Direito Das Obrigaçoes - Final
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Direito Das Obrigaçoes - Final
FACULDADE DE DIREITO
Marrufo Saíde
Código
81220283
Nampula, Maio de 2023
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Nome:
Marrufo Saíde
Código
81220283
Nampula, Maio de 2023
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Índice
Introdução...............................................................................................................................4
Conclusão..............................................................................................................................17
Bibliografia...........................................................................................................................18
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Introdução
Os contratos são acordos legais entre duas ou mais pessoas que estabelecem obrigações e
direitos. Quando um contrato é celebrado, ele produz efeitos que afetam as partes
envolvidas. Esses efeitos podem ser classificados em diversos tipos, dependendo do
conteúdo do contrato e da intenção dos interessados.
Neste trabalho, apresentaremos a classificação dos contratos (quanto a forma, modo e aos
efeitos), como um fator importantíssimo na aplicabilidade da justiça constitucional.
Sabemos que a constituição como norma suprema do ordenamento jurídico não tem valor
enquanto não houver entidades com poderes para fazer valer essa qualidade de norma
suprema do ordenamento jurídico. É justamente por esse facto que a própria constituição
estabelece várias formas destinadas a garantir que seja salvaguardada a sua supremacia, e
que seja zelada por entidades com poderes para tal.
Contudo, esperamos com esta abordagem traga elementos relevantes que possam nos
acompanhar no processo de aprendizagem e assimilação dos objectivos traçados para este
módulo.
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1. Classificaçao dos contratos
De acordo com Canotilho (2003), o contrato é formado pela vontade das partes, deve ser
composto por uma ou mais parte interessada, no qual se estabelecem as cláusulas que
criam, extinguem ou modificam o direito. O contrate então se trata de uma operação
econômica, onde é costume haver um advogado intermediando o processo. Esse
profissional atuaria elaborando o documento e apresentando para as partes envolvidas seus
direitos e obrigações.
Por ser um contrato um acordo entre duas ou mais pessoas ou empresas, existem diferentes
tipos desse documento, tais como: contrato de aluguel, contrato de compra e venda,
contrato de prestação de serviços, etc.
É de se frisar que um mesmo fenômeno pode ser classificado de diversas formas, conforme
o ângulo em que se coloca o analista. Desse modo, os contratos classificam-se em diversas
modalidades, subordinando-se a regras próprias ou afins, conforme as categorias em que se
agrupam. Sendo assim, Gonçalves (2014), descreve a seguinte classificação:
Unilaterais: são os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes, como a
doação pura, por exemplo. Segundo Gouveia (2005, p. 192), o contrato “é unilateral se, no
momento em que se forma, origina obrigação, tão somente, para uma das partes — ex uno
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latere”. consiste no contrato em que só uma da parte tem a obrigação, enquanto a outra
apenas concorda com os termos, como no caso do contrato de doação pura.
Bilaterais: são os contratos que geram obrigações para ambos os contratantes, como a
compra e venda, a locação, o contrato de transporte etc. É o contrato no qual há prestação e
contraprestação estipulada entre as partes, como no contrato de compra e venda. Essas
obrigações são recíprocas, sendo por isso denominados sinalagmáticos, da palavra grega
sinalagma, que significa reciprocidade de prestações.
Na compra e venda, dispõe o art. 481 do Código Civil, um dos contraentes se obriga a
transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. A
obrigação de um tem por causa a do outro. Não é necessário, todavia, que todas as
prestações sejam estabelecidas com esse nexo de reciprocidade e equivalência, bastando
que o sejam as obrigações principais, podendo haver obrigações acessórias (devolver as
coisas ao término do contrato) ou deveres de conduta (dar informações) apenas de uma das
partes.
Plurilaterais: são os contratos que contêm mais de duas partes. Trata-se da possibilidade da
existência de vários polos no contrato, cada um com seus deveres e direitos distintos, sendo
vontades próprias. Na compra e venda, mesmo que haja vários vendedores e compradores,
agrupam-se eles em apenas dois polos: o ativo e o passivo.
Assim também nos contratos de consórcio. Uma característica dos contratos plurilaterais é
a rotatividade de seus membros. A sua principal característica consiste no fato de que,
mediante a sua realização, as partes perseguem um fim comum.
Desse modo, o chamado contrato plurilateral se manifesta, em realidade, como ato coletivo,
o qual é, efetivamente, do tipo negocial, mas não é figura contratual. Disto é exemplo
eloquente a sociedade, da qual constituem características a ausência do elemento
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“consentimento” e a possibilidade de sua formação (e de sua gestão) mediante deliberação
também majoritária; daí a sua exclusão do rol dos contratos.
Podem ser apontadas algumas vantagens práticas da distinção entre contratos unilaterais e
bilaterais:
À primeira vista pode parecer estranho denominar-se um contrato unilateral, porque todo
contrato resulta de duas manifestações de vontade. Sob este aspecto, isto é, o de sua
formação, o contrato é, realmente, sempre bilateral, pois se constitui mediante concurso de
vontades. Entretanto, a classificação em unilateral e bilateral é feita não sob o prisma da
formação dos contratos, mas, sim, sob o dos efeitos que acarretam. Os que geram
obrigações recíprocas são bilaterais. E os que criam obrigações unicamente para um dos
contraentes são unilaterais.
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Também é assim considerado aquele contrato que, já na sua celebração, atribui prestações
às duas partes, mas não em reciprocidade (o comodante tem a obrigação de propiciar ao
comodatário o gozo da coisa, e este, a de restituí-la, como estatuem os arts. 579 e s. do CC).
Essa modalidade de contrato, precisamente porque continua sendo unilateral, como fica
claro na classificação de Tartuce (2007, p. 328), está “fora do instituto da resolução,
porquanto inexiste prestação correspectiva que possa ser incumprida, pressuposto do
surgimento do direito resolutivo. A eventual obrigação, posteriormente criada, não decorre
da vontade contratual, mas da incidência da lei...”.
Gratuitos ou benéficos – são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou
vantagem, como sucede na doação pura, no comodato, no reconhecimento de filho etc. Para
a outra há só obrigação, sacrifício. Nessa modalidade, outorgam-se vantagens a uma das
partes sem exigir contraprestação da outra.
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A doutrina distingue os contratos gratuitos propriamente ditos dos contratos
desinteressados. Aqueles acarretam uma diminuição patrimonial a uma das partes, como
sucede nas doações puras. Estes, subespécies dos primeiros, não produzem esse efeito,
malgrado beneficiem a outra parte (comodato e mútuo, p. ex.).
Para Vasconcelos et al. (2019), todo contrato oneroso é, também, bilateral. E todo unilateral
é, ao mesmo tempo, gratuito. Não, porém, necessariamente. O mútuo feneratício ou
oneroso (em que é convencionado o pagamento de juros) é contrato unilateral e oneroso.
Unilateral porque de natureza real: só se aperfeiçoa com a entrega do numerário ao
mutuário, não bastando o acordo de vontades. Feita a entrega (quando o contrato passa a
produzir efeitos), nenhuma outra obrigação resta ao mutuante. Por isso se diz que gera
obrigação somente para o mutuário.
Como exemplo de contrato que pode ser bilateral e gratuito menciona-se o mandato,
embora se trate de bilateral imperfeito, visto que, para o mandante, a obrigação surge, em
geral, a posteriori (a de pagar as despesas necessárias à sua execução.).
A proteção outorgada ao contratante que recebe a título gratuito é menos importante que a
conferida a quem obtém a título oneroso. Assim, por exemplo, os negócios jurídicos
benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente (CC, art. 114); no caso de fraude contra
credores, os contratos gratuitos são tratados mais rigorosamente do que os onerosos (CC,
arts. 158 e 159); o doador não está sujeito à evicção (CC, art. 552), que por disposição
expressa da lei só se aplica aos contratos onerosos (CC, art. 447), nem está sujeito às ações
decorrentes da existência de vícios redibitórios — a menos que se trate de doação gravada
de encargo, pois a responsabilidade por esses vícios só pode decorrer de contrato
comutativo que é espécie de contrato oneroso.
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Na ideia de comutatividade está presente a de equivalência das prestações, pois, em regra,
nos contratos onerosos, cada contraente somente se sujeita a um sacrifício se receber, em
troca, uma vantagem equivalente. Todavia, pode não haver equivalência objetiva, mas
subjetiva, existente apenas no espírito dos contraentes, e não necessariamente na realidade,
visto que cada qual é juiz de suas conveniências e interesses. Assim, na compra e venda,
por exemplo, o vendedor sabe que irá receber o preço que atende aos seus interesses, e o
comprador, que lhe será transferida a propriedade do bem que desejava adquirir.
Contrato comutativo é, pois, o oneroso e bilateral, em que cada contraente, além de receber
do outro prestação relativamente equivalente à sua, pode verificar, de imediato, essa
equivalência.
Contrato aleatório “é o bilateral e oneroso em que pelo menos um dos contraentes não pode
antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida. Caracteriza-se, ao
contrário do comutativo, pela incerteza, para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios
que dele podem advir” (Miranda 2002, p. 99). É que a perda ou lucro dependem de um fato
futuro e imprevisível.
O vocábulo aleatório é originário do latim alea, que significa sorte, risco, acaso. São
exemplos dessa subespécie os contratos de jogo, aposta e seguro. Já se disse que o contrato
de seguro é comutativo porque o segurado o celebra para se acobertar contra qualquer risco.
No entanto, para a seguradora é sempre aleatório, pois o pagamento ou não da indenização
depende de um fato eventual.
Além dos aleatórios por natureza, há contratos tipicamente comutativos, como a compra e
venda, que, em razão de certas circunstâncias, tornam-se aleatórios. Denominam-se
contratos acidentalmente aleatórios.
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Os contratos acidentalmente aleatórios são de duas espécies: a) venda de coisas futuras; e b)
venda de coisas existentes mas expostas a risco. Nos que têm por objeto coisas futuras, o
risco pode referir-se: a) à própria existência da coisa; e b) à sua quantidade.
Do risco respeitante à própria existência da coisa trata o art. 458 do Código Civil. Tem-se,
na hipótese, a emptio spei ou venda da esperança, isto é, da probabilidade de as coisas ou
fatos existirem. O art. 459 cuida do risco respeitante à quantidade maior ou menor da coisa
esperada (emptio reisperatae ou venda da coisa esperada). A venda de coisas já existentes
mas sujeitas a perecimento ou depreciação é disciplinada nos arts. 460 e 461.
A presente classificação toma como ponto de partida o fato de que alguns contratos
dependem, lógica e juridicamente, de outro como premissa indispensável. Os contratos dos
quais dependem chamam-se principais.Contratos principais são os que têm existência
própria, autônoma e não dependem, pois, de qualquer outro, como a compra e venda e a
locação.
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função predominante dos contratos acessórios é garantir o cumprimento de obrigações
contraídas em contrato principal, como o penhor, a hipoteca convencional, a fiança e
similares. Entretanto, aduz, não são apenas acessórios os contratos de garantia, mas todos
os que têm como pressuposto outro contrato.
António (2012), com apoio em Santoro Passarelli, afirma que os contratos acessórios
podem ser preparatórios, como o mandato; integrativos, como a aceitação do terceiro na
estipulação em seu favor; complementares, como a adesão a um contrato aberto.
Esses contratos têm em comum com os acessórios o fato de que ambos são dependentes de
outro. Diferem, porém, pela circunstância de o derivado participar da própria natureza do
direito versado no contrato-base. Nessa espécie de avença, um dos contratantes transfere a
terceiro, sem se desvincular, a utilidade correspondente à sua posição contratual. O
locatário, por exemplo, transfere a terceiro os direitos que lhe assistem, mediante a
sublocação.
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surge uma nova relação contratual, sem alteração da primeira, havendo apenas um dos
sujeitos que é titular de ambos os contratos.
Formais ou Solenes: Contratos que tem forma prescrita em lei, como a fiança e o seguro,
que só valem se escritos, ou a compra e venda de imóvel que, em regra, só vale por
escritura pública. Contratos formais são aqueles em que a lei impõe determinada
formalidade. É o que ocorre, por exemplo, com o contrato de fiança que deve ser escrito.
Solenes são os contratos que devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar.
Quando a forma é exigida como condição de validade do negócio, este é solene e a
formalidade é ad solemnitatem, isto é, constitui a substância do ato (escritura pública na
alienação de imóveis, pacto antenupcial, testamento público etc.). Não observada, o
contrato é nulo (CC, art. 166, IV).
Quando a formalidade é exigida não como condição de validade, mas apenas para facilitar a
prova do negócio, diz-se que ela é ad probationem tantum.
Não formais: Contratos de forma livre – ex: compra e venda da maioria dos bens móveis. O
contrato é o negócio jurídico bilateral, ou plurilateral (acordo das partes e sua manifestação
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externa), pois depende de mais de uma declaração de vontade, que sujeita as partes à
observância de conduta idônea à satisfação dos interesses de que regularam, visando criar,
modificar, resguardar, transmitir ou extinguir relações jurídicas. O contrato informal, em
contraposição, é o que a lei não impõe qualquer formalidade.
Contratos não solenes são os de forma livre. Basta o consentimento para a sua formação.
Como a lei não reclama nenhuma formalidade para o seu aperfeiçoamento, podem ser
celebrados por qualquer forma, ou seja, por escrito particular ou verbalmente. Em regra, os
contratos têm forma livre, salvo expressas exceções. Podem ser mencionados como
exemplos, dentre inúmeros outros, os contratos de locação e os de comodato. Dispõe, com
efeito, o art. 107 do Código Civil: “A validade da declaração de vontade não dependerá de
forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”.
Por outro lado, “não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade
dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de
direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente
no País” (CC, art. 108).
Têm as partes permissão para estipular que determinado contrato só poderá ser celebrado
por instrumento público. Neste caso, este será da “substância do ato” (CC, art. 109). E o
contrato, que não seria, em princípio, formal, passa a sê-lo. Todavia, um contrato solene
não terá validade se não for celebrado por instrumento público, ainda que as partes o
tenham dispensado.
O principal efeito prático da distinção entre contratos solenes e não solenes reside no fato
de serem nulos os primeiros, se não observada a forma prescrita em lei, que é elemento
essencial à sua validade, ao passo que os segundos não.
Contratos consensuais são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades
(solo consensu), independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada
forma. Por isso, são também considerados contratos não solenes.
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Embora se possa dizer que todo contrato, na sua formação, é consensual no sentido de que
pressupõe o consentimento, alguns existem para cujo aperfeiçoamento a lei nada mais exige
que esse consentimento. A classificação em epígrafe também encara os contratos segundo a
maneira como se aperfeiçoam. Como predomina, no direito moderno, o princípio do
consensualismo pode-se afirmar que o contrato consensual é a regra, sendo exceções os
contratos reais.
A compra e venda de bens móveis, por exemplo, quando pura, pertence à classe dos
contratos consensuais, segundo dispõe o art. 482 do Código Civil, pois “considerar-se-á
obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço”(grifei).
Contratos reais são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega
(traditio) da coisa que lhe serve de objeto, como os de depósito, comodato, o mútuo, por
exemplo, e alguns poucos (penhor, anticrese, arras). Esses contratos não se formam sem a
tradição da coisa. Antes pode existir promessa de contratar, mas não existe depósito,
comodato ou mútuo. A efetiva entrega do objeto não é fase executória, porém requisito da
própria constituição do ato.
Em regra, os contratos reais são unilaterais, visto que, entregue a coisa (quando o contrato
torna-se perfeito e acabado), só resta a obrigação para o depositário, o comodatário e o
mutuário.
Nada impede, porém, como lembra Orlando Gomes, que a realidade se exija como requisito
para a formação de um contrato bilateral, ainda que excepcionalmente. O depósito, frisa, no
qual o depositante se obriga a remunerar o depositário, “é contrato bilateral que, todavia, só
se torna perfeito e acabado com a entrega da coisa” (Gonçalves 2014, p. 261).
Existem diferentes tipos de contratos, que podem variar de acordo com o setor, finalidade e
forma. A título de exemplo podemos citar os contratos de compra e venda, contratos de
prestação de serviços, contratos de locação, contratos de empréstimo e contratos de
trabalho.
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Cada tipo de contrato produz diferentes efeitos, dependendo do que foi previamente
estabelecido pelos envolvidos. Em concordancia com Conotilho (2003), os contratos
apresentam quatro efeitos principais:
Geram direitos: Os contratos também geram direitos para as partes envolvidas. Por
exemplo, o direito de receber o produto ou serviço contratado ou o direito de receber o
pagamento combinado. Caso uma das partes não cumpra as obrigações estabelecidas no
contrato, ela pode ser considerada responsável pelo descumprimento do acordo. A parte
prejudicada pode buscar reparação pelos danos sofridos.
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Conclusão
Ao longo deste artigo, discutimos os diferentes tipos de efeitos que os contratos podem
produzir, desde sua vigência até seus impactos sobre terceiros e as particularidades dos
contratos na internet. Fica claro que os contratos são instrumentos fundamentais para as
relações comerciais e pessoais, estabelecendo relações saudáveis e seguras entre as pessoas
e as empresas envolvidas. Para isso, é recomendável contar com uma consultoria jurídica
capaz de auxiliá-lo na assinatura do contrato mais adequado para o seu negócio!
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Bibliografia
Gouveia, J. B. (2005). Manual de Direito da Obrigações. Vol. II. (2ª ed.). Lisboa: Almeida.
Gonçalves, C. R. (2014). Direito Civil Brasileiro, volume III: contratos e atos unilaterais.
(11ª ed.). São Paulo: Saraiva.
Legislação
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