Trabalho PT
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D. António Taipa
Trabalho de grupo de Português
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Em Frei Luís de Sousa (1843), Garrett exorta os seus contemporâneos a contestar o
governo autoritário de Costa Cabral (1842-1846) e a lutar pela liberdade. Este intervém para tentar
a renovação social, demonstrando a coragem e a honra em ser português.
Apreciação crítica
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A antítese “que felicidade… que desgraça…” assinala o contraste entre o esperado estado de
felicidade e os contínuos terrores que a assombram.
A cena contém um caráter circular, dada a semelhança entre o seu princípio, onde
encontramos Madalena em meditação. Esta atitude remete o estado de total prostração da
personagem, e o seu final, em que esta volta a descair em profunda meditação. Estes dois
momentos são interrompidos pela reflexão e pela lamentação da sua própria existência.
Assim, esta cena expõe Madalena de Vilhena, uma figura nitidamente romântica,
característica evidenciada pela forma com os seus sentimentos submergem a capacidade lógica e
analítica. É completamente dominada pelas emoções e pelo imenso sentido do dever, que inibem
a possibilidade de se sentir feliz. A sua vulnerabilidade e fragilidade são o resultado dessas duas
orientações, que determinam o seu mundo psicológico e originam os pressentimentos
angustiantes e o terror que a atormenta. Com efeito, é a culpa de ter amado Manuel de Sousa
Coutinho, quando ainda se encontrava casada com D. João de Portugal, que ecoará na sua alma
e para sempre manchará a sua integridade moral.
Na nossa perspetiva, a canção “The Lovers are losing” da banda inglesa Keane reflete com
bastante coerência o estado de espírito de D. Madalena de Vilhena, evidenciado logo na primeira
cena da obra Frei Luís de Sousa. A letra estabelece de certa forma, uma analogia com o conflito
interior que a protagonista deixa transparecer.
A angústia, o medo e os contínuos terrores que acompanham o seu quotidiano, o
sentimento de culpa e os presságios que perturbam Madalena acerca do possível regresso de D.
João de Portugal assemelham-se aos seguintes versos da música “Eu sonhei que estava à
deriva / sobre um vento uivando / Eu sonhei que não tinha mais nada / Nada para além da minha
própria pele”. Madalena vive assombrada pelas superstições, pelo terror da premonição de
acontecimentos desfavoráveis para a sua vida, sentimentos, estes que a impedem de ser feliz
“Mas tu não sabes a violência, o constrangimento de alma, o terror (…) Tenho este medo, este
horror de ficar só… de vir a achar-me só no mundo”. Tal como profere a letra, D. Madalena teme
que os presságios sejam reais e a levem a ficar desemparada.
Na cena I do Ato Segundo, Madalena fica fragilizada ao deparar-se com o retrato de D.
João De Portugal. A sua constante persistência para com Manuel de Sousa Coutinho, implorando
e tentando convence-lo a não se mudarem para a sua antiga casa espelha a sua ansiedade, “Mas
oh! Esposo da minha alma… para aquela casa não, não me leves para aquela casa!”. Desta
forma, a forma como D. Madalena encarou o quadro de D. João “põe de repente os olhos nele e
dá um grito. Oh, meu Deus!… ficou tão perdida de susto, ou não sei de quê, que me ia caindo em
cima” encontra-se perfeitamente descrita na letra da música “Vi o teu rosto a olhar de volta para
mim / Eu vi o meu passado e o meu futuro”. Assim, Madalena, instalada com a sua família na
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casa, onde vivera com o ex-marido, enfrenta o seu passado, todas as memórias aí criadas e, mais
tarde, um destino à qual se poderá frutar”.