Projeto TCC
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Diamantina
UNIVESIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 2
2 PROBLEMA E JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 3
3 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 5
3.1 Objetivo Geral................................................................................................................ 5
3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 5
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 5
4.1 Da Síndrome da Alienação Parental ............................................................................ 5
4.2 Da guarda compartilhada ............................................................................................. 9
4.3 Pesquisa jurisprudencial ............................................................................................. 12
5 REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 17
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1 INTRODUÇÃO
Para tanto, deve-se atentar aos princípios norteadores do Direito de Família, previstos
especialmente na Constituição Federal de 1988, bem como no Estatuto da Criança e do
Adolescentes – ECA (1990), destacando-se a proteção integral e o melhor interesse da criança
e do adolescente.
2 PROBLEMA / JUSTIFICATIVA
O poder familiar conferido aos pais e exercido no proveito, interesse e proteção dos
filhos menores resulta da necessidade natural de que o ser humano precisa, durante
sua infância, de alguém que o crie, eduque, ampare, defenda, guarde e cuide de seus
interesses, regendo sua pessoa e seus bens, razão da intervenção do Estado para
submeter o exercício do poder familiar à sua fiscalização e controle [...]
(CARVALHO, 2005, p. 207).
Nota-se, por conseguinte, que o exercício do poder familiar é conferido a ambos aos
pais, estabelecendo direitos, dentre os quais a garantia de que eles possam dirigir a criação e
educação do filho, podendo tê-lo em sua companhia, concedendo-lhe ou negando-lhe
determinadas autorizações e obtendo deles o respeito e obediência; ademais, surgem
obrigações, como o cuidado e o zelo, a administração dos bens e a responsabilidade judicial e
extrajudicial pelos atos civis praticados pela criança ou adolescente.
Em tese, os pais possuem os mesmos direitos e deveres em relação aos filhos menores
de idade, ainda que estejam separados ou divorciados. Isso com o fim de que seja efetivada a
proteção das crianças e adolescentes de forma integral, contribuindo para seu desenvolvimento
da maneira adequada.
3 OBJETIVOS
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
romper os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor
em relação a ele. Isso porque ocorre a “implantação de falsas memórias”, uma vez que a criança
ou o adolescente são induzidos a crer em certas situações graves, como o abandono afetivo, a
prática de agressões, e mesmo de abusos sexuais e outros desvios de conduta, que lhes
prejudicam o relacionamento com o pai excluído (OLIVEIRA, 2010).
De acordo com Vieira (2014, p. 1) “a síndrome da Alienação Parental vislumbra as
ações, atitudes e reações de distúrbios repugnantes do genitor alienador em relação ao genitor
alienado”.
Os sinais que caracterizam a alienação são ligados a fatores psiquiátricos, e tornam os
filhos emocionalmente perturbados, comportando-se de maneira negativa em relação ao pai
alienado (OLIVEIRA, 2010). Em outras palavras:
Assim, o infante passa aos poucos a se convencer da versão que lhe foi implantada,
gerando a nítida sensação de que essas lembranças de fato aconteceram. Isso gera
contradição de sentimentos e destruição do vínculo entre o genitor e o filho. Restando
órfão do genitor alienado, acaba se identificando o genitor patológico, passando a
aceitar como verdadeiro tudo que lhe é informado (DIAS, 2009, p. 418 apud
TARTUCE, 2014, p. 1294).
Contudo, muitas vezes, a existência do que foi afirmado contra um dos genitores não é
real. Por esse motivo, se houver indícios da prática de alienação parental, existe a previsão legal
de processo autônomo, com tramitação prioritária e perícia psicológica, com medidas de
preservação à integridade do filho, bem como aplicação de penalidades ao alienador, podendo
ocorrer, inclusive, a mudança da guarda (DIAS, 2010). Nas palavras de Dias:
Dessa maneira, atribuir-se-á a guarda àquele genitor que “[...] viabilizar a efetiva
convivência da criança ou adolescente com o outro genitor nas hipóteses em que seja inviável
a guarda compartilhada” (artigo 6º) (BRASIL, 2010).
A Lei 12.318/2010 é um importante instrumento para reduzir o número de abuso do
poder familiar por um dos pais e os casos de alienação parental, constituindo-se em mais um
meio, aliado à Constituição Federal/1988 e ao Estatuto da Criança e do Adolescente/1990, para
proteger o melhor interesse das crianças e dos adolescentes e lhes assegurar todos os direitos,
como a garantia à convivência familiar.
A alienação parental causa danos tanto à criança quanto ao genitor alienado. Por esse
motivo, torna-se necessário a existência de um processo judicial julgado com prioridade e de
maneira célere, bem como é importante a atuação de um psicólogo que acompanhe todo o
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não seja insatisfatória e frustrante, de modo que se perca a naturalidade e a relação se torne
indiferente, o mais adequando é compartilhar a guarda, garantindo a segurança e conforto dos
filhos menores, que se sentirão mais protegidos.
Esse modelo “é um avanço porquanto favorece o desenvolvimento das crianças com
menos traumas, propiciando a continuidade da relação dos filhos com seus dois genitores e
retirando da guarda a ideia de posse”. (DIAS, 2008, p. 26 apud GONÇALVES, 2011, p. 299).
Segundo Gonçalves (2011), na guarda compartilhada a criança mora com um dos genitores,
contudo o outro pode conviver rotineiramente com ele, facultando a visita a qualquer tempo, de
forma que a relação entre ambos os pais e os filhos é permanente. No mesmo sentido:
ambos os pais, que querem ter um convívio satisfatório e consistente com os filhos, sem que
sua relação perca a naturalidade, e de modo que eles possam participar de tudo aquilo que fará
parte do crescimento e amadurecimento da criança ou adolescente. Do mesmo modo, os filhos
poderão manter a relação afetuosa com seus genitores, desenvolvendo-se da maneira adequada
e mantendo seus vínculos familiares, importantes para a sua formação e proteção, bem como
para efetivação do direito à convivência familiar.
também buscou alteração da sentença, pretendendo que se alterasse, em seu favor, a guarda do
filho menor, decretando-se a perda da autoridade parental da requerida.
Como foi comprovada a prática da alienação parental pela genitora, por meio de provas
que demonstraram que ela dificultava a convivência do filho com o pai, impondo obstáculos ao
direito de visita, bem como incutindo na criança relatos de agressões sofridas quando ele era
menor, a Relatora citou os artigos essenciais da Lei 12.318/10, bem como colocações da autora
Maria Berenice Dias sobre o assunto, dizendo, ainda:
coibisse a prática, conquanto se notou que o melhor para o filho era ficar sob sua guarda,
fazendo visitas ao pai.
O próximo acórdão refere-se à guarda compartilhada. Trata-se de Agravo de
Instrumento (número 1.0702.14.001707-1/001) interposto pelo genitor e julgado em setembro
de 2014, pela Quarta Câmara Cível do TJMG, contra decisão de primeira instância que
concedeu a permanência da guarda unilateral com a genitora. Inconformado e alegando que a
saúde e o bem-estar de seu filho estavam prejudicados, o pai interpôs recurso, requerendo a
modificação da guarda unilateral para si. (MINAS GERAIS, TJM, /2014, Agravo de
Instrumento nº 1.0702.14.001707-1/001)
Não obstante o pedido do agravante tenha sido pela concessão da guarda unilateral para
ele, os desembargadores decidiram, unanimemente, que o correto seria aplicar a guarda
compartilhada, tendo em vista que ambos os pais estavam aptos a exercer a guarda; assim, o
menino poderia prosseguir com o tratamento médico ao lado do pai, sem deixar de conviver
com a família da mãe, o que era a decisão mais benéfica. Por conseguinte, foi dado parcial
provimento ao Agravo, deferindo em parte a antecipação de tutela requerida e determinando a
guarda compartilhada, de forma que os genitores passassem a tomar as decisões conjuntamente
e de forma harmoniosa, considerando o melhor para a criança. (MINAS GERAIS, TJMG, 2014,
Agravo de Instrumento nº 1.0702.14.001707-1/001)
Esta decisão revela a prioridade que deve ser dada ao compartilhamento visando à
proteção do menor, bem como a importância de os julgadores analisarem minuciosamente o
caso para garantirem o cumprimento dos interesses da criança. Acredita-se que os
Desembargadores decidiram acertadamente e, em vez de apenas modificarem a guarda
unilateral do pai para a mãe, definiram a guarda compartilhada, para que ambos se
responsabilizassem pelo filho, de forma que ele pudesse conviver igualmente com os dois.
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5 REFERÊNCIAS
BRASIL. Código Civil (2002). Lei 10.406, de 10 jan. 2002: institui o Código Civil. Brasília,
DF, 2002.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). Lei 8.069, de 13 jul. 1990: dispõe
sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF, 2002.
BRASIL. Lei 12.318, 26 ago. 2010. Dispõe sobre a alienação parental e altera o art. 236 da
Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12318.htm>.
BRASIL. Lei nº 13.058, 22 dez. 2014: altera os arts. 1.583, 1.584, 1.585 e 1.634 da Lei no
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para estabelecer o significado da expressão
“guarda compartilhada” e dispor sobre sua aplicação. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm>.
CARVALHO, Dimas Messias de. Direito de Família. Alfenas: Arte Gráfica Atenas, 2005.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. 22 ed. São
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SERAFIM, Antônio de Pádua; SAFFI, Fabiana. Psicologia e Práticas Forenses. São Paulo:
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TARTUCE, Flávio. Direito de Família. In: ____________. Manual de Direito Civil: volume
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VIEIRA, Rhayne Kerllen Pereira. Alienação parental. Jus Navigandi, Teresina, ano 19, n.
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