Iarp Trabalho Final 14 Set 2009
Iarp Trabalho Final 14 Set 2009
Iarp Trabalho Final 14 Set 2009
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objectivo, o estudo de um caso no âmbito da disciplina de Instrumentos de
Avaliação e Relatórios Psicológicos. O estudo do caso é avaliação psicológica de um indivíduo sem
qualquer especificidade objectiva. Antes de se expor o caso, o qual é objectivo concreto da referida
disciplina, irei fazer uma breve nota introdutória relativo á avaliação psicológica. Assim como em que
consiste a avaliação psicológica, as condições ambientais ideais para a realização do exame psicológico
e as condutas éticas do examinador.
O examinador técnico deve saber, não apenas as vantagens da aplicação dos testes psicológicos, mas
também os seus limites da utilidade e da sua validade.
Os testes de avaliação servem como referencial pasa eliminar determinados julgamentos e
percepções. É importante ressaltar o uso dos testes psicológikos na sua condição são u} recurso que
auxilia o profissional na compreensão e no encerramento das considerações a respeito do (s) examinado
(s), seja no processo selectmvo, exame psicológico ou psicotécnico, ou paciente na avaliação psico|
ógica e psicodiagnóstico.
Os testes psicológicos são relativamente recentes, pode-se dazer que um teste é um procedimento
sistemático que permite observar e descrever o comportamento, com a ajuda de escalas numéricas ou
categorias fixas (Apud, Pasqualli, 2001). Houve um grande contributo de diversos autores que
permitiram que os testes psicológicos tivessem o lugar que hoje marcam, nomeadamente o autor Galton
1980, que contribuiu no desenvolvimento de questionários e na simplificação de métodos estatísticos.
De seguida o famoso psicólogo James M. Cattell, que desenvolveu medidas nas diferenças individuais,
que resultou na criação do teste Mental. O desenvolvimento das escalas de avaliação da inteligência QI,
por Binet e Simon, e outros autores deram continuidade ao interesse da avaliação da inteligência. Mas é
em 1930 que nasce a análise factorial múltipla, que actuou no desenvolvimento da escala psicológica
(Thurstone & Chave (1929)), e em 1936 surge a Sociedade Psicométrica Americana e a Revista
Psychometrik. Houve um grande desenvolvimento ao longo do século no interesse e na aplicação de
testes de avaliação psicológica.
OS TESTES PSICOLÓGICOS
Existem vantagens e desvantagens na aplicação dos testes. Os testes colectivos podem ser aplicados
em grupos grandes, tornando-se desta forma bastante práticos, económicos e simples na sua aplicação,
uma vez que os sujeitos avaliados registam as suas respostas. Nos testes individuais, a sua
aplicabilidade é individual, dando a título de exemplo o teste de Roschach (teste projecto de
personalidade) que permite avaliar a personalidade, e também quase inevitável a observação do
comportamento do indivíduo, permite identificar as causas da má realização em determinados itens, ou
de qualquer indisposição, fadiga, ou angústia que possa interferir na sua realização, o que é difícil de
ser identificado na aplicação de testes colectivos.
A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Na aplicação dos testes tem de se ter em conta determinados procedimentos: a administração dos
testes na sua aplicação; questões relacionadas ao avaliador ou ao examinador e questões específicas que
dizem respeito ao (s) examinado (s).
Na aplicação dos testes deve se ter em conta, a qualidade do ambiente físico; qualidade do ambiente,
qualidade do ambiente psicológico e o material de testagem. Os instrumentos psicométricos estão
habitualmente em valores estatísticos que indicam a sua sensibilidade (a condição de adaptação do teste
ao grupo examinado), a sua precisão (fidedignidade nos valores em relação à confiabilidade e
estabilidade dos resultados) e a validade (segurança de que o teste mede o que se deseja medir).
EXPOSIÇÃO DE CASO
1. Identificação: P. M.
Habilitações: Licenciatura
2. Motivo da consulta: Não existe um motivo específico para a realização da avaliação, uma
vez que se trata de um trabalho realizado no âmbito da cadeira de Instrumentos de Avaliação e
Relatórios Psicológicos. Escolhemos para fazer parte deste trabalho no papel de sujeito das avaliações,
um jovem adulto P.M. de 33 anos. O principal objectivo foi a realização de um relatório psicológico de
modo a treinar competências e fazer o levantamento de hipóteses de interpretação. Utilizamos para tal 5
instrumentos, para avaliar as áreas cognitivas, da personalidade e sócio-afectiva.
3. Dados de Contextualização:
P.M. é professor, filho mais velho de três irmãos, viveu com a família até os 19 anos, idade em
que entrou para a universidade e foi viver para a cidade da Guarda, onde se formou. Durante o seu
percurso de estudante foi mantendo contacto com a sua família através de telefone, ou internet, também
a visitava periodicamente. O P.M. mantém uma boa relação de proximidade com a família.
Depois de se ter formado como professor primário, foi colocado numa escola em Lisboa a
leccionar, onde permaneceu cerca de 8 anos. Foi despedido da escola onde leccionava, escolhendo a
cidade de Coimbra, onde vive actualmente.
Nunca esteve internado, nem toma medicamentos regularmente. Em relação ás suas
características pessoais, diz ser uma pessoa humilde, sincera, gosta de passear, diz que é divertido,
gosta de conhecer novas pessoas, gosta de namorar e refere que odeia a solidão, referiu também a sua
homossexualidade, e acrescenta ainda que gosta imenso de curtir a vida de diferentes maneiras. A nível
religioso, refere que é cristão, diz ainda que gosta muito de ajudar os outros
4. Procedimentos de Avaliação:
Os testes de avaliação psicológica escolhidos de acordo com o nível etário do sujeito avaliado
correspondem ao Inventário Clínico de Auto-Conceito; ao Inventário de Sintomas Psicopatológicos
(B.S.I); ao estudo Intercultural da Personalidade (E.P.Q.); á avaliação da inteligência Aplicação do sub
teste vocabulário da WAIS-III e a aplicação do Inventário de Estado-Traço de ansiedade - STAI-Y.
Observações do comportamento:
A aplicação das provas de avaliação referidas foi realizada em numa sessão, com alguns
intervalos, de maneira a não saturar o sujeito. Mostrou-se sempre entusiasmado, curioso e muito
colaborador.
No que concerne à aplicação não encontrou nenhuma dificuldade, o sujeito compreendeu
sempre o que lhe era proposto em cada tarefa, não necessitando de uma segunda explicação.
Domínio sócio-afectivo
O fundamento teórico advém da concepção de ansiedade proposta por Freud que representa o
recalcamento de pulsões vindas do id e que entram em conflito com as energias moderadoras do ego e
superego. Cattell e Scheier distinguem entre as duas modalidades de ansiedade designadas ansiedade-
estado e ansiedade-traço e Spielberger elabora o modelo conceptual referente à ansiedade e ao stress.
Segundo os resultados obtidos por (Santos e Silva 1997; Silva e Campos 1998; Silva 2003;
Silva 2006 ), os valores normativos da média e desvio padrão para estudantes universitárias são:
M=39.23; DP=10.21 ( Ansiedade-Estado) e M=40.1 DP=9.0 (Ansiedade-Traço). Nesta prova P.M.
obteve um resultado de 44 pontos na escala Ansiedade-Estado e 41 pontos na escala Ansiedade-Traço o
que significa que o sujeito avaliado encontra-se acima a média em ambas as escalas.
A definição de auto-conceito, pode ser definida como a percepção que um indivíduo tem de si
próprio. É uma identidade do sujeito, dá-nos a ideia de como um sujeito age com diversas áreas
respeitantes ás necessidades e motivações. Ajuda-nos a perceber como determinados aspectos do auto-
controlo, porque é que um indivíduo inibe ou desenvolve um determinado comportamento, ou porque
determinadas emoções surgem em determinados contextos.
Shavelson et. Al., (1976, 1977) mencionam que o auto-conceito é multifacetado, e consideram
que existem quatro factores importantes para a génese do auto-conceito. Um deles é o modo como o
comportamento de um indivíduo é julgado pelos outros, outra influência que ajuda a formar o auto-
conceito é deriva do feedback que o indivíduo guarda do seu próprio desempenho. Referem também
que o auto-conceito depende da comparação que o indivíduo faz entre o seu comportamento e a dos
seus pares sociais, e por fim também é influenciado pelo julgamento que o ser humano faz entre o seu
próprio comportamento tendo em conta as regras estabelecidas por um determinado grupo normativo.
Podemos dizer que o sujeito avaliado tem um auto-conceito bastante positivo, baseado no
resultado do teste aplicado que deu o resultado de 1,10.
c) B.S.I.: INVENTÁRIO DE SINTOMAS PSICOPATOLÓGICOS
Este teste é considerado um instrumento para avaliar o vocabulário do sujeito. A tarefa do sujeito
consiste em definir oralmente um conjunto de palavras que o examinador deverá ler em voz alta, ao
mesmo tempo que apresenta ao sujeito as palavras impressas num cartão. O que se pretende avaliar é a
inteligência do indivíduo através da reprodução de respostas de significados, verificar se apresenta um
vocabulário pobre ou enriquecedor nas suas respostas. O sujeito nesta avaliação teve uma cotação bruta
de 33. A capacidade intelectual do sujeito encontra-se dentro da normalidade. A nível de vocabulário
não tem um vocabulário muito enriquecedor, apresenta um vocabulário pobre.
situações conflituosas.
7. Conclusão final
Através da minha interacção durante a entrevista e as avaliações, penso tratar-se de um adulto
calmo, sem grandes perspectivas de futuro objectivas para o futuro, apesar de insegurança que revelou
durante a entrevista, e também transmitiu um pouco de ansiedade.
8. Recomendações
Consideramos ter descoberto algumas limitações na avaliação global de P.M. no que diz
respeito ao evitamento de situações nas quais seja necessário o confronto activo e imediato para a
resolução de problemas. Nesse sentido, penso ser útil o treino de competências em situações
desafiantes que lhe exijam mais iniciativa. Considero que é um pouco imaturo pela idade que tem, uma
vez que pelos objectivos de vida que tem resumem-se em saídas á noite, e pouco mais. Também acho
que pelo facto de ser homossexual não existem correlações na vertente sexual no que consta dos
resultados dos testes aplicados.
Bibliografia:
1 Almeida, M., Simões, M., Gonçalves, M. (1995). Provas Psicológicas em Portugal. Apport
Editora, Braga,
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