Ler Ou Não Os Clássicos - Memória Ou Ruptura - TCC
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RESUMO
A pesquisa aqui apresentada tem como foco a reflexão e análise sobre a importância da
leitura de literatura no ensino médio. A partir da pesquisa bibliográfica e do
conhecimento empírico sobre o tema, surgem algumas questões que se destacam na
orientação desta monografia, tais como: Qual a importância do ensino de literatura no
ensino médio? Como é realizada a leitura de obras literárias nessa etapa de ensino?
Essas leituras são úteis na formação de leitores? Para encontrar uma resposta a esta
questão, traçou-se como objetivo geral enfatizar a importância da leitura de literatura
em sala de aula de forma que a leitura se torne significativa na vida real dos alunos.
Sustentada dentro da visão da leitura como prática social. Assim, trata-se de um estudo
baseado em um referencial teórico de pesquisa que visa compreender a relação entre a
literatura e a leitura de literatura no ensino médio, tendo o aluno/leitor como foco
principal do processo instrucional. Como base teórica para a leitura, foram utilizados os
estudos de Bakhtin (2006); Compagnon (2009); além do DCE (2008) e outras obras,
tanto impressas quanto online. Como resultado do processo de revisão e levantamento
bibliográfico, concluiu-se que a leitura de textos literários é essencial para o
desenvolvimento social e pessoal do ser humano e, portanto, deve ser discutida e
refletida de forma efetiva, pois os textos literários precisam ser entendidos como arte
pelo a escola e a metodologia Consequencial, essa ideia vai ao encontro da pesquisa de
Barthes (2004), que acredita que a leitura é uma espécie de prazer, uma espécie de
resultado, e é esse fator que leva os leitores a desejarem trabalhar. Além disso, as
escolas têm a responsabilidade de garantir que os alunos possam ler e ler literatura.
INTRODUÇÃO
Para discutir a função da literatura nesse período escolar, primeiro precisamos
definir qual é a finalidade da literatura. Se o objetivo é simplesmente se preparar para o
vestibular, talvez as escolas tenham levado isso em consideração e ensinado literatura
lendo fragmentos de obras em livros didáticos. No entanto, se se espera mais da
disciplina, a disciplina de Língua/Literatura Portuguesa deve ter os pressupostos para a
formação de leitores críticos, mesmo tendo em conta as questões sociais da formação do
aluno como cidadão. A crença nessa segunda possibilidade é a base e o
desenvolvimento desta pesquisa. Assim, o objetivo geral deste estudo é enfatizar a
importância da leitura de literatura na sala de aula, numa abordagem que torne a leitura
significativa na vida real dos alunos, nomeadamente a literatura e a leitura como
sociedade de prática.
Em apoio a este trabalho, buscamos um referencial teórico para a compreensão
da relação entre literatura e leitura de literatura no ensino médio, tendo o aluno/leitor
como foco principal do processo instrucional.
Em relação à leitura, a pesquisa de Bakhtin (2006) serve como suporte teórico,
argumentando que a leitura não é apenas a compreensão e a decodificação do sistema da
linguagem, mas a geração de significados. Texto discurso. Assim, de forma ativa, a
leitura torna-se uma prática sociocultural, uma ação interlocutora.
A leitura na escola deve estar sempre em busca de sentido e compreensão. O
importante é que o objetivo da leitura seja sempre saber mais sobre algo, sabendo que
toda vez que você lê um livro novo, aprende algo novo sobre o assunto que já estudou.
Qualquer nova contribuição que o texto possa trazer para o conhecimento do leitor deve
ter atingido o objetivo da leitura em ambiente escolar. A literatura é considerada uma
poderosa aliada da educação estética, pois estudar literatura nas escolas permite que os
alunos compreendam a realidade e gerem conhecimento por meio das artes da
linguagem.
Por sua vez, Compagnon (2009) define a literatura como um conjunto de
elementos em interação que se desenvolvem historicamente, revelando nuances
culturais e reproduzindo aspectos da realidade. Tão importante é a contribuição dessas
experiências, cujos relatos são traduzidos pela literatura em textos escritos e publicados,
tornando-se assim um legado para as gerações futuras. Capacitar os alunos para a
aquisição de bens culturais por meio do estudo de obras literárias, e o processo de
promoção da aceitação dessas obras, deve ser a preocupação dos professores em seu
trabalho de literatura no ensino médio. A escola deve capacitar os alunos para a leitura e
a criação de literatura para que, além de se divertirem, fomentem um espírito criativo
crítico, que contribua para a formação de disciplinas e abra portas para mundos de
sensibilidade e significado que podem não estar acessíveis a eles .na realidade. saiu da
escola.
A relevância do ensino da literatura no ensino secundário aparece também no
Guia Curricular Português (DCE, 2008), que refere que o ensino da literatura deve
permitir ao leitor sentir e expressar os seus sentimentos, dadas as condições nas aulas de
literatura, através leitura A interação que existe na prática, o engajamento que reconhece
a subjetividade expressa pelo trio obra/autor/leitor. Portanto, a escola deve estudar a
literatura do ponto de vista estético (PARANÁ, 2008, p. 58)
O papel do professor nesse processo é fundamental, pois é seu dever despertar
nos alunos o gosto, o gosto pela leitura, e possibilitar que eles ampliem seus horizontes
por conta própria através de diversas obras literárias, não apenas obras carregadas no
exame vestibular. Expressar-se é apenas mais uma etapa do processo de interação
escritor-obra-leitor, onde os alunos ora são leitores, ora são escritores e produtores de
textos literários.
Neste estudo, de natureza bibliográfica, foram consultados livros, anuários
eletrônicos e artigos impressos ou publicados na Internet. Esses materiais permitiram
que o estudo fosse construído. A pesquisa bibliográfica é o primeiro passo em qualquer
pesquisa. Segundo Marconi e Lakatos (1992), esse tipo de levantamento caracteriza-se
por um levantamento da bibliografia publicada sobre o assunto em estudo. Essa
abordagem dá aos pesquisadores acesso ao material existente sobre um tópico,
auxiliando assim na análise e compreensão de sua relevância.
A leitura de textos literários é fundamental para o desenvolvimento social e
pessoal do ser humano e, por isso, deve ser objeto de discussão e reflexão efetivas.
Nesse sentido, o tema deste estudo é relevante e, portanto, justificado em termos de
escolarização e formação social do sujeito.
Dessa forma, o leitor, ao interagir com o texto e com o autor, realiza atividades
dialógicas a fim de perceber o processo de significação (BAKHTIN, 2006), e a cada
nova leitura, o leitor é capaz de lidar com outros textos que tratam com os mesmos
temas, percebendo como eles se relacionam com suas vivências pessoais e sociais. O
diálogo entre experiências culturais, como disse Barthes (2004), ler é deixar um certo
gesto no texto. E, para Markuski:
O efeito de sentido é produzido pelo leitor ou ouvinte à luz do texto, de modo
que a compreensão resultante é resultado de um esforço conjunto entre
produtores e receptores no contexto real de uso da linguagem. O significado
não está no leitor, nem no texto, nem no autor, mas ocorre como resultado da
relação entre eles e as atividades realizadas (MARCUSCHI, 2008, p. 248).
O texto faz parte do exercício discursivo, cuja função deve ser compreendida
pelo aluno leitor. Cabe ao professor o exercício de mediar essa compreensão e interação
aluno/texto. Para Marcuschi (2008), uma atividade de produção de sentido é uma
“atividade de coautoria” se o autor de um determinado texto diz uma parte e assume
outra parte como responsabilidade do leitor, assim, o sentido é produzido em parte pelo
autor, texto e alguns leitores. Dessa forma, não é razoável buscar significado em todo o
texto como se todo o processo de significação estivesse contido nele. Segundo Aguiar e
Bordini (1993, p. 86), "a literatura não se esgota no texto. Ela se realiza no ato da leitura
e a pressupõe, prenuncia-a em si mesma, ao indicar as ações que o leitor fará". Para
Eagleton (2006), o texto nada mais é do que uma série de insinuações ao leitor,
convidando-o a compreender a linguagem, e a própria obra "nada mais é do que uma
cadeia de marcas pretas organizadas em uma página" e sem a participação ativa do
leitor, não há obra literária.
A leitura deve ser encarada como um processo gradativo. Idealmente, a leitura se
tornará mais complexa à medida que os alunos avançam no processo acadêmico, como
os autores conceituam como: pré-leitura que ocorre na pré-escola e na preparação para a
alfabetização; leitura compreensiva, o período que corresponde ao momento da
alfabetização (1ª e 2ª séries) ; leitura interpretativa da 3ª à 5ª série; leitura crítica
começando por volta da 6ª e 7ª séries e terminando com leitura crítica abrangendo a 8ª
série e o ensino médio, então as escolas devem fornecer desde o ensino fundamental até
o ensino médio Materiais de leitura diferentes para permitir que os alunos alcancem
estágios mais altos de compreensão e interpretação para maturidade de leitura. Portanto,
quando você estiver no ensino médio, a leitura de literatura mais complexa não será
uma barreira para o seu progresso acadêmico, nem cobrar por esse trabalho no
vestibular será uma barreira para entrar na faculdade. Com relação a esse processo
gradual e transitório da leitura literária, Compagnon (2009) apontou que a transição
entre a leitura infantil e a leitura juvenil nem sempre ocorre de forma natural, pois esta
última é considerada entediante por exigir atributos de solidão prolongada, portanto, seu
espaço não é mais garantido em comparação com o primeiro.
Para melhor seguir este tema, é necessário distinguir textos não literários de
textos literários. Os textos não literários são caracterizados pelo foco do autor na clareza
e objetividade na transmissão das informações.
Os textos literários são assim definidos por Reis (2013):
Podemos pensar os textos literários como resultado de uma estrutura clara e
coerente de expressão da linguagem literária, como portadores de certas
características, que podem ser assim resumidas: um texto literário configura
um mundo ficcional com dimensões e índices de especialização muito
variáveis; enquanto , apresenta considerável coerência, tanto do ponto de
vista semântico quanto do ponto de vista técnico compositivo; um texto
literário também deve ser entendido como uma entidade multinível, ou seja,
composta por diferentes níveis de expressão; e, finalmente, também Um texto
literário será considerada como tendo de fato uma dimensão intertextual,
desde que tenha o potencial de relacioná-la com outros textos com os quais
dialoga e nele projeta (grifo nosso) (REIS, 2013, p. 123).
Um texto literário difere assim de um texto não literário pelo seu caráter sempre
ficcional, pela sua natureza polifónica, isto é, pelo cruzamento de múltiplas vozes, e
pela sua abertura à intertextualidade. Às vezes, os textos literários dialogam com outros
textos e fatos da vida real. Difere também da linguagem utilizada em textos não
literários porque é essencialmente de apreciação, ou seja, o autor se preocupa com a
estética para além do conteúdo, como diz Barthes (2004), “uma mensagem em sua
forma própria como seu objeto , não o seu conteúdo". São, assim, textos produzidos
com maior grau de liberdade do que outros textos em termos de recursos linguísticos, o
que os torna mais agradáveis de ler. Em suma, os textos literários têm a função de
estética crítica, portanto, a leitura de textos literários precisa ser encarada como uma
possibilidade de questionar, pesquisar, criar e recriar, de modo a cumprir seu papel
social, que precisa ser melhor explorado em prática social. ambiente escolar. No que diz
respeito à literatura, como objeto de ensino, os Parâmetros Curriculares Nacionais para
o Ensino Médio (PCNEM, 2002) alertam para a dicotomia que existe entre o ensino de
língua portuguesa e o de literatura, lembrando que essas duas áreas do conhecimento
devem trabalhar juntas, uma porque nenhum método único pode efetivamente separá-
los sem que um seja mais privilegiado que o outro. Espera-se que os professores,
especialmente os professores de português, saiam da escola com uma escrita razoável
(coerência, coerência, ortografia, etc.) e habilidades de leitura para poder atender às
necessidades da vida cotidiana. Em outras palavras, o ensino de português deve preparar
os alunos para enfrentar a vida social e as necessidades do mercado de trabalho.
No entanto, no caso do ensino de literatura, surge a pergunta: quais são as
necessidades do ensino/aprendizagem de literatura? É sabido que grande parte dos
alunos, principalmente os de escolas públicas, não conseguirá e nem terá interesse em
fazer cursos superiores, então por que gastar o já pouco tempo lendo literatura em sala
de aula? Interpretando Compagnon (2009), Para que serve a literatura?
As Diretrizes Nacionais para o Ensino Secundário (OCNEM, 2006) tentam, no
Capítulo 2, responder a uma pergunta semelhante: "Por que usar a literatura no ensino
médio?" A priori, essa pergunta parece irrespondível porque a literatura é arte, a arte é
inútil e, no entanto, precisamente por ser inútil, a literatura deve servir à escola, não
para servir, mas:
Como forma de ir além dos simples dados, usufruindo da liberdade que só os
resultados estéticos permitem; como forma de adquirir conhecimentos que
não podem ser medidos objetivamente; Alguns papéis são reservados, todos
têm o direito de usá-los.
Poderíamos até dizer que aqueles a quem sistematicamente são negados
tantos direitos (incluindo o direito de pensar de forma independente) por
mecanismos ideologicamente perversos têm mais direitos (BRASIL, 2006,
pp. 52-53).
Reis (2013) ainda reitera que as dimensões sociocultural, histórica e estética não
podem ser dissociadas, pois constituem o chamado fenômeno literário, como diz o DCE
(2008) da língua portuguesa: “A literatura, como produção humana, está conexão
interna da vida social". Para Aguiar e Bordini (1993), todos os livros contribuem para a
descoberta do sentido, mas apenas os livros literários o fazem de forma mais ampla.
Para o autor, os textos literários "fazem uso da imitação genérica composta de símbolos
da linguagem, que sem dúvida alcança o nível de significação e também é universal".
Além disso, a linguagem literária extrai visões típicas da existência humana a partir dos
processos histórico-político-sociais que representa. Assim, são inúmeras as razões para
a importância da presença e persistência da literatura nas escolas, principalmente no
ensino médio.
CONCLUSÃO
As reflexões apresentadas neste estudo permitem compreender que o esforço de
toda a escola para formar leitores de literatura já se constitui em uma tarefa complexa.
Esta pesquisa postula que os textos literários precisam ser considerados arte pelas
escolas e que a metodologia da literatura deve ser frutífera, postura condizente com a
pesquisa de Barth (2002) em seu livro Os Prazeres dos Textos, para este autor, a leitura
pensada para o prazer e recompensa é o que faz com que os leitores anseiam por este
trabalho.
A prática da leitura de textos literários deve fluir naturalmente dentro e fora das
escolas, no entanto, as escolas têm a responsabilidade de garantir que a leitura e a
literatura sejam acessíveis, como visto no decorrer deste trabalho, humanizando e
libertando para os alunos, capacitando-os para um cidadão , como afirma Soares (2001),
“As escolas são instituições às quais a sociedade confia a responsabilidade de promover
às novas gerações competências, conhecimentos, crenças, valores e atitudes que se
consideram essenciais a cada cidadão A formação do cidadão é crucial”. Para cumprir
esta responsabilidade cívica, com o contributo da literatura, as aulas de literatura não
podem ser apenas metaliteratura, não só literatura ou escola de literatura, mas também
proporcionar aos alunos uma vivência pessoal e social. Com ela, ocorre a interação
leitor-autor-obra. Infelizmente, isso não costuma acontecer em sala de aula, e às vezes
apenas a obra e o autor são estudados, ficando a própria obra fora da prática docente.
Diante disso, destaca-se aqui uma citação de Compagnon (2009): “É hora de
voltar a celebrar a literatura, de protegê-la da desvalorização nas escolas e no mundo”. É
urgente que os professores coloquem o letramento literário em primeiro lugar, levando
os alunos a ressignificar a leitura e o estudo da literatura, a ir além dos livros didáticos
que adotam, a buscar referências em sua leitura e a formação acadêmica para orientar a
seleção de materiais com os quais desejam trabalhar.
No processo deste trabalho, vê-se que a tarefa de selecionar materiais didáticos e
obras literárias é tarefa do professor, mas não basta simplesmente selecionar materiais
didáticos com bom conteúdo literário ou selecionar obras de alto valor estético, é
necessário promover o suporte de textos literários O contexto de aprendizagem da
função social da estética.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria de Glória. Literatura: formação do leitor
– alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Livre, 1993
CALVINO, Italo. Assunto encerrado: discurso sobre literatura e sociedade. São Paulo:
Companhia das Letras, 2006.
COMPAGNON, Antoine. Literatura para quê? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
EAGLETON, Terry. Teoria literária: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: Em três artigos complementares. – 41. ed.
- São Paulo; Cortés, 2001.
MARTINS, Maria Helena. O que ler? – 2ª ed. - São Paulo; Brasileiro, 1983.