Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
e responsabilidade
social
SUSTENTABILIDADE
EMPRESARIAL
Atualmente, muitas organizações têm caráter reativo do ponto de vista ambiental e procuram, dentro
dos componentes de suas atividades, identificar meios para prevenir e reduzir as consequências de
seus impactos ambientais.
Dessa forma, nesta unidade, você vai analisar os aspectos ambientais envolvidos na cadeia produtiva
e considerá-los na tomada de decisão. Além disso, vai conhecer o conceito de ecologia industrial e
identificar as etapas da ACV.
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COM O
PÉ DIREITO
Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse este link ou escaneie
o QR Code ao lado e assista ao vídeo desta unidade.
Sustentabilidade empresarial
Desde o início da história humana, a indústria tem
sido um sistema aberto de fluxo de materiais.
As pessoas transformaram materiais naturais,
plantas, animais e minerais em ferramentas,
roupas e outros produtos. Quando se
desgastavam, esses materiais eram descartados,
e, quando o acúmulo de lixo se tornava um
problema, os moradores mudavam de local,
o que era fácil na época, devido ao pequeno
número de habitantes e às vastas áreas de terra. Figura 1. Sustentabilidade empresarial
Com base nesse contexto, percebe-se que os
objetivos da indústria devem ser a preservação
e a melhoria do meio ambiente.
PENSO,
LOGO REFLITO
O ramo empresarial não é o único ao se falar sobre ecologia. Pode-se citar: a ecologia da família, que
mostra como os membros da família são moldados por suas interações; a ecologia organizacional,
que aplica modelos de dinâmica populacional aos nascimentos e mortes de empresas e indústrias
e examina como a evolução da estrutura organizacional é moldada por interações competitivas
e cooperativas; e a economia ecológica, em que se observa que os ecossistemas naturais não
influenciados pela atividade humana não existem mais – contando tanto economistas quanto
ecologistas entre seus números, ela tenta integrar os dois domínios profissionais (DUCHIN; LEVINE,
2014). Em todos os casos, a intenção é sugerir que o campo em questão constitui um sistema
complexo, em alguns casos com relações diretas com ecossistemas biológicos. Como você enxerga
a ecologia? Algum dos conceitos faz mais sentido para você? Reflita.
DE OLHO
NO PROFESSOR
No vídeo “De olho no professor”, você vai conhecer os três
posicionamentos que uma empresa pode adotar dentro da
sustentabilidade empresarial. Para isso, acesse este link ou escaneie o
QR Code ao lado.
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Nesse contexto, o termo ESG vem sendo bastante abordado, e há quem diga que ele substitui o
conceito de “sustentabilidade empresarial”. Acesse o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e
explore o conceito dessa sigla.
O ESG é visto como um conceito universalmente utilizado por investidores do mercado de capitais
para avaliar o comportamento corporativo e o desempenho financeiro futuro das corporações,
medindo sua sustentabilidade. O ESG é formado por alguns fatores que podem ser adotados pelas
empresas. Confira esses fatores a seguir.
Glossário
Empresa sustentável: Uma empresa sustentável é uma organização que pode antecipar e atender às
necessidades das gerações presentes e futuras de clientes e partes interessadas. Isso é feito por meio da
criação e da inovação de novas estratégias e atividades de negócios que aceleram mudanças sociais positivas
e protegem e preservam a integridade ambiental enquanto aprimoram o desempenho dos negócios.
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PAUSA PARA
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UM CAFÉ
Até o momento, foram apresentados vários pontos essenciais sobre a sustentabilidade empresarial.
Chegou a hora de se aprofundar ainda mais no tema, e nada como uma “Pausa para um café” para
debater o assunto. Então, acesse o AVA, aperte o play e ouça o podcast com a professora Ana Carla
Fernandes Gasques e a convidada, Luana Karoline.
Como resultado, são esperados impactos positivos, como redução de custos e melhoria da
lucratividade devido à melhor eficiência energética. Além disso, precisa-se “considerar que os aspectos
socioambientais exercem influência crescente nas decisões das empresas e que o desenvolvimento
sustentável é a ideia de não esgotar os recursos para o futuro” (VERAS, 2001, p. 67).
PENSO,
LOGO REFLITO
Você sabia que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) criou um Índice de Sustentabilidade
Empresarial (ISE)? Trata-se de uma importante ferramenta de análise e comparação das empresas
que mantém ações na Bolsa de Valores, visando a esclarecer os investidores sobre como essas
corporações estão adotando práticas de desenvolvimento sustentável.
No setor empresarial, a gestão ambiental ganha importância pelas condições cada vez mais exigentes,
pelas pressões dos órgãos de controle ambiental ou da comunidade do entorno, por organizações não
governamentais (ONGs), por consumidores e até por acionistas.
A etapa inicial para que uma empresa caminhe rumo à sustentabilidade é a implantação do planejamento
ambiental, que se associa à gestão ambiental, conforme apresentado no modelo a seguir.
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Veja a seguir quais estruturas e diretrizes foram criadas para apoiar os compromissos de
sustentabilidade das empresas.
Diante do que foi estudado até aqui, você pode perceber que a responsabilidade social e ambiental
será um assunto cada vez mais discutido entre as pequenas e médias empresas brasileiras, pois
envolve lucro, custo e produtividade.
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Ecologia industrial
Outro termo em destaque no contexto da
sustentabilidade empresarial é a ecologia
industrial. A economia linear convencional
e comum atual (a abordagem tomar-fazer-
descartar) baseia-se na transformação de
recursos naturais em resíduos por meio da
conversão. A sua filosofia é baseada nos recursos
ilimitados da natureza e nos locais de despejo
inofensivos. Não há resíduos na natureza, em
vez disso, o que é liberado como resíduo por Figura 5. Ecologia industrial
uma espécie é naturalmente absorvido como
nutriente por outras (sem qualquer influência ou
força externa).
Nesse cenário, um sistema industrial aberto – aquele que absorve materiais e energia, cria produtos,
desperdiça materiais e depois joga a maioria deles – provavelmente não continuará indefinidamente
e terá de ser substituído por um sistema diferente.
Um sistema em que os resíduos de uma unidade industrial se tornem essencialmente úteis em outra
unidade contribuiria para maximizar o uso de recursos materiais e minimizar os desperdícios. O
campo da ecologia industrial (EI) foi criado para informar a tomada de decisão humana intencional
sobre os processos de produção industrial, especialmente como eles impactam o meio ambiente,
aproveitando o conhecimento sobre o funcionamento de ecossistemas saudáveis.
Como o termo “ecologia industrial” traz diversos aspectos, cabe ressaltar mais algumas características
desse tipo de ecologia. Confira diretamente no AVA.
Glossário
Ecologia industrial: Nova abordagem para análise da sustentabilidade. Trata-se do estudo de sistemas
industriais que operam mais como ecossistemas naturais. Um ecossistema natural tende a evoluir de tal forma
que qualquer fonte disponível de material útil ou energia será utilizada por algum organismo do sistema.
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TIRANDO A
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PROVA DOS NOVE
Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e tire a prova
dos nove.
Com base no apresentado, entende-se que um forte impulsionador do EI é que, na natureza, não
existe desperdício. Dessa forma, todos os materiais de um ciclo podem ser utilizados em outros
ciclos. Nesse sentido, a ecologia industrial contempla ferramentas que podem atuar em três níveis
diferentes, de acordo com o nível de desempenho e a amplitude. Confira esses níveis a seguir.
Dentro da Produção mais limpa; projeto para meio ambiente; SGA; ecodesign;
companhia/
química verde; contabilidade verde.
indústria
Como visto, à medida que a consciência ambiental aumenta, as indústrias e empresas avaliam como
suas atividades afetam o ambiente. As primeiras preocupações com a poluição surgiram na década
de 1960 nos Estados Unidos e se espalharam pelo mundo. Contudo, a velocidade com que esse
conceito se difunde varia de país para país.
Segundo a ISO 14040 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001), a ACV é uma
técnica para avaliar aspectos ambientais e impactos potenciais associados a um produto, mediante
a compilação de um inventário de entradas e saídas pertinentes de um sistema de produto. Além
disso, ela envolve a avaliação dos impactos ambientais potenciais associados a essas entradas e
saídas, a interpretação dos resultados das fases de análise de inventário e a avaliação de impactos
em relação aos objetivos dos estudos.
Glossário
ACV: De acordo com a ISO 14001 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015), a análise do ciclo
de vida (ACV) é formada por etapas sequenciais e ligadas de um sistema de produto ou de um serviço. Isso ocorre a
partir do momento de aquisição ou de criação da matéria-prima, vinda de recursos naturais, até o resultado final.
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No entanto, a ACV ficou mundialmente conhecida somente depois que a ISO desenvolveu padrões
de gestão, a partir da estruturação de um comitê técnico encarregado de desenvolver uma estrutura
padrão para ela. O ponto culminante desse esforço foi um padrão internacional voluntário que
permanece hoje como regra para a realização de uma ACV.
Cada etapa da extração de recursos até o descarte de resíduos está associada a diferentes necessidades
de recursos e emissões ou outras formas de dano e seus impactos, que são experimentados em
momentos e locais específicos. A ACV é frequentemente utilizada para comparar os impactos
ambientais de produtos ou processos de produção alternativos e tem sido aplicada a substâncias
como cloro e alumínio, em toda a indústria de mineração, em materiais industriais, como PVCs,
além de ter usos alternativos em terras agrícolas.
Nenhuma das fases é verdadeiramente completa até que todo o estudo esteja finalizado.
Os principais pontos envolvendo essas fases são apresentados a seguir (BRAGA et al., 2005, p. 296).
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De modo a extinguir ou tornar mínimos os aspectos e impactos ambientais não somente na produção,
mas em todas as fases do ciclo de vida de um produto – desde a extração e o beneficiamento da
matéria-prima, passando por transporte, produção, distribuição, consumo e pós-uso até a disposição
final –, a gestão ambiental empresarial, principalmente a partir do final da década de 1990, ampliou
a sua visão para o ciclo de vida do produto. Acesse o AVA e conheça!
A ACV tem o potencial de fornecer um novo modelo de regulamentação, baseado em uma visão
holística dos impactos ambientais, em vez de focar na gestão de riscos químicos.
PENSO,
LOGO REFLITO
Você deve estar se perguntando, toda ACV engloba todas as fases do ciclo de vida? Não. O
limite do sistema é determinado com base no objetivo do estudo. Se esse é o objetivo, quais
etapas são necessárias?
Sendo assim, fica a reflexão: é preciso entender o impacto ambiental das matérias-primas, o
processo e os componentes até a concepção do produto final.
Diante do exposto, entende-se que a ACV é uma metodologia de gestão ambiental sistemática
que visa a soluções ambientalmente adequadas. Além disso, organizações que se antecipam na
consideração dessas novas exigências podem obter inovações em seus processos, produtos e
padrões de negócios, assim como um gerenciamento mais integrado entre fornecedores e clientes.
TIRANDO A
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PROVA DOS NOVE
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O QUE
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EU PENSO
Que tal retomar a situação-problema do início desta unidade e realizar um comparativo do que
você pensava e o que pensa agora? Acesse o AVA e deixe sua resposta final.
SE LIGA!
A unidade está acabando, mas há materiais extras que vão complementar ainda mais os seus
estudos. Eles trazem o conteúdo e a teoria vistos nesta unidade, de modo que você pode identificar
a aplicabilidade dos conceitos estudados. Confira a seguir.
Este artigo consiste em Este artigo analisou sete O artigo em questão busca
uma aplicação da ACV empresas que aderiram ao aplicar o conceito de ecologia
em uma edificação de plástico verde no contexto industrial ao sistema de
ensino localizada na região nacional, mediante gestão de uma empresa
Centro-Oeste do Brasil. Foi entrevistas semiestruturadas do setor eletroeletrônico.
identificada a contribuição realizadas com gestores Os autores avaliaram o
de: sistemas construtivos de ao longo dos anos de 2014 impacto dessa prática
fundação e superestrutura, e 2015. Foi constatada a para a sustentabilidade.
ambos em concreto armado, representação de validade
vedações compostas de tijolos do valor de sustentabilidade
cerâmicos e argamassas, entre empresas que
cobertura com telhas investiram no plástico verde,
termoacústicas, esquadrias e sua transformação em
em alumínio e revestimentos ações compreende o sentido
cerâmicos nas categorias disputado e atribuído pelos
de impacto ambiental. agentes no interior de uma
ordem considerada legítima.
Você chegou ao final de mais uma unidade, parabéns! Acesse o conteúdo no AVA
Aproveite para aplicar o conteúdo estudado em situações do dia a dia, além de ir em busca de novos
conhecimentos para se aprofundar na temática de sustentabilidade empresarial. Acesse já seu AVA
para responder as questões de estudo.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14010, 14011, 14012, 14014,
14015:2004 – Auditoria ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
BRASIL. [Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010]. Política Nacional de Resíduos Sólidos. 3. ed.
Brasília, DF: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2017.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 18
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília, DF:
Presidência da República, 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.
htm. Acesso em: 19 set. 2022.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência
da República, 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso
em: 27 set. 2022.
CHAU, C. K.; LEUNG, T. M.; NG, W. Y. Corrigendum to “A review on life cycle assessment, life cycle
energy assessment and life cycle carbon emissions assessment on buildings” [Appl. Energy 143
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de Janeiro: Faculdades Dom Bosco, 2013.
SAGAH, 2022