3.1.percepção Dos Pais e Encarregados de Educação em Relação Modelo Bilingue
3.1.percepção Dos Pais e Encarregados de Educação em Relação Modelo Bilingue
3.1.percepção Dos Pais e Encarregados de Educação em Relação Modelo Bilingue
ENC.4: Não vejo motivo de matricular os meus filhos no ensino bilingue porque ja
sabe falar cicopi.
ENC.9: O meu filho deve estudar portugues e não cicopi.
ENC.14: Prefiro matricular os meus filhos numa outra escola que ensine em Português.
ENC.10: Assim que o ensino bilingue não tem livros como é que os alunos vão estudar
Segundo Lopes (2001), os adultos se veem confrontados com uma perda de controlo
sobre a educação de seus filhos pelo facto de não poderem “estabelecer práticas” com
os docentes, acabando por se sentirem marginalizados dos assuntos da escola. Nessa
perspectiva, notamos que existe uma má articulação de informações sobre o modelo
bilingue entre a escola como instituição educadora assim como com os encarregados de
educação dos alunos.
ENC.33: Não há como dar importância ao ensino bilingue porque vejo que mesmo o próprio
Estado não dá, porque quando não, os alunos teriam livros de cicopi para estudar.
Martins (2007), aponta para a importância do papel do professor, quando afirma que
o mesmo, deverá conduzir o projeto e procurar, em sua construção, resultados que
possam superar a metodologia das superficialidades, isto é, os conceitos do senso comum,
aprofundando mais o lado científico da investigação”. P ara tanto, o próprio professor deve
ser, antes de tudo um investigador, fazendo um diagnóstico para conhecer o que os
alunos já sabem, respeitando o contexto e situação cultural que estão inseridos,
adequando assim os métodos ao trabalho a ser desenvolvido.
Ao incentivar o trabalho escolar com projectos de pesquisa, o auto r faz a seguinte
observação em relação ao educando: A criança tem paixão inata pela descoberta e por
isso convém não lhe dar a resposta ao que não sabe, nem a solução pronta a seus
problemas.
ENC.17: A criança que vem de casa a falar a sua língua consegue entender melhor a
matéria.
Olhando para a perspectiva do nosso estudo, o ensino bilingue garante uma formação
benéfico a para o aluno possibilitando que este aprenda na sua língua, adquirindo novas
habilidades ao longo dos ciclos de aprendizagem. Portanto, é pertinente te que haja uma
mudança de atitude por parte dos pais e encarregados de educação, de forma o
considerarem o ensino bilingue como uma modalidade de ensino que deve ser valorizada.
MDE:Todos não olham de boa forma esta modalidade de ensino, admitindo que sendo a
lingua de casa não vê a pertinência da sua inclusão na escola.
Nessa perspectiva, a direcção da escola deve criar condições para que haja um pro
cesso de consciencialização dos pais e encarregados de educação, com vista a eliminar
os casos de fraca adesão a esta modalidade, esclarecendo as vantagens da formação
dos seus educandos nesta modalidade
3.2.Atitude dos pais e encarregados de educação face ao ensino bilingue
ENC.5: Dizem que as crianças saem de casa falando cicopi e na escola também,
por essa razão, não aceitam.
Em concordância com os objectivos do nosso estudo, o que leva os pais e encarregados
de educação a apresentarem esta atitude, é a falta de um conhecimento aprofundado
em relação ao ensino bilingue, ligada à fraca de sensibilização para a adesão deste modelo.
P.2: Nunca participei em nenhum trabalho de sensibilização sobre o ensino bilíngue.
P.6: Nunca tive oportunidade para falar do ensino bilingue, e não só, não há nenhuma
motivação por falta de material deste modelo.
O professor deve criar condições que possam contornar esta atitude ti da como negativa
que os pais e encarregados d e educação apresentam ao não aceitarem matricular s eus
filhos neste modelo, pois é notável que a falta de motivação gerada po r ausência de
conhecimento por parte dos pais é a principal razão que culmina com a sua fraca
adesão a este modelo. Não obstante, verificamos que os próprios professores não estão
totalmente ligados ao ensino bilingue, alguns por não serem falantes, outros por não
estarem capacitados para o efeito. Em alguns casos os encarregados referenciam a falta
de manuais de ensino assim como dos materiais de aprendizagem como outra razão
para abandonarem o modelo bilingue.
Para este caso , Dayrell (1999, p.18), explica que para a aprendizagem se efectivar, é
necessário levar em conta o aluno em sua totalidade, retomando a questão do aluno
com um sujeito sociocultural, quando sua cultura, seus sentimentos, seu corpo, são
mediadores no processo de ensino e aprendizagem.
Segundo Juel (1988, p. 438), o modelo de programa bilingue a nível do ensino básico
adotado por Moçambique pode não ser o ideal por não contemplar, por exemplo, o
uso equilibrado das duas línguas ao longo do programa, ressalta como muito positivo
a instrução em L2 s e verificar gradualmente a partir do fim do 1.º ciclo,
correspondente às 1.ª e 2.ª classes, ou seja, quando as crianças, pelos 8 anos de
idade, já se encontram numa fase em que, na leitura, se estima que já automatizaram
a descodificação e podem partir sem grandes problemas para a compreensão, que é o
que se espera da leitura , e na escrita já fazem com facilidade a conversão correta dos
fonemas em grafemas e, por essa razão, não lhes oferece resistência “generate and organize
ideas”.
O professor tem desafios para ele colocados, tais como ensinar com precisão ao aluno
para que saiba ler e escrever na sua língua, e na L2.
P1: Não tivemos uma formação para dar cicopi e raras vezes temos tido capacitações do
ensino bilingue se não a nível da ZIP.
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4.Conclusões
Os seus filhos para aprenderem o ensino bilingue estando a apresentar estas condições.
Por outro lado o professor como observador directo do ensino bilingue, a partir do
trabalho efectuado foi também possível aferir o seu grau de insatisfação ao face a
implementação deste modelo o que de alguma forma constitui uma influência aos pais
e encarregados de educação para olharem a esta modalidade como não sendo ideal para
inscrever os seus filhos.
5. Sugestões
Awareness,1999 .