Plano de Manejo Parque Morro Azul - Timbó/SC
Plano de Manejo Parque Morro Azul - Timbó/SC
Plano de Manejo Parque Morro Azul - Timbó/SC
MORRO AZUL
PARQUE NATURAL MUNICIPAL FREYMUND GERMER
PLANO DE MANEJO
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Plano de Manejo do PNMFG
Convênio Universidade Regional de Blumenau / Prefeitura Municipal de Timbó
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O Plano de Manejo do Parque Freymund Germer (Morro Azul) foi realizado através do
Convênio 016 de 09 de outubro de 2014, celebrado entre a Prefeitura Municipal de Timbó e
a Universidade Regional de Blumenau.
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Julho de 2018
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REALIZAÇÃO
Universidade Regional de Blumenau – FURB
Departamento de Engenharia Florestal
Supervisão e Acompanhamento
Vitor José Keller – Presidente do Instituto Ambiental Aracuã – Chefe do PNMFG.
Sandra Regina Batista – Departamento Municipal de Meio Ambiente/ Instituto Aracuã.
Ricardo Longo Orsi – Departamento Municipal de Meio Ambiente.
EQUIPE TÉCNICA
Coordenação FURB
Julio Cesar Refosco
Carlos Eduardo Zimmermann
Redação e organização do documento
Julio Cesar Refosco
Carlos Eduardo Zimmermann
Vanessa Dambrowski
Flora e Vegetação
André Luis de Gasper
Laio Zimmermann de Oliveira
João Paulo Maçaneiro
Paulo Roberto Lessa – Exóticas
Fauna
Carlos Eduardo Zimmermann - Avifauna
Cintia Gizele Gruener - Mastofauna
Luís Olímpio Menta Giasson - Herpetofauna
Meio Físico
Débora Vanessa Lingner
Juarês Aumond
Julio Cesar Refosco
Aspectos históricos e socioeconômicos
Vanessa Dambrowski
Shimene Feuser
Martin Stabel Garrote
Geoprocessamento
Débora Vanessa Lingner
Julio Cesar Refosco
Declaração de Significância
Carlos Zimmermann
Vanessa Dambrowski
Planejamento
Julio Cesar Refosco
Carlos Zimmermann
Vanessa Dambrowski
Cintia Gizele Gruener
Diagnóstico e Projeto de Educação Ambiental
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Vanessa Dambrowski
Martin Stabel Garrote
Shimene Feuser
Estudantes
Alisson Schneiders
Camilla Spengler Waltrick
Dilso Roecker Junior
Fernanda Dal Bosco
Gabriel Daminelli Borges
Gabriela Nunes de Oliveira
Guilherme Salgado Grittz
Gustavo Pessoa Canelhas Fontes
Irving Farias Gomes da Silva
Jaqueline Gonçalves Amaro
João Pedro Garcia
Lizandra Leitempergher
Renato Piermarini
Tanise Kraemer Oliveira
William Guilherme Theis
Colaboradores
Liu Idárraga Orozco
Gilberto Friedenreich dos Santos
Foto da Capa
Luis Menta Giasson
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 5: Uma das primeiras famílias da Mulde, ao canto direito inferior Johann Dettlef
Westphal. .................................................................................................................................. 54
Figura 7: Uso do solo rural no município de Timbó. Fonte: IBGE 2015. .................................. 59
Figura 8: Percentual de áreas do município ocupadas por lavouras temporárias. Fonte: IBGE
2015. ......................................................................................................................................... 59
Figura 9: Percentual de áreas do município ocupadas por culturas permanentes. Fonte: IBGE
2015. ......................................................................................................................................... 60
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Figura 20: Casa Reinecke. Propriedade da Universidade da Associação Educacional Leonardo
da Vinci – UNIASSELVI, sob tombo do IPHAN, foi construída pelos trisavôs de Erica Reinecke
no século XX, em meados de 1886. .......................................................................................... 71
Figura 21: Casa Ewald. Propriedade da família Ewald, tombado pelo IPHAN, foi construída
por Augusto Ewald, aproximadamente no ano de 1886. Atualmente pertence a terceira
geração da família. O rancho próximo à casa, feito com madeiras de estrutura enxaimel, era
utilizado como engenho de açúcar e encontra-se desativado. Não está aberta a visitação. .. 72
Figura 22: Casa Wolter. Propriedade da família Wolter, sob tombo da Fundação Catarinense
de Cultura – FCC. Único exemplar enxaimel da região com planta em cruz. Não está aberta a
visitação. ................................................................................................................................... 73
Figura 23: Casa dos Escoteiros. Tombo do IPHAN. Propriedade da Associação de Pais e
Amigos do Grupo Escoteiros Timbó – APAGET, sob tombo da FCC. ........................................ 73
Figura 24: Casa Lorenz. Propriedade da família Lorenz, sob tombo da FCC. Não está aberta a
visitação. ................................................................................................................................... 74
Figura 25: Casa Schneider. Propriedade de Lucy e Harold Schneider, sob tombo da FCC. Foi
construída em 1919. Não está aberta a visitação. ................................................................... 74
Figura 26: Escola Urbana e Casa do Professor. Tombo do IPHAN. A Escola Urbana é
propriedade da Prefeitura de Timbó, destacando-se por suas grandes dimensões, resultante
de sua funcionalidade: abrigar a escola local. A Casa do Professor é propriedade da família
Nardeli. As edificações serviram de escola e casa do primeiro professor de Timbó, Fritz
Neuehaus, que chegou na cidade no final do século XIX. Não está aberta a visitação. .......... 75
Figura 27: Fábrica de Papelão Timbó. Construída no início do século XX, é uma edificação de
grande porte e de alto valor cultural, por suas características únicas em forma e dimensão
fora dos padrões comuns nas edificações da região do Médio Vale do Itajaí. Não está aberta
a visitação. ................................................................................................................................ 75
Figura 28: Casa Zimath. Propriedade da família Zimath, sob tombo do IPHAN, foi construída
no início do século XX e a família mantém a mobília original. Não está aberta a visitação. ... 76
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Figura 29: Casa Jankee. Propriedade da família Jankee, sob tombo da FCC. Construída por
Hermann Hahnan, imigrante alemão. Não está aberta a visitação. ........................................ 76
Figura 30: Casa Klug. Propriedade da família Klug, sob tombo da FCC. Construída pelo
primeiro proprietário, Karl Klug e o mestre de obras Carlos Klolin. Karl Klug, imigrante
alemão, havia construído uma cabana de palmito perto do rio, de onde teve que transferir-
se em 1884 devido a uma enchente e somente alguns anos depois iniciou a construção da
casa enxaimel. (inv. déc. 1880). Não está aberta a visitação. .................................................. 77
Figura 31: Casa Schumann. Propriedade da família Pagel, sob tombo da FCC, serviu como
unidade física para a escola de Pomeranos. Não está aberta a visitação. ............................... 78
Figura 32: Casa Thurow. Propriedade da família Thurow, sob tombo da FCC. Não está aberta
a visitação. ................................................................................................................................ 78
Figura 33: Casa Kloehn. Propriedade da família Kloehn, sob tombo da FCC. Construída por
Frederico Kloehn, avô de Valmor Klohen. O pai de Valmor nasceu na casa no ano de 1892.
Segundo informações, a casa foi reformada em 1939. Não está aberta a visitação. .............. 79
Figura 34: Casa Radoll. Propriedade da família Radoll, sob tombo do IPHAN. Karl Radoll, pai
de Invalt Radoll, nasceu na casa em 1887. A construção da varanda data de 1929. Não está
aberta a visitação...................................................................................................................... 80
Figura 35: Casa Zatelli. Propriedade da família Zatelli, sob tombo da FCC, construída por
imigrante alemão. Parte do terreno foi doada para a construção da igreja e do cemitério do
bairro. Não está aberta a visitação. .......................................................................................... 81
Figura 36: Pharmácia Central. Propriedade de Oscar Bremer, sob tombo da FCC. Construída
por Oscar Wilhelm Bremer (avô do proprietário) em 1930, para funcionamento da farmácia.
É ponto de referência na cidade. ............................................................................................. 82
Figura 37: Precipitação mensal média para os municípios de Blumenau e Indaial. .............. 110
Figura 38: Média mensal de dias de chuva para os municípios de Blumenau e Indaial. ....... 111
Figura 39: Valores médios mensais das temperaturas média, mínima, máxima, mínima
absoluta e máxima absoluta, para o município de Blumenau. .............................................. 112
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Figura 40: Valores médios mensais das temperaturas média, mínima, máxima, mínima
absoluta e máxima absoluta para o município de Indaial ...................................................... 113
Figura 41: Temperatura média anual do PNMFG (PANDOLFO, 2002). .................................. 114
Figura 43: Frequência da direção dos ventos nos municípios de (a) Blumenau e (b) Indaial.
................................................................................................................................................ 116
Figura 44: Direção do vento predominante de cada mês, para os municípios de Blumenau e
Indaial. .................................................................................................................................... 116
Figura 45: Classificação climática de Köppen do PNMFG (ALVARES et al. 2013). .................. 117
Figura 48: Fonte: Fotointerpretação das fotografias nos 17892, 17893 e 17894 - Convênio
Governo do Estado e a CPRM (1979). .................................................................................... 120
Figura 49: Fotointerpretação das fotografias nº 17892, 17893 e 17894. .............................. 122
Figura 51: Gnaisse com estrutura bandada no acesso que liga ao topo da montanha. ........ 124
Figura 52: Planícies de sedimentos quaternários localizada no sudeste do Parque. ............ 125
Figura 53: Mapa dos solos da região onde está inserido o PNMFG. ...................................... 126
Figura 57: Erosão hídrica gerando sulcamento no solo na margem do acesso. .................... 132
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Figura 58: Pequena depressão onde se deposita temporariamente os sedimentos
transportados pelas águas das enxurradas. ........................................................................... 132
Figura 60: Tipos de solo existentes no interior e no entorno do PNMFG (Morro Azul). ....... 136
Figura 61: Cursos d’ água no interior e no entorno do PNMFG (Morro Azul). ...................... 137
Figura 63: Pontos de coleta de água no interior e no entorno do PNMFG. ........................... 139
Figura 66: Renda das famílias da Mulde por setor produtivo. ............................................... 160
Figura 68: Mapeamento do uso do solo no interior e no entorno do PNMFG (Morro Azul).162
Figura 73: A.D.R.C. Duque de Caxias (esquerda) e C.E.R.C. Fritz Lorenz (direita) .................. 168
Figura 74: Reis, rainhas, cavaleiro e princesa da C.E.R.C. Fritz Lorenz de 2015. .................... 170
Figura 77: Localização das unidades amostrais do levantamento da vegetação. ................. 174
Figura 78: Aspectos fisionômicos dos estágios de sucessão da vegetação do PNMFG - Morro
Azul, Timbó, Santa Catarina. A-B: estágio inicial; C-D: estágio médio; E-F: estágio avançado.
................................................................................................................................................ 178
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Figura 79: Distribuição das espécies por famílias registradas no estrato arbóreo-arbustivo de
uma Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio médio de sucessão no PNMFG, Timbó,
Santa Catarina. ....................................................................................................................... 181
Figura 80: Distribuição da densidade de indivíduos por classes de diâmetro para as espécies
do estrato arbóreo-arbustivo de uma Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio médio
de sucessão no PNMFG, Timbó, Santa Catarina. ................................................................... 186
Figura 81: Distribuição das espécies por famílias registradas no estrato arbóreo-arbustivo de
uma Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio avançado de sucessão no PNMFG,
Timbó, Santa Catarina. ........................................................................................................... 188
Figura 82: Distribuição da densidade de indivíduos por classes de diâmetro para as espécies
do estrato arbóreo-arbustivo de uma Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio
avançado de sucessão no PNMFG, Timbó, Santa Catarina. ................................................... 194
Figura 84: Imagem de satélite com a localização das armadilhas fotográficas (AF) instaladas
no Morro Azul (Fonte da imagem: Google Earth, 2016). ....................................................... 198
Figura 87: Espécies de morcegos registradas no Parque Morro Azul. A- Sturnira lilium, B-
Artibeus fimbriatus, C- Carollia perspicillata, D- Anoura caudifer, E- Diphylla ecaudata, F-
Myotis nigricans, G- Myotis ruber. ......................................................................................... 209
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Figura 89: Indivíduo de esquilo ou serelepe (Guerlinguetus ingrami) registrado se
alimentando de frutos de juçara (Euterpe edulis). ................................................................. 214
Figura 90: Indivíduo de sagui (Callitrix sp.) observado na área de visitação do Parque. ....... 218
Figura 91: Número acumulado de aves procurando descrever o esforço amostral no PNMFG
(Morro Azul) Santa Catarina, 2016. ........................................................................................ 224
Figura 92: Distribuição da frequência de ocorrência das espécies de aves no PNMFG (Morro
Azul) Santa Catarina, 2016. .................................................................................................... 225
Figura 96: Carpornis cucullata (Swainson, 1821), corocochó, espécie de aves registradas em
áreas de altitude observada nos levantamentos de campo. ................................................. 231
Figura 98: Biatas nigropectus (Lafresnaye, 1850). Espécie de ave considerada Vulnerável para
o Brasil e Santa Catarina, registrada em campo: ................................................................... 232
Figura 99: Heliodoxa rubricauda (Boddaert, 1783) espécie de ave registrada em áreas de
altitude observada nos levantamentos de campo. ................................................................ 233
Figura 100: Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819) espécie de ave migratória registrada
observada nos levantamentos de campo. ............................................................................. 233
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Figura 102: Curva de acumulação de espécies para oito dias de amostragens em campo no
PNMFG – Morro Azul, Timbó, SC............................................................................................ 251
Figura 104: Anfíbios terrestres com reprodução em ambientes lenticos como poças e lagoas,
ou remansos de ribeirões encontrados no PNMFG, Timbó – SC. Família Bufonidae, sapos
Rhinella icterica macho (A) e fêmea (B); R. abei fêmea (C); família Odontophrynidae, sapo de
chifres Proceratophrys boiei, casal encontrado em amplexo (D). ......................................... 255
Figura 106: Anfíbios de interior de floresta, com reprodução independente de corpos d’água,
encontrados no PNMFG, Timbó – SC. Adenomera aff bokermanni (A); rã do folhiço,
Haddadus binotatus (B); rãzinhas de folhiço, Ischnocnema sp. aff manezinho (C) e I. henselii
(D). .......................................................................................................................................... 257
Figura 109: Anfíbios que reproduzem riachos e córregos encontrados no PNMFG, Timbó –
SC. Aplastodiscus ehrhardti (A); Bokermannohyla hylax (B). ................................................. 260
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Figura 110: Anfíbios de pequeno porte que reproduzem em poças em áreas florestadas
encontrados no PNMFG, Timbó – SC. Physalaemus lateristriga (A e B); Physalaemus
lateristriga (C e D)................................................................................................................... 261
Figura 111: Répteis encontrados no PNMFG, Timbó – SC. Enyalius iheringii (A); Micrurus
corallinus (B); Xenodon neuwiedii (C-D) ................................................................................. 264
Figura 112: Comparativo dos dados do ano corrente com os valores máximos, médios e
mínimos, no período de 1998 até 2017. ................................................................................ 268
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Figura 131: Áreas estratégicas internas. ................................................................................ 338
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Números de registros de atividades produtivas em Timbó. 2015 ............. 58
Tabela 2: Resultados das análises físico-químico e biológico da água coletada em
4 pontos na bacia do Ribeirão da Mulde................................................................... 140
Tabela 3: Faixa etária da população da Mulde. 2015................................................. 158
Tabela 4: Classes de uso do solo existentes no interior e no raio de 1 km no
entorno do PNMFG (Morro Azul)............................................................................... 163
Tabela 5: Famílias e espécies registradas no estrato arbóreo-arbustivo de uma
Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio médio de sucessão no PNMFG,
Timbó, Santa Catarina................................................................................................ 183
Tabela 6: Parâmetros fitossociológicos calculados para as espécies do estrato
arbóreo-arbustivo de uma Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio médio
de sucessão no PNMFG, Timbó, Santa Catarina........................................................ 185
Tabela 7: Famílias e espécies registradas no estrato arbóreo-arbustivo de uma
Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio avançado de sucessão no PNMFG,
Timbó, Santa Catarina................................................................................................ 190
Tabela 8: Parâmetros fitossociológicos calculados para as espécies do estrato
arbóreo-arbustivo de uma Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio
avançado de sucessão no PNMFG, Timbó, Santa Catarina........................................ 192
Tabela 9: Mamíferos voadores e de médio e grande porte registrados no PNMFG -
Morro Azul as espécies levantadas por meio de consultas bibliográficas para o
Vale do Itajaí.............................................................................................................. 200
Tabela 10: Espécies de aves registradas no Parque Municipal PNMFG (MORRO
AZUL), que se enquadra em alguma categoria de ameaça para o Brasil (IUCN) e
para Santa Catarina. 2016.......................................................................................... 229
Tabela 11: Espécies de aves registradas no Parque Municipal PNMFG (MORRO
AZUL). 2016................................................................................................................ 234
Tabela 12. Anfíbios de possível ocorrência e efetivamente registrados em campo
para o município de Timbó, SC.................................................................................. 246
Tabela 13. Anfíbios registrados em cada dia de amostragem no PNMFG – Morro
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Azul –, município de Timbó, SC.................................................................................. 249
Tabela 14. Áreas de registros de anfíbios anuros no PNMFG, Timbó, S.C................. 252
Tabela 15. Répteis de possível ocorrência e efetivamente registrados para o
município de Timbó, SC. Os registros de possível ocorrência são com base em
levantamentos em Blumenau, SC, e registros de campo........................................... 263
Tabela 16: Registros de enchentes para Blumenau................................................... 270
Tabela 17: Zonas do PNMFG com as respectivas áreas e proporção em relação a
área total da UC ........................................................................................................ 299
Tabela 18: Pontos de referência da delimitação da área de abrangência das linhas
de transmissão (Zona de Uso Conflitante) ................................................................ 303
Tabela 19: Pontos de referência da delimitação da área de pouso de helicóptero
(Zona de Uso Especial) .............................................................................................. 305
Tabela 20: Pontos de referência da delimitação da área de abrangência da Trilha
da Araucária (Zona de Uso Extensivo) ....................................................................... 308
Tabela 21: Pontos de referência da delimitação da área de abrangência da Trilha
das Bromélias (Zona de Uso Extensivo) ..................................................................... 308
Tabela 22: Pontos de referência da delimitação da área da rampa para voo de
parapente (Zona de Uso Intensivo) ........................................................................... 313
Tabela 23: Pontos de referência da delimitação dos trechos de estrada situados
em Zona de Uso Intensivo ......................................................................................... 313
Tabela 24: Pontos de referência da delimitação da área de Camping ...................... 314
Tabela 25: Pontos de referência da delimitação da área onde se localiza a Sala de
Educação Ambiental (Zona de Uso Intensivo) ........................................................... 314
Tabela 26: Pontos de referência da delimitação da área do estacionamento
situado na entrada do Parque ................................................................................... 315
Tabela 27: Pontos de referência da delimitação da área do estacionamento
situado próximo à rampa de voo de parapente ........................................................ 315
Tabela 28: Pontos de referência da delimitação da área do Mirante ....................... 316
Tabela 29: Pontos de referência da delimitação da área da Sede Administrativa .... 316
Tabela 30: Pontos de referência da delimitação dos trechos de estrada com
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vegetação exótica - Magnolia champaca (Zona de Recuperação) ............................ 321
Tabela 31: Pontos de referência da delimitação de uma área com cobertura
florestal em estágio inicial de sucessão ecológica (Zona de Recuperação)............... 322
Tabela 32: Pontos de referência da delimitação da área com ocorrência de
vegetação exótica – Pinus sp. (Zona de Recuperação) .............................................. 322
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 23
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 24
Primeiro Setor................................................................................................................... 43
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2.4.1 POTENCIAL DE APOIO À UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ........................................... 60
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3.2.7 Saneamento Básico ............................................................................................... 159
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4.4.1 Zona de Uso Conflitante ........................................................................................ 299
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 347
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APRESENTAÇÃO
Em 1974 era criado o Parque Freymund Germer. Hoje, 43 anos após, consolida-se a primeira
versão do Plano de Manejo, mais um passo para a gestão da área e do meio ambiente em
Timbó. O Plano de Manejo é um instrumento de gestão que faz um estudo do Parque e,
então, o divide em zonas com diferentes graus de proteção e regras de uso, indicando
também medidas de proteção da unidade, seja para as comunidades de plantas e animais
que ali habitam, para as atividades turísticas desenvolvidas, para a educação ali realizada ou
mesmo para a sustentabilidade econômica e financeira.
O Plano de Manejo do Morro Azul foi desenvolvido pela equipe de técnicos da Universidade
Regional de Blumenau sob a supervisão dos técnicos da Prefeitura Municipal de Timbó e do
Instituto Aracuã dentro das normas do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Chico
Mendes de Proteção à Biodiversidade.
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INTRODUÇÃO
A Constituição Federal do Brasil tem por princípio o cuidado com o meio ambiente. Dentre
as ações previstas para colocar em prática este princípio está a previsão de “definir, em
todas as unidades da federação, espações territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de
lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção” (BRASIL 1988).
Este item da Constituição Federal Brasileira de 1988 foi regulamentado pela Lei 9.985 de
2000 a qual instituiu o Sistema de Unidades de Conservação (SNUC) com a intenção de
organizar a proteção do meio ambiente nas Unidades de Conservação (BRASIL 2000).
A mesma intenção está gravada na Lei Orgânica do município de Timbó quando expressa a
“defesa do meio ambiente” como um princípio e quando estabelece as incumbências do
poder público de, dentre outros, “definir espações territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão, permitidas somente através de
lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção” (TIMBÓ 1990).
Portanto, o Plano de Manejo se caracteriza por ser um instrumento básico que fornece as
diretrizes para a administração da Unidade de Conservação. É um instrumento de
planejamento e gestão e deve ser revisto ao longo do tempo. Com a experiência prática
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fornecida pela aplicação das diretrizes do Plano de Manejo pelos gestores da Unidade, este
deve incorporar novas informações que forem sendo adquiridas e novas formas, técnica e
cientificamente comprovadas de aprimoramento para o manejo da Unidade de
Conservação.
O PNMFG foi criado pela Lei Complementar 402 de 13 de julho de 2011, a qual estabelece
que seu objetivo fundamental será “preservar os ambientes naturais pertencentes ao Bioma
da Mata Atlântica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento
de atividades de educação ambiental, recreação em contato com a natureza e o turismo
ecológico”.
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Seguindo as orientações do Roteiro Metodológico de Planejamento do ICMBio e do Termo
de Referência para elaboração do plano de manejo do PNMFG, o plano de manejo do
PNMFG está organizado em encartes. O Encarte 1 apresenta a contextualização da Unidade
de Conservação no âmbito nacional; O Encarte 2 apresenta a análise da UC no contexto
regional; O Encarte 3 apresenta estudos específicos da UC como os diagnósticos bióticos,
fatores históricos e institucionais; O Encarte 4 trata do planejamento da UC, abordando a
avaliação estratégica, os objetivos específicos de manejo, o zoneamento e o planejamento
por áreas de atuação.
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FICHA TÉCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Endereço Instituição Responsável: Rua Rolando Mueller, 270, Centro, Timbó, SC.
E-mail: meioambiente@timbo.sc.gov.br
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Biomas e ecossistemas: Mata Atlântica - Floresta Ombrófila Densa Montana.
Atividades Desenvolvidas:
• Pesquisas: Já foram realizados alguns estudos com destaque a avifauna e flora do Parque.
Estão em desenvolvimento estudos de interação planta-animal. Além dos diagnósticos
referentes ao plano de manejo com levantamentos bióticos e abióticos.
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ENCARTE 1
CONTEXTUALIZAÇÃO
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ENCARTE 1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O Parque Natural Municipal Freymund Germer protege fragmento de um dos biomas mais
importantes e ameaçados do território brasileiro: a Floresta Atlântica (BORCHARD-JUNIOR;
ZIMMERMANN 2000). Este bioma se distribuía originalmente por aproximadamente
1.300.000 km² em 17 estados do território brasileiro. Hoje os remanescentes de vegetação
nativa estão reduzidos a, aproximadamente, 29% de sua cobertura original e encontra-se
fragmentados e em diferentes estádios de regeneração. (BRASIL 2014).
O Estado de Santa Catarina tem extensão territorial de 95.985 km2 e está totalmente
inserido no domínio da Mata Atlântica, incluindo diferentes fitofisionomias vegetacionais e
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ecossistemas associados (KLEIN 1978). Atualmente, as florestas nativas cobrem cerca de 30%
do estado; grande parte dessas florestas é classificada como secundárias em estádio médio
ou avançado de regeneração, e poucos remanescentes podem ser classificados como
florestas primárias (VIBRANS et al. 2013). Considerando o Brasil, não restam mais do que
11,7% da cobertura florestal original da Mata Atlântica em Santa Catarina, a qual se
encontra também altamente fragmentada (RIBEIRO et al. 2009).
De acordo com IBGE (2012) a Floresta Atlântica no Sul do Brasil apresenta-se como um tipo
vegetacional caracterizado por densos agrupamentos de árvores de grande porte, formando
diversos estratos com presença abundante de Bromeliáceas, Aráceas, Orquidáceas, que
cobrem muitas vezes por completo os fanerófitos, assumindo aspecto de jardins suspensos.
No solo são encontrados representantes das Pteridófitas e das Marantáceas, com
predominância de Calathea spp. (caeté), que pode formar densos agrupamentos. No interior
da floresta formam-se outros estratos de plantas menores, adaptadas à iluminação difusa.
No estrato médio o palmiteiro (Euterpe edulis) possui grande abundância, tornando-se uma
das espécies mais marcantes desse ecossistema.
A bacia hidrográfica do Rio Itajaí, abrange 15.000 km2 do Estado de Santa Catarina, onde
estão localizadas 52 cidades. É uma bacia hidrográfica formada por milhares de pequenos
afluentes, que se juntam no Rio Itajaí, lançando suas águas no Oceano Atlântico na divisa das
cidades de Itajaí e Navegantes (SIEBERT 1997).
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A Mata Atlântica na bacia Itajaí, estudada por Klein (1979, 1980), era coberta por florestas
reduzidas, atualmente, a remanescentes fragmentados, pertencentes a três regiões
fitoecológicas: Floresta Ombrófila Densa ou Floresta Pluvial Subtropical, que cobria 80% da
bacia; Floresta Ombrófila Mista ou Floresta com Araucária, que cobria cerca de 17% (KLEIN
1979, LEITE; KLEIN 1990) e Estepe Ombrófila ou Campos Naturais (LEITE 1994), que cobria os
restantes cerca de 3%, localizada em áreas específicas.
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1.5. CONVENÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA
A Lei 9.985/2000, que regulamenta o art. 225,§1°, incisos I, II, III e IV da Constituição Federal,
institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras
providências, destaca que Unidade de Conservação são espaços territoriais e seus recursos
ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,
legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos
sob o regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção
(BRASIL 2000).
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manejar os recursos da flora e fauna; g) proteger paisagens naturais ou pouco degradadas,
de beleza cênica notável; h) resguardar as características excepcionais de natureza
geológica, geomorfológica e, quando for o caso, paleonto-arqueológica e cultural; i) proteger
e recuperar recursos hídricos e edáficos; j) incentivar estudos científicos e monitoramentos;
l) favorecer condições de educação ambiental e recreação em contato com a natureza e m)
preservar áreas naturais ou pouco alteradas até que estudos futuros indiquem sua adequada
destinação (BRASIL 2000).
Estas áreas asseguram às populações tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais de
forma racional e ainda propiciam às comunidades do entorno o desenvolvimento de
atividades econômicas sustentáveis. Estas áreas estão sujeitas a normas e regras especiais.
São legalmente criadas pelos governos federal, estaduais e municipais, após a realização de
estudos técnicos dos espaços propostos e consulta à população (BRASIL 2000).
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dos recursos naturais são permitidas, mas desde que praticadas de forma a garantir a
perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos.
As categorias de uso sustentável são: Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), Floresta
Nacional (FLONA), Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS),
Reserva Extrativista (RESEX), Área De Proteção Ambiental (APA) e Reserva Particular do
Patrimônio Natural (RPPN).
No Vale do Itajaí foram identificadas 28 UCs de uso sustentável e proteção integral, nas
esferas federal, estadual, municipal e particulares enquadradas no SNUC, as quais estão
representadas na Figura 1.
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Figura 1: Unidades de Conservação enquadradas no SNUC no Vale do Itajaí.
Fonte: Os autores.
Esta categoria é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em
seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. As unidades dessa
categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas, respectivamente,
Parque Estadual e Parque Natural Municipal.
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A fim de adequar o PNMFG ao SNUC, buscam-se, como perfil para esta Unidade, três
aspectos básicos e intimamente relacionados com a preservação ambiental:
Na área abrangida pela Reserva governos se coordenam para trabalhar para sua
conservação e pela melhoria da qualidade de vida das populações que vivem em sua área de
influência. A Universidade e os centros de pesquisa com trabalhos voltados à Mata Atlântica
desenvolvem programas para estudar e conhecer sua biodiversidade, e a convivência
equilibrada com suas comunidades tradicionais e dos seus mecanismos de regeneração
(CORRÊA 1996).
a) Zonas Núcleo: são as que contêm os exemplos mais significativos dos remanescentes da
Mata Atlântica e de seus ecossistemas associados. As Zonas Núcleo estão amparadas por
proteção legal segura, sendo áreas de preservação permanente. Por exemplo: a Zona
Intangível de um Parque. São centros de endemismos, de riqueza genética, com
características naturais únicas de excepcional interesse científico. Incentivam-se atividades
de pesquisa voltadas a conservação ambiental. Devem permanecer totalmente protegidas,
sem qualquer utilização que não seja educacional ou científica.
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b) Zonas Tampão ou de Amortecimento: envolvem totalmente as zonas núcleo. Nas zonas
de amortecimento as atividades econômicas e o uso da terra devem estar em equilíbrio e
garantir a integridade dos ecossistemas das zonas núcleo. São adequadas a manipulação
experimental objetivando a elaboração, avaliação e demonstração da viabilidade de
métodos de desenvolvimento sustentável. Nas Zonas de Amortecimento se pesquisa os
meios e processos para implementar formas de produção e do desenvolvimento sustentável.
São áreas de uso múltiplo, onde se busca harmonizar uma diversidade de atividades
agrícolas e de assentamentos humanos com a conservação ambiental. São utilizadas para
pesquisa científica e atividades de uso do solo com um componente investigativo. É
principalmente nas Zonas de Amortecimento que se busca garantir e recuperar áreas
degradadas e corredores de conservação.
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Figura 2: Localização do PNMFG na RBMA.
Fonte: Os autores.
O Brasil, com quase 1/3 das florestas tropicais remanescentes no mundo (Mata Atlântica e
Amazônia), é reconhecidamente um dos mais importantes repositórios da diversidade
biológica mundial. Infelizmente, estas áreas têm sido rapidamente convertidas para outros
usos. Números oficiais indicam que o desmatamento já afetou cerca de 11% da Amazônia e
92% da Mata Atlântica. As estratégias tradicionais para conservação da biodiversidade têm-
se enfatizado na criação de áreas protegidas intactas, livres das intervenções humanas.
Enquanto estas áreas possuem um enorme potencial de conservação, a conservação da
biodiversidade em longo prazo requer o desenvolvimento de uma abordagem que inclua o
manejo de zonas tampão e de corredores biológicos (AYRES et al. 2005).
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existentes que contém populações isoladas de flora e fauna. Possibilitam o fluxo de animais
silvestres e plantas, alguns já ameaçados de extinção e passíveis de processos de
empobrecimento genético. Esses corredores, onde necessário, são reconstituídos com
espécies vegetais nativas da paisagem do entorno das áreas ou fragmentos florestais.
Permitem a comunicação entre as espécies de flora e fauna, intensificam a interação
genética e com isto aumentam a possibilidade de sobrevivência das espécies nessas áreas
(CORRÊA 1996).
Um dos maiores problemas enfrentados pelos parques e reservas do Brasil é o seu crescente
isolamento de outras áreas naturais. Por este motivo, e como a conservação da
biodiversidade requer não somente a preservação em nível de espécies, mas também a
diversidade genética contida em diferentes populações é essencial proteger múltiplas
populações de uma mesma espécie (metapopulações). Populações isoladas são mais
vulneráveis a eventos demográficos e ambientais aleatórios, tornando-as mais susceptíveis à
extinção local, regional ou mesmo à extinção completa, fato que reforça a necessidade de
corredores ecológicos (AYRES et al. 2005).
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Figura 3: Unidades de Conservação e remanescentes florestais do Vale do Itajaí.
Fonte: Os autores.
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1.9. POTENCIALIDADES DE COOPERAÇÃO
PRIMEIRO SETOR
Empresa pública, vinculada ao Governo do Estado de Santa Catarina por meio da Secretaria
de Estado da Agricultura e da Pesca. Tem como missão desenvolver o conhecimento,
tecnologia e extensão para o desenvolvimento sustentável do meio rural, em benefício da
sociedade.
A FAPESC é o órgão do governo estadual que repassa recursos públicos para a execução de
atividades de pesquisa, inovação, capacitação de recursos humanos e difusão de
conhecimentos.
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FURB – Universidade Regional de Blumenau
SEGUNDO SETOR
TERCEIRO SETOR
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ENCARTE 2
ANÁLISE DA REGIÃO
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ENCARTE 2 - ANÁLISE DA REGIÃO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
O PNMFG, regionalmente conhecido como Morro Azul, situa-se na localidade de Mulde Alta,
aproximadamente a 18 km do centro do município de Timbó, no Estado de Santa Catarina
(26º49‟S e 49º30‟W) (Figura 4), abrange uma área de aproximadamente 40 ha e possui
altitude máxima de 758 m a.n.m (BORCHARDT-JUNIOR; ZIMMERMANN 2000; Turismo Timbó
2009). Do seu topo é possível avistar praticamente todo o vale da cidade de Pomerode.
Fonte: Os autores.
De acordo com dados históricos, em meados de 1974 o município adquiriu a área de terras
localizada no pico do morro, de propriedade de Oscar Piske, tornando-as oficialmente no
Parque do Morro Azul, e tendo como objetivo a proteção ambiental e paisagística
(PREFEITURA MUNICIPAL DE TIMBÓ 1974a; 1974b). Em 1993 foi aprovada a lei que
modificava a denominação do local para Parque Natural Municipal “Freymund Germer”, em
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homenagem ao filho de imigrantes alemães que residiu parte de sua vida na região, e
dedicou-se a agricultura e botânica (PREFEITURA MUNICIPAL DE TIMBÓ 1993, 2009).
A região de estudo está localizada em Santa Catarina, um território que foi habitado pelos
povos caçadores e coletores antes da chegada dos europeus. Conforme Piazza e Hübener
(2001), os povos que habitam o pré-histórico catarinense apresentaram diversos estágios
civilizatórios. No litoral, grupos humanos viviam através da pesca e coleta de moluscos,
deixando como vestígios de sua existência, montes de conchas denominados de Sambaquis.
Mais no interior, grupos humanos viviam em sítios abertos próximos de rios, e em grutas,
deixando como vestígios de sua presença suas ferramentas, como pontas de flecha,
raspadores, entre outros objetos, e suas inscrições nas paredes de pedra das grutas. E
grupos de caçadores e agricultores de subsistência, que dominavam a produção da cerâmica,
como foi o caso da cultura Guarani, que na época do “descobrimento”, ocupavam a região
do litoral e no contorno dos principais rios do interior do Brasil.
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passaram a ocupar o território catarinense até final do século XVIII. Posteriormente no
século XIX, pelos alemães, italianos, poloneses, entre outras nacionalidades que vieram a
ocupar o território.
O processo de colonização europeia segundo Silva (1954), até o século XVIII tinha a
preocupação do governo em povoar as terras no sul do Brasil tendo em vista a política
expansionista dos espanhóis. Santa Catarina possuía uma população em 1793 que não
ultrapassava 20 mil habitantes. Existiam povoamentos no litoral, desde N. S. da Graça do Rio
São Francisco até os conventos no distrito de Santo Antônio dos Anjos em Laguna. Além da
capital e da freguesia de São José, o interior não era povoado. No interior ficava isolada
Lages, que pertencia a capitania de São Paulo. No caminho de ligação do litoral com Lages, o
coronel João Alberto Miranda Ribeiro, em 1793 projetou o estabelecimento de duas
freguesias com famílias de casais açorianos e de renóis para entrepostos das tropas.
Conforme Cervi (2009), no Vale do Itajaí, antes da lei de nº 11 de 1835, a região da foz e
subindo o rio já contava com uma freguesia chamada “S.S. Sacramento do Itajahy, ou Villa
de Itajahy, na junção do rio Itajahy-Açu com o Itajahy-Mirim, e Pocinho-Belchior subindo o
rio. No inicio século XIX ocorre um processo de ocupação com levas de imigrantes de origem
germânica, e depois italiana. Conforme Ferreira e Kopsel (2008) a partir de 1824 levas de
imigrantes alemães, suíços e poloneses iniciam a chegar no sul do Brasil.
Em Santa Catarina a primeira colônia foi São Pedro de Alcântara, fundada em 1829 com
imigrantes alemães, maioria de origem da cidade de Bremen. Mesmo não estando no Vale
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do Itajaí, ela proporcionou os primeiros colonizadores de origem germânica no médio e alto
vale do Itajaí (SILVA, 1954). Colaborando com a imigração alemã, em 1834 o Ato Adicional de
12 de dezembro cria a Regência Una, o que possibilitava uma maior autonomia às províncias
(KOEPSEL; FERREIRA 2008). Neste sentido, segundo Seyferth (1999) em 1835 o governo da
Província de Santa Catarina promoveu o reassentamento de algumas famílias alemãs
egressas de Pedro de Alcântara em duas localidades, a de Pocinho e de Belchior, localizadas
no baixo rio do Itajaí Açu, hoje pertencentes ao Município de Gaspar. O mesmo afirma
Hering (1987), comentando que de Pedro de Alcântara partiram levas de colonos de
descendência alemã para fundarem pequenos núcleos coloniais na Serra do Itajaí, como os
povoados de Belchior e Pocinho, e dispersamente no curso do rio Itajaí Açu, antecedendo a
colônia Blumenau e Brusque.
Essa colonização inicial do Vale do Itajaí foi realizada por força da Lei Provincial nº11 de
1835, que permitia o estabelecimento de duas colônias compostas por elementos
estrangeiros, sendo uma na margem do Rio Itajaí Açu, localidade de Pocinho, e outra
próxima ao Rio Itajaí Mirim, o núcleo Belchior. Ambos os núcleos tiveram diversos
problemas, principalmente relacionados com conflitos com indígenas. O núcleo Belchior foi
o de maior desenvolvimento, sendo este formado por migrantes da Colônia São Pedro de
Alcântara. Mesmo estas colônias não terem recebido auxílio algum por parte do Governo,
foram fundamentais para a penetração gradual e sistemática de colonos açoriano, lusos
brasileiros, colonos alemães, poloneses, italianos ao longo do Vale do Itajaí, que mais tarde,
vão favorecer a migração de colonos para a região da Colônia Blumenau (PIAZZA; HUBENER
2001).
Pocinho e Belchior foram às primeiras iniciativas para colonizar uma região considerada
como um vazio demográfico, em grande parte inexplorada totalmente coberta com floresta.
A segunda colônia instalada no Vale do Itajaí foi de um empreendimento particular belga,
coordenado por Charles Van Lede, adquirindo terras de um grande proprietário de Itajaí,
para assentar imigrantes oriundos da Bélgica em 1844. Mesmo estando localizada próxima
do Rio Itajaí em sua parte navegável, a colônia Ilhota fracassou (SEYFERTH 1999). Conforme
Silva (1954) a colônia belga teve 24 famílias belgas, e 12 francesas. Após a morte de Van
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Lede e as dificuldades encontradas fizeram alguns dos colonos abandonarem o lugar,
espalhando-se pelo vale e região.
Segundo Piazza e Hubener (2001), com o objetivo de formar uma companhia colonizadora,
Hermann Blumenau associou-se ao comerciante Fernando Hackradt, e juntos abriram uma
gleba no local desejado banhado pelo Rio Itajaí Açu. Após uma longa negociação com os
governos provincial e imperial, Hermann Blumenau formou uma empresa colonizadora que
obteve uma concessão de terras devolutas destinada à ocupação com imigrantes alemães
em regime de pequena propriedade familiar. Coincidentemente, os primeiros colonos
chegaram à região poucos dias antes da promulgação da Lei de Terras (Lei 601, de
18/9/1850).
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migratória instaurada pelo Império brasileiro na segunda metade do século XIX. Certamente
que a vinda de imigrantes europeus para o Brasil, estará inserida na política de
embranquecimento da população, da decadência do comércio de escravos africanos e da
consequente necessidade de uma força de trabalho livre para o país. A Lei de Terras de 1850
insere novas problemáticas e a emergência de uma nova materialidade da propriedade
através da organização burocrática das cidades e a constituição de uma estrutura policial e
criminal do Império.
Desde o início da colonização Dr. Blumenau travou uma batalha tremenda para não
fracassar, lutando contra a inclemência da natureza, as enchentes e ataques dos índios. Em
1854 dos 309 imigrantes instalados, 67 já tinham abandonado a colônia. Em dezembro de
1859 o governo imperial passou a administrar as terras adquiridas por Blumenau, e passou a
destinar verbas para iniciar no local processo de imigração de grande escala, abrindo e
melhorando caminhos para aumentar o comércio, e circular a riqueza, construir um hospital,
casa de orações e cadeia (SILVA 1988.). A imigração acentuada exige o loteamento de mais
terras próximas a sede da colônia. Assim foi a colonização esparramando-se entre 1860-63
pelo rio do Texto, pelo ribeirão Branco, pelos do Passo Manso, Encano, e da Mulde. Esse
surto colonizador gerou os municípios de Pomerode, Indaial, Timbó, Rodeio, Rio dos Cedros
e demais banhados pelo Rio Benedito (SILVA 1954).
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Benedito foram financiadas pelo governo imperial do Brasil e construídas por August Germer
(BUZZI 1969).
Em 1872 já estava cadastrado pelo engenheiro Emil Odebrecht os lotes povoados na Mulde,
como integrantes de Timbó (BUZZI 1969), e em 1876, pouco depois da distribuição dos lotes
coloniais, os povoamentos nos ribeirões Mulde e Benedito estavam em pleno
desenvolvimento (SILVA 1954). A prosperidade dessas regiões é atribuída por Jamundá
(1945) aos rios que as cortavam. A Mulde era considerada também uma região rica assim
como as outras terras baixas ao longo dos rios de Timbó, e Jamundá (1943, p.87) destaca “na
Mulde a fartura garante o conforto de boa situação econômica oriunda da gordura das
terras baixas”.
O nome Mulde, conforme Elisabeth Germer (2015) significa vale. Quando os primeiros
moradores da Mulde chegaram avistaram o morro azulado, e lembraram-se da região de
origem e chamaram o lugar de ‘Schweiz’, Suíça, e Mulde representaria o vale da ‘Schweiz’. A
colonização da Mulde foi essencialmente de origem Alemã, fato comprovado na lista dos
lotes coloniais (FERREIRA; KOEPSEL 2008). Conforme as entrevistas aplicadas na comunidade
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se confirmam a predominância da colonização Alemã, dentre as famílias entrevistadas na
comunidade, seus ancestrais vieram residir na região da Mulde no período colonial.
Segundo Elisabeth Germer (2015) houve na região conflitos entre os colonizadores e índios
que habitavam ali, no entanto o plantio da mandioca e do milho, e produção de farinha de
mandioca é herança destes primeiros habitantes que migraram da região.
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é prensado. Aprenderam a fazer com o índio um artesanato muito
bonito, do índio então assim foi indo [..] (GERMER 2015).
Também na memória do Sr. Stilfrid Kreyssis, proprietário da Olaria Kreyssis aparece registros
da presença indígena na Mulde. Comenta que quando era criança encontrava muitas pontas
de flecha e também locais de fogueira no pé do morro aos fundos da olaria. Nos locais de
fogueira apontados pelo pai encontravam pedras colocadas em círculos queimados.
Figura 5: Uma das primeiras famílias da Mulde, ao canto direito inferior Johann Dettlef
Westphal.
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Algumas famílias numerosas começaram a colonizar a região: Piske, Westphal, Lahr, Kopsch,
Kraiser, Weigmann. Posteriormente foram instalados engenhos, tafonas e serrarias que
serviam a comunidade. A vegetação foi dando espaço às lavouras e a madeira era
aproveitada para as serrarias. A madeira das serrarias era utilizada principalmente no local
para a construção das benfeitorias (GERMER 2015).
Outro morador, Germano Germer (72), neto de Freymund Germer e filho de Victor Germer,
nasceu em 1944 e morou até os 24 anos na Mulde em plena época de Segunda Guerra
Mundial. Neste período, os alemães e seus descendentes eram repreendidos por disseminar
a cultura alemã no Brasil, assim, não podiam falar a língua estrangeira, tampouco usufruir de
objetos como livros e fotografias de origem alemã. Germano descreveu os antigos costumes
da época em que seu avô ainda era vivo, tinham hábitos de caça por esporte; relatou como o
comércio de Fritz Lorenz e de outros colonos se estabeleceram na região; o primeiro carro
adquirido por um Gessner e também sobre a intensiva exploração de madeira que se iniciou
nos anos 1990. Era comum a retirada das árvores para que tivesse espaço para as roças.
Algumas árvores também foram exploradas para uso comercial, como a canela preta e o
palmito. Havia 4 serrarias na Mulde conforme Elizabeth Germer (2015). A primeira serraria
(Figura 6) foi a de Rudolf Kellermann, depois a de Otto Hobus, de Heinrich Loes e Rudolf
Schitz.
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Figura 6: Primeira serraria, Mulde Central 1872.
As serrarias exploravam a canela preta, canela araçá, tinha licurana, tanheiro, eram as
madeiras mais usadas, capororoca, para fazer esteiros, capororoca branca não à vermelha,
vermelha era pouco usada.
As atividades rotineiras dos colonos da Mulde era geralmente o trabalho na lavoura, caça,
pesca, troca de mercadorias entre os comerciários entre outras tradições e costumes. Além
do cultivo de alimentos, plantava-se o fumo, criavam o bicho da seda e exploração de
madeiras para serrarias. As famílias foram se assentando, em direção ao Morro Azul, a
família Piske a família Weigmann, se fixaram na Mulde Alta. A Mulde Alta é onde hoje fica a
sede, até lá é Mulde Alta. Depois para cima é Morro Azul, ou como os antigos falavam
“Blauer Berg” (GERMER 2015). Ferreira e Kopsel (2008) destacam que para as famílias
colonizadoras, as possibilidades de uma nova vida em meio à floresta provocaram alterações
gradativas na paisagem local, cuja modificação gerou casas, pastos, plantações e estradas,
entretanto, não houveram discussões e soluções sobre a manutenção dos recursos naturais
do lugar.
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2.4. SOCIOECONOMIA E USO DO SOLO
A população de Timbó hoje é estimada pelo IBGE em 41.283 habitantes, com uma densidade
demográfica de 288,64 habitantes por Km2. O território do município se divide em
Macrozona Urbana e Macrozona Rural, onde a população se distribui nas áreas urbanas com
93,3% e nas áreas rurais com 6,7% (IBGE 2015).
Em Timbó, assim como nas cidades do Vale do Itajaí, a economia inicialmente se baseou na
agricultura e pecuária. Atualmente o PIB do município está relacionado principalmente as
atividades comerciais representando 50,40% do PIB, seguido da indústria com 48,90%, a
agropecuária atualmente representa apenas 0,60% (IBGE 2015).
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Tabela 1: Números de registros de atividades produtivas em Timbó. 2015.
O uso rural do solo se distribui em: plantios de pinus e eucaliptos destinados a produção de
carvão, papel e celulose e para indústria madeireira e moveleira; lavouras permanentes de
banana, laranja, palmito, tangerina e uva; lavouras temporárias de arroz, milho, mandioca e
cana de açúcar; pastagens; sistemas agroflorestais mistos; aquicultura; além das áreas
destinadas a Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (IBGE 2015).Os usos do
solo rural conforme o Censo de 2006 estão representados a seguir (Figura 7).
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Figura 7: Uso do solo rural no município de Timbó. Fonte: IBGE 2015.
Terras inaprorpiadas para agropecuária 2,26
Terras degradadas 0,06
Construções, benfeitorias ou caminhos 3,10
Tanques, lagos, açudes 1,69
Sistemas agroflorestais com pastejo 1,00
Florestas plantadas 8,68
APP em sistemas agroflorestais 14,72
Matas destinadas à APP ou RL 19,95
Pastagens plantadas em boas condições 4,41
Pastagens plantadas degradadas 2,88
Pastagens naturais 23,60
Cultivo de flores 0,10
Forrageiras para corte 5,11
Lavouras - temporárias 10,09
Lavouras permanentes 2,36
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00
Fonte: Os autores.
As áreas de pastagens naturais merecem destaque em relação ao uso do solo nas áreas
rurais, sendo o uso mais representativo. No entanto conforme o censo agropecuário o
efetivo de rebanhos bovinos possui 4.327 cabeças de gado bovino, ocupando 8,2% dos
rebanhos do município, que é representado principalmente pela criação de galináceos com
83,7%, e de suínos com 6,7%.
Figura 8: Percentual de áreas do município ocupadas por lavouras temporárias. Fonte: IBGE
2015.
70,00
57,85
60,00
50,00
40,00
28,93
30,00
20,00
0,00
Arroz Cana-de-açúcar Mandioca Milho
Fonte: Os autores.
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Figura 9: Percentual de áreas do município ocupadas por culturas permanentes. Fonte: IBGE
2015.
60
50
50
40
31,25
30
20
12,5
10
2,5 3,75
0
Banana Laranja Palmito Tangerina Uva
Fonte: Os autores.
O município conta com uma infraestrutura para hospedagem dispondo de opções na região
central e também na região do PNMFG, onde também é possível acampar.
Na região central de Timbó existem diversas opções de hotéis tais como: Blue Hill Hotel;
Hotel Timbó Park; Iria’s Hotel. Também existem pousadas próximas às Unidades de
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Conservação em Timbó e na região do entorno, tais como Pousada Morro Azul e Pousada
Pesque Pague Paraíso da Pesca.
Potencialidades turísticas
É necessário equilíbrio na relação do turismo com o meio ambiente para que a atratividade
dos recursos naturais não seja determinadora da sua degradação. É dever do Estado a
aplicação das leis ambientais e rigor pelo seu cumprimento. No entanto, é fundamental que
as comunidades presentes nos locais turísticos, assim como outros agentes de seu
desenvolvimento, contribuam equitativamente para a proteção dos atrativos naturais
(RUSCHMANN 1997).
O diagnóstico turístico identificou áreas onde são desenvolvidas ações de turismo ou que
apresentam potencial para o mesmo. O município de Timbó (SC) possui grande apelo em
função da paisagem e dos atrativos naturais, destacando-se a região do PNMFG “Morro
Azul”, com alta demanda por visitação, em função das atividades de lazer realizadas no local.
Além das potencialidades turísticas do Parque, seu entorno apresenta atrativos que
requerem maior reconhecimento e visibilidade. O município dispõe de diversa infraestrutura
receptiva ao turista.
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O Mapa Turístico Timbó, Médio Vale do Itajaí, Santa Catarina – Brasil traz informações gerais
e dispõe uma lista de atrativos no município de Timbó.
• Casa do Artesanato;
• Complexo Esportivo;
• Parque Central;
• Praça do Pescador;
• Praça Araponguinhas;
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• Praça Frederico Donner;
• Praça Viena.
Outra área de interesse turístico é o Complexo Turístico e Jardim do Imigrante (Figura 12),
um conjunto arquitetônico que inclui represa e construções históricas, compreendendo
edificações da antiga fecularia, casarão com roda d’água do século XIX (restaurante), Museu
do Imigrante, Casa de Taipa (datada do ano de 1876), casa enxaimel e mirante sobre a
Represa do Rio Benedito (construída em 1880 por profissionais alemães, é única nesse estilo
na América do Sul). Propriedade da Prefeitura de Timbó. Encontra-se tombado pela
Fundação Catarinense de Cultura.
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Figura 11: Morro Arapongas.
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Atrativos culturais
Festa do imigrante
Grupos folclóricos
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Figura 14: Volkstangruppe Blauer Berg, de Timbó.
2.4.1.2. Roteiros
Roteiros regionais
Entre roteiros turísticos de destaque, Timbó está inserido nos roteiros de Cicloturismo, o
primeiro roteiro do Brasil planejado e organizado para ser percorrido de bicicleta. O trajeto
de 300 km privilegia estradas de terra e passa por nove cidades, com início e término na
cidade de Timbó, com tempo programado de 7 dias (Figura 15) e Mochileiros, com roteiro
planejado, o trajeto é direcionado para estradas de terra, em contato mais próximo com a
natureza. O percurso Mochileiros apresenta diversas altitudes e possui um total de 200 km.
O tempo estimado é de 9 dias. O circuito tem passagem pela cidade de Timbó, com início e
término na cidade de Indaial. (Figura 16).
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Figura 15: Cicloturismo.
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Roteiros em Timbó
A Rota dos Museus é composta por três importantes museus: Museu da Música - Salão
Hammermeister (Figura 17), Casa do Poeta Lindolf Bell (Figura 18) e Museu do Imigrante
(Figura 19). O Salão Hammermeister. Propriedade do município de Timbó é tombado pelo
IPHAN, foi construída no século XX pelos ancestrais da família Hammermeister. Maior acervo
museológico de instrumentos musicais do Brasil, o Museu reúne mais de 1000 peças entre
instrumentos musicais e seus acessórios, literatura musical, partituras, desenhos técnicos e
material didático, proveniente de diversas partes do mundo. Possui auditório para
apresentações musicais. A Casa do Poeta Lindolf Bell é propriedade do Governo de Timbó –
Fundação Cultural. Antiga morada do poeta timboense e de seus familiares, construída em
1994. Expõe obras literárias de Lindolf Bell e de demais autores catarinenses. Constitui-se de
museu, praça, espaço cultural, centro de memória e biblioteca.
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Figura 18: Casa do Poeta Lindolf Bell.
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Figura 19: Museu do Imigrante.
Rota arquitetônica
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Figura 20: Casa Reinecke. Propriedade da Universidade da Associação Educacional Leonardo
da Vinci – UNIASSELVI, sob tombo do IPHAN, foi construída pelos trisavôs de Erica Reinecke
no século XX, em meados de 1886.
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Figura 21: Casa Ewald. Propriedade da família Ewald, tombado pelo IPHAN, foi construída
por Augusto Ewald, aproximadamente no ano de 1886. Atualmente pertence a terceira
geração da família. O rancho próximo à casa, feito com madeiras de estrutura enxaimel, era
utilizado como engenho de açúcar e encontra-se desativado. Não está aberta a visitação.
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Figura 22: Casa Wolter. Propriedade da família Wolter, sob tombo da Fundação Catarinense
de Cultura – FCC. Único exemplar enxaimel da região com planta em cruz. Não está aberta a
visitação.
Figura 23: Casa dos Escoteiros. Tombo do IPHAN. Propriedade da Associação de Pais e
Amigos do Grupo Escoteiros Timbó – APAGET, sob tombo da FCC.
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Figura 24: Casa Lorenz. Propriedade da família Lorenz, sob tombo da FCC. Não está aberta a
visitação.
Figura 25: Casa Schneider. Propriedade de Lucy e Harold Schneider, sob tombo da FCC. Foi
construída em 1919. Não está aberta a visitação.
Figura 27: Fábrica de Papelão Timbó. Construída no início do século XX, é uma edificação de
grande porte e de alto valor cultural, por suas características únicas em forma e dimensão
fora dos padrões comuns nas edificações da região do Médio Vale do Itajaí. Não está aberta
a visitação.
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Figura 28: Casa Zimath. Propriedade da família Zimath, sob tombo do IPHAN, foi construída
no início do século XX e a família mantém a mobília original. Não está aberta a visitação.
Figura 29: Casa Jankee. Propriedade da família Jankee, sob tombo da FCC. Construída por
Hermann Hahnan, imigrante alemão. Não está aberta a visitação.
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Figura 31: Casa Schumann. Propriedade da família Pagel, sob tombo da FCC, serviu como
unidade física para a escola de Pomeranos. Não está aberta a visitação.
Figura 32: Casa Thurow. Propriedade da família Thurow, sob tombo da FCC. Não está aberta
a visitação.
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Figura 34: Casa Radoll. Propriedade da família Radoll, sob tombo do IPHAN. Karl Radoll, pai
de Invalt Radoll, nasceu na casa em 1887. A construção da varanda data de 1929. Não está
aberta a visitação.
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Figura 35: Casa Zatelli. Propriedade da família Zatelli, sob tombo da FCC, construída por
imigrante alemão. Parte do terreno foi doada para a construção da igreja e do cemitério do
bairro. Não está aberta a visitação.
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Figura 36: Pharmácia Central. Propriedade de Oscar Bremer, sob tombo da FCC. Construída
por Oscar Wilhelm Bremer (avô do proprietário) em 1930, para funcionamento da farmácia.
É ponto de referência na cidade.
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2.4.1.3. ATRATIVOS ECOTURÍSTICOS E HISTÓRICOS REGIONAIS
Museu Casa Pomerode Não É parte do patrimônio deixado O local conta com a
do Imigrante pelo imigrante pomerano Carl exposição de móveis
Weege, que se fixou em antigos, roda d’água,
Pomerode na região onde hoje se rancho com moenda de
localiza Pomerode Fundos. Foi cana-de-açúcar, prédio da
reconstruído com autêntica atafona (moinho de fubá de
construção enxaimel e decoração milho) e a Praça Lauro
típica da colonização alemã. Guenther.
Museu do Pomerode Não Conta a história dos Móveis O museu contrasta passado
Marceneiro Behling, empresa familiar que e presente, com a exibição
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atua em Pomerode desde a de uma roda d’água e
década de 50. equipamentos utilizados
desde a época em que a
indústria era apenas uma
marcenaria.
Museu Pomerode Não Revela fragmentos dos mais Possui peças de couro,
Pomerano variados tipos e tamanhos que, tecido, madeira, vidro,
em conjunto, se encaixam na metal ou porcelana, sendo
tentativa de reconstruir parte da a maior parte do acervo
história do município a partir da adquirida do colecionador
chegada dos imigrantes Egon Tiedt, que desde 1982
europeus, no século 19. expunha os objetos em um
museu particular.
Zoo Pomerode Pomerode Não Aberto desde 1932, o Zoo Com atrações variadas de
Pomerode é o mais antigo de animais, incluindo espécies
Santa Catarina e o terceiro do exóticas, o Zoo desenvolve
Brasil. Mantido pela Fundação um importante programa
Hermann Weege, possui 45 mil de educação ambiental
metros quadrados de área e para escolas. Por ano,
abriga cerca de 250 espécies, recebe cerca de 225 mil
totalizando mais de 1,4 mil visitantes.
animais.
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morro pertence atualmente à Oceano Atlântico, as praias
tradicional indústria de do litoral norte catarinense
porcelanas da cidade, que leva o (de São Francisco do Sul até
mesmo nome. Piçarras) e outras cidades
Morro da Pomerode Não Localizado em Pomerode Fundos, Ideal para a prática de asa-
Turquia o Morro da Turquia possui 586 delta e parapente. No topo
metros de altura e é o mirante do Morro da Turquia se
mais próximo da região central da descortina uma bonita vista
cidade, distante cerca de 10 km panorâmica do centro de
do Portal Turístico Sul. Pomerode.
Museu Indaial Não A edificação recebeu este nome Possui sala de vídeo e
Municipal em homenagem ao último Agente profissionais capacitados
Ferroviário Ferroviário da Estação Central de para atendimento ao
Silvestre Indaial, “Silvestre Ernesto da público, realizando
Ernesto da Silva”. Conta com duas salas de pesquisas e atividades
Silva exposições com objetos como pedagógicas.
trilhos, dormentes, bancos de
vagões de passageiros, além de
documentos pessoais e
profissionais de ex-ferroviários
que trabalharam na EFSC.
Vale do Indaial Não É uma área quase intocada pelo Ao longo do caminho pode-
Ribeirão homem e por isso é ideal para se encontrar: ribeirão de
Encano quem aprecia o contato com a águas claras e propícias ao
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natureza. O passeio é indicado banho, quedas d´água,
para aqueles interessados em flores e árvores, belas
caminhadas, cavalgadas e propriedades rurais com
passeios de bicicleta. destaque para a arquitetura
enxaimel, ruas de chão
batido e uma ponte de
madeira coberta.
Parque Indaial Não O parque possui uma área de Área de lazer ideal para
Municipal 708.000 m² e é utilizado nos apreciar a natureza, realizar
Ribeirão das principais eventos da cidade. atividades esportivas e
Pedras Conta com uma infraestrutura de: trilhas.
Kartódromo Municipal;
Motódromo com pista de
Motocross e Motovelocidade;
CTG- Centro de Tradições
Gaúchas; Complexo Esportivo
composto por campo de futebol
oficial, pista de atletismo, pista de
saltos, arremesso de peso; trilhas
para caminhadas; pista de
caminhada; espaço para
cavalgada e provas de laço e pista
de “Mountain Bike”.
Morro do Indaial Não Local de acesso que liga o Bairro Ribeirões e natureza
Barão da Estrada das Areias ao Bairro do paisagística.
Warnow, o Morro do Barão
apresenta entre suas belezas, a
Igreja Santo Antônio encravada
no meio da floresta; ribeirões que
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cruzam a estrada principal e nos
obrigam a transitar por entre as
águas.
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APA Raulino Blumenau Sim A unidade de conservação Localidades rurais com
Reitz abrange as áreas situadas nas vegetação em estágio
localidades rurais do município médio avançado.
que possuem vegetação em
estágio médio avançado. Por
possuir tais características, não é
possível calcular o seu tamanho.
O nome é uma homenagem ao
famoso botânico Raulino Reitz
(1919-1990). O estudioso, que era
padre, dedicou muitos anos ao
estudo e levantamento da flora
de Santa Catarina.
Parque Blumenau Sim Esse parque faz parte da terceira Aberto à visitação,
Natural maior área contínua original de incentivo à pesquisa
Municipal e Mata Atlântica de Santa Catarina. científica e educação
APA São Por encontrar-se numa área de ambiental, biodiversidade
Francisco de muita pressão externa (Shopping de fauna e flora com
Assis Neumarkt, movimento, bairros mananciais e trilhas
vizinhos), foi constituída uma ecológicas.
Área de Preservação Ambiental
no entorno de todo o parque. O
terreno, com trilhas e escadas,
pertencia à antiga Congregação
dos Padres Franciscanos e foi
doado à prefeitura pela Província
Franciscana da Imaculada
Conceição do Brasil. De proteção
integral, o parque tem visitação e
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utilização monitoradas.
ARIE do Salto Blumenau Sim Localizada no bairro que dá nome Suas funções estão ligadas à
a unidade de conservação, a Rua manutenção de pontos de
Dr. Fritz Müller, a ARIE do Salto conectividade entre as
apresenta área de 103.295,04 m². margens do rio Itajaí-Açu e
É composta por terras públicas as as florestas do Norte e do
quais são remanescentes do Sul do município, além da
processo de ocupação urbana da manutenção de microclima
região. local.
Área de Blumenau Sim Abrange terras que margeiam o Encontro do Ribeirão Garcia
Relevante Ribeirão Garcia desde a altura das com o Rio Itajaí-açú.
Interesse terras da Comunidade Evangélica
Ecológico de Blumenau, seguindo pela
(ARIE) Foz do margem direita do referido rio
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Ribeirão até sua foz no encontro com o Rio
Garcia Itajaí-Açu.
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Espingarda, que vai dar no flora.
município vizinho de Indaial. A
fauna do Parque das Nascentes
contempla em torno de 240
espécies de aves, 65 de
mamíferos, 39 de anfíbios, 10 de
répteis e 10 de peixes. A floresta,
igualmente rica, é formada por
cerca de 360 espécies de árvores
e arbusto.
Mirante Blumenau Não O Parque Ecológico Spitzkopf fica Aberto à visitação para
Ecológico do localizado a 14 km do centro da prática de trilhas esportivas
Parque cidade, em estrada asfaltada e e presença de mirante.
Spitzkopf possui uma área de 5 milhões de
m² de Mata Atlântica. O ponto
mais alto do parque tem 936
metros de altitude de onde se
avista, em dias de céu claro, até o
litoral. Para chegar ao topo, pode-
se seguir caminhando por trilhas
num percurso de 6 km ou
contratar um veículo próprio do
Parque.
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no alto do museu oferece uma
vista panorâmica da cidade
possibilitando a visão de atrativos
turísticos como Prefeitura
Municipal, Castelinho da Havan e
Igreja Matriz.
Avenida Beira- Blumenau Não Com vista para o Rio Itajaí Açu e Ponte de Ferro como
Rio para a Ponte de Ferro, um dos monumento histórico.
cartões postais da cidade,
próximo ao Prédio da Prefeitura.
Morro do Blumenau Não Terras que foram doadas em Presença de mirante com
Aipim 1911 por um dos filhos do vista para o Rio Itajaí-açú.
fundador da cidade, com a
condição de que tivesse o acesso
ao mirante conservado,
disponibiliza uma visão do centro
de Blumenau às margens do Rio
Itajaí-Açú.
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Eco Museu Dr. Blumenau Não O Eco Museu objetiva agir para Promove pesquisas sócio-
Agobar acolher, preservar e promover a histórico-culturais, através
Fagundes fauna, a flora e os saberes e de grupos de trabalho,
dizeres da nossa gente. oficinas, cursos de
educação patrimonial e
museu, entre outros.
Cachoeira e Rio dos Não Para chegar até a Cachoeira e No local, cavalos, carneiros
Gruta do Índio Cedros Gruta, que no passado servia de e outros animais dão um
abrigo a indígenas do local, são charme à fazenda com
50 km desde o centro da cidade. chalés para receber os
O roteiro deve ser programado visitantes.
com antecedência, para
aproveitar todas as paisagens até
chegar a propriedade rural da
família Kohlbeck.
Cachoeira Rio dos Não É uma das maiores e mais belas Uma pequena cascata
Formosa Cedros quedas d´água do município de completa a beleza do local,
Rio dos Cedros. É muito onde é possível andar sobre
conhecida por possuir cerca de 40 uma imensa placa rochosa
metros de altura, formando uma até a cachoeira.
vista encantadora de seu
entorno. Está localizado em Alto
Palmeiras, a cerca de 40 km do
centro da cidade.
Vale dos Rio dos Não Localizado na Barragem Rio Possui chalés ecológicos e
Ventos Cedros Bonito é uma região cercada por diferenciados para aluguel e
enormes paredões de pedras e diversas são as atividades
também pela exuberante Mata de lazer oferecidas no local,
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Atlântica. entre elas: trilhas
ecológicas, rapel,
cavalgadas, banho de
cachoeira, pescarias etc.
Vale da Lua Rio dos Não Localizado a 53 Km do centro de Com uma arquitetura
Cedros Rio dos Cedros o Vale da Lua é simples e aconchegante o
um lugar ideal para as pessoas local é cercado pela
que buscam descanso e natureza,
harmonia. trilhas ecológicas e diversos
animais.
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Salto Analice Benedito Não Localizada em Alto Liberdade. A rocha que forma a ponte
e/ou Novo Com cerca de 75 metros de de pedra, conferindo a
Cachoeira da queda, sua denominação dá-se cachoeira um atributo
Ponte de devido a presença de uma rocha ímpar.
Pedra no meio da cachoeira, em forma
de ponte, por onde o fluxo d'água
corre por trás da rocha.
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maiores colecionadores da Laelia
purpurata que é o símbolo do
estado de Santa Catarina.
Quedas d'água Benedito Não As quedas d’água localizadas no Beleza cênica das
Novo município podem chegar até 70 cachoeiras.
metros de altura. São elas: Salto
Ribeirão Zinco, Salto Alto Ribeirão
Liberdade, Salto Ribeirão Tigre,
Salto Ribeirão do Couro, Salto
Barra São João e o Salto Santa
Maria.
Reserva Benedito Sim A serra de São João tem 900 Conservação e preservação
Biológica Novo metros de altura e abriga a da espécie Ocotea odorifera
Estadual do Reserva Biológica Sassafrás. A (canela sassafrás) que dá
Sassafrás unidade de conservação foi criada origem ao nome do Parque
(REBES) em 1977, com uma área de Estadual.
aproximadamente 5.229
Serra São João
hectares, dividida em duas glebas
separadas. A gleba menor possui
cerca de 1.361 hectares e está
localizada na comunidade de Alto
São João no município de
Benedito Novo. A gleba maior
possui cerca de 3.868 hectares e
está localizada na comunidade de
Alto Forcação no município de
Doutor Pedrinho.
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Novo pequena central hidrelétrica bastante encaixado de
(PCH) junto a este atrativo. Da cerca de 10 metros de
mesma restam poucas ruínas e profundidade, onde o fluxo
uma calha escavada no chão, d’água desemboca em uma
principal acesso ao ponto com piscina natural e por mais
vista panorâmica do salto. uma queda de água de 2
metros de altura.
Ilha das Benedito Não Situada na localidade de Barra A formação da ilha junto ao
Orquídeas Novo São João, junto ao Rio Benedito. rio; o alto epifitismo das
Caracteriza-se por uma alça de rio árvores na ilha e; uma
isolando uma porção de terra de figueira centenária onde é
cerca de 200-300metros de preciso ao menos 7 homens
extensão onde as árvores para abraçar seu tronco.
possuem um intenso epifitismo
de orquídeas e bromélias. A
montante da Ilha das Orquídeas
encontra-se uma Pequena Central
Hidrelétrica (PCH) que secou este
trecho de rio possibilitando a
caminhada pelo leito do mesmo.
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Hammermeister. Maior acervo
museológico de instrumentos
musicais do Brasil, reúne mais de
1000 peças entre instrumentos
musicais e seus acessórios,
literatura musical, partituras,
desenhos técnicos e material
didático proveniente de diversas
partes do mundo.
Parque de Timbó Não Conhecido como Jardim Botânico. Área verde com lagos,
Exposições trilhas ecológicas, estrutura
Franz Damm para camping,
churrasqueiras, quiosque,
parque infantil, quadra de
esporte e restaurante.
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Morro Timbó Não Mirante do município encontra-se Oferece prática de voo livre.
Arapongas a 6 km do Centro e possui difícil
acesso.
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estimado é de 9 dias. O circuito
tem passagem pela cidade de
Timbó, com início e término na
cidade de Indaial.
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2.5. LEGISLAÇÃO
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65); e, contra a administração ambiental (Art. 66 a 69). Classifica as Infrações
Administrativas, impondo penalização e sanções administrativas.
LEI Nº 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII
da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza. Regulamentada pelos decretos: DECRETO Nº 4.3.40, DE 22 DE AGOSTO DE 2002 e
DECRETO Nº 5.746, DE 5 DE ABRIL DE 2006. Estabelece critérios e normas para a criação,
implantação e gestão das unidades de conservação.
DECRETO Nº 5.758, DE 13 DE ABRIL DE 2006. Institui o Plano Estratégico Nacional de
Áreas Protegidas – PNAP, seus princípios, diretrizes, objetivos e estratégias, em consonância
com a Convenção da Diversidade Biológica assinada na Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992).
LEI Nº 11.428, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2006. Dispõe sobre a utilização e proteção da
vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, regendo sobre a conservação, a proteção, a
regeneração e a utilização do Bioma Mata Atlântica, patrimônio nacional.
LEI Nº 11.460, DE 21 DE MARÇO DE 2007. Dispõe sobre o plantio de organismos
geneticamente modificados em unidades de conservação. Veta a pesquisa e o cultivo de
organismos geneticamente modificados nas terras indígenas e áreas de unidades de
conservação.
LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012. Nova Lei Florestal. Dispõe sobre a proteção da
vegetação nativa. No seu Art. 1º esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da
vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração
florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos
florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos
econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.
Conforme o Capítulo X, Programa de apoio e incentivo à preservação e recuperação do meio
ambiente, no seu Art. 41, § 6o os proprietários localizados nas zonas de amortecimento de
Unidades de Conservação de Proteção Integral são elegíveis para receber apoio técnico-
financeiro da compensação prevista no art. 36 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, com a
finalidade de recuperação e manutenção de áreas prioritárias para a gestão da unidade.
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Em relação as Áreas Consolidadas em Áreas de Preservação Permanente, no Art. 61, § 16. Se
estabelece que as Áreas de Preservação Permanente localizadas em imóveis inseridos nos
limites de Unidades de Conservação de Proteção Integral criadas por ato do poder público
até a data de publicação desta Lei não são passíveis de ter quaisquer atividades consideradas
como consolidadas nos termos do caput e dos §§ 1o a 15, ressalvado o que dispuser o Plano
de Manejo elaborado e aprovado de acordo com as orientações emitidas pelo órgão
competente.
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ameaçadas de degradação; a educação ambiental em todos os níveis do ensino, inclusive a
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente.
Em seu Capítulo II, cria o Sistema Municipal do Meio Ambiente, definindo seus componentes
e atribuindo funções, sendo o órgão superior: o Conselho do Município; o órgão consultivo e
deliberativo: Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA; o órgão
executor: Fundação Municipal do Meio Ambiente; e órgãos auxiliares: todas as secretarias,
autarquias, fundações e outros órgãos municipais, nas suas respectivas áreas de atuação.
No Capítulo IV, regulamenta as condições físicas, entre elas a proteção das águas. No Art.
9 classifica as águas interiores situadas no Município de Timbó segundo a resolução
357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, ou norma posterior que a
substitua. No Art. 10 veda o lançamento de efluentes de qualquer natureza e de esgotos
urbanos, rurais e industriais sem o devido tratamento, em qualquer curso d`água do
Município de Timbó. Ainda em Parágrafo Único, proíbe o lançamento de qualquer resíduo
sólido, assim como resíduos provenientes da suinocultura e de matadouros, nos corpos
d`água do Município de Timbó.
Destaca-se o Art. 13, que classifica como relevante interesse ecológico, os mananciais que
compõem as bacias hidrográficas da Mulde Alta, Estrada Coley, Rio Fortuna, Bom Jesus,
Morro Nossa Senhora Aparecida, Final do Travessão Araponguinhas, Alto Araponguinhas e
as encostas com declividade superior a 30% (trinta por cento), restringindo o emprego de
técnicas de produção, desmatamento e métodos e substâncias que comportem risco para a
qualidade de vida e meio ambiente. O Parágrafo Único, deste mesmo artigo, ainda proíbe a
instalação de novas indústrias, mesmo que estas apresentem sistema de tratamento de
efluentes líquidos, nestas áreas indicadas no Art. 13.
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LEI COMPLEMENTAR Nº 337, DE 05 DE OUTUBRO DE 2007. Dispõe sobre a drenagem
urbana, o abastecimento de água, o esgotamento sanitário e o manejo de resíduos sólidos
no município de Timbó.
Em relação ao esgotamento sanitário, em seu Art. 2º veda o lançamento de esgoto
doméstico e sanitário sem o devido tratamento, no solo, no sistema de drenagem de águas
pluviais ou em qualquer corpo hídrico. Ainda, no Art. 5º afirma que o exercício de qualquer
atividade, econômica ou não, que tenha efluente, fica condicionado à aprovação, pelo órgão
municipal competente, de projeto de sistema de tratamento de efluentes, quando de sua
implantação. E para atividades já instaladas a Prefeitura fornecerá projeto de tratamento de
efluentes. E, no caso de pessoas físicas e ou jurídicas que exploram a criação ou engorda de
porcos, gado ou aves, ou exploram qualquer outra atividade pecuária, conforme o Art. 12
deverá ter sistema de tratamento e manejo adequado dos dejetos, conforme determina a
Lei da Política Municipal de Meio Ambiente.
O controle dos resíduos sólidos, também regulamentado pela Lei 337/2007, proíbe, através
do Art. 19, depositar, dispor, descarregar, enterrar, infiltrar ou acumular no solo, resíduos,
em qualquer estado da matéria, que causem degradação da qualidade ambiental. Conforme
o Art. 25, o Município fiscalizará ainda o armazenamento, comercialização, transporte,
utilização de agrotóxicos, adubos orgânicos e ou componentes afins, conforme a lei federal
7.8.02/1989, com as alterações da lei federal 9.974/2000, e demais normas vigentes.
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conforme as normas NBR 7.229/1993 e NBR 13.969/1997, da Associação Brasileira de
Normas Técnicas - ABNT, ligando-os a zona de raízes ou outra solução técnica conforme
orientações da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A -
EPAGRI.
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Ainda no Art. 3º, § 3º, desta mesma Lei, está previsto que o desmembramento e a
consequente inclusão de área na Macrozona Urbana deverão obrigatoriamente ser
analisadas e ratificadas pelo Conselho da Cidade.
Em seu Capítulo VI, está previsto o projeto de desmembramento rural, que conforme o
Art. 64, para obter a aprovação de projeto de desmembramento rural o interessado
apresentará requerimento acompanhado de documentação listada por esta Lei, mas
mantendo, conforme o § 2º a gleba mínima equivale ao módulo rural mínimo, previsto em
norma federal.
No Capítulo VII, as zonas rurais são definidas, entre elas a “Zona das Muldes”, onde se
descreve como: região de altas declividades, com potencial turístico e interesse de
preservação ambiental devido à existência de diversas nascentes, e do patrimônio cultural,
adequada a culturas e pastagens de adaptação a relevo acidentado.
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No § 4º se prevê o desmembramento de propriedades rurais e a integração das mesmas à
Macrozona Urbana sendo ao longo das estradas estaduais e municipais, quando da execução
de desmembramentos para uso industrial e/ou apoio industrial, comunitário e/ou
institucional e de comercial e/ou de serviços ao longo de rodovia oficial e respeitada a
respectiva faixa de domínio nos termos da Lei de Parcelamento do Solo. Conforme o § 5º a
atividade industrial/apoio industrial na Zona Rural será permitida ao longo das vias arteriais
e coletoras.
Dentre as diferentes definições existentes, Leite et al. (1990) descreve o meio físico como
"uma totalidade estruturada em equilíbrio dinâmico, com seus vários aspectos guardando
relações de interdependência em termos causais, de gênese, evolução, constituição e
organização".
As informações sobre o meio físico, juntamente com outros aspectos analisados na área
objeto do plano de manejo, contribuem na avaliação do uso e destinação de áreas dentro de
unidades de conservação.
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meteorológicos e de outros fenômenos importantes na região; (b) Hidrologia: caracterização
regional, descrição da hidrografia local, estimativa de vazão dos principais cursos d’água e
qualidade da água; (c) Geologia, Geomorfologia e Pedologia: identificação dos
condicionantes físicos, as variáveis mais relevantes, o grau de fragilidade da área e os fluxos
de matéria e energia, tais como, deslizamentos, escoamento de água e erosão.
2.6.1 CLIMA
A caracterização do regime climático da região de inserção do PNMFG foi realizada através
dos dados meteorológicos fornecidos pelo Centro de Operação do Sistema de Alerta da
Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Açú (CEOPS) da Universidade Regional de Blumenau (FURB),
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e do Centro de Informações de Recursos
Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (CIRAM). Foram analisadas as séries
históricas de dados climáticos das estações meteorológicas dos municípios de Blumenau e
Indaial, as quais foram selecionadas por serem as estações situadas mais próximas ao
PNMFG. Os dados da estação meteorológica de Indaial correspondem ao período de 1970 a
2014, equivalendo a 44 anos. Variáveis climáticas como temperaturas média, mínima e
máxima, precipitação pluviométrica, umidade e direção do vento foram extraídas do Banco
de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa (BDMEP) do INMET, onde são
disponibilizadas as médias mensais de cada ano. Da estação meteorológica de Blumenau, a
qual pertence ao CEOPS, foram obtidos dados do período de 1992 a 2014, o que
corresponde a 22 anos.
A precipitação pluviométrica média é bem distribuída ao longo do ano nos dois municípios,
porém com volumes de chuva mais acentuados nos meses de setembro a março (Figura 37).
Nos meses de janeiro e fevereiro, a precipitação pluviométrica pode atingir valores próximos
ou superiores a 200 mm. Em períodos mais chuvosos, aumenta o risco de ocorrência de
enxurradas e deslizamentos, que podem causar danos às estradas e outras benfeitorias no
interior e entorno do parque, ou até mesmo impedir o acesso ao mesmo. Em novembro de
2008 foram registradas chuvas intensas, com 350 e 400% acima do valor esperado de chuva
acumulada no Litoral Norte e Vale do Itajaí e 270% na região da Grande Florianópolis. Na
estação de Blumenau, o volume de chuva acumulado em dois dias atingiu 494,4 mm. As
chuvas intensas resultaram em deslizamentos de encostas e enchentes em muitas
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localidades. Este evento foi ocasionado pela atuação de um sistema de alta pressão vindo do
Oceano Atlântico, que transportou umidade do mar para o continente em níveis próximos à
superfície. Além disso, chuvas frequentes vinham sendo registradas desde setembro, com
valores acima da média mensal, mantendo o solo predominantemente encharcado
(EPAGRI/CIRAM 2008).
Nas estações do outono e inverno, a quantidade mensal de chuva pode ser inferior a 100
mm. Os meses de menor precipitação podem ser marcados por períodos de seca e estiagem,
durante os quais o risco de ocorrência de incêndios florestais pode aumentar.
300
250
200
150
100
50
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Blumenau Indaial
Fonte: Os autores.
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Figura 38: Média mensal de dias de chuva para os municípios de Blumenau e Indaial.
18
16
14
Dias de Chuva
12
10
8
6
4
2
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Blumenau Indaial
Fonte: Os autores.
Nota-se que as estações frias e quentes são bem definidas, o que é característico de regiões
situadas fora da zona de convergência intertropical. A temperatura média mensal varia em
Indaial e Blumenau, respectivamente, de 15,2°C e 17,1°C no mês de julho a 24,7°C e 26,4°C
no mês de janeiro. A temperatura mínima média fica normalmente abaixo de 15°C nos
meses mais frios e a temperatura máxima média ultrapassa 30°C nos meses mais quentes.
Em Blumenau, a temperatura máxima absoluta que ocorreu no período de 1992 a 2014 foi
de 42°C, em dezembro de 1994. Nos meses de janeiro e fevereiro, os valores máximos
absolutos foram de 40,4 e 40,9, respectivamente, sendo que ambos foram observados em
2014. No mês de fevereiro de 2014, foi verificada também a temperatura máxima absoluta
em Indaial, com 41,2°C, além da maior temperatura já registrada no mês de janeiro, no
período de 1970 a 2014. Em dezembro de 2013 e nos primeiros meses de 2014, Santa
Catarina foi marcada por fortes ondas de calor, registrando-se um dos verões mais quentes
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da história do estado. A sensação de calor passou dos 50°C em alguns municípios, incluindo
Blumenau. O sistema meteorológico responsável pela onda de calor foi um bloqueio
atmosférico, que manteve o sul do Brasil sobre a influência de uma massa de ar quente e
seco (ALVES et al. 2016). A temperatura mínima absoluta foi de 0,6°C em Blumenau e -1,2°C
em Indaial, em julho de 2000. Temperaturas em torno de 1,5°C foram observadas em julho
de 2013 na estação meteorológica de Blumenau, quando mais de 80 cidades do sul do país
foram atingidas pela neve, consistindo na onda de frio mais prolongada desde julho de 2000.
Este fenômeno foi resultante da combinação de uma intensa massa de ar polar vinda da
Argentina e de um ciclone extratropical, que se originou no Atlântico Sul e empurrou grande
umidade marítima para o país.
Figura 39: Valores médios mensais das temperaturas média, mínima, máxima, mínima
absoluta e máxima absoluta, para o município de Blumenau.
Blumenau (SC)
45,0
Temperatura do Ar (°C)
40,0
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Fonte: Os autores.
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Figura 40: Valores médios mensais das temperaturas média, mínima, máxima, mínima
absoluta e máxima absoluta para o município de Indaial
Indaial (SC)
45,0
40,0
Temperatura do Ar (°C)
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
-5,0
Meses
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Figura 41: Temperatura média anual do PNMFG (PANDOLFO, 2002).
Fonte: Os autores.
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Figura 42: Média mensal de umidade relativa do ar para os municípios de Blumenau e
Indaial.
82
Umidade Relativa do Ar (%)
80
78
76
74
72
70
68
66
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Blumenau Indaial
Fonte: Os autores.
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Itajaí, a distribuição da frequência de ventos ao longo dos meses é bastante similar ao
observado para Indaial (SILVEIRA et al. 2014).
Figura 43: Frequência da direção dos ventos nos municípios de (a) Blumenau e (b) Indaial.
(a) N (b) N
25 35
20 30
NW NE NW 25 NE
15 20
10 15
10
5 5
W 0 E W 0 E
SW SE SW SE
S S
Frequência Frequência
Fonte: Os autores.
Figura 44: Direção do vento predominante de cada mês, para os municípios de Blumenau e
Indaial.
60
SW SW
50 SW
SW
40 NE
SW NE
SE SE NE
NW NW SE
SE
NE SW NW NE
Percentual
30 NE SE
SE SE NW
NW
20
10
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Blumenau Indaial
Fonte: Os autores.
Conforme a classificação do clima proposto por Köppen, no parque são encontrados os tipos
climáticos Cfa e Cfb (Alvares et al., 2013). O clima Cfa é denominado como subtropical úmido
116
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de verão quente e apresenta como características: temperatura média do mês mais frio
entre 18 e -3ºC, ausência de estação seca e temperatura média do mês mais quente superior
a 22 ºC. O clima Cfb é denominado como subtropical úmido de verão ameno e possui
características semelhantes ao Cfa, porém a temperatura média do mês mais quente é
inferior a 22 ºC, ocorrendo pelo menos quatro meses com temperatura superior a 10 °C. A
região do parque com as maiores altitudes corresponde à área de ocorrência do clima Cfb
(Figura 45).
Fonte: Os autores.
117
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contextualizar e inserir regionalmente o PNMFG com vistas a auxiliar na elaboração do Plano
de Manejo.
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Figura 47: Imagem aérea 2016.
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Figura 48: Fonte: Fotointerpretação das fotografias nos 17892, 17893 e 17894 - Convênio
Governo do Estado e a CPRM (1979).
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Na Figura 49 se observa a sobreposição da fotointerpretação (Figura 48) sobre a imagem
aérea da Figura 46 (Fotografia n017893), na qual se pode observar o condicionamento
geoestrutural do sistema hídrico aos falhamentos geológicos de direção nordeste e a uma
escarpa de falha de direção N/S. Da imagem pode se concluir que o padrão de drenagem dos
grandes cursos de água está condicionado pelos falhamentos geológicos de direção NE/SW e
NW/SE. Já os pequenos cursos d’água, inclusive os que drenam o PNMFG, estão
condicionados pela escarpa de falha de direção N/S e apresentam um padrão geométrico de
distribuição do tipo dendrítico.
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Figura 49: Fotointerpretação das fotografias nº 17892, 17893 e 17894.
De acordo com Silva e Bortoluzzi (1987) autores do mapa geológico de Santa Catarina e do
respectivo texto explicativo, a região onde se insere o Parque é constituída pelo Complexo
Granulítico de Santa Catarina. Este Complexo é formado por Gnaisses hiperstênicos quartzo-
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Plano de Manejo do PNMFG
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feldspáticos leuco a melanocráticos, subordinadamente gnaisses calcossilicáticos com grau
metamórfico de fácies granulítico. Os gnaisses granulíticos leuco a mesocráticos constituem
mais de 90% da área de ocorrência do complexo e normalmente formam estruturas
bandadas. São frequentes fenômenos locais de injeção granítica e blastese feldspática. Da
análise do mapa geológico (Figura 50) se observa três padrões de feições lineares: NW-SE,
NE-SW e E-W. Os padrões de falhamentos NW e NE resultaram em movimentos verticais e
horizontais num estilo estrutural de falhas de gravidade. As falhas de direção NE são
constituídas por zonas de falhas retilíneas e ausência de corpos ígneos intrusivos (diques). As
falhas E-W estão associadas às zonas de fraturas oceânicas desenvolvidas no período
Triássico, durante a deriva continental que afastou a América da África. Especificamente na
região do PNMFG predominam os lineamentos de direção nordeste responsáveis pelas
escarpas de falhas que imprimiram uma das feições mais marcantes do Parque e são
responsáveis pela sua elevada altitude.
Na área do Parque são raros os afloramentos in situ das rochas do Complexo Granulítico de
Santa Catarina não alteradas e acessíveis, fato que dificultou a obtenção de medidas de
atitudes espaciais confiáveis. Localmente são observadas estruturas gnáissicas foliadas,
bandadas (Figura 51) que só excepcionalmente se apresentam como estruturas isótropas.
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Plano de Manejo do PNMFG
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Figura 51: Gnaisse com estrutura bandada no acesso que liga ao topo da montanha.
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Figura 53: Mapa dos solos da região onde está inserido o PNMFG.
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Fato a destacar é a ocorrência de colúvios dentro da área do Parque. Os colúvios são
depósitos soltos e incoerentes transportados pela gravidade e encontrados no sopé de uma
vertente ou escarpa. Estes colúvios foram registrados na estrada de acesso ao ponto
culminante da montanha do PNMFG (Figura 54). Para Plaisance e Cailleux (1958),
geneticamente, os colúvios são constituídos por materiais transportados pelo escoamento
superficial ao longo das vertentes até o sopé, mais frequente em áreas antigamente
desflorestadas e sua gênese está mais relacionada a processos de solifluxão do que a
escoamento superficial e descritivamente corresponde aos materiais que descem a encosta.
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processos naturais que moldam a paisagem (AUMOND; BACCA 2012), no entanto, a
ocupação antrópica de áreas ambientalmente frágeis pode antecipar e ampliar o processo
de instabilização das encostas (INFANTI JR; FORNASARI FILHO 1998). A paisagem que
observamos hoje é resultado de processos geológicos e climáticos, que transformaram um
relevo acidentado, com encostas muito inclinadas, dobradas e frequentemente com vales
em forma de “V” fechado em uma paisagem ondulada e com relevo entalhado mais suave.
Esses processos são complexos e refletem interrelações entre variáveis causais como a
geologia, clima, solo, geomorfologia, entre outros, e sua evolução no tempo (AUMOND;
BACCA 2012).
Preventivamente recomenda-se que qualquer obra que envolva movimento de terra, como
abertura de novos acessos, preparação de plataforma para instalação de novas torres de
transmissão de telefonia ou benfeitorias, seja antecipada por estudos geológicos e
geotécnicos, com vistas a evitar a possibilidade de potencializar novos escorregamentos.
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Plano de Manejo do PNMFG
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Figura 56: Vista da jusante do mesmo escorregamento.
Destaca-se ainda que os problemas mais comuns encontrados nas estradas de acesso foram
a falta da capacidade de suporte do subleito, o mau desempenho da superfície de
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rolamento, a falta de drenagem, processos erosivos e de deslizamentos. Recomenda-se a
execução e melhoria da drenagem e sarjetas, taludamento adequado nos cortes,
abaulamento para ambos os lados a partir do eixo da pista. Recomenda-se a cada 50 ou 100
metros a implantação de pequenas depressões (boca de lobo) com a finalidade reter e
decantar os sedimentos e diminuir o comprimento contínuo do pendente de escoamento
d’água.
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Plano de Manejo do PNMFG
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Figura 57: Erosão hídrica gerando sulcamento no solo na margem do acesso.
Fonte: Os autores.
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Com relação a sua classificação geológica, toda a área do parque pertence ao Complexo
Granulítico de Santa Catarina. Este complexo constitui-se principalmente por gnaisses
polifásicos de composição básica, embora ocorram também rochas calci-silicatadas,
piroxenitos, anortositos, quartzitos e silimanita gnaisses. Estas rochas atingiram grau
metamórfico de fácies granulítico e possuem foliação metamórfica principal com mergulho
subvertical e direção preferencial nordeste (NE) (HARTMANN et al. 1979, HARTMANN 1988).
Este complexo é limitado ao sul pelo lineamento de Blumenau, numa extensão com cerca de
100 km; a oeste pelos depósitos da Bacia do Paraná (a sudeste pelos depósitos da Bacia do
Itajaí); a noroeste é separado pelo lineamento de Garuva do craton de Garuva - São
Francisco do Sul.
2.6.4 RELEVO
Com relevo montanhoso, o Morro Azul é o ponto mais alto do município de Timbó (SC). Na
área abrangida pelo parque, a altitude varia de aproximadamente 464 m a 743 m (EPAGRI
2005. Figura 59).
As diferenças no relevo que ocorrem no interior do parque podem ser as principais causas
para o desenvolvimento de determinado solo. O relevo atua decisivamente nos processos
erosivos naturais, condicionando importantes fenômenos de transporte e acúmulo, e
submetendo assim solos de terrenos íngremes ao rejuvenescimento (OLIVEIRA et al. 1992)
de forma que processos erosivos predominam em áreas mais altas ou convexas, e processos
de sedimentação e acúmulo predominariam em áreas mais baixas ou côncavas (AIBA et al.
2004). De acordo com Oliveira et al. (1992), a ação do relevo ainda reflete-se diretamente
sobre a dinâmica da água, tanto no sentido vertical (infiltração), como lateral (escorrimentos
superficiais e dentro do perfil), e indiretamente sobre o clima dos solos (temperatura e
umidade), favorecendo ou limitando a penetração da água no solo.
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Figura 59: Altimetria do PNMFG (Morro Azul).
Fonte: Os autores.
2.6.5 SOLOS
De acordo com o mapa de solos da Embrapa Solos (2004), na escala 1:250.000, o Morro Azul
é caracterizado pela associação do Cambissolo Álico Tb A moderado, textura argilosa, relevo
montanhoso com Solos Litólicos Dsitróficos A moderado, textura argilosa, relevo
montanhoso e escarpado (Figura 60). As principais características deste solo são: alta
saturação por alumínio trocável, argila de atividade baixa (Tb), horizonte A do tipo
moderado, textura argilosa e pH variando de 4,2 a 5,1, conferindo ao solo forte acidez.
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Figura 60: Tipos de solo existentes no interior e no entorno do PNMFG (Morro Azul).
Fonte: Os autores.
Reinicke (2010) realizou algumas coletas de solo dentro do parque e constatou que na
encosta do Morro Azul foram encontrados solos classificados como Cambissolos não
hidromórficos, cuja camada superficial do solo, com cerca de 5 a 15 cm é de cor
avermelhada. Em locais próximos a um rio de curso superior existente no parque, observou-
se Cambissolos Acizentados gleizados, formados por uma seqüência de sedimentação flúvio,
cor cinzenta decorrente da presença de Fe reduzido.
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Vista, dos Faxinais e do Tijucas, e ao Norte na Serra da Moema e na Serra de Jaraguá
(PORATH 2007).
O parque encontra-se inserido em duas sub-bacias do Rio Itajaí, sendo que 65,55% do seu
território faz parte da sub-bacia do Rio Benedito e 34,45% encontra-se na sub-bacia do Rio
Itajaí-Açú.
Fonte: Os autores.
A área de estudo compreende afluentes e subafluentes que são oriundos de nascentes que
se encontram no interior do parque (Figura 61) e que desembocam no Ribeirão Pomeranos e
Ribeirão do Mulde (Figura 62). Encontra-se ainda um rio de curso superior, cuja nascente
está há aproximadamente 100 metros da área de estudo. O rio apresenta-se no fundo de um
vale com encostas de diferentes níveis de declividade e possui canal estreito (2 m largura em
média), raso, com leito arenoso ou pedregoso devido à lavagem da forte velocidade e
turbulência da água. A velocidade e a turbulência da água correspondem ao constante
137
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trabalho que o rio realiza, isto é, erosão, transporte e deposição de matéria. Esse trabalho é
um processo dinâmico e natural do rio que possibilita o seu equilíbrio, visto que há um
balanço positivo entre a matéria e energia dissipada ocorrendo o acúmulo interno desses no
ambiente fluvial. Em decorrência disto o porte da vegetação aumenta com o distanciamento
do rio (CARVALHO et al. 2005; REINICKE 2010).
Fonte: Os autores.
No dia 24/03/2016 foi realizada a coleta de água em quatro (4) pontos, descritos a
seguir. Ponto 1: localizado no interior do parque, afluente do Ribeirão Pomeranos; Ponto 2:
localizado no entorno, a aproximadamente 400 m do parque, afluente do Ribeirão
Pomeranos, próximo a reflorestamentos de eucalipto; Ponto 3: localizado no entorno, a
aproximadamente 1 km do parque, afluente do Ribeirão da Mulde; Ponto 4: localizado no
entorno, a aproximadamente 2,5 km do parque, afluente do Ribeirão da Mulde (Figura 63).
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Figura 63: Pontos de coleta de água no interior e no entorno do PNMFG.
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Tabela 2: Resultados das análises físico-químico e biológico da água coletada em 4 pontos na
bacia do Ribeirão da Mulde.
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estabelecidos por esta resolução, todas as amostras analisadas se apresentam dentro dos
padrões estabelecidos. Com relação aos limites para Coliformes Fecais, todas as amostras
extrapolaram os limites estabelecidos pela resolução e apresentaram condições impróprias
para balneabilidade.
2.7.1 FLORA
O PNMFG tem sua vegetação inserida na região fitoecológica Floresta Ombrófila Densa (IBGE
2012), apresentando fisionomia de floresta secundária em diferentes estágios de sucessão.
A importância da Floresta Atlântica para o país é inquestionável; em seu domínio ela abriga a
maior parte da população brasileira e contém grande biodiversidade (FILHO 2002). Entre as
regiões fitogeográficas que constituem o domínio da Floresta Atlântica, temos a Floresta
Ombrófila Densa que está entre as de maior diversidade biológica do mundo (NASCIMENTO;
VILLELA 2006), e atualmente é uma das fitofisionomias mais ameaçadas (PEIXOTO et al.
2002). Entretanto, em Santa Catarina, essas florestas possuem a maior cobertura florestal
(40% da sua área original) e encontram-se mais conservadas quando comparada às demais
fitofisionomias do estado (VIBRANS et al. 2013a). Considerando as intensas modificações
sofridas e a forte pressão antrópica atualmente imposta sobre os ecossistemas brasileiros,
depreende-se que estudos sobre comunidades e populações vegetais podem auxiliar na
conservação desses ecossistemas (MARTINS 1987, ANDRADE 2003).
Na Floresta Ombrófila Densa, a vegetação apresenta grande exuberância – árvores com mais
de 30 m de altura e grande riqueza de espécies. Nesses ambientes, as condições climáticas e
temperaturas amenas, com alta pluviosidade bem distribuída ao ano, propiciam o
desenvolvimento da vegetação (SEVEGNANI 2002). Além disso, as florestas estabelecidas na
base das encostas apresentam, a largos traços, um aspecto de matas bem desenvolvidas,
constituídas por árvores altas, com copas densas e diversificadas, muito semelhantes às
matas situadas nas planícies do Vale do Itajaí (KLEIN 1980).
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De acordo com Citadini-Zanette (1995), a composição florística da Floresta Ombrófila Densa
em Santa Catarina é muito variada. É possível detectar padrões de vegetação distintos e
grande heterogeneidade ambiental devido às variações da altitude e latitudes dentro do
estado, evidenciada pela geomorfologia regional, clima e tipos de solo, que assumem
proeminente valor entre os fatores determinantes da distribuição da vegetação.
Alguns trabalhos em áreas próximas ao PNMFG (Morro Azul) podem ser elencados, dentre
eles o trabalho pioneiro de Veloso & Klein (1968), no qual analisaram o estrato arbóreo de
uma encosta na região do Vale do Itajaí e norte catarinense. Os autores verificaram que as
espécies predominantes nessas florestas eram Magnolia ovata (baguaçu), Chrysophyllum
viride (aguaí) e Hieronyma alchorneoides (licurana). Outros estudos mais recentes
desenvolvidos por Neppel (2003) e Reinicke (2012) apontaram como espécies típicas do
Morro Azul, as seguintes: Euterpe edulis, Alsophila setosa, Piper gaudichaudianum, Inga
marginata, Cyathea phalerata, Piper aduncum e Hieronyma alchorneoides, entre outras.
Outro trabalho que estudou as florestas de Santa Catarina pode ser elencado. O Inventário
Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) registrou para o estado 2.341 espécies de
plantas vasculares em quatro anos de intensa amostragem (GASPER et al. 2012). Na Floresta
Ombrófila Densa, foram alocadas 197 Unidades Amostrais; nelas, foram registraram 1.900
espécies (SEVEGNANI et al. 2013), sendo que 577 espécies eram árvores e arbustos
(LINGNER et al. 2013). Neste conjunto, podem ser destacadas algumas áreas próximas ao
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Morro Azul, dentre elas as Unidades Amostrais 748, 804 e 860. Nessas áreas foram
observados corte seletivo, extração de Euterpe edulis (palmiteiro), bem como a presença de
espécies exóticas como Magnolia champaca e Citrus spp. Ademais, nessas áreas foram
registradas 68 espécies arbóreas, num total de 8.000 m² de área amostral. Visto que a
Unidade Amostral do IFFSC tem área nominal de 4.000 m², para três áreas eram esperados
12.0.00 m² de área amostrada; isso mostra que as Unidades Amostrais próximas ao Morro
Azul não tinham o tamanho máximo, possivelmente devido ao corte seletivo e exploração
madeireira (Vibrans et al. 2013b).
As espécies mais comuns nestas áreas foram Cyathea delgadii (12 indivíduos), Inga
marginata (13 indivíduos), Machaerium stipitatum (13 indivíduos), Alchornea triplinervia (12
indivíduos), Sessea regnellii (18 indivíduos), Cecropia glaziovii (34 indivíduos), Euterpe edulis
(64 indivíduos), Ocotea puberula (32 indivíduos) e Hieronyma alchorneoides (37 indivíduos).
Essas espécies são características de florestas secundárias em estágio médio de sucessão na
região do Vale do Itajaí em Santa Catarina (KLEIN 1980).
2.7.2 FAUNA
2.7.2.1. Mastofauna
Aproximadamente 15% das espécies de mamíferos que ocorrem no país estão ameaçadas de
extinção, a grande maioria está incluída na categoria Vulnerável (VU) (MMA 2014). No
Estado de Santa Catarina 33 espécies de mamíferos foram consideradas ameaçadas, tais
como: jaguatirica (Leopardus pardalis), puma (Puma concolor), bugio (Alouatta clamitans),
veado-mateiro (Mazama americana) e paca (Cuniculus paca) (CONSEMA 2011).
Santa Catarina é um dos estados brasileiros menos conhecidos quanto a sua mastofauna
(AVILA-PIRES 1999), trabalhos com mamíferos terrestres só têm sido publicados nas últimas
duas décadas e mais restritos à região litorânea (CHEREM et al. 2004). Na região do Vale do
Itajaí, os trabalhos foram concentrados no Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia
(ALTHOFF 1996, MELO et al. 1998, FREYGANG 2000, ROCHA et al. 2001, GRUENER 2003;
VEGINI et al. 2003; BEDUSCHI et al. 2003, DALLACORTE et al. 2003), o qual atualmente
encontra-se inserido no Parque Nacional da Serra do Itajaí, com área de 57.374 ha é
considerado um dos três grandes fragmentos florestais ainda existentes em Santa Catarina, a
segunda maior Unidade de Conservação de Proteção Integral Federal da Floresta Atlântica
no sul do Brasil e representa 2,5 % dos remanescentes de Floresta Atlântica de Santa
Catarina (SOS Mata Atlântica/INPE 2008).
Desde sua criação já foram conduzidos alguns estudos com mamíferos (BRASIL 2009;
GRUENER et al. 2009, 2011, 2012, 2015) e a riqueza encontrada foi bem expressiva (69
espécies – 57% dos mamíferos terrestres de SC), inclusive de espécies de mamíferos de
grande porte ameaçadas de extinção, como o puma (Puma concolor), que também foi
registrado na Reserva Biológica Estadual do Sassafrás (FATMA 2010), o que corrobora a
importância e qualidade ambiental dos fragmentos florestais do Vale do Itajaí e reforça a
necessidade da manutenção e formação de corredores ecológicos para garantir a viabilidade
populacional e a perpetuidade das espécies na região.
O Brasil apresenta uma das mais diversificadas comunidades de aves do planeta com 1901
espécies reconhecidas (PIACENTINI et al. 2015). Contudo, apresenta um dos maiores índices
de ameaça tornando-o um dos países prioritário para a conservação, especialmente a
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Floresta Atlântica pelos altos índices de espécies ameaçadas e que dependem de ambientes
pouco alterados (GOERCK 1997, MARINI; GARCIA 2005).
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riqueza, diversidade e de mudanças em relações sócio-mutualistas como os bandos mistos,
entre outros aspectos ecológicos como predação de ninhos e densidade compensatória
(MARINE 2000, ALEIXO 2001, LAPS et al. 2003).
Nesta direção, Wilcove (1985) argumenta que um dos fatores que mais afeta o
remanescente é o chamado efeito de borda, que é moldado pelas alterações físicas e
estruturais no fragmento, pelo histórico de perturbação, pelo desenho do fragmento e o
grau de isolamento, cuja matriz exerce forte interferência sobre a permeabilidade destes
fragmentos (TABANEZ et al. 1997, THIOLLAY 1999).
Dentro deste cenário, de extinção das espécies, esforços estão sendo empregados para
estudar e elaborar estratégias de proteção da biodiversidade, em uma paisagem formada
por “ilhas terrestres” cuja matriz pode apresentar diferentes níveis de permeabilidade que
refletem no fluxo de animais, pólen e/ou sementes e conseqüentemente na manutenção de
uma comunidade de aves geneticamente viável (VIANA 1990; TOLEDO 1993; REGALADO;
SILVA 1997, ANJOS 2001).
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A ornitologia no Estado de Santa Catarina é de certa forma contemporânea, pois, salvo as
poucas incursões históricas por parte de naturalistas do período da colonização (BERLEPSCH
1873,1874). Apenas recentemente as aves do Estado passaram a ser estudadas,
possibilitando registros inéditos (SICK et al. 1979, ROSÁRIO 1996, AMARAL 2000, NAKA et al.
2000, ACCORDI et al. 2002, CARRANO et al. 2002, ROOS; PIACENTINI 2003, BORCHARDT
2005; PIACENTINI et al. 2006, BORNSCHEIN et al. 2007, ACCORDI; BACELLOS 2008)
Para o Vale do Itajaí na região de Blumenau Zimmermann (1985, 1989, 1992, 1993, 1995,
1999, 2000, 2003) tem estudado aspectos envolvendo a avifauna florestal, reunindo
informações sobre frugivoria, dispersão de sementes e ocorrência de espécies inéditas para
a região. Estes estudos, aliados a outros realizados por Neppel (2000), Fink (2006); Fink et al.
(2003); Fink et al. (2004 a,b), FINK (2006) Krieck et al. (2003, 2004), KRIECK (2006), Brandt
(2005) e Borchardt (2005) tem permitido um maior aprofundamento e entendimento sobre
a comunidade de aves de Santa Catarina.
Estudo mais recente podemos encontrar na área de influencia indireta do Parque, no estudo
realizado na Estação de Piscicultura de Timbó, no bairro Tiroleses, por Piontkewicz et al.
(2012), registraram em 54 horas de observação um total de 181 espécies de aves.
Os autores argumentam que o número relativamente alto de espécies pode estar associado
à existência de um mosaico de ambientes, bem como, as áreas florestadas adjacentes a
FUNPIVI, tornando a paisagem mais diversificada, favorecendo um número maior de
espécies. Reconhecem a importância de se restabelecer a conexão desta paisagem pela
implantação ou manutenção de corredores ecológicos.
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500 metros da divisa dos municípios de Blumenau e Indaial, seguindo pela BR 470, próximo à
fábrica da Albany no sentido Blumenau-Indaial.
Com o trabalho de campo realizado foram registradas 95 espécies de aves. A grande maioria
das espécies de aves está adaptada a florestas alteradas ou a borda destas. Citamos como
exemplo Pitangus sulphuratus (Bem-te-vi); Crotophaga ani (Anu-preto); Guira guira (Anu-
branco); Milvago chimachima (Carrapateiro); Anthus lutescens (Caminheiro-zumbidor);
Bubulcus ibis (Garça-vaqueira); Gallinago gallinago (Narceja); Jacana jacana (Jaçanã) entre
outras.
Mais recentemente, Cruz et al. (2010) estudando diversidade de espécies de aves ao longo
de um gradiente de conservação de florestas ciliares do Rio Itajaí-Açu identificaram 139
espécies de aves nas florestas ciliares na divisa entre Indaial e Blumenau.
2.7.2.3. Herpetofauna
Uma das principais características dos anfíbios é a presença de pele altamente permeável
(DUELLMAN; TRUEB 1986, WELLS 2007, ZUG et al. 2001), o que os torna muito sensíveis a
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mudanças ambientais. Somado a isso, a dependência à água para completar o ciclo de vida
de grande parte das espécies e a mobilidade limitada fazem deste grupo animal bom
indicador de qualidade ambiental (DUELLMAN; TRUEB 1986, BEEBE 1996).
A Classe Reptilia é representada por 9952 espécies (UETZ; HOŠEK 2014). O Brasil possui uma
grande diversidade de répteis com 744 espécies distribuídas em três grupos, Squamata
(serpentes, lagartos e anfisbenas) o mais representativo correspondendo a 702 espécies,
Crocodylia (jacarés) com seis espécies e Testudines (cágados, tartarugas e jabutis) com 36
espécies (BÉRNILS; COSTA 2012).
Não há uma listagem completa de espécies de répteis para o estado, contudo, estima-se a
ocorrência de aproximadamente 110 espécies de répteis para Santa Catarina, representados
por quelônios marinhos, de água doce, jacaré, anfisbenídeos, lagartos e serpentes (BÉRNILS
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et al. 2007). Para o Vale do Itajaí BÉRNILS et al. (2001) listam a presença de 61 espécies de
Squamata (Lagartos, Amphisbaenia e Serpentes) e indicam a possibilidade de ocorrência de
25 espécies adicionais; considerando apenas o Médio e o Baixo Vale do Itajaí é esperada a
ocorrência de 43 espécie de Squamata. Alguns estudos acadêmicos listando espécies de
anfíbios para localidades na região do Vale do Itajaí foram desenvolvidas por DALLACORTE
(2004), listando 39 espécies para o Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI); DIAS (2008),
listando 24 espécies na região do Mono em Indaial também no PNSI, e ANDRADE (2009)
listando 23 espécies para dois fragmentos florestais urbanos de Blumenau.
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ENCARTE 3
ANÁLISE DO PARQUE
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ENCARTE 3 - ANÁLISE DO PNMFG
O acesso ao PNMFG que está localizado na Estrada Geral Mulde Alta do município de Timbó
pode ser realizado por cinco rotas diferentes que partem das cidades vizinhas Rio dos
Cedros, Pomerode, Indaial, Blumenau e também da própria cidade (Figura 64).
A oeste do Parque pode-se ter acesso através dos municípios de Rio dos Cedros e Pomerode.
A partir de Rio dos Cedros deve-se seguir a SC-417 que levará até Pomerode Fundos pela SC-
416, Rua Tifa Colley e então Estrada Geral Mulde Alta.
Outro acesso a partir de Pomerode a leste, muito utilizado pelo Clube Pomerano de
Parapente é dado, através da SC-421, virando à direita na Rua Ribeirão Herdt seguindo pela
Rua Tifa Westphal e Rua Tifa Morgenland; com acesso final pela Estrada Geral Mulde Central
e Estrada Geral Mulde Alta.
Por Indaial utiliza-se a BR-470 convertendo-se à esquerda na Rua Uberaba próxima à Escola
Básica Mulde Baixa seguindo pela Rua Pomerode. Ao final da Rua Pomerode, há um
cruzamento que se deve seguir pela direita na Rua TBO-453 que leva à Estrada Geral Mulde
Central e Estrada Geral Mulde Alta.
A partir de Blumenau, o acesso é dado pela SC-470 no qual se mantém à direita para entrar
na Rua Bertolina Mai Kechele que conduz em via reta até a Estrada Geral Mulde Central e
Estrada Geral Mulde Alta. Este acesso pode ser utilizado pelos visitantes que vêm de Indaial,
já que a Rua Uberaba e a Rua Bertolina Mai Kechele são vias paralelas que dão origem na SC-
470.
Uma rota alternativa originada na própria cidade Timbó pode ser seguida pela Prefeitura
Municipal que se localiza na Avenida Sete de Setembro, continuando na Rua Duque de
Caxias; Rua Japão; Rua Marechal Deodoro da Fonseca e Rua Oscár Piske que leva até à SC-
416. Assim, o trecho restante a ser seguido é o mesmo utilizado para quem vem de Rio dos
Cedros ou Pomerode a oeste: Rua Tifa Colley e Estrada Geral Mulde Alta. Este percurso
apresenta aproximadamente 18 km partindo do Centro da cidade até o Parque.
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Figura 64: Vias de acesso ao PNMFG.
Fonte: Os autores.
3.2.1 METODOLOGIA
A caracterização dos aspectos socioeconômicos e históricos da região de entorno foi
investigada através de uma pesquisa exploratória com estudos de campo na área do PNMFG
e área de influencia e levantamento em dados secundários. Os trabalhos foram realizados a
fim de integrar a equipe gestora, a comunidade de entorno, comunidade acadêmica e
instituições públicas e interessadas na região.
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Os levantamentos secundários constituíram a base para os estudos de campo nas
comunidades de influência e com a equipe administrativa da UC, onde foram levantados
dados primários a partir de entrevistas semiestruturadas e entrevistas abertas pelo método
da história oral com membros antigos das comunidades da área de entorno com memórias
sobre a história ambiental da região, assim como pessoal técnico atuante no PNMFG. Foram
elaborados três roteiros semiestruturados, para aplicação com todo o pessoal técnico
administrativo e de serviços do órgão gestor da UC; para aplicação na comunidade da área
de influência, e para aplicação junto aos visitantes da UC e praticantes de voo livre.
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3.2.2 HISTÓRIA DA ÁREA DO PNMFG
Vilfrido Piske, neto de Germano Piske, primeiro colono a ocupar a área onde hoje se localiza
o Parque, relata que seu avô veio da Alemanha, ainda solteiro, conheceu Bertha Krisle com
quem se casou e teve 16 filhos. Germano Piske adquiriu as terras onde atualmente se
localiza o Parque e se estabeleceu com sua família na década de 1860. No local abriram
clareiras, estabeleceram benfeitorias e por 2 gerações, cultivaram o solo e criaram animais
para subsistência da família e comércio regional (PISKE 2015).
No período colonial a produção de alimentos na região de Timbó era baseada nos cultivos de
açúcar, café, cachaça, farinha de mandioca, feijão, fumo, araruta, manteiga, queijo, onde,
boa parte da produção era destinada aos comércios da região (FERREIRA; KOEPSEL 2008).
Recordou-se Vilfrido que durante sua infância, a família sobrevivia das plantações de milho,
aipim e criação de gado de leite para próprio consumo e também para negociar seus
derivados com Fritz Lorenz, importante comerciante regional. Vilfrido lembra que plantavam
aproximadamente setenta quilos de semente de milho por ano e produziam dezesseis mil
quilos de aipim. (PISKE 2015). O beneficiamento dos derivados de leite era realizado pelas
famílias da Mulde (GERMER 2015) e as farinhas de milho e mandioca eram processadas em
tafonas da região. Uma das tafonas, a última a parar de funcionar, chegou a processar até
300kg de farinhas por dia produzidas na região (GESSNER 2015) (Figura 65).
Segundo Vilfrido Piske ainda na sua infância seus familiares passaram a buscar outros meios
de sobrevivência, como a inserção de trabalho nas indústrias da região, isso em função de
dificuldades de adaptar o modo de produção do colono com as exigências legais,
principalmente a não abertura de novas roças. Com dificuldade financeiras, de produção e
doença na família poucos se mantiveram na terra (PISKE 2015). Contudo, na década de 1970
a prefeitura de Timbó adquiriu as terras da família Piske para instalação de uma Torre
Repetidora de TV inaugurada em junho de 1974 (PISK 2015, REINICKE 2012).
Com o intuito de instalar a antena repetidora no topo do Morro Azul foram abertos 5,69
quilômetros de estradas viabilizando o acesso. Esta abertura da estrada propiciou o corte de
árvores em locais antes de difícil acesso, proporcionando o maior corte de espécies arbóreas
do local, sendo esta a madeira comercializada.
O topo do Morro Azul torna-se acessível e o mais importante mirante natural do município,
passando a receber visitantes para a contemplação da natureza e da vista, estabelecendo-se
nos anos 80 também como local para prática de voo livre. Em 1988 foi construída no topo do
Morro uma rampa de concreto para prática de voo de asa delta. Posteriormente esta rampa
foi substituída por uma rampa natural destinando também o uso ao voo de parapente,
sendo hoje esta prática uma das principais atividades realizadas no PNMFG (PRADI 2015).
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Em 1993 através da Lei 1.463 passa a se chamar Parque Ecológico Freymund Germer, nome
dado em homenagem a um dos colonizadores da região, Freymund Germer neto de August
Germer construtor das primeiras casas da Mulde no período colonial. Neste ano também é
realizado o primeiro Plano de Manejo do Parque.
A partir de 2004 o Instituto Aracuã, organização não governamental, firma convênio com a
prefeitura municipal e passa a administrar a área buscando adequar as atividades
desenvolvidas com a conservação da natureza. Passam a ser desenvolvidas no parque
principalmente atividades de educação ambiental, restauração e conservação da natureza.
Espécies exóticas invasoras como o pinus são manejadas e as áreas abertas passam a ser
recuperadas ampliando as áreas com vegetação nativa (BATISTA 2015).
Conforme Elizabeth Germer (2015), seu avo teve a primeira venda na Mulde. Era amigo de
Salinger em Blumenau, e na Mulde agia como um inspetor. Também era como um juiz na
comunidade. Segundo Germano Germer (2015) seu avo manteve a loja até a década de
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1930, momento da repressão contra a cultura germânica no Estado Novo. Após esse período
Freymund se dedicou a atividade de colono, plantando em sua propriedade nas imediações
na área do parque. Freymund Faleceu em 11 de dezembro de 1958, e está sepultado no
cemitério da Mulde Baixa.
3.2.5 POPULAÇÃO
No PNMFG não existe população residente, sendo que as terras do parque no ato da criação
já eram de propriedade do município. A região de localização do PNMFG está inserida na
região rural de Timbó, especificamente na localidade Mulde, esta é dividida em Mulde Alta e
Mulde Central, cortada pelo Ribeirão Mulde, que tem sua foz localizada na Mulde Baixa, hoje
pertencente ao município de Indaial. A população da Mulde Alta, conforme secretaria de
saúde de Timbó, é de 288 habitantes e da Mulde Central é de 614 habitantes. A faixa etária
dos moradores está expressa na Tabela 3.
A população de Timbó é estimada pelo IBGE em 41.283 habitantes, fazendo uma relação, a
população na região da Mulde totaliza 902 pessoas, o que representa 2,18% da população
do município, e a população da Mulde Alta, onde se localiza o PNMFG, estimada em 288
pessoas, representa 0,69% dos habitantes de Timbó.
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3.2.6 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS, ESCOLARIDADE E SAÚDE
No Guia de Autoridades e Entidades do Município de Timbó estão referenciados os
equipamentos públicos na Mulde: Grupo da Terceira Idade Cantinho Feliz; Associação de
Moradores do Bairro Mulde Alta e a Comunidade Evangélica de Confissão Luterana. Não
existem equipamentos de saúde e educação na região da Mulde Alta ou Mulde Central.
A escolaridade predominante nas duas localidades, Mulde Alta e Mulde Central, conforme
secretaria de saúde é predominantemente primária. Conforme as entrevistas uma Escola de
Educação Básica Estadual e uma Escola Municipal foram desativadas e os jovens em idade
escolar recebem transporte municipal para se deslocar a escolas da rede Municipal de
Ensino na região urbana de Timbó.
Em relação ao acesso a saúde os moradores da Mulde são atendidos pela Unidade de Saúde
do Bairro Pomeranos.
A coleta de lixo na Mulde Alta é quinzenal e na Mulde Central é semanal. Dos entrevistados
nas localidades 85,7% declararam encaminhar os resíduos a coleta municipal e 14,3%
declaram queimar os resíduos domésticos. Os resíduos gerados no PNMFG são recolhidos
pelo mesmo sistema de coleta da localidade Mulde Alta, ou seja, quinzenal.
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3.2.8 ATIVIDADES PRODUTIVAS E USO DO SOLO NAS PROPRIEDADES
As famílias entrevistadas na Mulde apresentam em sua maioria três gerações, representadas
pelos proprietários, os avós (terceira geração a partir dos colonizadores) seus filhos e netos.
Dentre estes estão em fase produtiva principalmente os filhos, onde foi verificado a renda
proveniente principalmente da prestação de serviços na área urbana. Os titulares da
propriedade, os avós, são em sua maioria agricultores aposentados ou não, de onde provém
a sua renda. Apesar de o setor agropecuário ser ainda expressivo na Mulde, associado a
aposentadoria rural a renda total das famílias provém principalmente do setor de serviços
(Figura 66). Na Mulde Alta a agropecuária influencia mais na renda das famílias que o setor
de serviços.
Fonte: Os autores.
A partir das entrevistas foi verificado entre os proprietários rurais entrevistados (100%)
nenhum possui em sua propriedade alguma atividade que gera renda a partir de atividades
de turismo rural ou venda direta de produto colonial.
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Nas entrevistas aplicadas na comunidade foram apontadas as principais atividades
produtivas das famílias nas propriedades, onde 86% declararam ter alguma produção ao
menos de subsistência. As culturas temporárias destacadas nas entrevistas foram na ordem
de importância o aipim, seguida do milho e da batata doce entre outras expressa a seguir
(Figura 67).
Percentuais de produção
30
26,2
25
20 19,0 19,0
15
9,5
10
4,8
5
2,4 2,4 2,4
0
Feijão Milho Batata Cana- Hortaliças Pepino Aipim
doce de-açúcar Abacaxi
Fonte: Os autores.
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galináceos e sendo a renda de gado de leite e de corte (bovino e suínos) a principal fonte de
renda de origem agropecuária em 35,2% das propriedades. Seguida da agricultura em 29,4%.
Quando questionados em relação ao tamanho das áreas das propriedades que ainda
possuem vegetação nativa 80% afirmaram que entre 0 e 5 ha, 13% possuem entre 6 e 10 ha,
e 6% possuem mais de 10 ha de área com floresta nativa.
Por meio do mapeamento de uso do solo (Figura 68), gerado a partir da interpretação visual
da ortofoto de 2011 (SDS, 2013), verifica-se que a floresta ocupa 94,72% da área total do
parque, o que corresponde a 347.359 m². A área restante é constituída por vias e instalações
em 5,27% e lagoas, que correspondem apenas a 0,01% da área total. As instalações do
parque ocupam 19.317,67 m² de área e incluem a sede administrativa, sala para a realização
de palestras e demais atividades de educação ambiental, área de camping e salto de
parapente e área de operação das antenas de transmissão.
Figura 68: Mapeamento do uso do solo no interior e no entorno do PNMFG (Morro Azul).
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Fonte: Os autores.
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3.2.10 VISÕES SOBRE O PNMFG
Fonte: Os autores.
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Parque, onde 20,59% dos entrevistados consideram o Parque importante para a preservação
ou conservação da natureza e 5,88% importante para o turismo local.
Em relação a Zona de amortecimento, onde estão inseridas duas propriedades privadas, foi
entrevistado o Sr. Waldir Girardi, proprietário de pousadas localizadas neste local. Este
demonstrou entendimento sobre a condição da Unidade de Conservação, foi explicado
sobre a realização do Plano de Manejo e sobre a Zona de Amortecimento. Onde o Sr. Waldir
Girardi demonstrou preocupação em relação ao plantio de espécies exóticas, que é uma
prática por ele vista como importante para o embelezamento da região. Em relação as
pousadas que recebem visitação principalmente aos fins de semana, o Sr. Waldir Girardi tem
expectativas em relação ao Parque. As pousadas são alugadas aos fins de semana e muitas
vezes recebem visitantes que segundo ele provocam incômodos para ele e para a
comunidade promovendo festas, fato que ele gostaria de mudar, desta forma tem
expectativas que aos poucos o Parque possa atrair um público mais familiar e com intenções
de apreciação do local.
165
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Aos visitantes e praticantes de voo livre foi questionado sobre o seu entendimento sobre de
que se trata uma Unidade de Conservação, as questões foram elaboradas de forma aberta e
os resultados agrupados conforme respostas semelhantes e demonstrados na Figura 70.
Fonte: Os autores.
Percebe-se que existe uma consciência da função do Parque na maioria dos usuários
entrevistados, sendo que 65% dos visitantes e 96% dos praticantes de voo afirmaram saber
que o Parque é uma UC e um entendimento de forma genérica sobre a função de
preservação/conservação da natureza da UC.
Os visitantes e praticantes de voo livre foram questionados sobre o que pensam sobre o
Parque através de perguntas abertas e as respostas foram agrupadas e estão expressas em
percentuais na Figura 71.
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Figura 71: Visões sobre o PNMFG
Visões sobre a UC
Fonte: Os autores.
Aos que afirmaram conhecer os objetivos específicos (62,5% dos visitantes e 76,19% dos
praticantes de voo) questionou-se, através de uma questão aberta, qual seriam os objetivos
do PNMFG, as respostas foram agrupadas e estão expressas na Figura 72.
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Figura 72: Visões sobre os objetivos do PNMFG.
Fonte: Os autores.
Figura 73: A.D.R.C. Duque de Caxias (esquerda) e C.E.R.C. Fritz Lorenz (direita)
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Os bailes de reis e as sociedades de tiro constituem-se na região da Mulde, como no Vale do
Itajaí, uma das atividades culturais mais antigas e importantes para os descendentes
alemães. Com a predominância da colonização alemã na Mulde as atividades de caça e tiro
remetem a época da colonização da região, não se obteve registro da fundação do primeiro
clube de caça e tiro, mas conforme relatos a Associação Duque de Caxias, fundada em 1951
antes era denominada Sociedade de atiradores Schützen Gesellschaft, e com o processo de
nacionalização do estado novo o clube passa a se chamar A.D.R.C. Duque de Caxias (GERMER
2015).
169
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Figura 74: Reis, rainhas, cavaleiro e princesa da C.E.R.C. Fritz Lorenz de 2015.
A região da Mulde ainda mantém na sua paisagem características do período colonial, com
paisagens rurais e casas enxaimel construídas a partir de 1886. A relação de edificações
sugere potencial para criação de uma rota do enxaimel no bairro Mulde (Figuras 75 e 76).
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Figura 75: Casas enxaimel no bairro Mulde.
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Figura 76: Casas enxaimel no bairro Mulde.
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3.3. LEVANTAMENTOS BIÓTICOS DA ÁREA DO PNMFG
3.3.1 FLORA
Os objetivos do levantamento da Flora do PNMFG foram: a) Apontar os diferentes tipos
florestais e estágios sucessionais da vegetação do PNMFG; b) Caracterizar a composição
florística e a estrutura fitossociológica da vegetação do PNMFG e c) Recomendar ações e
medidas voltadas à conservação dos diferentes tipos vegetacionais do PNMFG.
3.3.1.1. Metodologia
Coleta de Dados
173
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Figura 77: Localização das unidades amostrais do levantamento da vegetação.
Fonte: Os autores.
Para as espécies cuja identificação botânica no campo não foi possível, foram coletadas
amostras (na maioria das vezes estéreis) para herborização e posterior identificação,
conforme procedimentos usuais (FIDALGO; BONONI 1984). O material botânico coletado foi
identificado por comparação com exsicatas depositadas no Herbário Dr. Roberto Miguel
Klein, da Universidade Regional de Blumenau (FURB), bem como mediante consulta à
literatura taxonômica e aos especialistas da FURB.
As espécies foram agrupadas em famílias (APG IV 2016), classificadas segundo sua síndrome
de dispersão, conforme os critérios morfológicos propostos por Pijl (1982): anemocórica
(dispersão pelo vento), autocórica (dispersão pela gravidade) e zoocórica (dispersão pela
fauna), e por grupo ecológico, adotando a metodologia sugerida por Swaine e Whitmore
(1988) e Oliveira-Filho (1994b) nas seguintes categorias: pioneira (P), clímax exigente de luz
(CL) e clímax tolerante à sombra (CS).
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As espécies foram categorizadas conforme o seu grau de ameaça, de acordo com a Lista
Vermelha do Brasil e a Lista Estadual (MMA 2014, CONSEMA 2014), e classificadas conforme
seu grau de raridade, seguindo a classificação do IFFSC (dados não publicados), que se baseia
nas sete formas de raridade de Rabinowitz et al. (1986). Essa metodologia já foi empregada
em outros trabalhos no âmbito da Floresta Atlântica (e.g. CAIAFA; MARTINS 2010, FONTANA
et al. 2014).
O número potencial de espécies do estágio avançado de sucessão foi estimado pela curva de
rarefação baseada em amostras (COLWELL et al. 2012) e através dos estimadores não
paramétricos Jackknife2 e Chao2 (COLWELL; CODDINGTON 1994). Foram calculados os
índices de diversidade de Shannon (H’) e Simpson (1-D). O cômputo destes índices de
diversidade levam em consideração dois atributos: (i) riqueza de espécies e (ii) abundância
por espécie. Quanto maior for a riqueza de espécies, e quanto mais homogênea for a
distribuição de indivíduos por espécie, maior a diversidade da floresta. O índice de Shannon
dá mais peso para a riqueza de espécies, enquanto o índice de Simpson dá mais peso para a
homogeneidade da distribuição de indivíduos por espécie (MELO 2008).
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constituídas por árvores altas com mais de 30 m de altura e caracterizadas principalmente
pela presença de estratos bem definidos, com fanerófitos subdivididos nas formas de vida
macro, meso, micro e nanofanerófitos, além de lianas lenhosas e epífitos vasculares em
abundância fixados sobre a copa das árvores (Klein 1980, Sevegnani 2002).
Em áreas com florestas bem conservadas do PNMFG, as copas das árvores do estrato
superior se tocam, formando um dossel denso e contínuo, constituído principalmente pelas
espécies Ocotea catharinensis (canela-preta), Cinnamomum pseudoglaziovii (canela-crespa),
Sloanea guianensis (laranjeira-do-mato), Cryptocarya aschersoniana (canela-fogo),
Alchornea triplinervia (tanheiro), Nectandra oppositifolia (canela-garuva), Copaifera
trapezifolia (pau-óleo), Buchenavia kleinii (garajuva) e Heisteria silvianii (casco-de-tatu),
entre outras. Logo abaixo do estrato superior formam-se, ainda, outros estratos inferiores
constituídos por plantas adaptadas à iluminação difusa.
No estrato médio a cobertura florestal é caracterizada por Euterpe edulis (palmiteiro), que
em certos locais pode apresentar elevada densidade de indivíduos, mas que diminui sua
densidade à medida que a altitude aumenta e a temperatura média anual diminui. Outras
espécies típicas do estrato médio são: Calyptranthes strigipes (guamirim), Garcinia
gardneriana (bacopari), Actinostemon concolor (pau-rainha), Pausandra morisiana
(almécega-vermelha), Myrcia spectabilis (guamirim-vermelho), Guatteria australis (cortiça) e
Bathysa australis (macuqueiro), entre outras.
176
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(guaricanas), Bactris setosa (tucum), Mollinedia clavigera, Mollinedia triflora e Mollinedia
schottiana (pimenteiras), Alsophila setosa, Cyathea phalerata e Cyathea delgadii (xaxins-
açu), entre outras.
O estrato herbáceo, quando presente, é caracterizado por Calathea monophylla (caeté), que
em certos locais pode apresentar densos agrupamentos (KLEIN 1978 a b, 1980 1984, LEITE;
KLEIN 1990, SEVEGNANI 2002).
177
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Figura 78: Aspectos fisionômicos dos estágios de sucessão da vegetação do PNMFG - Morro
Azul, Timbó, Santa Catarina. A-B: estágio inicial; C-D: estágio médio; E-F: estágio avançado.
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No PNMFG, as áreas que se encontram em estágio inicial de sucessão são pouco expressivas,
e estão localizadas próximas à entrada, ao lado direito da portaria, e no topo do morro
(Figuras 78A e 78B, respectivamente).
Nesse tipo de vegetação são observadas poucas espécies arbóreas e baixa diversidade, não
fugindo do padrão descrito por Klein (1980) para a região do Vale do Itajaí. Nas partes mais
expostas à radiação solar são observadas poáceas (capins) e samambaias-de-barranco, dos
gêneros Sticherus, Gleichenella e Pteridium. Essas plantas têm rápido crescimento,
fornecendo proteção para o solo e melhorando as condições ambientais para o
estabelecimento de espécies arbustivas e arbóreas, protagonistas da sucessão inicial do Vale
do Itajaí, como Myrsine coriacea (capororoca), Tibouchina granulosa (quaresmeira),
Tibouchina urvilleana (orelha-de-onça), Solanum mauritianum (fumo-bravo), Cecropia
glaziovii (embaúva) e Inga sp. (ingá), entre outras comuns à essa formação (KLEIN 1980,
SCHORN 2005, SIMINSKI 2009). O componente arbustivo-arbóreo tem porte pequeno, é
pouco estruturado e possui cobertura descontínua, sendo interrompida por clareiras
ocupadas por capins, samambaias e indivíduos regenerantes de espécies arbóreas pioneiras.
Do ponto de vista biológico, a vegetação não se encontra ameaçada por fatores contrários à
sucessão ecológica (e.g. espécies exóticas invasoras, sensu Richardson et al. 2000), de modo
que a continuação do processo se fará de forma espontânea. Os remanescentes florestais do
entorno são ricos fornecedores de propágulos que com a ajuda da fauna especializada
chegarão nas áreas em regeneração. Para garantir a integridade do processo sucessional,
cuidados devem ser tomados em relação à intervenções antrópicas como roçadas, fogo e
trânsito de animais domésticos de grande porte.
179
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bosque pouco denso e com muitas arvoretas de pequeno diâmetro, onde Euterpe edulis e
Hyeronima alchorneoides apresentam maior densidade de indivíduos. Outras espécies
menos expressivas, mas que merecem destaque no estrato médio são: Alchornea
triplinervia, Tibouchina granulosa e Tibouchina mutabilis, Senna macranthera e Inga
marginata, entre outras. O estrato inferior é pouco expressivo, dominado pela espécie
Euterpe edulis, a qual apresenta elevada densidade de indivíduos regenerantes por toda a
floresta. Outras espécies que merecem destaque no estrato inferior são: Platymiscium
floribundum, Guapira opposita, Cyathea sp. e Psychotria suterella.
Grande parte das espécies registradas no estágio médio é classificada pelo IFFSC como
comum em Santa Catarina. Essas espécies são caracterizadas por possuírem distribuição
geográfica abrangente no Estado, população abundante (> 10 indivíduos amostrados no
Estado pelo IFFSC) e não ter preferência por habitat.
A espécie Senna macranthera apresenta raridade na forma 1 (Tabela 5), ou seja, possui
distribuição geográfica abrangente no Estado, população escassa (≤ 10 indivíduos
amostrados no Estado pelo IFFSC) e não apresenta preferência por habitat. Esforços para a
conservação dessa espécie no PNMFG não são necessários, visto que ela é pioneira (exigente
de luz) e, dessa forma, sua permanência na regeneração será dificultada conforme o avanço
do processo sucessional. Ainda, a espécie não é nativa nas florestas de Santa Catarina
(FLORA DO BRASIL 2020 2017). Já a espécie Tibouchina granulosa apresenta raridade na
forma 7 (a mais restritiva), apresentando distribuição geográfica restrita no estado,
população escassa e apresenta preferência por habitat. Entretanto, não há preocupação
quanto à conservação dessa espécie, pois não se trata de espécie nativa nas florestas de
Santa Catarina, mas sim da região Sudeste do Brasil (FLORA DO BRASIL 2010, 2017).
Ademais, essa espécie tem preferência por ambientes abertos, ocorrendo, portanto, em
180
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florestas (de encosta) perturbadas por ações antrópicas. Assim como Senna macranthera,
essa espécie também tende a desaparecer conforme o avanço no processo sucessional.
Figura 79: Distribuição das espécies por famílias registradas no estrato arbóreo-arbustivo de
uma Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio médio de sucessão no PNMFG, Timbó,
Santa Catarina.
Fonte: Os autores.
O grupo ecológico mais representativo foi o das espécies clímax exigentes de luz, com 12
espécies (50%), seguindo das clímax tolerantes à sombra com sete espécies (29,2%) e das
181
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pioneiras com cinco espécies (20,8%) (Tabela 5). Conforme o avanço do processo
sucessional, o número de espécies clímax exigentes de luz e pioneiras tende a diminuir,
aumentando o número de espécies clímax tolerantes à sombra.
182
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Tabela 5. Famílias e espécies registradas no estrato arbóreo-arbustivo de uma Floresta
Ombrófila Densa Montana em estágio médio de sucessão no PNMFG, Timbó, Santa Catarina.
CONSE
Família Espécie GE SD MA MMA (2014) IFFSC
(2014)
Annona emarginata (Schltdl.)
Annonaceae CL Zoo - - Comum
H.Rainer
Annona neosericea H.Rainer CL Zoo - - Comum
Arecaceae Euterpe edulis Mart. CS Zoo - VU Comum
Syagrus romanzoffiana (Cham.)
CL Zoo - - Comum
Glassman
Clusiaceae Clusia criuva Cambess. P Zoo - - Comum
Cyatheaceae Cyathea sp. CS Ane - - -
Alchornea triplinervia (Spreng.)
Euphorbiaceae CL Zoo - - Comum
Müll.Arg.
Sapium glandulosum (L.)
CL Zoo - - Comum
Morong
Fabaceae Inga marginata Willd. CL Zoo - - Comum
Inga sessilis (Vell.) Mart. CL Zoo - - Comum
Platymiscium floribundum Vogel CL Ane - - Comum
Senna macranthera (DC. ex
P Auto - - Forma 1
Collad.) H.S.Irwin & Barneby
Endlicheria paniculata (Spreng.)
Lauraceae CS Zoo - - Comum
J.F.Macbr.
Miconia cinnamomifolia (DC.)
Melastomataceae P Zoo - - Comum
Naudin
Tibouchina granulosa (Desr.)
P Ane - - Forma 7
Cogn.
Tibouchina mutabilis (Vell.)
P Ane - - Comum
Cogn.
Meliaceae Guarea macrophylla Vahl CS Zoo - - Comum
Myrtaceae Myrcia pubipetala Miq. CL Zoo - - Comum
Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) Reitz CS Zoo - - Comum
Olacaceae Heisteria silvianii Schwacke CS Zoo - - Comum
Hieronyma alchorneoides
Phyllanthaceae CL Zoo - - Comum
Allemão
Rubiaceae Psychotria suterella Müll.Arg. CS Zoo - - Comum
Sapindaceae Cupania vernalis Cambess. CL Zoo - - Comum
Matayba intermedia Radlk. CL Zoo - - Comum
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A densidade de indivíduos da floresta em estágio médio de sucessão foi de 2.425 ind.ha-1 e
as espécies mais representativas foram Euterpe edulis, Hyeronima alchorneoides e Alchornea
triplinervia, as quais somaram 53,6% da densidade total (Tabela 6). Em relação à
dominância, a floresta apresentou 31,14 m².ha-1, sendo que as espécies mais representativas
também foram Euterpe edulis, Hyeronima alchorneoides e Alchornea triplinervia,
apresentando valores entre 4,33 a 6,06 m².ha-1 e somando cerca de 50% da área basal total
da floresta.
A análise da frequência das espécies mostrou que a maioria apresentou baixa distribuição
nas parcelas amostradas, sendo que apenas Euterpe edulis e Hyeronima alchorneoides
apresentaram frequência absoluta de 100%, enquanto que Alchornea triplinervia e Cyathea
sp. estão distribuídas em 75% das parcelas, evidenciando a ampla distribuição dessas quatro
espécies nas florestas em estágio médio de sucessão.
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Tabela 6. Parâmetros fitossociológicos calculados para as espécies do estrato arbóreo-
arbustivo de uma Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio médio de sucessão no
PNMFG, Timbó, Santa Catarina.
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diâmetros superiores a 25 cm. Estes valores demonstram que a floresta é jovem e ainda
está em fase de reconstrução de sua estrutura.
Figura 80: Distribuição da densidade de indivíduos por classes de diâmetro para as espécies
do estrato arbóreo-arbustivo de uma Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio médio
de sucessão no PNMFG, Timbó, Santa Catarina.
Fonte: Os autores.
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apresentar elevada densidade de indivíduos. Outras espécies expressivas do estrato inferior
são: Cyathea phalerata, Psychotria suterella, Rudgea jasminoides, Guapira opposita,
Geonoma schottiana e Geonoma gamiova, entre outras.
A maior parte das espécies registradas no estágio avançado é classificada pelo IFFSC como
comum em Santa Catarina. A espécie Eugenia kleinii apresenta raridade na forma 1, ou seja,
possui distribuição geográfica abrangente no estado, população escassa (≤ 10 indivíduos
amostrados no Estado pelo IFFSC) e não apresenta preferência por habitat. Esforços para a
conservação dessa espécie no PNMFG consistem em manter a integridade da vegetação do
sub-bosque da floresta, com foco principal na trilha da bromélia e das áreas que margeiam a
estrada. A espécie Casearia catharinensis apresenta raridade na forma 7 (a mais restritiva),
apresentando distribuição geográfica restrita no estado, população escassa e tem
preferência por habitat. Esforços para a conservação dessa espécie no PNMFG consistem em
evitar perturbações antrópicas como o corte de árvores e do sub-bosque, assim como o
pastoreio de gado no interior da floresta.
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Figura 81: Distribuição das espécies por famílias registradas no estrato arbóreo-arbustivo de
uma Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio avançado de sucessão no PNMFG,
Timbó, Santa Catarina.
Fonte: Os autores.
As famílias com maior riqueza de espécies foram Myrtaceae (11 espécies), Lauraceae (seis),
Cyatheaceae, Fabaceae, Rubiaceae e Sapotaceae (três cada), somando mais de 50% da
riqueza total amostrada (Figura 81). O fato de Myrtaceae e Lauraceae se destacarem entre
as famílias com maior número de espécies fornece importantes evidências de que a floresta
se encontra em bom estado de conservação no que diz respeito à sua composição, pois estas
famílias são típicas de florestas bem conservadas da região do Vale do Itajaí em Santa
Catarina (KLEIN 1980, SEVEGNANI 2002, SCHORN 2005, MAÇANEIRO 2015).
O grupo ecológico mais representativo foi o das clímax tolerantes à sombra, com 41 espécies
(73,2%), seguindo das clímax exigentes de luz com 10 espécies (17,9%) e das pioneiras com
188
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cinco espécies (8,9%). Esse resultado é comum para florestas em estágio avançado de
sucessão na região do Vale do Itajaí, conforme verificado por outros autores (e.g. SCHORN
2005, MAÇANEIRO 2015).
A análise da frequência das espécies mostrou que a maioria apresentou baixa distribuição
nas parcelas amostradas. As espécies mais frequentes foram Euterpe edulis, Ocotea
catharinensis, Alsophila setosa, Annona neosericea, Bathysa australis, Marlierea silvatica e
Cyathea phalerata, com valores superiores a 50% de frequência absoluta. Destaca-se que
somente Euterpe edulis apresentou frequência absoluta superior a 90%, indicando ampla
distribuição de seus indivíduos por toda a floresta. As demais espécies de elevada densidade
já apontadas, apresentaram frequências inferiores a 50%, evidenciando que podem estar
distribuídas de maneira agrupada em poucas parcelas.
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Tabela 7. Famílias e espécies registradas no estrato arbóreo-arbustivo de uma Floresta
Ombrófila Densa Montana em estágio avançado de sucessão no PNMFG, Timbó, Santa
Catarina.
CONSEMA MMA
Família Espécie GE SD IFFSC
(2014) (2014)
Annonaceae Annona neosericea CL Zoo - - Comum
Annona sp. CS Zoo - - -
Aspidosperma
Apocynaceae CS Ane - - Comum
australe
Arecaceae Euterpe edulis CS Zoo - VU Comum
Asteraceae Piptocarpha sp. P Ane - - -
Boraginaceae Cordia ecalyculata CS Zoo - - Comum
Cardiopteridace
Citronella paniculata CS Zoo - - Comum
ae
Cyatheaceae Alsophila setosa CS Ane - - Comum
Cyathea delgadii CS Ane - - Comum
Cyathea phalerata CS Ane - - Comum
Elaeocarpaceae Sloanea guianensis CS Zoo - - Comum
Euphorbiaceae Alchornea triplinervia CL Zoo - - Comum
Sapium glandulosum CL Zoo - - Comum
Dahlstedtia
Fabaceae CL Auto - - Comum
pentaphylla
Inga sessilis CL Zoo - - Comum
Zanthoxylum
CL Zoo - - Comum
rhoifolium
Lamiaceae Aegiphila integrifolia P Zoo - - Comum
Lauraceae Aniba firmula CS Zoo - - Comum
Cinnamomum
CS Zoo - - Comum
pseudoglaziovii
Nectandra
CS Zoo - - Comum
membranacea
Nectandra sp. CS Zoo - - -
Ocotea catharinensis CS Zoo CR VU Comum
Ocotea teleiandra CS Zoo - - -
Lecythidaceae Cariniana estrellensis CS Ane - - Comum
Malpighiaceae Byrsonima ligustrifolia CL Zoo - - Comum
Melastomatace
Mouriri chamissoana CS Zoo - - Comum
ae
Monimiaceae Mollinedia sp. CS Zoo - - -
Mollinedia triflora CS Zoo - - Comum
Moraceae Sorocea bonplandii CS Zoo - - Comum
Calyptranthes
Myrtaceae CS Zoo - - Comum
grandifolia
Calyptranthes lucida CS Zoo - - Comum
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Eugenia kleinii CS Zoo - - Forma 1
Eugenia ternatifolia CS Zoo - - Comum
Eugenia verticillata CS Zoo - - Comum
Marlierea tomentosa CS Zoo - - Comum
Marlierea silvatica CS Zoo - - Comum
Myrceugenia
CS Zoo - - Comum
myrcioides
Myrcia spectabilis CS Zoo - - Comum
Myrciaria floribunda CS Zoo - - Comum
Eugenia sp. CS Zoo - - -
Nyctaginaceae Guapira opposita CS Zoo - - Comum
Olacaceae Heisteria silvianii CS Zoo - - Comum
Quinaceae Quiina glaziovii CS Zoo - - Comum
Rubiaceae Bathysa australis CS Auto - - Comum
Psychotria suterella CS Zoo - - Comum
Rudgea jasminoides CS Zoo - VU Comum
Sabiaceae Meliosma sellowii CS Zoo - - Comum
Salicaceae Casearia catharinensis P Zoo - - Forma 7
Sapindaceae Allophylus edulis CL Zoo - - Comum
Matayba intermedia CL Zoo - - Comum
Chrysophyllum
Sapotaceae CS Zoo - - Comum
marginatum
Pouteria venosa CS Zoo - - Comum
Pouteria venosa CS Zoo - - Comum
Solanaceae Solanum pseudochina P Zoo - - Comum
Urticaceae Cecropia glaziovii P Zoo - - Comum
Coussapoa microcarpa CL Zoo - - Comum
GE = grupo ecológico, P = pioneira, CL = clímax exigente de luz, CS = clímax tolerante à
sombra; SD = síndrome de dispersão, Ane = anemocórica, Auto = autocórica, Zoo =
zoocórica; CR = criticamente em perigo; VU = vulnerável, Comum = possui distribuição
geográfica abrangente no estado, população abundante e não tem preferência por habitat,
Forma 1 = possui distribuição geográfica abrangente no estado, população escassa e não
apresenta preferência por habitat, Forma 7 = possui distribuição geográfica restrita no
estado, população escassa e apresenta preferência por habitat.
191
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Tabela 8. Parâmetros fitossociológicos calculados para as espécies do estrato arbóreo-
arbustivo de uma Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio avançado de sucessão no
PNMFG, Timbó, Santa Catarina.
Espécie DA DR
DoA DoR FA FR IVI
26,7
Cinnamomum pseudoglaziovii 27,3 1,5 35,4 18,2 1,5 38,4
4
Euterpe edulis 209,1 11,7 2,38 3,1 90,9 7,5 22,3
Ocotea catharinensis 109,1 6,1 5,52 7,3 63,6 5,3 18,7
Alsophila setosa 172,7 9,6 1,19 1,6 63,6 5,3 16,5
Eugenia sp. 54,5 3,0 6,38 8,4 45,5 3,8 15,2
Alchornea triplinervia 36,4 2,0 6,79 9,0 36,4 3,0 14,0
Annona neosericea 90,9 5,1 2,28 3,0 63,6 5,3 13,4
Bathysa australis 81,8 4,6 3,21 4,3 54,5 4,5 13,3
Marlierea silvatica 81,8 4,6 2,72 3,6 54,5 4,5 12,7
Inga sessilis 36,4 2,0 3,09 4,1 36,4 3,0 9,1
Cyathea phalerata 54,5 3,0 0,51 0,7 54,5 4,5 8,2
Guapira opposita 54,5 3,0 0,37 0,5 45,5 3,8 7,3
Rudgea jasminoides 63,6 3,6 0,25 0,3 27,3 2,3 6,1
Cecropia glaziovii 36,4 2,0 1,24 1,6 27,3 2,3 5,9
Mouriri chamissoana 27,3 1,5 1,80 2,4 18,2 1,5 5,4
Coussapoa microcarpa 27,3 1,5 0,70 0,9 27,3 2,3 4,7
Cyathea delgadii 36,4 2,0 0,85 1,1 18,2 1,5 4,7
Myrceugenia myrcioides 36,4 2,0 0,26 0,3 27,3 2,3 4,6
Heisteria silvianii 27,3 1,5 0,43 0,6 27,3 2,3 4,3
Sapium glandulosum 18,2 1,0 1,24 1,6 18,2 1,5 4,2
Calyptranthes lucida 18,2 1,0 0,91 1,2 18,2 1,5 3,7
Myrcia spectabilis 27,3 1,5 0,47 0,6 18,2 1,5 3,7
Psychotria suterella 45,5 2,5 0,26 0,3 9,1 0,8 3,6
Dahlstedtia pentaphylla 36,4 2,0 0,56 0,7 9,1 0,8 3,5
Quiina glaziovii 27,3 1,5 0,29 0,4 18,2 1,5 3,4
Mollinedia sp. 18,2 1,0 0,34 0,4 18,2 1,5 3,0
Chrysophyllum marginatum 27,3 1,5 0,49 0,7 9,1 0,8 2,9
Eugenia verticillata 18,2 1,0 0,25 0,3 18,2 1,5 2,9
Casearia catharinensis 27,3 1,5 0,35 0,5 9,1 0,8 2,7
Não identificada 18,2 1,0 0,12 0,2 18,2 1,5 2,7
Cariniana estrellensis 9,1 0,5 0,61 0,8 9,1 0,8 2,1
Eugenia ternatifolia 9,1 0,5 0,60 0,8 9,1 0,8 2,1
Meliosma sellowii 9,1 0,5 0,56 0,7 9,1 0,8 2,0
Nectandra sp. 9,1 0,5 0,33 0,4 9,1 0,8 1,7
Piptocarpha sp. 9,1 0,5 0,29 0,4 9,1 0,8 1,6
Matayba intermedia 9,1 0,5 0,22 0,3 9,1 0,8 1,5
Byrsonima ligustrifolia 9,1 0,5 0,14 0,2 9,1 0,8 1,4
Nectandra membranacea 9,1 0,5 0,10 0,1 9,1 0,8 1,4
Aegiphila integrifolia 9,1 0,5 0,08 0,1 9,1 0,8 1,4
192
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Pouteria venosa 9,1 0,5 0,08 0,1 9,1 0,8 1,4
Allophylus edulis 9,1 0,5 0,08 0,1 9,1 0,8 1,4
Zanthoxylum rhoifolium 9,1 0,5 0,08 0,1 9,1 0,8 1,4
Calyptranthes grandifolia 9,1 0,5 0,07 0,1 9,1 0,8 1,3
Solanum pseudochina 9,1 0,5 0,05 0,1 9,1 0,8 1,3
Eugenia kleinii 9,1 0,5 0,04 0,1 9,1 0,8 1,3
Ocotea teleiandra 9,1 0,5 0,04 0,1 9,1 0,8 1,3
Myrciaria floribunda 9,1 0,5 0,04 0,1 9,1 0,8 1,3
Aspidosperma australe 9,1 0,5 0,03 0,04 9,1 0,8 1,3
Aniba firmula 9,1 0,5 0,02 0,03 9,1 0,8 1,3
Annona sp. 9,1 0,5 0,02 0,03 9,1 0,8 1,3
Marlierea tomentosa 9,1 0,5 0,02 0,03 9,1 0,8 1,3
Cordia ecalyculata 9,1 0,5 0,02 0,03 9,1 0,8 1,3
Citronella paniculata 9,1 0,5 0,02 0,02 9,1 0,8 1,3
Mollinedia triflora 9,1 0,5 0,02 0,02 9,1 0,8 1,3
Sloanea guianensis 9,1 0,5 0,02 0,02 9,1 0,8 1,3
Sorocea bonplandii 9,1 0,5 0,02 0,02 9,1 0,8 1,3
Pouteria venosa 9,1 0,5 0,02 0,02 9,1 0,8 1,3
Total 1.790,9 100,0 75,57 100,0 1.209,1 100,0 300,0
193
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Figura 82: Distribuição da densidade de indivíduos por classes de diâmetro para as espécies
do estrato arbóreo-arbustivo de uma Floresta Ombrófila Densa Montana em estágio
avançado de sucessão no PNMFG, Timbó, Santa Catarina.
Fonte: Os autores.
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Figura 83: Curvas espécie-indivíduo construídas a partir dos métodos de rarefação e
estimadores de riqueza de espécies não paramétricos (Jackknife2 e Chao2).
Fonte: Os autores.
A vegetação do PNMFG pode ser dividida em três grandes grupos vegetacionais que
diferenciam-se de acordo com o estágio de conservação da vegetação.
195
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de grande porte, e (iii) fiscalização em relação ao corte de palmiteiros, lenha, coleta
de sementes e caça de animais silvestres.
● O terceiro grupo ocupa boa parte do PNMFG, e é constituído por
vegetação mais rica e exuberante, composta por árvores de grande porte, dentre elas
algumas espécies ameaçadas de extinção e de importância ecológica e econômica
(e.g. Ocotea catharinensis e Euterpe edulis). Tanto a vegetação da Trilha das
Bromélias, quanto aquela presente no topo e na subida da estrada principal,
possuem estrutura similar, exceto pela presença de espécies exóticas na borda da
estrada, que serão abordadas em texto a parte. Para este grupo, recomenda-se que
atividades de educação ambiental e caminhadas ecológicas sejam realizadas com o
mínimo de impacto possível na vegetação, pois alterações na cobertura florestal
podem perturbar o processo de sucessão ecológica e deixar a floresta susceptível à
entrada de espécies exóticas invasoras na comunidade. Recomenda-se, também, (i) a
manutenção da trilha com o mínimo de impacto possível no interior da floresta, (ii)
isolamento da área em relação à animais domésticos de grande porte, (iii)
fiscalização em relação ao corte de palmiteiros, lenha, coleta de sementes e plantas
ornamentais, e caça de animais silvestres, sem autorização prévia da chefia da
Unidade de Conservação,
● Todas as áreas do PNMFG são propícias para estudos e pesquisas
científicas que envolvam aspectos relacionados com a vegetação, dependendo dos
objetivos dos pesquisadores e mediante autorização prévia do Sisbio e da chefia da
Unidade de Conservação.
3.3.2 FAUNA
3.3.2.1. Mastofauna
Para a amostragem dos morcegos foram utilizadas 6 redes de neblina (7x3) dispostas em
áreas abertas, trilhas, clareiras, interiores de mata e margem de lagoa. As redes foram
abertas ao anoitecer, revisadas em intervalos de 20 min. e fechadas após cinco horas. Os
espécimes capturados foram colocados individualmente em sacos de pano e após a
identificação foram soltos no mesmo local. As identificações seguiram os critérios propostos
por Reis et al. (2013).
197
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Figura 84: Imagem de satélite com a localização das armadilhas fotográficas (AF) instaladas
no Morro Azul (Fonte da imagem: Google Earth, 2016).
A frequência relativa das espécies de médio e grande porte foi calculada a partir da divisão
do número de registros obtidos por vestígios, visualizações e fotografias de cada espécie
pelo número total de registros e multiplicado por 100, onde as espécies foram classificadas
como muito comuns (>15% dos registros), comuns (5 a 15%) e raras (<5%), conforme Dajoz,
(1983). Cabe salientar, que a frequência de indícios não representa necessariamente a
abundância real de uma espécie, é necessário levar em consideração que espécies diferentes
apresentam diferentes graus de detectabilidade por cada método adotado, estas diferenças
se dão por características biológicas e ecológicas de cada espécie.
Foram realizadas entrevistas pela equipe dos aspectos socioambientais do Plano de Manejo
com os moradores do entorno, visitantes e funcionários do Parque, onde no roteiro de
entrevistas foram inseridas questões em relação a presença e ausência de espécies, a
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existência de conflitos nas propriedades entre os moradores e os mamíferos e a existência
de pressão de caça.
Por meio dos levantamentos de campo e entrevistas foi possível registrar a ocorrência de 21
espécies de mamíferos voadores e de médio e grande porte no Parque Morro Azul. Dentre
as espécies, 5 são consideradas ameaçadas de extinção: o bugio (Alouatta guariba), a
jaguatirica (Leopardus pardalis), o gato-maracajá (Leopardus wiedii), o gato-mourisco (Puma
yagouaroundi) e o morcego-vampiro (Diphylla ecaudata) (CONSEMA 2010, MMA 2014)
(Tabela 9).
Conforme a análise da frequência relativa das espécies, foram consideradas como “muito
comuns” o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) (27%) e o esquilo (Guerlinguetus ingrami)
(16%), todas as outras foram consideradas “comuns” (5-15%), com exceção da jaguatirica
(Leopardus pardalis), a única “rara” (2%). Conforme as citações nas entrevistas, a espécie
mais observada no Parque pelos visitantes é o esquilo (G. ingrami) (43%). Algumas espécies
já observadas no Parque, não foram registradas durante os trabalhos de campo, como gato-
mourisco (Puma yagouaroundi), lontra (Lontra longicaudis), cutia (Dasyptocta azarae) e
capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), porém todas podem ocorrer na região segundo os
dados secundários.
Com o levantamento de dados secundários a partir das listas de mamíferos constantes nos
Planos de Manejo de três Unidades de Conservação localizadas no Vale do Itajaí - Parque
Nacional da Serra do Itajaí (BRASIL 2009), Reserva Biológica Estadual do Sassafrás (FATMA,
2010) e Floresta Nacional de Ibirama (BRASIL 2008) – foi possível constatar a ocorrência de
29 espécies de mamíferos de médio e grande porte e 29 espécies de morcegos (Tabela 9).
Portanto, este diagnóstico preliminar mostrou que 36% das espécies já registradas no Vale
do Itajaí são encontradas no Parque, o que evidencia a importância desta UC na proteção de
uma parcela significativa da riqueza de mamíferos e demonstra a possibilidade de ainda
haver um incremento de espécies com a continuidade dos levantamentos.
Pelas espécies ameaçadas e riqueza que abriga, o Parque Morro Azul representa um
importante núcleo para a manutenção da diversidade de mamíferos da região, porém diante
dos requerimentos ecológicos das espécies e da perspectiva de crescente destruição e
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fragmentação de ambientes naturais é imperativo que seja mantida e/ou estabelecida a
conectividade do Parque com outros fragmentos florestais para garantir a viabilidade
populacional e a perpetuidade das mesmas.
200
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Artibeus lituratus (Olfers,
1818) Morcego B
Artibeus jamaicensis Leach,
1821 Morcego B
Artibeus obscurus (Schinz,
1821) Morcego B
Sturnira tildae de la Torre,
VU (SC)
1959 Morcego B
Sturnira lilium (E. Geoffroy,
1810) Morcego B, C
Platyrrhinus lineatus (E.
Geoffroy, 1810) Morcego B
Pygoderma bilabiatum
(Wagner, 1843) Morcego B
Vampyressa pussilla
(Wagner, 1843) Morcego B
Molossus molossus (Pallas,
1766) Morcego B
Molossus temminckii
VU (SC)
(Burmeister, 1854) Morcego B
Promops nasatus (Spix, 1823) Morcego B
Tadarida brasiliensis
(Geoffroy, 1824) Morcego B
Eptesicus brasiliensis
(Desmarest, 1819) Morcego B
Eptesicus diminutus Osgood,
1915 Morcego B
Lasiurus cinereus (Palisot de
Beauvois, 1796) Morcego B
Lasiurus ega (Gervais, 1856) Morcego B
Histiotus velatus (I. Geoffroy, B
1824) Morcego
Myotis nigricans (Schinz,
1821) Morcego B, C
Myotis ruber (Geoffroy,
1806) Morcego B, C
Carnivora Leopardus wiedii (Schinz, Gato-maracajá VU (BR)
B, E, AF
1821)
Leopardus guttulus Gato-do-mato- VU (BR)
B
(Schreber, 1775) pequeno
Leopardus pardalis Jaguatirica EN (SC)
(Linnaeus, 1758) B, AF
Puma concolor (Linnaeus, Puma VU (BR,
1771) SC) B
Puma yagouaroundi (É. Gato mourisco VU (BR) B, E
201
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Geoffroy Saint-Hilare, 1803)
Procyon cancrivorus (G. Mão-pelada
[Baron] Cuvier, 1798) B, AF
Lontra longicaudis (Olfers,
Lontra B, E
1818)
Eira barbara (Linnaeus, 1758) Irara B, AF
Cerdocyon thous (Linnaeus, Cachorro do
B, E, AF, EI
1766) mato
Nasua nasua (Linnaeus, Coati
B, E, AF
1766)
Galictis cuja (Molina, 1782) Furão B
Rodentia Dasyprocta azarae Cutia
B, E
Lichtenstein, 1823
Cuniculus paca (Linnaeus, Paca VU (SC)
B
1766)
Hydrochoerus hydrochaeris Capivara
B, E
(Linnaeus, 1766)
Guerlinguetus ingrami Serelepe
B, E, ED, AF
(Thomas, 1901 )
Myocastor coypus (Molina, Ratão-do-
B
1782) banhado
Coendou villosus (F. Cuvier, Ouriço-cacheiro B
1823)
Perissodactyla Tapirus terrestris (Linnaeus, Anta EN (SC), B
1758) VU (BR)
Artiodactyla Mazama americanca Veado-mateiro EN (SC) B
(Erxleben, 1777)
Mazama nana (Hensel, 1872) Veado-mão- VU (BR, B
curta SC)
Mazama gouazoubira Veado- B
(Fisher, 1814) catingueiro
Pecari tajacu (Linnaeus, Cateto VU (SC) B
1758)
Tayassu pecari (Link, 1795) Queixada VU (BR), B
CR (SC)
Ordem Cingulata
Das sete espécies que ocorrem na Mata Atlântica, três ocorrem no Vale do Itajaí, destas, o
tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) foi a única confirmada no Parque, seu registro foi
obtido por entrevistas, evidências indiretas e nas armadilhas fotográficas (Figura 85). É uma
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espécie insetívora/onívora que se alimenta de invertebrados terrestres, principalmente
insetos, mas também pequenos vertebrados (SILVA, 1994). Parece preferir áreas florestadas
geralmente próximas a córregos, onde cavam suas tocas, sendo que diversos indivíduos da
mesma família as utilizam (EISENBERG; REDFORD, 1989; SILVA, 1994). Ao mesmo tempo em
que é uma espécie generalista, também é considerada uma espécie cinegética, portanto
podendo sofrer um declínio populacional devido este tipo de ação. A sua carne é muito
apreciada, o que faz com que esta espécie sofra uma forte pressão de caça (SILVA, 1994),
diz-se que a carne do tatu-galinha se assemelha à da galinha, por isso o nome popular
(MAMEDE; ALHO, 2008). Embora esta espécie seja muito caçada, ainda não sofre ameaça de
extinção, provavelmente devido a sua ampla distribuição (AGUIAR, 2004 apud REIS et al.
2011).
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Figura 85: Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) registrado no Parque com armadilha
fotográfica.
Ordem Primates
O Brasil possui a fauna primatológica mais rica do mundo, abrigando 112 espécies, sendo
que 24 distribuem-se na Mata Atlântica, dentre estas três ocorrem no estado e duas foram
registradas na região de estudo, o bugio (Alouatta guariba) (Figura 86A) e o macaco-prego
(Sapajus nigritus) (Figura 86B). Os registros foram obtidos por entrevista, visualização direta
e vocalizações. O bugio é uma espécie endêmica da Mata Atlântica e ameaçada de extinção,
encontra-se na Lista dos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná e
Santa Catarina (MARGARIDO; BRAGA 2004, CONSEMA 2011) e mais recentemente na lista
nacional (MMA 2014). Este status de conservação é devido à destruição de seu hábitat,
resultado da intensiva ocupação pelo homem, desmatamento e também pela caça
indiscriminada, pois infelizmente sua carne e sua pele são apreciadas (MARGARIDO; BRAGA
2004).
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O macaco-prego (Sapajus nigritus) é considerado como um dos mais comuns no Neotrópico,
pois apresenta uma grande capacidade reprodutiva e uma notável variação de
comportamento (AURICCHIO 1995). Possui hábito frugívoro-onívoro e um comportamento
altamente oportunista, com ampla plasticidade alimentar, entre os itens estão inclusos
frutos, flores, folhas, brotos, sementes, ramos, invertebrados, vertebrados, ovos e rejeitos
humanos (REIS et. al. 2014). Ambas são espécies arborícolas que dependem de ambientes
florestais, o que demonstra que a área do Parque apresenta florestas preservadas as quais
possuem a capacidade de manter estas populações.
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Figura 86: A – Indivíduo macho de bugio (Alouatta guariba). B – Macaco-prego (Sapajus
nigritus). Ambos registrados nas áreas florestais do Parque.
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Ordem Chiroptera
Os morcegos constituem uma das ordens mais características de mamíferos, pois são os
únicos a apresentar estruturas especializadas que permitem o voo verdadeiro. O nome
Chiroptera provém do grego cheir (mão) e ptero (asa), indicando que as asas dos morcegos
são mãos altamente modificadas (REIS et al. 2013). Representam 25% dos mamíferos do
mundo, no Brasil ocorrem 174 espécies, das quais 113 na Mata Atlântica (PAGLIA et al.
2012), com 29 confirmadas para o Vale do Itajaí e 7 no Parque por meio de capturas
realizadas com redes de neblina. A importância funcional de morcegos para a dinâmica dos
ecossistemas tropicais é sugerida pela diversidade e densidade relativas de espécies, os
quais podem alimentar-se de frutas, néctar e pólen, insetos e/ou pequenos vertebrados e
sangue (MARINHO FILHO 1991).
Artibeus fimbriatus se alimenta preferencialmente de Cecropia spp., Ficus spp., Piper spp. e
Solanum spp, mas consome também frutos de Cucurbitacea e pode complementar sua dieta
com insetos, pólen e néctar (REIS et al. 2014).
Carollia perspicillata possui preferência por frutos do gênero Piper, que são facilmente
encontrados em bordas, clareiras e trilhas dentro de florestas (REIS et al. 2014), porém pode
alimentar-se de uma grande variedade de espécies vegetais e na ausência destes recursos
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alimenta-se de insetos e néctar (CHARLES-DOMINIQUE 1986). Uma das principais
dispersoras de piperáceas, já que indivíduos voam para áreas de alimentação de duas a seis
vezes por noite, se deslocando em média, 4,7 km (REIS et al. 2014), alguns indivíduos
capturados no Parque apresentaram sementes de Piper spp nas fezes.
Estas espécies e outras frugívoras defecam em vôo, espalhando as sementes dos frutos
comidos (UIEDA; VASCONCELLOS NETO 1985). A importância dos morcegos na dispersão de
sementes é tão grande que eles podem influenciar a estrutura da vegetação através das
espécies de frutos que consomem (FLEMING; HEITHAUS 1981, KALKO 1997), contribuindo
significativamente para o aumento da diversidade em áreas alteradas (GARCIA et al. 2001).
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Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção como ameaçada na categoria vulnerável (MMA
2003), porém foi excluída na nova lista (MMA 2014).
Figura 87: Espécies de morcegos registradas no Parque Morro Azul. A- Sturnira lilium, B-
Artibeus fimbriatus, C- Carollia perspicillata, D- Anoura caudifer, E- Diphylla ecaudata, F-
Myotis nigricans, G- Myotis ruber.
Ordem Carnivora
Os integrantes dessa ordem possuem características adaptadas para predação como crânio,
músculos e dentes fortes para manipular e matar suas presas. Há grande variedade de
tamanho, hábitos e dietas entre os carnívoros, no Brasil há 33 espécies, sendo que 22
ocorrem na Mata Atlântica (REIS et al 2014), 16 no estado (CHEREM et al 2004) e 11 no Vale
do Itajaí, das quais 8 foram registradas no Parque por meio de entrevistas, evidências diretas
e indiretas e armadilhas fotográficas.
Um felino de pequeno porte foi registrado pelas armadilhas fotográficas, o Leopardus wiedii
(gato-maracajá) (Figura 88A). Possui hábitos noturnos, permanecendo escondida durante o
dia, ocupando galhos e troncos de árvores, grutas e tocas construídas por outros animais
(REIS 2014). Está inserida nas listas de espécies ameaçadas de extinção do Brasil e dos
Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná
(MARGARIDO; BRAGA 2004, MMA 2014).
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Outra espécie de felino, porém de porte maior, que também foi registrada no Parque por
armadilha fotográfica é a jaguatirica (Leopardus pardalis) (Figura 88B). É encontrada em uma
ampla variedade de hábitats, principalmente em matas densas, mas desloca-se também por
vegetação aberta (MAMEDE; ALHO 2008, REIS et al. 2014). É uma espécie ameaçada de
extinção, considerada vulnerável no estado do Paraná e criticamente em perigo de extinção
para outros estados brasileiros, inclusive Santa Catarina, além de constar na Lista Brasileira
de Fauna Ameaçada de Extinção (MARGARIDO; BRAGA 2004, CONSEMA 2011, MMA 2014). A
caça para o comércio de peles e a destruição das florestas são as principais causas de
ameaça. Além disso, o pequeno conhecimento sobre a biologia desta espécie, limita a
possibilidade de atuação em estratégias de conservação (MARGARIDO; BRAGA 2004).
O gato-mourisco (Puma yagouaroundi) foi registrado por meio de entrevista realizada com o
funcionário do Parque que citou ter visto um indivíduo em dois momentos distintos na
estrada principal da UC e descreveu com detalhes a espécie. O gato-mourisco é uma espécie
de porte médio-pequeno que ocupa áreas próximas a corpos d’água, mais frequente em
vegetação secundária, mas também é encontrada em locais antropomorfizados (MAMEDE;
ALHO 2008; REIS et al. 2014). Na nova revisão da lista brasileira da fauna ameaçada, o gato-
mourisco foi considerado ameaçado na categoria vulnerável (MMA 2014). No que se refere
às medidas de conservação aplicáveis a esta espécie, é importante destacar a utilização dos
felinos como “espécies bandeira” em atividades de Educação Ambiental, principalmente no
meio rural, com as crianças e trabalhadores rurais como público-alvo. Outra recomendação é
a manutenção ou restauração da conectividade em ambientes com características originais
(nativos), ações para a conservação em áreas privadas e ampliação das unidades de
conservação (ALMEIDA et al. 2013).
As espécies de felinos registradas no Parque possuem áreas de vida que variam de 0,76 km 2
a 100 km2 e podem realizar grandes deslocamentos (OLIVEIRA; CASSARO 2005). Desta
forma, o Parque, numa escala de paisagem, pode estar atuando como um “trampolim
ecológico”, que são pequenas áreas de habitat dispersas pela matriz que podem conectar
fragmentos isolados, facilitando, para algumas espécies os fluxos entre manchas, auxiliando,
por exemplo, o aumento na variabilidade genética e a busca por recursos alimentares
(METZGER 2003).
210
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Dentre os outros carnívoros registrados no Parque estão as espécies pertencentes as
famílias Procyonidae (mão-pelada - Procyon cancrivorus e quati – Nasua nasua (Figura 88C e
88D) e Mustelidae (lontra – Lontra longicaudis e irara – Eira barbara (Figura 88E). O mão-
pelada, conhecido também como guaxinim é uma espécie noturna, solitária, cujo hábitat
está restrito às proximidades de cursos d’água, é um frugívoro/onívoro oportunista, as
mãos são desprovidas de pelos o que originou seu nome popular (SILVA 1994). O quati
também é um frugívoro/onívoro e é uma espécie associada a florestas, de hábito terrestre e
escansorial e atividade diurna, vive em grupos de até 40 indivíduos e apesar de ser
considerada uma espécie de ampla distribuição e relativamente comum no Brasil, está
ameaçada de extinção no estado do Rio Grande do Sul (REIS et al. 2005). As iraras são muito
ágeis, podendo escalar, correr e nadar muito bem, sendo considerados animais
escansoriais, a dieta é constituída de animais, frutos, cana-de-açúcar e mel, a principal
causa de ameaça é a perda de habitat e atropelamento, entretanto, pode também sofrer
pressão de caça devido a problemas como: predação de galinhas e ataque a caixas de
abelhas cultivadas por apicultores (REIS et al. 2005). A lontra é um mustelídeo aquático de
hábitos piscívoros e de ampla distribuição, que ocupa rios e córregos do continente,
embora possa utilizar ambientes marinhos e de água salobra (BLACHER apud KASPER et al.
2004), por sua especificidade de hábitat encontra-se nas Listas das Espécies Ameaçadas de
Extinção da Fauna dos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná
(MARGARIDO; BRAGA 2004).
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Figura 88: Espécies de mamíferos carnívoros registradas com o uso de armadilhas
fotográficas. A - Gato-maracajá (Leopardus wiediiI), B - Jaguatirica (L. pardalis), C - Mão-
pelada (Procyon cancrivorous), D - Quatis (Nasua nasua), E - Irara (Eira barbara), F - Graxains
(Cerdocyon thous).
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Ordem Rodentia
Na Mata Atlântica ocorrem 11 espécies de roedores de médio e grande porte (REIS et al.
2014), das quais 6 ocorrem no Vale do Itajaí e 3 foram registradas na área do Parque por
entrevistas, evidências diretas e armadilhas fotográficas, sendo elas: capivara (Hydrochoerus
hydrochaeris), cutia (Dasyprocta azarae) e serelepe (Guerlinguetus ingrami). A capivara
(Hydrochoerus hydrochaeris) é o maior roedor vivente no mundo, é uma espécie de hábitos
semi-aquáticos, diurnos ou crepusculares e exclusivamente herbívoros, vivendo em grupos
familiares ou em grupos de vários tamanhos (EISENBERG; REDFORD 1999), encontrada
próximo da água, em florestas ao longo de rios e em lagoas (EISENBERG; REDFORD 1999). A
cutia (Dasyprocta azarae) é uma espécie dependente de habitats florestais e está
relacionada diretamente com a dispersão e predação de sementes de várias espécies
nativas, parece ser sensível ao desmatamento (REIS et. al. 2014), alguns moradores do
entorno do Parque citaram nas entrevistas que esta espécie está se tornando rara na região.
O esquilo (Guerlinguetus ingrami), conhecido também como serelepe, é uma espécie que
apresenta hábito arborícola, mas deslocam-se ocasionalmente pelo chão, aos saltos. Possui
hábito diurno e arborícola, preferindo estratos baixos e intermediários de Floresta
Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado ou Caatinga (REIS et al. 2011). Os esquilos possuem um
importante papel na dispersão e predação de sementes em regiões tropicais (STONER et al.
2007 apud REIS et al. 2011). Durante várias campanhas de campo no Parque foi possível
observar a espécie se alimentando, dentre as espécies consumidas foi possível confirmar:
Syagrus romanzoffiana (jerivá, coqueiro) e Euterpe edulis (palmiteiro, juçara) (Figura 89).
Portanto, também pode ter uma importante função na recuperação de ambientes
degradados e fragmentados (RIBEIRO et al. 2009).
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Figura 89: Indivíduo de esquilo ou serelepe (Guerlinguetus ingrami) registrado se
alimentando de frutos de juçara (Euterpe edulis).
As duas ordens foram levantadas somente por meio de dados secundários e foram
confirmadas para o Vale do Itajaí. A ordem Perissodactyla é representada no Brasil por uma
única família, a Tapiridae, com uma espécie a anta (Tapirus terrestres). A anta é considerada
extinta no Parque Nacional da Serra do Itajaí (BRASIL 2009) e os únicos registros conhecidos
para o Estado de SC são da REBIO Sassafrás e apenas em outra UC estadual, de proteção
integral, de tamanho significativamente maior que a REBIO e ainda com grandes
remanescentes florestais, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (FATMA 2010).
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americana), veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), veado-poca (Mazama nana), cateto
(Pecari tajacu) e queixada (Tayassu pecari). Todas as espécies encontram-se ameaçadas de
extinção, seja na lista estadual ou nacional (CONSEMA 2011, MMA 2014). Os artiodáctilos
são muito cobiçados pelo homem para fins de caça (SILVA 1994) e conforme as entrevistas
realizadas com moradores do entorno do Parque os veados e porcos-do-mato foram citados
como espécies raras e alguns afirmaram que a atividade de caça ocorreu no passado na
região e que ainda ocorre atualmente, o que pode ter impactado negativamente a ponto de
reduzir as populações ou até causar extinção local. As medidas propostas para a conservação
destas espécies são a fiscalização da caça, o monitoramento em ambientes naturais, a
proteção de hábitats e o desenvolvimento de pesquisas em taxonomia, distribuição, biologia
e ecologia (MARGARIDO; BRAGA 2004).
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Pressões e ameaças
Espécies exóticas
São conhecidos casos de transmissão de brucelose e febre aftosa dos bovinos para os
cervídeos; de cinomose e raiva de cachorros domésticos, que também podem atuar como
reservatório para leishmaniose, para as espécies de canídeos nativas. Sem um controle
efetivo das condições de saúde destas espécies, estas doenças podem ter um efeito
bastante deletério na comunidade de mamíferos silvestres a longo prazo.
A introdução de espécies exóticas é uma séria ameaça a vida silvestre no mundo inteiro e
tem levado várias espécies nativas a extinção (PRIMACK 1998). O cão doméstico interage
com espécies nativas por meio de predação, competição por recursos limitados e introdução
de doenças (como cinomose, parvovirose e raiva), ocasionando sérios danos a fauna
silvestre (PRIMACK, 1998).
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Figura 90: Indivíduo de sagui (Callitrix sp.) observado na área de visitação do Parque.
Caça
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dispersão e predação de sementes, herbivoria e predação. A caça por ser seletiva acaba
modificando a composição da comunidade animal (CULLEN JR. et al. 2000). Na perspectiva
conservacionista, a caça vem sendo apontada como importante fator de pressão para a
extinção de um conjunto de espécies (MITTERMEIER; BAAL 1988). No Parque, foram
registradas espécies cinegéticas, como o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) e a capivara
(Hydrochoerus hydrochaeris) e algumas foram citadas como raras para a região como a cutia
(Dasyprocta azarae), os veados (Mazama sp.) e o cateto (Pecari tayassu).
As florestas primárias da região do Vale do Itajaí foram objeto de exploração intensa por
várias décadas, deixando como resultado a diminuição da cobertura florestal e a
fragmentação da mesma em remanescentes que hoje se apresentam em diferentes
estádios sucessionais (VIBRANS 2003). Um dos principais problemas para a mastofauna é a
fragmentação de ambientes e o isolamento que o Parque poderá ser submetido por conta
do uso da terra em seu entorno, tais como agricultura e a urbanização. A perda e a
fragmentação de habitats trazem consequências sobre a biodiversidade, tornando a
dinâmica das comunidades diferente daquela prevista para sistemas naturais contínuos
(METZGER 2003). A perturbação gerada pela fragmentação pode modificar a comunidade
original de várias formas, usualmente com efeitos sobre a riqueza e a composição de
espécies (SCHOEREDER et. al. 2003).
Foi relatado por moradores do entorno alguns conflitos com mamíferos como o ataque de
graxains a plantações de cana-de-açúcar e de macacos nas hortas. Diversos fatores têm
causado uma crescente aproximação de animais silvestres nas propriedades, desde a
expansão agrícola e urbana, a formação de pastagens e o desmatamento, pois reduzem os
ambientes naturais (PITMAN et al. 2006). Muitas vezes esses animais são mortos de maneira
preventiva, apenas pela possibilidade de que estes possam causar problemas as criações e
plantações. Segundo Marchini (2011), algumas tentativas de eliminar esses animais podem
apenas deixá-los feridos, os quais geralmente tornam-se mais agressivos e algumas vezes
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incapacitados de buscar alimento normalmente, levando-as a conseguir presas mais fáceis,
como animais domésticos.
Muitas práticas de manejo têm sido utilizadas para reduzir conflitos, algumas podem ser
eficientes na prevenção de danos causados por predadores. A relação custo-benefício
precisa ser avaliada para cada prática, e a sua eficiência irá depender de cada situação
(PITMAN et al. 2006).
Atropelamento de Animais
Pesquisas prioritárias
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Indicações de manejo
Com base nos dados levantados recomenda-se as principais ações a serem desenvolvidas
para garantir a conservação da mastofauna do Parque:
· Realizar Programas de Educação Ambiental nas escolas e comunidades vizinhas que tratem
da compreensão de conceitos referentes à valorização da mastofauna local;
· Utilizar sinalização para avisar sobre a ocorrência de fauna e para definir a velocidade
máxima permitida na estrada principal do Parque para evitar os atropelamentos.
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3.3.2.2. Avifauna
c) Índice de Equidistribuição (E): demonstra o quanto de riqueza uma área pode conter. E =
H’/ Hmax Onde: H’ = Índice de Diversidade de Shannon-Weaver Hmax é a diversidade
máxima da área. Sendo: Hmax o log(s) Onde: s é o número de espécies do fragmento.
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Além destes parâmetros de avaliação do papel do Parque na conservação de aves, uma
análise com base no número de espécies endêmicas, migratórias e com algum grau de
ameaça (vulnerável, ameaçada, quase ameaçada) foi realizada.
Para este diagnóstico foi possível realizar 107 horas de observação em campo sendo possível
registrar um total de 181 espécies de aves para a área do PNMFG (Morro Azul) (Tabela 11).
O primeiro esforço para se conhecer a composição da comunidade de aves foi realizado por
Borchardt-Junior e Zimmermann (2000) que registraram 113 espécies de aves em 17 horas
de observação. Desta forma, 69 novas espécies de aves foram acrescentadas a lista de aves
do Morro Azul.
A curva do coletor ou do esforço amostral (Figura 91) indica que novas espécies de aves
ainda podem ser registradas. Considerando apenas a área do Parque, o número de espécies
relativamente elevado. Em um estudo de aves de fragmentos florestais na cidade de
Blumenau, Cruz e Zimmermann (2011) registraram a riqueza de oito fragmentos florestais
urbanos, cujas áreas variaram de 1 a 100 ha, o número de espécies oscilou entre 73 e 145
espécies, com as menores riquezas específicas registradas nos fragmentos mais isolados e
menores. Em outro estudo em uma área com aproximadamente 300 ha. Guztzazky et al.
(2014) registraram 156 espécies de aves em 44 horas de observação.
Este considerável número de espécies de aves pode ser explicado em parte pelo fato do
Morro Azul possuir certo grau de comunicação com outras áreas ou fragmentos florestais, o
que de fato amplia a sua área territorial, dentro do conceito de corredores ecológicos. Bem
como, pelo mosaico de cobertura florestal do Parque, especialmente na superior, cuja
cobertura está associada a espécies de aves típicas de áreas elevadas como a Saira-lagarta -
Tangara desmaresti (Vieillot, 1819).
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Este resultado reforça o conceito de que Unidades de Conservação maiores são importantes
para a preservação de espécies de aves, bem como, apontam que possibilidade de uma
maior conectividade entre áreas, pode gerar um efetivo ganho em conservação.
Figura 91: Número acumulado de aves procurando descrever o esforço amostral no PNMFG
(Morro Azul) Santa Catarina, 2016.
Fonte: Os autores.
A distribuição da frequência de ocorrência das espécies pode ser observada na figura 92. A
espécie com frequência de ocorrência acima 60% pode ser considerada residentes na área
de estudo. Aquelas com frequência acima de 15% podem ser classificadas como
provavelmente residente. As espécies ocasionais seriam aquelas com frequência inferior a
15% (ANJOS; LAROCA 1989; ZIMMERMANN; BRANCO 2009).
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Figura 92: Distribuição da frequência de ocorrência das espécies de aves no PNMFG (Morro
Azul) Santa Catarina, 2016.
Fonte: Os autores.
Muitas espécies com baixa frequência podem ser aquelas com baixo grau de atividade e ou
restritas a ambientes mais florestais do Parque como, Biatas nigropectus (Lafresnaye, 1850),
mas, que são espécies residentes na área do Parque.
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Figura 93: Valores de diversidade e de Equidade na comunidade de aves do PNMFG (Morro
Azul) Santa Catarina, 2016.
Fonte: Os autores.
Desta forma, o Parque pode proteger espécies de interesse conservacionista, como aquelas
incluídas na lista de espécies em extinção de Santa Catarina na categoria Ameaçada como:
Spizaetus melanoleucus, Sporophila frontalis (Verreaux, 1869) e Amazona vinacea. Como
vulnerável temos Biatas nigropectus (Lafresnaye, 1850) (Figura 98) espécies esta que é
dependente de florestas com a presença do taquaruçu do gênero Gladua spp.
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Eleoscytalopus indigoticus (Wied, 1831) e Procnias nudicollis (Vieillot, 1817), são
considerados quase ameaçados em nível nacional. A espécie mais ameaçada registrada foi
Primolius maracana (Vieillot, 1816) - maracanã-verdadeira, que é considerada Criticamente
Ameaçada em Santa Catarina (Figura 94).
Devido ao gradiente altitudinal com áreas localizadas até acima de 500 m a.n.m, foi possível
registrar a presença de espécies características de áreas de altitude. Assim temos Heliodoxa
rubricauda (Boddaert, 1783) (Figura 99), Carpornis cucullata (Swainson, 1821) (Figura 96),
Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823) (Figura 97), Tangara desmaresti (Vieillot,
1819) Drymophila malura (Temminck, 1825).
Fonte: Os autores.
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Outro aspecto importante foi o registro de 15 espécies de aves que apresentam o
comportamento migratório, fazendo parte da comunidade de aves em apenas uma parte do
ano, geralmente entre agosto e março. Nesta condição temos espécies da família Tyranninae
como Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819) (Figura 100), Empidonomus varius (Vieillot,
1818) e Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) (Tabela 11).
Espécies bioindicadoras
Outras espécies de aves mais exigentes em termos de ambiente também foram observadas,
como por exemplo, Chiroxiphia caudata (Tangará); Pyriglena leucoptera (Papa-taoca) e
Ramphodon naevius (Beija-flor-grande-da-mata) indicando a possibilidade de registro de
outras espécies que necessitem de florestas mais conservadas e reforçando a estratégia de
fortalecer a conectividade da comunicação entre os diversos fragmentos e de florestas
ciliares via corredores ecológicos.
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Tabela 10: Espécies de aves registradas no Parque Municipal PNMFG (MORRO AZUL), que se
enquadram em alguma categoria de ameaça para o Brasil (IUCN) e para Santa Catarina. LC –
pouco preocupante; NT – quase ameaçada, VU – vulnerável, EN - ameaçada, CR –
criticamente ameaçada. Bem como, o Endemismo (1). 2016.
IUCN -
Nome do Taxon END SC Nome comum
Ortalis guttata (Spix, 1825) 1 LC - LC aracuã
Odontophorus capueira (Spix, 1825) 1 LC - LC uru
Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) - LC - VU gavião-pega-macaco
Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) - LC - EN gavião-pato
Aramides saracura (Spix, 1825) 1 LC - LC saracura-do-mato
Primolius maracana (Vieillot, 1816) - NT- CR maracanã-verdadeira
Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) 1 LC - LC tiriba-de-testa-vermelha
Brotogeris tirica (Gmelin, 1788) 1 LC - LC periquito-rico
Pionopsitta pileata (Scopoli, 1769) 1 LC - LC cuiú-cuiú
Glaucidium minutissimum (Wied, 1830) 1 LC - LC caburé-miudinho
Phaethornis squalidus (Temminck, 1822) 1 LC - LC rabo-branco-pequeno
Phaethornis eurynome (Lesson, 1832) 1 LC - LC rabo-branco-garganta-rajada
Aphantochroa cirrochloris (Vieillot, 1818) 1 LC - LC beija-flor-cinza
Florisuga fusca (Vieillot, 1817) 1 LC - LC beija-flor-preto
Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) 1 LC - LC beija-flor-de-fronte-violeta
Heliodoxa rubricauda (Boddaert, 1783) 1 LC - LC beija-flor-rubi
Trogon surrucura (Vieillot, 1817) 1 LC - LC surucuá-variado
Ramphastos dicolorus (Linnaeus, 1766) 1 LC - LC tucano-de-bico-verde
Picumnus temminckii (Lafresnaye, 1845) 1 LC - LC pica-pau-anão-de-coleira
Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818) 1 LC - LC benedito-de-testa-amarela
Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) 1 LC - LC picapauzinho-verde-carijó
Piculus flavigula (Boddaert, 1783) - LC - VU pica-pau-bufador
Piculus aurulentus (Temminck, 1821) 1 NT - LC pica-pau-dourado
Myrmoderus squamosus (Pelzeln, 1868) 1 LC - LC papa-formiga-de-grota
Rhopias gularis (Spix, 1825) 1 LC - LC choquinha-garganta-pintada
Dysithamnus stictothorax (Temminck, 1823) 1 NT - LC choquinha-de-peito-pintado
Hypoedaleus guttatus (Vieillot, 1816) 1 LC - LC chocão-carijó
Mackenziaena leachii (Such, 1825) 1 LC - LC borralhara-assobiadora
Biatas nigropectus (Lafresnaye, 1850) 1 VU -VU papo-branco
Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) 1 LC - LC papa-taoca-do-sul
Drymophila malura (Temminck, 1825) 1 LC - LC choquinha-carijó
Conopophaga lineata (Wied, 1831) 1 LC - LC chupa-dente
Conopophaga melanops (Vieillot, 1818) 1 LC - LC cuspidor-de-máscara-preta
Eleoscytalopus indigoticus (Wied, 1831) 1 NT - LC macuquinho
Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) 1 LC - LC vira-folha
Dendrocincla turdina (Lichtenstein, 1820) 1 LC - LC arapaçu-liso
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Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) 1 LC - LC arapaçu-rajado
Automolus leucophthalmus (Wied, 1821) 1 LC - LC barranqueiro-de-olho-branco
Anabacerthia lichtensteini (Cabanis & Heine, 1
1859) LC - LC limpa-folha-ocráceo
Philydor atricapillus (Wied, 1821) 1 LC - LC limpa-folha-coroado
Heliobletus contaminatus (Berlepsch, 1885) 1 LC - LC trepadorzinho
Anabacerthia amaurotis (Temminck, 1823) 1 NT - LC limpa-folha-miúdo
Cichlocolaptes leucophrus (Jardine & Selby, 1
1830) LC - LC trepador-sobrancelha
Synallaxis ruficapilla (Vieillot, 1819) 1 LC - LC pichororé
Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) 1 LC - LC tangará
Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) 1 LC - LC flautim
Procnias nudicollis (Vieillot, 1817) 1 VU - LC araponga
Carpornis cucullata (Swainson, 1821) 1 NT - LC corocochó
Mionectes rufiventris (Cabanis, 1846) 1 LC - LC abre-asa-de-cabeça-cinza
Phylloscartes oustaleti (Sclater, 1887) 1 NT - LC papa-moscas-de-olheiras
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) 1 NT - LC bico-chato-de-orelha-preta
Todirostrum poliocephalum (Wied, 1831) 1 LC - LC teque-teque
Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) 1 LC - LC miudinho
Phyllomyias griseocapilla (Sclater, 1862) 1 NT - LC piolhinho-serrano
Attila rufus (Vieillot, 1819) 1 LC - LC capitão-de-saíra
Muscipipra vetula (Lichtenstein, 1823) 1 LC - LC tesoura-cinzenta
Orchesticus abeillei (Lesson, 1839) 1 NT - LC sanhaçu-pardo
Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) 1 LC - LC tiê-preto
Tangara seledon (Statius Muller, 1776) 1 LC - LC saíra-sete-cores
Tangara cyanocephala (Statius Muller, 1
1776) LC - LC saíra-militar
Tangara desmaresti (Vieillot, 1819) 1 LC - LC saíra-lagarta
Tangara cyanoptera (Vieillot, 1817) 1 NT - LC sanhaçu-de-encontro-azul
Tangara ornata (Sparrman, 1789) 1 sanhaçu-de-encontro-
LC - LC amarelo
Haplospiza unicolor (Cabanis, 1851) 1 LC - LC cigarra-bambu
Sporophila frontalis (Verreaux, 1869) 1 VU - U pixoxó
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) 1 LC - LC pula-pula
Euphonia pectoralis (Latham, 1801) 1 LC - LC ferro-velho
Euphonia chalybea (Mikan, 1825) - NT - LC cais-cais
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Figura 95: Piculus flavigula (Boddaert, 1783), espécies de interesse conservacionista,
considerada Vulnerável para Santa Catarina, observada nos levantamentos de campo.
Figura 96: Carpornis cucullata (Swainson, 1821), corocochó, espécie de aves registradas em
áreas de altitude observada nos levantamentos de campo.
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Figura 97: Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823), sanhaçu-frade, espécie de ave
registrada em áreas de altitude observada nos levantamentos de campo.
Figura 98: Biatas nigropectus (Lafresnaye, 1850). Espécie de ave considerada Vulnerável para
o Brasil e Santa Catarina, registrada em campo:
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Figura 99: Heliodoxa rubricauda (Boddaert, 1783) espécie de ave registrada em áreas de
altitude observada nos levantamentos de campo.
Figura 100: Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819) espécie de ave migratória registrada
observada nos levantamentos de campo.
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1901) amarela
Strix virgata (Cassin, 1849) - LC - LC Coruja-do-mato
Glaucidium minutissimum (Wied, 1830) 1 LC - LC Caburé-miudinho
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) - LC - LC Tuju
Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 Andorinhão-de-sobre-
- LC - LC cinzento
Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 - M LC - LC Andorinhão-do-temporal
Phaethornis squalidus (Temminck, 1822) 1 LC - LC Rabo-branco-pequeno
Phaethornis eurynome (Lesson, 1832) 1 Rabo-branco-garganta-
LC - LC rajada
Aphantochroa cirrochloris (Vieillot, 1818) 1 LC - LC Beija-flor-cinza
Florisuga fusca (Vieillot, 1817) 1 LC - LC Beija-flor-preto
Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) - LC - LC Beija-flor-de-veste-preta
Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) 1 LC - LC Beija-flor-de-fronte-violeta
Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818) - LC - LC Beija-flor-de-papo-branco
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) - LC - LC Beija-flor-de-banda-branca
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) - Beija-flor-de-garganta-
LC - LC verde
Heliodoxa rubricauda (Boddaert, 1783) 1 LC - LC Beija-flor-rubi
Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) - LC - LC Estrelinha-ametista
Trogon surrucura Vieillot, 1817 1 LC - LC Surucuá-variado
Trogon rufus Gmelin, 1788 - Surucuá-de-barriga-
LC - LC amarela
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) - LC - LC Martim-pescador-grande
Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766 1 LC - LC Tucano-de-bico-verde
Picumnus temminckii Lafresnaye, 1845 1 LC - LC Pica-pau-anão-de-coleira
Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818) 1 LC - LC Benedito-de-testa-amarela
Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) 1 LC - LC Picapauzinho-verde-carijó
Piculus flavigula (Boddaert, 1783) - LC - VU Pica-pau-bufador
Piculus aurulentus (Temminck, 1821) 1 NT - LC Pica-pau-dourado
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) - LC - LC Pica-pau-de-banda-branca
Myrmoderus squamosus Pelzeln, 1868 1 LC - LC Papa-formiga-de-grota
Rhopias gularis (Spix, 1825) 1 Choquinha-garganta-
LC - LC pintada
Dysithamnus stictothorax (Temminck, 1823) 1 Choquinha-de-peito-
NT - LC pintado
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) - LC - LC Choquinha-lisa
Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 - LC - LC Choca-da-mata
Hypoedaleus guttatus (Vieillot, 1816) 1 LC - LC Chocão-carijó
Batara cinerea (Vieillot, 1819) - LC - LC Matracão
Mackenziaena leachii (Such, 1825) 1 LC - LC Borralhara-assobiadora
Biatas nigropectus (Lafresnaye, 1850) 1 VU - VU Papo-branco
Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) 1 LC - LC Papa-taoca-do-sul
Drymophila rubricollis (Bertoni, 1901) - LC - LC Trovoada-de-bertoni
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Drymophila malura (Temminck, 1825) 1 LC - LC Choquinha-carijó
Conopophaga lineata (Wied, 1831) 1 LC - LC Chupa-dente
Conopophaga melanops (Vieillot, 1818) 1 Cuspidor-de-máscara-
LC - LC preta
Eleoscytalopus indigoticus (Wied, 1831) 1 NT - LC Macuquinho
Chamaeza campanisona (Lichtenstein, 1823) - LC - LC Tovaca-campainha
Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) 1 LC - LC Vira-folha
Dendrocincla turdina (Lichtenstein, 1820) 1 LC - LC Arapaçu-liso
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) - LC - LC Arapaçu-verde
Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) 1 LC - LC Arapaçu-rajado
Dendrocolaptes platyrostris (Spix, 1825) - LC - LC Arapaçu-grande
Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818) - Arapaçu-de-garganta-
LC - LC branca
Xenops rutilans (Temminck, 1821) - LC - LC Bico-virado-carijó
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) - LC - LC João-de-barro
Automolus leucophthalmus (Wied, 1821) 1 Barranqueiro-de-olho-
LC - LC branco
Anabacerthia lichtensteini (Cabanis & Heine, 1
1859) LC - LC Limpa-folha-ocráceo
Philydor atricapillus (Wied, 1821) 1 LC - LC Limpa-folha-coroado
Philydor rufum (Vieillot, 1818) - LC - LC Limpa-folha-de-testa-baia
Heliobletus contaminatus (Berlepsch, 1885) 1 LC - LC Trepadorzinho
Anabacerthia amaurotis (Temminck, 1823) 1 NT - LC Limpa-folha-miúdo
Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, -
1832) LC - LC Trepador-quiete
Cichlocolaptes leucophrus (Jardine & Selby, 1
1830) LC - LC Trepador-sobrancelha
Synallaxis ruficapilla (Vieillot, 1819) 1 LC - LC Pichororé
Synallaxis spixi Sclater, 1856 - LC - LC João-teneném
Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) 1 LC - LC Tangará
Oxyruncus cristatus (Swainson, 1821) - LC - LC Araponga-do-horto
Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) 1 LC - LC Flautim
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) - Anambé-branco-de-rabo-
LC - LC preto
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, -
1827) LC - LC Caneleiro
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) - M LC - LC Caneleiro-preto
Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) - LC - LC Caneleiro-de-chapéu-preto
Procnias nudicollis (Vieillot, 1817) 1 M VU - LC Araponga
Carpornis cucullata (Swainson, 1821) 1 NT - LC Corocochó
Platyrinchus mystaceus (Vieillot, 1818) - LC - LC Patinho
Piprites chloris (Temminck, 1822) - LC - LC Papinho-amarelo
Mionectes rufiventris (Cabanis, 1846) 1 LC - LC Abre-asa-de-cabeça-cinza
Leptopogon amaurocephalus (Tschudi, 1846 - LC - LC Cabeçudo
Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) - LC - LC Borboletinha-do-mato
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Phylloscartes oustaleti (Sclater, 1887) 1 NT - LC Papa-moscas-de-olheiras
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) 1 Bico-chato-de-orelha-
NT - LC preta
Todirostrum poliocephalum (Wied, 1831) 1 LC - LC Teque-teque
Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, -
1846) LC - LC Tororó
Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) 1 LC - LC Miudinho
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) - LC - LC Risadinha
Elaenia parvirostris (Pelzeln, 1868) - M LC - LC Guaracava-de-bico-curto
Tyranniscus burmeisteri (Cabanis & Heine, -
1859) LC - LC Piolhinho-chiador
Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) - LC - LC Piolhinho
Phyllomyias griseocapilla Sclater, 1862) 1 NT - LC Piolhinho-serrano
Attila phoenicurus (Pelzeln, 1868) - LC - LC Capitão-castanho
Attila rufus (Vieillot, 1819) 1 M LC - LC Capitão-de-saíra
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) - M LC - LC Bem-te-vi-pirata
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 - LC - LC Irré
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) - M LC - LC Bem-te-vi
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, -
1776) LC - LC Bem-te-vi-rajado
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) - LC - LC Neinei
Myiozetetes similis (Spix, 1825) - M LC - LC Bentevizinho
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 - M LC - LC Suiriri
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) - LC - LC Peitica
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) - M LC - LC Filipe
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) - LC - LC Enferrujado
Contopus cinereus (Spix, 1825) - LC - LC Papa-moscas-cinzento
Muscipipra vetula (Lichtenstein, 1823) 1 LC - LC Tesoura-cinzenta
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) - M LC - LC Pitiguari
Vireo chivi (Linnaeus, 1766) - LC - LC Juruviara
Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 - LC - LC Verdinho-coroado
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) - M Andorinha-pequena-de-
LC - LC casa
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) - M LC - LC Andorinha-serradora
Progne chalybea (Gmelin, 1789) - Andorinha-doméstica-
LC - LC grande
Troglodytes musculus (Naumann, 1823) - LC - LC Corruíra
Ramphocaenus melanurus (Vieillot, 1819) - LC - LC Bico-assovelado
Turdus flavipes (Vieillot, 1818) - LC - LC Sabiá-una
Turdus leucomelas (Vieillot, 1818) - LC - LC Sabiá-branco
Turdus rufiventris (Vieillot, 1818) - LC - LC Sabiá-laranjeira
Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1850) - LC - LC Sabiá-poca
Turdus subalaris (Seebohm, 1887) 1 LC - LC Sabiá-ferreiro
Turdus albicollis (Vieillot, 1818) - LC - LC Sabiá-coleira
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Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) - LC - LC Cambacica
Saltator similis (d'Orbigny & Lafresnaye, -
1837) LC - LC Trinca-ferro-verdadeiro
Orchesticus abeillei (Lesson, 1839) 1 NT - LC Sanhaçu-pardo
Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) 1 LC - LC Tiê-preto
Lanio melanops (Vieillot, 1818) - LC - LC Tiê-de-topete
Tangara seledon (Statius Muller, 1776) 1 LC - LC Saíra-sete-cores
Tangara cyanocephala (Statius Muller, 1776) 1 LC - LC Saíra-militar
Tangara desmaresti (Vieillot, 1819) 1 LC - LC Saíra-lagarta
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) - LC - LC Sanhaçu-cinzento
Tangara cyanoptera (Vieillot, 1817) 1 NT - LC Sanhaçu-de-encontro-azul
Tangara ornata (Sparrman, 1789) 1 Sanhaçu-de-encontro-
LC - LC amarelo
Stephanophorus diadematus (Temminck, -
1823) LC - LC Sanhaçu-frade
Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) - LC - LC Saíra-viúva
Tersina viridis (Illiger, 1811) - LC - LC Saí-andorinha
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) - LC - LC Saí-azul
Hemithraupis ruficapilla (Vieillot, 1818) - LC - LC Saíra-ferrugem
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) - LC - LC Tico-tico
Haplospiza unicolor Cabanis, 1851 1 LC - LC Cigarra-bambu
Poospiza cabanisi Bonaparte, 1850 - LC - LC Tico-tico-da-taquara
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) - Canário-da-terra-
LC - LC verdadeiro
Sporophila frontalis (Verreaux, 1869) 1 VU - VU Pixoxó
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) - LC - LC Coleirinho
Tiaris fuliginosus (Wied, 1830) - LC - LC Cigarra-do-coqueiro
Habia rubica (Vieillot, 1817) - LC - LC Tiê-do-mato-grosso
Setophaga pitiayumi (Vieillot, 1817) - LC - LC Mariquita
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) - LC - LC Pia-cobra
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) 1 LC - LC Pula-pula
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) - LC - LC Vira-bosta
Sporagra magellanica (Vieillot, 1805) - LC - LC Pintassilgo
Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) - LC - LC Gaturamo-verdadeiro
Euphonia chalybea (Mikan, 1825) - NT - LC Cais-cais
Euphonia pectoralis (Latham, 1801) 1 LC - LC Ferro-velho
Estrilda astrild (Linnaeus, 1758) - LC - LC Bico-de-lacre
TOTAL ESPÉCIES 65 15 - -
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Pressões e ameaças
Espécies exóticas
A introdução de espécies exóticas é uma séria ameaça à vida silvestre e tem levado várias
espécies nativas à extinção. Durante os levantamentos de mamíferos do Parque foi
verificada a presença de animais domésticos no entorno imediato, como gatos e cães que
podem comprometer a comunidade de aves silvestres pela caça que realizam (PRIMACK
1998).
Caça
Pesquisas prioritárias
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possui uma ampla área de vida (NUNES 2003) e visita frequentemente fragmentos florestais
que podem ser utilizados para forrageamento, nidificação e/ou dormitório.
O padrão de ocorrência de Primolius maracana (Vieillot, 1816) parece estar relacionado com
a cobertura vegetal total, frequentemente utilizando frequentemente paisagens
antropizadas (NUNES 2003).
Desta forma, é fundamental a realização de estudos em longo prazo para avaliar o status
populacional desta espécie e sua relação com os demais fragmentos florestais, tanto na área
de influência direta e indireta do Parque.
Indicações de manejo
Com base nos estudos realizados sugerimos ações a serem desenvolvidas para garantir a
conservação da avifauna do Parque:
· Da mesma forma, preservar e restaurar as florestas ciliares de cursos d’água (APP), para a
manutenção de abrigos e corredores ecológicos para várias espécies, não apenas de aves. A
conectividade entre o Parque com os fragmentos florestais pode se dar através de práticas
de restauração ecológico das florestas ciliares.
240
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· Estimular a preservação das Áreas de Proteção Permanente e a constituição das Reservas
Legais nas propriedades vizinhas ao Parque, para consolidar a formação de corredores
ecológicos.
3.3.2.3. Herpetofauna
241
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sido feitos na região do Baixo Vale do Itajaí, envolvendo os municípios de Indaial e Blumenau
que serviram de subsídio para estimar a ocorrência de espécies no Morro Azul em Timbó.
Para o levantamento bibliográfico foram feitas buscas na biblioteca da FURB por Trabalhos
de Conclusão de Curso (TCCs), além de levantamentos de estudos de consultoria ambiental
EIA/RIMAs disponíveis no banco de dados da Fundação de Meio Ambiente de Santa Catarina
(FATMA). Para anfíbios destacam-se os levantamentos relacionados ao PNSI feitos por
Dallacorte (2004), que registrou 39 espécies de anfíbios anuros; Dias (2008), listando 24
espécies na região do Mono em Indaial também no PNSI; e Andrade (2009) listando 23
espécies para dois fragmentos florestais urbanos de Blumenau. As 47 espécies registradas
por estes estudos estão listadas na Tabela 12 dos resultados preliminares.
Com relação aos répteis também não há levantamentos de espécies de caráter acadêmico
específicos para o município de Timbó. O estudo mais abrangente sobre o grupo na região
foi desenvolvido por Bérnils et al. (2001), listando as espécies de Squamata (Lagartos,
Amphisbaenia e Serpentes) do Vale do Itajaí, nas suas três porções Alto, Médio e Baixo,
destas, 37 espécies foram com base em registros para o Baixo e Médio Itajaí. Até o
momento nenhuma espécie adicional tem sido apontada para a região, ou tem sido
registrada na lista de tombamentos da coleção após da data da publicação daquele estudo.
Um estudo mais pontual, sobre lagartos no PNSI, foi desenvolvido por Hasckel (2008) que
registrou nove espécies de lagartos, contudo, não foram registradas espécies adicionais para
o Vale do Itajaí em relação ao estudo de Bérnils et al. (2001). Com base no trabalho de
Bérnils et al. (2001) e na consulta a coleção de zoologia da Universidade Regional de
Blumenau (FURB) selecionando apenas as regiões do Médio e Baixo Vale do Itajaí é esperada
a ocorrência de 40 espécie de répteis, listadas na Tabela 13.
242
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Ao menos com relação aos Squamata Bérnils et al. (2001) consideram esta lista preliminar,
contudo, não houve registros de novas espécies ocorrendo no Vale do Itajaí após aquela
compilação.
Período
Locais de amostragem
Os locais amostrados foram mapeados em campo com auxílio de GPS durante excursões
diurnas e noturnas. Para uma referência mais geral e por conveniência de amostragens a
área do parque foi subdividida em três setores: o setor 1 corresponde a porção oeste do
polígono, é mais plano, com vegetação em estágios mais iniciais de regeneração além de
incluir áreas abertas, poças e represas de origem antrópica; o setor 2 corresponde a porção
central, compreende a área com floresta aparentemente em estado sucessional mais
avançado com árvores de maior porte, é o setor com maior declividade e possui poucos
corpos d´água; por fim o setor 3 corresponde a porção leste, consiste no topo do Morro
Azul, é o que está na maior cota altitudinal, com áreas abertas e menor quantidade de
corpos d´água (Figura 101). As áreas amostradas incluem ambientes lênticos e lóticos em
áreas mais abertas, bordas e interior de florestas; bem como trilhas no interior da floresta
243
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onde podem ser encontrados répteis e anfíbios associados à serapilheira ou com hábitos
fitotelmatas (Figura 101).
2
3
Fonte: Os autores.
Os pontos apresentados no mapa (Figura 101) são referências de locais investigados, mas
não representam todos os pontos de registros de espécies. No mapa são mostradas trilhas
percorridas, corpos d´água. São mostrados três setores geográficos estabelecidos como
referência para comparações da composição de espécies de anfíbios.
As gravações de vocalizações de alguns indivíduos foram feitas com gravador digital Marantz
PMD 661 e microfone Microfone condensador - Sennheiser ME66-K6. Principalmente para
algumas espécies cujos exemplares não puderam ser observados e fotografados. Com base
nessas gravações foram elaborados espectrogramas e oscilogramas com o programa Raven
1.3., de modo a representar e avaliar parâmetros físicos diagnósticos de algumas dessas
espécies.
245
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(Tabela 12). Na Tabela 12 é possível comparar os registros primários obtidos em campo com
a listagem de possíveis ocorrências para a área, considerando-se a distribuição geográfica e
os ambientes disponíveis no Morro Azul. Algumas espécies incluídas na lista de possíveis
ocorrências correspondem a descrições recentes de espécies ou revisões taxonômicas (e.g.,
Cycloramphus cedrencis Heyer 1983; Scinax imbegue e S. timbamirim Nunes et al. 2012;
Melanophryniscus milanoi Bornschein et al., 2015) e não constam das listagens mais
regionais.
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10. Cycloramphus cedrensis Heyer,1983 rã
Hemiphractidae Peters, 1862
perereca-
11. Fritziana sp. aff. F. fissilis (Miranda-Ribeiro, 1920) X
marsupial
Hylidae Rafinesque, 1815
12. Aplastodiscus cochranae (Mertens, 1952) SC-VU perereca
SC-VU
13. Aplastodiscus ehrhardti (Müller, 1924) perereca-verde X
14. Bokermannohyla hylax (Heyer, 1985) perereca X
15. Bokermannohyla circumdata (Cope, 1871) perereca
16. Dendropsophus microps (Peters, 1872) perereca
17. Dendropsophus minutus (Peters, 1872) perereca
18. Dendropsophus nahdereri (Lutz e Bokermann, 1963) perereca
19. Dendropsophus werneri (Cochran, 1952) perereca X
20. Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) perereca X
BR SC - EN
21. Hypsiboas sp. aff. H. semiguttatus (Lutz, 1925) perereca
22. Hypsiboas bischoffi (Boulenger, 1887) perereca X
23. Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) rã-martelo X
24. Hypsiboas semilineatus (Spix, 1824) perereca
perereca-das-
25. Phyllomedusa distincta Lutz, 1950
folhas
26. Scinax imbegue Nunes, Kwet, e Pombal, 2012 perereca
27. Scinax tymbamirim Nunes, Kwet, e Pombal, 2012 perereca
28. Scinax rizibilis (Bokermann, 1964) perereca X
29. Scinax berthae (Barrio, 1962) perereca
30. Scinax catharinae (Boulenger, 1888) perereca
31. Scinax fuscovarius (Lutz, 1925) perereca
32. Scinax littoralis (Pombal e Gordo, 1991) perereca
perereca-de-
33. Scinax sp. aff. S. perpusillus (Lutz e Lutz, 1939) X
bromélia
34. Scinax perereca Pombal, Haddad, and Kasahara, 1995 perereca X
35. Sphaenorhynchus caramaschii Toledo, Garcia,
perereca
Lingnau, e Haddad, 2007
36. Trachycephalus mesophaeus (Hensel, 1867) perereca X
Hylodidae Günther, 1858
37. Hylodes perplicatus (Miranda-Ribeiro, 1926) rã-do-riacho X
Leptodactylidae Werner, 1896 (1838)
rãzinha-
38. Adenomera araucaria Kwet e Angulo, 2002
piadeira
rãzinha-
39. Adenomera nana (Müller, 1922) X
piadeira
rãzinha-
40. Adenomera engelsi Kwet, Steiner e Zillikens, 2009
piadeira
41. Adenomera sp. aff. A. bokermanni (Heyer, 1973) rãzinha X
42. Leptodactylus latrans (Steffen, 1815) rã-manteiga X
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43. Leptodactylus notoaktites Heyer, 1978 rã X
44. Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 rã-cachorro
45. Physalaemus lateristriga (Steindachner, 1864) rã-das-folhas X
46. Physalaemus nanus (Boulenger, 1888) rã-do-folhiço X
rãzinha-de-
47. Scythrophrys sawayae (Cochran, 1953)
folhiço
Microhylidae Günther, 1858 (1843)
48. Chiasmocleis leucosticta (Boulenger, 1888) rã
Odontophrynidae Lynch, 1969
49. Proceratophrys boiei (Wied-Neuwied, 1824) sapo-de-chifre X
50. Proceratophrys subguttata Izecksohn, Cruz, e Peixoto,
sapo-de-chifre
1999
Ranidae Rafinesque, 1814
51. Lithobates cathesbeianus (Shaw, 1802) rã-touro X
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corresponderam a períodos chuvosos o que permitiu registros de grande número de
espécies de anfíbios em cada excursão (Tabela 13). As espécies de anfíbios também foram
registradas principalmente por meio das vocalizações, o que indica atividade reprodutiva.
Tabela 13. Anfíbios registrados em cada dia de amostragem no PNMFG – Morro Azul –
Município de Timbó, SC.
2015 2016
Espécies \ datas em campo
28/08 29/08 30/08 9/10 10/10 6/12 10/02 11/02
1. Ischnocnema aff. manezinho X X
2. Ischnocnema henselii X X X X X X X X
3. Melanophryniscus milanoi X X
4. Rhinella abei X X X X X X X
5. Rhinella ictérica X X X X
6. Haddadus binotatus X
7. Cycloramphus bolitoglossus X X X X
8. Fritziana aff. Fissilis X X X X
9. Aplastodiscus ehrhardti X X X
10. Bokermannohyla hylax X X X X X
11. Dendropsophus werneri X X
12. Hypsiboas albomarginatus X
13. Hypsiboas bischoffi X X X X X X X
14. Hypsiboas faber X X X
15. Scinax aff. perpusillus X X X
16. Scinax perereca X X X X
17. Scinax rizibilis X X X
18. Trachycephalus mesophaeus X
19. Hylodes perplicatus X X X
20. Adenomera aff. bokermanni X X X X X X X
21. Adenomera nana X X X X X X X
22. Leptodactylus latrans X
23. Leptodactylus notoaktites X
24. Physalaemus lateristriga X X X
25. Physalaemus nanus X X X X
26. Proceratophrys boiei X X X X X X X
27. Lithobates catesbeianus X X X X X X
Total de espécies registradas 13 13 6 15 13 13 14 16
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De um modo geral o número de espécies registradas esteve bem distribuído ao longo das
campanhas de amostragens (Tabela 13). Seria esperada uma menor quantidade de espécies
registradas no mês de agosto, por ser um mês com temperaturas mais baixas com menor
pluviosidade, contudo o número de espécies registradas, ao menos nos dois primeiros dias,
esteve no mesmo patamar dos registros nos meses tipicamente mais quentes e mais
chuvosos. Podendo ter contribuído para essa atipicidade a ocorrência do fenômeno OSEN
(Oscilação Sul – El Niño). Ainda assim, o conjunto de espécies registradas em agosto, diferiu
daquele registrado nos meses mais quentes (Tabela 13). Esse resultado indica a importância
de incluir excursões também em meses de outono/inverno para uma noção mais abrangente
da composição de espécies de anfíbios de uma determinada comunidade em regiões
subtropicais.
Levando-se em conta que as amostragens em campo não foram exaustivas, pois o objetivo
era fazer um diagnóstico preliminar das espécies presentes área, ainda devem ser
registradas espécies adicionais de anfíbios no Morro Azul. O estimador Jackknife de segunda
ordem indicou que com aumento de amostragens o número de espécies chegaria a 32,
enquanto o estimador Bootstrap indicou que poderiam ser registradas até 29 espécies
(Figura 102). Nesse sentido recomendam-se estudos adicionais com a comunidade de
anfíbios para, dentre outros objetivos, complementar a lista de espécies com ocorrência no
parque.
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Figura 102: Curva de acumulação de espécies para oito dias de amostragens em campo no
PNMFG – Morro Azul, Timbó, SC.
35 Jackknife 2 35 Bootstrap
Númer de espécies registradas
Fonte: Os autores.
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Tabela 14. Áreas de registros de anfíbios anuros no PNMFG, Timbó – SC. Registros em oito
dias de amostragens a campo entre 28/08/2015 a 11/02/2016.
Oeste Central Leste
Espécies / Setores / áreas
Poç Repr T Ar Ban Cor T Br Est Cor Ant
1. Ischnocnema aff. manezinho x x
2. Ischnocnema henselii x x x x
3. Melanophryniscus milanoi x
4. Rhinella abei x x x x
5. Rhinella ictérica x x x
6. Haddadus binotatus x
7.Cycloramphus bolitoglossus x
8. Fritziana aff. fissilis x x x x
9. Aplastodiscus ehrhardti x x
10. Bokermannohyla hylax x x
11. Dendropsophus werneri x
12. Hypsiboas albomarginatus x
13. Hypsiboas bischoffi x x x
14. Hypsiboas faber x
15. Scinax aff. perpusillus x
16. Scinax perereca x x x
17. Scinax rizibilis x x
18. Trachycephalus mesophaeus x x
19. Hylodes perplicatus x x x
20. Adenomera aff. bokermanni x x x
21. Adenomera nana x x x x
22. Leptodactylus latrans x x
23. Leptodactylus notoaktites x
24. Physalaemus lateristriga x x
25. Physalaemus nanus x x x
26. Proceratophrys boiei x x x x
27. Lithobates catesbeianus x x
Total de espécie por locais 13 11 10 6 2 9 4 1 6
Total de espécies por setor 23 11 8
No setor oeste a Poç = poças próximas a porteira de acesso ao Parque Municipal; Repr =
represa na beira da estrada e mata no entorno próximo a sede; T Ar = trilha das araucária e
ambientes associados, de floresta e riacho; Ban = banhado, poça, córrego intermitente e
ambientes associados, ao lado da sede; no setor central Cor = trecho de córrego; T Br = trilha
das bromélias e borda de mata ao longo da estrada para o topo; no setor leste Est =
ambientes de borda de floresta devido a estrada; Cor = nascente e trecho superior de
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córrego intermitente e ambiente florestal associado; Ant = áreas no topo, próximas as
antenas de comunicação, florestada ou áreas abertas.
Apesar destes resultados serem ainda preliminares é possível considerar que o padrão de
riqueza de espécies de anfíbios observado entre os setores, maior no setor 1 e menor no
setor 3, se mantenha mesmo com registros adicionais. O padrão de diminuição da riqueza
em relação ao aumento de altitude é esperado, tendo sido encontrado em um grande
número de estudos, embora um pico de riqueza em altitudes intermediárias também seja
encontrado (SIQUEIRA; ROCHA, 2013). Considerando a topografia do Morro Azul podem ser
associados diferentes fatores ecológicos que modificam da base (setor 1) para o topo (setor
3) e que influenciam na quantidade de espécies de anfíbios em cada faixa de altitude. Dentre
estes fatores podem ser destacados a maior área da base em relação ao top (implicando na
maior quantidade de sítios reprodutivos); temperatura mais elevada na base e mais baixa no
topo; possivelmente menos incidência de ventos na base em comparação com o topo, sendo
esse último fator estressante para os anfíbios anuros.
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Figura 103: Diagrama de Venn relacionando a composição de espécies de anfíbios
registrados de acordo com uma divisão arbitrária em três setores no PNMFG, Timbó – SC.
Círculo amarelo – setor 1, a oeste (área mais baixa em torno na sede); círculo verde – setor
2, central (área florestada de aclive acentuado); círculo azul – setor 3, a leste (área mais alta
e plana no topo do morro). Os números representam espécies exclusivas ou compartilhadas
por cada conjunto, de um total de 27 espécies de anfíbios registradas em campo.
Fonte: Os autores.
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bromélias de solo em ambientes florestados. Para proteção dessas espécies e necessário a
manutenção da qualidade de hábitats específicos, mesmo que contemplem baixa
diversidade de espécies.
É possível agrupar as espécies registradas no Morro Azul em sete grupos ecológicos com
base no porte e uso do ambiente, principalmente para reprodução. Um primeiro grupo
composto por anuros terrestres, de porte médio a grande que forrageiam na serapilheira
dispersos pela floresta, mas que formam agregados reprodutivos em poças e represas em
borda de floresta até áreas mais abertas. Compreendendo três espécies popularmente
conhecidas como sapos, mas representadas por duas famílias de anfíbios (Figura 104).
Figura 104: Anfíbios terrestres com reprodução em ambientes lenticos como poças e lagoas,
ou remansos de ribeirões encontrados no PNMFG, Timbó – SC. Família Bufonidae, sapos
Rhinella icterica macho (A) e fêmea (B); R. abei fêmea (C); família Odontophrynidae, sapo de
chifres Proceratophrys boiei, casal encontrado em amplexo (D).
A B
C D
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Estas espécies têm aspecto verrucoso e se deslocam lentamente, como mecanismos
defensivos possuem glândulas parotóides de veneno (Rinella spp) ou uma camuflagem
eficiente, com longos apêndices palpebrais que ocultam os olhos (Proceratophrys boiei), um
ponto de referência usado por predadores (Figura 104).
A B
Um terceiro grupo ecológico a destacar são anfíbios florestais, que ocorrem de maneira mais
difusa na floresta uma vez que não necessitam de corpos d’água para reprodução.
Compreende seis espécies no Morro azul, incluem os Terrarana que depositam ovos
diretamente na serapilheira úmida dos quais eclodem juvenis complemente formados, sem
faze larval (HEDGES et al. 2008) com as espécies Haddadus binotatus, Ischnocnema henselii e
Ischnocnema aff manezinho (Figura 106).
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Figura 106: Anfíbios de interior de floresta, com reprodução independente de corpos d’água,
encontrados no PNMFG, Timbó – SC. Adenomera aff bokermanni (A); rã do folhiço,
Haddadus binotatus (B); rãzinhas de folhiço, Ischnocnema sp. aff manezinho (C) e I. henselii
(D).
A B
C D
Outras espécies desse grupo incluem Adenomera nana e Adenomera aff. bokermanni (Figura
106) cujas larvas desenvolvem em ninhos de espuma em câmaras escavadas sob a
serapilheira. Ainda compõe este grupo ecológico Cycloramphus bolitoglossus cujos aspectos
reprodutivos são pouco conhecidos, mas tendo em vista o padrão de distribuição dos
machos em atividade de vocalização na floresta, distante de corpos d’água possivelmente
seus girinos não necessitam de desenvolvimento aquático.
O quarto grupo ecológico compreende três espécies fitotelmatas bromelígenas, ou seja, que
usam bromélias como sítio reprodutivo (PEIXOTO 1995). Esse grupo implica numa
interessante convergência ecológica, pois é composto por linhagens filogenéticas muito
distintas (Figura 107).
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Figura 107: Anfíbios fitotelmatas encontrados no PNMFG, Timbó – SC. Família
Hemiphractidae perereca marsupial Fritziana sp. aff. fissilis (A), com indicação das pregas
dérmicas do dorso da fêmea onde são armazenados os ovos fecundados (flecha em B);
Scinax sp. aff. perpusillus (C); Melanophryniscus milanoi adulto (D) na axila da bromélia (E)
onde deposita a desova e desenvolvem os girinos (F).
A B
C D
E F
Fazem parte do quarto grupo espécies arborícolas Fritziana sp. aff. fissilis da família
Hemiphractidae conhecidas como “perereca marsupial”, nestas espécies os ovos são
transportados no dorso em pregas dérmicas pelas fêmeas (Figura 107 A e 107B) e os girinos
depositados em bromélias onde completam o desenvolvimento. A também arborícola Scinax
sp. aff. perpusillus da família Hylidae, cujos machos vocalizavam de bromélias (Figura 107 C).
Ao contrário das anteriores Melanophryniscus milanoi da família Bufonidae, espécie
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recentemente descrita (BORNSCHEIN et al. 2015), tem baixa capacidade escansorial, mas foi
encontrada reproduzindo em bromélias de solo (Figura 107 D-F).
A B
C D
E F
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como sítio reprodutivo, pois reproduzem principalmente em ambientes lenticos, como poças
e lagoas, em áreas próximas a borda de floresta (Figura 108).
O quinto grupo ecológico é o mais numeroso em espécies, composto por sete espécies,
todas pertencentes a família Hylidae. Além das espécies da Figura 108, também fazem parte
deste grupo as espécies Hypsiboas albomarginatus e H. faber.
O sexto grupo ecológico é composto por três espécies associadas a ambientes lóticos em
ambientes florestados, tais como córregos e riachos. Duas delas arborícolas escansoriais da
família Hylidae (Figura 109), e uma mais aquática da família Hylodidae, Hylodes perplicatus.
Figura 109: Anfíbios que reproduzem riachos e córregos encontrados no PNMFG, Timbó –
SC. Aplastodiscus ehrhardti (A); Bokermannohyla hylax (B).
A B
O sétimo grupo ecológico é composto por rãs de pequeno porte do gênero Physalaemus que
reproduzem em ambientes lenticos, incluindo pequenas poças de água de chuva,
eventualmente em remansos de córregos, cuja desova é protegida por espuma branca,
produzida pelos progenitores. As duas espécies registradas no Morro azul são associadas a
ambientes florestados ou próximos a borda da floresta (Figura 110).
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Figura 110: Anfíbios de pequeno porte que reproduzem em poças em áreas florestadas
encontrados no PNMFG, Timbó – SC. Physalaemus lateristriga (A e B); Physalaemus
lateristriga (C e D).
A B
C D
Além dos sete grupos descritos até aqui ainda a espécie Leptodactylus notoaktites,
registrada próxima à porteira de entrada do Morro Azul, ocorre na margem de poças e
pequenas lagoas, onde os machos constroem galerias subterrâneas e são depositadas
desovas em espuma.
Com relação aos répteis foram registradas sete espécies para o Morro Azul, seis serpentes
de uma e lagarto (Tabela 15).
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Tabela 15. Répteis de possível ocorrência e efetivamente registrados para o município de
Timbó, SC. Os registros de possível ocorrência são com base em levantamentos em
Blumenau, SC, e registros de campo. As espécies de possível ocorrência listadas se baseiam
em Bernils et al. (2001), Hasckel (2008) e registros da Coleção de Zoologia da FURB.
Registros em
Táxon (Ordem/Família/Espécie) Nome Comum
campo
TESTUDINES Batsch, 1788
Chelidae Gray, 1825
cágado-pescoço-
Hydromedusa tectifera Cope, 1869
de-cobra
Emydidae Rafinesque, 1815
Trachemys dorbigni (Duméril e Bibron, 1835) tigre-d´água
Trachemys scripta elegans (Wied-Neuwied, tartaruga-de-
1839) orelha-vermelha
SQUAMATA Oppel, 1811
Amphisbaenidae Gray, 1825
Amphisbaena hogei Vanzolini, 1950 cobra-cega
Amphisbaena mertensii Strauch, 1881 cobra-cega
Leposternon microcephalum Wagler, 1824 cobra-cega
Leiosauridae Frost, Etheridge, Janies e Titus,
2001
Enyalius iheringii Boulenger, 1885 camaleãozinho x
Gekkonidae Gray, 1825
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, lagartixa-das-
1818) casas
Diploglossidae Cope, 1864
Ophiodes fragilis (Raddi, 1826) cobra-de-vidro
Ophiodes striatus (Spix, 1825) cobra-de-vidro
Teiidae Merrem, 1820
Salvator merianae Duméril e Bibron, 1839 teiú
Gymnophthalmidae Merrem, 1820
Colobodactylus taunayi (Amaral, 1933) lagartinho
Ecpleopus gaudichaudi Duméril e Bibron, 1839 lagartixa
Placosoma cordylinum Tschudi, 1847 lagartixa
Placosoma glabellum (Peters, 1870) lagartixa
Mabuyidae Mittleman, 1952
Aspronema dorsivittatum (Cope, 1862) lagartixa-dourada
Colubridae Oppel, 1811
Chironius bicarinatus (Wied, 1820) cobra-cipó
Chironius exoletus (Linnaeus, 1758) cobra-cipó
Chironius foveatus Bailey, 1955 cobra-cipó
Chironius laevicoliis (Wied, 1824) cobra-cipó
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Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) caninana
Dipsadidae Bonaparte, 1838
Clelia plumbea (Wied, 1820) SC EM muçurana
Dipsas albifrons (Sauvage, 1884) dormideira
corredeira-do- x
Echinanthera cyanopleura (Cope, 1885)
mato
corredeira-do-
Echinanthera undulata (Wied, 1824)
mato-ondulada
Helicops carinicaudus (Wied, 1825) cobra-d’água
Imantodes cenchoa (Linnaeus, 1758) cobrinha-cipó
Erythrolamprus miliaris (Linnaeus, 1758) cobra-d’água x
Oxyrhopus clathratus Duméril, Bibron & Duméril,
falsa-coral
1854
Philodryas aestiva (Duméril, Bibron & Duméril,
cobra-verde
1854)
Sibynomorphus neuwiedi (Ihering, 1911) dormideira
cobrinha-de-
Taeniophallus bilineatus (Fischer, 1885)
colar
cobrinha-de-
Taeniophallus persimilis (Cope, 1869)
colar
Tropidodryas serra (Schlegel, 1837) jararaquinha
Tropidodryas striaticeps (Cope, 1869) jararaquinha
Uromacerina ricardinii (Peracca, 1897) cobrinha-cipó
Xenodon neuwiedii Günther, 1863 boipevinha x
Elapidae Boie, 1827
Micrurus coralinus (Merrem, 1820) cobra-coral x
Viperidae Laurenti, 1768
Bothrops jararaca (Wied, 1824) jararaca x
Bothrops jararacussu Lacerda, 1884 jararacuçu x
Enyalius iheringii (Figura 111-A) popularmente conhecido por camaleãozinho foi registrado
em três locais distintos no Morro Azul, na sede, na Trilha das Araucárias e na entrada da
Trilha das Bromélias. As demais espécies, correspondendo às serpentes, foram todas
registradas próximas à sede do Parque.
Figura 111: Répteis encontrados no PNMFG, Timbó – SC. Enyalius iheringii (A); Micrurus
corallinus (B); Xenodon neuwiedii (C-D)
A B
C D
Pressões e ameaças
Espécies exóticas
Como principal ameaça para as espécies nativas de anfíbios está o registro de grande
quantidade de indivíduos da espécie exótica invasora Lithobates cathesbeianus (Figura 105
B). Mesmo nos Estados Unidos, país de onde é originária, há preocupação com seu avanço
em áreas de onde não era nativa, atingindo também o Canadá (GOVINDARAJULU 2000).
Lithobates cathesbeianus têm sido responsabilizada por supostas extinções de espécies de
anuros nativas em locais onde foi introduzida (e.g., HAMMERSON 1982). Três evidências
circunstanciais têm sido evocadas para os riscos oferecidos à fauna nativa: 1- onde há
registros históricos, o aumento populacional de Lithobates cathesbeianus está relacionado
ao declínio de anuros nativos; 2- Lithobates cathesbeianus pode colonizar e reproduzir tanto
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em regiões alteradas quanto em áreas não degradadas; 3- esta é uma espécie de grande
porte e voraz que além de predatória sobre outras espécies de anuros menores, consome
pequenos animais como cobras, aves, camundongos e morcegos (GOVINDARAJULU 2000).
GIOVANELLI et al. (2008) demonstram o alto potencial invasivo de Lithobates cathesbeianus
em áreas de domínio da Floresta Atlântica no Brasil, com base no perfil climático da espécie
por meio da modelagem de nicho.
Os mesmos problemas apontados para outros grupos biológicos são também importantes
para a herpetofauna. Em particular para os anfíbios, pois tem menor capacidade de transpor
longas distâncias entre fragmentos florestais, de modo mais grave quando há isolamento
entre fragmentos florestais e ambientes aquáticos usados para reprodução (BECKER et al.
2007).
Pesquisas prioritárias
A realização de estudos de longo prazo direcionados aos répteis é de grande relevância, pois
este grupo é de difícil registro, e foi subamostrado neste estudo.
Indicações de manejo
- Realizar Programas de Educação Ambiental nas escolas e comunidades vizinhas que tratem
da compreensão de conceitos referentes à valorização da herpetofauna local e identificação
de espécies peçonhentas;
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- Preservar as matas ciliares de cursos d’água é fundamental para a manutenção de abrigos e
corredores ecológicos para várias espécies da fauna. A conectividade entre o Parque e os
fragmentos florestais pode se dar através da recuperação das matas ciliares em parceria
com os proprietários de terras adjacentes.
A análise utilizou sistema do próprio Corpo de Bombeiros ligado à polícia militar e pesquisou
10 anos de registros.
Considerando o Vale do Itajaí, mesmo para uma região de baixa frequência de ocorrências
de incêndios florestais, existem alguns registros históricos. Na cidade de Blumenau, em 1995
um incêndio de consideráveis proporções tomou o alto do Morro Spitzkopf, um Parque
Ecológico particular, área hoje abrangida pelo Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI), este
incêndio queimou aproximadamente 45 hectares de floresta. Em 2006, outro incêndio na
área do PNSI, no município de Vidal Ramos queimou 10 hectares de floresta.
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3.4.1.2 Períodos de risco
Figura 112: Comparativo dos dados do ano corrente com os valores máximos, médios e
mínimos, no período de 1998 até 2017.
Fonte: Os autores.
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O corpo de bombeiros de Timbó dispõe de 02 caminhões de combate a incêndio, 02
ambulâncias, 02 viaturas pick-up 4x4 e 03 veículos administrativos. Estão lotados nesta
unidade 18 Bombeiros Militares e ainda 58 Bombeiros Comunitários ativos.
Em caso de incêndio Florestal no Parque podem ser acionados o Corpo de Bombeiros Militar
de Rio dos Cedros (15Km), de Benedito Novo e Doutor Pedrinho (40Km), Bombeiros
Voluntários de Indaial (20Km), Helicóptero Arcanjo-03 (03 minutos de Timbó), Corpo de
Bombeiros Militar de Blumenau (35 Km).
Há maior ocorrência de geadas nos meses de inverno, especialmente junho e julho. Este
fenômeno, contudo é de baixa frequência. Segundo o Atlas Climatológico do Estado de Santa
Catarina existe a probabilidade de 60 a 70% de ocorrência do fenômeno na área onde se
insere o PNMFG.
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Tabela 16: Registros de enchentes para Blumenau (FRANK, 2003; AUMOND et al., 2009).
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1957 02/ago 10,1
1957 18/ago 12,86
1957 16/set 9,24
1961 12/set 10,1
1961 30/set 9,4
1961 01/nov 12,18
1962 21/set 9,04
1963 29/set 9,42
1966 13/fev 9,82
1969 06/abr 9,89
1971 09/jun 1,1
1972 02/ago 10,8
1972 29/ago 11,07
1973 25/jun 11,05
1973 28/jul 9,1
1973 29/ago 12,24
1975 04/out 12,4
1977 18/ago 9
1978 26/dez 11,15
1979 10/mai 9,75
1979 09/out 10,2
1980 22/dez 12,02
1983 04/mar 10,35
1983 20/mai 12,46
1983 09/jul 15,34
1983 24/set 11,5
1984 07/ago 15,46
1990 21/jul 8,82
1992 29/mai 12,8
1992 01/jul 10,62
1997 01/fev 9,44
2001 01/out 11,02
2008 24/nov 11,52
O período de maior ocorrência deste fenômeno vai de agosto a outubro. Não há uma
relação direta do fenômeno com o Parque Freymund Germer, considerando a altitude de
localização do Parque.
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3.5. ASPECTOS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Educação ambiental
As escolas municipais são atendidas no Parque semanalmente desde 2015, a cada semana
novas turmas visitam o Parque, onde uma educadora do município as acompanha. Em 2015
foram atendidos mais de 800 alunos, e em 2016 atendidos mais de 1500 alunos de ensino
fundamental.
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As escolas estaduais começaram a ser atendidas semanalmente no Parque em 2016, com
aproximadamente 700 alunos de ensino fundamental, médio e educação de jovens e
adultos.
Existe um estacionamento na entrada da UC para veículos, mas os veículos têm acesso livre
ao topo do Morro Azul, onde também se encontra um estacionamento. Não há restrição,
controle ou monitoramento no acesso dos veículos, com exceção da sinalização de limite de
velocidade e de locais para estacionamento.
O parque dispõe de estrutura física para visitação, recreação e lazer sendo um galpão de
convivência com churrasqueiras; banheiros e chuveiros masculinos e femininos; área de
camping com iluminação, trilhas ecológicas sinalizadas, rampa de voo para parapente e asa
delta e um parque de recreação para crianças.
Pesquisas
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mobiliados e cozinha equipada para hospedagem dos pesquisadores. A casa também é
utilizada pelos funcionários e administradores do Parque, sendo o uso das instalações de
forma compartilhada.
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Manutenção e fiscalização
São realizadas as atividades de manutenção da sede, estruturas e roçada das áreas de uso
intensivo, para tanto o parque dispõe de um galpão para materiais, duas roçadeiras, um
soprador, uma moto-serra, e para a fiscalização um quadricíclo.
Realização de eventos
Uma unidade de conservação pode sediar eventos em conformidade com seus objetivos de
preservação de ecossistemas, no entanto eventos festivos com uso de equipamentos
eletrônicos de som, consumo de entorpecentes legalizados, e grande número de
participantes, não condiz com os objetivos de uma unidade da categoria Parque.
Estima-se uma visitação de 3 mil pessoas durante a realização deste evento, onde são
praticados o consumo de bebida alcoólica e o uso de som eletrônico. Atividades não
condizentes com a conservação e a categoria desta Unidade de Conservação.
Além do Domingo no Morro Azul ocorre ainda a caminhada no Morro Azul e campeonatos
de voo livre, atividades que atraem um grande número de visitantes.
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pela prefeitura de Timbó e pelo Clube Pomerano de Parapente sem solicitar autorização do
órgão gestor, apenas informando da sua realização.
Destaca-se que a receita gerada pelos eventos não é atribuída ao Parque, no entanto o
parque e o órgão gestor arcam com a limpeza, organização e manutenção do espaço em
momento da realização dos eventos. Também se destaca que em datas de realização dos
eventos, atividades pertinentes ao PNMFG e seus objetivos ficam impossibilitadas de serem
realizadas em função do uso da estrutura e do fluxo grande de público.
Espécies exóticas são entendidas como espécies fora da sua distribuição natural, podendo
ser invasoras ou não em outros ecossistemas. Sua dispersão está relacionada a introdução
acidental ou intencional relativa às atividades humanas. As espécies que se tornam invasoras
são consideradas ameaças à diversidade biológica (PRIMACK; RODRIGUES 2001).
Espécies exóticas não são permitidas em Unidades de Conservação podendo se tornar uma
ameaça a outras espécies através da concorrência, da predação, da transmissão de doenças,
etc. No PNMFG foram registradas espécies exóticas e exóticas invasoras vegetais e animais
identificadas nos levantamentos de flora e fauna, já estabelecidas.
Estradas
A estrada de acesso ao topo do PNMFG atravessa o parque em boa parte da sua extensão,
associado ao grande número de visitantes, aumentam as chances de atropelamentos da
fauna nativa, assim como de movimentos do solo, como erosão e deslizamentos de terra
associados as características intrínsecas do território.
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Presença de antenas e linhas de transmissão
A prática de voo livre não é conflitante e não afeta diretamente a unidade de conservação,
com exceção da instalação da rampa que neste caso já está consolidada. Mas ocorre a
necessidade de acessar o topo com veículo em função do transporte do equipamento de
voo, atividade que ocorre em grande fluxo em dias favoráveis a prática, contribuindo para a
deterioração da estrada de acesso a rampa, erosão, deslizamentos e atropelamento de
fauna nativa.
Para a manutenção o PNMFG conta com um funcionário de segunda a sexta das 8 as 18hs e
outro funcionário 3 dias por semana no período vespertino das 13h30 as 17h30.
Vitor José Keller é sócio fundador do Instituto Ambiental Aracuã. No momento da realização
deste Plano de Manejo preside o Instituto Aracuã que é responsável pela administração do
Parque. Atua na gestão do PNMFG desde 2004, quando firmado o termo de parceria entre a
Prefeitura Municipal de Timbó e o Instituto Ambiental Aracuã.
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3.5.2.3. Estrutura organizacional
3.5.2.4. Sinalização
O Parque dispõe de sinalização nas trilhas, nos estacionamentos indicando seus locais. Está
presente sinalização de limite de velocidade na estrada, assim como proibição de som e
despejo de lixo em locais de circulação, nestes locais também estão expostas as regras da
UC. Na entrada da sede está posta uma placa com o histórico do parque.
A geologia do PNMFG revela que ao longo do tempo geológico ocorreram vários fenômenos
que modelaram a paisagem regional, tanto no que diz respeito as formas de erosão
(dissecação) que a moldaram, como as formas de acumulação (agradação) regional e local.
Nesse sentido, atualmente a preservação do PNMFG e da sua Zona de Amortecimento têm
expressiva importância na segurança das comunidades do entorno, em função da forte
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contribuição na contenção de sedimentos ou mesmo de grandes movimentos de massa que
podem ter origem a partir da área do Parque.
No estrato médio a cobertura florestal é caracterizada por Euterpe edulis (palmiteiro), que
em certos locais pode apresentar elevada densidade de indivíduos, mas que diminui sua
densidade à medida que a altitude aumenta. Outras espécies típicas do estrato médio que
foram registradas foram: Calyptranthes strigipes (guamirim), Garcinia gardneriana
(bacopari), Actinostemon concolor (pau-rainha), Pausandra morisiana (almécega-vermelha),
Myrcia spectabilis (guamirim-vermelho), Guatteria australis (cortiça) e Bathysa australis
(macuqueiro), entre outras.
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Deste conjunto de espécieis florestais o maior destaque recai para Ocotea catharinensis
(canela-preta) considerada Criticamente Ameaçada para o Estado de Santa Catarina.
As informações obtidas para a fauna do PNMFG são ainda mais impressionantes. Para os
mamíferos foi possível registrar a ocorrência de 21 espécies voadoras e de médio e grande
porte no Parque Morro Azul. Dentre as espécies, 5 são consideradas ameaçadas de extinção:
o bugio (Alouatta guariba), a jaguatirica (Leopardus pardalis), o gato-maracajá (Leopardus
wiedii), o gato-mourisco (Puma yagouaroundi) e o morcego vampiro (Diphylla ecaudata)
Esta riqueza representa 36% das espécies já registradas no Vale, o que evidencia a
importância desta UC na proteção de uma parcela significativa da comunidade de
mamíferos e demonstra a possibilidade de ainda haver um incremento de espécies com a
continuidade dos levantamentos. Pelas espécies ameaçadas e riqueza, o Parque representa
um importante núcleo para a manutenção da diversidade de mamíferos da região, e indica a
importância do planejamento da paisagem já muito fragmentada, mantendo-se ou
buscando a maior conectividade do Parque com outros fragmentos para garantir a
viabilidade populacional das espécies.
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Eleoscytalopus indigoticus (macuquinho) e Procnias nudicollis (Araponga) são considerados
quase ameaçados em nível nacional. Contudo, a espécie mais ameaçada registrada foi
Primolius maracana (maracanã-verdadeira) que é considerada Criticamente Ameaçada em
Santa Catarina.
Devido ao gradiente altitudinal com áreas localizadas até acima de 500 m a.n.m, também
foram registradas espécies características de áreas de altitude. Assim temos Heliodoxa
rubricauda (beija-flor-rubi), Carpornis cucullata (corocochó), Stephanophorus diadematus
(Sanhaçu-frade), Tangara desmaresti (Saira-lagarta) e Drymophila malura (choquinha-carijó).
Com relação à comunidade de répteis foram registradas sete espécies para o PNMFG, como
Enyalius iheringii (camaleãozinho), Bothrops jararaca (jararaca), Bothrops jararacuçu
(jararacuçu), Micrurus corallinus (cobra-coral), Xenodon neuwiedii (boipevinha),
Erythrolamprus miliaris (cobra-d’água) e Echinanthera cyanopleura (corredeira-do-mato).
Contudo, os registros de espécies de répteis devem ser considerados mais preliminares que
os de anfíbios.
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Aplastodiscus ehrhardti (perereca-verde). Além dessas também deve ser consideradas de
interesse conservacionista a espécie recentemente descrita Melanophryniscus milanoi
(sapinho) cujas populações são ainda pouco conhecidas. Ainda de interesse conservacionista
é destacado Hylodes perplicatus (rã-do-riacho), espécie com distribuição restrita a Santa
Catarina associada a córregos em ambientes conservados.
Mesmo com uma área relativamente pequena e com grupos com um esforço amostral
relativamente pequeno, os estudos mostram com extrema clareza que o PNMFG, confirma o
entendimento que todos os remanescentes florestais do bioma Floresta Atlântica devem ser
protegidos. Da mesma forma estudos e ações devem continuar para melhor compreender a
dinâmica dos impactos da fragmentação, para se estabecer medidas para diminuir o
isolamento das populações naturais.
Além disso o PNMFG está inserido em uma área com uma matriz predominantemente
florestal. Os estudos de uso do solo mostraram que o entorno do parque, em um raio de 1
km, a floresta predomina, ocupando 83,12 % da área total, o que corresponde a quase 500
hectares. Junto ao Morro Azul situa-se o Morro da Turquia outro fragmento florestal
importante, ligados ainda a outros fragmentos da região, de forma que juntos formam
corredores ecológicos unidos a outras Unidades de Conservação e remanescentes florestais
elevando a riqueza e biodiversidade desta UC e o potencial de reserva genética.
Desta forma o PNMFG demonstra sua importância ecológica e social sob vários aspectos de
forma que contempla os seus objetivos fundamentais atrelados aos objetivos fundamentais
de uma unidade de conservação da categoria Parque. Seja preservando ecossistemas de
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relevância ecológica, a beleza cênica de seu mirante natural, possibilitando pesquisas
relativas a fauna, flora e meio físico preservados nesta UC, propiciando a educação
ambiental e ainda cumprindo sua função social através da recreação em contato com a
natureza e o turismo ecológico.
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ENCARTE 4
PLANEJAMENTO
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ENCARTE 4 – PLANEJAMENTO DO PNMFG
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4.2. AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
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transmissão.
Gestão: Ausência de conselho do Parque; Gestão: Falta de sinalização no - Criar o conselho do Parque
Ausência de gestão dos resíduos oriundos entorno. Pouca interação com - Implantar Sistema de Gestão
da visitação; ausência na destinação de comunidade do entorno. Ambiental
efluentes sanitários; pouco efetivo de - Implantar sistema de tratamento de
servidores na unidade; recursos esgoto;
financeiros insuficientes; insuficiência de - Articular com poder público a
sinalização; inexistência de sistema de destinação de funcionários de serviços
comunicação; ausência de fiscalização no gerais para a UC;
uso público; ausência de controle na - Buscar através de programas,
visitação das trilhas; ausência de estudo parcerias com setor público e provado
de capacidade de carga nas trilhas; aplicação de mais recursos na UC;
ausência de guarda-parque; realização de - Promover a formação de guarda-
poucas pesquisas científicas na UC. parques com moradores do entorno;
- Implantar o serviço de guarda-parque
na UC;
- Divulgar a UC nas IES da região;
- Criar infraestrutura exclusiva para
pesquisa científica;
- Criar sistema on-line para solicitação
de pesquisas na UC;
Educação ambiental: ausência de Educação ambiental: ausência de - Ampliar educação ambiental para
atividades e sinalização de educação atividades de educação ambiental no visitantes e entorno;
ambiental na visitação; informação ao entorno. - Criar agenda de oficinas e cursos
visitante insuficiente; ausência de abertos ao público;
sinalização para interpretação ambiental - Implantar sinalização para trilhas
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Educação Ambiental: Educação ambiental Educação Ambiental: potencial para - Integrar comunidade do entorno em
com escolas da região bem desenvolvida e expandir atividades para as atividades de educação ambiental;
com parcerias com município e PM comunidades do entorno. - Promover educação agroecológica;
Ambiental
291
4.2.2 AMBIENTE INTERNO
4.2.2.1. Forças restritivas
O PNMFG foi criado em uma área onde já ocorria naturalmente visitação pública por
ser um mirante natural, e com a demora da sua implantação como uma unidade de
conservação, estabeleceu-se também o uso para o voo livre de forma desordenada, de
forma que existe uma apropriação simbólica por parte de visitantes e de praticantes
de voo, e com o adensamento destes usos ao longo do tempo, os problemas relativos
ao uso público ampliaram-se gerando descontrole, dificuldades de gestão do uso
público, e consequentemente pressão antrópica sobre a UC.
O Morro Azul destaca-se pela beleza cênica conhecida em toda a região e atraindo
visitantes de outras regiões, além de se localizar em área de fácil acesso e próxima a
pontos turísticos. O parque oferece uma infraestrutura básica e a prática de voo livre
implantada, fatores que podem ser considerados positivos associados a um controle e
organização do acesso e uso.
292
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Um ponto muito favorável que merece destaque e, é uma exceção em relação a outras
UCs, é o fato de não haver problemas fundiários, sendo que a Unidade foi criada em
área pública, não havendo necessidade de regularização fundiária.
4.2.3.2. Oportunidades
293
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
4.2.4 PREMISSAS
A partir dos pontos fortes e fracos da Unidade, assim como das ameaças e
oportunidades externas foram estabelecidas premissas defensivas ou de recuperação,
assim como premissas ofensivas ou de avanço. As premissas estabelecidas são
indicadoras de ações de manejo que visam minimizar os efeitos negativos e fortalecer
os aspectos positivos a fim de contribuir com o manejo da Unidade.
A Lei complementar 402 de 2011 que cria o PNMFG, em seu Artigo 1º prevê seus
objetivos de criação fundamentado na Lei do SNUC, sendo eles: preservar os
ambientes naturais pertencentes ao Bioma da Mata Atlântica, possibilitando a
realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação
ambiental, recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico.
294
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
295
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
4.4. ZONEAMENTO
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Plano de Manejo do PNMFG
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• Grau de conservação dos ecossistemas: com base nos resultados dos estudos
preliminares;
• Diversidade ambiental expressa principalmente pelo relevo, altitude,
declividade e composição dos ambientes;
• Representatividade dos recursos naturais que condicionaram a criação da UC
bem como os levantados pelos diagnósticos e considerando o status de
conservação e o conhecimento das espécies e/ou comunidades;
• Riqueza e/ou diversidade de espécies identificadas nas áreas de maior
relevância ecológica;
• Suscetibilidade e fragilidade ambiental;
• Potencialidade para visitação e uso turístico e esportivo como o voo livre;
• Acessibilidade: facilidades para ser acessada a área;
297
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Desta forma, para atender aos objetivos gerais das Unidades de Conservação de
Proteção Integral e aos objetivos específicos de manejo do Parque Freymund Germer,
foram definidas 6 zonas: Uso Conflitante, Primitiva, Uso Extensivo, Uso Intensivo,
Recuperação, Uso Especial (Figura 113).
Fonte: Os autores.
298
A área e porcentagem ocupada por cada zona no contexto geral do Parque podem ser
visualizadas na Tabela 17. A zona primitiva, mais restritiva, representa quase 73% da
área da unidade.
299
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
300
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
301
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Fonte: Os autores.
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
302
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
A Zona de Uso Conflitante no Parque Freymund Germer é assim descrita na Tabela 18.
303
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Fonte: Os autores.
Objetivo Geral
304
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
305
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
306
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
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Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Descrição da Zona
308
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
como centro de visitantes, outras facilidades e serviços para o uso público (GALANTE et
al. 2002) (Figuras 115, 116, 118 e 122 até 126). No PNMFG foram definidas como
Zonas de Uso Intensivo as áreas que já servem ao Uso Público maçico, sendo a área de
camping, sala de educação ambiental, rampa de voo, sede, estrada interna.
Fonte: Os autores.
309
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
310
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
311
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Objetivo Geral
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Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
A Zona de Uso Intensivo no Parque Freymund Germer é descrita nas tabelas 22 a 29.
313
Plano de Manejo do PNMFG
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4 Limite com o início da Trilha das Bromélias 634 22J 678141,83 / 7038686,27
Limite com trecho da estrada com champacas
5 614 22J 678059,30 / 7038668,84
em suas margens
314
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
315
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
A Zona Primitiva (ZP) agrupa áreas naturais bem conservadas, com menor intervenção
humana, contendo espécies da flora e da fauna de grande valor científico e para a
conservação. Área propícia à contemplação e pesquisa científica (GALANTE et al. 2002)
(Figura 127). No PNMFG as áreas onde não ocorre nenhuma atividade de recuperação,
uso público ou manutenção, conflitante ou especial foram atribuídas a Zona Primitiva
totalizando a Zona mais expressiva da UC.
316
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Fonte: Os autores.
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
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Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
318
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
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Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
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Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
A Zona de Uso Intensivo no Parque Freymund Germer é descrita nas tabelas 30 a 32.
Tabela 30: Pontos de referência da delimitação dos trechos de estrada com vegetação
exótica - Magnolia champaca (L.) Baill. ex Pierre nas margens (Zona de Recuperação),
no Parque Municipal Natural Freymund Germer - Morro Azul (coordenadas UTM;
Datum WGS84).
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Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Tabela 31: Pontos de referência da delimitação de uma área com cobertura florestal
em estágio inicial de sucessão ecológica (Zona de Recuperação), situada na entrada do
Parque Municipal Natural Freymund Germer - Morro Azul (coordenadas UTM; Datum
WGS84).
322
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Fonte: Os autores.
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
______________________________________________________________________
Deverá ser realizada fiscalização nesta zona buscando-se apoio dos órgãos
municipais e estaduais pertinentes;
Nas propriedades limítrofes ao PNMFG, a averbação das áreas de Reserva Legal
deverá ser preferencialmente em áreas adjacentes a UC, objetivando o
estabelecimento de conectividade;
As áreas de Reserva Legal e APP não vegetadas deverão ter sua vegetação
recuperada preferencialmente com espécies nativas características dos
ecossistemas originais;
324
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
É permitido o uso de espécies exóticas da fauna e flora, desde que não sejam
consideradas espécies invasoras para a região e que não venham a causar
contaminação biológica;
325
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Descrição da Zona
A Zona de Amortecimento foi definida em 500 metros a partir dos limites do Parque
conforme Figura 130.
O parque fica aberto todos os dias da semana, podendo fechar para manutenção ou
por questões técnicas a critério da administração, devendo ser divulgado
preferencialmente com antecedência o fechamento;
326
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Não são permitidas alterações na estrutura física mesmo que para fins de pesquisa
sem autorização previa da administração, e materiais utilizados nas pesquisas
devem ser recolhidos ao fim das mesmas;
Não são permitidas coletas de quaisquer materiais para fins didáticos e comerciais
e a coleta para fins científicos está sujeita a alteração prévia;
327
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
São proibidos o uso de aparelhos sonoros de uso coletivo que alterem os hábitos
dos animais e interfiram na contemplação da natureza de outros visitantes;
São permitidas práticas de esportes de natureza como ciclismo e voo livre com uso
de equipamentos de segurança individual nos locais indicados neste plano e pela
gestão da UC;
328
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
329
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
330
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Objetivo
Resultados esperados
- Proteção da biodiversidade;
- Proteção dos recursos naturais;
- Proteção das espécies ameaçadas da fauna e da flora;
- Proteção das espécies endêmicas;
- Manejo das espécies exóticas invasoras;
- Controle de incêndios.
Atividades
331
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Indicadores
Objetivo
Resultados esperados
______________________________________________________________________
Atividades
Indicadores
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Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Objetivo
Regular a visitação, estruturar e manter a sede e locais de uso público com condições
adequadas de segurança dos visitantes e da biodiversidade da Unidade de
Conservação de forma a promover a sensibilização ambiental e atenuar efeitos
negativos do uso público desordenado a fim de fazer prevalecer os objetivos gerais e
específicos do PNMFG.
Resultados esperados
Atividades
334
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Indicadores
Objetivo
335
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Resultados esperados
Atividades
______________________________________________________________________
Indicadores
337
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
impacto sobre a flora, fauna, áreas em recuperação e área de prática de voo livre
(Figura 131).
Fonte: Os autores.
Está localizada em uma das áreas mais altas do Parque e é um dos mirantes naturais
da UC, também é um dos pontos mais visitados em função da beleza cênica. A AEI de
Voo Livre sobrepõe a pista de decolagem e áreas adjacentes utilizadas para a prática
de voo livre.
Inserção no zoneamento
A área estratégica interna do voo livre está inserida na Zona de uso intensivo (Figuras
123, 125 e 131).
338
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Atividades e normas
Resultados esperados
339
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Descrição
Área de vegetação mais rica e exuberante, composta por árvores de grande porte,
dentre elas algumas espécies ameaçadas de extinção e de importância ecológica e
econômica. Vegetação da Trilha das Bromélias, também a presente no topo e na
subida da estrada principal (Figura 131).
Inserção no zoneamento
Sobrepõe zona de uso extensivo e primitiva (Figuras 120, 121, 127 e 131).
Atividades e normas
Resultados esperados
340
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Descrição
Inserção no zoneamento
Sobrepõe zona de uso intensivo e primitiva (Figuras 114, 128, 129, 131).
Atividades e normas
Resultados esperados
Descrição
341
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Inserção no zoneamento
Resultados esperados
Atividades e normas
342
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Descrição
Inserção no zoneamento
Resultados esperados
343
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Fonte: Os autores.
344
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
Atividades
Aplicam-se nesta área as atividades previstas nas ações gerenciais gerais externas, no
programa de integração externa, desenvolvimento e conscientização ambiental,
sendo:
345
Plano de Manejo do PNMFG
______________________________________________________________________
346
REFERÊNCIAS
347
Plano de Manejo do PNMFG
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APÊNDICE 1. Lista de espécies vasculares registradas no levantamento quali-
quantitativo do PNMFG - Morro Azul, Timbó, Santa Catarina. H: coletada no
levantamento florístico/qualitativo; F: Coletada no levantamento quantitativo.
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