PM Flona de Ipanema Vol II Planejamento

2017
Plano de Manejo
VOLUME II – PLANEJAMENTO
REVISÃO DO PLANO DE MANEJO DA FLONA DE IPANEMA / 2017
PLANO DE MANEJO DA FLORESTA NACIONAL DE IPANEMA

REVISÃO
VOLUME II - PLANEJAMENTO
IPERÓ / SP
2017
2
“O mundo em que vivemos não foi dado por nossos pais e avós, foi
nos emprestado por nossos filhos e netos”
Ditado Africano
3
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Michel Temer - Presidente
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

José Sarney Filho - Ministro
INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

Ricardo José Soavinski - Presidente
DIRETORIA DE CRIAÇÃO E MANEJO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Paulo Henrique Marostegan e Carneiro - Diretor
COORDENAÇÃO GERAL DE CRIAÇÃO, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DE

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Ricardo Brochado Alves da Silva – Coordenador Geral
COORDENAÇÃO DE ELABORAÇÃO E REVISÃO DO PLANO DE MANEJO

Ana Rafaela D´Amico - Coordenadora
COORDENAÇÃO REGIONAL 8
Andréa de Nóbrega Ribeiro – Coordenadora Regional
FLORESTA NACIONAL DE IPANEMA

Rafael Ferreira Costa - Chefe
4
EQUIPE DO ICMBio RESPONSÁVEL PELA COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO

DA REVISÃO DO PLANO DE MANEJO
Coordenação Técnica da Revisão de Plano de Manejo

Ofélia de Fátima Gil Willmersdorf – Analista Ambiental, Drª
Supervisão da Revisão do Plano de Manejo

Cirineu Jorge Lorensi – Analista Ambiental, MSc.
Equipe Técnica da Flona de Ipanema

Alexandre Zananiri Cordeiro - Analista Ambiental, MSc.
Cristiana Guimarães Simão - Analista Ambiental, MSc.
José Lara – Técnico Ambiental
Luciano Bonatti Regalado – Analista Ambiental, Dr.
Marcelo Afonso – Analista Ambiental, MSc.
Oscar Rensburg Willmersdorf – Analista Ambiental, MSc.
Colaboradores
André Guilherme – Biólogo, Esp. Planejamento e Gerenciamento Ambiental
Letícia Horvath Tremeschini – Engª. Ambiental
Gilberto Doniseti Alves - Apoio
5
SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACADEBio - Academia Nacional da Biodiversidade
ACS – Área de Coleta de Sementes
APA - Área de Proteção Ambiental
APP - Áreas de Preservação Permanente
APS – Área de Produção de Sementes
Art. - Artigo
BSC - Balanced Score Card (Indicadores Balanceados de Desempenho)
CC – Conselho Consultivo
CCA/SMA/SP – Câmara de Compensação Ambiental / Secretaria do Meio Ambiente /
São Paulo
CCF – Capacidade de Carga Física
CEA - Centro Experimental ARAMAR
CENEA - Centro Nacional de Engenharia Agrícola
COFIS - Coordenação Geral de Fiscalização
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
CR – Coordenação Regional (ICMBio)
CV – Centro de Visitante
DECOM – Divisão de Comunicação Social (ICMBio)
DIMAN - Diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservação (ICMBio)
DOU - Diário Oficial da União
E – Leste
EPI – Equipamento de Proteção Individual
ETA – Estação de Tratamento de Água
ETE – Estação de Tratamento de Esgoto
EVE – Estudo de Viabilidade Econômica
FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Flona - Floresta Nacional
FNI - Floresta Nacional Ipanema
GPS - Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global)
GT – Grupo de Trabalho
GTP – Grupo de Trabalho Permanente
ha - Hectares
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
6
km - quilômetro
m - metros
MDL - Mecanismos de Desenvolvimento Limpo
mm - milímetros
MMA - Ministério do Meio Ambiente
N - Norte
NE - Nordeste
NW - Noroeste
OGM – Organismo Geneticamente Modificado
ONG – Organização Não Governamental
OPP - Oficina de Planejamento Participativo
PDCA – Plan – Do – Chec – Act (Planejar, Implementar, Avaliar, Ajustar)
PGR - Programa de Gestão para Resultados
PLANAF - Planejamento de Ações de Fiscalização
PM - Plano de Manejo
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
PPP – Parceria Público Privada
Probio - Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Brasileira
Pronabio - Programa Nacional da Diversidade Biológica
PS – Pomar de Sementes
PSA - Pagamentos por Serviços Ambientais
PT – Plano de Trabalho
REDD - Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação Florestal
RL - Reserva Legal
ROI – Relatório de Ocorrência de Incêndios Florestais
RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural
S - Sul
SAF - Sistema Agro Florestal
SE - Sudeste
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio as Empresas
SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
SIG – Sistema de Informações Geográficas
SISBIO - Sistema de Informações Biológica
SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
SW – Sudoeste
TAC – Termo de Ajustamento de Conduta
TC – Termo de Compromisso
TCC – Termo de Conclusão de Curso
UAAF – Unidade Avançada de Administração e Finança (ICMBio)
UC - Unidade de Conservação
7
UGRHI - Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos

W - Oeste
ZA - Zona de Amortecimento
ZMFS - Zona de Manejo Florestal Sustentável Sustentável
ZP - Zona de Preservação
ZPR - Zona Primitiva
ZR - Zona de Recuperação
ZUC - Zona de Uso Conflitante
ZUE - Zona de Uso Especial
ZUI - Zona de Uso Intensivo
8
FIGURAS
FIGURA 1.2.1-1: FLUXO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. ......................................... 17
FIGURA 1.3-1: MAPA ESTRATÉGICO DA FLONA DE IPANEMA........................................ 31
FIGURA 1.4-1: ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA FLONA DE IPANEMA. ...................... 33
FIGURA 2.4-2: PERCENTAGEM DE OCUPAÇÃO POR CADA ZONA DA FLONA DE
IPANEMA. ....................................................................................................................... 42
FIGURA 2.4-3: MAPA SÍNTESE DO ZONEAMENTO DA FLORESTA NACIONAL DE
IPANEMA. ....................................................................................................................... 43
FIGURA 2.4.1-1: ZONA DE PRESERVAÇÃO. ..................................................................... 45
FIGURA 2.4.2-1: ZONA PRIMITIVA. ................................................................................. 48
FIGURA 2.4.3-1: ZONA DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL SUSTENTÁVEL. ............ 51
FIGURA 2.4.4-1: ZONA DE RECUPERAÇÃO. .................................................................... 54
FIGURA 2.4.5-1: ZONA DE USO INTENSIVO. ................................................................... 57
FIGURA 2.4.6-1: ZONA DE USO CONFLITANTE. .............................................................. 61
FIGURA 2.4.7-1: ZONA DE USO ESPECIAL. ...................................................................... 64
FIGURA 3.3-1: ZONA DE AMORTECIMENTO DA FLORESTA NACIONAL DE IPANEMA.... 68
FIGURA 5-1: PROGRAMAS DE MANEJO E SUAS ATIVIDADES. ........................................ 75
FIGURA 5.1.5.1-1: SETORIZAÇÃO DA VILA SÃO JOÃO DE IPANEMA. ............................. 80
FIGURA 5.1.5.1-2: CASA DA GUARDA, CONCESSÃO DESTINADA A CAFÉ E
RESTAURANTE. ............................................................................................................... 81
FIGURA 5.1.5.1-3: ANTIGA SEDE DO CENEA, CONCESSÃO DESTINADA PARA POUSADA E
INFRAESTRUTURA HOTELEIRA. ....................................................................................... 81
FIGURA 5.1.5.1-4: CAVALARIÇA, CONCESSÃO DESTINADA A LOJA DE SOUVENIRES. .... 82
9
QUADROS
QUADRO 1.2.1-1: DIRETRIZES ESTRATÉGICAS DA FLORESTA NACIONAL DE IPANEMA. 16
QUADRO 1.2.1.5-1: FATORES IDENTIFICADOS COMO FORÇAS RESTRITIVAS DA GESTÃO
DA FNI. ............................................................................................................................ 24
QUADRO 1.2.1.5-2: FATORES IDENTIFICADOS COMO FORÇAS IMPULSORAS DA GESTÃO
DA FNI. ............................................................................................................................ 27
QUADRO 2.3-1: QUADRO SINÓPTICO DO ZONEAMENTO DA FLONA DE IPANEMA. ..... 36
QUADRO 2.4-1: DISTRIBUIÇÃO DO PERCENTUAL DAS ZONAS EM RELAÇÃO À ÁREA
TOTAL DA FNI.................................................................................................................. 42
QUADRO 7-1: PRIORIZAÇÃO DOS PROGRAMAS........................................................... 124
QUADRO 1.3-1: PERSPECTIVA AMBIENTE E SOCIEDADE - OBJETIVO “PROMOVER A
RESTAURAÇÃO DO PATRIMÔNIO AMBIENTAL”. ......................................................... 126
QUADRO 1.3-2: PERSPECTIVA AMBIENTE E SOCIEDADE - OBJETIVO “PROMOVER A
RESTAURAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL”. ............................................................ 127
QUADRO 1.3-3: PERSPECTIVA AMBIENTE E SOCIEDADE - OBJETIVO “AUMENTAR A
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE E APOIAR ALTERNATIVAS ECONÔMICAS
SUSTENTÁVEIS DO ENTORNO”. .................................................................................... 128
QUADRO 1.3-4: PERSPECTIVA AMBIENTE E SOCIEDADE - OBJETIVO “DESENVOLVER E
APOIAR O TURISMO AMBIENTAL E CULTURAL”. .......................................................... 130
QUADRO 1.3-5: PERSPECTIVA USUÁRIOS - OBJETIVO “EXERCER COM CLAREZA E
EFICIÊNCIA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS”. .................................................................... 131
QUADRO 1.3-6: PERSPECTIVA USUÁRIOS - OBJETIVO “CAPACITAR COMUNITÁRIOS DO
ENTORNO PARA O TURISMO. ....................................................................................... 132
QUADRO 1.3-7: PERSPECTIVA INTERNOS - OBJETIVO “IMPLEMENTAR O PLANO DE
MANEJO”. ..................................................................................................................... 133
QUADRO 1.3-8: PERSPECTIVA APRENDIZADO - OBJETIVO “ELABORAR E EXECUTAR
SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA MONITORAR PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO”. ..... 134
QUADRO 1.3-9: PERSPECTIVA APRENDIZADO - OBJETIVO “ELABORAR E IMPLEMENTAR
SISTEMA DE COMUNICAÇÃO”. ..................................................................................... 135
QUADRO 1.3-10: PERSPECTIVA APRENDIZADO - OBJETIVO “DESENVOLVER
COMPETÊNCIA TÉCNICA E GERENCIAL DA EQUIPE”. ................................................... 136
QUADRO 1.3-11: PERSPECTIVA RECURSOS - OBJETIVO “ACESSAR RECURSOS DE
COMPENSAÇÃO E PASSIVOS AMBIENTAIS. .................................................................. 137
10
SUMÁRIO
SIGLAS ............................................................................................................................... 6
FIGURAS ............................................................................................................................ 9
QUADROS ....................................................................................................................... 10
SUMÁRIO ........................................................................................................................ 11
1. VISÃO GERAL DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO................................................... 14
1.1 HISTÓRICO DO PLANEJAMENTO........................................................................... 14
1.2 ESTRATÉGIAS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO .......................................... 16
1.2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .......................................................................... 16
1.2.1.1 DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA .................................................................... 17
1.2.1.1 MISSÃO ................................................................................................... 19
1.2.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 19
1.2.1.3 PRINCÍPIOS E VALORES ................................................................................ 20
PRINCÍPIOS E VALORES DA FNI ................................................................................... 20
1.2.1.4 VISÃO DE FUTURO ...................................................................................... 21
1.2.1.5 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS............................................................................ 22
1.3 MAPA ESTRATÉGICO DA FLORESTA NACIONAL DE IPANEMA ...................................... 28
1.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................ 32
2. ZONEAMENTO ......................................................................................................... 34
2.1 ASPECTOS GERAIS ........................................................................................... 34
2.2 OBJETIVOS DO ZONEAMENTO ............................................................................. 34
2.3 METODOLOGIA ................................................................................................ 34
2.4 MAPEAMENTO DAS ZONAS ................................................................................ 42
2.4.1 ZONA DE PRESERVAÇÃO (ZP) .................................................................... 44
2.4.2 ZONA PRIMITIVA (ZPR) ............................................................................. 47
2.4.3 ZONA DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL (ZMFS) ............................. 50
2.4.4 ZONA DE RECUPERAÇÃO (ZR) ................................................................... 53
2.4.5 ZONA DE USO INTENSIVO (ZUI) ................................................................ 56
2.4.6 ZONA DE USO CONFLITANTE (ZUC) .......................................................... 60
2.4.7 ZONA DE USO ESPECIAL (ZUE).................................................................. 63
3. ZONA DE AMORTECIMENTO (ZA) ............................................................................ 66
3.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................. 66
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 66
3.3 DEFINIÇÃO E DELIMITAÇÃO DOS LIMITES DA ZA ...................................................... 66
3.4 NORMAS GERAIS DA ZONA DE AMORTECIMENTO ................................................... 69
4. NORMAS GERAIS DE MANEJO DA FLORESTA NACIONAL DE IPANEMA ................. 70
5. PROGRAMAS DE MANEJO........................................................................................ 74
5.1 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO ................................................................. 76
5.1.1 OBJETIVOS GERAIS .......................................................................................... 76
11
5.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 76

5.1.3 INDICADORES DE DESEMPENHO.......................................................................... 77
5.1.4 DIRETRIZES .................................................................................................... 78
5.1.5 ATIVIDADES, SUB ATIVIDADES E DIRETRIZES ........................................................... 78
5.1.5.3 SERVIÇOS AMBIENTAIS .................................................................................. 85
5.1.5.4 COOPERAÇÃO INTERINSTITUCIONAL ................................................................. 85
5.1.5.5 ASSUNTOS FUNDIÁRIOS ................................................................................ 86
5.1.5.6 MONITORAMENTO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO PM.................................. 86
5.2 PROGRAMA DE CONHECIMENTO E PESQUISA .............................................. 88
5.2.1 OBJETIVOS GERAIS .......................................................................................... 88
5.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 88
5.2.3 INDICADORES DE DESEMPENHO .......................................................................... 89
5.2.4 DIRETRIZES .................................................................................................... 90
5.2.5 ATIVIDADES, SUB ATIVIDADES E DIRETRIZES ......................................................... 90
5.2.5.1 PESQUISA ................................................................................................ 90
5.2.5.3 GERAÇÃO DE TECNOLOGIA.......................................................................... 96
5.3 PROGRAMA DE MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS.................................. 97
5.3.1 OBJETIVOS GERAIS ......................................................................................... 97
5.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................... 97
5.3.3 INDICADORES DE DESEMPENHO .......................................................................... 98
5.3.4 ATIVIDADES, SUBATIVIDADES E DIRETRIZES .......................................................... 99
5.3.4.2 MANEJO DE FAUNA .................................................................................. 100
5.3.5.3 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS ALTERADAS ............................................................. 101
5.3.5.4 COLHEITA DE SEMENTES E PRODUÇÃO DE MUDAS ............................................ 102
5.4 PROGRAMA DE USO PÚBLICO ................................................................... 104
5.4.1 OBJETIVOS GERAIS....................................................................................... 104
5.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 104
5.4.3 INDICADORES DE DESEMPENHO ...................................................................... 105
5.4.4 DIRETRIZES ................................................................................................. 106
5.4.5.2 INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL ....................................................................... 110
5.4.5.3 RECREAÇÃO E LAZER ................................................................................... 111
5.5 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIOAMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO
COMUNITÁRIO .............................................................................................................. 112
5.5.1 OBJETIVOS GERAIS ....................................................................................... 112
5.5.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 112
5.5.3 INDICADORES DE DESEMPENHO ........................................................................ 113
5.5.5 ATIVIDADES, SUBATIVIDAES E DIRETRIZES ......................................................... 114
5.5.5.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................... 114
5.5.5.2 INCENTIVO À ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO ........................................ 114
12
5.6 PROGRAMA DE PROTEÇÃO, FISCALIZAÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS

FLORESTAIS 117
5.6.1 OBJETIVOS GERAIS ...................................................................................... 117
5.6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 117
5.6.3 INDICADORES DE DESEMPENHO........................................................................ 118
5.6.4 ATIVIDADES, SUBATIVIDADES E DIRETRIZES ....................................................... 119
5.6.4.1 FISCALIZAÇÃO ............................................................................................ 119
5.6.4.2 PREVENÇÃO E COMBATE À INCÊNDIOS ............................................................ 120
5.6.4.3 PROTEÇÃO DAS ESPÉCIES DE FAUNA E FLORA .................................................... 121
5.6.4.4 ENTORNO E ZA .......................................................................................... 121
6. RECURSOS FINANCEIROS, HUMANOS E LOGÍSTICOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO
PLANO DE MANEJO ...................................................................................................... 123
7. CRONOGRAMA FÍSICO ........................................................................................... 124
ANEXO 1 - DESDOBRAMENTO DO BSC / OBJETIVOS ESTRATÉGICOS ........................... 125
ANEXO 2 - MEMORIAIS DESCRITIVOS DO ZONEAMENTO DA FNI ................................ 138
Z1. ZONA DE PRESERVAÇÃO ........................................................................... 138
Z2. ZONA PRIMITIVA ....................................................................................... 165
Z3. ZONA DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL SUSTENTÁVEL ................... 232
Z4. ZONA DE RECUPERAÇÃO ........................................................................... 245
Z5. ZONA DE USO INTENSIVO.......................................................................... 279
Z6. ZONA DE USO CONFLITANTE ..................................................................... 290
Z7. ZONA DE USO ESPECIAL............................................................................. 350
13
1. VISÃO GERAL DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO

1.1 Histórico do Planejamento
A Floresta Nacional de Ipanema (FNI) teve seu primeiro Plano de Manejo (PM)
elaborado em 2001 / 2002, aprovado e publicado em 2003, através da Portaria IBAMA
nº 15/2003 (DOU 31/30/2003).
Durante a elaboração da revisão deste Plano de Manejo, todos os instrumentos
anteriores de planejamento da FNI foram avaliados quanto ao grau de implementação
e à pertinência de inclusão neste documento das propostas, ainda não implementadas.
A metodologia de planejamento adotada nesta revisão está focada em
programas temáticos e áreas de atuação além do enquadramento do zoneamento da
Unidade de Conservação (UC) nas propostas de Zonas do “Roteiro Metodológico para
Elaboração de Planos de Manejo pra Florestas Nacionais” (ICMBIO, 2009). Para a
melhoria de desempenho da UC, o planejamento teve foco em ações estratégicas em
todas suas áreas temáticas.
O planejamento foi construído de modo participativo, incluindo diversos
momentos de integração com servidores, colaboradores, academia e o Conselho
Consultivo. Foram realizadas duas oficinas internas de planejamento, ocorridas nos
dias 25 e 26 de agosto e 15 de setembro de 2008. No período de 24 à 26 de abril de
2012 foi realizada a Oficina de Planejamento Participativo – OPP nas instalações da
Academia Nacional da Biodiversidade – ACADEBio, instalada no interior da Floresta
Nacional de Ipanema - FNI.
Utilizando-se das ferramentas de planejamento estratégico foi realizada uma
oficina interna nos dias 11 e 12 de dezembro de 2012 com a participação de servidores
e colaboradores da FNI, com o objetivo de revisitar a definição das diretrizes
estratégicas, já apontados em outras oficinas, para uma avaliação a fim de se verificar
se as mesmas atendem ao propósito de uma gestão estratégica.
A partir do diagnóstico atualizado da UC, que foi realizado com base nas
informações disponíveis sobre a área, sobretudo nos resultados das pesquisas já
realizadas e das orientações dispostas nos diplomas legais1, que norteiam a gestão das
UCs incluídas na categoria Florestas Nacionais, foram revistos os objetivos específicos
de manejo e atualizado o zoneamento, estabelecendo diretrizes e diferentes graus de
restrição de uso para cada Zona.
Os pressupostos estabelecidos para que o planejamento da FNI seja cumprido
ao final de cinco anos de execução foram os seguintes:
• Comunidade sentindo-se responsável pela UC – é fundamental para o
cumprimento dos objetivos da FNI que a comunidade e o entorno sintam-se
1
LEI n° 9985 de 18 de junho de 2000, que instituí o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC.
DECRETO n° 4430 de 22 de agosto de 2002, que regulamenta o SNUC.
DECRETO n° 1298, de 27 de outubro de 1994, que aprova o regulamento das Florestas Nacionais.
Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Florestas Nacionais. ICMBio, 2009.
14
também responsáveis pela UC e aceitem sua existência, entendendo-a

como um benefício.
• Envolvimento efetivo dos diversos segmentos da sociedade – os objetivos
da FNI serão mais facilmente atingidos se houver envolvimento e
sentimento de pertencimento pela sociedade.
• Maior integração com a ACADEBio – uma parceria efetiva com a ACADEBio
pode diminuir custos e aumentar a captação de recursos, assim como
aproveitar melhor a força de trabalho de ambas as unidades. Além disso
esta parceria aumentará o papel da Flona como um espaço de reflexão,
análise e transformação, permitindo assim que esta UC tenha um papel
único na efetiva implementação do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC).
• Comprometimento do ICMBio e suas Diretorias e Coordenação Regional –
CR8, os quais a UC tenha envolvimento – para o êxito do Plano de Manejo é
importante o comprometimento em todos os seus níveis hierárquicos, uma
vez que são responsáveis pelo seu processo de execução.
• Recursos Humanos – ampliação do quadro de servidores e a contratação de
pessoal terceirizado são essenciais, para que grande parte das atividades
previstas seja realizada, sobretudo aquelas relacionadas ao Uso Público.
• Realização de Parcerias – as atividades previstas terão êxito se parcerias
forem efetivadas tanto com o setor público quanto o privado. Salienta-se
também a necessidade de comprometimento destes setores na
implantação das atividades propostas.
• Disponibilidade de Recursos Financeiros – a maior parte das atividades
propostas neste Plano de Manejo demanda de recursos financeiros para
sua implementação.
• Continuidade Política Administrativa - é imprescindível que haja
continuidade político administrativa, a fim de que o planejamento não sofra
interrupções e alterações desnecessárias.
15
1.2 ESTRATÉGIAS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

1.2.1 Planejamento estratégico
As diretrizes estratégicas da Floresta Nacional de Ipanema esclarecem seu
papel na sociedade e estabelecem desafios e prioridades na gestão (Quadro 1.2.1-1).
Expressas pela primeira vez em 2012, as diretrizes da Flona de Ipanema estão
fundamentadas em princípios de solidariedade, transparência e orientadas para o
alcance do máximo benefício social por meio da eficiência na gestão do patrimônio
natural e histórico e seus potenciais.
Quadro 1.2.1-1: Diretrizes Estratégicas da Floresta Nacional de Ipanema.
A razão de existir da UC
MISSÃO A estrela guia. Um ideal a ser buscado para sempre
Traduz o objetivo geral em linguagem clara e acessível
OBJETIVOS ESPECÍFICOS Objetivos de caráter permanente, que detalham a missão
O guia fundamental para a tomada de decisões (escolhas).

É o balizamento para o processo decisório e
PRINCÍPIOS E VALORES comportamental da UC, no cumprimento de sua missão.
Devem simples, claros, diretos e de fácil compreensão e ser
de conhecimento de toda a UC.
Representa uma situação futura altamente desejável pela

UC, devendo ser compartilhada por todos os seus
integrantes.
Deve ser clara, objetiva, desafiadora, .e estar inserida num
VISÃO DE FUTURO horizonte de tempo definido para sua consecução e
também ser factível.
A visão de futuro deve esclarecer a todos a direção as suas
estratégias, oferecendo um foco, motivar e inspirar as
pessoas a trabalharem em direção e a um estado comum.
A estratégia escolhida (prioridades de ação) para a

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
materialidade da visão.
A Missão, os Objetivos Específicos e os Valores definem a identidade e os

objetivos de caráter permanente da Flona. Derivam de diplomas legais (Lei do SNUC,
Decreto de Regulamentação SNUC, Decreto de Regulamentação de Florestas Nacionais
e Decreto de Criação), e de conhecimento de atributos e potenciais (vocação) da UC,
amplamente discutidas em oficinas participativas.
A Visão de Futuro e os Objetivos Estratégicos estabelecem as prioridades da FNI
para o alcance de sua missão, a partir do conhecimento e juntas, as diretrizes
16
estratégicas conferem constância à gestão, e contribuem para o sucesso da FNI no

atendimento dos interesses da sociedade e do meio ambiente, por meio da eficiência
na produção de resultados desejáveis.
A lógica para o planejamento estratégico da FNI está pautada em seus
atributos, diplomas legais e seguindo o organograma da Figura 1.2.1, que define os
programas a serem executados pelas áreas temáticas da UC.
Figura 1.2.1-1: Fluxo de Planejamento Estratégico.
1.2.1.1 Declaração de Significância

Considerando a Mata Atlântica e o Cerrado, em conjunto com sua área de
tensão ecológica, como ecossistemas brasileiros dos mais ameaçados, fazendo parte
dos 25 hotspots de biodiversidade, e seu estado de fragmentação no Estado de São
Paulo, a Floresta Nacional de Ipanema é de relevante importância na proteção de
remanescentes dos ecossistemas pertencentes a esses biomas e conservação da
biodiversidade, presentes na UC e sua fauna associada, importantes e únicos na região.
Considerando sua importância científica, ecológica, histórica e socioeconômica,

a Flona de Ipanema enquanto unidade de conservação de uso sustentável, em face aos
seus aspectos de exclusividade e representatividade regional, biodiversidade,
17
patrimônio histórico, grau de ameaça, entre outros fatores, a Floresta Nacional de

Ipanema apresenta significativa relevância como ferramenta de conservação da
biodiversidade.
A Floresta Nacional de Ipanema abarca em seus limites mais de 400 anos de
história, sendo palco das primeiras tentativas de colonização do então “certão” da
Capitania de São Vicente; das primeiras tentativas de exploração do ferro no
continente americano; uma das localidades mais estudadas quanto a sua
biodiversidade pelos antigos naturalistas e viajantes do século XIX; pioneira como
embrião da siderurgia e indústria nacional, dentre outros fatos ligados à história
brasileira.
A Floresta Nacional de Ipanema, apresenta também significativa relevância e
importância por:
• abrigar em seus limites um dos maiores fragmentos de vegetação nativa do
interior paulista, formada por um enclave composto por Floresta Estacional
Semidecidual e Cerrado;
• apresentar uma rica biodiversidade regional, composta por 539 espécies de
vertebrados, onde atualmente se encontra cerca de 36 espécies que
merecem atenção quanto ao seu estado de conservação, inclusive de
espécies animais e vegetais de ocorrência regional exclusiva;
• abrigar um dos mais importantes testemunhos geoecológicos do interior do
Estado de São Paulo, o Morro Araçoiaba, descrito e estudado desde o
século XVI;
• preservar nos mais diversos ambientes naturais existentes em sua área,
populações e habitats relevantes de espécies de vertebrados com graus de
ameaças e que merecem ações voltadas à sua conservação;
• apresentar uma variedade de habitats em bom estado de conservação que
aliado a uma grande diversidade de espécies vegetais, a colocam como de
extrema importância para a manutenção de uma rica e expressiva fauna
associada;
• desempenhar um importante papel no controle de atividades
potencialmente poluidoras, considerando estar inserida em uma região de
grande expansão urbana e consequentemente de pressão sobre os escassos
remanescentes florestais e biodiversidade regional;
• abrigar a ACADEBio – Centro de Formação em Conservação da
Biodiversidade a qual tem como missão promover a construção e difusão de
conhecimentos para a conservação da sociobiodiversidade por meio de
processos educacionais;
• abrigar um dos mais importantes patrimônios históricos brasileiros,
formado por sítios arqueológicos e históricos que remontam o primórdio da
18
ocupação do território nacional pelo homem europeu, da industrialização

nacional e de fatos ligados a definição do Brasil como nação.
1.2.1.1 Missão
A missão explicita as funções mais relevantes de caráter ambiental e social a
serem cumpridas pela Floresta Nacional de Ipanema, por meio de uma gestão eficaz,
formulada com base em conhecimentos e na percepção dos gestores, pesquisadores e
sociedade quanto às potencialidades da UC no contexto regional, bem como nos
princípios sociais que orientam sua gestão, e contempla os interesses prioritários da
sociedade local.
MISSÃO DA FNI
Proteger, conservar e restaurar o Morro Araçoiaba e seus ambientes associados, os
remanescentes de Mata Atlântica, Cerrado e seus atributos naturais, históricos e
culturais.
1.2.1.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos detalham a missão da FNI, abordando os atributos e
funções mais significativas da UC. Estes foram definidos com base em sua declaração
de significância, e estão pautados nas seguintes diretrizes: a Lei 9985/00 em seus
artigos n° 4 e 17, nos Decretos 1.298/1994 e 4.340/2002 e no conhecimento resultante
das pesquisas científicas realizadas na UC. São de caráter permanente e detalham a
missão da UC:
• Promover a proteção dos remanescentes florestais nativos, mediante
programas de conservação com ênfase na floresta estacional semidecidual
e as espécies da fauna e flora vulneráveis e as ameaçadas de extinção, tais
como: Monodelphis Ieringe, Myrmecophaga tridactyla, Leopardus pardalis,
Puma Concolor, Chrysocyon brachyurus, Tayassu pecari, Sarcoramphus
papa, Urubitinga coronata, Spizaetus tyrannus; Cryptocaria aschersoniana,
Ocotea odorifera, Cariniana estrellensis, Cariniana legalis;
• Promover a proteção de espécies da fauna silvestre nativa, mediante
programas de conservação com ênfase nas raras, endêmicas e ameaçadas
de extinção, cujas áreas de refúgio estão particularmente escassas e
fragmentadas na região;
• Recuperar áreas e ecossistemas degradados;
• Proteger os recursos hídricos, garantindo a qualidade e quantidade das
águas;
• Produzir sementes e mudas de espécies florestais, ornamentais e
medicinais;
• Promover o uso sustentável e gerar modelos de exploração florestal;
• Promover o uso sustentável e gerar modelos de exploração das meliponias;
19
• Possibilitar a pesquisa científica voltada à conservação e utilização dos

recursos naturais;
• Proteger sítios históricos e culturais para pesquisa científica e visitação;
• Estimular a regeneração natural, das áreas degradadas, visando ao
restabelecimento da vegetação nativa;
• Promover, incentivar e apoiar a pesquisa científica voltada à conservação e
utilização sustentável dos recursos naturais da UC e de seu entorno;
• Promover, em parceria com a ACADEBio, a construção e difusão de
conhecimentos para a conservação da sociobiodiversidade por meio de
processos educacionais;
• Propiciar atividades de educação e interpretação ambiental, visitação e
recreação em contato com a natureza.
1.2.1.3 Princípios e Valores

Valores têm uma profunda influência na gestão da Flona de Ipanema e
conferem à UC uma identidade reconhecida e valorizada por seus usuários e parceiros.
Os valores moldam os padrões de relacionamento da Flona e são o balizamento para o
processo decisório e comportamental da UC, no cumprimento de sua Missão.
São valores fundamentais da Flona de Ipanema, na visão da equipe gestora e da
sociedade:
Princípios e Valores da FNI
• Ética e transparência na gestão.
• Comprometimento e engajamento de equipe.
• União e respeito às decisões tomadas pela equipe da FNI.
• Busca pela diversidade de conhecimento.
• Melhoria contínua na busca da eficácia, eficiência e efetividade na gestão.
• Repartição de responsabilidades.
• Legalidade no cumprimento de suas atribuições.
• Respeito ao público, as relações interpessoais, profissionais e institucionais.
Além dos Valores que a Unidade deve buscar constantemente os princípios

norteadores da gestão pública de excelência2 devem fazer parte da cultura
organizacional da Flona de Ipanema, e devem orientar o modo como a gestão deve ser
praticada. Os de maior impacto positivo são:
Eficiência: alcançar resultados com o máximo de qualidade ao menor custo
para a sociedade.
Moralidade: pautar a gestão pública por um código moral.
2
Araújo, M.A.R., R.B.Cabral e C.P.Marques, 2009. Apostila do Programa de Gestão para Resultados em Unidades de Conservação
(PGR), turma 1.
20
Pensamento sistêmico: entender as relações de interdependência entre os

processos da UC, bem como entre a UC e o ambiente externo.
Aprendizado organizacional: ter o aprendizado como parte da cultura da UC,
presente no trabalho diário em quaisquer atividades.
Inovação: fazer mudanças significativas em tecnologias, métodos, valores, para
melhorar os serviços e produtos da UC.
Liderança e constância de propósitos: dar unidade de propósitos à UC por
meio da participação ativa e continuada de suas lideranças, criando um
ambiente propício à inovação e ao aperfeiçoamento constantes, à gestão do
conhecimento e ao aprendizado organizacional.
Gestão baseada em processos e informações: gerenciar processos significa
planejar e executar atividades, e avaliar e melhorar seus resultados. Dados
assim gerados, ou obtidos externamente, assessoram a tomada de decisão e
dão à UC capacidade para agir e inovar.
Geração de valor: alcançar resultados consistentes, proporcionando o aumento
de valor da UC e seus serviços para todas as partes interessadas.
Valorização das pessoas: dar autonomia para atingir metas, criar
oportunidades de aprendizado e de desenvolvimento das potencialidades e
reconhecer o bom desempenho.
Foco no cidadão e na sociedade: dedicar atenção prioritária ao cidadão e à
sociedade na condição de usuários e destinatários dos serviços da UC,
buscando sua satisfação.
Desenvolvimento de parcerias: desenvolver ações sinérgicas ou colaborativas
com outras entidades, visando ao alcance de objetivos comuns por meio da
otimização de competências complementares.
Responsabilidade social: contribuir para a melhoria da qualidade de vida das
pessoas, garantindo o acesso a bens e serviços públicos essenciais.
Gestão participativa: buscar o máximo de cooperação das pessoas,
reconhecendo a capacidade e o potencial diferenciado de cada um e
harmonizando os interesses individuais e coletivos, a fim de conseguir a
sinergia da equipe de trabalho.
1.2.1.4 Visão de Futuro

A Visão de Futuro da Flona de Ipanema considera suas principais
potencialidades, e estabelece a condição de implementação e funcionamento a ser
alcançada em um horizonte de cinco anos, aproximadamente, visando ao
atendimento das demandas da sociedade. Elaborada pela equipe da Flona e
amplamente discutida nas oficinas participativas, potencializa o alcance da Missão e o
21
cumprimento dos Objetivos Específicos da UC, contribuindo para a orientação de

esforços e sinergia da equipe na busca por realizá-la.
VISÃO DE FUTURO DA FNI

Ser uma Unidade fortalecida e comprometida com a conservação do meio ambiente
e com o envolvimento da sociedade.
A coerência e constância de propósitos na gestão estão entre os maiores

benefícios proporcionados à Flona pela Visão. Utilizada como referencial na análise de
contexto da UC (forças impulsoras e restritivas da gestão) orienta a equipe na escolha
de prioridades de ação (Objetivos Estratégicos).
1.2.1.5 Objetivos Estratégicos

Os objetivos estratégicos sinalizam as prioridades de gestão da Floresta
Nacional de Ipanema para os próximos 5 anos. Estes foram definidos a partir da análise
situacional da UC, buscando-se identificar os resultados mais relevantes para
materialização da Visão, em cinco perspectivas da gestão: Meio Ambiente / Sociedade,
Cidadãos / Usuários, Processos Internos, Aprendizado, Orçamento / Recursos.
Análise situacional da Flona de Ipanema

Neste item é feita uma análise da situação geral da FNI com relação aos fatores
internos e externos que a impulsionam ou que dificultem a consecução dos objetivos
da sua criação.
A equipe da FNI elaborou uma matriz de análise estratégica que sistematiza os
fatores identificados ao longo dos trabalhos de diagnóstico e OPP, de forma a orientar
o planejamento e definir estratégias de manejo para a UC. Os fatores identificados no
processo de planejamento estão nos Quadros 1.2.1.5-1 e 1.2.1.5 -2.
O objetivo da Matriz de Avaliação Estratégica é construir uma visão integrada
das evoluções prováveis dos ambientes interno e externo da FNI a curto, médio e
longo prazo, e antecipar situações favoráveis e desfavoráveis, capazes de estimular ou
comprometer o seu bom desempenho. A matriz serve de eixo norteador das principais
ações a serem detalhadas no planejamento da FNI.
Os fatores endógenos que constituem o cenário interno da UC são
caracterizados como pontos fortes e pontos fracos e condicionam o manejo da FNI
considerando questões estruturais da UC e do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade.
Os fatores do cenário externo são caracterizados como oportunidades e
ameaças, que auxiliam ou dificultam o cumprimento de seus objetivos de criação,
considerando questões conjunturais do país e região.
22
Cruzando-se os pontos fortes versus oportunidades, foram obtidas as forças

impulsionadoras que redundaram nas principais premissas ofensivas ou de avanço. Do
cruzamento dos pontos fracos versus ameaças foram identificadas as forças restritivas
que redundam nas principais premissas defensivas ou de recuperação, que serão
objeto de ações mais urgentes por parte da FNI.
23
Quadro 1.2.1.5-1: Fatores identificados como forças restritivas da gestão da FNI.
FORÇAS RESTRITIVAS DA GESTÃO DA FLONA DE IPANEMA

AMBIENTE INTERNO AMBIENTE EXTERNO PREMISSAS
FORÇAS
DEFENSIVAS OU DE
RESTRITIVAS PONTOS FRACOS AMEAÇAS
RECUPERAÇÃO
• Efetivar a concessão
dos serviços previstos no
PM (restaurante,
• Falta de equipe lanchonetes, pousada
mínima para a gestão etc.).
• Falta de articulação
da FNI.
entre entes públicos
• Melhorar a articulação
envolvidos.
• Orçamento entre a FNI e os demais
insuficiente para setores do ICMBio para
• Ingerência política.
manutenção da definir diretrizes e
infraestrutura, procedimentos efetivos.
• Má conservação da
aquisição de bens e
estrada de acesso a UC
serviços (edificações, • Elaborar projeto de
via Iperó.
veículos e saneamento básico e
equipamentos). viabilizar sua
• Ausência de
GESTÃO
implantação.
planejamento articulado
• Escassez de diretrizes
entre as prefeituras do
da administração • Articular com a
entorno e a UC.
central sobre Prefeitura Municipal de
procedimentos técnicos Iperó recursos junto ao
• Pressão antrópica pelo
e administrativos. Ministério das Cidades
uso de solo.
para a manutenção de
• Falta de saneamento estradas e
• Ausência de vontade
básico na UC (para a implementação de
política para solucionar o
área da ACADEBio foi projetos de interesse
impasse relacionado a
formalizado o processo mútuo.
ocupação indevida de
de
parte da UC.
nº02260.000011/2013- • Definição de estratégias
87). para solucionar o
impasse relacionado a
ocupação indevida de
parte da UC.
PÚBLICO
• Infraestrutura de • Existência de torres e • Realizar melhorias na

USO
sinalização deficiente antenas no Morro infraestrutura e material

(placas indicativas, Araçoiaba. de apoio as atividades de
24
explicativas e de Uso Público.

trânsito). • Desconhecimento dos
objetivos da UC. • Viabilizar a concessão
• Infraestrutura de de serviços na área da
turismo e lazer • Pouco envolvimento de FNI.
deficientes. gestores públicos
regionais. • Elaborar e viabilizar, em
• Poucos atrativos para parceria com empresas e
visitantes e falta de • Falta de investimento instituições, projetos de
restaurantes / das prefeituras do sinalização para a UC.
lanchonetes. entorno e governo do
estado em projetos de • Elaborar e implementar
• Comunicação e interesse comum. Plano de Comunicação
divulgação deficientes. Visual e de folheteria
para a UC.
• Erosão genética no
entorno por pressão
• Ausência de núcleo
antrópica.
de pesquisa científica.
• Incentivar e apoiar a
PESQUISA
• Fragmentação florestal. realização de pesquisas

• Gestão de pesquisa e
em áreas prioritárias e
monitoramento
• Desconhecimento da onde existam lacunas de
ineficientes (fauna,
necessidade de conhecimento.
flora e recursos
conservação da
naturais).
biodiversidade do
entorno.
25
• Empreender esforços
junto ao ICMBio – Sede
visando abrir vagas para
• Falta de recursos e servidores com perfis
MANEJO DE RECURSOS FLORESTAIS
apoio para definição definidos.

• Exploração predatória
das ações e atividades
do entorno.
que tornem a UC • Viabilizar a realização
sustentável. de oficinas para
• Redução da cobertura
mapeamento de
florestal do entorno.
• Elevada competências e de
contaminação de lacunas de capacitação
• Exploração florestal
espécies da flora. para funcionários e
florestal imprópria na
servidores da FNI.
Flona
• Falta de equipe
capacitada. • Realizar oficina para
desenvolvimento de
equipe, liderança e
programa motivacional.
26
Quadro 1.2.1.5-2: Fatores identificados como forças impulsoras da gestão da FNI.
FORÇAS IMPULSORAS DA GESTÃO DA FLONA DE IPANEMA

AMBIENTE INTERNO AMBIENTE EXTERNO PREMISSAS
FORÇAS
IMPULSORAS OFENSIVAS OU DE
PONTOS FORTES OPORTUNIDADES
AVANÇO
• Curso para artesanato

e turismo rural para
• Melhorar e diversificar
geração de renda.
os serviços existentes na
UC, assegurando um
• Turismo ecológico e
ganho na eficiência da
histórico.
gestão das atividades de
uso público.
• Trilhas ecológicas e de • Alto potencial para o
USO PÚBLICO
ciclismo na UC. desenvolvimento do

• Promover ações
ecoturismo.
conjuntas com as
• Existência de mirantes
prefeituras do entorno,
e atrativos. • Investimento em
visando a implantação de
parcerias com iniciativa
roteiros de turismo
• Maciço florestal de privada.
regional.
Mata Atlântica e
Cerrado.
• Fortalecer as parcerias
para o desenvolvimento
• Patrimônio histórico
de projetos de interesse
tombado pelo IPHAN.
mútuo.
• Alta biodiversidade.
• Potencial agro • Existência de • Manter ativo o plano

INTEGRAÇÃO COM O ENTORNO
ecológico técnico. produtores orgânicos no de capacitação para

entorno. comunidades do
• Projeto de agro entorno, com ênfase no
floresta com o entorno. • Geração de emprego e turismo rural.
renda com ações
• Programas de cursos sustentáveis. • Elaborar e viabilizar
para geração de projetos em parceria de
emprego e renda. • Interesse social e da PSA (Pagamentos por
iniciativa privada para Serviços Ambientais),
• Manejo de recursos participar de projetos de MDL (Mecanismos de
não madeireiros. interesse mútuo. Desenvolvimento Limpo)
e REDD (Redução de
27
Emissão por
Desmatamento e
Degradação Florestal).
• Alta atratividade de
investimento para a • Possibilidade de
iniciativa privada. parcerias para negócios.
• Fortalecer as parcerias
existentes e buscar novos
• Localização de fácil • Existência de
parceiros para ações
acesso e próximo à compensações
prioritárias.
centros urbanos. ambientais e passivos
ambientais devido à
• Viabilizar captação de
• Grande fluxo de empreendimentos no
GESTÃO
recursos externos.
técnicos e especialistas. interior e no entorno.
• Garantir a
• Diversidade de • Potencial para
infraestrutura adequada
atividades. melhorar estrutura e
para a gestão da UC.
funcionamento com
• Parte da equipe recursos de conversão de
• Apoiar a capacitação
técnica com multas e sentenças da
continuada de servidores
experiência. justiça federal e estadual.
e o reforço do quadro de
pessoal.
• Integração com a • Potencial para trabalho
ACADEBio, como voluntário.
força indutora.
1.3 Mapa Estratégico da Floresta Nacional de Ipanema

Para alcançar a Visão de Futuro até 2021 e cumprir sua Missão, ambas
alinhadas com os objetivos do ICMBio, foi elaborada uma estratégia que indica
claramente qual o caminho a ser trilhado pela UC e quais os grandes desafios que
28
terão que ser vencidos.

A estratégia da FNI foi sintetizada em um Mapa Estratégico (Figura 2.4-1) que é
uma representação gráfica do conjunto de desafios ou objetivos estratégicos,
relacionados de forma casual, que terão que ser alcançados para a consecução da
Visão de Futuro e o cumprimento da Missão. Os objetivos estratégicos foram
distribuídos linearmente em perspectivas de análise, cada uma delas focando os
desafios da FNI a partir de determinado ângulo, embora sempre mantendo a relação
de causalidade com as outras. As perspectivas de análise são:
• Ambiente e Sociedade: contém os Objetivos Estratégicos que retratam o
que a UC pretende atingir mediante o olhar da instituição e da sociedade
sobre o ambiente, com ênfase nas comunidades do entorno.
• Aprendizado e Inovação: congrega os Objetivos Específicos que focam o
desenvolvimento das pessoas, a estruturação e organização da FNI, assim
como seus procedimentos que servem de base para execução dos
processos organizacionais.
• Cidadão-Usuários: contém o conjunto de Objetivos Estratégicos a serem
atingidos pela UC para ter reconhecimento dos parceiros e usuários.
• Orçamentos e Recursos: congrega os Objetivos Específicos que focam o
acesso e gerenciamento de recursos para a execução das atividades da FNI.
• Processos Internos: agrupa os Objetivos Estratégicos que a FNI terá de
alcançar para atender a cada um dos atributos de valor retratado na
perspectiva anterior. Foca os desafios relativos aos processos internos que
busquem a excelência para garantia da satisfação dos públicos de interesse,
e consequentemente, seu conhecimento.
As perspectivas do Ambiente, Sociedade e Usuário, trazem os pontos de vista

de públicos de interesse internos e as perspectivas de Processos Internos e Pessoas,
Aprendizado e Recursos trazem os pontos de vista de dentro da instituição, de forma
organizada, para atendê-los. Foram então identificados objetivos como prioritários
para serem executados no período de 2017 a 2021, com finalidade de reverter ou
mitigar impactos que tornam a UC vulnerável e impulsionar aqueles que potencializam
seus pontos fortes, buscando as melhores oportunidades. São eles:
Apoiar alternativas econômicas sustentáveis do entorno.

AMBIENTE e
Aumentar a proteção do meio ambiente e aprimorar o controle das
SOCIEDADE
atividades na ZA da Flona.
29
Desenvolver e apoiar o turismo ambiental e cultural.

Promover a restauração do patrimônio ambiental.
Promover a restauração do patrimônio cultural.
Elaborar e implementar sistema de comunicação.
Desenvolver a competência técnica e gerencial da equipe em fiscalização,
APRENDIZADO e visitação, educação ambiental, procedimentos internos, parcerias e
INOVAÇÃO gestão estratégica.
Capacitar continuamente equipe técnica para monitoramento do
Planejamento Estratégico.
Aumentar a efetividade da Fiscalização.
Estimular a visitação de qualidade.
Promover e articular parcerias para a realização de módulos de Educação
PROCESSOS Ambiental e para geração de renda.
INTERNOS Implementar o Plano de Manejo.
Elaborar o Sistema de Informação Geográfica da Flona como um
instrumento de gestão.
Estabelecer parcerias direcionadas ao turismo e à práticas sustentáveis.
Acessar recursos de Compensação e Passivos Ambientais.
Acessar recursos de Financiadores.
ORÇAMENTO e Acessar recursos de Parcerias Público Privadas (PPP).
RECURSOS Aumentar o efetivo de pessoal.
Delegar serviços de apoio a visitação.
Buscar recursos externos.
Capacitar comunitários do entorno para o turismo.
Estimular ações de sensibilização ambiental.
CIDADÃO-
Estimular práticas ambientais sustentáveis.
USUÁRIOS
Exercer com clareza a eficiência e prestação de serviços.
Capacitar continuamente o Conselho Consultivo para atuação efetiva.
O método Balanced Score Card (BSC) adaptado pelo Programa de Gestão para
Resultados (PGR) e utilizado na definição de Objetivos Estratégicos da Flona de
Ipanema, consiste em um processo de reflexão da equipe. Foi executado o
desdobramento ou estruturação do sistema de medição de desempenho das 26
estratégias e ordenadas cronologicamente no período de 2017 a 2021 conforme pode
se verificar nos Quadros 1.3-1 a 1.3-11 do Anexo1.
30
MAPA ESTRATÉGICO VISÃO DE FUTURO
Ser uma Unidade fortalecida e comprometida com a conservação
Floresta Nacional de Ipanema
do meio ambiente e com o envolvimento da sociedade.
Aumentar a proteção do
SOCIEDADE
AMBIENTE
Apoiar alternativas
Promover a restauração meio ambiente e Desenvolver e apoiar o
Promover a restauração econômicas
do patrimônio aprimorar o turismo ambiental e
do patrimônio cultural. sustentáveis do
ambiental. controle das atividades cultural.
na ZA da Flona. entorno.
USUÁRIOS
Exercer com clareza a Capacitar comunitários Capacitar continuamente

Estimular práticas Estimular ações de
eficiência e do entorno o Conselho Consultivo
ambientais sustentáveis. sensibilização ambiental.
prestação de serviços*. para o turismo. para atuação efetiva.
INTERNOS
Promover e articular Utilizar o SIG da Estabelecer parcerias

Aumentar a Estimular a Implementar
parcerias para a Flona como um direcionadas ao
efetividade da visitação o Plano
realização de módulos de instrumento turismo e a práticas
Fiscalização. de qualidade. de Manejo. de gestão.
EA e para geração de renda. sustentáveis.
APRENDIZADO
Capacitar continuamente equipe técnica Desenvolver a competência técnica e gerencial da equipe

Elaborar e implementar
para monitoramento do em fiscalização, visitação, educação ambiental,
sistema de comunicação.
Planejamento Estratégico. procedimentos internos, parcerias e gestão estratégica.
Acessar recursos
RECURSOS
Acessar recursos
Buscar recursos de Compensação Acessar recursos Delegar serviços Aumentar o
de Parcerias
externos. e Passivos de Financiadores. de apoio a visitação. efetivo de pessoal.
Público Privadas.
Ambientais.
*Serviços: vistorias técnicas, comercialização de sementes e mudas, recepção e condução de visitantes, apoio a pesquisa dentre outros.
Figura 1.3-1: Mapa Estratégico da Flona de Ipanema.

1.4 Estrutura Organizacional
A Flona de Ipanema está organizada na lógica de Áreas Temáticas
(Administração e Planejamento, Proteção, Uso Público, Conservação e Manejo da
Biodiversidade e Integração Socioambiental), Conselho Consultivo (instância de
participação social na gestão da Flona), Conselho Gestor (instância deliberativa
colegiada, formada pelos responsáveis das áreas temáticas e serviços), Centro de
Memória (responsável pelo resgate, preservação e difusão do conhecimento referente
a memória histórica, ambiental e sociocultural da Flona de Ipanema e região) e
Gabinete, composto pela secretaria e apoio (Figura 1.4.-1).
Os servidores lotados nas diversas áreas temáticas da Flona de Ipanema e
parceiros são os responsáveis pela execução das atividades e o cumprimento das
metas estabelecidas.
Os resultados monitorados pela Administração demonstrarão a eficácia e
eficiência da gestão da Unidade e a necessidade ou não de adoção ou aprimoramento
de melhores práticas de gestão.
Figura 1.4-1: Estrutura Organizacional da Flona de Ipanema.
2. ZONEAMENTO
2.1 Aspectos Gerais
O zoneamento constitui um instrumento de ordenamento territorial, de
diferenciação e intensidade de uso da área da unidade de conservação, com vistas à
proteção de seus recursos naturais e culturais e cumprimento dos seus objetivos gerais
e específicos.
Segundo o Art. 2º do capítulo I da Lei nº 9985/2000, entende-se por
zoneamento a “definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com
objetivos de manejo e normas específicas, visando proporcionar os meios e as
condições para que todos os objetivos da UC possam ser alcançados de forma
harmônica e eficaz”.
Segundo o Art. 24 do capitulo IV da Lei nº 9985/2000, compõe os limites da
Floresta Nacional de Ipanema o subsolo, uma vez que o mesmo influi na estabilidade
dos ecossistemas da Unidade.
2.2 Objetivos do zoneamento

O objetivo, ao se estabelecer o zoneamento da FNI, é organizar espacialmente
a área em parcelas, denominadas zonas, que demandam distintos graus de uso e
proteção, contribuindo para que a UC cumpra seus objetivos específicos de manejo.
Para sua definição, são utilizados critérios físicos e indicativos da singularidade,
seguindo as orientações do Roteiro Metodológico para Elaboração de Planos de
Manejo de Florestas Nacionais (ICMBio, 2009).
2.3 Metodologia
O Zoneamento da FNI (Figura 2.4-1) resultou da integração de informações
geradas no diagnóstico da UC, quando da elaboração do Plano de Manejo e sua
revisão, cujo processo se desenvolveu conforme a sequência abaixo:
Geração de dados
• Para a geração de dados, serviram como base o mapa planialtimétrico da
UC, análise e interpretação de imagens de satélite e análise visual integrada
e sistêmica da paisagem. Utilizando-se desta análise e sua composição,
foram digitalizadas as informações necessárias para compilar os mapas
temáticos utilizados na elaboração do Zoneamento.
Cruzamento de cartas temáticas

• Para a definição das zonas de manejo propostas para a Floresta Nacional de
Ipanema foram utilizados os mapas temáticos de vegetação, de hidrografia,
de solos, de classes de declividades, de uso atual do solo, localização das
vias de acesso, infra-estruturas de administração, uso público, edificações e
imóveis funcionais existentes.
Zoneamento
• O zoneamento ambiental da FNI foi definido com base no Roteiro
Metodológico (ICMBio, 2009), priorizando a conservação da biodiversidade
e assegurando a proteção e recuperação dos remanescentes de vegetação
nativa, o manejo sustentável das florestas plantadas, a proteção das áreas
susceptíveis à erosão e áreas de preservação permanente – APP, o
disciplinamento das atividades de manejo e pesquisa científica, bem como
as atividades de educação, interpretação ambiental e uso público.
Critérios de zoneamento
• Registro dos critérios utilizados para a escolha de cada zona;
• Caracterização Geral: apresenta as características físicas e bióticas inerentes
a cada zona;
• Principais Conflitos: apresenta os principais problemas ocorrentes em cada
zona;
• Usos Permitidos: indicam quais os usos dados às zonas, que se enquadram
dentro dos objetivos de manejo.
As informações apresentadas, relacionadas ao zoneamento da Flona de

Ipanema, foram sintetizadas na forma de um quadro sinóptico (Quadro 2.3-1).
35
Quadro 2.3-1: Quadro sinóptico do zoneamento da Flona de Ipanema.
ZONA DE PRESERVAÇÃO
MEIO
CRITÉRIOS PRINCIPAIS CONFLITOS USO PERMITIDO
BIÓTICO SOCIOECONÔMICO
• Pesquisa científica
• Média a alta biodiversidade

• Proteção
• Área de endemismo
• Educação ambiental
• Alto grau de variabilidade

• Colheita de sementes para
• Remanescente de
• Localização limítrofe da fins de pesquisa científica e
• Médio grau de conservação da vegetação nativa Estacional • Sem presença humana
Flona recuperação de áreas desta
biodiversidade Semidecidual
tipologia florestal
• Média a alta
• Treinamento em
representatividade biológica
conservação da
biodiversidade, observando
• Alta susceptibilidade ambiental
as restrições e normas de
manejo
36
ZONA PRIMITIVA
MEIO
• Pesquisa científica
• Proteção
• Remanescentes florestais
• Média biodiversidade da Floresta Estacional • Recuperação de áreas
Semidecidual, com alteradas
• Baixo grau de variabilidade exemplares de Cerrado e
ambiental Ombrófila Mista em • Educação ambiental
diferentes estágios de
• Médio grau de conservação da conservação • Visitação de baixo
biodiversidade • Sem presença humana • Caça impacto
• Plantios de espécies nativas
• Média representatividade • Colheita de sementes para
biológica • Presença de espécies fins de recuperação e
exóticas eucalipto pesquisa científica
• Média susceptibilidade incorporada apaisagem da
ambiental Floresta Estacional • Treinamento em
Semidecidual conservação da
manejo
37
ZONA DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL

MEIO
• Manejo florestal
• Média biodiversidade no sub- • Manejo de fauna

bosque e baixa diversidade do
estrato emergente • Fiscalização
• Baixo grau de variabilidade • Proteção

ambiental
• Pesquisa
• Médio grau de conservação da • Povoamentos plantados de
biodiversidade Pinus sp. e Eucalyptus sp • Educação e interpretação
• Sem presença humana • Caça ambiental
• Média a baixa • Vegetação nativa em
representatividade biológica processo de regeneração • Recuperação de áreas de
preservação permanente
• Média susceptibilidade
ambiental • Colheita de sementes
• Ambientes manejados para • Treinamento em

produção florestal conservação da
• Baixa susceptibilidade a erosão as restrições e normas de
manejo
38
ZONA DE RECUPERAÇÃO
MEIO
• Manejo florestal
• Média biodiversidade • Manejo de fauna
• Médio grau de variabilidade • Povoamentos plantados • Proteção

ambiental (em processo de
regeneração) • Pesquisa
• Médio grau de conservação da
biodiversidade • Áreas alteradas em áreas • Educação ambiental
de preservação permanente
• Sem presença humana • Caça
• Média representatividade • Recuperação das áreas
biológica • Outras áreas desprovidas alteradas
de cobertura vegetal, com
• Média susceptibilidade presença de processos • Colheita de sementes
ambiental erosivos e outros impactos de
origem antrópica • Treinamento em
• Ambiente alterado pelo efeito conservação da
de borda e ações antrópicas biodiversidade, observando
manejo
39
ZONA DE USO INTENSIVO

MEIO
• Fiscalização
• Áreas com baixo grau de

conservação ou desprovidas de
vegetação
• Visitação
• Baixo grau de variabilidade

• Proteção e
ambiental
monitoramento
• Áreas com diferentes níveis • Presença humana baixa a
• Caça
• Elevada intervenção antrópica de intervenções antrópicas média
• Recuperação de áreas
com processos erosivos
• Fácil acesso
• Treinamento em
• Existência de infra-estruturas
conservação da
• Compactação de solo
manejo
40
ZONA DE USO CONFLITANTE

MEIO
• Fiscalização e
monitoramento
• Uso diverso dos
objetivos de manejo da
• Pesquisa
• Vegetação em estado de UC – estrada de acesso
regeneração nas APPs ao morro, com cabo de
fibra ótica
• Presença de processos • Sem presença humana
• Manutenção da estrada
• Ambiente antropizado erosivos nos taludes da permanente, porém com • Gasoduto e linha de
com utilização de técnicas
estrada tráfego (moderado a alto) de transmissão de
de baixo impacto e baixa
• Existência de empreendimento pessoas nas áreas de energia
movimentação do solo
e/ou atividade conflitantes com • Tráfego de animais empreendimento
objetivos de manejo da UC domésticos e criações • Torres e antenas no
• Recuperação de processos
• Assentados no morro Araçoiaba
erosivos
• Fácil acesso • Produção agrícola Assentamento Ipanema 1
• Assentamento rural
• Agricultura sustentável
• Criação de animais
(bovinos) • Criação de aninais de
• Treinamento em
pequeno, médio e
conservação da
grande porte
manejo
41
2.4 Mapeamento das Zonas

A configuração do Zoneamento da FNI é ilustrada na Figura 2.4-3 e a
distribuição geral das zonas e o percentual por elas ocupadas em relação à área total
da Flona de Ipanema podem ser observadas no Quadro 2.4-1 e na Figura 2.4-2. Para
cada uma das zonas delimitadas são apresentados: definição, objetivos, características,
normas e localização e limites. Os memoriais descritivos para cada zona encontra-se
no Anexo 2.
Quadro 2.4-1: Distribuição do percentual das zonas em relação à área total da FNI.
ZONEAMENTO FNI Área (ha) %

ZONA PRIMITIVA 1.636,90 32,29
ZONA DE USO CONFLITANTE 1.248,38 24,62
ZONA DE PRESERVAÇÃO 1.223,73 24,14
ZONA DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL 533,10 10,52
ZONA DE RECUPERAÇÃO 369,19 7,28
ZONA DE USO INTENSIVO 39,60 0,78
ZONA DE USO ESPECIAL 18,83 0,37
Total 5.069,73 100
Figura 2.4-2: Percentagem de ocupação por cada zona da Flona de Ipanema.
42
Figura 2.4-3: Mapa síntese do zoneamento da Floresta Nacional de Ipanema.
43
2.4.1 ZONA DE PRESERVAÇÃO (ZP)

a) Definição legal
É aquela onde a primitividade da natureza permanece a mais preservada
possível e não se toleram quaisquer alterações humanas, representando o mais alto
grau de preservação. Funciona como matriz de repovoamento de outras zonas onde já
são permitidas atividades humanas regulamentadas. Essa zona é dedicada à proteção
integral de ecossistemas, dos recursos genéticos e ao monitoramento ambiental
(ICMBio, 2009).
b) Objetivos da Zona de Preservação

Objetivo Geral
Seu objetivo é a preservação, garantindo a evolução natural dos ecossistemas
(ICMBio, 2009).
Objetivos Específicos
• Manter o ambiente natural com o mínimo impacto antrópico;
• Restringir o acesso a visitantes e oferecer acesso limitado a pesquisadores;
• Preservar o ambiente natural da Mata Atlântica, representada pela
tipologia Floresta Estacional Semidecidual (matriz vegetacional),
apresentando exemplares de Floresta Ombrófila Densa e Cerrado;
• Proteger a biodiversidade, especialmente das espécies endêmicas, raras,
vulneráveis ou ameaçadas de extinção;
• Promover a conectividade e o fluxo biológico entre os diversos
ecossistemas presentes na UC;
• Possibilitar a coleta de sementes florestais com boa qualidade e
variabilidade genética para recuperação de áreas na Flona de Ipanema.
c) Características
A Zona de Preservação é composta por áreas naturais onde a intervenção
humana tenha sido pequena ou reduzida (Figura 2.4.1-1). Esta zona é composta por
uma única área da UC com uma área de 1.223,73ha, equivalente a 24,14% da FNI,
sendo constituída pelas áreas mais conservadas da Unidade de Conservação,
englobando uma extensa área de Floresta Estacional Semidecidual.
Essa zona ocupa uma posição geográfica singular, caracterizada pelo relevo
acidentado, pela presença de diversas nascentes e cursos d’água e pela dificuldade de
acesso. Atualmente, o local definido como Zona de Preservação representa um dos
poucos redutos florestais do interior paulista, com ambientes distintos que,
certamente, detém a maior biodiversidade regional.
Os processos ecológicos não deverão ser perturbados nesta zona, pois nela
estão reunidos uma rara e excepcional conjunção de fatores bióticos e abióticos
44
condicionadores de uma vegetação rica e altamente diversificada, que caracterizam

uma formação de grande valor genético e conservacionista.
Nessa zona deverão ser disponibilizadas facilidades de pesquisas prioritárias e
serão proibidas as atividades recreativas.
Figura 2.4.1-1: Zona de Preservação.
d) Normas de manejo
• A pesquisa científica e o treinamento institucional serão autorizados em
função de sua relevância, quando for impossível sua realização em outra
zona da UC, e quando não causar alterações significativas nos ecossistemas;
• As atividades de educação ambiental só serão autorizadas em casos
especiais quando não puderem ser realizadas em outra zona da UC,
mediante a apresentação e aprovação de projetos específicos;
• Só será permitido o uso de veículos automotores nas atividades essenciais à
proteção e conservação dessa zona, restringindo-se o tráfego às áreas
limítrofes da Zona;
• A coleta de sementes só será permitida em caráter excepcional a fim de
garantir a variabilidade das espécies da própria UC, e deverão ser utilizados
exclusivamente dentro da Unidade;
45
• Serão permitidas somente as instalação de infraestrutura indispensáveis ao

manejo da zona.
• É proibido:
• o manejo e o aproveitamento econômico dos recursos naturais;
• o tráfego e a presença de animais domésticos (equinos, asininos,
bubalinos, bovinos, ovinos, suínos dentre outros) nessa zona para
evitar risco de degradação ambiental e dispersão de espécies
vegetais exóticas invasoras como gramíneas e forrageiras e
promover compactação de solo;
• a introdução de espécies exóticas da flora ou da fauna,
especialmente animais domésticos;
• a realização de atividades de uso público;
• a deposição de qualquer material estranho a essa Zona.
e) Localização e limites da Zona de Preservação

A ZP está localizada à sudoeste da Flona, faz limite ao norte com a Zona
Primitiva e Zona de Recuperação, à leste com Zona Primitiva, à oeste com
propriedades rurais privadas do município de Capela do Alto e ao sul com
propriedades rurais privadas do município de Araçoiaba da Serra.
46
2.4.2 ZONA PRIMITIVA (ZPR)

É aquela onde tenha ocorrido pequena ou mínima intervenção humana.
Contém espécies da flora e da fauna, monumentos e fenômenos naturais de relevante
interesse científico. Deve possuir características de transição entre a Zona de
Preservação e as Zonas de Manejo (ICMBio, 2009).
b) Objetivos da Zona Primitiva

Objetivo Geral
Preservação do ambiente natural, facilitar as atividades de pesquisa científica e
tecnológica, educação ambiental e permitir formas primitivas de recreação (ICMBio,
2009).
• Conservar o ambiente natural;
• Proteger a biodiversidade, especialmente as espécies endêmicas, raras,
vulneráveis ou com algum grau de ameaça do biomas Mata Atlântica e
Cerrado;
• Proteger os recursos hídricos e edáficos;
• Fomentar as atividades de pesquisa científica;
• Fomentar a identificação de espécies nativas com potencial para uso
múltiplo;
• Promover a conectividade e o fluxo gênico entre os ecossistemas;
• Promover a visitação monitorada, a educação e a interpretação ambiental
em ambientes naturais;
• Promover a implantação de áreas de colheita de sementes (ACS),
possibilitando a coleta de sementes com boa qualidade e variabilidade
genética para produção de mudas a serem usadas na recuperação de áreas
na FNI e na ZA;
• Garantir da sucessão ecológica, permitindo que os ecossistemas atinjam o
clímax;
• Apoiar as atividades de educação ambiental e formas primitivas de
recreação.
c) Características
A Zona Primitiva é constituída por áreas naturais relativamente conservadas,
contendo espécies da flora e da fauna e fenômenos naturais de grande valor científico
(Figura 2.4.2-1). Possui características de transição entre a Zona de Preservação e as
outras Zonas, apresentando uma área de 1.636,90ha, equivalente a 32,29% da FNI.
47
Representa um mosaico ambiental e sucessional, formado por áreas com

características fitofisionômicas e edáficas distintas, abarcando um gradiente altitudinal
desde o sopé até o topo do Morro Araçoiaba, com áreas mais densas e outras mais
abertas, regiões com árvores de grande porte e com árvores de menor porte,
conseqüência de queimadas, corte para atividades agrícolas, extrativismo mineral ou
pela retirada seletiva de madeiras mais nobres. Também engloba regiões restritas, em
geral com afloramentos rochosos, que exibem vegetação com características
particulares.
Essa zona foi definida com base no diagnóstico ambiental, compreendendo
áreas de todos os ecossistemas encontrados na FNI, que servirão principalmente para
pesquisa, educação ambiental e formas primitivas de recreação. Outro fator
importante levado em consideração na definição dessa zona foi a formação de
corredores ecológicos junto às drenagens naturais, conectando a porção Norte da
Unidade de Conservação à Zona de Preservação, visando mitigar os efeitos deletérios
da fragmentação de habitats, além de contribuir para conservação dos recursos
hídricos e de ambientes de várzea.
Figura 2.4.2-1: Zona Primitiva.
48
d) Normas de manejo
• São permitidas as atividades de: pesquisa científica, monitoramento
ambiental, proteção e fiscalização ambiental, formas primitivas de
recreação, restauração ambiental das áreas de preservação permanente,
colheita de sementes e propágulos para a produção de mudas para
pesquisa científica e recuperação de áreas da Florestais e conservação
genética das espécies;
• As atividades de uso público deverão respeitar regras de manejo de fauna e
flora, observando por exemplo: locais de nidificação de espécies
ameaçadas, períodos reprodutivos e áreas de vida;
• É permitido na represa Hedberg atividades de banho e esportes aquáticos
com equipamentos esportivos e embarcações não motorizados;
• As atividades permitidas não poderão comprometer a integridade dos
recursos naturais.
• Não será permitida interferência, salvo em casos de existência de espécies
exóticas invasoras, ou quando tecnicamente comprovada, a necessidade de
controle, erradicação e restauração de forma pontual.
• É proibido:
• o aproveitamento econômico dos recursos florestais madeireiros e

não madeireiros;
• Não serão permitidas quaisquer instalações de infraestrutura,
exceto aquelas indispensáveis ao manejo da zona e uso público;
• o tráfego e a presença de animais domésticos;
• a introdução de espécies exóticas da flora e fauna;
• a deposição de qualquer material estranho a essa Zona.
e) Localização e limites da Zona Primitiva

A ZPR compreende três porções fragmentadas pela intersecção das demais
zonas, e são aqui apresentadas como Zona Primitiva 1, 2 e 3.
A ZPR-1 está localizada na região central da Flona, faz limite ao norte com a
Zona de Uso Conflitante, à leste com propriedades rurais privadas do município de
Iperó e Zona de Uso Intensivo, ao sul com as Zonas Primitiva e de Conservação, e à
oeste com propriedades rurais privadas do município de Capela do Alto.
A ZPR-2 está localizada na região centro-sul da Flona, faz limite ao norte e a
leste com a Zonas de Uso Conflitante, contornando um grupamento de diferentes
Zonas (Uso Público, Uso Especial e de Recuperação), ao sul com propriedades rurais
privadas do município de Araçoiaba da Serra, e a oeste a Zona de Preservação.
49
A ZPR-3 está localizada na região leste da Flona, faz limite ao norte com
propriedades rurais privadas do município de Iperó e Zona de Uso Intensivo, a leste
com com propriedades rurais privadas do município de Iperó, ao sul com Zona de
Manejo, e a oeste a Zona de Uso Conflitante.
2.4.3 ZONA DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL (ZMFS)

É aquela que compreende as áreas de floresta nativa ou plantada, com
potencial econômico para o manejo sustentável dos recursos florestais (ICMBio, 2009).
b) Objetivos da Zona de Manejo Florestal Sustentável

Objetivos Gerais
O uso múltiplo sustentável dos recursos florestais, geração de tecnologia e de
modelos de manejo florestal. Também são permitidas atividades de pesquisa,
educação ambiental, visitação e interpretação ambiental e recuperação de áreas
(ICMBio, 2009).
Promover:
• manejo múltiplo sustentável dos recursos florestais madeireiros e não-
madeireiros e faunísticos;
• a pesquisa científica e experimentação florestal;
• a geração de recursos pela comercialização de produtos;
• a geração de tecnologias para o uso sustentável dos recursos florestais e
faunísticos;
• a colheita de sementes florestais para produção de mudas na UC;
• o monitoramento e fiscalização ambiental;
• atividades de sensibilização ambiental em contato com a natureza, bem
como a educação ambiental, valorizando a conservação das espécies
nativas e o manejo florestal sustentável, especialmente para os produtos
não madeireiros.
Implantar:
• novos povoamentos florestais (reflorestamentos);
• modelos alternativos de produção florestal, incluindo a implantação de
áreas de produção de sementes (APS) e pomares de sementes (PS);
• banco ex-situ e in-situ de germoplasma;
c) Características da Zona de Manejo Florestal Sustentável

A Zona de Manejo Florestal Sustentável Sustentável da Floresta Nacional de
Ipanema (Figura 2.4.3-1) compreende as áreas de floresta plantada com eucaliptos,
50
com potencial econômico para o manejo sustentável de produtos madeireiros, áreas

degradadas com aptidão para o cultivo de reflorestamentos, áreas de vegetação nativa
em processo de regeneração, a represa de Hedberg, onde existem espécies de peixes
nativas e exóticas, com potencial econômico para o manejo, e áreas
consideravelmente alteradas pelo homem, com potencial econômico para o manejo de
sistemas de produção que utilizem componentes arbóreos. Ocupa uma área de
533,10ha, equivalente a 10,52% da área total da FNI, e é constituída pelas áreas com
maior aptidão para a produção e manejo florestal.
Figura 2.4.3-1: Zona de Manejo Florestal Sustentável.
d) Normas de manejo
• É permitida e incentivada a realização de pesquisas sobre o uso múltiplo
florestal sustentável de espécies nativas, como:
• atividades de colheita de sementes para os diversos usos, inclusive à
comercialização, que deverá estar de acordo com a legislação
vigente;
• atividades de manejo que levem ao aumento ou redução da
cobertura vegetal da Unidade, com interesse econômico ou
51
ecológico, desde que devidamente previsto e aprovado no projeto

de manejo florestal para a zona;
• atividades de uso público e educação ambiental desde que as áreas
não estejam sob manejo;
• a instalação de infraestruturas indispensáveis às atividades de
colheita, exploração e processamento primário da madeira, tais
como estradas, ramais de arraste, pátios de estocagem, pátio de
desdobro primário, etc, desde que devidamente previstos e
aprovados no projeto de manejo florestal da área;
• a instalação de equipamentos simples para interpretação dos
recursos naturais;
• enriquecimento florestal das áreas, com espécies nativas;
• Todas as atividades a serem desenvolvidas no manejo florestal e faunístico
deverão obedecer aos instrumentos técnicos e legais existentes e estarem
previstas no projeto de manejo florestal e de manejo da fauna, previamente
aprovados;
• Deverão ser adotadas práticas conservacionistas e de correção da
fertilidade dos solos, visando à proteção dos recursos edáficos e hídricos e o
aumento da produtividade dos sítios;
• É proibida a deposição de qualquer tipo de resíduo;
• Toda exploração florestal deverá indicar o sistema silvicultural pós corte
para os plantios florestais existentes;
e) Localização e limites da Zona de Manejo Florestal Sustentável

Sustentável
A ZMFS compreende quatro porções localizadas na porção sudeste da Flona,
fragmentadas pela intersecção da Zona de Uso Conflitante, e são aqui apresentadas
como Zona de Manejo Florestal Sustentável Sustentável 1, 2, 3 e 4.
A ZMFS-1 faz limite ao norte com a intersecção da Zona Primitiva com a Zona
de Uso Conflitante, à leste com a Zona de Uso Conflitante, ao sul com a Zona de Uso
Conflitante e com propriedades rurais privadas do município de Araçoiaba da Serra, e a
oeste com Zona Primitiva.
A ZMFS-2 faz limite ao norte com propriedades rurais privadas do município de
Iperó, à leste com a Zona de Uso Conflitante, ao sul com a Zona de Uso Conflitante e
Zona de Recuperação, e à oeste com a Zona de Uso Conflitante.
A ZMFS-3 faz limite ao norte a Zona de Uso Conflitante, à leste com
propriedades rurais privadas do município de Iperó, ao sul com a Zona de
Recuperação, e à oeste com as Zonas de Uso Conflitante e de Recuperação.
52
A ZMFS-4 faz limite ao norte a Zona de Uso Conflitante, à leste com a Zona de
Recuperação, ao sul com propriedades rurais privadas do município de Araçoiaba da
Serra, e à oeste com a Zona de Uso Conflitante.
2.4.4 ZONA DE RECUPERAÇÃO (ZR)

É aquela que contém áreas consideravelmente antropizadas. Deve ser
considerada como uma zona provisória, que, uma vez recuperada (restaurada), será
incorporada novamente a uma das zonas permanentes. As espécies exóticas plantadas
deverão ser removidas e a restauração deverá ser natural ou por plantios, ou sistema
misto (ICMBio, 2009).
b) Objetivos da Zona de Recuperação

Objetivo Geral
Garantir o processo de recuperação do ambiente submetido à exploração
mineraria e às atividades agrícolas. Pode ser promovida a recuperação ou restauração
da área, conforme o caso. Nesta zona, o monitoramento ambiental deve ser
priorizado. Para facilitar a recuperação da área, pode ser autorizada a implementação
de projetos de fauna nativa (ICMBio, 2009).
• Deter a degradação dos recursos naturais;
• Promover a conectividade entre fragmentos florestais nativos;
• Recuperar áreas de preservação permanente, incluindo a retirada de
espécies exóticas, e aquelas com processos erosivos e degradadas pela
mineração;
• Promover e estimular a regeneração natural de áreas anteriormente
utilizadas para pastagens e agricultura, visando o restabelecimento da
vegetação nativa;
• Desenvolver modelos de recuperação de áreas alteradas, incluindo a
implantação de modelos produtivos, considerando atividades de
interpretação e educação ambiental;
• Fomentar a colheita de sementes;
• Implantar áreas de colheita de sementes e áreas de produção de sementes,
e banco ex-situ de germoplasma;
• Proporcionar oportunidades para realização de pesquisas científicas
comparativas e de monitoramento;
• As atividades de uso público deverão estar restritas às de cunho educativo;
• Promover a adequação ambiental da área.
53
c) Características da Zona de Recuperação

Essa zona contempla áreas com diferentes níveis de intervenção antrópica,
sendo uma zona provisória que, depois de recuperada, deverá ser incorporada a uma
ou mais zonas permanentes (Figura 2.4.4-1). Apresenta uma área de 369,19ha,
equivalente a 7,28% da FNI. Principais características:
• Áreas de Preservação Permanente – APP, desprovidas de cobertura florestal
ou ocupadas com espécies exóticas;
• Áreas exploradas pela mineração de calcário;
• Áreas degradadas por diferentes usos do solo.
Figura 2.4.4-1: Zona de Recuperação.
d) Normas de manejo
• São permitidas as atividades de: pesquisa, monitoramento ambiental e
proteção e treinamento em conservação da sociobiodiversidade,
observando as restrições e normas de manejo;
• Deverá ser incentivada a meliponicultura nesta Zona, visando a melhoria no
fluxo gênico entre as espécies arbóreas, através da polinização;
54
• As áreas a serem recuperadas deverão ser objetos de estudo e

monitoramento ambiental, a fim de gerar conhecimento sobre as técnicas
de recuperação;
• As áreas a serem recuperadas ou em processo de recuperação, oriundas de
processos minerários deverão seguir o que estabelece a metodologia de
descomissionamento de mina e no que preconiza o licenciamento para
estas áreas;
• As atividades de visitação deverão estar restritas às de cunho educativo, e
somente poderão ser realizadas acompanhadas por servidor do ICMBio ou
por condutores credenciados;
• É proibido:
• a deposição de qualquer material estranho, contaminado, a esta
Zona;
• a instalação de qualquer infraestrutura que cause alterações e
impactos ambientais;
• o uso de áreas da Zona por atividades que comprometam ou
retardem o processo de restauração ambiental.
e) localização e limites da ZR
A ZR compreende sete porções, fragmentadas pela intersecção de diferentes
zonas, e são aqui apresentadas como ZR-1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
A ZR-1 está localizada na porção cento oeste da Flona, faz limite ao norte e
leste com a Zona Primitiva, ao sul e a oeste com a Zona de Preservação.
A ZR-2 está localizada na porção centro-leste da Flona, faz limite ao norte, sul e
oeste com a Zona Primitiva, e à leste com a Zona de Uso Especial.
A ZR-3 está localizada na porção centro-leste da Flona, faz limite ao norte com
as Zonas de Uso Especial e Primitiva, e à leste sul e oeste com a Zona Primitiva.
A ZR-4 está localizada na porção centro-leste da Flona, faz limite ao norte com
as Zonas de Uso Público e Primitiva, à leste com a Zona Primitiva, ao sul com a Zona de
Uso Intensivo, e à oeste com a Zona Primitiva.
A ZR-5 está localizada na porção sudeste da Flona, faz limite ao norte e leste
com a Zona de Uso Conflitante, ao sul com propriedades rurais privadas do município
de Araçoiaba da Serra, e à oeste com a Zona de Manejo.
A ZR-6 está localizada na porção sudeste da Flona, faz limite ao norte e oeste
com a Zona de Manejo, e à leste e sul com a Zona de Uso Conflitante.
A ZR-7 está localizada na porção sudeste da Flona, faz limite ao norte com a
Zona de Manejo, à leste com propriedades rurais privadas do município de Iperó, ao
sul com propriedades rurais privadas do município de Araçoiaba da Serra, e à oeste
com a Zona de Uso Conflitante.
55
2.4.5 ZONA DE USO INTENSIVO (ZUI)

É aquela constituída por áreas naturais ou alteradas pelo homem, onde o
ambiente deverá ser mantido o mais próximo possível do natural e deve conter: centro
de visitantes, museus e demais estruturas facilitadoras para as atividades de uso
público e serviços (ICMBio, 2009).
b) Objetivos da Zona de Uso Intensivo

Objetivo Geral
Propiciar à população em geral recreação, lazer e sensibilização ambiental em
harmonia com o ambiente, observando-se a capacidade de suporte da Unidade.
• Recepcionar e fornecer aos visitantes todas as informações sobre a
importância da Flona e as diretrizes de comportamento e possibilidades de
recreação, interpretação e educação ambiental;
• Proteger, pesquisar e interpretar as manifestações histórico-culturais da FNI
e proporcionar oportunidades de educação para estudantes e visitantes;
• Criar oportunidades e facilitar a recreação educativa e a educação
ambiental proporcionando ao visitante infraestrutura necessária para
interpretação ambiental.
• Concentrar:
• prédios administrativos, imóveis funcionais e outras estruturas
necessárias ao funcionamento e atendimento ao visitante da UC;
• instalações da infraestrutura de apoio à visitação (Centro de
Visitantes, lanchonete, restaurante, estacionamento, loja de
lembranças e souvenires, sala de condutores de visitantes, auditório,
atendimento ambulatorial, guarita, pórtico);
• a permanência dos visitantes de forma a minimizar os impactos
sobre as zonas mais restritivas.
c) Características
A Zona de Uso Intensivo é constituída por áreas naturais ou alteradas pelo
homem (Figura 2.4.5-1). É constituída por três diferentes áreas. Está dotada de
infraestrutura para o desenvolvimento de atividades de recreação e educação
ambiental, além de locais onde podem ser observados manifestações históricas e
culturais, que deverão ser preservadas, estudadas, restauradas e interpretadas para o
público, servindo à pesquisa e educação.
Com uma área de 39,60ha, equivalente a 0,78% da Floresta Nacional de
Ipanema, está localizada na porção urbanizada da UC, denominada Vila São João de
56
Ipanema, sendo ocupada por uma área estruturada com edificações, espaço de lazer
às margens do Lago da Represa de Hedberg e monumentos da história da siderurgia no
Brasil, tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.
Essa zona visa assegurar o desenvolvimento de pesquisa e estudos voltados a
interpretar para o público os fenômenos histórico-culturais ocorridos no contexto
regional, envolvendo a busca de ouro e pedras preciosas, a exploração de ferro, a
criação da Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema e a trajetória da Fazenda
Ipanema sob controle do Ministério do Exército, Agricultura e do Meio Ambiente, além
de contar com uma infraestrutura (restaurante, lanchonete, quiosques, parque
infantil) para recepção de visitantes, informações e recreação educativa.
O contato desta Zona com a Zona de Uso Especial facilita o desenvolvimento do
Programa de Uso Público, concentrando nesta região as atividades de recreação,
educação ambiental e capacitação da comunidade.
Figura 2.4.5-1: Zona de Uso Intensivo.
d) Normas de manejo
• Todo visitante, para ter acesso à UC deverá, obrigatoriamente, passar pelo
Centro de Visitantes, a fim de receber as informações necessárias sobre a
Flona e orientações sobre os locais de interesse;
57
• A elaboração e implementação de projeto urbanístico e paisagístico da UC

de forma a harmonizar e padronizar as infra-estruturas existentes com as
suas potencialidades florestais, turísticas e de conservação da
biodiversidade deve ser priorizada, seguindo os princípios da bioconstrução,
priorizando o enfoque natural;
• A recuperação ambiental de áreas alteradas deverá ser adotada
continuamente com práticas de conservação do solo e recuperação de
processos erosivos nas áreas com concentração das infraestruturas, bem
como nas vias de acesso;
• Os veículos dos visitantes deverão se concentrar nas áreas destinadas ao
estacionamento, ficando proibido o trânsito nas vias internas da UC;
• As trilhas e as áreas destinadas à permanência de visitantes deverão ser
devidamente sinalizadas, com a instalação de sinalização educativa,
interpretativa e /ou indicativa;
• É proibido:
o uso de buzinas e aparelhos sonoros coletivos ou individuais, em
volume que perturbe o ambiente da FNI e seus visitantes
o trânsito de materiais que possam causar impactos negativos aos
recursos naturais da FNI como agrotóxicos, efluentes líquidos,
excrementos, sementes de espécies invasoras, dentre outros;
o uso de agrotóxicos no tratamento paisagístico;
depredar, derrubar e desgalhar as espécies arbóreas mantidas nessa
zona, exceto onde for necessária poda e manutenção de áreas verdes e
ao longo de linhas de distribuição;
pichar e fazer uso das edificações, que possam comprometer a
integridade física dos mesmos;
qualquer intervenção nas edificações tombadas pelo IPHAN sem a
devida autorização;
a permanência de animais domésticos na referida Zona, com exceção de
cão-guia, ou quando autorizado pela Chefia da Unidade.
e) localização e limites da ZUI

A ZUI compreende quatro porções, fragmentadas pela intersecção de
diferentes zonas, e são aqui apresentadas como ZUI-1, 2, 3 e 4.
A ZUI-1 está localizada na porção leste da Flona, faz limite ao norte com a Zona
Primitiva, a leste com propriedades rurais privadas do município de Iperó, ao sul com a
Zona de Uso Conflitante, e a oeste com a Zona de Uso Especial.
58
de Uso Conflitante, a leste com propriedades rurais privadas do município de Iperó, ao
sul com a Zona Primitiva, e a oeste com a Zona de Uso Especial.
A ZUI-3 está localizada na porção leste da Flona, faz limite ao norte e leste com
propriedades rurais privadas do município de Iperó, ao sul com a Zona Primitiva, e a
oeste com a Zona de Uso Conflitante.
de Recuperação, a leste com as Zonas de Recuperação e Primitiva, ao sul com as Zonas
Primitivas e de Uso Especial, e a oeste com a Zona Primitiva.
59
2.4.6 ZONA DE USO CONFLITANTE (ZUC)

Constitui-se em espaços localizados dentro de uma Unidade de Conservação,
cujos usos e finalidades, estabelecidos antes da criação da Unidade, conflitam com os
objetivos de conservação da Floresta Nacional. São áreas ocupadas por atividades
como: agropecuária, mineração e garimpo, bem como empreendimentos de utilidade
pública (gasodutos, oleodutos, linhas de transmissão, antenas, captação de água,
barragens, estradas, cabos óticos, entre outros) (ICMBio, 2009).
b) Objetivos da Zona de Uso Conflitante

Objetivo Geral
O objetivo de manejo é contemporizar a situação existente e estabelecer
procedimentos que minimizem os impactos sobre a Unidade de Conservação (ICMBio,
2009).
• Assegurar a minimização dos impactos negativos causados pela presença de
instalações, infraestruturas e atividades existentes na UC;
• Buscar alternativas locacionais para as atividades e estruturas passíveis de
retirada (telecomunicações);
• Compatibilizar a presença do gasoduto Bolívia Brasil e da linha de
transmissão de energia de alta tensão, que atravessam a UC, estabelecendo
condicionantes para minimizar os impactos causados à Floresta Nacional;
• Compatibilizar a existência do Assentamento Ipanema 1 existente dentro da
Flona.
c) Características da Zona de Uso Conflitante

Essa zona apresenta uma área de 1.248,38ha, equivalente a 24,62% da FNI, e é
representada pelas torres e antenas de telecomunicações e retransmissão instaladas
no ponto mais alto do morro Araçoiaba, linha de transmissão de energia de alta tensão
e o gasoduto Bolívia Brasil, que atravessam mais de 3.000m da UC, o Assentamento
Rural, localizado na porção norte e a invasão na parte sudoeste da Flona.
Constitui-se em espaços localizados dentro da Unidade de Conservação, cujos
usos e finalidades, estabelecidos antes da criação da Unidade, conflitam com os
objetivos de conservação da Floresta Nacional de Ipanema (Figura 2.4.6-1). Esta zona
visa assegurar que as atividades conflitantes gerem o mínimo de impacto sobre a
Unidade de Conservação.
60
Figura 2.4.6-1: Zona de Uso Conflitante.
d) Normas de manejo da ZUC

• Os serviços de manutenção dos empreendimentos deverão ser sempre
programados, autorizados pela administração da UC e, preferencialmente,
monitorados por servidores da UC;
• É proibida ocupação desta zona para outros fins que não sejam os da
utilidade pública já existente, como: áreas das torres e antenas de
telecomunicações e retransmissão, linha de transmissão de energia de alta
tensão e o gasoduto Bolívia Brasil, e assentamento rural;
• Em caso de acidente nas estradas a Unidade deverá ser comunicada
imediatamente a chefia da UC;
• Os riscos representados por estes empreendimentos deverão ser definidos
caso a caso, e deverão subsidiar a adoção de ações preventivas, punitivas e,
quando for o caso, mitigadoras e compensatórias;
• Os empreendedores deverão elaborar e implementar projetos que visem
minimizar os impactos negativos do empreendimento;
• Os integrantes do Assentamento Ipanema 1, deverão implementar
programas de boas práticas agropecuárias, incluindo manejo agroecológico,
uso de sistemas agroflorestais e a produção de alimentos orgânicos;
61
e) Localização e limites da ZUC

A ZUC está subdividida em cinco porções, sobrepondo e fragmentando
diferentes zonas, e são aqui apresentadas como ZUC-1_Assentamento, 2_ Estrada de
acesso às torres de telecomunicações e cabo de fibra óptica, 3_ Gasoduto Bolívia /
Brasil e Linha de transmissão de energia de alta tensão (CPFL) e 4_Invasão.
A ZUC-1 - Assentamento, faz limite ao norte e oeste com propriedades rurais
privadas do município de Iperó, à leste com o Centro Experimental Aramar e com
propriedades rurais privadas do município de Iperó, e ao sul a Zona Primitiva.
A ZUC-2 - Estrada de acesso às torres de telecomunicações e cabo de fibra
óptica, faz limite ao norte com a Zona Primitiva, à leste com a Zona de Uso Intensivo,
ao sul com as Zonas de Uso Público, Uso Especial e Primitiva, e à oeste com a Zona de
Preservação.
A ZUC-3 - Gasoduto Bolívia / Brasil, faz limite norte e oeste com a Zona de
Manejo, à leste e sul com as Zonas de Manejo e de Recuperação, esta cruza com a
linha de transmissão de energia de alta tensão (CPFL), faz limite ao norte e oeste com
as Zonas de Manejo e Primitiva, à leste com as Zonas de Manejo, de Recuperação e
ZUC-2, e ao sul com as Zonas de Manejo e Recuperação.
A ZUC-4 - Invasão, faz limite ao norte e leste com propriedades rurais privadas
do município de Iperó, a sul e oeste com a Zona de Manejo.
62
2.4.7 ZONA DE USO ESPECIAL (ZUE)

É aquela que contém as áreas necessárias à administração, à manutenção e aos
serviços da Floresta Nacional. Estas áreas serão escolhidas e controladas de modo que
não conflitem com seu caráter natural. Devem localizar-se, sempre que possível, na
periferia da Unidade de Conservação (ICMBio, 2009).
b) Objetivos da Zona de Uso Especial

Objetivo Geral
Minimizar o impacto da implementação das estruturas ou os efeitos das obras
no ambiente natural ou cultural da Unidade (ICMBio, 2009).
• Fornecer serviços de treinamento técnico profissional em estratégias de
conservação;
• Produzir sementes e mudas de espécies florestais.
• Concentrar:
• Prédios administrativos, e outras estruturas necessárias ao
funcionamento da Unidade ACADEBio – Edifício da Administração e
Alojamento/Refeitório;
• Área destinada à Sede Administrativa da Flona e instalações da infra-
estrutura de manutenção e serviços da Unidade – oficinas, viveiro
florestal, área de produção de sementes, e outras atividades
desenvolvidas na FNI;
• Polígono destacado da Zona de Recuperação onde está localizada a
área do atual estande de tiros, a cava inundada Filicíssimo Norte e o
mirante.
c) Características da Zona de Uso Especial

Essa zona apresenta uma área de 18,83ha, equivalente a 0,37% da Floresta
Nacional de Ipanema, quando somadas as Zonas de Uso Especial 1 à 4, e compreende
toda a infra-estrutura de apoio e uso geral destinada a atender as atividades que serão
desenvolvidas na UC (Figura 2.4.7-1).
Está constituída de locais necessários à administração, manutenção e serviços
da UC, abrangendo edifícios de administração, ensino, alojamentos, refeitórios,
oficinas, e outros tipos de atividades, necessárias para atender aos objetivos do Plano
de Manejo da FNI.
A Zona de Uso Especial foi subdividida em Zona Especial 1 onde se encontram o
atual estande de tiros, a cava Felicíssimo Norte e o mirante, a Zona Especial 2 e 3 que
63
corresponde à área utilizada para fins administrativos, e viveiro florestal dentro da FNI,
e a Zona Especial 4, que constitui atualmente as instalações utilizadas pela ACADEBio.
A área do polígono da ZUE 1 passa para responsabilidade do ICMBio sua
recuperação e manutenção, isentando dessa forma o atual concessionário (Lafarge
Holcim S.A.) das responsabilidades da área no processo de descomissionamento.
Figura 2.4.7-1: Zona de Uso Especial.
e) Normas de manejo da ZUE

• É permitido o treinamento em conservação da sociobiodiversidade,
observando as restrições e normas de manejo.
• É proibido:
• o uso agrotóxicos no tratamento paisagístico;
• depredar, derrubar e desgalhar as espécies arbóreas mantidas nessa
zona, exceto onde for necessária poda e manutenção de áreas verdes e
ao longo de linhas de transmissão;
• pichar e fazer uso das edificações, que possa comprometer a
integridade física dos mesmos;
64
e) Localização e limites da ZUE

A ZUE esta subdividida em quatro porções, localizadas na região centro-leste da
Flona, sobrepondo e fragmentando diferentes zonas, e são aqui apresentadas como
ZUE- 1, 2, 3 e 4.
A ZUE-1 encontra-se inserida na Zona de Recuperação 1 (ZR1).
A ZUE-2 faz limite ao norte com a Zona Primitiva, à leste com a Zona de Uso
Intensivo, ao sul e a oeste com a Zona de Uso Conflitante.
A ZUE-3 faz limite ao norte com a Zona de Uso Conflitante, à leste com a Zona
de Uso Intensivo, ao sul e a oeste com a Zona Primitiva.
A ZUE-4 faz limite ao norte com a Zona de Uso Intensivo, à leste com a Zona
Primitiva, ao sul e à oeste com a Zona de Recuperação.
65
3. ZONA de AMORTECIMENTO (ZA)

Zona de Amortecimento é definida segundo o Art.2º, inciso XVIII, da Lei
9.985/2000 (SNUC), como sendo o entorno de uma Unidade de Conservação, onde as
atividades humanas estão sujeitas às normas e restrições específicas, com o propósito
de minimizar os impactos negativos sobre a UC.
3.1 Objetivo Geral

Minimizar os impactos negativos que determinados tipos de uso e ocupação do
solo no entorno possam gerar na Floresta Nacional de Ipanema.
3.2 Objetivos Específicos

• Minimizar o impacto de empreendimentos e atividades sobre a Flona;
• Promover a proteção dos espaços utilizados pelas espécies de ocorrência
mais relevantes na UC;
• Proteger parte das bacias hidrográficas que se relacionam com a Flona.
3.3 Definição e delimitação dos limites da ZA

Na Revisão do Plano de Manejo da Floresta Nacional de Ipanema, não ocorreu
a revisão da Zona de Amortecimento.
Em 2003, a definição do perímetro da Zona de Amortecimento da Floresta
Nacional de Ipanema foi realizada tendo-se como base cartográfica a composição
colorida (R3G4B5) de bandas do satélite Landsat 7 ETM +, com resolução de 30 metros.
Considerando um buffer de 10km a partir do limite da Flona de Ipanema, foram
aplicados critérios de inclusão, exclusão e de ajustes, buscando-se sempre que possível
a utilização de marcos geográficos de fácil identificação no campo, conforme
preconizados no roteiro metodológico (Roteiro Metodológico de Planejamento de
Parques Nacionais, Reservas Biológicas (IBAMA, 2002) adotado à época. As áreas e
marcos geográficos que não puderam ser identificados com precisão por meio da
imagem cartográfica foram verificados in loco quando do percorrimento de todo o
perímetro da ZA para a verificação da verdade terrestre.
Os principais critérios de inclusão utilizados foram a existência de rios que
fluem para a unidade de conservação (microbacia do rio Ipanema), áreas de recarga de
aquíferos, fragmentos florestais nativos com interesse para formação de conectividade
biológica (corredores ecológicos) e áreas com ocorrência de espécies de interesse
biológico.
Os principais fatores excludentes utilizados para a configuração da ZA foram os
perímetros urbanos, zonas industriais e áreas de expansão urbana, descritas e
identificadas nos Planos Diretores existentes dos municípios abrangidos pelo
perímetro da ZA (em 2003, apenas o município de Sorocaba possuía um Plano Diretor
66
em processo de discussão e aprovação. Os demais municípios do entorno somente

iniciaram o processo de criação de seus respectivos Planos Diretores a partir do ano de
2005). É importante ressaltar que, não havendo na época os seus respectivos
planejamentos territoriais alguns municípios tiveram praticamente todo o seu
território incluído na ZA. Entretanto, a inclusão de áreas nitidamente urbanas e/ou
industriais no perímetro da ZA não indica que necessariamente as mesmas estariam
sujeitas a todos os procedimentos e normas a serem adotados pela UC para a ZA,
principalmente quanto ao licenciamento ambiental e fiscalização, uma vez que
havendo definição de competências entre os entes federativos (municípios, estados e
União), evitam-se os conflitos de jurisdição.
Quanto aos aspectos considerados para os ajustes do perímetro da ZA da
Floresta Nacional de Ipanema, foram utilizados os divisores das microbacias
(cumeeiras), estradas de rodagem, marcos, linha férrea e cursos d’água facilmente
identificados e georreferenciados.
Considerando os critérios de inclusão, exclusão e ajustes, o perímetro da ZA da
Floresta Nacional de Ipanema, conforme pode ser verificado na Figura 3.3-1, os limites
da ZA aprovado pela Portaria IBAMA nº 15/2003 não foram alterados, apenas melhor
detalhados, com base no uso de imagens orbitais de melhor resolução das utilizadas
em 2003 e de tecnologias empregadas no geoprocessamento. A ZA engloba as
cabeceiras do rio Ipanema (direção Sul), abrangendo todas as nascentes e cursos
d’água formadores da microbacia do referido rio que flui em direção à Unidade de
Conservação, cortando-a em uma extensão de aproximadamente 8,5km, formando no
interior da UC, por represamento, a barragem de Hedberg (datada de 1811, tombada
pelo IPHAN e reconhecida como a mais antiga barragem construída com a finalidade
de geração de energia hidráulica no Brasil), além de contribuir para a existência de
dezenas de ambientes alagados de grande importância para a manutenção da
biodiversidade local e regional. Em direção ao norte, o limite da ZA se faz pela rodovia
Castelo Branco (SP 280), abrangendo a foz e toda a microbacia do ribeirão do Ferro,
esta considerada uma das principais originadas no interior da Floresta Nacional de
Ipanema. Já em direção Leste, o perímetro da ZA apresenta-se limitado principalmente
pelas manchas urbanas dos municípios de Sorocaba e Votorantim. Por fim, em direção
Oeste da Unidade de Conservação, a ZA abrange todo o Morro Araçoiaba (definido a
partir da cota 550 metros) limitando-se a 200 metros após a margem esquerda do rio
Sarapuí, englobando assim, em uma extensão de aproximadamente 60 km até sua foz
junto ao rio Sorocaba, dezenas de ambientes aquáticos, como lagoas marginais e áreas
inundáveis, bem como faixas e fragmentos florestais (matas ciliares), que formam um
dos principais corredores ecológicos com conexão com a UC, sendo este de grande
importância para a manutenção da biodiversidade regional.
67
Figura 3.3-1: Zona de Amortecimento da Floresta Nacional de Ipanema.
68
3.4 Normas Gerais da Zona de Amortecimento

As normas para a Zona de Amortecimento seguem o que é preconizado na Lei
n° 9.985/2000, em seus Artigos 25 e 27, bem como no Decreto n° 4.340/2002 que
regulamenta a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação e visam disciplinar
as atividades humanas ocorrentes nesta área, de modo a minimizar os impactos
negativos sobre a Unidade.
As principais atividades impactantes e potencialmente poluidoras,
normatizadas conforme legislações vigente, identificadas e aplicadas atualmente na ZA
da FNI, continuarão sendo analisadas, avaliadas e monitoradas, a fim de diminuir os
impactos sobre a UC.
69
4. NORMAS GERAIS DE MANEJO DA FLORESTA NACIONAL DE

IPANEMA
As normas gerais são procedimentos que devem ser adotados na área interna
da Floresta Nacional de Ipanema e visam estabelecer orientação institucional para as
ações e diretrizes necessárias ao manejo e a gestão da Unidade.
As normas gerais, para a UC como um todo, e para cada zona e área definida no
PM, deve prever condutas e atividades que podem ser incentivadas, proibidas,
restringidas ou sugeridas, de observância obrigatória a todos que pretendam ingressar
na FNI, com objetivos comerciais, de pesquisa científica, visitação e lazer, e/ou utilizar
seus recursos naturais. Trata-se de princípios ou preceitos que estabelecem,
regulamentam e esclarecem as atividades a serem desenvolvidas na Unidade de
Conservação.
I – Normas de Conformidade Legal

a) As atividades a serem desenvolvidas dentro da FNI deverão respeitar as
normas legais em vigor, que sejam aplicáveis, especialmente as que se referem às
disposições ambientais.
II – Administração
a) É obrigatória:
• a identificação de estagiários, concessionários, prestadores de serviço e
pesquisadores enquanto estiverem atuando na UC;
• a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), conforme
legislação específica, de acordo com a atividade desenvolvida.
b) O horário:
• das atividades de visitação e uso público serão definidos em regimento
interno da unidade de conservação, podendo a administração fechar a
visita em dias pré-determinados;
• de funcionamento da UC e das atividades propostas neste plano de manejo
deverão ser publicitados;
d) É proibido:
• a introdução, disseminação, soltura e criação de espécies da flora e da
fauna não autóctones (espécies exóticas), sem que essa atividade esteja
vinculada a um projeto específico aprovado por sua administração;
• aos visitantes, a entrada na unidade portando armas, facões, armadilhas de
caça e pesca, tinta spray e outros produtos incompatíveis com as condutas
em UCs ou que possam ser prejudiciais à flora e à fauna, exceto quando
devidamente autorizado para uso nas atividades de manejo, pesquisa,
educação ambiental, manutenção e proteção da unidade;
70
• fazer uso do fogo no interior da FNI, exceto nos casos necessários à

proteção da UC (p. ex., no caso de contrafogo ou cursos de brigada);
• o uso de agrotóxicos, mesmo que para o combate de insetos e espécies
exóticas sem a autorização da administração da UC;
• o uso de explosivos e materiais pirotécnicos no interior da UC, a exceção
dos utilizados em atividades de treinamento;
• retirar do local, mover ou danificar qualquer objeto, peça, construção e
vestígio do patrimônio natural, cultural, histórico e arqueológico da FNI sem
autorização da administração, IPHAN ou outro órgão quando couber;
• a instalação de comércio, exceto os previstos nos projetos de uso público;
• atividades de mineração;
• a realização de eventos, que excedam capacidade de suporte no interior da
FNI;
• venda de bebida alcoólica, a exceção das áreas concessionadas e consumo
na Casa de Vivência e áreas autorizadas pela chefia da UC;
• a montagem e uso de equipamentos auxiliares (churrasqueiras portáteis,
fogareiro entre outros nos acampamentos) para preparo de refeições;
e) A cobrança de ingressos, locação de espaços, bem como a venda de
produtos, deverá obedecer à legislação vigente;
f) As atividades de visitação deverão ser cobradas de acordo com a
Portaria MMA nº 366 (07/10/2009) cujos valores são regulamentados por Portaria do
ICMBio específica nº 91 (29/09/2016) e legislação vigente;
g) O uso de imagens da FNI deverá ser devidamente autorizado pelo
ICMBio, de acordo com legislação vigente;
l) O controle de pragas na FNI deverá ser realizado com o uso de produtos
específicos e de baixo poder residual, acompanhados do devido receituário, sempre
adotando técnicas que minimizem a dispersão dos produtos para outras áreas da UC;
m) O controle de vetores de doenças, no ambiente e nas edificações,
deverá ser realizado somente por pessoal oficialmente autorizado, com o
conhecimento da administração;
p) Todos os prestadores de serviço da área de uso público (condutores de
visitantes, condutores de arborismo, etc) deverão ser cadastrados na FNI de acordo
com a Portaria n°02, de 23/03/2012, ou legislação mais atual;
III - Acesso e deslocamento

a) A implantação de estruturas de apoio nas vias de circulação, tais como:
pontes, cercas e drenagens, não poderão obstruir corpos hídricos e o trânsito de
animais silvestres;
71
b) A utilização eventual de veículo automotor na UC, em áreas não

previstas, será permitida quando devidamente justificada, por exemplo, para
fiscalização, controle de incêndio, transporte de equipamentos, coleta de sementes e
atendimentos emergenciais;
c) A velocidade máxima permitida para trânsito de veículos dentro da FNI
é de 40 km/h, salvo em situação de emergências ambientais e para salvaguarda da
vida;
d) É proibida a prática de atividades esportivas com veículos automotores
em toda a FNI;
e) O acesso de usuários com veículos à FNI fica condicionado à prévia
autorização da administração da UC, devendo o interessado portar documento de
identificação. Veículos não autorizados e sem a devida identificação não poderão
entrar na Flona;
f) A circulação fora das Zonas de Uso Intensivo de Uso Especial e de Uso
Conflitante somente é permitida aos servidores e demais pessoas em atividades de
proteção, manejo, monitoramento, pesquisa, manutenção, interpretação e educação
ambiental e treinamento;
g) A atividade de ciclismo só será permitida nas vias abertas à visitação
pública e somente nos locais estabelecidos;
h) O trânsito e o estacionamento de veículos automotores serão
permitidos somente nas áreas estabelecidas e sinalizadas;
IV - Atividades produtivas
a) É proibida a instalação e a fixação de placas, tapumes, avisos, marcações
e qualquer outra forma de comunicação visual que não tenha relação direta com as
atividades de manejo e serviços concessionados da FNI;
b) É proibida a retificação e modificação da profundidade dos corpos
hídricos sem licenciamento ambiental;
c) Nenhum empreendimento poderá obstruir corpos hídricos impedindo o
fluxo normal de águas;
d) Todas as atividades devem ser sinalizadas e demarcadas de acordo com
orientação do PM;
e) A extração de qualquer recurso natural somente será permitida
mediante aprovação de projeto específico pelo ICMBio, atendendo a legislação
vigente;
f) O manejo dos recursos naturais será autorizado de acordo com as
normas, zonas e programas estabelecidos neste Plano de Manejo;
g) A saída de produtos da Flona, provenientes de atividades de manejo,
fica restrita ao horário de expediente normal da Unidade, exceto se devidamente
autorizada pela administração e acompanhada por técnico responsável.
72
V - Imóveis administrativos
a) As edificações deverão ser construídas integradas ao ambiente onde
serão instaladas, seguindo-se as normas de arquitetura ecológica e engenharia
ambientalmente correta;
b) As edificações públicas deverão prever o acesso de pessoas portadoras
de deficiência e mobilidade reduzida;
c) Toda a infraestrutura de hospedagem dentro da FNI será franqueada
aos funcionários do ICMBio durante suas atividades, de acordo com agendamento
prévio;
e) O uso dos imóveis caracterizados como Casa de Hóspedes ou Casa do
Pesquisador deverá ser previamente autorizado pela administração da FNI;
f) A cessão de imóveis para terceiros no interesse da Unidade deverá ser
formalizado por instrumentos específicos previstos em normas do ICMBio.
VI - Resíduos sólidos e líquidos

a) A coleta seletiva de lixo deverá ser implantada na FNI, ficando
condicionada à disponibilidade de destinação ou tratamento final deste material, de
forma total ou parcial. O lixo orgânico poderá ser destinado para compostagem, cujo
composto será utilizado na unidade, na adubação das plantas dos ajardinamentos da
UC e na produção de mudas;
VII - Manejo de recursos históricos e arqueológicos, naturais e pesquisa

científica
c) A descoberta ocasional de artefatos e/ou vestígios arqueológicos dentro
da FNI implicará no isolamento da área do achado, com a suspensão da atividade que
esteja ocorrendo no local. O ocorrido deverá ser comunicado imediatamente à
administração da UC e ao IPHAN, para a condução técnica e legal aplicadas a estes
casos;
g) Os pesquisadores terão acesso à Casa do Pesquisador e às demais infra-
estruturas, bem como aos bens e equipamentos cedidos e apoio de funcionários,
visando única e exclusivamente à realização de atividades necessárias aos projetos de
pesquisa, previamente autorizadas pela chefia da UC.
IX – Treinamento para conservação da sociobiodiversidade

a) É permitido a realização de treinamento para conservação da
sociobiodiversidade, promovidas pelo ICMBio, em todas as zonas da Floresta Nacional
de Ipanema.
73
5. PROGRAMAS DE MANEJO
Os programas de manejo correspondem a processos, por meio dos quais a
estratégia de gestão é implementada. Promovem a estruturação física e organizacional
das instâncias gerenciais, através da definição de papéis na equipe e das atividades a
serem desempenhadas, o que é condição para a materialização dos resultados
desejados.
Práticas próprias da Gestão para Resultados, em especial as do ciclo PDCA
(Plan, Do, Check, Act: Planejar, Implementar, Avaliar e Ajustar), estão incorporadas às
atribuições dos gestores da Flona. A sistematização de informações e a padronização
de procedimentos permeiam todos os programas, e proveem a base necessária para o
aprendizado, adaptação e aperfeiçoamento constantes da gestão (inteligência
institucional).
Com base nos objetivos estratégicos detalhados no Anexo 1 e na orientação do
roteiro para elaboração de planos de manejo (ICMBio, 2009), o planejamento da FNI
está estruturado em programas de manejo que agrupam as atividades afins e visam
propiciar o cumprimento dos objetivos específicos de manejo da UC.
Cada um deles tem abrangência fundamentada no conhecimento e experiência
adquiridos previamente e na atualização do Diagnóstico do Plano de Manejo, realizado
em 2012. Os Programas aqui apresentados contam ainda com as atualizações e
revisões propostas a partir da Oficina de Planejamento Participativo – OPP, realizada
entre 24 a 26 de abril de 2012 e reuniões técnicas da equipe de revisão do Plano de
Manejo.
O Plano de Manejo da FNI contempla seis programas temáticos (Figura 5-1),
contendo objetivos gerais, objetivos específicos, indicadores de desempenho,
diretrizes e as atividades previstas, e seus detalhamentos são apresentados a seguir.
74
Figura 5-1: Programas de manejo e suas atividades.
75
5.1 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO

5.1.1 Objetivos Gerais
Garantir o funcionamento da FNI em relação à: infraestrutura, uso das
edificações e equipamentos; organização e controle dos processos administrativos,
processos financeiros, de comunicação e logística; gestão de pessoas; relações
interinstitucionais, manutenção da integridade dos recursos naturais e patrimoniais,
incluindo a necessidade de ampliação da área da FNI; e apoio às atividades de gestão
da UC.
5.1.2 Objetivos Específicos

• Definir, priorizar e prover condições logísticas para operacionalização dos
demais programas;
• Executar e supervisionar as atividades administrativas e de manutenção de
rotina, disponibilizando veículos e equipamentos necessários;
• Planejar e definir a necessidade e a localização de cada infraestrutura e
equipamentos e acompanhar sua execução e normatizar seus usos, de
acordo com os objetivos do PM da FNI;
• Viabilizar o apoio logístico para execução dos projetos de pesquisa, de
interesse da FNI em conjunto com as demais instituições parceiras;
• Comercializar os produtos e subprodutos gerados pelo manejo da FNI;
• Realizar a manutenção e sanar processos erosivos das estradas, aceiros e
trilhas internas da FNI;
• Definir padrão de construção e sinalização para a FNI, que seja harmônico e
integrado com a paisagem;
• Incentivar e viabilizar a capacitação da equipe da FNI;
• Revitalizar Sítio Histórico, promovendo a restauração do patrimônio
histórico com parcerias e sua adequação para visitação pública,
contemplando a implantação de infraestruturas voltadas ao bem estar do
visitante;
• Elaborar e operacionalizar as estratégias de implementação do Plano de
Manejo revisado, tais como: terceirização de serviços, estabelecimento de
parcerias, cobrança de serviços, compensação ambiental, comercialização
de produtos e subprodutos gerados pelo manejo da Flona de Ipanema;
• Promover a cooperação interinstitucional;
• Captar recursos para a Flona por meio de cooperação interinstitucional e
parcerias público-privado (PPP);
• Estabelecer ações de comunicação e relações públicas;
76
• Manter em funcionamento e capacitado o Conselho Consultivo da Flona,

buscando fortalecer a gestão participativa;
• Promover a elaboração e implementar projetos de saneamento básico para
a Flona (Vila São João de Ipanema, Sede Flona e demais áreas de
concentração de instalações administrativas);
• Promover a elaboração e implementar projeto de eletrificação subterrânea
na Unidade (Vila São João de Ipanema e Sítio Histórico);
• Elaborar e manter atualizado banco de dados sobre o patrimônio (bens
móveis e imóveis) da Unidade;
• Promover maior integração com a administração da ACADEBio com o
objetivo de dinamização dos processos e viabilizar economia de recursos;
• Promover a divulgação e esclarecimentos sobre as normas da ZA;
• Promover ações junto ao ICMBio para decretação da ZA.
5.1.3 Indicadores de Desempenho

• N° veículos em condições adequadas de uso;
• Nº de processos externos autuados no SEI;
• Nº de manuais de procedimentos elaborados;
• Nº de pesquisas de satisfação dos usuários respondidas;
• Programas implementados;
• Programas do Plano de Manejo avaliados anualmente;
• ZA normatizada;
• ZA decretada;
• Reuniões e oficinas realizadas;
• Sistema PDCA aplicado anualmente;
• Planilha de monitoramento elaborado;
• Nº de painéis informativos internos implementados;
• Site em atividade;
• Nº de publicações impressas e eletrônicas;
• Nº de perfis em redes sociais;
• Sistema de Clipping implantado;
• Palestras e Cursos realizados;
• Nº de servidores participantes de cursos e treinamentos;
• Termos de Compromissos formalizados (TC);
• Planos de Trabalho elaborados (PT);
• Recursos Aplicados;
• Nº de vias de circulação internas, trilhas e aceiros, em condições adequadas
de uso;
77
• Nº de projetos elaborados e implantados voltados à infraestrutura da UC;

• Nº de Termos de Parcerias e Acordos realizados;
• Nº de voluntários ativos na Flona;
• Nº de conflitos mediados;
• Km de cercas construídas e ou recuperadas;
• Nº de marcos e placas instaladas.
5.1.4 Diretrizes
Administração, Infraestrutura, Logística e Qualidade Ambiental: Garantir os
meios e a infraestrutura necessários, para execução das atividades previstas no PM.
Comunicação: Divulgar ao público envolvido e à sociedade em geral as
potencialidades da Flona, programas e atividades desenvolvidas.
Serviços Ambientais: Estabelecer medidas para incentivar o uso de mecanismo
de desenvolvimento limpo (MDL), pagamento de serviços ambientais (REDD, MDL,
arts.47 e 48 do SNUC, etc).
Cooperação Interinstitucional: Captar recursos e viabilizar parcerias por meio
da cooperação interinstitucional e interação com programas de desenvolvimento
regional e outras iniciativas e entidades existentes.
Assuntos fundiários: Retomar as atividades junto a Câmara de Conciliação da
AGU, com a participação de todos os atores envolvidos e elaborar proposta de projeto
de lei com o redesenho da Flona e regularização do assentamento.
Monitoramento, acompanhamento e avaliação do Plano de Manejo:
Acompanhar, monitorar e avaliar a implementação dos programas e projetos.
5.1.5 Atividades, sub atividades e diretrizes

5.1.5.1 Administração, Infraestrutura, Logística e Qualidade Ambiental
• Prover apoio logístico e material para execução dos Programas previstos no
PM da FNI;
• Implantar o Sistema de Informações Geográficas (SIG) na Flona para
compartilhamento de informação em base única, como suporte para o
planejamento e monitoramento contínuo da UC;
• O sistema deverá ser desenvolvido em módulos que atendam as
demandas das pesquisas, monitoramento, manejo, proteção,
administração, uso público e outros;
• Os servidores e funcionários deverão ser capacitados constantemente
para implementar e operar o sistema;
• A linguagem deve atender ao público em geral e ao técnico científico;
• Todos os dados gerados na Flona, na medida do possível, deverão ser
georreferenciados e integrados ao SIG;
78
• O sistema deverá ser compatível com o utilizado pelo ICMBio e de

controle do Serviço Público Federal;
• O sistema deverá armazenar informações, a fim de propiciar a gestão e
monitoramento da Flona, tais como:
• Dados sobre as atividades de manejo florestal (madeireiros e não
madeireiros);
• Cadastro das propriedades do entorno, indústrias,
empreendimentos imobiliários e atividades potencialmente
poluidoras;
• Dados sobre as atividades de uso público na Flona;
• Dados relativos à matrizes florestais georreferenciadas, produção de
sementes e comercialização;
• Dados gerais sobre os projetos de pesquisa em andamento;
• Dados sobre o andamento de projetos de recuperação de áreas
degradadas;
• Acervo de pesquisas (projetos, solicitações de licença, relatórios e
resultados);
• Registro de ocorrências ambientais (fiscalização – proteção e
controle);
• Dados de registros de fauna em geral, obtidos pelas atividades de
monitoramento, devidamente registrados em ficha elaborada para
este fim e todos os demais registros do monitoramento da UC;
• Indicadores de gestão;
• Dados sobre o funcionamento do Conselho Consultivo e Conselho
Gestor (atas de reuniões, acompanhamento de frequência e
composição dos conselhos);
• Dados sobre a execução de Plano de Ação do Conselho Consultivo;
• Registro das espécies vegetais levantadas na Flona (exóticas e
nativas);
• Movimentação financeira comparativa entre o planejado e o
executado;
• Registro e acompanhamento de processos SEI;
• Dados relativos á implementação do Plano de Manejo.
• Elaborar e executar projetos técnicos de construção, reforma e ampliação
de infraestruturas que não afetem a paisagem local;
• Implantar a setorização da Vila São João de Ipanema, delimitando área
estritamente residencial da área de uso público (imóveis que deverão ser
convertidos para receber infraestrutura de apoio aos visitantes), Figura
5.1.5.1-1.
79
Figura 5.1.5.1-1: Setorização da Vila São João de Ipanema.
• Realizar Estudo de Viabilidade Econômica (EVE) de edificações e serviços de

uso público para fins de concessão;
• Realizar processos de concessão de espaços e serviços voltados para
proporcionar o bem estar do visitante (cafeteria, restaurante, exposições,
pousada e infraestrutura hoteleira, loja de souvenires etc - Figuras 5.1.5.1-2
a 5.1.5.1-4);
80
Figura 5.1.5.1-2: Casa da Guarda, concessão destinada a café e restaurante.
Figura 5.1.5.1-3: Antiga sede do CENEA, concessão destinada para pousada e infraestrutura hoteleira.
81
Figura 5.1.5.1-4: Cavalariça, concessão destinada a loja de souvenires.
• Elaborar Termo de Referência (TR) para processos licitatórios de manejo

florestal sustentável;
• Elaborar projeto para eletrificação, telefonia e tubulações subterrâneos, e
implantá-los em toda a área de uso público da Unidade;
• Elaborar e implantar projeto de saneamento básico, incluindo rede coletora
de esgotos, construção de ETE – Estação de Tratamento de Esgoto, rede de
distribuição de água, construção de caixa d’água e ETA – Estação de
Tratamento de Água para atendimento a UC e instalações da ACADEBio;
• Instalar conjuntos de lixeiras nas zonas de Uso Público e Uso Especial – os
visitantes e servidores da Flona deverão ser orientados a realizar a
separação e destinação do lixo gerado adequadamente nas lixeiras
específicas;
• Manter cadastros atualizados dos materiais e equipamentos disponíveis e
realizar avaliações periódicas da necessidade de manutenções e novas
aquisições de forma a otimizar o uso de equipamentos e veículos;
• Manter o controle e cadastro atualizados dos usuários e moradores;
• Controlar e promover a arrecadação, pertinentes à visitação, produtos e
serviços oferecidos pela Unidade, conforme as diretrizes do ICMBio;
• Elaborar regimento interno da Unidade;
• Elaborar termos de reciprocidade e acordos de cooperação técnica com
institutos de pesquisa, organizações não governamentais (ONGs),
82
prefeituras, universidades, dentre outros, cuja execução não seja lesiva à

Unidade;
• Elaborar um plano de manutenção preventiva e periódica dos imóveis,
equipamentos, mobiliário, trilhas, sinalização etc; e realizar a manutenção
de benfeitorias, efetuar reparos e manutenção de máquinas, motores,
ferramentas, equipamentos e veículos;
• Efetuar a manutenção de vias de acesso, trilhas e aceiros, bem como prever
a abertura de novos acessos, em função da demanda dos demais Programas
do PM;
• Manter e reformar as cercas do perímetro da Flona;
• Identificar possíveis fontes de financiamento e emendas parlamentares
visando captar recursos financeiros para a gestão da Flona;
• Elaboração e formalização de Termos de Ajustamento de Conduta – TAC
com as empresas de telecomunicações que possuem torres e antenas no
Morro Araçoiaba, para apoio aos projetos de interesse da Unidade;
• Implantar modelo de redução de custos na gestão da Flona, com a
implantação da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), com o
objetivo de implantar a responsabilidade socioambiental nas atividades da
administração pública e estimular ações sustentáveis na rotina das mesmas;
• Formalizar parceria com Ministério Público Federal e Estadual para
direcionamento do cumprimento de sentenças judiciais da área ambiental
para apoio à Floresta Nacional de Ipanema;
A Flona deverá elaborar um Plano de Trabalho a ser apresentado ao
Ministério Público e à Justiça Federal e Estadual.
• Ordenar a coleta de lixo interno, implantar diretrizes de armazenamento e
destinação de resíduos, e melhoria da coleta seletiva, conforme preconiza
as Normas ABNT NBR 12.980 (Coleta, Varrição e Acondicionamento de
Resíduos Sólidos) e NBR 13.463 (Coleta de Resíduos Sólido); Lei nº
12.305/10 (Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS).
• Elaborar e executar projeto de manutenção de estradas e vias de acesso
internas;
• Nas vias identificadas com baixa capacidade de carga, esta deverá
ser sinalizada, ou até mesmo fechada; e
• As áreas ao longo das vias onde forem identificados processos
erosivos ou áreas com aberturas além da necessária ao tráfego
deverão ser recuperadas de acordo com projeto técnico específico.
• Elaborar e implementar um sistema de comunicação visual (sinalização),
através da colocação de placas informativas e painéis na área da UC;
83
• O projeto deve considerar as características da UC, a padronização

da identidade visual e a utilização de materiais existentes na região;
• O projeto deve incluir o sistema de sinalizações indicativa, educativa
e de orientação; e
• O projeto de sinalização seguirá os padrões estabelecidos pelo
Manual do ICMBio.
• Revisar projeto de voluntariado na Flona Ipanema;
• O Projeto deverá seguir as diretrizes gerais definidas na Lei 9608/98
(Dispõe sobre o serviço voluntário no âmbito da União), no Decreto
4519/2002 (Dispõe sobre o serviço voluntário em unidades de
conservação federais), bem como em diretrizes específicas do
Ministério do Meio Ambiente e, do ICMBio; e
• Os trabalhos voluntários poderão ser aqueles referentes à
implementação e acompanhamento das atividades da Unidade,
quando julgadas pertinentes e previamente autorizadas pelo Gestor
da Unidade, tais como monitoramento ambiental, pesquisa,
recepção de visitantes, dentre outras.
5.1.5.2 Comunicação
• Elaborar folhetos, vídeos e apresentações audiovisuais, divulgando a
Floresta Nacional de Ipanema, suas potencialidades e benefícios ambientais
e sociais, através dos meios de comunicação acessíveis (internet, televisão e
jornais) e pessoais;
• O material de divulgação da UC deverá ser de fácil compreensão,
informando o acesso a partir dos principais centros urbanos e as
atividades desenvolvidas, especialmente de uso público.
• Desenvolver um roteiro mínimo referente a procedimentos de recepção
dos usuários e apresentação da Flona;
• O primeiro contato do usuário com a Unidade deve ocorrer no
Centro de Visitantes, onde serão repassadas as informações
referentes aos serviços de interesse.
• Promover eventos de divulgação dos trabalhos desenvolvidos na Flona
(seminários, palestras, workshop etc.);
• Representar a Flona em eventos de divulgação e desempenhar a função de
Assessoria de Comunicação da Unidade;
• Promover divulgação das diretrizes da ZA da Floresta Nacional de Ipanema,
junto às comunidades do entorno e à sociedade de um modo geral;
• Manter contato com a Assessoria de Comunicação – DCOM do ICMBio para
divulgação de informações da Flona e eventos especiais; e
84
• Propor e normatizar a captação e o uso de imagens da Flona, com base nas

diretrizes do ICMBio;
• Manter em funcionamento e atualizada a página eletrônica para divulgação
das informações e eventos da Flona de Ipanema;
• Dar continuidade à elaboração de boletim informativo (impresso ou
eletrônico) para a publicação das atividades rotineiras e seus respectivos
resultados;
• Buscar parcerias para elaboração de materiais de divulgação da Flona,
voltado à diferentes públicos (infanto-juvenil, pesquisadores, ecoturistas e
público em geral);
• Divulgar a Flona em eventos tradicionais locais, que ocorrem ao longo do
ano, nos municípios do entorno da Unidade;
• Participar e apoiar a divulgação de eventos comunitários realizados no
entorno da Flona, nos quais possam ser divulgadas informações sobre a
Flona de Ipanema.
5.1.5.3 Serviços Ambientais

• Identificar e valorar os principais serviços ambientais ofertados pela UC;
• Os projetos poderão ser desenvolvidos com apoio das universidades
e Organizações Não Governamentais, que já desenvolvem pesquisas
na área.
• Identificar e valorar os serviços ambientais que deixam de serem realizados
em razão de empreendimentos existentes na Flona – torres, antenas,
gasoduto, linha de transmissão, valorando os impactos decorrentes dessas
atividades;
• Os resultados deverão ser apresentados ao IBAMA, para avaliação da
continuidade de tais empreendimentos na Flona.
5.1.5.4 Cooperação Interinstitucional

• Estabelecer diretrizes e regras referentes à execução de atividades em
parcerias ou no contexto de programas de cooperação interinstitucional;
• Propor, elaborar e acompanhar convênios, contratos e acordos de
cooperação técnica com Universidades, Institutos de Pesquisa, ONGs,
Prefeituras, empresas privadas, dentre outros, visando a implementação do
PM;
• A assinatura de convênios, termos, contratos e acordos de cooperação
técnica deverão seguir as diretrizes do ICMBio, após ouvida a
Procuradoria Jurídica; e
85
• Deverão ser definidos mecanismos que garantam a transparência e

controle social na execução destes instrumentos de parceria, tais como:
definição do Gestor, elaboração periódica de relatórios de execução,
acompanhamento por parte do Conselho Consultivo da Flona, etc.
• Realizar relatórios e prestações de contas referentes à execução de
convênios, contratos e acordos de cooperação técnica.
5.1.5.5 Assuntos fundiários

• Levantar e regularizar a situação fundiária da Floresta Nacional e definir
estratégia para a efetivação da posse da área de forma gradativa e
priorizada;
• Regularização de 1.210ha, ocupada irregularmente pelo “Assentamento
Ipanema”, criado em área da Floresta Nacional de Ipanema, indicado no
Plano de Manejo da Unidade (2003), considerando a anexação de áreas
localizadas à sul, sudoeste e oeste da Flona, a serem adquiridas pelo
INCRA, como compensação pela desafetação dos 1.210ha que poderá
ser efetivada, através de projeto de lei.
5.1.5.6 Monitoramento, acompanhamento e avaliação PM

• Elaborar e implementar Sistema de Monitoramento e Avaliação da
Implementação do Plano de Manejo da Flona;
• O Sistema de Monitoramento e Avaliação deverá assegurar a
integração entre o planejamento e a execução;
• Acompanhar e avaliar sistematicamente a implementação dos
programas, através de indicadores específicos e identificar as
principais deficiências/dificuldades observadas, indicando as
adequações necessárias para o cumprimento das metas estabelecidas;
• Determinar a efetividade do zoneamento, através de monitoramento
no SIG;
• Deverá conter os mecanismos para: documentar sistematicamente a
execução ou não das atividades planejadas e executadas, de forma
satisfatória avaliando os desvios; antecipar e prognosticar as
possibilidades de alcance dos objetivos; detectar falhas; pontos
críticos; colher informações para ajuste (ações corretivas), além de
subsidiar as revisões futuras do plano de manejo;
• Criar imediatamente após a aprovação do Plano de Manejo um grupo
de trabalho permanente (GTP) para elaboração da Matriz de
Planejamento para cada Programa, previsto no Plano de Manejo,
86
incluindo a elaboração de cronogramas físico e financeiro para cada

atividade;
• Convidar um membro do Conselho Consultivo para participar da
elaboração do Sistema de Monitoria e Avaliação de Implementação do
Plano de Manejo da Floresta Nacional;
• Realizar reuniões semestrais de planejamento operacional e avaliação
do Plano de Manejo envolvendo o Conselho Consultivo, as instituições
parceiras e equipe técnica da Unidade, onde serão definidas e
planificadas as ações prioritárias e identificadas as falhas e pontos
críticos a serem revistos;
• Na elaboração dos cronogramas, deverão ser envolvidos as entidades
que participaram da elaboração do Plano de Manejo e os potenciais
colaboradores para sua implementação.
• Sistematizar as informações coletadas durante o processo de
acompanhamento e monitoramento do PM, gerando bancos de dados
relacionais e disponibilizando informações e análises úteis para os
processos de revisão e adequação do PM;
• Realizar o monitoramento do meio físico (trilhas, estradas, áreas alteradas,
cursos d’água, etc.) e dos recursos naturais existentes na UC em
decorrência da implementação dos Programas de Manejo.
87
5.2 PROGRAMA DE CONHECIMENTO E PESQUISA

Gerar e difundir conhecimentos de interesse para o manejo da Flona
envolvendo: aspectos culturais; estudos complementares sobre os meios físico, biótico
e antrópico e suas interações; a geração de tecnologias e informações que subsidiem o
manejo sustentável dos recursos naturais e o monitoramento ambiental da área.
Conhecer melhor e de forma progressiva os recursos naturais e culturais da UC
e seu entorno e desenvolver tecnologias para a utilização racional desses recursos. O
Plano de Manejo definirá as linhas de pesquisa condizentes com as necessidades de
conhecimento da UC e Zona de Amortecimento, que serão detalhados em projetos
específicos. Estarão inseridas todas as atividades inerentes à pesquisas científicas e
tecnológicas, visando melhorias na gestão e manejo da Unidade.
5.2.2 Objetivos específicos

• Incentivar e desenvolver projetos de pesquisa sobre o uso múltiplo
sustentável da Floresta Estacional Semidecidual (FES) e Cerrado;
• Priorizar a geração de conhecimento que subsidie a gestão da Flona,
especialmente em relação à recuperação de áreas degradadas por corte
raso, manejo de espécies de interesse para conservação e manejo
sustentável da FES;
• Gerar conhecimento de modelos que possam ser replicadas na Zona de
Amortecimento, sobre a conservação e manejo sustentável das espécies
vegetais, especialmente as nativas, a partir das matrizes existentes na Flona
e entorno, com interesse econômico, cultural e social, para produção de
produtos madeireiros e não madeireiros;
• Gerar conhecimento para a conservação das espécies ameaçadas, dos
habitats e recursos dos quais dependem;
• Contribuir para a criação do acervo científico da Flona;
• Gerar conhecimento para o manejo e conservação de espécies nativas da
fauna da região;
• Registrar, avaliar e monitorar fenômenos naturais ou alterações induzidas
que possam causar impactos sobre os recursos da UC e sua ZA, de forma a
subsidiar a tomada de decisão visando minimizar tais impactos e melhorar o
manejo da UC;
• Estabelecer indicadores que permitam avaliar a efetividade do manejo na
conservação dos ecossistemas presentes na Flona de Ipanema;
• Definir e orientar as prioridades de pesquisa para a Flona;
• Aprofundar o conhecimento sobre o meio físico e os recursos naturais da
Flona;
88
• Mapear áreas críticas para manutenção da biodiversidade;

• Pesquisar o uso dos habitats pela fauna local;
• Selecionar indicadores para facilitar o monitoramento;
• Proporcionar subsídios para o manejo sustentável dos recursos naturais;
• Incentivar e apoiar atividades de pesquisas e extensão, contemplando
difusão tecnológica, alternativas de geração de trabalho e renda,
sustentáveis (incluindo pesquisas sobre espécies que possam trazer retorno
econômico), revisão do sistema de produção e incentivo à práticas
ambientalmente sustentáveis, sem uso de técnicas como queimadas,
agrotóxicos, derrubada de árvores, etc.;
• Incentivar e apoiar pesquisas sobre a interação entre elementos do meio
ambiente e as estruturas tombadas pelo IPHAN, tendo em vista a
identificação de procedimentos adequados à sua conservação;
• Incentivar pesquisas relativas aos grupos de fauna;
• Realizar estudos de caracterização dos usuários da Flona (visitantes);
• Proporcionar intercâmbio com a comunidade científica;
que possam causar impactos negativos sobre os recursos da unidade e sua
ZA, de forma a subsidiar a tomada de decisão, visando minimizar tais
impactos e melhorar o manejo da Unidade;
• Desenvolver técnicas e tecnologias adequadas à exploração sustentável dos
recursos naturais e à melhoria da qualidade e diversificação dos produtos
gerados na Flona;
• Desenvolver, em conjunto com ACADEBio, um programa para uso de áreas
da Unidade visando geração de conhecimento no âmbito dos cursos de
capacitação.
5.2.3 Indicadores de desempenho

• Nº de licenças emitidas pelo Sistema de Informação Biológica – SISBIO, para a
Flona de Ipanema;
• Nº de ações implementadas para minimizar as ameaças;
• Nº de espécies monitoradas;
• Nº de artigos e trabalhos publicados em revistas científicas especializadas
anualmente;
• Nº de trabalhos científicos, teses de mestrado e doutorado e trabalhos de
conclusão de cursos (TCC) realizados, anualmente;
• Boletim com informações das pesquisas desenvolvidas na Flona, elaborado e
disponível em mídia eletrônica, com atualização anual;
89
• Banco de dados e SIG da Flona desenvolvido e com dados carregados e

atualizados anualmente;
• Nº de parcerias e /ou convênios efetivados com instituições de pesquisa;
• Recursos financeiros disponibilizados para atender as atividades de pesquisas
da Flona;
No
• de Indicadores de qualidade ambiental, identificados para a Flona;
• Porcentagem de indicadores com monitoramento executado.
5.2.4 Diretrizes
• As pesquisas a serem desenvolvidas na Flona de Ipanema deverão estar
alinhadas com as estratégias de ações do ICMBio, com os objetivos específicos
da UC e de acordo com o Plano de Manejo;
• A realização de pesquisas científicas na Flona dependerá de aprovação prévia
no âmbito do Sisbio e estará sujeita à fiscalização de acordo com as normas do
ICMBio e a legislação vigente;
• As pesquisas científicas não poderão colocar em risco a sobrevivência das
espécies integrantes dos ecossistemas protegidos da Flona;
• Nas publicações dos resultados de quaisquer pesquisas realizadas na UC
deverão constar os nomes do ICMBio e da Floresta Nacional de Ipanema;
• O acesso dos pesquisadores às áreas da UC bem como o roteiro a ser
percorrido deve ser comunicado e agendado previamente à Administração da
Flona;
• Os estudos devem considerar a localização geográfica dos dados por meio de
geoprocessamento;
• Não será permitida a coleta de espécimes das espécies de fauna ameaçadas de
extinção existentes na Flona, que implique em morte do espécime;
• Os resultados das pesquisas deverão subsidiar os demais programas de
manejo.
5.2.5 Atividades, sub atividades e diretrizes

5.2.5.1 Pesquisa
• Implementar um sistema de gestão das atividades de pesquisa realizadas na
Floresta Nacional, disciplinado pelo Sisbio;
• Os pesquisadores poderão contar com apoio para o desenvolvimento
de suas atividades, em relação a equipamentos e infraestrutura,
observando a disponibilidade dos mesmos;
• As atividades de pesquisa que necessitarem do envolvimento de
funcionários e equipamentos da Unidade deverão ser previamente
90
agendadas, ficando as despesas correlatas a cargo do projeto de

pesquisa, quando não puderem ser cobertas pela UC;
• Todos os resultados de pesquisa serão disponibilizados à UC, que
deverá divulgar interna e externamente os resultados das mesmas;
• Os responsáveis pelos projetos de pesquisa poderão publicar e /ou
divulgar os resultados, desde que citada a Floresta Nacional de
Ipanema;
• Sempre que conveniente, os pesquisadores serão convidados a
apresentar os resultados dos seus trabalhos às comunidades do
entorno;
• Incorporar os resultados de pesquisa e estudos no banco de dados da Floresta
Nacional;
• As informações técnicas e científicas deverão ser disponibilizadas para
ICMBio, IBAMA, academia e sociedade de uma forma geral;
• Resgatar e complementar registro de todas as pesquisas já realizadas na
Flona.
• Incentivar o desenvolvimento de pesquisas na Unidade, principalmente aquelas
indicadas neste PM;
• Divulgar junto às instituições afins de ensino e de pesquisas e em mídia
apropriada a relação das pesquisas prioritárias e as facilidades oferecidas pela
UC para realização das mesmas;
• Buscar o estabelecimento de parcerias com instituições de ensino e pesquisa
para a realização de projetos acadêmicos, cujos resultados possam ser
aproveitados para o controle e o entendimento dos processos naturais que
regem os sistemas biótico e abiótico da Flona;
• Realizar estudos sobre socioeconomia: vínculos socioambientais do entorno da
Flona e educação ambiental, estabelecimento de cadeias produtivas de
espécies madeireiras e não madeireiras, levantamentos etnobotânicos de
interesse da região, direcionada à identificação do uso de plantas medicinais e
suas potencialidades;
• Realizar estudos sobre contaminação biológica por espécies da fauna e flora
invasora na Flona;
• Incentivar e apoiar a realização de pesquisas e estudos que visem subsidiar o
planejamento e o monitoramento do uso público;
• Realizar, anualmente, Seminário de Pesquisa para apresentação das pesquisas
realizadas na Flona, para divulgação e discussão;
• Avaliar regularmente como os resultados das pesquisas estão fornecendo as
informações necesssárias para promover melhorias na gestão e manejo da
Flona;
91
• As linhas de pesquisa prioritárias para a Floresta Nacional de Ipanema,

identificadas durante a elaboração do PM, foram:
Meio físico
• Aprofundamento do conhecimento do meio físico da bacia do rio Ipanema;
• Realizar estudos para um melhor conhecimento da qualidade hídrica dos
corpos de água da Floresta Nacional de Ipanema, com ênfase ao rio
Ipanema e ribeirão do Ferro, com pontos de amostragem de água definidos
em função da configuração da bacia hidrográfica e de aspectos que possam
influenciar na qualidade hídrica dos corpos d’água;
• Desenvolver modelos de uso e ocupação do solo compatíveis com a
condição topográfica predominante na região e promover e incentivar a
adequação ambiental das propriedades rurais.
Flora
• Promover estudos necessários para o enriquecimento e recuperação da
vegetação do sub-bosque na zona de recuperação;
• Implantar áreas de colheita de sementes (ACS), com matrizes identificadas
visando à produção de sementes e contribuindo para a conservação das
espécies do ecótono mata atlântica / cerrado;
• Realizar estudos complementares de endemismos da flora, na região da
Flona de Ipanema, priorizando a obtenção de informações como: área de
ocorrência das espécies, presença de barreiras naturais à dispersão das
espécies, estado de conservação das espécies, medidas de conservação e
proteção das espécies;
• Realizar estudos necessários à implantação de bancos de germoplasma,
áreas de colheita de sementes (ACS) áreas de produção de sementes (APS)
e pomares de sementes (PS), incluindo: caracterização genética das
espécies e /ou dos indivíduos, marcação e seleção de matrizes, estudos
fenológicos, estudo de capacidade de colheita, estudos sobre
melhoramento genético, etc;
• Realizar atividades de pesquisa e extensão, contemplando difusão
tecnológica, alternativas de geração de trabalho e renda, sustentáveis
(incluindo pesquisas sobre espécies que possam trazer retorno econômico),
revisão do sistema de produção e incentivo à práticas ambientalmente
sustentáveis, sem uso de técnicas como queimadas, agrotóxicos, derrubada
de árvores, etc.
92
Fauna de Invertebrados
• Realizar estudos sobre a composição e ecologia da taxocenose dos
principais grupos de invertebrados, como Lepidoptera e Coleóptera, por
serem grupos indicadores de qualidade ambiental;
• Realizar estudos sobre a composição e ecologia da taxocenose da classe
Arachnida em função do elevado número de aranhas armadeiras
(Phoneutria nigriventer), encontradas em ambientes alterados da Flona de
Ipanema;
• Fomentar pesquisas para controle de espécies invasoras, com ênfase no
caramujo africano (Achatina fulica);
• Estimular pesquisas para aumentar o conhecimento referente à população
de invertebrados, direta e indiretamente.
Fauna de Vertebrados - Ictiofauna

• Realizar estudos sobre a composição e ecologia da taxocenose da fauna de
peixes;
• Realizar estudos sobre os possíveis impactos negativos da criação comercial
da tilápia na região sobre as espécies nativas de peixes;
• Realizar estudos da viabilidade econômica, ecológica e ambiental do
desenvolvimento da piscicultura na Flona.
Fauna de Vertebrados - Anurofauna

• Realizar estudos complementares sobre a composição e ecologia da
taxocenose de anfíbios da Flona de Ipanema;
• Realizar pesquisa sobre os possíveis impactos negativos da criação
comercial da tilápia na região sobre anurofauna, com ênfase na predação
de girinos;
• Realizar pesquisa direcionada à detecção de possíveis endemismos de
espécies de anfíbios em gradientes altitudinais do morro Araçoiaba.
Fauna de Vertebrados - Herpetofauna

taxocenose de répteis da Flona de Ipanema, com ênfase em quelônios, que
não foram amostrados durante o diagnóstico;
• Realizar pesquisa direcionada a detecção de possíveis endemismos de
espécies de répteis em gradientes altitudinais do morro Araçoiaba.
93
Fauna de Vertebrados - Ornitofauna

taxocenose de aves da Flona de Ipanema, com ênfase nas espécies raras,
endêmicas e ameaçadas de extinção;
espécies de aves em gradientes altitudinais do morro Araçoiaba.
Fauna de Vertebrados - Mastofauna

taxocenose de mamíferos da Flona de Ipanema, com ênfase nas espécies
raras, endêmicas e ameaçadas de extinção;
espécies de pequenos mamíferos na Flona de Ipanema;
taxocenose da Ordem Chiroptera, com ênfase no grupo de morcegos
hematófagos em função do elevado número de morcego-vampiro
(Desmodus rotundus) encontrados nos diversos ambientes amostrados.
5.2.5.2 Monitoramento Ambiental

• Desenvolver atividades para o Monitoramento Ambiental, de forma que
permeie todos os demais programas, utilizando como modelo o protocolo de
monitoramento ambiental adotado pelo ICMBio;
• Identificar um conjunto de indicadores ambientais a serem utilizados para
monitorar a biodiversidade, as pressões exercidas sobre ela, indicando
ações a serem implementadas para minimizar as ameaças, e para avaliar o
sucesso das ações de manejo e proteção;
• A implantação do Monitoramento deverá ser planejada de forma a definir
os seguintes aspectos: indicadores / parâmetros a serem avaliados;
metodologia e meios a utilizar; local de amostragem ou coleta; frequência
da obtenção de dados; metodologia de análise; equipamentos necessários;
forma de divulgação dos resultados e a garantia de que os métodos
adotados sejam comparáveis;
• Deverão ser incluídos indicadores sociais, vinculados à satisfação das
comunidades do entorno , percepção de conselheiros, demais parceiros e
comunidades do entorno, bem como indicadores biofísicos, considerando
os impactos sobre o meio físico e biótico;
• Sistematizar as informações coletadas e desenvolver um modelo de
tomada de decisão em função de possíveis impactos identificados;
94
• Os indicadores escolhidos deverão ser monitorados em longo prazo de

forma a permitir comparações e evoluções ao longo do tempo;
• Os indicadores devem ser de fácil obtenção, de baixo custo e que
responda a questionamentos que venham a contribuir para o manejo da
Flona;
• monitoramento deve ser realizado preferencialmente pelos técnicos da
Flona ou no contexto de projetos de pesquisa em parceria com
Universidades ou Centros de Pesquisa;
• Acompanhar e monitorar continuamente, o funcionamento e evolução dos
ecossistemas naturais e alterados da UC, com avaliações periódicas do
estado e integridade dos ecossistemas e das populações de espécies críticas
e indicadoras presentes na Flona;
• Acompanhar e avaliar a evolução das características sócio–econômicas
regionais e seus impactos, e riscos sobre a Floresta Nacional de Ipanema;
• Elaborar e implementar o monitoramento da visitação na Unidade, que
deverá ser realizado de forma sistêmica, recolhendo informações que
orientem a chefia em relação ao fluxo de visitantes, satisfação e perfil dos
mesmos, bem como o controle da qualidade ambiental dos locais abertos à
visitação, especialmente das trilhas;
• Monitorar os impactos específicos desta atividade sobre os meios
físicos e bióticos, nos locais destinados à visitação pública;
• Monitorar a satisfação do visitante na realização das atividades de
visitação na Flona e quanto à qualidade dos serviços prestados;
• Em função do monitoramento realizado, definir capacidade de carga
das trilhas e equipamentos de uso público e adotar medidas para
minimizar possíveis danos.
• Monitorar a dinâmica dos processos erosivos, bem como a eficiência das
medidas específicas adotadas;
• Realizar ações de monitoramento específicas, quanto à qualidade da água,
a análise combinada de parâmetros físicos, químicos, biológicos,
microbiológicos, toxicidade e da fauna de macro invertebrados bentônicos,
nos principais cursos d’água da Flona e quando possível na ZA;
• Capacitar a equipe para coleta, análise e armazenamento de dados para o
monitoramento;
• Monitorar os impactos do manejo florestal sobre a fauna e flora, sobre a
qualidade da água e do solo;
• Realizar monitoramento das áreas em processo de recuperação para avaliar
a sua evolução, identificando as possíveis barreiras ao processo e à
necessidade de intervenção;
95
• Acompanhar e monitorar continuamente o funcionamento e evolução dos

ecossistemas presentes na Flona quanto ao seu estado e integridade das
populações neles existentes;
• Realizar o monitoramento da fauna e flora que possam ser afetadas pelas
atividades de manejo florestal e pela visitação, tendo como referencial as
áreas mais íntegras da Flona, estabelecidas no Zoneamento;
• Realizar encontros ou seminários periódicos para apresentação dos
resultados para as comunidades do entorno e parceiros, visando a avaliação
externa do monitoramento.
5.2.5.3 Geração de Tecnologia

• Fomentar e realizar pesquisas inovadoras em questões relacionadas ao
manejo sustentável da flora e fauna e às estratégias de manejo e
conservação da biodiversidade;
• Transferir resultados das pesquisas através de cursos de treinamento e
capacitação da sociedade, com ênfase nas comunidades localizadas na ZA;
• Realizar, em conjunto com ACADEBio, seminários específicos para
capacitação e treinamento de comunitários e moradores do
entorno.
• Gerar tecnologias para o melhor aproveitamento de produtos florestais
madeireiros (pequenos objetos de madeira, aproveitamento de resíduos,
etc.) e não madeireiros (óleos, resinas, essências, gomas, cipós, frutos,
sementes, etc.).
96
5.3 PROGRAMA DE MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS

Viabilizar o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais nas zonas de
manejo e recuperação; a conservação da biodiversidade na zona de preservação e
primitiva; a recuperação e manejo de áreas alteradas e das populações da fauna
nativa; e a promoção da conectividade entre fragmentos florestais. Promover o
manejo florestal sustentável através da utilização de produtos madeireiros e não
madeireiros nas florestas plantadas e de não madeireiros nas florestas nativas e
sementes, visando demonstrar a viabilidade do uso múltiplo sustentável dos recursos
florestais.
Implementar e difundir sistemas de produção com meliponicultura e
piscicultura com espécies nativas, de acordo com as diretrizes geradas pelo Programa
de Conhecimento e Pesquisa; execução de estudos e projetos para manter e realçar a
diversidade biológica, incluindo a recuperação de populações em perigo ou extintas
localmente (translocação), e o controle de espécies agressivas.
5.3.2 Objetivos específicos

• Manejar áreas de vegetação nativa na Zona de Manejo Florestal Sustentável
Sustentável, demonstrando a sua viabilidade ecológica, econômica e social,
com ênfase nos produtos florestais não madeireiros e espécies nativas de
interesse das comunidades do entorno;
• Manejar áreas de povoamentos exóticos (eucaliptos e pinus), com técnicas
de mínimo impacto;
• Determinar critérios ecológicos para a conservação, uso e manejo das
espécies nativas da FES e Cerrado, especialmente as de interesse de
agricultores familiares e comunidades do entorno;
• Potencializar, aumentando a capacidade do viveiro florestal para a
produção de sementes e mudas de espécies florestais nativas, com ênfase
em espécies com potencial para recuperação de áreas degradadas,
frutíferas, medicinais, melíferas e ornamentais;
• Desenvolver conhecimento para a conservação de espécies florestais
nativas a partir do estabelecimento de critérios para o manejo sustentável
de espécies da FES e do Cerrado;
• Desenvolver projetos de manejo na FES que possam criar condições para a
conservação da fauna local;
• Implantar projetos de manejo demonstrativos de produtos florestais não
madeireiros nas florestas nativas, especialmente modelos focados em
espécies de interesse para as comunidades;
• Recuperar áreas alteradas e / ou degradadas na Flona de Ipanema.
97
• Desenvolver técnicas para manejo sustentável de espécies florestais nativas

e produtivas e produção de sementes e mudas;
• Implantar áreas de colheita de sementes, áreas de produção de sementes,
pomares de sementes com espécies nativas, incluindo seleção, marcação de
matrizes e realização de estudos fenológicos;
• Produzir sementes e mudas para a recuperação de áreas alteradas e suprir
as demandas dos demais programas de manejo da Flona, incluindo a
comercialização da produção excedente.

• Nº de modelos promissores de manejo florestal sustentável de uso múltiplo
desenvolvidos;
• Nº de eventos para difusão de alternativas promissoras referentes ao
manejo da ictiofauna e da meliponicultura, com ênfase na utilização de
espécies nativas da região;
• Nº de eventos para difusão de técnicas de recuperação de áreas alteradas e
de conectividade de fragmentos florestais, adequados à realidade local;
• Nº de eventos de difusão de técnicas de cultivo e utilização de plantas
medicinais e aromáticas, com ênfase nas espécies nativas;
• Hectares de florestas plantadas adequadamente manejadas com reflexos no
aumento das receitas da Flona;
• Nº de áreas produtoras de sementes florestais nativas implantadas;
• Produção de sementes e mudas em conformidade com a Nova Lei de
Sementes e Mudas (Lei 10771/2003 e Decreto 5153/2004);
• Nº de áreas demonstrativas de manejo florestal sustentável e de uso
múltiplo implementadas;
• Área total (ha) de áreas de preservação permanente (APP) recuperadas;
• Área total (ha) de áreas alteradas recuperadas ou em processo de
recuperação;
• Área total (ha) restauradas /recuperadas oriundas do manejo florestal de
eucalipto, com corte raso sem rebrota;
• Nº de produtores rurais sensibilizados para as atividades de meliponicultura
e piscicultura com espécies nativas;
• Aumento da arrecadação da Flona, decorrente das vendas de produtos e
serviços;
• Nº de mudas e quantidades de sementes de espécies florestais produzidas;
• Quantidade de produtos do manejo, gerados na Flona;
• Recursos arrecadados com a comercialização de madeiras, sementes, mudas
e outros produtos madeireiros.
98
5.3.4 Atividades, subatividades e diretrizes

5.3.4.1 Manejo Floresta Sustentável
• Elaborar um Plano de Manejo Florestal Sustentável de Uso Múltiplo, para a
Flona, abrangendo as áreas de florestas plantadas e nativas nas zonas de manejo e
recuperação.
• Elaborar, dentro do plano, projetos específicos para o manejo das espécies
nativas e plantadas (eucalipto/pinus) na Flona, contemplando produtos
madeireiros e não madeireiros;
• Atualizar e/ou realizar o inventário florestal e florístico da Flona.
• Aprimorar o mapa de vegetação da Flona;
• O projeto de exploração florestal deverá contemplar o sistema silvicultural de
talhadia ou corte raso sem rebrota para o eucalipto e seletivo ou corte raso
para pinus.
Diretrizes:
• A exploração comercial de produtos provenientes do manejo de
produtos madeireiros e não madeireiros deverá utilizar
preferencialmente técnicas de baixo impacto (impacto reduzido);
• Para a implementação dos projetos de manejo florestal deverá ser
realizada a avaliação da viabilidade socioambiental e econômica
dessa atividade (madeireira e não madeireira);
• Os projetos de manejo florestal deverão contemplar todos os
produtos com exploração prevista, observando a capacidade de
suporte, a conservação do solo, os recursos hídricos e fauna, bem
como a viabilidade social;
• A alienação dos lotes de produtos decorrentes do manejo florestal
deverá ser realizado mediante projeto técnico específico e de
acordo com a Lei 8.666/93, através da modalidade de licitação por
técnica e preço, devendo buscar mecanismos que viabilizem o
retorno dos recursos financeiros decorrentes da alienação para a
Unidade, visando a recomposição das áreas e a continuidade do
manejo;
• As áreas a serem manejadas deverão ser divididas em lotes de
tamanho compatível com as demandas comerciais locais de forma
a viabilizar o atendimento ao mercado local de madeira e suas
peculiaridades;
• Na Zona de Manejo Florestal Sustentável sustentável deverão ser
elaborados projetos de colheita e exploração florestal dos
povoamentos plantados com eucalipto prevendo como técnica de
99
condução o desbaste seletivo, com mínimo comprometimento do

sub-bosque composto por espécies nativas;
• No manejo dos povoamentos plantados, eventualmente será
admitida colheita florestal mediante corte raso em situações
pontuais que caracterizem imposições legais ou condições técnicas
adequadas ao emprego desta prática, desde que não haja na área
regeneração natural (sub-bosque) significativa ou mínimo
comprometimento desta, devidamente justificado tecnicamente;
• O acompanhamento, monitoramento e fiscalização das atividades
de manejo florestal deverão ser realizados pela equipe da Flona de
Ipanema e do setor competente do ICMBio;
• No processo de acompanhamento e monitoramento do manejo
florestal deverão ser avaliados os possíveis impactos negativos e
danos das atividades de manejo sobre o meio físico a flora (sub-
bosque) e a fauna, identificando e mensurando-os, visando a
adoção de medidas mitigadoras ou compensatórias, se for o caso;
• A instalação de novas infraestruturas necessárias à atividade de
manejo florestal não será permitida, excetuando-se os casos que
impossibilitem a sua execução, mediante expressa autorização do
ICMBio.
• Avaliar a viabilidade ambiental, operacional e econômica do aproveitamento
das árvores nativas ou exóticas mortas, caídas ou não;
• As árvores nativas somente poderão ser retiradas e aproveitadas
mediante parecer técnico comprovando a viabilidade ambiental,
operacional e econômica;
• As madeiras provenientes do aproveitamento deverão ser usadas nas
estruturas da Flona para a viabilização de sua gestão. Também
poderão ser usadas para a confecção de peças de artesanato, desde
que autorizadas pelo ICMBio. As exóticas excedentes deverão ser
comercializadas mediante processo licitatório pertinente.
5.3.4.2 Manejo de Fauna

• Adaptar e aprimorar o manejo de espécies nativas de abelhas (jataí,
meliponia e outras), através de projeto piloto em desenvolvimento na Flona
de Ipanema desde 2014, cujo objetivo é difundir técnicas para substituição
gradativa da criação da espécie exótica Apis melifera na Flona e ZA,
diversificando os produtos decorrentes da meliponicultura como mel, cera e
própolis;
100
• Buscar parcerias com instituições ou criadores que já tenham

conhecimento sobre manejo de espécies melíferas nativas, para
auxiliar o desenvolvimento da atividade;
• Divulgar a experiência em propriedades do entorno da Flona.
• Difundir os resultados de pesquisa referentes à piscicultura com espécies
nativas para as comunidades da ZA e em função da sua viabilidade técnica,
econômica e ambiental implementar esta atividade no interior da Flona;
• Estudar e elaborar projetos que visem à recuperação de populações em
perigo de extinção ou extintas localmente e o controle de espécies
agressivas;
• Antes da efetivação da estratégia de translocação, a escolha do local
de reintrodução é um dos pontos a ser discutidos, a fim de assegurar
a ocorrência passada da espécie no local;
• O local para reintrodução deve conter requisitos essenciais para a
sobrevivência da espécie (alimento, locais de abrigo e para
reprodução);
• É necessário verificar aspectos referentes às condições climáticas ou
microclimáticas, se são compatíveis com as de origem dos indivíduos
a serem reintroduzidos e se as causas do declínio anterior da espécie
a ser reintroduzida estão controladas ou não, e quais estratégias
para o controle.
5.3.5.3 Recuperação de Áreas Alteradas

• Elaborar e implementar projeto executivo de recomposição das áreas alteradas
da Flona, contendo as estratégias necessárias para sua efetivação.
• A recomposição / restauração poderá ser por processos induzidos ou
naturais;
• Deverão ser utilizadas metodologias que demonstrem, sempre que
possível a viabilidade ecológica, econômica e social, com ênfase nos
produtos madeireiros e não madeireiros;
• Os projetos deverão prever desde o desenvolvimento de mudas no
viveiro, transporte, plantio, replantio combate à pragas, tratos
silviculturais diferenciados e coleta de dados sobre a situação dos
sistemas e utilização de técnicas complementares;
• O projeto deverá prever os princípios da sucessão ecológica florestal, da
ecologia de paisagem e da participação social;
• As áreas em recuperação deverão ser monitoradas continuamente;
• O projeto deverá identificar maneiras de atração de fauna para auxiliar
no processo de dispersão de sementes nas áreas a serem recuperadas;
101
• As Áreas de Preservação Permanente (APPs) deverão ser recuperadas

em caráter prioritário;
• As espécies a serem utilizadas nos processos de restauração e
recuperação de áreas deverão ser selecionadas a partir de
levantamentos florísticos realizados na Flona;
• Para as áreas degradadas por mineração, a recuperação deverá seguir as
diretrizes recomendadas para o descomissionamento de mina em
processo de lienciamento.
• Definir para qual zona permanente será incorporada a Zona de Recuperação, após
a conclusão dos trabalhos de recuperação;
• Instalar unidades demonstrativas de recuperação de áreas degradadas, tanto em
áreas induzidas como em áreas em processo de regeneração natural;
• Difundir para os proprietários rurais da ZA as técnicas de recuperação de áreas
alteradas utilizadas na Flona, através da aplicação de modelos demonstrativos.
5.3.5.4 Colheita de Sementes e Produção de Mudas

• Implantar na Zona de Manejo Florestal Sustentável, Primitiva e de Recuperação
áreas de coleta de frutos e sementes;
• Realizar estudos que identifiquem a viabilidade de coleta de sementes;
• Implantar áreas de colheita de sementes (ACS), áreas de produção de
sementes (APS) e /ou pomares de sementes (PS) de espécies nativas,
incluindo a marcação de matrizes e a realização de estudos fenológicos;
• O processo de coleta, beneficiamento e armazenamento de
sementes deverá seguir a legislação vigente e técnicas que
permitam a sustentabilidade ambiental;
• Coleta de sementes poderá ser realizada por parceiros, desde que
sejam cumpridos o que determina a legislação, normas vigentes e
acordos de parceria estabelecidos;
• As árvores matrizes deverão ser georreferenciadas e plotadas em
mapa de localização, de acordo com as normas estabelecidas no
projeto de Banco de Sementes em implantação na Flona;
• O acesso à árvores matrizes deverá respeitar as características locais
da floresta e causar o mínimo impacto possível;
• Os equipamentos utilizados para a apanha, a coleta e a subida nas
árvores deverão ser adequadas à atividade, a fim de causarem o
menor impacto às matrizes e segurança aos operadores;
• Elaborar e implementar um plano de colheita de sementes de espécies nativas na
ZA da Flona;
102
• Elaborar e implementar projeto de reestruturação e ampliação do viveiro

florestal da Flona, incluindo a construção de infraestruturas e aquisição de
equipamentos para o beneficiamento, manejo e armazenamento de
sementes.
• O beneficiamento e o armazenamento de sementes e o Viveiro
de produção de mudas deverão continuar localizados na mesma
área, ocupados atualmente;
• Implantar no viveiro florestal da Flona áreas específicas para o
cultivo e propagação de plantas ornamentais, medicinais e
aromáticas;
• O viveiro florestal deverá se enquadrar na legislação vigente e
melhorar as instalações de beneficiamento e armazenagem de
sementes, estufa e depósito de insumos;
• O viveiro florestal poderá funcionar por meio de parcerias;
• Poderão ser produzidas espécies exóticas, desde que não
prejudiquem a produção das espécies nativas, e que não sejam
espécies invasoras e mediante justificativa técnica (espécie de
interesse de comunidades do entorno, espécies necessárias à
condução de Sistemas Agroflorestais (SAF) ou à recuperação de
área degradada, etc).
103
5.4 PROGRAMA DE USO PÚBLICO

O Programa de Uso Público visa ordenar, orientar e direcionar o uso da Floresta
Nacional de Ipanema por visitantes e turistas, promovendo a sensibilização pela
interpretação dos recursos ambientais e histórico-culturais da UC por meio de
atividades de lazer, recreação, pedagógicas e esportivas.
Ordenar o processo de visitação da Flona de forma a minimizar os impactos
destas atividades sobre a Unidade além de permitir melhores condições aos visitantes
e diversificar os atrativos oferecidos.
Visitante: Pessoa que visita a área de uma UC de acordo com os
propósitos e objetivos de cada área. O visitante pode ter várias
motivações: lazer, recreação, conhecimento, contemplação, entre
outras3.
Turista: Indivíduos que se deslocam espontaneamente a local
diferente de sua residência atual, por um período de tempo igual ou
superior a vinte e quatro horas e inferior a um ano consecutivo,
motivado por diversos interesses (lazer, negócios e outros).

• Proporcionar, pela visitação, o enriquecimento das experiências de caráter
histórico-cultural e socioambiental dos visitantes, de acordo com as
aptidões e interesses dos públicos atendidos, e das potencialidades dos
recursos da UC, sua infraestrutura e equipamentos eventualmente
disponibilizados para os diversos usos;
• Estimular os visitantes e a comunidade, pelo contato direto com os recursos
ambientais e histórico-culturais, à conservação e preservação da
diversidade socioambiental da UC e incentivar o desenvolvimento de
estudos de aspectos locais por estudantes e instituições de ensino;
• Proporcionar aos visitantes serviços de informação, educação e
interpretação para que possam conhecer e apreciar os recursos naturais e
entender a importância da conservação e uso sustentável dos mesmos.
• Proporcionar aos visitantes atividades lúdicas e educativas de acordo com
as aptidões e potencialidades dos recursos naturais específicos da Floresta
Nacional de Ipanema;
3
Diretrizes para Visitação em Unidades de Conservação / Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade e Florestas.
Diretoria de Áreas Protegidas. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2006.
104
• Promover a integração das atividades de uso público da Floresta Nacional

com os projetos de desenvolvimento socioambiental no seu entorno e
projetos de turismo rural.

• Nº de comunidades integradas com a Floresta Nacional através da
implementação de atividades de interpretação, educação ambiental, lazer e
ecoturismo;
• Centro de Visitantes revitalizado;
• Pesquisa sobre o perfil do visitante da Flona, realizado anualmente;
• Nº de consultas ao acervo bibliográfico do Centro de Memória;
• Nº de eventos promovidos para sensibilização ambiental da população do
entorno;
• Pesquisa a respeito da permanência dos visitantes na Flona, realizada
anualmente;
• Nº de trilhas interpretativas e demais equipamentos implantados ou
instalados;
• Nº de títulos incorporados ao acervo bibliográfico do Centro de Memória
da Flona;
• Nº de professores capacitados;
• Grau de satisfação dos visitantes da Flona, executado anualmente;
• Nº de empregos / trabalhos gerados pela atividade para a população local;
• Nº de atrativos elaborados e disponibilizados para população;
• Projeto de determinação de capacidade de carga definida para cada
atrativo e /ou equipamentos elaborado;
• Impactos negativos das atividades de visitação pública monitorado;
• Oficina de Modelagem restaurada;
• Engenho de Serrar em funcionamento;
• Ponte do Vertedouro restaurada;
• Projeto de revitalização estrutural, elétrico e de segurança elaborado;
• Curso de Condutor de Visitantes realizado;
• Nº de visitantes (mensal);
• Nº de visitantes pagantes (mensal);
• Nº de eventos sócio ambientais e culturais realizados por bimestre;
• Nº de atrativos disponibilizados;
• Projeto de Sinalização elaborado e implantado;
• Nº lixeiras disponibilizadas.
105
5.4.4 Diretrizes
• Todo visitante, ao chegar a UC, enquanto não houver recolhimento nas
portarias, inicialmente deverá se dirigir ao Centro de Visitantes para
recolhimento de taxa de ingresso. Casos excepcionais deverão ser
autorizados pela Administração;
• Cabe, aos servidores e/ou profissionais devidamente capacitados e
destinados para esta função, recolher a taxa de ingresso, recepcionar,
orientar, transmitir informações aos visitantes que se dirigirem ao Centro
de Visitantes
• As atividades de visitação são restritas a Zona de Uso Intensivo, definidas
neste Programa. A permanência do visitante fora da Zona de Uso Intensivo,
só poderá ocorrer em trânsito ou no decorrer dos percursos em trilhas;
• As ações e diretrizes específicas deste programa devem contribuir para a
segurança dos visitantes e a Capacidade de Carga Física - CCF das
atividades;
• O plano de uso público da Flona deverá estar de acordo com o documento:
Diretrizes para Visitação em Unidades de Conservação (MMA,2007);
• Os condutores de visitantes deverão ser continuamente capacitados para
atendimento aos visitantes da Flona;
• As atividades dos condutores deverão ser continuamente supervisionados
pela equipe técnica da Flona.
5.4.5 Atividades, subatividades e diretrizes

5.4.5.1 Uso Público
• Elaborar o Programa de Uso Público, Interpretação Ambiental e
Recreação e Lazer e suas estratégias, para que a Floresta Nacional de
Ipanema possa ordenar e oferecer aos visitantes e população em geral
contato com a natureza, sem causar prejuízos ao meio ambiente.
• As atividades de Uso Público, Interpretação Ambiental e Recreação e
Lazer que estão em andamento na Flona deverão ser avaliadas para
proceder aos ajustes necessários;
• As atividades deverão ser adequadas ao zoneamento e suas
normas;
• O Programa deve prever o monitoramento sistemático dos
impactos decorrentes das atividades de uso público, sobre os
recursos naturais da Flona, inclusive com relatórios, a fim de sanar
possíveis desgastes, conforme normas vigentes;
106
• As estruturas previstas para atender o Programa deverão estar

adaptadas ao acesso de pessoas portadoras de necessidades
especiais;
• O programa de uso público deverá ser elaborado por técnicos
qualificados, de acordo com os pilares do ecoturismo.
• Promover a revitalização do atual Centro de Visitantes (CV), com
implantação de novos atrativos e melhoramentos nas instalações;
• O projeto de revitalização deverá promover a acessibilidade de toda
a população;
• No CV os visitantes deverão receber todas as informações e
instruções necessárias sobre sua visita, uso de equipamentos,
serviços e normas da visitação na UC, segurança, riscos de possíveis
acidentes durante a visitação em ambientes naturais.
• Realizar pesquisas periódicas sobre o perfil do visitante;
• Realizar pesquisas periódicas de satisfação e percepção ambiental do
visitante;
• Confeccionar filmes, folhetos, documentários e demais publicações de
divulgação do Programa de Uso Público da Floresta Nacional de Ipanema;
• A produção deste material poderá ser viabilizada em parceria com as
empresas e instituições credenciadas;
• A atividade deverá ser estabelecida mediante o estabelecimento de
contrato;
• Para a produção deste material deverá ser elaborado projeto
gráfico, abrangendo a produção de cartazes, folhetos, mapa lúdico e
programas audiovisuais, dentre outros;
• Na elaboração do projeto, técnicos da Floresta Nacional deverão
participar de todas as fases;
• O material produzido também poderá ser utilizado nas atividades de
sensibilização ambiental promovidas pela Unidade de Conservação.
• O material de divulgação deve trazer, na medida do possível, além de
informações gerais sobre a UC, outras relativas às atividades de recreação,
interpretação e sensibilização ambiental, como:
• Mapas lúdicos, incluindo a rede hidrográfica principal; seus limites;
relevo, referências e cotas de nível mais significativas, vias de
acesso, atrativos da Floresta Nacional e entorno;
• Horários e principais normas, de visitação e de segurança;
• As normas de visitação serão apresentadas com as devidas
justificativas dos procedimentos adotados;
107
• Descrição dos atrativos, roteiros, tempo de percurso e

equipamentos necessários para percorrê-los ou acessá-los;
• Apresentação das diferentes tipologias florestais com destaque para
as espécies endêmicas, acompanhadas de ilustração ou fotos;
• Apresentação de espécies notáveis da fauna, acompanhadas de
ilustrações ou fotos, com destaque para as espécies endêmicas e
/ou em extinção;
• Apresentação sucinta dos principais aspectos históricos e culturais
da Flona e região; e
• Dentre outros aspectos de segurança do visitante, deverão ser
enfocados os procedimentos a serem adotados nas situações de
ocorrência de fogo e a proibição de alimentação de animais
silvestres.
• Disponibilizar gratuitamente todo material de divulgação no Centro de
Visitantes e nos postos de atendimento ao turista, ou similar, das cidades de
Sorocaba, Iperó, Capela do Alto e Araçoiaba da Serra, quando houver
disponibilidade;
• Estimular a produção de guias ilustrados sobre a flora e a fauna da
Floresta Nacional:
• A produção deverá contar com assessoria científica;
• O ICMBio autorizará a produção e comercialização dos guias
mediante acordo a ser estabelecido;
• Os guias produzidos poderão ser vendidos no Centro de Visitantes;
• Estabelecer e implementar um sistema de cobrança de taxa de visitação
nos portões de entrada da Floresta Nacional:
• No verso serão impressos mensagens educativas e um pequeno
mapa indicando as áreas abertas à visitação pública;
• Os visitantes deverão ser informados que terão que manter em sua
posse durante todo o período de visita o comprovante de
pagamento e que funcionários da UC ou por ela designados poderão
solicitar vistas a qualquer momento.
• Elaborar projeto de monitoramento da visitação para a Unidade:
• Este projeto deverá ser realizado de forma sistêmica, recolhendo
informações que orientem a chefia da Unidade em relação ao fluxo
de visitantes, satisfação e perfil dos mesmos, eficiência e evolução
das atividades voltadas à sensibilização ambiental, bem como
qualidade dos serviços prestados e dos locais abertos à visitação;
• A satisfação do visitante deverá ser monitorada mediante a
realização de pesquisas.
108
• Elaborar e implementar um projeto de sensibilização ambiental para a

Floresta Nacional de Ipanema:
• Projeto deverá ser elaborado pelos técnicos da Unidade;
• Os técnicos da Unidade deverão identificar parceiros, como a
secretarias de educação e de meio ambiente, Organização Não
Governamentais (ONGs) e universidades, para participarem da
elaboração e implementação do programa;
• O Projeto será estruturado para o atendimento das necessidades da
Unidade, devendo ainda atender os seguintes temas:
1. O histórico e objetivos da Unidade;
2. A importância dos espaços protegidos, em termos
ambientais, culturais, históricos e econômicos;
3. Os valores ambientais e culturais protegidos pela Floresta
Nacional;
4. As normas estabelecidas para a Unidade e Zona de
Amortecimento (ZA);
5. Os meios de participação da comunidade nas atividades de
proteção,
6. Os benefícios ambientais e econômicos advindos do uso
adequado dos espaços protegidos.
• O Projeto de sensibilização deverá ser desenvolvido através dos
mais variados recursos e atividades, dentre eles:
1. Realização de atividades junto às escolas do entorno e
demais organizações da sociedade civil organizada,
proprietários e empreendedores da área de entorno;
2. Utilização principalmente do Centro de Visitantes e
demais áreas abertas à visitação pública para a realização de
atividades interpretativas e recreativas, vinculadas aos valores
naturais e culturais abrangidos pela UC,
3. Desenvolvimento de peças de comunicação, como
folhetos, cartilhas, cartazes, dentre outros, julgados
apropriados.
• Capacitar e treinar os funcionários, voluntários, parceiros e estagiários para
atuarem na implementação do projeto de sensibilização;
• Adoção de procedimentos para a proteção dos sítios arqueológicos e
históricos, baseados nas leis pertinentes;
• Implementação de políticas de incentivo à preservação e valorização do
patrimônio histórico da Flona e cultural como festas populares e religiosas,
produção de artesanato e restauração do patrimônio edificado;
109
• Estabelecimento de relações sócio-culturais, éticas e estéticas com o

patrimônio cultural;
• O projeto de sensibilização poderá ser desenvolvido através da realização
de cursos, oficinas, debates, fóruns sobre temas relativos aos interesses
locais e regionais, dentre outros;
• O projeto de sensibilização será direcionado para o público em geral, e em
especial para educadores, entendidos como os agentes privilegiados na
formação das novas gerações;
• Este projeto poderá ser desenvolvido juntamente com as atividades de
sensibilização ambiental, de forma a otimizar custos operacionais e garantir
o necessário elo conceitual que une patrimônio cultural e natural;
• Oficinas temáticas sobre o sítio histórico deverão ser estabelecidas e
envolver diferentes públicos;
• Elaborar e manter atualizada a home page da Floresta Nacional de
Ipanema, na página do ICMBio;
• Definir um sistema de registros de visitantes;
• Otimizar o atual sistema de agendamento de grupos e pesquisadores;
• Implantar sistema de monitoramento de impactos da visitação nas trilhas,
atrativos e demais locais abertos à visitação pública;
• Estudar a viabilidade e tipo de transporte coletivo interno a ser implantado
na Unidade, para atendimento aos visitantes;
• Implantar sistema de coleta seletiva de lixo nas áreas abertas ao público;
• Elaborar projeto de recuperação das áreas alteradas abertas à visitação
pública.
5.4.5.2 Interpretação Ambiental

• Capacitar monitores e condutores ambientais da Zona de Amortecimento,
para atendimento na Flona de Ipanema;
• Promover a capacitação da equipe técnica da Flona, para o manejo da
visitação incluindo primeiros socorros;
• Realizar pesquisas nas áreas que possuem potencial para interpretação de
fenômenos naturais, incluindo os parâmetros que deverão ser monitorados
durante sua utilização;
• Implantar trilhas interpretativas, mediante projeto específico, levando em
consideração as peculiaridades do terreno, e os diferentes perfis dos
visitantes;
• Implantar novas trilhas interpretativas, além das em uso atualmente, nos
locais onde ocorrem diferentes fenômenos ambientais, observando
110
aspectos como a utilização do ambiente pela fauna, alterações na

vegetação, mudanças no padrão de circulação de águas, erosões e outros;
• Elaborar matriz de avaliação de impactos decorrentes da visitação nas
trilhas interpretativas;
• Elaborar normas de visitação nas trilhas;
• Os visitantes devem ser informados sobre os riscos e possíveis acidentes
que possam ocorrer em ambientes naturais;
• Criar projeto de interpretação para portadores de necessidades especiais;
• Elaborar material interpretativo, de acordo com os diagnósticos do Plano de
Manejo e futuros estudos sobre a UC;
• As trilhas devem ser implementadas para serem utilizadas com condução
facultada, podendo ser a condução recomendada pela UC:
• Utilizar o documento “Diretrizes para Visitação em Unidades de
Conservação” (MMA,2007), como referência para definição e normas das
atividades de interpretação.
5.4.5.3 Recreação e Lazer

• Elaborar e implantar caminhadas educativas ao ar livre;
• As caminhadas em trilhas de aprendizagem devem abordar temas como a
história natural de diversas espécies animais e vegetais, ocorrentes na
Flona, além de instruções sobre o uso de mapas, bússolas, receptores
GPS, uso de binóculos, observação de aves e interpretação de pegadas;
• Elaborar e implantar um plano de atividades de recreação e lazer:
caminhadas, piquenique, observação da vida silvestre, contemplação de
belezas cênicas em mirantes, fotografias, recreação infantil e interpretação
da natureza;
• Sinalizar a ciclovia utilizada atualmente para atividades ciclísticas e
promover sua interpretação;
• Elaborar e implantar trilha suspensa em área localizada na Zona de Manejo
Florestal Sustentável;
• Promover manutenções periódicas no projeto de arborismo e playground
infantil;
• Programar e viabilizar palestras sobre temas ambientais e de atividades
recreativas;
• Elaborar estudo para estimular a atividade de observação e contemplação
de aves;
• Elaborar e implantar projeto para recreação de portadores de necessidades
especiais.
111
5.5 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIOAMBIENTAL e DESENVOLVIMENTO

COMUNITÁRIO
Incentivar e fomentar o desenvolvimento de atividades com moradores da UC e
do entorno, que sejam compatíveis com os objetivos da Floresta Nacional de Ipanema
e, buscar parcerias para viabilização dessas atividades. Fomentar a difusão de
conhecimentos e a implementação de alternativas de uso racional dos recursos
naturais, por parte das populações residentes e vizinhas, principalmente em áreas que
tenham relação direta com a Flona. Pretende-se, com esse programa, a diminuição de
impactos na utilização direta dos recursos naturais, nas atividades agropecuárias e nos
diversos segmentos do turismo, incentivando a adoção de técnicas mais sustentáveis e
outras alternativas de desenvolvimento socioambiental.
5.5.2. Objetivos Específicos

• Identificar e avaliar os principais atores sociais e suas possíveis interações
com a Floresta Nacional de Ipanema;
• Identificar possíveis recebedores e pagadores para os serviços ambientais
da Floresta Nacional de Ipanema e de sua ZA;
• Definir estratégias de ação para integração da Flona com moradores da UC
e entorno;
• Buscar parcerias para atingir os objetivos da Floresta Nacional de Ipanema
e, proporcionar o desenvolvimento regional;
• Divulgar os objetivos da Floresta Nacional junto às comunidades, visando a
Integração das mesmas em projetos de desenvolvimento sustentável;
• Mediar possíveis conflitos e disputas de interesses entre as comunidades do
entorno e a UC;
• Elaborar um conjunto de programas junto às comunidades, visando o
desenvolvimento sustentável, incentivando a organização comunitária para
a geração de emprego e renda;
• Os produtos e serviços elaborados, através de projetos de desenvolvimento
sustentável na ZA poderão mencionar em seus rótulos a procedência
“Produzidos na Zona de Amortecimento da Floresta Nacional de Ipanema”,
mediante autorização do ICMBio, agregando valor aos produtos;
• Fomentar ações de Educação Patrimonial com as comunidades do entorno,
visando a geração de renda, a valorização das identidades culturais locais e
a construção do conhecimento;
• Focar as ações nas relações com as comunidades, que residem no entorno
da Floresta Nacional de Ipanema de forma processual;
• Promover integração da comunidade do entorno com a UC;
112
• Formular estratégias de educação ambiental não formal para a população

do entorno;
• Apoiar a educação formal, disponibilizando a UC para estudos do meio;
• Diminuir o impacto da utilização dos recursos naturais por meio de técnicas
mais sustentáveis que serão transmitidas à população, bem como
incrementar a diversificação da produção;
• diversificar a base econômica dos municípios, agregar valor e renda aos
produtos, fortalecer a organização social e diminuir o impacto ambiental
dos processos produtivos existentes.

• Nº de mediação de interesses e integração social e ambiental com
proprietários rurais e comunidades do entorno da UC;
• Nº de formalização de parcerias para desenvolvimento de projetos;
• Nº de novas alternativas de uso sustentável dos recursos naturais e de
geração de renda, associadas ao manejo sustentável, geradas ou
aperfeiçoadas na Flona e adaptadas aos objetivos da UC;
• Nº de propriedades participantes no projeto “Parceiros da Flona”;
• Nº de projetos envolvendo turismo rural, de aventura e ecológico com
comunidades do entorno;
• Nº de unidades demonstrativas e efetividade da implementação das
mesmas;
• Nº de autuações diminuída, por desmatamentos e exploração predatória
dos fragmentos florestais, no entorno da UC;
• Renda per capita dos moradores da ZA, participantes dos projetos de uso
sustentável dos recursos naturais, ampliada;
• Nº de enventos (palestras, dias de campo, seminários) realizados
mensalmente;
• Nº de proprietários do entorno com Reservas Legais (RL) e APPs
conservadas;
• Nº de financiadores e proprietários interessados por programas de
pagamento de serviços ambientais e Mecanismos de Desenvolvimento
Limpo (MDL) identificados e quantificados;
• Nº de eventos realizados mensalmente para sensibilização ambiental com
comunidades do entorno;
• Nº de visitantes atendidos pelos programa;
• Nº de projetos desenvolvidos atualmente;
• Nº total de participantes dos programas durante o ano;
• Nº de grupos, organizados ou nâo atendidos pelo programa;
113
• Nº de eventos específicos realizados durante o ano.
5.5.5 Atividades, Subatividaes e Diretrizes

5.5.5.1 Educação Ambiental
• Fortalecer a participação social nas discussões socioambientais de interesse
local, a partir de projetos de educação ambiental articulados pela Flona;
• Sensibilizar a população do entorno para a conservação das florestas
nativas, especialmente a partir do manejo sustentável;
• Sensibilizar a população sobre a importância da Flona e seu papel no
contexto sociambiental;
• Interagir com o Programa de Uso Público, bem como com as secretarias de
educação estadual e municipais e instituições de ensino superior, definindo
atividades em parceria;
• Focar as ações nas relações com as comunidades, que residem no entorno
da Floresta Nacional de Ipanema;
• Atender as possíveis solicitações de caráter educativo e social traduzidas
por projetos especiais;
• Promover integração da comunidade do entorno com a UC;
• Manter contato permanente com os moradores e produtores rurais,
vizinhos à Floresta Nacional de Ipanema, ou suas associações, de forma a
solucionar conflitos de interesse, evitando que estes atinjam proporções
indesejáveis.
5.5.5.2 Incentivo à Alternativas de Desenvolvimento

• Promover a capacitação das comunidades do entorno a fim de propiciar
maior inserção desta no desenvolvimento das atividades dentro da UC;
• Apoiar as atividades das comunidades do entorno, principalmente aquelas
que possibilitem alternativas de renda e que não comprometam o ambiente
natural da UC;
• Estimular projetos especiais de pesquisa, fomento e produção que auxiliem
a conservação de espécies críticas e a recuperação de áreas alteradas
presentes no entorno da UC (bacias hidrográficas, matas ciliares,
estabelecimento de corredores ecológicos, recuperação de fragmentos de
vegetação natural);
• Promover alternativas para o uso do solo, que devem ser consideradas
como projetos especiais;
• Contribuir para a elaboração participativa de projetos voltados ao uso
sustentável de recursos naturais;
114
• Fazer gestão junto aos órgãos e instituições avaliadores do Programa de

Crédito de Carbono, para inclusão da UC e propriedades da ZA no referido
programa;
• Viabilizar cursos de capacitação, para servidores do ICMBio e proprietários
da ZA, para comercialização de Créditos de Carbono;
• Buscar apoio junto ao SEBRAE para viabilizar cursos aos produtores rurais
da ZA, para capacitação a fim de obterem certificação ambiental e “selo
verde”, para produtos biodinâmicos – agricultura orgânica, mel e
subprodutos de abelhas nativas, dentre outros;
• Dar conhecimento aos proprietários rurais da ZA e administrações
municipais sobre os benefícios do ICMS ecológico, e fomentar criação de
áreas protegidas, com ênfase a RPPNs, no entorno da Floresta Nacional de
Ipanema;
• Incentivar a implantação de corredores ecológicos, visando a recuperação
de áreas antes florestadas, a fim de estabelecer um mosaico de fragmentos
florestais no entorno da UC e promover conectividade destes fragmentos,
bem como a viabilização de permanência e retorno de espécies de fauna
que exigem áreas maiores para sua perpetuação;
• Fomentar a recuperação de APP, na Zona de Amortecimento da Floresta
Nacional de Ipanema, buscando parceria com universidades e outras
instituições, para assistência técnica, objetivando a recomposição da
vegetação, com espécies nativas de ocorrência local;
• Fomentar a realização de um zoneamento agrícola no entorno da UC,
principalmente nos setores à montante da Flona;
• Estimular iniciativas que associem alternativas de produção sustentáveis à
atuação direta sobre processos mantenedores da biodiversidade, como a
proteção de áreas especiais (nascentes, reserva legal, áreas de preservação
permanente, abrigos de fauna, etc.), a proteção de espécies polinizadoras,
substituição das espécies meliníferas (apis pelas melíponas) espécies
responsáveis pelo controle de pragas e doenças, entre outras.
• Incentivar e difundir, em parceria com outras instituições, práticas agrícolas
que transformem a forma tradicional de produção, levando aos produtores
a opção de manejos agroecológicos;
• Fomentar mercados para os produtos agroecológicos ou orgânicos como
forma de gerar renda, mobilizar os produtores rurais e sensibilizá-los para a
questão ambiental pelo viés econômico;
• Apoio e promoção de atividades não agrícolas no meio rural, aproveitando
os potenciais da região, criando alternativas de geração de emprego e
115
renda de forma sustentável e diminuindo a pressão sobre os recursos

naturais;
• Promover em parcerias com universidades e outros órgãos programa de
extensão ambiental voltado para produtores rurais, com o objetivo de
diminuir o uso de agrotóxicos e adubos químicos, visando a proteção da
fauna e dos recursos hídricos;
• Promover junto às comunidades locais e produtores rurais programa para
conservação do solo e da água, o não uso do fogo como prática agrícola;
• Fomentar iniciativas que busquem criar fluxos entre a produção sustentável
e os consumidores urbanos locais e de grandes centros, com o objetivo de
mudar a percepção do ambiente nas comunidades rurais e urbanas e,
consequentemente, contribuir com a conservação dos recursos naturais da
região;
• Desenvolver atividades de pesquisa em parceria com outras instituições a
fim de promover alternativas que conciliem geração de emprego e renda e
conservação da biodiversidade, desenvolvendo estudos de viabilidade
econômica dos projetos produtivos, incluindo mercado e capacidade de
suporte dos recursos naturais envolvidos nos projetos;
• Fomentar e promover em parceria com universidades e instituições de
pesquisa, a criação de modelo de Unidade de Demonstração, com
atividades rentáveis e capazes de preservar e reconstituir as bases
ecológicas de sustentação dos agroecossistemas, e dos ecossistemas
naturais a eles vinculados, para que sirvam de referência e possam ser
adaptadas para outras propriedades do entorno, estabelecendo também
mecanismos de difusão dos resultados positivos;
• Promover ações de capacitação de moradores do entorno para
desempenhar o papel de multiplicadores na defesa do uso sustentável dos
recursos naturais e da conservação da biodiversidade, bem como o auxílio
na manutenção da integridade da área protegida;
• Implementar o projeto denominado "Guapuruvu", voltado para a promoção
e instrumentalização das comunidades do entorno, visando agregação de
renda e valor por meio de artesanato tradicional e do uso de subprodutos
florestais, em parceria com SENAR, SEBRAE, sindicatos rurais e entidades
ligadas ao turismo rural e atividades similares;
• Dar continuidade ao projeto "Arte na Floresta Ipanema", em
desenvolvimento na Unidade desde 2009, com a participação de
comunidades do entorno, para aproveitamento de materiais e sub-
produtos para artesanato.
116
5.6 PROGRAMA DE PROTEÇÃO, FISCALIZAÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS

FLORESTAIS
Estabelecer e executar medidas de fiscalização, monitoramento de atividades
impactantes na UC e ZA, prevenção e combate a incêndios florestais, ações de controle
de espécies exóticas, proteção dos recursos naturais e histórico-culturais, a segurança
dos visitantes, do patrimônio imobiliário e dos equipamentos existentes no interior da
Floresta Nacional e seu entorno.

• Estabelecer um sistema de proteção e fiscalização para a área da Flona e
para a Zona de Amortecimento;
• Dotar a Flona de condições para combater atividades e usos ilegais
realizados em seu interior e na ZA, com base na legislação ambiental
vigente;
que possam causar impactos negativos sobre os recursos da unidade e sua
ZA, de forma a subsidiar a tomada de decisão, visando minimizar tais
impactos e melhorar o manejo da Unidade;
• Propor termos de cooperação com municípios que pertençam a ZA da
Flona, principalmente em relação ao compartilhamento e debate das
legislações locais e documentos relacionados ao uso e parcelamento do
solo;
• Propor ações de monitoramento da linha férrea, quanto as suas cargas e
periodicidade de passagem, além de circulação de pessoas na linha;
• Fomentar ações educativas (exemplo: projetos para a formação de guarda-
parques) para viabilizar parceria com os atuais infratores que afetam a
Flona;
• Propor ações de monitoramento específico para as atividades de
telecomunicações, gasoduto e fibras óticas (como proposta: limitação da
concessão por 10 anos e programas de regularização);
• Identificar um conjunto de indicadores de desempenho, a serem utilizados
para monitorar a biodiversidade e as pressões exercidas sobre ela, bem
como as ações implementadas pelo ICMBio e comunidade em geral, para
minimizar estas ameaças;
• Acompanhar e monitorar continuamente, o funcionamento e evolução dos
ecossistemas naturais e alterados da UC, com avaliações periódicas do
estado e integridade dos ecossistemas e das populações de espécies críticas
e indicadoras presentes na Flona;
117
• Acompanhar e avaliar a evolução das características socioeconômicas

regionais seus impactos, e riscos sobre a Floresta Nacional de Ipanema;
• Monitorar a dinâmica dos processos erosivos, bem como a eficiência das
medidas específicas adotadas;
• Realizar ações de monitoramento específicas, quanto à qualidade da água,
a análise combinada de parâmetros físicos, químicos, biológicos,
microbiológicos, toxicidade e da fauna de macro invertebrados bentônicos,
nos principais cursos d’água da Flona e quando possível na ZA;
• Propor a implantação de sistema de contingência de riscos (ocorrência de
fogo, enchentes, animais peçonhentos, alimentação de animais silvestres,
etc.), em parceria com o Centro Experimental de Aramar (CEA) / Marinha do
Brasil;
• Estabelecer um sistema de prevenção, vigilância e fiscalização para a área
da Floresta Nacional de Ipanema e ZA, com periodicidade e diversidade nas
diferentes épocas do ano;
• Elaborar um plano de proteção, com definição das áreas prioritárias para
fiscalização;
• Solicitar formalmente autorização para fiscalização, ações de controle e
prevenção e circulação em propriedades particulares vizinhas;
• Retirar animais domésticos que ocasionalmente entrem na UC, em parceria
com os órgãos competentes municipais, como a zoonoses;
• Coibir a entrada de caçadores, coletores e outros agentes que visam à
exploração / depredação dos recursos naturais da UC mediante
mapeamento dos locais críticos;
• Colocar placas indicativas em todos os acessos possíveis à Floresta Nacional
de Ipanema, além de avisos sobre a proibição da caça, pesca e coleta de
plantas e / ou animais, dentro e fora dos limites da Flona, inclusive na ZA;
• Capacitar e contratar anualmente Brigada de Combate a Incêndios
Florestais para a Flona de Ipanema;
• Atuar junto a Coordenação Geral de Fiscalização (COFIS) na elaboração dos
planos de ação previstos;
• Incluir os planos de ação fiscalizatória no Planejamento de Ações de
Fiscalização (PLANAF).
5.6.3 Indicadores de Desempenho

• Nº de operações de fiscalização realizadas;
• Nº de empreendimentos vistoriados;
• Nº de atividades de sensibilização realizadas;
118
• Sistema de Informações Geográficas implantado, visando o monitoramento

da UC;
• Sistema de Contingência de Riscos implantado;
• Nº de cursos de capacitação em proteção, controle e combate a incêndios
realizados;
• Brigada capacitada e contratada anualmente;
• Nº de focos de incêndios florestais controlados na Flona e entorno;
• Nº de espécies exóticas invasoras erradicadas na UC.
5.6.4 Atividades, Subatividades e Diretrizes

5.6.4.1 Fiscalização
• Planejar a rotina de fiscalização da Flona, de acordo com a necessidade,
sendo atividades diárias ou de acordo com denúncias;
• Definir roteiros para a fiscalização, visando coibir os ilícitos às áreas da
Flona como: caça, pesca e coleta de sub produtos da floresta e despejo de
materiais, dentre outros;
• A fiscalização no interior da Flona deverá ser constante, incluindo a
realização de operações noturnas, especialmente em período mais
críticos, nos finais de semana e feriados;
• As informações levantadas através da fiscalização deverão constar
do sistema de monitoramento da Flona.
• Disponibilizar uniformes para todos os funcionários da Flona;
• Todos os funcionários deverão estar devidamente uniformizados,
quando estiverem em serviço.
• Garantir a participação dos funcionários e colaboradores (municípios,
ONGs) em cursos e palestras de atualização e reciclagem, principalmente
nos seguintes temas: fiscalização, legislação, prevenção e combate a
incêndios, primeiros socorros e relações públicas;
• Realizar ações de fiscalização sistemática e periódica para coibir infrações
ambientais na área da UC e Zona de Amortecimento;
• Na ZA as ações de fiscalização focarão prioritariamente nas áreas
contíguas à Unidade, bem como nas atividades de desmatamentos,
e atividades potencialmente impactantes, não licenciadas.
• Adquirir imagens de satélite de alta resolução a cada dois anos, da região
do entorno para monitoramento das condições ambientais e compartilhar
com os municípios a fim de debater sobre o uso e ocupação do solo;
• Criar uma página de informações socioambientais e econômicas (interface
com a internet) para compartilhar informações atuais e reais, em parceria
119
com os órgãos envolvidos, de modo a auxiliar, em tempo real, a elaboração,

desenvolvimento e execução de projetos;
• Realizar sobrevoos periódicos sobre a área da UC e Zona de Amortecimento
e outras tecnologias a fim de monitorar alterações ambientais, com
intervalo a ser decidido posteriormente;
• Identificar os usos do solo no entorno direto (áreas contíguas), verificando o
potencial de impacto ou as ameaças sobre à UC;
• Essa informação deverá ser um dos elementos para orientar o
planejamento das ações de fiscalização.
• Promover a capacitação continuada da equipe de fiscalização;
• A chefia da Flona deverá identificar as necessidades e as
oportunidades de capacitação da equipe.
5.6.4.2 Prevenção e Combate à Incêndios

• Elaborar e / ou atualizar anualmente um Plano de Contingências para
prevenção e combate à incêndios florestais (Plano de Fogo);
• As atividades de prevenção e combate deverão ser executadas de
forma sistemática e contínua;
• Deverão ser identificadas e estabelecidas as formas de detecção dos
incêndios, a rotina de comunicação, as formas de organização e
transporte de pessoal, as alternativas de abastecimento de água,
alimentação e, quando houver necessidade, primeiros socorros.
• Dotar a Flona de equipamentos (ou substituição), materiais e ferramentas
necessárias à realização das atividades de prevenção e combate à
incêndios;
• Elaborar e manter um Plano de Ação para prevenção e combate à incêndios
florestais;
• Mapear e manter limpos e adequados os locais de acesso para
obtenção de água ou para trânsito de tratores com trilhoteiro.
• Elaborar e manter atualizada lista de telefones úteis das instituições
e empresas com potencial de colaboração, em caso de ocorrência de
incêndios florestais na UC ou na ZA;
• Realizar anualmente cursos para formação de brigadistas, para
contratação mínima de 14 pessoas no período de junho à novembro
(período mais crítico);
• Capacitar e instituir Brigada Voluntária da Flona de Ipanema.
• Para a formalização da Brigada Voluntária deverá ser elaborada e
publicada ordem de serviço do ICMBio;
120
• Para a participação de brigadistas voluntários deverá ser

disponibilizado EPIs e ferramentas adequadas para o combate aos
incêndios;
• A Flona deverá preencher o Registro de Ocorrência de Incêndio
Florestal (ROI) e elaborar mapa de risco para inserção no sistema do
ICMBio;
• Fomentar atividades de Prevenção e Combate a Incêndios na ZA;
• Realizar cursos, palestras e distribuição de material de divulgação
visando à prevenção de incêndios;
• Promover em períodos de risco de incêndio, vigilância contínua no
mirante "Olho de Águia", para avaliação de focos de incêndios na UC
e sua ZA;
• Os vizinhos limítrofes da Flona deverão ser alertados quanto ao risco
de incêndios florestais.
5.6.4.3 Proteção das espécies de fauna e flora

• Promover o controle de cães e gatos abandonados no interior da Flona;
• Estabelecer uma estratégia para controle desses animais na Flona;
• Identificar instituições para estabelecimento de parcerias para essa
atividade.
• Realizar, em parceria com prefeituras e entidades afins, campanha
de divulgação, esclarecimento e sensibilização à população e
comunidades do entorno, sobre os prejuízos do abandono de cães e
gatos na UC para a fauna nativa da Floresta Nacional.
• Realizar levantamentos da existência de espécies exóticas invasoras da flora
e fauna;
• Poderão ser estabelecidas parcerias com universidades e ONGs para
realização desses diagnósticos.
• Realizar Planos de Ação para cada espécie invasora detectada, com o
objetivo de sua erradicação.
5.6.4.4 Entorno e ZA
• Acompanhar, junto com os órgãos competentes, e participar, quando for o
caso, dos processos de licenciamento dos empreendimentos e atividades
potencialmente poluidoras ou impactantes que possam trazer riscos para a
Floresta Nacional;
• Acompanhar o cumprimento das exigências de licenciamento ambiental e
condicionantes de licenças de instalação e operação de empreendimentos
instalados ou a serem instalados na ZA;
121
• Monitorar periodicamente, através de fiscalização presencial e de imagens

de satélite (quando disponíveis), as Reservas Legais e APPs na ZA (com
ênfase em áreas contíguas), com o objetivo de garantir a sua preservação e
o estabelecimento de corredores ecológicos entre remanescentes da Mata
Atlântica e Cerrado e seus sistemas associados, com a Floresta Nacional;
• Fiscalizar o cumprimento das normas legais para o cultivo de Organismos
Geneticamente Modificados (OGMs) na ZA.
• Estabelecer contatos com proprietários do entorno da Flona para
sensibilização e esclarecimentos sobre a legislação ambiental pertinente,
uso adequado de fertilizantes e defensivos agrícolas, bem como da
importância de conservação da fauna e da flora visando a adequação
ambiental das propriedades vizinhas.
122
6. RECURSOS FINANCEIROS, HUMANOS E LOGÍSTICOS PARA

IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE MANEJO
A viabilização do Plano de Manejo da Floresta Nacional de Ipanema depende de
vários instrumentos, conforme abaixo descrito:
• Fortalecimento do Conselho Consultivo, para participação efetiva dos
conselheiros em atividades que são previstas nos programas de manejo,
bem como no monitoramento e avaliação do Plano de Manejo.
• Disponibilização para a Flona das compensações ambientais devidas e apoio
da Procuradoria Jurídica para recebimento de passivos ambientais (Mosaic
Fertilizantes, sucessora da Vale Fertilizantes S.A., por exemplo).
• Parcerias: O estabelecimento de parcerias com Universidades, prefeituras do
entorno, ONGs e associações com atuação alinhada aos objetivos da
Floresta Nacional devem ser continuamente buscado para a implementação
do Plano de Manejo.
• Articulação interna: Deve-se buscar, continuamente, a viabilização das
atividades constantes no Plano de Manejo, a partir da articulação com a
UAAF responsável pela UC, CR8, ACADEBio e Sede, considerando as
demandas da Flona, para que sejam contempladas nos mecanismos de
disponibilização de recursos pertinentes (licitações, suprimentos de fundos,
contratações, disponibilização de servidores e funcionários, entre outras).
• Fortalecimento do Conselho Gestor da Flona para uma gestão
compartilhada, sobretudo nas questões polêmicas, promovendo o
engajamento dos servidores e transparência nas tomadas de decisão.
• Apoio: Deve-se buscar apoio, junto à Justiça Estadual e Federal e
Promotorias, para obter direcionamento de sentenças judiciais de crimes
ambientais para a implementação dos programas de manejo,
especialmente das ações de caráter prioritário.
• Programa Voluntariado: A Flona de Ipanema deverá revitalizar o programa
institucional de Voluntariado, para viabilizar a participação de voluntários
na implementação de atividades previstas no Plano de Manejo e
relacionadas às linhas temáticas previstas nas normas vigentes.
123
7. CRONOGRAMA FÍSICO
Partindo dos programas considerados prioritários, deve-se inicialmente
elaborar um cronograma detalhado para as atividades propostas, pautado numa
concepção realista que considere o contexto institucional administrativo-
orçamentário, a capacidade de trabalho da equipe técnica da Floresta Nacional de
Ipanema e o envolvimento efetivo do Conselho Consultivo, Conselho Gestor e
parcerias mais comprometidas com a gestão da UC.
Tal cronograma, à exemplo do desdobramento dos objetivos estratégicos e da
priorização dos programas, contém além das atividades, os responsáveis, prazos e
quando possíveis, indicações de fontes de recursos e estratégias para a
implementação.
Com base nas discussões acumuladas, sobretudo com a equipe técnica,
permitem definir programas com Alta (A) e Média (M) prioridade de implementação.
A partir dessa priorização e definição de estratégias, como instrumento inicial para
nortear a implementação das atividades no aspecto temporal foi elaborado um
Cronograma Geral de execução para a Floresta Nacional de Ipanema, num horizonte
de 5 anos, conforme Quadro 7.1.
Quadro 7-1: Priorização dos programas.
ANO
PROGRAMAS DE MANEJO
1 2 3 4 5
5.1 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO A M M M M
5.2 PROGRAMA DE CONHECIMENTO E PESQUISA A M M M M
5.3 PROGRAMA DE MANEJO DOS RECURSOS NATURAIS A A A M M
5.4 PROGRAMA DE USO PÚBLICO A A A A A
PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIOAMBIENTAL E
5.5 A A M M M
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO
PROGRAMA DE PROTEÇÃO, FISCALIZAÇÃO E COMBATE AOS
5.6 A A A A A
INCÊNDIOS FLORESTAIS
124
ANEXO 1 - Desdobramento do BSC / Objetivos Estratégicos
Os indicadores selecionados foram de ordem quantitativa e algumas vezes

qualitativa, mas sempre buscando mensurar os resultados esperados e gerir o seu
desempenho.
As metas foram estabelecidas para período 2017-2021.
125
Quadro 1.3-1: Perspectiva Ambiente e Sociedade - Objetivo “Promover a restauração do patrimônio ambiental”.
OBJETIVO PERÍODO 2017-2019 PERÍODO 2020-2021

DIMENSÃO INDICADOR COMO? QUEM?
ESTRATÉGICO (ações anuais) (ações anuais)
Nº de Projetos de Recuperação de • Equipe de Manejo Florestal:

• 2 PRAD's • 2 PRAD's
Áreas Degradadas (PRAD's) elaborados elabora e planeja
Promover a restauração do patrimônio ambiental
Nº de Projetos de Recuperação de
• Equipe de Manejo e Brigada de
Áreas Degradadas (PRAD's) • 1 PRAD • 2 PRAD's
Incêndios implantam PRAD
implantados
• Equipe de Manejo Florestal
Ambiente e Sociedade
• 5 ha (leucenas)
controladas • 5 ha (leucenas) • Parcerias com Universidades e
Quantidade de área com espécies
Instituições de Pesquisa
invasoras controladas
• 1 ha de gramíneas • 1 ha de gramíneas
(experimento) • Recursos oriundos de
condenações judiciais
• Acesso aos recursos

orçamentários e extra
Nº de ha recuperados • 30 ha • 30 ha
orçamentários (compensações e
passivos ambientais)
• Prefeituras em campanhas e
Nº de bairros com controle do • 2 bairros: • 2 bairros: monitoramento contínuo
caramujo gigante africano (Achatina Araçoiabinha e George Araçoiabinha e
Fulica) Oeterer George Oeterer • Flona colabora na elaboração
de projetos e folheteria
126
Quadro 1.3-2: Perspectiva Ambiente e Sociedade - Objetivo “Promover a restauração do patrimônio cultural”.
OBJETIVO PERÍODO 2017- 2019 PERÍODO 2020 - 2021

• Parcerias com
Oficina de Modelagem • 1 projeto aprovado pelo
• 1 projeto executivo elaborado Organizações Culturais, com
restaurada CNAC
recursos da Lei Rouanet
• 100% do Engenho • UAAF Teresópolis, para

Promover a restauração do patrimônio cultural
Engenho de Serrar
• 100% das instalações implantadas funcionando e aberto para contratação de 3 operadores
funcionando
visitação (carpinteiros e marceneiros)
• 100% da ponte restaurada
Ponte Articulada • Ponte Articulada aberta • Recursos IPHAN para
restaurada para visitação empresa contratada

• 100% da normatização elaborada
• Parceria com IPHAN e
empresas que utilizam a UC.
• Recursos IPHAN
• 100% dos recursos
necessários captados e
• Participação efetiva da
• Projeto de instalações elétricas
Projeto de revitalização equipe da FNI
• 10% do Projeto
estrutural, elétrico e de
• Projeto de Segurança da Casa do Executado
segurança elaborado • Acesso aos recursos
Administrador elaborado
orçamentários Órgão Gestor
• 100% do projeto
da Unidade
executados
• Elaboração de processo
licitatório pela UAAF
Teresópolis.
127
Quadro 1.3-3: Perspectiva Ambiente e Sociedade - Objetivo “Aumentar a proteção do meio ambiente e apoiar alternativas econômicas sustentáveis do entorno”.

Aumentar a proteção do meio ambiente e aprimorar o
• Utilização de equipe de
fiscalização da Flona, com
controle das atividades na ZA da Flona
participação de Analistas
Nº de operações de Ambientais convidados.
• 5 operações • 6 operações
fiscalização realizadas
• Operações previamente
planejadas e constantes do
Plano de Proteção
• Vistorias técnicas com equipe

Nº de empreendimentos
• 20 empreendimentos • 25 empreendimentos vistoriante da Flona, com
vistoriados
veículos e equipamentos da UC
• Eventos realizados com

Nº de atividades de parcerias com sindicatos, ONGs
• 3 eventos • 5 eventos
sensibilização realizadas e equipe socioambiental da
Flona
128
• Parceria formalizada com

os Sindicatos Rurais de
Apoiar alternativas econômicas sustentáveis

Boituva e Araçoiaba da • Articulação da equipe
Parcerias formalizadas Serra. • Manutenção das parcerias socioambiental da Flona com
Sindicatos e SEBRAE
• Parceria formalizada com
SEBRAE
do entorno
• 7 cursos de artesanato, • 7 cursos de artesanato,

Cursos de Geração de Renda processamento de processamento de • Parcerias com SENAR e
ministrados alimentos e atendimento ao alimentos e atendimento ao Sindicatos Rurais
público público
Nº de pessoas capacitadas • 100 pessoas • 120 pessoas • Comunidades do entorno
129
Quadro 1.3-4: Perspectiva Ambiente e Sociedade - Objetivo “Desenvolver e apoiar o turismo ambiental e cultural”.

• Apoio das empresas contratadas e dos

servidores da Flona
Nº de visitantes
• 50.000 visitantes • 60.000 visitantes
(anual)
• Acesso à recursos orçamentários do
Desenvolver e apoiar o turismo ambiental e cultural
Órgão Gestor da Unidade
• Apoio das empresas contratadas e dos

servidores da Flona
Nº de visitantes
• 25.000 visitantes • 30.000 visitantes

pagantes (anual)
• Acesso a recursos orçamentários do
ICMBio
Nº de eventos • Apoio de parceiros da área cultural

• 10 eventos (oficinas) • 15 eventos (oficinas)
para público (SESC, SEBRAE e Condutores ambientais)
• 1 Trilha implantada
• 1 Área de camping
• Apoio das empresas contratadas com
elaborada e implantada
• 1 Mirante instalado participação da equipe da Flona
Nº de atrativos • 1 trilha para acessibilidade à
• 1 Roteiro de visitação • Parceria Pública Privada (PPP)
disponibilizados visitantes especiais
noturna implantado
• Acesso a recursos orçamentários e extra
• 10% do Projeto de
• Projeto de Setorização orçamentários
Setorização implantado
da vila elaborado
130
Quadro 1.3-5: Perspectiva Usuários - Objetivo “Exercer com clareza e eficiência a prestação de serviços”.

Exercer com clareza e eficiência a prestação de serviços
• Elaboração de manuais pela equipe de

planejamento da Flona
• 40 processos externos
• Capacitação para servidores, funcionários
Nº de processos externos (Autorizações direta,
• 50 processos externos e colaboradores da Flona, visando
autuados licenciamento, pesquisa,
sistematizar informações e procedimentos
imagens, etc.)
• Aplicação das pesquisas de satisfação,
Usuários
logo após o encerramento do processo
Nº de manuais de • Equipe técnica da Flona sob coordenação

• 01 manual • 02 manuais
procedimentos elaborados da Área Temática de Planejamento
Nº de pesquisas de
• Equipe da Área Temática de
satisfação dos usuários • 40 pesquisas • 50 pesquisas
Planejamento
respondidas
131
Quadro 1.3-6: Perspectiva Usuários - Objetivo “Capacitar comunitários do entorno para o turismo.

Capacitar Comunitários do entorno para o turismo
• Articulação com Sindicatos, • Articulação da Equipe Socioambiental

Curso de turismo • Realização do curso
SENAR para preparação do da Flona com Sindicato de Boituva e
receptivo realizado para 20 pessoas
curso Araçoiaba da Serra e SENAR
Usuários
Curso de Condutor • Articulação, preparação e • Curso de Condutores

• Parcerias com SESC, ACADEBio e Flona
de Visitantes montagem da grade de visitantes para 30
de Ipanema
Realizado curricular do curso pessoas
132
Quadro 1.3-7: Perspectiva Internos - Objetivo “Implementar o Plano de Manejo”.

• Acesso aos recursos de compensação

ambiental da CCA/SMA/SP, para
conclusão do Plano de Manejo
Plano de Manejo • Aprovação da revisão do • Implementação do
• Conclusão do encarte planejamento
revisado Plano de Manejo e publicação Plano de Manejo
pela equipe da Flona
Implementar o Plano de Manejo
• Contratação de empresas para

editoração e publicação
Internos
• Realização de oficina para definição

Programas • Definição dos programas • Implementação dos
das estratégias e prioridades pela
implementados prioritários e estratégias programas estratégicos
equipe da Flona
• Equipe da Flona, com apoio de

parceiros, Apoio do ICMBio para
ZA Normatizada • Revisão dos limites da ZA ----------------------
aquisição de software de
geoprocessamento
• Assinatura do • Equipe da Flona e apoio da

ZA Decretada ----------------------
Decreto DIMAN/ICMBio
133
Quadro 1.3-8: Perspectiva Aprendizado - Objetivo “Elaborar e executar sistema de informação para monitorar planejamento estratégico”.

Elaborar e executar sistema de informação para monitorar

• Participação do Conselho Gestor e
voluntários
Reuniões e oficinas
• 3 reuniões ou oficinas • 3 reuniões ou oficinas
realizadas
• Acessar recursos orçamentários para
viabilização das reuniões
planejamento estratégico
Aprendizado
• Participação da equipe da Flona, com

coordenação da Área Temática de
Sistema PDCA aplicados • 2 aplicações • 2 aplicações
Planejamento, com ampla divulgação
dos resultados
• Planilha de
Planilha de • Área temática de Planejamento
monitoramento elaborada
monitoramento ------------------------- coordena a elaboração dos
e com indicativos de
elaborado procedimentos e publicação
execução
134
Quadro 1.3-9: Perspectiva Aprendizado - Objetivo “Elaborar e implementar Sistema de Comunicação”.

• Painel à vista alimentado e

• Conselho Gestor, equipe da
implantação de painéis
Nº de painéis informativos • Painéis alimentados e Flona e estagiários elaboram e
setoriais (Gestão de Pessoas,
internos implementados informativos elaborados. mantém as informações
Elaborar e implementar Sistema de Comunicação
Uso Público, Fiscalização,
atualizadas
Centro de Memória)
• Manutenção e atualização das

informações do site por Analista
Site em atividade • 1 site • 1 site
Ambiental e estagiário da área
de comunicação
Aprendizado
• 2 matérias jornalísticas
• 2 Edições Eletrônicas
regionais sobre a Flona • Equipe da Área Temática do
Nº de publicações do Centro de Memória
Centro de Memória e estagiário
impressas e eletrônicas
• Lançamento da 1ª revista da área de comunicação
• 2 Matérias jornalísticas
eletrônica
Nº de perfis em redes • Criação de perfis pelo grupo de

• 2 perfis • 2 perfis
sociais estagiários
• Designação da atividade para

Sistema de Clipping
• 1 sistema • 1 sistema encarregada de recepção com
implantado
participação de estagiários
135
Quadro 1.3-10: Perspectiva Aprendizado - Objetivo “Desenvolver competência técnica e gerencial da equipe”.

Desenvolver competência técnica e gerencial da equipe em

fiscalização, visitação, educação ambiental, procedimentos
• Palestra sobre ética no
serviço público
• Palestra sobre
internos, parcerias gestão estratégica
procedimentos internos
(eficiência e qualidade no
• Palestras e cursos nas
atendimento)
áreas de: visitação/uso
• Palestrantes convidados e
Palestras e público, educação
• Palestra sobre higiene, Analistas Ambientais da Unidade,
Aprendizado
Cursos realizados ambiental, gestão

saúde e segurança no Sindicatos e ONGs
estratégica e animais
trabalho
peçonhentos
• Palestra sobre parcerias
• Oficina na área de
Conservação do Patrimônio
Histórico
Nº de servidores • 80% do quadro de • 80% do quadro de • Servidores, funcionários e

participantes servidores participantes servidores participantes colaboradores
136
Quadro 1.3-11: Perspectiva Recursos - Objetivo “Acessar recursos de compensação e passivos ambientais.
OBJETIVO PERÍODO 2017 -2019 PERÍODO 2020-2021

Acessar recursos de compensação e passivos ambientais • Chefia da UC com Área

Temática de Planejamento farão
contato com IBAMA,
Termos de Compromissos
• 1 TC formalizado • 3 TC formalizados CCA/SMA/SP, Ministério Público
(TC) formalizados
Federal para notificação das
empresas com passivos
ambientais
Recursos
Planos de Trabalho (PT) • Equipe de Analistas

• 1 PT elaborado • 3 PT elaborados
elaborados Ambientais da Flona e parcerias
• Restauro da Casa do
• Plano de Manejo Pesquisador
revisado, aprovado e • Processos licitatórios
Recursos Aplicados publicado, com recursos • Manutenção da Casa do formalizados pela UAAF
Câmara de Compensação Administrador Teresópolis e equipe da Flona
Ambiental (CCA)/SMA/SP
• Viveiro Revitalizado
137
ANEXO 2 - Memoriais Descritivos do Zoneamento da FNI
Z1. ZONA DE PRESERVAÇÃO

Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1, definido pelas coordenadas
E: 228.464,370 m e N: 7.406.607,620 m com azimute 174° 14' 39,25'' e distância de
228,44 m até o vértice 2, definido pelas coordenadas E: 228.487,280 m e N:
7.406.380,330 m com azimute 174° 32' 25,80'' e distância de 282,00 m até o vértice 3,
definido pelas coordenadas E: 228.514,110 m e N: 7.406.099,610 m com azimute 179°
54' 08,56'' e distância de 129,12 m até o vértice 4, definido pelas coordenadas E:
228.514,330 m e N: 7.405.970,490 m com azimute 176° 39' 16,56'' e distância de
2.779,71 m até o vértice 5, definido pelas coordenadas E: 228.676,540 m e N:
229.237,400 m e N: 7.403.191,920 m com azimute 88° 10' 36,33'' e distância de 244,84
m até o vértice 8, definido pelas coordenadas E: 229.482,120 m e N: 7.403.199,710 m
com azimute 85° 27' 41,40'' e distância de 648,81 m até o vértice 9, definido pelas
coordenadas E: 230.128,900 m e N: 7.403.251,050 m com azimute 85° 36' 03,06'' e
distância de 396,33 m até o vértice 10, definido pelas coordenadas E: 230.524,060 m e
N: 7.403.281,450 m com azimute 86° 09' 16,13'' e distância de 1.168,39 m até o
vértice 11, definido pelas coordenadas E: 231.689,820 m e N: 7.403.359,810 m com
azimute 87° 11' 08,61'' e distância de 892,29 m até o vértice 12, definido pelas
N: 7.403.437,870 m com azimute 20° 33' 55,55'' e distância de 28,58 m até o vértice
14, definido pelas coordenadas E: 232.599,530 m e N: 7.403.464,630 m com azimute
19° 47' 05,12'' e distância de 24,43 m até o vértice 15, definido pelas coordenadas E:
m até o vértice 16, definido pelas coordenadas E: 232.615,340 m e N: 7.403.508,100
m com azimute 16° 02' 53,84'' e distância de 42,07 m até o vértice 17, definido pelas
138

139

N: 7.404.218,690 m com azimute 0° e distância de 0,17 m até o vértice 64, definido
pelas coordenadas E: 232.492,170 m e N: 7.404.218,860 m com azimute 1° 48' 54,37''
e distância de 11,37 m até o vértice 65, definido pelas coordenadas E: 232.492,530 m
e N: 7.404.230,220 m com azimute 356° 11' 09,33'' e distância de 0,45 m até o vértice
232.492,550 m e N: 7.404.230,880 m com azimute 1° 49' 02,54'' e distância de 19,55 m
até o vértice 68, definido pelas coordenadas E: 232.493,170 m e N: 7.404.250,420 m
N: 7.404.276,060 m com azimute 4° 23' 55,34'' e distância de 0,26 m até o vértice 71,
definido pelas coordenadas E: 232.495,020 m e N: 7.404.276,320 m com azimute 7° 08'
140
55,72'' e distância de 17,92 m até o vértice 72, definido pelas coordenadas E:

141

349° 43' 31,33'' e distância de 13,57 m até o vértice 107, definido pelas coordenadas
142

m com azimute 354° 42' 41,02'' e distância de 28,64 m até o vértice 127, definido
pelas coordenadas E: 232.609,510 m e N: 7.404.952,520 m com azimute 0° e distância
de 0,02 m até o vértice 128, definido pelas coordenadas E: 232.609,510 m e N:
7.404.952,540 m com azimute 354° 59' 26,09'' e distância de 16,26 m até o vértice
143
232.659,110 m e N: 7.405.047,310 m com azimute 90° e distância de 0,01 m até o
144

145
146

m com azimute 0° e distância de 0,01 m até o vértice 232, definido pelas coordenadas
147

148
pelas coordenadas E: 232.783,990 m e N: 7.405.718,430 m com azimute 323° 41'
149
150

151
152

153

154

155

156

E: 230.176,260 m e N: 7.404.795,290 m com azimute 3° 41' 07,50'' e distância de 21,62
157

158

159
160

161
162

163

164
176° 38' 40,76'' e distância de 814,14 m até o vértice 1, encerrando este perímetro.
Z2. ZONA PRIMITIVA

A Zona Primitiva compreende três porções fragmentadas pela intersecção das
demais zonas, e são aqui apresentadas como Zona Primitiva 1, 2 e 3.
Zona Primitiva 1 - Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1, definido
165
166

167
168

169

170

171

172
173

174
175

176

7.407.420,050 m com azimute 358° 06' 11,05'' e distância de 1.282,11 m até o vértice
e distância de 408,27 m até o vértice 291, definido pelas coordenadas E: 230.514,000
m e N: 7.408.393,950 m com azimute 90° 44' 57,88'' e distância de 15,29 m até o
distância de 170,35 m até o vértice 294, definido pelas coordenadas E: 230.866,100 m
177

178
e N: 7.408.093,200 m com azimute 86° 08' 38,11'' e distância de 285,80 m até o
179

180

181
182

m com azimute 270° e distância de 0,01 m até o vértice 432, definido pelas
183

N: 7.406.686,240 m com azimute 270° e distância de 0,11 m até o vértice 445,
270° e distância de 0,02 m até o vértice 457, definido pelas coordenadas E:
184

pelas coordenadas E: 233.139,190 m e N: 7.406.698,510 m com azimute 270° e
185

186

187
188

189

distância de 10,10 m até o vértice 1, encerrando este perímetro.
190
191

192

193
194

195
196
197
198
199
200
201

202

203

204

205

206

207
208
209
210

E: 233.464,970 m e N: 7.406.667,830 m com azimute 270° e distância de 0,08 m até o
211
coordenadas E: 233.440,830 m e N: 7.406.667,600 m com azimute 270° e distância de

212

7.406.686,980 m com azimute 270° e distância de 0,12 m até o vértice 551, definido
213

214

215

216

217

218
219

220

221

222
223

224

225

226
227

228

0° e distância de 0,01 m até o vértice 946, definido pelas coordenadas E: 232.504,040
229

17,48 m até o vértice 1, encerrando este perímetro.
distância de 6,21 m até o vértice 5, definido pelas coordenadas E: 235.576,890 m e N:
230

231

Z3. ZONA DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL SUSTENTÁVEL

A Zona de Manejo Florestal Sustentável Sustentável compreende quatro
porções, fragmentadas pela intersecção da Zona de Uso Conflitante, e são aqui
apresentadas como Zona de Manejo Florestal Sustentável Sustentável 1, 2, 3 e 4.
Zona de Manejo Florestal Sustentável Sustentável 1 - Inicia-se a descrição deste
perímetro no vértice 1, definido pelas coordenadas E: 235.501,860 m e N:
232

233

234

235
236

m com azimute 25° 32' 31,28'' e distância de 2,50 m até o vértice 1, encerrando este
perímetro.
237

238
encerrando este perímetro.
Zona de Manejo Florestal Sustentável Sustentável 3 –Inicia-se a descrição deste
239

240

241
m até o vértice 1, encerrando este perímetro.
242
243

244

Z4. ZONA DE RECUPERAÇÃO

A Zona de Recuperação compreende sete porções, fragmentadas pela
intersecção de diferentes zonas, e são aqui apresentadas como Zona de Recuperação
1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Zona de Recuperação 1 - Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1,
245

246

247
248

249

250

251
252
253
254

255
256
257
258

259
260

261
262

263
264
265

22,44'' e distância de 63,73 m até o vértice 1, encerrando este perímetro.
Zona de Recuperação 2 – Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1,
266

267
m com azimute 171° 28' 19,85'' e distância de 144,24 m até o vértice 1, encerrando
este perímetro.
268
269

270
271

272

273

274

275
m com azimute 219° 15' 34,34'' e distância de 205,16 m até o vértice 1, encerrando
este perímetro.
Zona de Recuperação 7 - Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1,
276

277

m até o vértice 1, encerrando este perímetro.
278
Z5. ZONA DE USO INTENSIVO

A Zona de Uso Intensivo compreende quatro porções, fragmentadas pela
intersecção de diferentes zonas, e são aqui apresentadas como Zona de Uso Intensivo
1, 2, 3 e 4.
Zona de Uso Intensivo 1 - Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1,
279

280
281

282

283
284

285

286

287

288

289
119° 11' 04,08'' e distância de 24,86 m até o vértice 1, encerrando este perímetro.
Z6. ZONA DE USO CONFLITANTE

A Zona de Uso Conflitante esta subdividida em quatro áreas, sobrepondo e
fragmentando diferentes zonas, e são aqui apresentadas como Zona de Uso
Conflitante 1, 2 e 3, uma vez que as porções 3 e 4 estão física mente unidas, ocorrendo
sua divisão apenas para caracter descritivo e uso e ocupação.
Zona de Uso Conflitante 1 - Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1,
290

291

292

293
294

7.409.195,570 m com azimute 23° 17' 14,25'' e distância de 1.020,33 m até o vértice
295
azimute 115° 45' 02,23'' e distância de 336,65 m até o vértice 1, encerrando este
perímetro.
Zona de Uso Conflitante 2 – Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1,
296

297
0° e distância de 0,01 m até o vértice 47, definido pelas coordenadas E: 232.504,040 m
0° e distância de 0,02 m até o vértice 59, definido pelas coordenadas E: 232.533,660 m
298

299
300

301

302
com azimute 0° e distância de 0,19 m até o vértice 166, definido pelas coordenadas E:
303

304

305
com azimute 0° e distância de 0,14 m até o vértice 252, definido pelas coordenadas E:
306

307

e N: 7.406.026,040 m com azimute 0° e distância de 0,44 m até o vértice 295, definido
308

309

310

311
312

azimute 90° e distância de 0,09 m até o vértice 429, definido pelas coordenadas E:
313
e N: 7.406.686,980 m com azimute 90° e distância de 0,12 m até o vértice 442,
314

e N: 7.406.667,830 m com azimute 90° e distância de 0,08 m até o vértice 469,
315
316

317
318
319

320

321

322

323

324

325

326

327
328

329

330
331

332

333
334
335
336

337

338

339

m até o vértice 1071, definido pelas coordenadas E: 232.649,140 m e N:
340

341
342

343
Zona de Uso Conflitante 3 - Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1,
344

345

346
347

348

01,05'' e distância de 1.294,85 m até o vértice 122, definido pelas coordenadas E:
349

130° 51' 00,79'' e distância de 1.294,73 m até o vértice 1, encerrando este perímetro.
Z7. ZONA DE USO ESPECIAL

A Zona de Uso Especial esta subdividida em quatro áreas, sobrepondo e
fragmentando diferentes zonas, e são aqui apresentadas como Zona de Uso Especial 1,
2, 3 e 4.
Zona de Uso Especial 1 - Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1,
350

351
352

353

354
355

356
357
358
359
360

361

362

363

364

1, encerrando este perímetro.
Zona de Uso Especial 2 – Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1,
365

366

367
28' 01,69'' e distância de 48,72 m até o vértice 1, encerrando este perímetro.
Zona de Uso Especial 3 – Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1,
368

369
Zona de Uso Especial 4 - Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice 1,

370

Todas as coordenadas aqui descritas estão georreferenciadas ao Sistema

Geodésico Brasileiro e encontram-se representadas no Sistema UTM, referenciadas ao
Meridiano Central 45 WGr, fuso 23S, tendo como datum o SIRGAS-2000. Todos os
azimutes e distâncias, área e perímetro foram calculados no plano de projeção UTM.
Os dados foram gerados e corrigidos no formato KML estão no Datum
SIRGAS2000 e são visualizados diretamente no GoogleEarthPro que está no Datum
WGS84. A diferença nos Datuns não causará problema na visualização dos dados, pois
os parâmetros de transformação entre SIRGAS2000 e WGS84 são praticamente iguais,
ou seja, DX=0, DY=0 e DZ= 0.
371

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2017

PLANO DE MANEJO DA FLORESTA NACIONAL DE IPANEMA

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

DIRETORIA DE CRIAÇÃO E MANEJO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

COORDENAÇÃO GERAL DE CRIAÇÃO, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DE

COORDENAÇÃO DE ELABORAÇÃO E REVISÃO DO PLANO DE MANEJO

FLORESTA NACIONAL DE IPANEMA

EQUIPE DO ICMBio RESPONSÁVEL PELA COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO

Coordenação Técnica da Revisão de Plano de Manejo

Supervisão da Revisão do Plano de Manejo

Equipe Técnica da Flona de Ipanema

UGRHI - Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos

5.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 76

5.6 PROGRAMA DE PROTEÇÃO, FISCALIZAÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS

1. VISÃO GERAL DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO

também responsáveis pela UC e aceitem sua existência, entendendo-a

1.2 ESTRATÉGIAS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Quadro 1.2.1-1: Diretrizes Estratégicas da Floresta Nacional de Ipanema.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS Objetivos de caráter permanente, que detalham a missão

O guia fundamental para a tomada de decisões (escolhas).

Representa uma situação futura altamente desejável pela

A estratégia escolhida (prioridades de ação) para a

A Missão, os Objetivos Específicos e os Valores definem a identidade e os

estratégicas conferem constância à gestão, e contribuem para o sucesso da FNI no

Figura 1.2.1-1: Fluxo de Planejamento Estratégico.

1.2.1.1 Declaração de Significância

Considerando sua importância científica, ecológica, histórica e socioeconômica,

patrimônio histórico, grau de ameaça, entre outros fatores, a Floresta Nacional de

ocupação do território nacional pelo homem europeu, da industrialização

1.2.1.2 Objetivos Específicos

• Possibilitar a pesquisa científica voltada à conservação e utilização dos

1.2.1.3 Princípios e Valores

Além dos Valores que a Unidade deve buscar constantemente os princípios

Pensamento sistêmico: entender as relações de interdependência entre os

1.2.1.4 Visão de Futuro

cumprimento dos Objetivos Específicos da UC, contribuindo para a orientação de

VISÃO DE FUTURO DA FNI

A coerência e constância de propósitos na gestão estão entre os maiores

1.2.1.5 Objetivos Estratégicos

Análise situacional da Flona de Ipanema

Cruzando-se os pontos fortes versus oportunidades, foram obtidas as forças

Quadro 1.2.1.5-1: Fatores identificados como forças restritivas da gestão da FNI.

FORÇAS RESTRITIVAS DA GESTÃO DA FLONA DE IPANEMA

• Infraestrutura de • Existência de torres e • Realizar melhorias na

sinalização deficiente antenas no Morro infraestrutura e material

explicativas e de Uso Público.

• Fragmentação florestal. realização de pesquisas

apoio para definição definidos.

Quadro 1.2.1.5-2: Fatores identificados como forças impulsoras da gestão da FNI.

FORÇAS IMPULSORAS DA GESTÃO DA FLONA DE IPANEMA

• Curso para artesanato

ciclismo na UC. desenvolvimento do

• Potencial agro • Existência de • Manter ativo o plano

ecológico técnico. produtores orgânicos no de capacitação para

1.3 Mapa Estratégico da Floresta Nacional de Ipanema

terão que ser vencidos.

As perspectivas do Ambiente, Sociedade e Usuário, trazem os pontos de vista