Gestão Estratégica: Aplicação em Arranjos Empresariais
Gestão Estratégica: Aplicação em Arranjos Empresariais
Gestão Estratégica: Aplicação em Arranjos Empresariais
GESTÃO ESTRATÉGICA
aplicação em arranjos empresariais
Reitor: Fernando de Sá Del Fiol
Pró-Reitor Acadêmico: José Martins de Oliveira Junior
Pró-Reitor Administrativo: Rogério Augusto Profeta
Direção Editorial
Wilton Garcia Sobrinho
Editoras Assistentes
Silmara Pereira da Silva Martins
Vilma Franzoni
Conselho Editorial
Cristiane de Cássia Bergamaschi Motta
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José Martins de Oliveira Junior
Marco Vinicius Chaud
Maria Ogécia Drigo
Mônica Martinez
Rafael Angelo Bunhi Pinto
Sônia Virginia Moreira
GESTÃO ESTRATÉGICA
aplicação em arranjos empresariais
Sorocaba/SP
Eduniso
2017
©2017 Editora da Universidade de Sorocaba – Eduniso
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde
que citada a fonte.
Todos os direitos desta edição reservados à Eduniso.
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer
meio, sem a prévia autorização desta entidade.
Ficha Técnica
Correção ortográfica: Entrelinhas Editorial
Ilustração de capa: bagotaj/depositphotos
Normalização: Vilma Franzoni
Projeto gráfico, Diagramação e Capa: Entrelinhas Editorial
Secretaria: Silmara Pereira da Silva Martins
Ficha Catalográfica
Oliveira, Ivaldir Vaz de
O47g Gestão estratégica : aplicação em arranjos empresa-
riais / Ivaldir Vaz de Oliveira. – Sorocaba, SP : Eduniso,
2017.
152p.
ISBN: 978-85-61289-33-1
Obra financiada pela Uniso, através do Edital de
Publicações 2016.
1. Estratégia empresarial. 2. Administração de em-
presas – Planejamento. I. Título.
CDD: 658.4012
Elaborada por: Vilma Franzoni (bibliotecária CRB8/4485)
AGRADECIMENTOS
Armas Armas
cooperação cooperação
Campo
Armas Competição Armas
cooperação cooperação
Armas Armas
cooperação cooperação
Campo
Competição
Armas Armas
cooperação cooperação
Delimitação e alcance
O Modelo Estratégico para Cooperação em Cluster limita-se à
identificação de um cluster e gestão estratégica dos Campos da
Competição e respectivas Armas para cooperação nesse aglomerado
competitivo. Sua finalidade é, por meio da entidade supraempresa-
rial, auxiliar na gestão integrada entre um cluster e a câmara setorial
de seu respectivo estado alinhada ao Núcleo de apoio do Estado vin-
culado ao GTP APL coordenado pelo Ministério de Desenvolvimento
da Indústria e do Comércio Exterior.
A gestão integrada tem como objetivo a formulação, seleção,
implantação e administração de uma estratégia cooperativa, priori-
zando as atividades que proporcionarão vantagem competitiva ao
cluster e a suas respectivas empresas.
2
Gestão estratégica
Definições de Estratégia
Várias são as definições sobre estratégia, entretanto de um for-
ma resumida, pode-se relatar os cinco Ps da estratégia propostas por
Mintzberg (1987), Segil (1996), Zaccarelli (2000) e as quatro aborda-
gens genéricas da estratégia (WHITTINGTON, 2002).
O Quadro 2 resume os cinco Ps da estratégia proposto por Mintz-
berg (1987).
Quadro 2 – Cinco Ps de Estratégia
Estratégia é: Definição
1 – Plano Direção; guia; curso de ação, caminho para se chegar ao
objetivo (estratégia pretendida)
2 – Padrão Comportamento consistente e coerente ao longo do
tempo, correspondente à estratégia pretendida
3 – Posição Uma forma de colocar o produto num determinado
mercado
4 – Perspectiva Uma maneira peculiar de conduzir suas operações
olhando para dentro dela e para a visão da organização
5 – Pretexto Estratagema para enganar e confundir um oponente ou
concorrente
Fonte: Adaptado de MINTZBERG, Henry. The strategy concept: Five Ps for strategy.
California Management Review, v. 30, n.1, jun., p. 11-24, 1987.
26 Gestão Estratégica
Estratégias Coadjuvantes
Algumas das estratégias consideradas coadjuvantes, segundo
Contador (2008) e outras relevantes propostas por Zaccarelli (2000),
são descritas a seguir:
• Estratégia de escopo ou de propósito: consiste na definição
de ações para atingir o objetivo permanente. Se a empresa, tem por
objetivo valorizar o relacionamento com seus funcionários, precisa
formular estratégias para propiciar estabilidade no emprego, boas
condições de trabalho, oportunidades de promoção na carreira e
de crescimento profissional, etc. Se a empresa tem por objetivo coo-
perar com os concorrentes, visando, por exemplo fortalecer o setor,
deve formular estratégias para tanto.
• Estratégia de égide: consiste na busca de protetores externos,
que podem ser o governo, uma grande organização, pessoas influen-
tes ou qualquer outra entidade.
• Estratégia de preenchimento de mercado: consiste na ocu-
pação do mercado, não deixando espaço para as organizações con-
correntes. Esta estratégia é geralmente utilizada por organizações
Gestão estratégica 27
líderes de mercado, mas que pode ser adotada por organizações ni-
cho. A organização precisa estar atenta ao aumento de custos que
podem corroer a rentabilidade ao adotar esta estratégia.
• Estratégia de penetração de mercado: consiste na expansão
do mercado para alcançar consumidores e organizações que não
compram o produto.
• Estratégia de expansão geográfica: consiste na ampliação do
mercado geográfico de atuação.
• Estratégia defensiva: objetiva criar uma situação que desen-
coraje os concorrentes a atacar.
• Estratégia ofensiva: objetiva o enfraquecimento dos concor-
rentes, atacando seus pontos fracos (sua difusão), ao invés de visar à
conquista de clientes.
• Estratégia de retaliação: visa não deixar uma ação do concor-
rente sem resposta, reagindo com magnitude equivalente ou maior
que o ataque.
• Estratégia de coleta: visa maximizar o lucro, investindo o mí-
nimo indispensável no desenvolvimento do pessoal, na manutenção
e modernização dos equipamentos, no desenvolvimento de novos
produtos etc. – adotada por organizações que estão num mercado
em declínio ou que têm por objetivo privilegiar os lucros presentes
em detrimento dos futuros.
Outras estratégias podem ser “consideradas apenas ameaças para
abalar o concorrente, do que sua própria execução” (MINTZBERG; AHLS-
TRAND; LAMPEL, 2000, p. 20). Com esse objetivo Zaccarelli (2000) pro-
põe a Estratégia de sinalização, que consiste em sinais convenientes à
organização com características verídicas para que outros acreditem.
Esta estratégia é dividida em quatro tipos, conforme abaixo:
• Sinalização autêntica: mostra a verdade, geralmente uma su-
perioridade ante os competidores.
• Despistamento: sugere algo diferente daquilo que será real-
mente feito.
• Blefe do tipo 1: consiste em dar sinais de que algo será realiza-
do quando, na verdade, não será.
• Blefe do tipo 2: consiste em dar sinais de que algo não será
realizado quando, na verdade, será.
28 Gestão Estratégica
Conceitos de competitividade
Entrantes Potenciais
Ameaça de novos Poder de Negociação
entrantes Compradores
Rivalidade entre
Fornecedores Compradores
concorrentes
(manobras)
Poder de Negociação Ameaça de serviços ou
Fornecedores produtos substitutos
Substitutos
Abordagens da cooperação
Para Lemos (2005) o termo APL, desde o início do século XXI, vem
substituindo várias outras terminologias semelhantes e que, parti-
cularmente no Brasil, são necessárias para convergir e potencializar
políticas públicas:
Qualquer APL, bem como os diversos atores que nele atuam,
podem ser locus de inovação e objeto de políticas, de iniciati-
vas de promoção da inovação e desenvolvimento, sejam eles
mais ou menos articulados, rudimentares ou mais complexos
(LEMOS, 2005, p. 10).
Segundo Paes (2004) o conceito de governança, no qual um ator
tem a capacidade de alterar uma estrutura empresarial com possibi-
lidade de ganho para todos atores de determinada cadeia de produ-
ção, é válido também para um APL.
Entretanto, nesse relacionamento podem haver conflitos que,
segundo Fittipaldi e Donaire (2007), se não forem resolvidos rapida-
mente podem desestabilizar a rede de empresas.
Nessa perspectiva, as próximas seções deste capítulo enfatizam
as dificuldades em se manter uma governança eficaz seja intra-clus-
ter, envolvendo relações interorganizacionais, seja extra-cluster, que
inclui políticas públicas direcionadas ao setor. Enfatiza-se a necessi-
dade de a entidade supraempresarial otimizar a eficiência coletiva
proporcionada por essa forma organizacional.
62 Gestão Estratégica
A entidade supraempresarial
Em decisões cooperativas o ideal é estabelecer uma plataforma
de consensos e achar soluções com que todos o stakeholders pos-
sam concordar. Esse modo de pensar é diferente de votar em uma
plataforma na qual a maioria ganha e tem o poder.
Com esse objetivo, propõe-se estruturar um sistema de conhe-
cimento com base na inteligência cooperativa de um cluster. Esse
sistema deve possuir um órgão gestor, que aqui será denominado
entidade supraempresarial e um Comitê de Avaliação composto pe-
los assessores dos principais dirigentes das empresas pertencentes
ao cluster.
A frequência de reformulações estratégicas não é alta, entretan-
to, ao se tratar de uma estratégia corporativa (que envolve todas as
empresas do cluster), uma empresa, mesmo a de maior índice de
crescimento, possivelmente não será capaz de acompanhar todas
as variáveis – ameaças e oportunidades que afetam o cluster e, por
consequência, sua própria competitividade. Justifica-se, portanto, a
necessidade desse órgão de inteligência – a entidade supraempre-
sarial – para exercer um papel de governança e diagnosticar a forma
como as empresas do cluster exercem suas estratégias competitivas
e ainda gerenciar estratégias cooperativas para eliminar pontos fra-
cos e identificar os pontos fortes.
A entidade supraempresarial deve ser gerida por um conselho
cujos componentes devem ser indicados por consenso de todas as
empresas pertencentes ao cluster e ter mandato com previsão de
término, mas podendo ser reeleitos. Eles precisam ter conhecimen-
tos teóricos sobre estratégia e competitividade, conhecer muito bem
as empresas, seu ambiente e ter trânsito fácil no cluster. Ainda pre-
cisam ter discernimento para pré-avaliar a importância de uma in-
formação e capacidade para formular alternativas de estratégias de
cooperação entre as empresas do cluster.
86 Gestão Estratégica
Identificação de um cluster
O processo de identificação de cluster deve priorizar a decisão
estratégica de uma empresa, como foi visto anteriormente. Assim, a
metodologia a seguir (Quadro 17) descreve requisitos de um cluster
completo que deve ser avaliado para entender seu poder competiti-
vo e orientar a definição de uma organização que deseje fazer parte
desse aglomerado competitivo.
MDIC
↔ ↔
Núcleo estadual
GTP
Câmara setorial
APL
MAPA
↓
Entidade
supraempresarial
do cluster
↔
↕ ↕ ↕
Assessoria Assessoria Assessoria
Inteligência Inteligência Inteligência
Cooperativa Cooperativa Cooperativa
Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3
Entrantes Potenciais
Ameaça de novos Poder de Negociação
entrantes Compradores
Cooperação
Fornecedores Compradores
entre as empre-
sas do cluster
Poder de Negociação Ameaça de serviços ou
dos Fornecedores produtos substitutos
Substitutos
Governança
↔
Cooperação horizontal Cooperação horizontal
corporativa
Ambiente interno da Macroambiente
entidade
indústria externo da indústria
supraempresarial
Cooperação vertical
Ambiente interno da
indústria e dos fornecedores
Fonte: Elaborado pelo autor.
Modelo estratégico para cooperação em cluster 105
Assistência após a
Prazo de entrega
Imagem do pro-
duto e da marca
Qualidade do
atendimento
atendimento
competição
do produto
Projeto do
Prazo de
produto
venda
Preço
Campos da competição
Valorizados pelos clien-
tes do cluster concor- 2º 1º 3º
rente A
3º 1º 2º
Fonte: Adaptado de CONTADOR, J. C. Campos e armas da competição: um novo mo-
delo de estratégia. São Paulo: Saint Paul, 2008. p. 517.
CLUSTER
ANSOFF, Igor. The new corporate strategy. New York: John Wiley
& Sons, 1988.
Limeira Semijoias
Mirassol Móveis
Oeste Paulista Software
(Presidente Prudente)
Panorama Cerâmica vermelha
Piracicaba Cadeia do etanol
R M de São Paulo Móveis
Equipamentos médicos odontológicos
Ribeirão Preto
Software
Santa Cruz do Rio Pardo Couro e calçados
Joias
São José do Rio Preto
Tecnologia da Informação e Comunicação
Aeroespacial
São José dos Campos
Tecnologia da informação e comunicação
Sertãozinho Metal-mecânico
Tabatinga Artefato têxteis / Bichos de pelúcia
Tambaú Cerâmica vermelha
Tatuí Cerâmica vermelha
Leite
Vale do Paraíba
Mel
Vargem Grande do Sul Cerâmica vermelha
Anexo A 141
Lista de Aglomerados
Aglomerados Setor
Amparo Confecções bebê
Auriflama Confecções moda íntima
Bastos Mel
Batatais Transformadores de aço-inox
Campinas Tecnologia da Informação
Descalvado Mel
Garça Eletroeletrônicos de segurança
Itatiba Móveis
Jales Frutas
Laranjal Brinquedos
Marília Alimentos
Mira Estrela Piscicultura
Novo Horizonte Confecções infantis
Porto Ferreira Cerâmica artística
Calçados e artefatos de couro
RM de São Paulo Equipamentos médico-odontológicos
Joias
RM de São Paulo Brás/ Confecções
Bom Retiro/ Guarulhos
Santos/ São Vicente/ Moda praia/ íntima
Guarujá/ Bertioga
São José do Rio Preto Limão Tahiti
São Paulo – Zona Leste Metais – Sanitários
São Roque Vinho
São Sebastião da Grama Café fino
Socorro / Lindoia/ Malhas
Águas de Lindoia
Três Fronteiras Piscicultura
Fonte: SÃO PAULO. SECRETARIA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA,
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO. Desenvolvimento Regional. Disponível em:
<http://www.desenvolvimento.sp.gov.br/lista-de-apls>. Acesso em: out. 2016.