Aula 04 - Reparo Tecidual - Cicatrização e Regeneração
Aula 04 - Reparo Tecidual - Cicatrização e Regeneração
Aula 04 - Reparo Tecidual - Cicatrização e Regeneração
PATOLOGIA
Prof. Esp. Charles Lelis
Tema da Aula
Processos de lesão, degeneração e morte celular – Cicatrização e
Regeneração
Objetivo
Estudar os aspectos gerais relacionados ao processo de reparo tecidual.
Definir regeneração e cicatrização, bem como a classificação das células adultas.
Compreender a sequência da cicatrização considerando as fases, os
mecanismos, os tipos de cicatrização e as complicações da cicatrização.
Compreender o processo de regeneração parenquimatosa.
Discutir sobre os fatores que influenciam a reparação tecidual.
Patologia – Prof. Charles Lelis
Reparo tecidual
O reparo, muitas vezes chamado de cura, se refere à
restauração da arquitetura e função do tecido após a
lesão.
Ocorre por dois tipos de reações:
• regeneração do tecido lesado - ocorre por
proliferação de células residuais que retêm a
capacidade de divisão, substituindo células lesadas,
retornando ao estado normal;
• formação de cicatriz – ocorre quando os tecidos
lesados são incapazes de regeneração ou se as
estruturas de suporte do tecido são gravemente
lesadas, o reparo ocorre por deposição de tecido
conjuntivo (fibrose), um processo que resulta em
formação de cicatriz. Patologia – Prof. Charles Lelis
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LESÃO
REGENERAÇÃO CICATRIZAÇÃO
FIBROSE
Restituição da estrutura Formação da Cicatriz;
normal Formação do Exsudato Tecido Cicatricial
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Controle da proliferação
celular
O tamanho normal das populações
celulares é determinado por um
equilíbrio entre:
• proliferação celular
• morte celular por apoptose
• diferenciação de novas células a partir
de células-tronco
Os processos-chave na proliferação celular
são a replicação do DNA e a mitose.
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Cicatrização
Processo no qual um tecido lesado é substituído por um tecido conjuntivo
vascularizado, sendo semelhante quer a lesão tenha sido traumática ou
causada por necrose, em ambos os casos:
• o primeiro passo é a instalação de uma reação inflamatória, cujo exsudato de
células fagocitárias reabsorve o sangue extravasado e os produtos da
destruição tecidual.
• em seguida, há proliferação fibroblástica e endotelial que forma o tecido
conjuntivo cicatricial.
• posteriormente, o tecido cicatricial sofre remodelação, que resulta em
diminuição de volume da cicatriz, podendo haver até seu desaparecimento.
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Crosta
Cicatrização Neutrófilos
Coágulo
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Cicatrização - primária
É mais rápida e forma cicatriz menor, visto que a fenda da
ferida é mais estreita e a destruição tecidual nas suas
bordas é menor.
Um exemplo clássico é o de feridas cirúrgicas, em que o
sangue extravasado pelo corte forma um coágulo que
ocupa o espaço entre as margens da ferida.
A reação inflamatória instala-se a partir da liberação de
mediadores originados do coágulo de fibrina, das células
aprisionadas no coágulo, do tecido conjuntivo das bordas
da ferida e das células epiteliais da margem da lesão.
Citocinas são liberadas por macrófagos do coágulo e por
ceratinócitos da margem da lesão.
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Cicatrização - primária
Os leucócitos fagocitam o coágulo, iniciando-se a
produção do tecido conjuntivo cicatricial e a
regeneração do epitélio, dependendo também das
citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento.
O processo de cicatrização é controlado por vários
fatores de crescimento e citocinas sintetizados por
macrófagos, plaquetas, células endoteliais e linfócitos
T.
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Cicatrização - secundária
Quando a ferida é extensa e tem margens afastadas,
forma-se um grande coágulo, caso haja infecção
associada, surge reação inflamatória exuberante.
Nos dois casos, a exsudação de fagócitos é muito
intensa e forma-se abundante tecido de granulação.
Como as bordas da ferida são distantes, a regeneração
da epiderme é mais lenta e demora mais tempo para
se completar.
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Cicatrização - secundária
As células da epiderme proliferam nas margens, onde
ocorre certo grau de hiperplasia devido à grande
quantidade de fatores de crescimento liberados a
partir de células exsudadas.
Nas fases iniciais, o tecido de granulação faz saliência
na superfície da ferida.
Com o passar do tempo, ele sofre as mesmas
transformações descritas na cicatrização por primeira
intenção, sendo muito mais intenso e evidenciável o
fenômeno de retração da cicatriz por miofibroblastos
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Cicatrização - Etapas na
Formação de Cicatriz
O reparo por deposição de tecido conjuntivo consiste
em um processo sequencial que segue a resposta
inflamatória:
• Formação de novos vasos (angiogênese)
• Migração e proliferação de fibroblastos e deposição
de tecido conjuntivo que, junto com a abundância
de vasos e leucócitos dispersos, tem aparência
granular e rósea, sendo chamado de tecido de
granulação.
• Maturação e reorganização do tecido fibroso
(remodelamento) para produzir uma cicatriz fibrosa
estável.
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Progressivamente, o tecido de
granulação acumula mais fibroblastos
que depositam colágeno, resultando,
finalmente, na formação de cicatriz
• com o tempo, as cicatrizes se
remodelam.
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Cicatrização - Tipos
A cicatrização é influenciada por FATORES LOCAIS E SISTÊMICOS que podem
reduzir, retardar ou impedir o processo.
• FATORES LOCAIS: a isquemia local, por lesões vasculares ou por compressão,
além de diminuir o aporte de nutrientes para a produção de matriz
extracelular, reduz a síntese de colágeno e o pH, aumentando a quantidade
de catabólitos, como ADP e adenosina, que têm efeitos antiinflamatórios.
• A temperatura local interfere na cicatrização por modificar o fluxo
sanguíneo
• Úlceras de decúbito que ocorrem em pacientes acamados decorrem de
baixa perfusão tecidual induzida por compressão do corpo sobre o leito
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Cicatrização - Tipos
• FATORES SISTÊMICOS: indivíduos diabéticos têm cicatrização deficiente por causa de lesões
vasculares (hipóxia) e de alterações em células fagocitárias que favorecem infecções.
• A neuropatia diabética também prejudica a cicatrização, devido à redução de estímulos
inflamatórios liberados por terminações nervosas.
• No hipotireoidismo, há alteração qualitativa na síntese de componentes da matriz,
principalmente poliglicanos, o que retarda a cicatrização.
• A desnutrição, especialmente a deficiência de proteínas, de vitamina C ou de zinco,
retarda a cicatrização por interferir diretamente nos processos de síntese do colágeno.
• Os corticosteroides são inibidores da cicatrização, porque inibem todas as fases do
processo: reduzem a resposta inflamatória e a síntese e remodelação da matriz
extracelular.
• O tabagismo pode prejudicar a cicatrização por causa da vasoconstrição provocada pela
nicotina e dos efeitos anti-inflamatórios do monóxido de carbono.
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Cicatrização
hipertrófica e
Queloide
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Regeneração
A regeneração de tecidos adultos ocorre facilmente em órgãos com células que se
renovam continuamente, como os epitélios de revestimento e a medula óssea.
• Em órgãos com células estáveis, a regeneração ocorre a partir de células
diferenciadas estacionadas em G0, de células-tronco ou de células progenitoras
residentes.
• No fígado, a regeneração completa é a regra após pequenas lesões necróticas,
desde que haja preservação do estroma reticular,
• Em agressões agudas: a regeneração pode ser feita a partir de hepatócitos ou do
epitélio biliar diferenciado.
• Em agressões crônicas: parece que a regeneração de hepatócitos e do epitélio
biliar faz-se a partir de células-tronco e de células progenitoras residentes
(denominadas células ovais).
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Regeneração
Em tecidos em que as células não mais se dividem, a regeneração é muito
mais difícil, mas pode ocorrer em algumas circunstâncias.
Na musculatura lisa do intestino ou de artérias: lesões destrutivas sofrem
cicatrização conjuntiva seguida de remodelação, sendo a cicatriz
substituída por tecido muscular liso neoformado.
Nos músculos esquelético e cardíaco: nos quais existem células-tronco,
há tentativa de regeneração, mas, geralmente, sem sucesso.
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OBRIGADO!!!
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