Biogeografia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 12

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação À Distância - Tete

Trabalho-II

Sistemática Filogenética: Método de Recuperação da Informação Filogenética

Turma: F No de Sala:10

Telma Mouzinho Navaia,708200989

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Cadeira: Biogeografia

3º Ano /2022

Tutor: Hélder Faqueiro

Tete, Julho, 2022


Classificação
Categorias Indicadores Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos
 Introdução 0.5
Estrutura organizacionai
s  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências
6ª edição em das
Bibliográfica 4.0
citações e citações/referências
s
bibliografia bibliográficas

1
Recomendações de melhoria:

2
Índice

1. Introdução ..................................................................................................................... 4

1.1. Objectivos .................................................................................................................. 5

1.1.1. Objectivo geral ................................................................................................. 5

1.1.2. Objectivos específicos ..................................................................................... 5

1.2. Metodologia de trabalho ............................................................................................ 5

2. Sistemática Filogenética: Método de Recuperação da Informação Filogenética.......... 6

2.1.Processos Evolutivos ............................................................................................... 6

2.1.1.Método de Recuperação da Informação Filogenética .............................................. 7

2.1.2.O Processo Evolutivo: Anagénese e Cladegénese ............................................... 7

2.1.3.Evolução dos Caracteres .......................................................................................... 8

2.1.4.Homologia ............................................................................................................ 8

2.2.Método Hennigiano ..................................................................................................... 9

3. Conclusão .................................................................................................................... 10

4.Referências Bibliográficas ........................................................................................... 11

3
1. Introdução
O presente trabalho insere-se com o tema a sistemática filogenética, método de recuperação
da informação filogenética, esta abordagem foi inicialmente proposta pelo entomólogo
alemão Willi Hennig em sua obra de 1950, buscava realizar a inferência histórica de maneira
puramente lógica e científica. As principais linhas seu método são as relações entre espécies
estritamente genealógicas, ou seja, verticais,as apomorfias são o único tipo de evidência que
identifica, ancestralidade em comum e são elas que definem novos agrupamentos e a máxima
conformidade com a evidência deve ser determinada utilizando-se o princípio auxiliar da
parcimónia. A Sistemática Filogenética ou Cladismo, o axioma fundamental é que a história
evolutiva de ancestralidade-descendência dos organismos pode ser reconstruída e
representada mediante um diagrama hipotético denominado cladograma.

Em conformidade de Hennig, W. (1966), insere-se contexto a sistemática biológica de um


modo geral e mais especificamente a sistemática filogenética, a qual fornece um método
objectivo para a reconstrução da história evolutiva dos grupos relação ancestral-descendente
através de uma análise diferenciada das características o processo evolutivo é entendido como
sendo composto por repetições intercaladas de dois subprocessos: a anagénese e a
cladogênese.

4
1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral


 Analisar e compreender o método proposto pela Sistemática Filogenética.

1.1.2. Objectivos específicos


 Determinar a história evolutiva do gene, da função ou da espécie;
 Reflectir o processo evolutivo na Sistemática Filogenética;
 Entender como os Filogeneticistas compreendem o processo evolutivo;
 Compreender o método proposto pela Sistemática Filogenética

1.2. Metodologia de trabalho


Na metodologia filogenética é necessária a produção de uma matriz polarizada de dados, que
representa o maior número possível de informações sobre as espécies descritas. Pressupõe-se
portanto a necessidade de uma etapa de colecta de dados e definição de características a serem
observadas, por sua vez precedidas pelo levantamento dos táxons em estudo. A definição de
caracteres, a partir das características dos organismos representa outro importante alicerce da
metodologia filogenética.

5
2. Sistemática Filogenética: Método de Recuperação da Informação Filogenética
De acordo com Amorim (1997), advoga que o segundo os fundamentos da cladística,
formulados em grande parte pelo entomólogo Willi Hennig, uma classificação deve sempre
expressar as relações evolutiva das espécies, não importando se as espécies são semelhantes
ou diferem drasticamente entre si.

De acordo com Willi Hennig realça que a classificação cada grupo deve ser obrigatoriamente
Monofilético, logo, possuir todos os descendentes do ancestral comum mais recente do grupo
estudado e nada mais. De modo que grupos parafiléticos e polifiléticos não são permitidos na
classificação.

2.1.Processos Evolutivos
A evolução biológica ocorre principalmente através dos mecanismos de anagénese (mudança
direccional dentro de qualquer ramo filético ocasionada pelos factores evolutivos), de
cladogênese (ramificação filogenética devida a eventos de especiação causados
principalmente pelos processos de variância e dispersão) e de extinção (Futuyma, 1997;
Amorim, 1997).

Neste panorama evolutivo, a importância da evolução reticulada, que surge através da


migração entre populações, hibridização entre espécies próximas ou pela transferência
horizontal de material genético entre linhagens de organismos, tem-se revelado cada vez
maior (Doolittle, 1999; Loreto et al., 2001; Herédia, 2002).

A maioria dos cladistas, entretanto, costuma ignorar os processos de evolução anagenética e


reticulada, o que tem causado, em alguns casos, limitações conceituais e até prejuízos
metodológicos à Sistemática Filogenética (Amorim, 1997).

Considerando os dois processos envolvidos na evolução destes caracteres (mutação e fixação


por selecção ou deriva genética), Amorim (1993) criou os termos “sintreptia” e “sinapousia”,
para se referir respectivamente ao compartilhamento de um alelo apomórfico entre OTU’s
descendentes, independentemente de este estar fixado ou não e ao compartilhamento da
ausência de um alelo plesiomórfico, tendo em vista uma condição apomórfica conhecida
surgida por mutação em uma espécie ancestral.

A metodologia filogenética consistia na observação de certos atributos nos diferentes


organismos seguida da formulação de hipóteses de homologia, que seriam então confrontadas

6
posteriormente no chamado teste de congruência (Nelson & Platnick, 1981; Farris, 1983),
para o estabelecimento das relações de parentesco.

2.1.1.Método de Recuperação da Informação Filogenética


A Sistemática Filogenética busca estritamente reflectir o processo evolutivo, delimitando
grupos naturais a partir de uma análise diferenciada dos caracteres. Ou seja, a partir do estudo
das características das espécies recentes (e também de espécies fósseis, quando for o caso)
pode-se inferir uma hipótese acerca da história evolutiva pretérita do grupo em estudo. Desse
modo, se reconstruirá não somente a história do grupo, mas, também, como se deu a evolução
de suas características, o que é tão ou mais importante.

2.1.2.O Processo Evolutivo: Anagénese e Cladegénese


O Processo evolutivo é entendido como sendo composto por repetições intercaladas de dois
subprocessos:

 A anagénese
 Cladegénese.

a) A anagénese

Para Amorim (1997), pondera que anagénese é a parte do processo evolutivo onde a forma se
modifica ao longo do tempo. Ou seja, é na anagénese que as características de uma
determinada espécie podem se modificar, evoluir, com o decorrer do tempo.

Ex: Durante a anagénese da espécie Y, a cor negra de seus olhos pode ser substituído por uma
cor branca ao longo de algumas gerações. Esse processo se daria da seguinte forma teórica
simplificada: imaginemos que num determinado tempo inicial T1 todos os indivíduos da
espécie Y apresentem os olhos com a cor negra. Em um tempo seguinte T1, através de uma
mutação, nasçam alguns indivíduos com os olhos com a cor branca.

Em conformidade com Andrade(2005),advoga que a cladística é composta pelos clados,


agrupamentos que incluem todos descendentes vivos ou extintos e um ancestral comum, é
todo grupo que envolva mais de uma linhagem e um ancestral comum.

Entretanto, antes de nos atermos ao método propriamente dito, devemos entender como os
Filogeneticistas compreendem o processo evolutivo.

7
É importante notar que, apesar da modificação da forma ao longo do tempo, sempre existiu
uma única espécie, a espécie A, ou seja, não ocorreu aumento da diversidade, (vide a imagem
abaixo que mostra Homologia= similaridade com origem comum).

Fonte: Hennig (1966)

2.1.3.Evolução dos Caracteres

No entender de Brooks & Mclennan (1991), enfatiza que exposta a compreensão acerca do
processo gerador da biodiversidade, a Evolução, devemos agora procurar compreender o
método proposto pela Sistemática Filogenética para a recuperação da informação filogenética
(ao menos dos padrões obtidos).

2.1.4.Homologia
Em conformidade de Amorim (1997), sustenta que homologia são considerados caracteres
homólogos aqueles que tem a mesma origem ontogenética (embrionária), podendo ou não
apresentar a mesma função.

Ex: São considerados homólogo o braço direito de um homem e o de um chimpanzé, bem


como o braço direito de um homem e a perna anterior direita de um cavalo. Ao compararmos
estruturas homólogas estamos analisando estruturas que tiveram origens na mesma estrutura
ontogenética, ou seja, são a “mesma” estrutura. Não poderíamos, por exemplo, comparar o
braço direito de um homem com a perna posterior direita de um cavalo, pois esta perna do
cavalo não é homóloga ao braço direito e sim à sua perna direita do homem (membros
posteriores). Aparentemente, encontrar homologia entre diferentes estruturas parece mais fácil

8
do que realmente o é, e um engano nessa fase inicial do estudo comprometerá toda a análise
sobre a evolução da estrutura e, consequentemente, toda a inferência filogenética decorrente
desse processo.

Após construirmos uma hipótese confiável sobre a homologia das estruturas a serem
comparadas, passamos para a etapa seguinte. Nesse momento, a partir dos dois estados
diferentes encontrados para a mesma estrutura, devemos buscar compreender como foi a série
de transformação desse carácter, dessa estrutura, ou seja, devemos propor uma hipótese a
respeito de como essa estrutura evoluiu, de como ela se modificou ao longo do tempo.

Devemos nos lembrar que as modificações nas estruturas ocorrem durante o processo de
Anagénese. Desse modo, lembrando dos exemplos anteriores, devemos conseguir recuperar a
informação de que os olhos negros se transformaram em olhos brancos, ou devemos
conseguir inferir se a perna anterior do cavalo se transformou no braço do homem ou se o que
ocorreu foi o contrário, a partir de um braço ocorreu a transformação em perna anterior.

Como vimos, os estados dos caracteres podem ser diferenciados em primitivos, mais antigos,
denominados plagiomórficos, ou plesiomorfas, e derivados, mais recentes, denominados
apomórficos, ou apomorfias. Uma apomorfia deriva, modifica-se, a partir de uma
plesiomorfia.

2.2.Método Hennigiano

De acordo com Hennig, W. (1966), elucida que o método hennigiano é explícito e


directamente conectado à ideia de que o mundo natural ordena-se de forma hierárquica,
resultante do processo evolutivo. Não obstante, as classificações filogenéticas são sistemas
que permitem não só o armazenamento da informação biológica, levantada para a sua
construção, como também a recuperação dessa informação os grupos monofiléticos
representam padrões hierárquicos que carregam consigo a informação sobre a evolução das
características das linhagens biológicas consideradas, o que não ocorre nos grupos
parafiléticos e polifiléticos, dos quais pode ser depreendida apenas parte da informação usada
na construção da classificação. O monofiletismo é fundamental para a sistemática filogenética
e é ele que garante o sucesso do método no que tange à identificação da afinidade natural
(evolutiva) entre grupos biológicos.

9
3. Conclusão
Pelo exposto permite concluir a com Sistemática Filogenética é reconstruir hipóteses acerca
dos padrões de relação de parentesco entre táxons, inferindo relações de ancestral-
descendente e entre grupos-irmãos e buscando compreender as origens da Biodiversidade.

Ficamos claro que o processo evolutivo é constituído por um conjunto de anagéneses


modificação da forma ao longo do tempo intercaladas por um conjunto de cladogêneses
quebras do fluxo gênico, gerando especiação e o aumento da Biodiversidade. O método
proposto utiliza uma análise diferenciada dos caracteres apresentados pelos táxons recentes e
fósseis, quando possível, explicitando a diferença no significado evolutivo entre estados
primitivos (plesiomorfias) e estados derivados (apomorfias).

10
4.Referências Bibliográficas
1. ---------------. 2002. Fundamentos de Sistemática Filogenética. 1a. Edição.Holos,
Editora. Ribeirão Preto, São Paulo;
2. Amorim, D.S. (1997). Elementos Básicos de Sistemática Filogenética. 2a.Edição.
Holos, Editora. Ribeirão Preto, São Paulo;
3. Amorim, D.S. (2002).Elementos básicos de sistemática filogenética. 3ª. ed. Ribeirão
Preto: Holos Editora;
4. Brooks, D. R. & D. A. Mclennan (1991). Phylogeny, Ecology and Behavior.
1a.Edição. The University of Chicago Press, Chicago, Illinois;
5. Brown, J. H.; Lomolino, V. L. (2006).Biogeografia. 2ª. ed, revista e ampliada.
Ribeirão Preto: FUNPEC Editora;
6. Futuyma, D.J. (2009).Biologia Evolutiva. Sociedade Brasileira de Genética, 3ª. ed.
Ribeirão Preto: FUNPEC Editora;
7. Hennig, W. (1966). Phylogenetic Sistemáticas. University of Illinois Press, Urbana;
8. Wiley, E. O. (1981). Phylogenetics: the theory and pratice of phylogenetic
systematics. 1a. Edição. John Wiley and Sons, Nova Iorque;
9. Wiley, E. O., Siegel-Causey, D., Brooks, D.R. & V. A. Funk. (1991). The Compleat
Cladist: a primer of phylogenetic procedures.

11

Você também pode gostar