Ovos
Ovos
Ovos
DE PRODUÇÃO DE OVOS E
FRANGOS CAIPIRAS
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE
PRODUÇÃO DE OVOS E FRANGOS
CAIPIRAS
BELO HORIZONTE
EMATER-MG
SETEMBRO DE 2020
FICHA TÉCNICA
AUTORES:
Márcia Portugal Santana
Coordenadora Estadual de Pequenos
Animais – Emater–MG
Dirceu Alves Ferreira
Coordenador Estadual de Pequenos
Animais – Emater–MG
Luiz Fernando Chaves Mendes
Coordenador Regional de Pequenos
Animais – Emater–MG
REVISÃO:
Lizete Dias
Ruth Navarro
PROJETO GRÁFICO:
Cezar Hemetrio
DIAGRAMAÇÃO:
Igor Bottaro
FOTO DA CAPA:
Arquivo Emater–MG
EMATER MINAS GERAIS
Av. Raja Gabáglia, 1626. Gutierrez
Belo Horizonte, MG.
www.emater.mg.gov.br
4 – QUANTIDADE DE AVES......................................................................................................9
5 – PIQUETES.............................................................................................................................9
6 – EQUIPAMENTOS..................................................................................................................9
7 – MANEJO DE PINTINHOS.................................................................................................. 11
10 – ALIMENTAÇÃO E ÁGUA..................................................................................................15
13 – BEM-ESTAR ANIMAL...................................................................................................... 20
14 – OVO E CARNE................................................................................................................. 20
18 – BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................24
1 – INTRODUÇÃO
Na criação de aves no sistema
caipira, pode-se ter a criação de ciclo
completo, só engorda ou só postura, e
A criação de galinhas e frangos para cada sistema de criação existem
caipiras sempre foi para os pequenos particularidades que serão disponibi-
produtores uma importante fonte de lizadas aqui.
produção de alimentos proteicos (car- Por que o nome caipira? As aves
ne e ovos), o que melhorou substan- são criadas em um sistema semi-in-
cialmente sua alimentação. Todavia tensivo, no qual possuem livre acesso
a criação das aves domésticas, ditas a piquetes, liberdade para expressar
caipiras, nos terreiros das pequenas seus instintos naturais, escolher seus
propriedades, não acompanhou a alimentos, sempre pensando no bem-
evolução tecnológica e, por isso, apre- -estar animal.
senta baixa produtividade e alta mor-
2 – SELEÇÃO DAS
talidade, em função da pouca quali-
dade genética, da falta de cuidados
AVES
higiênico-sanitários e da deficiência
alimentar. Este quadro impossibilita
produtores ou agricultores familia-
res de terem uma produção unifor- É muito importante a definição
me e constante, durante o ano todo. de qual sistema criar e com que fina-
Com o passar dos anos, essa situação lidade, para se ter sucesso na escolha
tem mudado, devido a mudanças de e seleção de aves a serem criadas.
hábitos alimentares das pessoas, ao Temos as raças puras, os cruza-
público diferenciado que paga pelo mentos (linhagens) e as sem raças de-
produto e à valorização do alimento, finidas (SRD). O produtor tem a opção
levando a atividade a um crescimento de escolha de acordo com a ativida-
significativo e tornando-a uma ativi- de que deseja. O importante aqui é o
dade lucrativa, quando bem maneja- manejo que ele dará às aves.
da. Para isso, vários pontos que serão As aves adultas, frangas ou fran-
considerados aqui devem ser obser- gos devem ser selecionados, consi-
vados e seguidos para o sucesso da derando principalmente os seguintes
atividade. Um fator importante a ser aspectos:
observado e bem conduzido é a es-
trutura para a criação, que deve ser
proporcional à quantidade de aves,
funcional e bem manejada dentro das
Boas Práticas.
6 Manual de Boas Práticas de Produção de Ovos e Frangos Caipiras
• saudáveis, sem defeitos físicos, de Uma instalação funcional deve ter:
aplumo;
• boa conformação corporal, boa • Duas paredes de alvenaria
cobertura muscular; (ideal), mas essas paredes podem
ser construídas com material
• sexualmente ativos;
disponível na propriedade,
• galinhas e frangas devem ter como: bambu ou madeira, e duas
posturas frequentes e produção de paredes teladas com fio 24 ou 22;
ovos uniformes e sem defeitos; uso de cortinas.
• frangos e galos devem ser • Telhado: telha de barro (2,66 a
vigorosos, musculosos e pesados. 2,80 m/altura); zinco (3,50 m/
altura); amianto (3 m/altura).
Quando adquirir pintinhos ou Pintar a parte externa da telha de
pintainhas, observar se apresentam amianto de branco, para diminuir
características como bico e canela a absorção de calor e melhorar o
brilhantes e encerados, olhos bri- conforto térmico.
lhantes e ativos. • Passeio ou varanda ao redor da
instalação.
5 – PIQUETES
Colocar água + açúcar + sal
(25 l – 1 kg – 100 g)
Os piquetes são áreas onde as
HIDRATAR/COMBATER ESTRESSE
aves vão escolher alimentos diversifi-
cados, exercitar, brincar, tomar banho
de sol, de terra, exercer seus instintos • Até 10 dias de vida – bebedouro de
naturais. pressão (3 l/60 aves).
Podem ser rotacionados ou não, • Após 10 dias de vida – bebedouros
ter cobertura vegetal ou ser de terra. pendulares (1:100) ou nipple (1:40).
Podem ser em áreas de pomar ou de
pós-colheita Os bebedouros devem ser regula-
Para forração dos piquetes, é dos sempre na altura de acordo com a
recomendado o uso de tifton, ca- idade das aves. No pendular, a regu-
pim quicuio, coastcross, estilosan- lagem e a borda superior 5 cm acima
tes, como a grama-seda, estrela, e o
6.4 – NINHOS
6.2 – COMEDOUROS
• Ideal41:4 galinhas
• Até 4 dias de vida – Comedouros
tipo bandeja 30X40X50 (50 aves) • Local4calmo/reservado para
- Fornecer menor quantidade reprodução
de ração mais X ao dia = evitar
• Altura440 – 60 cm do piso/pouco
desperdício
inclinado
• Após 4 dias de vida – Comedouros
• Dimensão430 cm L x 35 cm A x 30
Tubular (1:40). Devem ser
cm C
regulados sendo a borda do
comedouro na altura do dorso da • Material4diversos – recomendado
ave. plástico
• Cama4capim seco/serragem
Devem ser regulados, sendo a grossa (fundo: folhas de fumo/
borda do comedouro na altura do repelente)
dorso da ave.
6.5 – CAMA DE AVIÁRIO – forração do
6.3 – POLEIROS piso do galinheiro ou galpão
7 – MANEJO DE
sim, a mortalidade diminuirá sensi-
velmente; e o desempenho melhorará
PINTINHOS
substancialmente.
Uma área de 1 metro quadrado
será suficiente para 20 a 30 pintinhos.
A alta mortalidade de pintinhos Os pinteiros podem ser construídos
na criação caipira ou no sistema cai- na própria propriedade ou compra-
pira de criação está relacionada com dos no comércio (criadeiras teladas).
o manejo e a alimentação inadequa- As instalações devem ser sim-
dos e com a não observância dos as- ples. Os pinteiros suspensos são in-
pectos de higiene e sanidade. teressantes do ponto de vista sanitá-
É preciso que os pintinhos produ- rio, para se evitarem doenças, como a
zidos na propriedade ou os adquiri- coccidiose, por exemplo.
dos com um dia de vida de incubató- É essencial que nos primeiros 10
rios idôneos recebam cuidados, para dias de criação, os pintinhos possam
que se desenvolvam saudavelmente, contar com uma fonte de calor, forne-
aumentando, assim, a produtividade cida por uma lâmpada de 60 watts in-
da criação. candescente, colocada em uma cam-
Os pintinhos devem ser criados pânula. A campânula será regulada,
em pinteiros pelo menos até 4 sema- podendo ser suspensa ou abaixada,
nas de idade. No pinteiro, eles recebe- conforme comportamento dos pinti-
nhos.
É muito comum o uso do círculo e seco, casca de arroz, etc. Nos dois
de proteção em galpões para receber primeiros dias, a cama deve ser reco-
os pintinhos com até 15 dias de vida, berta por papel ou jornal, para evitar
onde receberão todos os cuidados que os pintinhos se alimentem dela.
necessários. Pode ser feito de euca- Nos períodos de frio intenso, é
tex, papelão, zinco. conveniente ou recomendado o uso
É importante que no piso dos de cortinas no pinteiro, que poderão
pinteiros tenha uma cama, que pode ser feitas de sacos de ração (plásti-
ser de diversos materiais, como: cepi- co ou de papel) ou outro de material
lho de madeira, sabugo de milho tri- apropriado.
turado, capim-elefante desintegrado
• IDADE
Galinhas possuem vida útil pro-
CICLO DE PRODUÇÃO DE
dutiva para botar ovos até 2,5 anos. OVOS
Depois diminuem e param.
• ALIMENTAÇÃO 20 – 21 semanas4Iniciam a produção
O balanço nutricional é muito 26 a 28 semanas4Pico postura
importante, principalmente proteína 30 semanas487 a 88% botando
e cálcio. Galinhas gordas não botam. Por 15 semanas4permanecem com a
Formam o ovo e acumulam. Muita produção
ração ou ração balanceada mistura-
da com milho engorda as galinhas. A 1,5 – 2 anos
ração já é balanceada. Não pode dar
9 – MANEJO DE
milho, pois é um alimento energético.
O ideal são galinhas com peso 1,5
a 2 kg/PV = fornecer 100 g/ração/dia/
galinha divididos em 2 a 3 vezes ao FRANGOS PARA
dia. No intervalo entre a ração, forne-
cer alimentação verde para diminuir o
ENGORDA
estresse.
• Lotes: pelo menos 2 lotes.
• DOENÇA
Manter o ambiente sempre hi- • Fornecer ração de engorda ou
gienizado e desinfetado. Aves sempre terminação.
vacinadas. • Não apresentar defeitos/
• ESTRESSE selecionados.
O estresse faz com que as gali- • Abate – Após 70 dias até 120 dias –
nhas parem de botar. O ambiente tem caipira.
que ser calmo, quieto, sem trânsito de
• Peso médio – 2,5 kg/PV.
pessoas e animais.
INSTALAÇÕES
7 – Deixar secar. Se estiver na
época de fazer a desinfecção, ela deve
E DOS
ser feita, se não, depois de seco, colo-
car a cama, equipamentos e aves.
2 bronquite ocular/nasal
newcastle + bronquite +
21 ocular/nasal
gumboro forte
bouba forte
26 membrana da asa intramuscular
coriza
coriza Infecciosa
49 intramuscular
(aquosa)
newcastle + bronquite +
66 ocular/nasal
gumboro forte
coriza/intramuscular intramuscular
90
newcastle + bronquite ocular/nasal
newcastle + bronquite
130 intramuscular (as duas)
(tríplice oleosa)
Obs.: Outras vacinas devem ser utilizadas somente em regiões onde hou-
ver a presença destas doenças, seguindo a orientação do médico veterinário.
13 – BEM-ESTAR
ANIMAL
• livre de doenças e injúrias;
• livre de desnutrição; ≠ OVO CAIPIRA
• livre para expressar o
comportamento; • Qualidade vida das aves – bem-
• livre para se movimentar; estar animal
14 – OVO E = imunologia)
• ↑ Vit. A, E, ômega-3
CARNE • Os ovos devem ser colhidos 2
a 3 vezes por dia nos ninhos,
Os cuidados com as Boas Práticas armazenados em local fresco,
de Produção e Fabricação devem ser seco, escuro, por menos tempo
seguidos. Podem interferir no sabor, possível e com a ponta mais fina
na cor, na textura e nos nutrientes dos para baixo.
ovos.
CAIPIRAS DE
62
Milho
POSTURA
Farelo de
20
Soja
Farelo de
14
INICIAL – 1º a 8º semanas de vida – Trigo
(40g/ração/dia/aves) Calcário
0
Calcítico
Ingredientes Quantidade em Kg Núcleo –
4
Farelo de Recria
63
Milho
POSTURA – 19º semanas até o fim ci-
Farelo de
33 clo - (~ 110g/ração/dia/aves)
Soja
Farelo de
0 Ingredientes Quantidade em Kg
Trigo
Farelo de
Calcário 60
0 Milho
Calcítico
Farelo de
Núcleo - 23
4 Soja
Inicial
Farelo de
5
Trigo
Calcário
8
Calcítico
Núcleo –
4
Postura
16 – SUGESTÃO
ENGORDA – 61 a 120 dias (~ 110 a
120g/ração/dia/aves)
CORTE CAIPIRA
82
Milho
Farelo de
14
INICIAL – 1 a 30 dias ( ~ 40g/ração/ Soja
dia/aves)
Núcleo -
4
Engorda
Ingredientes Quantidade em Kg
Farelo de
17 – MEDIDAS
63
Milho
PREVENTIVAS DE
Farelo de
33
Soja
Núcleo -
4 DOENÇAS COM
A UTILIZAÇÃO
Inicial