Orçamento Público
Orçamento Público
Orçamento Público
INTRODUÇÃO
O presente trabalho possui como objeto o orçamento público, cujo objetivo é elucidar as mo-
dalidades adotadas no Brasil, pontuando sobre a viabilização de um orçamento participativo.
Ademais, percorrerá o viés principiológico do tema com a finalidade de alcançar as leis orça-
mentárias.
METODOLOGIA
O texto a seguir foi redigido pautado em uma revisão bibliográfica da doutrina moderna
relativa ao orçamento público adotado pelo direito pátrio.
É importante destacar um novo modelo de orçamento que vem ganhando espaço, é o orçamento
participativo, que convoca o povo para participar ativamente da produção do orçamento,
estabelecendo as prioridades para o orçamento. Nessa modalidade, há a demanda de mobiliza-
ção social, devendo o governo ter discricionariedade para alocar os recursos e atender os desejos
da sociedade.
No entanto, se o governo tiver vinculações orçamentárias não será possível a adequação dos
gastos para resolver as demandas do corpo social, de modo que atualmente cerca de 90% do
orçamento da União já está vinculado.
O orçamento participativo tem sido aplicado com êxito nos Municípios de Porto Alegre e Belo
Horizonte.
Quanto à natureza do orçamento, temos que a regra adotada pelo direito pátrio é que o orça-
mento é autorizativo, ou seja, há a mera previsão de gastos que serão realizados conforme a
disponibilidade das receitas que forem arrecadas no exercício, o que não necessariamente im-
plica na realização dessas previsões, visto que o Executivo possui a discricionariedade de ajus-
tar os gastos públicos para atender as demandas que surgirem.
A doutrina elenca seis dimensões do orçamento público, quais sejam, política, planejamento,
jurídica, gerencial, financeira e econômica. De maneira que em cada vertente assume uma fun-
ção, como se demonstra a seguir:
III – PRINCÍPIOS
A base principiológica é responsável por nortear o processo de elaboração, aprovação, execução
e controle do orçamento. Os princípios podem ser encontrados positivados na Constituição Fe-
deral, na Lei 4.320/64, como também na doutrina.
Princípio da Exclusividade – A Lei Orçamentária Anual não pode conter qual dispositivo es-
tranho à fixação da despesa, sendo permitida apenas a autorização para abertura de créditos
suplementares e para a contratação de operações de crédito, conforme prevê o art. 165, pará-
grafo oitavo da Constituição. Tal previsão tem o objetivo de tratar as leis orçamentárias espe-
cificamente, sem que outras matérias sejam tratadas nessa lei.
Princípio da Unidade – É a necessidade de existir um único orçamento para cada ente da Fede-
ração, observada a periodicidade anual, deixando claro que a separação dos orçamentos da re-
ceita e despesa não se confunde com a pluralidade orçamentária (art. 2º Lei 4.320/64)
Princípio da Programação – Prevê que o orçamento deve conter as estimativas para as receitas
e despesas para o próximo exercício financeiro, bem como a previsão das metas e objetivos à
realização das necessidades públicas, cuja previsão legal está também no art. 165, parágrafos
4º e 7º da CRFB/88.
IV - LEIS ORÇAMENTÁRIAS
A Constituição prevê no art. 165 a existência de três leis orçamentárias: o Plano Plurianual, a
Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária.
Todas as leis orçamentárias são de iniciativa do Executivo (art. 165, CRFB/88), entretanto,
compete ao Judiciário o encaminhamento de proposta orçamentária relativa a seus interesses
(art. 99 § 1º e 2º CRFB/88). As propostas consolidadas, tanto as de iniciativa do Executivo,
quanto do Judiciário serão encaminhadas para análise pelo Congresso Nacional.
A análise do Congresso será realizada por meio de uma comissão mista permanente formada
por senadores e deputados, que deverá examinar e emitir pareceres sobre os projetos, bem como
programas nacionais, regionais e setoriais que possam estar previstos nas lei orçamentárias,
assim como sobre eventuais emendas que venha a receber, nos moldes do art. 166 CRFB/88.
As possíveis emendas serão apreciadas pelo Plenário do Congresso.
Cumpre ressaltar, que no caso do Plano Plurianual não é possível emenda que determine o
aumento de despesa nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente. As emendas do Plano
de Diretrizes Orçamentárias devem ser compatíveis com o PPA. Já as que se referem a Lei
Orçamentária Anual devem ser compatíveis com as outras duas leis (PPA e PDO), de modo que
são admitidas apenas a anulação de despesas ou mudanças para corrigir erros ou omissões.
Lembrando ainda, que as propostas de alteração somente poderão ser aceitas quando ainda não
tiver iniciado a votação pela Comissão Mista, da parte que a alteração é proposta.
No fim desse processo, há a sanção e publicação da lei. No entanto, é importante observar que
há prazos para encaminhamento dos projetos para o Congresso, assim como de devolução para
sanção da lei.
• Plano Plurianual – deve ser encaminhado ao CN até quatro meses antes do encerramento
do primeiro exercício financeiro, que corresponde a 31 de agosto do primeiro ano de
mandato, devendo retornar para sanção até 22 de dezembro, que é o encerramento as
sessão legislativa.
• Lei de Diretrizes Orçamentárias – deve ser encaminhado ao CN até 15 de abril de cada
ano, que são oito meses e meio antes do fim do exercício financeiro e serem devolvidos
até 17 de julho, que é o encerramento do período da sessão legislativa.
• Lei Orçamentária Anual – deve ser encaminhado e devolvido no mesmo prazo do Plano
Plurianual.
No inciso seguinte do 165 CRFB/88 está disciplinada a Lei de Diretrizes orçamentárias, cuja
função é estabelecer metas e prioridades da administração pelo período de um ano, devendo
garantir a concretização do PPA, de maneira a possibilitar às metas ali fixadas uma realização
imediata.
As metas são relativas às despesas, receitas, dúvida, patrimônio e resultado, além do anexo de
metas na Lei de Responsabilidade Fiscal e o anexo de metas de Riscos Fiscais, que são as
eventuais contingências e suas soluções.
Por fim, a Lei Orçamentária Anual é a mais concreta entres as três, visto que dispõe quase que
exclusivamente sobre as receitas e despesas para o exercício financeiro seguintes, por essa razão
possui previsão no parágrafo oitavo, do já mencionado art. 165, acerca da vedação de disposi-
tivo estranho à previsão de receita e fixação de despesas, prestigiando o princípio da exclusivi-
dade.
A LOA dispõe sobre orçamento fiscal, orçamento investimento e orçamento da Seguridade So-
cial. Deve ainda, ser compatível com a Lei de Diretrizes Fiscais, bem como com o anexo de
metas fiscais previsto na LRF e a reserva de contingência.
V – VEDAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
O art. 167 dispõe acerca das vedações orçamentárias, assim consta no inciso primeiro a proibi-
ção da execução de programas ou projetos que não estejam incluídos na LOA, sendo vedado
também a alteração da distribuição de receitas prevista na mesma lei, sem que haja previsão
legal.
O inciso VIII impede o uso de recursos do orçamento fiscal e da seguridade para cobrir despesas
sem previsão específica, assim como não é possível a criação de fundos sem a permissão da lei.
Fica vedado ainda as transferências voluntárias e a concessão de empréstimo para custear des-
pesa de pessoal, abertura de crédito suplementar ou especial sem que haja autorização legal e a
indicação da receita, e ainda proíbe a autorização de despesas sem a indicação da receita e do
montante de gasto que foi autorizado pelo Legislativo.
No que tange às vedações relativas à discriminação das receitas e despesas, não é possível rea-
lizar despesas que superem os créditos orçamentários ou adicionais, tampouco vincular receitas
de impostos a despesas específicas, ficando proibido ainda as operações de crédito que superem
as despesas de capital. No inciso XI é imperioso ao estabelecer que as receitas de contribuição
devem ser usadas para financiar a Previdência Social.
CONCLUSÃO
Por fim, o último tópico abordou as vedações orçamentárias, destaco uma das mais relevantes
no processo legislativo, que no Plano Plurianual não é possível emenda que determine o au-
mento de despesa nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PISCITELLI, Tathiane. Direito Financeiro. 6ª. ed. rev. e atual. [S. l.: s. n.], 2017.
RIBEIRO, Vinicius. Noções de Direito Financeiro. [S. l.]: Gran Cursos Online, 2018.