conflitos que os alunos se envolvem, um


percentual maior em conversas em sala de aula (38%), seguidos de nenhum tipo (31%). Ao
analisar as respostas ficou evidente de que os alunos tendem a referendar a fala do
professor, os alunos elegem a conversa de sala de aula como um tipo de conflito, por
presenciar muitas vezes a queixa do professor a respeito da conversa que ela atrapalha o
bom andamento das explicações. Ou se pautando em seu próprio conceito do que se trata
os conflitos, percebe que eles não participam, por acharem que conflitos são brigas e
agressões físicas somente.
Segundo Goleman (2012), deixar nossa satisfação e direcionar nossos impulsos
para agir é uma aptidão emocional básica, que chamamos muitas vezes de força de
vontade. A empatia, e ver também na perspectiva de outra pessoa, tendo tolerância e
aceitando as diferenças. Construindo respeito e uma democracia verdadeira e justa.
Na Figura 10, os percentuais apresentados tratou-se de uma questão feita apenas
aos entrevistados do grupo de professores, para completar a pesquisa tornou-se necessário
saber dos professores, se eles tinham tido alguma formação para revolver os conflitos que
se desencadeiam na rotina escolar.

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Escolar – 2020

32% Sim
Nã o
50% Procurei me in-
formar por conta
própria
18%

Figura 10. Formação específica para resolução de conflitos pelos professores


Fonte: Resultados originais da pesquisa

Constatou-se pela análise da figura,10 que metade dos professores entrevistados


declaram que tiveram formação para trabalhar com resolução de conflitos (50%), seguido
dos docentes que procuraram dentro do seu percurso profissional uma resposta,
correspondendo ao percentual de (32%), o restante dos entrevistados declaram não ter
formação para a resolução de conflitos na escola (18%).
Esses resultados apresentados confirmou o fato de os professores diante de
situações de conflitos utilizar, como estratégia, o diálogo individual e coletivo diante da
concretização do conflito, e não o exercício de metodologias preventivas para que a
ocorrência dos conflitos seja minimizada ou finalizada.
Assim, ao apresentar uma proposta de formação, ou um novo projeto, que também
implica a aprendizagem de novos comportamentos profissionais é urgente oportunizar aos
docentes possibilidades de obterem mais informações a respeito de conflitos escolares.
Paulo Freire (1968), afirma que, o educador, através de uma educação dialógica
problematiza a participação consolida a importância dos alunos dentro de uma sociedade
letrada, centrada na fé nos homens e na criação de um mundo onde cada ser seja
valorizado pelo que é, onde a liberdade de todos deve atender à perspectiva do oprimido e
não do opressor, procura conscientizar e capacitar o povo para a transição da consciência
fragilizada à consciência crítica com base nas fundamentações lógicas do oprimido. Assim,
caracteriza-se por um movimento de liberdade que surge a partir dos oprimidos, sendo a
educação realizada e concretizada com o povo na luta pela sua humanidade.
Algumas escolas públicas brasileiras partem de relações significativas entre as
pessoas, os conhecimentos que constroem e a realidade à qual aplicam esses

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Escolar – 2020

conhecimentos, utilizando-os como instrumentos de transformação do seu corpo docente,


administrativo e discente da sua comunidade escolar.
Projetos de formação dos professores para serem inseridos na mídia (Ostrower et
al., 2006) e utilizá-la como recurso didático, possibilitando aos alunos distanciar-se e criticar
a TV, o rádio e outros veículos, ao dar bastante destaque a comportamentos agressivos, tais
como: roubos e violência, fazem como que os alunos só recebam informações sem refleti-
las, não permitindo que o aluno desenvolva uma opinião pessoal a respeito dos
acontecimentos.
Na Figura 11, os percentuais apresentados tratou-se de uma questão feita apenas
aos entrevistados do grupo de professores, para completar a pesquisa tornou-se necessário
saber quais ações seriam viáveis para instrumentalizar os docentes na resolução dos
conflitos escolares.

9% Cursos/paletras sobre
o tema

22% Apoio familiar


56% Psicólogo/Mediador
13% Educaçã o Socioe-
mocional

Figura 10. Elementos para instrumentalizar os professores para a resolução de conflitos


Fonte: Resultados originais da pesquisa

Identificou-se, nos dados obtidos pela figura, a necessidade de cursos de formação


(56%), seguido da presença de profissionais como psicólogos e mediadores de conflitos na
escola (22%), somando-se o restante: apoio familiar (13%) e educação socioemocional (9%)
Gardner (1995
Concluiu-se que os entrevistados resolveriam os conflitos que ocorrem no ambiente
escolar, mediante uma formação específica que os instrumentalize, subsidiando-os com os
procedimentos necessários para a obtenção de sucesso na resolução de tais conflitos.
Para Castro Santander (2009), esta relação conflituosa revela a ausência de
competências emocionais pessoais e sociais que o docente e a gestão da escola, precisa
investir na formação para que este possa evitar os confrontos que geram conflitos no

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Escolar – 2020

ambiente escolar como destacaram Ferreira e Gomes (2009). Educadores precisam


reconhecer o lugar privilegiado que ocupam na formação dos estudantes, educando-os para
o respeito ao próximo, empatia e resiliência , sobretudo com exemplos para que sejam
coerentes com os seus discursos.
Para Gisi (2011), o lugar ocupado de destaque do professor tem relação estreita à
violência escolar se dá pela importância que assume na formação de valores e
estabelecimentos de limites necessários aos estudantes para o convívio no ambiente
escola. Ele é referencial para os estudantes na sala de aula, uma vez que é quem primeiro
se recorre para resolver seus conflitos. Desenvolver bem o seu papel em face dos desafios
atuais exige além da experiência, formação adequada inicial e em serviço.

Conclusão
A influência das relações entre professores e alunos corroboram para que esse
convívio seja muitas vezes conflitoso, por um lado o professor construiu uma imagem de
aluno ideal que não condiz com as relações sociais atuais. Enquanto os alunos em
determinado momento da sua trajetória escolar, aceitam incondicionalmente a autoridade do
professor, sendo que isso sofre uma mudança significativa no passar dos anos escolares,
estes são encarados com rebeldes e não cumpridores de regras estabelecidas.
É possível que alunos e professores estabeleçam uma relação de respeito,
resiliência e empatia, a fim de resolver conflitos que por consequência do convívio estarão
presentes, mas servirão para cada vez mais estreitar o relacionamento entre professor-
aluno.

Agradecimento

Agradeço em primeiro lugar a Deus por estar sempre ao meu lado em todos os
momentos. A minha família, em especial, a minha filha Katarina Lira Grecco, por sempre
acreditar, nunca me deixar desanimar e por dividir comigo sua imensa sabedoria.

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