TCC Marcieli Final
TCC Marcieli Final
TCC Marcieli Final
Florianópolis
2015
MARCIÉLI ELZIRA FROZZA
Florianópolis
2015
AGRADECIMENTOS
Almir Sater
RESUMO
Figura 22: Diagrama TAS (Le Bas et al., 1986) mostrando a classificação das
rochas básicas a intermediárias da Serra do Rio do Rastro e ilustrando o caráter
subalcalino e toleítico das rochas vulcânicas da Serra do Rio do Rastro. ................ 72
Figura 23: Diagrama AFM (Irvine e Baragar, 1971) ilustrando o caráter toleítico das
rochas vulcânicas da Serra do Rio do Rastro. .......................................................... 73
Figura 27: Diagrama de elementos terras raras normalizado pelo condrito (Boynton,
1984) para as rochas vulcânicas básicas a intermediárias da Serra do Rio do Rastro.
.................................................................................................................................. 78
Figura 30: Diagrama MgO vs TiO2 utilizado para a classificação dos magmas-tipo na
Serra do Rio do Rastro. Adaptado de Peate (1997). ................................................ 84
Figura 31: Diagrama de classificação TAS (Le Bas et al., 1986) mostrando a
nomenclatura das rochas vulcânicas ácidas dos tipos Palmas e Chapecó. O circulo
verde se refere à amostra ácida analisada no topo da sessão da Serra do Rio do
Rastro. Adaptado de Nardy, Machado e Oliveira (2008). .......................................... 85
Figura 32: Diagrama SiO2 vs TiO2 mostrando a distribuição das diferentes fácies
nos grupos ATi e BTi. ................................................................................................ 86
Tabela 8: Dados dos elementos menores e traços em partes por milhão (ppm). ..... 71
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 15
4. RESULTADOS ......................................................................................... 44
6. CONCLUSÕES ......................................................................................... 88
15
1.1 Objetivos
1.1.1 Principal
1.1.2 Específicos
16
Figura 1: Localização da área de estudo.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
17
2.2 Levantamentos de Campo
2.3 Petrografia
18
As fotomicrografias das lâminas delgadas foram obtidas no Microscópio
Olympus BX41 com câmera Olympus DP25 acoplada. O software utilizado para a
captação das imagens foi o AnalySIS Imager da Olympus, para a documentação
visual das texturas, estruturas e mineralogia das amostras.
19
3. REVISÃO TEMÁTICA
21
3.2 Bacia do Paraná
22
sedimentares continentais e rochas ígneas associadas: Gondwana II (Anisiano-
Noriano), Gondwana III (Neojurássico- Berriasiano) e Bauru (Aptiano-
Maestrichtiano). O registro completo do arcabouço constitui o intervalo de 450 a 65
Ma (Milani e Ramos, 1998), e grande parte do tempo encontra-se condensado em
hiatos que separam as supersequências (Milani, 1998).
O vulcanismo da Bacia do Paraná consta na Supersequência
Gondwana III e compreende o intervalo do registro estratigráfico em que situam os
sedimentos eólicos da Formação Botucatu e os derrames vulcânicos da Formação
Serra Geral (Milani et al., 1994), conforme a Figura 4. Os episódios magmáticos
representam a fase rift, relacionado aos campos tensoriais distensivos que levaram
à separação do Supercontinente Pagea (Milani e Melo, 2007).
Figura 4: Parte Superior da coluna estratigráfica da Bacia do Paraná, com destaque (em
vermelho) para a Formação Serra Geral. Adaptado de Milani et al., (1995).
23
intermediárias representam 7 % e as ácidas aproximadamente 3%, (Bellieni et al.,
1984a, 1986). Além dos derrames, importantes volumes de rochas ígneas intrusivas,
também de natureza toleítica, ocorrem sob a forma de soleiras e diques.
As soleiras afloram principalmente na parte nordeste da Bacia do Paraná. Os
diques se concentram em três principais enxames: O enxame do Arco de Ponta
Grossa (com direção NW), da Serra do Mar (direção NE) e de Florianópolis (direção
NNE). Os enxames de diques estão distribuídos em geometria radial (Almeida;
Carneiro; Bartorelli, 2012), que pode ser interpretada como uma junção tríplice
(Coutinho, 2008).
A idade da FSG foi primeiramente determinada pelo método K/Ar, que atestou
um intervalo temporal de 147 a 119 Ma (Amaral et al., 1966; Cordani et al., 1984)
Técnicas mais atuais utilizando Ar/Ar por Renne et al., (1992), mostraram que o
magmatismo ocorreu de forma mais rápida (cerca de 1 Ma) e mais recente (133 ± 1
Ma). Milani et al., (2007) conclui que o conjunto de dados gerados sobre a
geocronologia do evento vulcânico na Bacia do Paraná, posiciona o Serra Geral
entre 137 Ma e 127 Ma.
Estratigraficamente, os derrames da Formação Serra Geral (FSG) estão sob o
embasamento cristalino quando localizados mais ao norte da Bacia do Paraná. Já
na porção sul, eles ocorrem sobrepostos ao Arenito Botucatu, sendo que em alguns
locais é possível a visualização da morfologia original das dunas (Scherer 2002).
Ainda ao sul, na ausência do Arenito Botucatu, os derrames recobrem os
sedimentos lacustres e triássicos da Formação Santa Maria (Machado, 2005)
A caracterização estratigráfica desta formação é diferenciada pelos aspectos
petrográficos e geoquímicos e são divididos em três litotipos principais (Bellieni et
al., 1984a, 1986): rochas básicas a intermediárias (basaltos e andesito-basaltos);
rochas ácidas tipo Chapecó (ATC) e as rochas ácidas tipo Palmas (ATP), sendo
estes últimos correspondentes aos últimos pulsos de atividade magmática (Nardy;
Machado; Oliveira, 2008).
24
3.3.1 Aspectos Petrográficos da Formação Serra Geral
São constituídas por riolitos e riodacitos. As rochas tipo Palmas são afíricas,
possuem textura hipo a holohialina e aspecto sal-e-pimenta (Nardy; Machado;
Oliveira, 2008), que se destacam quando a rocha se altera. Apresentam coloração
cinza clara e por vezes, vermelho acastanhada. De acordo com os autores, a matriz
é granofírica, composta por material semivítreo de coloração castanha escura, com
intercrescimento de micrólitos de quartzo e feldspato alcalino.
Nardy, Machado e Oliveira (2008) denotam ainda que essas rochas, quando
constituídas por mais de 90% de vidro (holohialinas), exibem coloração negra e
fratura conchoidal. Devido à natureza amorfa, alteram-se facilmente sendo comum
25
afloramentos totalmente intemperizados, onde é possível verificar vesículas e
amígdalas (até 1 cm), preenchidas por quartzo.
Segundo Machado (2005), a mineralogia principal destas rochas é:
plagioclásio, augita, pigeonita, opacos e apatita. A mesóstase completa o volume da
rocha e caracteriza-se por ter aspecto microgranular, com microcristais de
plagioclásio com morfologia do tipo “cauda de andorinha”, característica de
resfriamento rápido.
A distribuição das rochas ácidas do tipo ATP ocorre principalmente nos
estados do Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná).
26
3.3.2 Aspectos Geoquímicos da Formação Serra Geral
27
norte do lineamento Rio Piquiri, onde há principalmente rochas do grupo ATi. Possui
principalmente rochas básicas, representando cerca de 99% e pequena proporção
de rochas ácidas (Tipo Chapecó). Vulcânicas intermediárias não foram encontradas
nesta porção (Marques e Ernesto, 2004).
29
Tabela 1: Proposta de nomenclatura para os basaltos da PMP apresentada por Peate,
Hawkesworth e Mantovani (1992). Em itálico, as nomenclaturas anteriormente utilizadas
para denominar os mesmos tipos de rochas por outros autores: 1Bellieni et al., 1984b.;
2
Fodor et al., 1985; 3Marques et al., 1988; 4Peate et al., 1988; 5Hawkesworth et al., 1988;
6
Mantovani et al., 1988; 7Petrini et al., 1987.
1 2 3 5 9 9
Gramado LTiB , LTi(S) , LPT , sector II , Tafelberg , Albin
1 4 5
Baixo-Ti Esmeralda LTiB , LPTupper , sector I
1 2 6
Ribeira LTiB , LTi(N) , group A
1 2 3 10
Urubici HTiB , HTi(S) , HPT , Khumib
1 2 3
Alto-Ti Pitanga HTiB , Hti(N) , HPT
1 3 7 5
Paranapanema HtiB , IPT , ITi , sector III
30
Tabela 2: Critérios de classificação de magmas-tipo segundo Peate; Hawkesworth e
Mantovani (1992).
Alto-Ti Baixo-Ti
Urubici Pitanga Paranapanema Ribeira Esmeralda Gramado
SiO2 (%) >49 >47 48-53 49 - 52 48 - 55 49 - 60
TiO2(%) >3,3 >2,8 1,7 - 3,2 1,5 – 2,3 1,1 – 2,3 0,7 – 2,0
P2O5(%) >0,45 >0,35 0,2 – 0,8 0,15 – 0,50 0,1 – 0,35 0,05 – 0,40
Fe2O3(t) (%) <14,5 12,5 – 18 12,5 – 17 12 - 16 12 - 17 9 - 16
31
Dos basaltos com conteúdo de TiO2 de aproximadamente 3%, o tipo Pitanga
ocorre na porção oeste e norte da PMP, e o Urubici está restrito a sudeste. Os dois
apresentam quantidades similares de elementos traços incompatíveis, exceto para
os elementos com grande raio iônico (Large Ion Lithophile Elements - LILE). Os
elementos que distinguem o Tipo Pitanga do Urubici são principalmente os teores
mais elevados de Fe2O3 no tipo Pitanga, e mais baixos para SiO2, TiO2, K2O e Sr
quando comparados ao Urubici. Os valores de Sr ficam entre 210-625 ppm no tipo
Pitanga e 550-1050 ppm no Urubici (Bellieni et al., , 1984a).
O tipo Ribeira apresenta teores de elementos maiores similares com o tipo
Esmeralda, porém a abundância em elementos traços e baixas razões isotópicas de
Sr, segundo Petrini et al., (1987), fazem com que o Ribeira seja também similar ao
grupo alto-Ti. Para Peate, Hawkesworth e Mantovani (1992) as razões Ti/Y e Rb/Ba
são os principais fatores discriminantes para o Ribeira, já que os demais magmas de
baixo-Ti, Gramado e Esmeralda, apresentam Rb/Ba (>0,1) e baixo Ti/Y (<300).
Os principais discriminantes que podem ser utilizados para separar os tipos
baixo Ti Gramado e Esmeralda seriam as razões Zr/Y e de Ti/Zr. Para o Esmeralda,
os valores de Zr/Y ficam entre 2 – 5, e o Gramado em 3,5 – 5,5. Para a razão Ti/Zr,
os valores para o Esmeralda são >60 e para o Gramado <60. Estes dois tipos
correspondem ao domínio baixo-Ti que afloram no sul da PMP.
A Figura 6 mostra alguns dos diagramas geoquímicos discriminantes dos
diferentes magmas tipos de Peate (1997). Estes diagramas se tornaram critérios de
classificação dos diferentes tipos de basaltos da PMP.
32
Figura 6: Diagramas geoquímicos ilustrativos dos critérios de classificação segundo Peate
(2007), para os tipos de basaltos da PMP. I. Aplicado para obtenção da divisão entre
basaltos de alto e baixo-Ti; II. Diagramas discriminatórios para basaltos com TiO2 > 2% (em
peso); III. Diagramas discriminatórios para basaltos com TiO2 , 2% (em peso). Modificado de
Polo (2010).
33
portanto, não há possibilidade de vinculação genética por processos de
fracionamento simples.
Nos trabalhos de Peate, Hawkesworth e Mantovani (1992) e Peate (1997), os
40
dados geoquímicos e datações Ar/39Ar foram associados através de informações
de furos de sondagem para uma definição da estratigrafia interna dos derrames
básicos. Com isso foi possível fazer uma seção esquemática de direção
aproximadamente N-S (Figura 7), na qual se observa que no norte, há
predominância dos magmas-tipo Paranapanema e Pitanga, já no sul o predomínio é
do magma-tipo Gramado.
As rochas ácidas tipo Palmas (ATP) são associadas aos magmas BTi (Bellieni
et al., 1986; Piccirillo et al., 1987; Nardy.,1995), e são derivadas da fusão parcial de
basaltos do tipo Gramado (Garland; Hawkestworth; Mantovani, 1995). Este litotipo
apresenta volume superior às rochas ácidas tipo Chapecó (ATC), correspondendo a
34
80% do volume total das ácidas e a 2,5% do volume total do magmatismo da PMP
(Nardy; Machado; Oliveira, 2008).
Ainda segundo Nardy, Machado e Oliveira (2008), este litotipo é caracterizado
por rochas com teores entre 64 e 72% de SiO2 e com 0,57 a 1,23% de TiO2, e
podem ser divididas em cinco subtipos distintos, denominados de Santa Maria,
Caxias do Sul, Anita Garibaldi, Clevelândia e Jacuí, que foram agrupadas em dois
grupos principais (Polo, 2010):
Riolitos: com SiO2 (69,56-70,28%) e TiO2 (<0,87%) que correspondem os
subtipos Santa Maria e Clevelândia;
Dacitos: com SiO2 (63,83%-69,56%) e TiO2 (> 0,90%), representado pelos
três subtipos: Caxias do Sul , Anita Garibaldi e Jacuí.
Segundo Polo (2010), outras características inerentes às ATP são o
enriquecimento em Sr radiogênico (87Sr/86Sr130= 0,714 - 0,727), a depleção em
elementos incompatíveis (Ba, Nb, Sr e Ti), a anomalia positiva de K e o
enriquecimento em elementos com raios iônicos grandes. As razões iniciais de
concentrações isotópicas de Sr sugerem que o magma sofreu processos de
contaminação crustal (Cordani et al., 1988; Garland; Hawkestworth; Mantovani,
1995). A Figura 8 apresenta alguns diagramas empregados na subdivisão do
Membro Palmas.
35
Figura 8: Diagramas discriminantes do Membro Palmas e seus subtipos. I) Rb vs Zr; II)
P2O5 vs TiO2 (Nardy et al., 2008). III) Cu vs TiO2 (Garland et al., 1995). Modificado de
Polo (2010).
40
Tabela 3: Tipos de derrames basálticos e morfologias. Adaptada de Duraiswami et al., .
(2013).
A
Termo havaiano que significa “em forma de
corda”. Possuem superfícies lisas, onduladas ou em
Pahoehoe corda. Podem ter muitas unidades - (pahoehoe
B
composto (A), ou uma única unidade - pahoehoe
simples (B).
41
3.5 Estratigrafia e Arquitetura de Fácies Vulcânicas
42
bem mais baixas (Walker, 1973; Jerram, 2002). Waichel, et al (2006) denominaram
estes fluxos de lobos.
Em estudos feitos na porção oeste do Paraná (Waichel, et al 2006), os
derrames compostos foram atribuídos à porção distal do conduto vulcânico,
marcando a frente de avanço da lava (Figura 10).
Figura 10: Estruturação dos derrames na FSG, na porção oeste do Paraná. As unidades de
lobos dos derrames compostos se apresentam na porção mais distal. (Retirado de Waichel
et al., (2006).
43
Gomes, Formoso, 2009). O levantamento bibliográfico revela que os trabalhos de
investigação da FSG desconsideram aspectos básicos, como a distinção entre os
diferentes tipos de lavas básicas e suas feições de superfície e estruturas (p.ex
pahoehoe, ´a´ā e lava em bloco) consagrados desde a década de cinquenta
(Macdonald, 1953). As contribuições sobre a estruturação dos derrames da FSG são
restritos a resumos de congressos entre 1960 e 1980, como resultado do
mapeamento detalhado exigido na construção de grandes barragens (Guidicini e
Campos, 1968; Moler e Cabrera, 1976; Araújo et al., 1987). Waichel et al., (2006)
reinterpretaram a estratigrafia dos derrames da porção oeste do Paraná com base
em seus aspectos físicos. Trabalhos ainda mais recentes vêm somando no
conhecimento à cerca da estratigrafia e arquitetura de fácies vulcânicas na FSG em
busca de uma correlação estratigráfica regional (Waichel et al., 2012; Lima et al.,
2012; Barreto et al., 2014; Rosseti et al., 2014).
4. RESULTADOS
44
Tabela 4: Coordenadas e altitudes dos pontos na Serra do Rio do Rastro, com a
nomenclatura das amostras.
45
Com base nas feições de superfície, geometria, organização interna dos
derrames e na relação de contato entre eles, foram individualizadas as seguintes s
faciologias vulcânicas: fácies ponded, fácies tabular-clássico, fácies composto-
anastomosado, fácies tabular-escoriáceo e fácies tabular-ácido (Tabela 5). Estas
associações, juntamente com dados petrográficos e geoquímicos, podem auxiliar na
delimitação de distintos episódios vulcânicos na sequência.
46
Foram identificados derrames do tipo pahoehoe e rubbly pahoehoe, que se
apresentam intercalados no perfil da sequência vulcânica desde a altitude de 760 m
(contato com a Fm. Botucatu) até aproximadamente 1.420 m. Acima destes
derrames até o topo da serra (1.432 m de altitude), as características morfológicas
ficam diferentes. A geometria tabular, com o padrão da topografia em forma de
platôs e, a presença de vesículas estiradas sugere que estes sejam derrames
ácidos. A coluna estratigráfica da sequência vulcânica, mostrando os tipos de
derrames, as principais estruturas e as associações faciológicas é apresentada na
Figura 11. Observa-se que os derrames rubbly pahoehoe prevalecem ao longo do
perfil e constituem cerca 61,5% da sequência vulcânica até a cota de 1.400 m, e os
derrames pahoehoe correspondem a 38,5%.
47
Figura 11: Coluna estratigráfica e fácies vulcânicas do perfil na Serra do Rio do Rastro.
48
Derrames Pahoehoe: Fácies-Ponded
49
Figura 12: Derrames pahoehoe da fácies-ponded. A) Contato do Arenito Botucatu com o
primeiro derrame. Em amarelo: vesículas estiradas e a camada remobilizada. B) Disjunções
colunares. C) Dique com margem resfriada. D) Zona de falha com catáclase. E) Dique de
areia. F) Vesículas e amídalas preenchidas por zeolitas.
50
No derrame entre as cotas 1.010 m e 1.035 m, a estrutura marcante são as
vesículas que se concentram em camadas (vesicle layering) de aproximadamente 5
cm de espessura e estão sub-horizontalizadas (Figura 13A e B).
No outro derrame desta fácies, o contato inferior não foi visualizado devido à
cobertura vegetal e processos intempéricos, sendo inferido na cota de
aproximadamente 1.080 m. O contato superior deste derrame pahoehoe com o
rubbly pahoehoe acima está na altitude de 1.107 m (Figura 13C).
51
Derrames Pahoehoe: Fácies Composto-Anastomosado
52
Figura 14: Pahoehoe composto. A) unidades de lava (lobos) de derrame pahoehoe. B)
Contato do topo do derrame da fácies pahoehoe com o derrame pahoehoe rubbly acima. C)
Fragmentos vítreos e vesiculação no topo do derrame pahoehoe composto.
53
Derrames Rubbly pahoehoe: Fácies Tabular-Escoriáceo
54
Figura 15: Derrames da Fácies Tabular escoriáceo. A) Estrutura de fluxo sub-horizontal. B)
Contato entre derrames em afloramento de difícil visibilidade. C) Vesículas estiradas. D)
Amostra de brecha. E) Vesículas grandes horizontalizadas. F) Zona brechada do topo de
derrame rubbly pahoehoe.
55
Derrames Ácidos: Fácies Tabular-Ácido
O contato entre os derrames ácidos com o rubbly pahoehoe sotoposto não foi
observado. No topo da sequência vulcânica (cota de 1432) a topografia é
caracterizada por pequenos platôs (Figura 16), onde se verifica a presença de
matacões de rocha vítrea vesiculada, por vezes estas vesículas estão estiradas.
56
4.2 Petrografia
Tabela 6: Pontos e coordenadas observados em campo com destaque (cinza escuro) para
as amostras que foram feitas lâminas delgadas.
57
A composição mineralógica dos derrames pahoehoe e rubbly pahoehoe em
todas as fácies é principalmente composta de: plagioclásio, piroxênio (augita),
minerais opacos e mesóstase. A mesóstase está presente podendo ser
microgranular, criptocristalina ou vítrea. É comum a presença de apatita como
mineral acessório, e raramente ocorrem olivinas (geralmente como pseudomorfos).
58
apresenta mesóstase pequena quantidade de mesóstase criptocristalina e, por
vezes ocorrem apatitas. Os minerais opacos medem aproximadamente 0,2 mm em
média, com a maioria anédricos e alguns subédricos. Observa-se oxidação desses
minerais que, por vezes preenchem com óxidos os espaços entre os cristais de
piroxênio e as fraturas.
A porção superior destes derrames apresenta cristais prismáticos de
plagioclásio que medem em média 0,2 mm, e alguns menores que são ripiformes
(~0,1 mm). Apresentam-se bastante alterados e corroídos pela mesóstase. Os
piroxênios são intersticiais ou granulares, subordinadamente os cristais de augita
medem até 0,3 mm, alguns com as bordas corroídas e alteradas para epidoto. A
mesóstase é quartzo-feldspática com presença de apatitas aciculares. Argilo-
minerais maciços e irregulares de coloração verde escura (nicóis paralelos) ocorrem
na substituição de minerais máficos, outras vezes preenchendo espaços entre os
cristais de plagioclásio e piroxênio (microvesículas).
59
Figura 17: Fotomicrografias de amostras de derrames pahoehoe da fácies ponded: A)
Textura holocristalina, com granulação fina a média, (nicóis perpendiculares). B) Textura
glomeroporfirítica, (nicóis perpendiculares). C) Textura intergranular, (nicóis
perpendiculares). D) Argilo-mineral evidenciando textura diktaxítica (nicóis paralelos). E)
Seta vermelha indicando os cristais aciculares de apatita, (nicóis perpendiculares). F)
Plagioclásio alterado, (nicóis perpendiculares).
60
Derrames Pahoehoe – Fácies Tabular-Clássico
61
Figura 18: Fotomicrografias dos derrames pahoehoe fácies tabular-clássico. A)
Textura intergranular. B) Amídalas preenchidas por material quartzo-feldspático e
argilominerais (nicóis perpendiculares). C) Mesma porção da figura B, a nicóis
paralelos, evidenciando os argilominerais no preenchimento de vesículas e
intersticial.
62
Na presença de material vítreo a textura é vitrofírica, onde pequenos cristais
ripiformes de plagioclásio (em média 0,1 mm) estão inseridos na matriz
essencialmente vítrea (Figura 19C). Por vezes, textura equigranular também é
observada para as rochas de matriz vítrea (Figura 19D). Considerando a disposição
dos minerais a textura é intersetal. A mesóstase possui cristalitos (Figura 19E) que
sugerem a formação de esferulitos. Vesículas arredondadas preenchidas por
calcedônia também são observadas (Figura 19F).
63
Figura 19: Fotomicrografias de derrames constituídos de vários lobos, fácies
pahoehoe composto. A) Plagioclásios (Pl) ripiformes fraturados e com as bordas
corroídas, (nicóis perpendiculares). B) mineral opaco com forma losangular, indicado
pela seta vermelha, (nicóis paralelos). C) Textura vitrofírica, (nicóis perpendiculares).
D) Textura equigranular, (nicóis perpendiculares). E) Cristalitos na mesóstase,
(nicóis perpendiculares). F) Vesícula preenchida por calcedônia (Cd), (nicóis
perpendiculares).
64
Derrames Rubbly pahoehoe - Fácies Tabular-Escoriáceo
65
granulares, e os plagioclásios ligeiramente maiores dos demais que estão no
entorno desta feição (Figura G).
Outros minerais secundários recorrentes nestes derrames são: argilominerais
de coloração verde (celadonita), zeolita, sericita e quartzo preenchendo vesículas e
fraturas (Figura 20H).
66
Figura 20: Fotomicrografias de amostras dos derrames da fácies tabular-escoriáceo. A)
Granulação muito fina (nicóis perpendiculares). B) Textura glomeroporfirítica, (nicóis
perpendiculares). C) Textura pilotaxítica, mostrando orientação de fluxo magmático, (nicóis
perpendiculares). D) Fenocristais esparsos de plagioclásio (Pl) em matriz microcristalina,
(nicóis perpendiculares). E) Minerais opacos, (nicóis paralelos). F) Olivinas (Ol) parcialmente
alteradas, (nicóis perpendiculares). G) Feição arredondada com textura diferente aos
demais cristais da amostra (círculo amarelo). No círculo vermelho, amídala preenchida com
zeolita, (nicóis perpendiculares) H) Fratura preenchida por quartzo (Qz), (nicóis
perpendiculares).
67
Derrames Ácidos - Fácies Tabular – Ácido
68
Figura 21: Fotomicrografias de amostra da fácies tabular-ácida: A) Textura hipovítrea,
predominância de mesóstase vítrea e plagioclásios aciculares, (nicóis perpendiculares). B)
Plagioclásios com hábito esqueletal, (nicóis paralelos). C) Mesma que a imagem B, mas a
nicóis perpendiculares, evidenciando os plagioclásios dispostos em fileira e o fenocristal de
piroxênio. D) Amígdala arredondada preenchida por zeolita, (nicóis perpendiculares).
69
4.3 Geoquímica
SiO2 TiO2 Al2O3 Fe2O3 MnO MgO CaO Na2O K2O P2O5 LOI
(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)
MF01A 51,64 1,34 14,59 12,85 0,18 4,9 8,73 2,6 1,37 0,2 1,3
MF06 51,59 1,02 15,62 11,56 0,18 5,5 9,42 2,49 1,25 0,12 1,0
MF09 51,23 3,46 13,42 12,22 0,15 4,36 7,69 2,66 2,27 0,48 1,7
MF13 51,94 0,92 14,4 10,75 0,18 7,01 10,18 2,15 0,81 0,11 1,3
MF18A 53,47 1,85 12,82 15,08 0,22 3,88 7,57 2,76 1,73 0,26 0,1
MF18B 52,11 3,66 12,73 13,08 0,15 4,11 7,98 2,48 1,88 0,49 1,0
MF19A 48,85 3,78 13,02 13,3 0,16 4,66 8,49 2,32 1,68 0,51 2,8
MF20 51,64 3,71 12,82 12,68 0,16 4,4 7,83 2,51 1,74 0,5 1,6
MF21 49,00 3,65 13,21 13,63 0,15 4,54 8,13 2,6 1,6 0,49 2,6
MF22 54,7 1,66 13,0 13,29 0,17 3,82 6,99 2,43 2,27 0,24 1,2
MF23B 50,00 1,49 14,2 11,74 0,18 6,32 10,18 2,53 0,39 0,22 2,5
MF23C 49,54 0,91 14,6 10,23 0,16 7,85 10,99 2,26 0,61 0,12 2,5
MF24 50,6 1,67 13,3 13,67 0,2 4,59 8,78 2,48 1,12 0,28 3,0
MF29B 54,62 1,73 13,36 13,03 0,18 3,73 5,84 3,31 2,5 0,28 1,2
MF31A 60,03 1,35 13,21 9,76 0,15 2,45 5,5 3,12 1,89 0,27 2,0
MF31B 54,97 1,71 13,49 12,45 0,18 3,13 5,42 3,24 3,13 0,27 1,8
MF32B 51,48 1,35 13,79 13,45 0,2 5,39 9,26 2,45 0,78 0,18 1,4
MF33B 52,9 1,33 13,75 12,45 0,21 4,79 8,44 2,51 1,18 0,2 2,0
MF33C 65,9 0,9 12,66 5,92 0,13 1,26 3,68 2,67 3,31 0,27 3,1
70
Tabela 8: Dados dos elementos menores e traços em partes por milhão (ppm).
MF MF MF MF MF MF MF MF MF MF MF MF MF MF MF MF MF MF MF
01A 06 09 13 18A 18B 19A 20 21 22 23B 23C 24 29B 31A 31B 32B 33B 33C
Ba 406 260 478 180 356 603 599 583 601 372 218 199 440 491 572 472 263 274 599
Rb 38,7 33,6 55,2 20,3 56,2 30,5 28,6 34,3 28,2 71,9 6,6 11,8 34,0 82,3 110,5 122,3 30,3 34,3 151,4
Sr 302,7 235,1 654,0 262,2 194,5 795,3 876,7 806,3 806,0 211,5 398,6 228,0 315,1 197,0 196,9 141,7 223,6 208,9 168,5
Ga 19,5 17,4 24,4 15,1 19,3 21,4 23,0 22,9 24,2 21,8 18,1 14,9 19,7 18,8 20,6 19,7 18,5 16,2 16,1
Nb 12,2 6,7 24,2 5,9 11,9 24,3 27,1 23,9 25,5 12,1 11,7 5,1 17,8 16,8 17,7 16,6 9,1 9,8 19,2
Zr 177,6 104,0 285,0 94,8 176,9 281,5 317,1 282,3 291,4 157,7 134,9 75,0 178,8 221,8 232,9 224,7 126,2 138,3 246,1
Y 32,6 22,4 33,1 20,0 37,4 33,5 34,9 32,2 34,9 30,4 23,4 16,8 31,3 39,0 38,4 39,6 26,4 28,0 44,5
Th 6,1 3,3 4,3 2,7 5,6 3,7 3,9 4,1 4,6 6,9 3,1 1,8 4,8 8,9 11,5 9,6 4,5 5,4 12,6
U 1,0 0,6 0,9 0,5 1,4 0,9 0,8 0,7 1,0 2,1 0,8 0,4 1,1 2,0 3,5 2,4 1,2 1,5 4,8
Ni 42 55 46 67 27 44 52 51 50 23 47 82 27 <20 <20 <20 39 29 <20
Co 41,0 46,1 35,8 40,7 42,8 37,5 37,8 38,1 40,2 39,3 38,6 43,1 39,8 35,3 26,6 33,1 43,6 37,4 12,0
La 29,8 17,1 40,6 15,0 25,5 40,3 40,7 41,1 41,5 24,2 18,6 10,3 27,4 34,0 41,3 33,8 18,6 19,0 42,8
Ce 58,6 34,3 92,6 24,9 51,5 87,7 89,3 88,1 86,5 52,7 36,6 22,2 56,0 67,3 86,9 73,1 36,6 42,5 81,8
Nd 32,5 15,5 54,0 11,4 22,6 44,3 49,7 41,5 47,7 24,3 23,6 9,2 31,1 30,1 40,8 38,2 22,4 23,3 38,0
Sm 6,27 4,3 11,26 3,28 6,47 9,71 11,08 10,66 10,44 5,33 4,76 3,18 6,36 7,82 8,74 6,97 4,04 4,89 7,82
Eu 1,72 1,31 3,3 1,14 1,8 2,99 3,65 3,32 3,2 1,43 1,67 0,96 1,58 1,84 1,78 1,59 1,24 1,38 1,68
Gd 6,34 4,03 9,66 3,35 7,29 9,84 9,85 9,83 9,22 5,83 4,77 3,68 5,86 7,38 7,85 7,54 4,8 5,15 8,22
Dy 6,38 3,99 7,15 3,68 8,78 7,61 7,06 7,21 7,46 6,54 4,28 4,41 5,64 7,47 7,11 6,6 5,39 5,32 7,62
Ho 1,1 0,9 1,28 0,81 1,6 1,12 1,29 1,43 1,38 1,2 0,9 0,74 1,37 1,54 1,68 1,44 1,14 0,94 1,47
Er 3,11 2,51 3,54 2,4 3,92 3,06 3,77 3,56 3,24 3,4 2,66 2,13 3,82 3,58 3,98 3,8 2,42 2,81 4,49
Yb 3,35 2,05 2,82 2,03 3,65 2,54 3,16 2,92 1,98 3,1 2,41 1,83 3,15 3,97 3,94 3,5 2,67 2,54 3,65
Lu 0,4 0,34 0,32 0,24 0,53 0,32 0,36 0,32 0,31 0,44 0,33 0,28 0,43 0,58 0,56 0,48 0,37 0,38 0,55
71
De acordo com o diagrama TAS (Total Alcalis vs Sílica) de Le Bas et al., 1986
as amostras da sequência vulcânica da Serra do Rio do Rastro são
composicionalmente rochas básicas e intermediárias, com apenas uma amostra
ácida, com teor de SiO2 em 66 peso% (Figura 22). A maior parte das amostras são
andesi-basaltos a basaltos, subordinadamente, traqui-andesito basaltos. E as rochas
mais diferenciadas se encontram nos campos dos andesitos e dacitos. Todas as
amostras caem no campo das rochas subalcalinas e toleíticas.
Figura 22: Diagrama TAS (Le Bas et al., 1986) mostrando a classificação das rochas
básicas a intermediárias da Serra do Rio do Rastro e ilustrando o caráter subalcalino e
toleítico das rochas vulcânicas da Serra do Rio do Rastro.
72
Figura 23: Diagrama AFM (Irvine e Baragar, 1971) ilustrando o caráter toleítico das rochas
vulcânicas da Serra do Rio do Rastro.
73
Figura 24: Diagrama de Shand (1943), A/CNK(Al2O3/CaO+Na2O+K2O) vs A/NK
(Al2O3/Na2O+K2O) mostrando o caráter metaluminoso das rochas vulcânicas da Serra do
Rio do Rastro.
74
Figura 25: Diagramas de Harker para os elementos maiores utilizando a SiO2 como índice
de diferenciação para as rochas vulcânicas da Serra do Rio do Rastro.
Com relação aos elementos maiores, é nítida uma separação entre um grupo
predominante de rochas com baixos teores de TiO2 (1-1,71 peso%) e P2O5 (0,1-0,3
peso%), que inclui rochas básicas a intermediárias, e um grupo minoritário com altos
teores TiO2 (3,5-3,8 peso%) e P2O5 (~0,5 peso%). Dentro do grupo de baixo TiP
temos também rochas intermediárias a ácidas, o que não é verificado nas rochas
com alto TiP.
75
Considerando o conjunto como um todo, se percebe algumas correlações entre
rochas menos diferenciadas e mais diferenciadas.
Correlações positivas com o SiO2 são observadas para K2O, P2O5, TiO2 e
Fe2O3 . Correlações negativas são observadas para MgO, Al2O3 e CaO. O Na2O não
mostra correlação clara devido a grande dispersão dos dados. Todas estas
tendências são normais em magmas basálticos. Não há correlação clara entre as
rochas básicas de alto-TiP e baixo-TiP, o que desvincula a origem destes dois
magmas-tipo. Embora nem se note um trend claro entre as menos e mais evoluídas
do grupo baixo-TiP, a existência de um gap composicional não permite a
interpretação inequívoca das rochas mais evoluídas como produto de fracionamento
a partir das rochas menos evoluídas.
Para os diagramas de Harker dos elementos menores e traços (Figura 26)
existem tendências positivas entre as rochas de baixo-TiP para os elementos Zr, Ba,
Rb e Y e tendência negativa para Sr. Amostras mais diferenciadas deste grupo
apresentam valores mais elevados de Zr que as mais básicas. O Ni mostra uma
certa dispersão dos dados, embora aponte para uma correlação negativa.
Com relação ao comportamento do Zr e do Sr há uma separação entre os
grupos alto-TiP e baixo-TiP bem evidente. Nas amostras alto-TiP os valores de Sr
(654-876,7) e Zr (281,5-317,1 ppm) são altos com relação aos valores do grupo
baixo-TiP.
A inexistência de correlação entre as rochas básicas de baixo-TiP e alto-TiP,
bem como o gap existente para elementos como TiO2, P2O5, Ba, Zr e Sr; os
conteúdos mais elevados de K2O e menores de MgO e CaO apontam para fontes de
magmas distintos para estes dois grupos.
76
Figura 26: Diagramas de Harker para os elementos menores e traços utilizando a SiO2 como
índice de diferenciação para as rochas vulcânicas da Serra do Rio do Rastro.
77
Figura 27: Diagrama de elementos terras raras normalizado pelo condrito (Boynton, 1984)
para as rochas vulcânicas básicas a intermediárias da Serra do Rio do Rastro.
Figura 28: Diagrama Zr vs Zr/Y (Pearce e Norry, 1979), para a discriminação tectônica das
rochas vulcânicas da Serra do Rio do Rastro.
78
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
79
pelo fluxo contínuo e a pressão interna dos voláteis. Os gases que se movimentam
no interior do derrame tendem a subir, mas a crosta já cristalizada não permite que
eles saiam do sistema. Assim, as vesículas podem se juntar e formar as camadas
(vesicle layering) como as feições observadas na área de estudo.
Os derrames do tipo pahoehoe composto também resultam do processo de
inflação. Os lobos, que medem cerca de 0,5 m de espessura, visualizados na região
deste estudo, possuem distribuição relativamente homogênea das vesículas.
Segundo Waichel (2006), esta característica compreende os lobos tipo S (Spongy).
Estes derrames compostos, constituídos por várias unidades (lobos) podem ser
atribuídos à porção distal do conduto vulcânico, marcando a frente de avanço da
lava.
Rowland e Walker (1990) salientaram que os derrames pahoehoe, por serem
gerados em um sistema fechado perdem calor por condução e, portanto, de forma
mais lenta (~0,5ºC/Km). Para a formação e preservação dos derrames pahoehoe, a
paleotopografia deve ter pouca declividade (<5º), e as taxas de efusão devem ser
baixas (<5 m3/s).
As diferentes morfologias e características dos derrames pahoehoe simples e
compostos também têm sido documentadas no Deccan (Bondre et al. 2004), onde
os autores sugerem que mais de um mecanismo contribuiu para a colocação dos
derrames nas PBCs.
Para o entendimento dos derrames rubbly pahoehoe, Keszthely, Self e
Thordarson (2006) utilizaram dados do modelo de erupção na província vulcânica
ativa do Laki (1973-1984), na Islândia, a fim de fazer uma analogia com os derrames
rubbly pahoehoe encontrados nas PBCs (Deccan e Colúmbia River). Os autores
atribuíram que o topo brechado destes fluxos consiste em fragmentos de pahoehoe,
por isso o nome rubbly pahoehoe. A explicação consiste que, inicialmente as lavas
eram lobos de pahoehoe inflados. Quando os derrames pahoehoe formam a crosta
superior espessa e isolada, ela se rompe quando ocorre o aumento da pressão
interna causada pela recarga do magma no núcleo do derrame. Esta ruptura na
crosta superior forma o topo escoriáceo. As taxas de efusões dos derrames rubbly
pahoehoe, feitas através dos modelos numéricos do Laki, indicam que estes podem
chegar a picos de 106 m3/s (Keszthely, Self e Thordarson, 2006). Estas altas taxas
80
de efusão fornecem a recarga do magma nos núcleos dos derrames contribuindo
para espessas camadas de topo escoriáceo.
As intercalações entre os derrames pahoehoe e rubbly pahoehoe na sessão
que ocorre na Serra do Rio do Rastro, indicam que mais de um mecanismo de
colocação foi necessário para gerar as diferentes características morfológicas de
cada fácies. Estas intercalações ainda sugerem que houve variações na taxa de
efusão do magmatismo. O maior volume de derrames do tipo rubbly pahoehoe
(61,5%) em relação ao pahoehoe (38,5%), apontam predomínio de taxas de efusão
mais elevadas. A existência de derrames de rochas ácidas de morfologia tabular no
topo da sessão levantada também sugere altas taxas de efusão em altas
temperaturas, como tipicamente interpretado para os derrames das vulcânicas
ácidas do tipo Palmas (Garland et al.,1995).
No que tange a petrografia, a composição mineralógica dos derrames é
principalmente: plagioclásio, augita, minerais opacos e, subordinadamente, apatita e
olivina. A principal diferença petrográfica entre os derrames está no tamanho dos
cristais, aonde, nos derrames pahoehoe estes se apresentam maiores em relação
aos rubbly pahoehoe. A Figura 29 mostra a comparação entre lâminas delgadas
típicas de derrames pahoehoe (A) e rubbly pahoehoe (B). Esta diferença é atribuída
ao resfriamento mais rápido que ocorre nos derrames rubbly pahoehoe, visto a sua
taxa de efusão ser maior o que leva ao rompimento do derrame e abertura do
sistema. Outro fator que contribui para esta diferença de granulação, é que os
derrames pahoehoe são gerados em sistemas fechados, permitindo o resfriamento
mais lento e, consequentemente, na formação de cristais mais desenvolvidos.
As texturas predominantes nos derrames pahoehoe são a intergranular,
porfirítica com a variação glomeroporfirítica e diktaxítica. Nos derrames rubbly
pahoehoe ocorrem principalmente texturas intergranular, intersetal (quando ocorre
vidro na mesóstase) e pilotaxítica.
81
Figura 29: Fotomicrografias comparando a diferença no tamanho dos cristais, nicóis
perpendiculares. A) derrame pahoehoe (amostra MF01). B) derrame rubbly pahoehoe
(amostra MF21).
82
abundância micrólitos de plagioclásio podem ser explicados pela maior velocidade
de efusão (> 5 m3/s) e pelo rápido resfriamento destes derrames.
As feições de aglomeração de cristais maiores, semelhantes a autólitos,
observadas nos derrames rubbly pahoehoe podem estar correlacionados com a
rápida ascensão e a alta taxa de efusão, que contribuiu para a incorporação destas
porções cristalizadas e diferenciadas, englobadas pelo próprio magma que o
originou.
A caracterização geoquímica da sequência vulcânica da Serra do Rio do
Rastro permitiu identificar rochas predominantemente basálticas e andesi-basálticas,
com algumas ocorrências de basaltos traqui-andesíticos, andesitos e dacitos. Todas
são de caráter metaluminoso e de afinidade toleítica, o que é típico em basaltos
intraplaca gerados em grandes províncias ígneas.
Esta associação de rochas possui um intervalo de diferenciação que vai desde
rochas de composição básica com 48,85 % em peso de SiO 2, rochas intermediárias
com uma média de 54,68% de SiO2, e ácida com 65,9% em peso de SiO2.
De acordo com os critérios de classificação geral de basaltos da PMP (Bellieni
et al 1984b; Mantovani et al, 1985; Melfi, Piccirillo, Nardy, 1988), as rochas da região
em estudo apresentam os dois grupos com relação aos teores de TiO 2: alto-TiO2
(ATi, >2%) e baixo-TiO2 (BTi, <2%), com predomínio do último .
As rochas básicas e intermediárias ATi são do magma-tipo Urubici, e as rochas
BTi são classificadas como magma-tipo Gramado. Na Figura 30 é apresentado o
diagrama de classificação dos magmas-tipo das rochas básicas e intermediárias
segundo Peate, Hawkesworth e Mantovani (1992).
83
Figura 30: Diagrama MgO vs TiO2 utilizado para a classificação dos magmas-tipo na Serra
do Rio do Rastro. Adaptado de Peate (1997).
84
Figura 31: Diagrama de classificação TAS (Le Bas et al., 1986) mostrando a nomenclatura
das rochas vulcânicas ácidas dos tipos Palmas e Chapecó. O circulo verde se refere à
amostra ácida analisada no topo da sessão da Serra do Rio do Rastro. Adaptado de Nardy,
Machado e Oliveira (2008).
85
Figura 32: Diagrama SiO2 vs TiO2 mostrando a distribuição das diferentes fácies nos grupos
ATi e BTi.
86
Figura 33: Coluna estratigráfica da sequência vulcânica da Serra do Rio do Rastro
mostrando a relação dos teores de TiO2 (ATi e BTi) e a distribuiçao das distintas fácies dos
derrames. As estrelas representam as 19 amostras analisadas para geoquímica e lâmina
petrográfica.
87
6. CONCLUSÕES
88
As rochas da região em estudo apresentam os dois grupos com relação aos
teores de TiO2: alto-TiO2 (ATi, >2%) e baixo-TiO2 (BTi, <2%), com predomínio do
último. O comportamento dos elementos maiores como o TiO 2 e o P2O5, dos traços
Sr e Zr e também o padrão dos ETRs sugerem fontes distintas para os grupos ATi e
BTi. As rochas básicas a intermediárias ATi são do tipo Urubici, e as rochas BTi
predominam no tipo Gramado. A rocha ácida analisada é do tipo Palmas. Assim, os
dados geoquímicos demonstram a concordância com os magmas-tipo
predominantes na província magmática sul, conforme definido por Peate,
Hawkesworth e Mantovani (1992).
A intercalação das diferentes morfologias e arquitetura dos derrames,
juntamente com os dados geoquímicos ressalta que houve diferentes taxas de
efusão e fontes para o magmatismo na região. No entanto, não há um controle dos
tipos químicos nas distintas morfologias dos derrames, não sendo possível
correlacionar os magmas-tipo com as taxas de efusão.
89
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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