P2 Ingestodigesto
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P2 Ingestodigesto
Dois grupos de órgãos compõem o sistema digestório: o canal alimentar e os órgãos digestório
acessórios.
O canal alimentar é um tubo contínuo que se prolonga da boca ao ânus.
Os órgãos do canal alimentar incluem a boca, a maior parte da faringe, o esôfago, o estômago, o
intestino delgado e o intestino grosso.
A cavidade oral (boca) tem duas partes: o vestíbulo da boca e a cavidade própria da boca
Quando você escova a superfície externa dos seus dentes, a escova está no vestíbulo da
boca.
O teto da cavidade oral é formado pelo palato. Posteriormente, a cavidade oral comunica-se
com a parte oral da faringe (orofaringe). Quando a boca está fechada e em repouso, a
cavidade oral é totalmente ocupada pela língua.
Histologia da boca:
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As paredes da cavidade oral consistem em apenas algumas camadas de tecido: uma mucosa
interna composta apenas por um epitélio e lâmina própria, uma mucosa fina em algumas
áreas e uma camada externa de músculo ou osso. O revestimento da boca, um epitélio
estratificado pavimentoso espesso, a protege da abrasão por pedaços de alimento afiados
durante a mastigação. Na língua, palato, lábios e gengivas esse epitélio pode exibir uma
ligeira queratinização, proporcionando proteção extra contra a abrasão.
Lábios e bochechas:
Os lábios são pregas musculofibrosas móveis que circundam a boca; os lábios se estendem
do limite inferior do nariz até o limite superior do mento (queixo).
Os lábios são cobertos externamente por pele e internamente por túnica mucosa. Atuam
como as válvulas da rima da boca, contendo o esfíncter (músculo orbicular da boca) que
controla a entrada e a saída da boca e dos sistemas digestório superior e respiratório. Os
lábios são usados para apreender o alimento, sugar líquidos, manter o alimento fora do
vestíbulo da boca, produzir a fala e a osculação (beijo)
A zona vermelha do lábio (zona de transição) é a região onde a pele encontra a mucosa
oral. Essa região é pouco queratinizada e transparente, portanto ela tem a cor avermelhada
devido ao sangue nos capilares subjacentes. Como essa zona de transição carece de
glândulas sudoríferas e sebáceas, ela precisa ser umidificada com saliva periodicamente para
evitar ressecamento e rachaduras.
O frênulo do lábio (“pequeno freio do lábio”) é uma prega mediana que conecta a face
interna de cada lábio com a gengiva.
As artérias labiais superior e inferior, ramos das artérias faciais, anastomosam-se entre si nos
lábios para formar um anel arterial.
O pulso dessas artérias pode ser palpado segurando-se levemente o lábio superior ou inferior
entre os dois primeiros dedos.
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O lábio superior é irrigado por ramos labiais superiores das artérias facial e infraorbital. O
lábio inferior é vascularizado por ramos labiais inferiores das artérias facial e mentual.
O lábio superior é suprido pelos ramos labiais superiores dos nervos infraorbitais (do NC
V2), e o lábio inferior é suprido pelos ramos labiais inferiores dos nervos mentuais (do NC
V3). A linfa do lábio superior e das partes laterais do lábio inferior segue principalmente
para os linfonodos submandibulares, enquanto a linfa da parte medial do lábio inferior segue
inicialmente para os linfonodos submentuais.
As bochechas têm estrutura quase igual à dos lábios, com os quais são contínuas. As
bochechas são as paredes móveis da cavidade oral. Anatomicamente, a face externa das
bochechas constitui a região bucal, limitada anteriormente pelas regiões oral e mentual
(lábios e mento), superiormente pela região zigomática, posteriormente pela região
parotideomassetérica e inferiormente pela margem inferior da mandíbula.
As bochechas são irrigadas por ramos bucais da artéria maxilar e recebem ramos bucais do
nervo mandibular.
As gengivas são formadas por tecido fibroso coberto por túnica mucosa. A gengiva
propriamente dita está firmemente presa aos processos alveolares da mandíbula e da maxila
e aos colos dos dentes. As gengivas propriamente ditas adjacentes à língua são as gengivas
linguais superior e inferior, e as gengivas adjacentes aos lábios e às bochechas são as
gengivas maxilar e mandibular, labial ou bucal, respectivamente. A gengiva propriamente
dita normal é rósea, pontilhada e queratinizada. A túnica mucosa alveolar normalmente
vermelho-brilhante e não queratinizada.
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A função primária do sistema digestório é levar os nutrientes, a água e os eletrólitos do ambiente
externo para o ambiente interno corporal. Para alcançar esse objetivo, o sistema usa quatro
processos básicos: digestão, absorção, secreção e motilidade. A digestão é a quebra, ou
degradação, química e mecânica dos alimentos em unidades menores que podem ser levadas
através do epitélio intestinal para dentro do corpo. A absorção é o movimento de substâncias do
lúmen do trato GI para o líquido extracelular (a fase onde se realiza a passagem dos nutrientes
do trato intestinal para o sangue). A secreção no trato GI pode significar o movimento de água
e íons do LEC para o lúmen do trato digestório (o oposto da absorção), mas pode também
significar a liberação de substâncias sintetizadas pelas células epiteliais . A motilidade é o
movimento de material no trato GI como resultado da contração muscular.
Os processos digestórios no corpo iniciam antes que a comida entre na boca. Simplesmente
cheirar, ver, ou até mesmo pensar sobre o alimento pode fazer a nossa boca salivar ou nosso
estômago roncar. Estes reflexos longos que iniciam no cérebro criam uma resposta antecipatória,
conhecida como fase cefálica da digestão. O estímulo antecipatório e o estímulo do alimento na
cavidade oral ativam neurônios no bulbo. O bulbo, por sua vez, manda sinais para as glândulas
salivares e para o sistema nervoso entérico. Em resposta a esses sinais, o estômago, o intestino e
os órgãos glandulares acessórios iniciam a secreção e aumentam a motilidade em antecipação ao
alimento que virá.
Como resultado, a comida é reduzida a uma massa macia flexível, facilmente engolida, chamada
bolo alimentar.
A maioria dos músculos da mastigação é inervada pelo ramo motor do quinto nervo craniano, e o
processo de mastigação é controlado por núcleos no tronco encefálico.
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dos músculos mandibulares que leva à contração reflexa. Essa ação automaticamente eleva a
mandíbula, causando o cerramento dos dentes, mas também comprime o bolo, de novo, contra as
paredes da cavidade bucal, o que inibe mais uma vez os músculos mandibulares, permitindo que
a mandíbula desça e suba mais uma vez. Esse processo é repetido.
A mastigação ajuda na digestão dos alimentos porque as enzimas digestivas só agem nas
superfícies das partículas de alimentos; portanto, a intensidade da digestão depende da área
de superfície total, exposta às secreções digestivas.
A deglutição é facilitada pela secreção de saliva e muco e envolve a boca, a faringe e o esôfago.
A deglutição ocorre em três fases: (1) a fase voluntária, em que o bolo alimentar é passado para a
parte oral da faringe; (2) a fase faríngea, a passagem involuntária do bolo alimentar pela faringe
até o esôfago; e (3) a fase esofágica, a passagem involuntária do bolo alimentar através do
esôfago até o estômago.
Estágio Voluntário da Deglutição: Quando o alimento está pronto para ser deglutido, ele é
“voluntariamente” comprimido e empurrado para trás, em direção à faringe, pela pressão da
língua para cima e para trás contra o palato.
1. O palato mole é empurrado para cima, de maneira a fechar a parte posterior da cavidade
nasal, evitando o refluxo do alimento.
2. A epiglote fecha a abertura da laringe, o que impede que o bolo alimentar entre no restante
do trato respiratório.
3. A contração muscular move a laringe para cima e para a frente, o que ajuda a fechar a
traqueia e abrir o esfincter esofágico superior.
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Iniciação nervosa do estágio faríngeo da deglutição:
Os impulsos motores do bulbo para a faringe e para a parte superior do esôfago que causam a
deglutição são transmitidos pelo quinto, nono, décimo e décimo segundo nervos cranianos e,
mesmo, por alguns dos nervos cervicais superiores
O apetite, quantidade e tipo de alimentos ingeridos pelos humanos são influenciados por fatores
internos e externos. Os fatores internos incluem fatores fisiológicos como a liberação de
hormônios, estresse e padrão genético e os externos incluem fatores ambientais e socias.
Portanto, o comportamento alimentar interage entre vários determinantes como os biológicos,
sociocultural, econômicos e psicológicos.
Por exemplo, alguns indivíduos procuram alívios das emoções negativas nos alimentos.
Situações de estresse severo, tédio, tristeza e solidão faz com que essas pessoas aumentem a
ingesta calórica na busca de um equilíbrio emocional, tendo como consequência o aumento de
peso.
Os alimentos ricos em açúcares e gordura, são alimentos hiperpalatáveis o que pode ocasionar a
um comportamento viciante
Por que será que após as refeições, principalmente depois do almoço, costumamos sentir
certa sonolência?
Um dos fatores que levam a essa sonolência é a quantidade de vezes que mastigamos os
alimentos durante as refeições.
A Cinética Química é o ramo da Química que estuda a velocidade das reações e ela diz que um
dos fatores que influenciam a velocidade de uma reação – como a reação de digestão – é a
superfície de contato. Quanto maior a superfície de contato, maior será a rapidez com que a
reação ocorre.
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De tal modo, quanto mais mastigamos, mais os alimentos são triturados e, assim, aumentamos a
superfície de contato deles. Dessa forma, aumenta-se a rapidez da reação e a digestão ocorrerá
com maior facilidade.
No entanto, se não triturarmos muito bem os alimentos antes de ingeri-los, a reação de digestão
será mais lenta, pois será necessário mais suco gástrico para decompor o alimento. O principal
constituinte do suco gástrico é o ácido clorídrico (HCl) e para aumentar a sua produção é
necessário retirar íons H+ do sangue. Essa retirada de íons do sangue provoca sonolência após as
refeições.
Além disso, após a digestão gera-se muito bicarbonato de sódio, que diminui a atividade de
alerta do cérebro. Esse sono é denominado cientificamente alcalose pós-prandial, isto é, pós-
refeição
Outros fatores que causam a sonolência é a falta de oxigenação no cérebro, pois o sangue fica
concentrado na área do aparelho digestivo; assim, a oferta de oxigênio para o cérebro diminui e
sua atividade também, além de diminuir a irrigação do sistema nervoso, o que diminui a
capacidade de concentração e a força dos músculos.
Além disso, o consumo de alimentos ricos em açúcar aumenta a concentração de glicose no
sangue, que também deixa o cérebro menos alerta.
Pessoas que têm uma alimentação balanceada e saudável são mais vigorosas e dispostas para
cumprirem a jornada de trabalho
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