Versao-brasileira-do-Teste 97
Versao-brasileira-do-Teste 97
Versao-brasileira-do-Teste 97
;
Nunes, D.R.; Nogueira, D.; Bernat, A.B. (1997).
Versão brasileira do Teste de Vocabulário por
Imagens Peabody. Distúrbios da Comunicação,8 (2),
151-162.
VERSÃO BRASILEIRA DO TESTE DE VOCABULÁRIO POR IMAGENS
PEABODY:DADOSPREL~INARES
Leila Nunes, Ivânia Araújo, Débora Nunes, Daniel Nogueira, Ana Beatriz Bernat
Resumo
comunicação pode ser avaliado via Teste de Vocabulário por Imagens Peabody (TVIP).
São descritos dois estudos preliminares com vistas à normatização. No primeiro TVlP foi
aplicado coletivamente em sala de aula a amostra de 687 entre pré-escola e oitava série de
sensibilidade a idade e série escolar e aos níveis profissionai paterno e escolar matemo; e
amostra de 250 entre maternal e pré-3 de duas escolas paulistas, pública e particular.
Houve sensibilidade a idade e série escolar; correlação com vocabulário expressivo; efeito
PRELIMINARY DATA
Abstract
impairments may be assessed via Peabody Picture Vocabulary Test (PPV1) Two
prelirninary studies airning at its Brazilian normatization are described. ln Study 1 PPVT
was collectively applied in the classroom to a sample of 687 from pre-school to 8th grade
from a public school in Rio de Janeiro. Scores were sensitive to age and schoollevels, and
to the levels of father' s income and mother' s education. Simple scores were as good as
floor-ceiling ones. ln Study 2 PPVT was applied individually to a sample of 250 from
nursery to 3rd levei of pre-school of two schools, public and private, in São Paulo. Scores
were sensitive to age and schoollevels, and positively correlated to expressive vocabulary.
melhor índice individual de aproveitamento escolar (Dale & Reichert, 1957) e que as
subprovas de vocabulário são as que mais contribuem para os escores das provas de
do contexto frasa! em que aparecem: Numa sentença como "Ao amanhecer, o blen surgiu
dado pelo contexto frasal. Este mesmo tipo de processamento ativo de construção de
leitura.
compreensão da leitura. Tem sido demonstrado (McKeon e cols., 1985) que boa parte do
inferenciais feitas em sentenças em que as palavras são usadas, mais do que simplesmente
da rotineira aprendizagem das palavras juntamente com as suas definições. Naquele estudo
mostraram maior habilidade em raciocinar com as novas palavras quando Ihes era ensinado
objetos, animais, termos matemáticos, ferramentas e instrumentos~ ~ indicado para avaliar
branco. O teste é organizado de acordo com um modelo de múltipla escolha. Ele não
requer que o examinando leia, escreva ou vocalize qualquer coisa. A tarefa do examinando
TVIP avalia o vocabulário receptivo-auditivo de examinandos entre dois anos e seis meses
inteligência verbal, sendo também ideal em estudos longitudinais para avaliar o efeito de
Apesar de ser usado há mais de 35 anos em todo o mundo como meio de avaliar o
nosso país traduções, adaptações ou normas brasileiras publicadas para seu emprego. De
fato, tanto quanto sabemos, no Brasil não há qualquer instrumento padronizado disponivel
oferecendo assim uma versão brasileira do teste para uso por pesquisadores, educadores e
clínicos. Neste ponto é pertinente lembrar aqui que TVIP já foi objeto de adaptação
monitor SVGA e placa de voz digitalizada. Como periférico de input para registrar a
Para a realização de nossos estudos, a partir da versão hispano-americana do
lYIP, fizemos a tradução para o português dos 130 itens que compõem o teste. Tal
critérios de piso-teto que são definidos em termos da idade e desempenho dos avaliandos.
para poupar os examinandos de ter que ser submetidos a itens excessivamente fáceis ou
dificeis. Para cálculo de piso, são computadas as oito respostas corretas consecutivas a
partir de um item inicial que é determinado pela idade cronológica do examinando. Para
cálculo de teto, o item final é determinado pela ocorrência de seis erros em oito respostas
consecutivas. Duas importantes desvantagens da adoção dos critérios de piso e teto são a
braçal nas fases de aplicação e de avaliação, já que podem ocorrer várias complicações
retrógrado, dois ou mais pisos, dois ou mais tetos, ausência de piso ou ausência de teto.
conseguir completar oito acertos consecutivos a partir do ponto de início. Neste caso é
recomendável regredir desde o ponto de início, aplicando os itens anteriores até obter oito
acertos consecutivos. O caso dos dois ou mais pisos acontece quando o nível de
critério de piso faria com que a prova começasse com itens que são demasiadamente fáceis
para ele. Neste caso, para obtenção da pontuação piso-teto, é recomendado eliminar o(s)
todos os erros anteriores ao último piso, já que teoricamente supõe-se que todos os itens
anteriores ao piso produziriam respostas corretas. O caso dos dois ou mais tetos acontece
quando o nível de habilidade do examinando é inferior à sua idade cronológica, e
consequentemente o critério de piso faria com que a prova começasse com itens
demasiadamente dificeis para ele. Isto é relativamente frequente quando se lida com
mesmo que sejam acertos, já que teoricamente supõe-se que todos os itens posteriores ao
examinandos são muito jovens e imaturos, com idade cronológica próxima ao extremo
inferior e nível de habilidade inferior à idade cronológica. Neste caso, o piso é definído
ausência de teto ocorre quando os examinandos são mais maduros e com desempenho
habilidade superior à idade cronológica. Neste caso o teto é definido como o item 125, e a
de tais critérios é relevante, uma vez que sua adoção inviabiliza a aplicação coletiva do
teste, dada a heterogeneidade de desempenho e de idade (em meses) das crianças de uma
mesma turma. A aplicação coletiva em sala de aula seria muito mais econômica e
baseada nos critérios de piso-teto pela pontuação simples, ou seja, pela simples contagem
simples, baseada na mera frequência de acertos a partir da aplicação de todos os 125 itens
teste em sala de aula, e legitimaria a prática de tal aplicação coletiva no contexto escolar
que, de um ponto de vista estritamente lógico, a pontuação simples deve ser preferida à
acordo com o grau de dificuldade para a cultura à qual se está adaptando o teste.
Adicionalmente ele buscou avaliar o efeito do nível de escolaridade da criança bem como
dos níveis profissional e de escolaridade dos pais. Finalmente, ele buscou verificar a
provas feitas em sala de aula, com vistas a obter indícios acerca de sua validade.
amostra cobriu todos os respondentes de pré-escola até a oitava série daquela escola, com
idades variando de seis a 18 anos (os respondentes entre 14 e 18 anos eram retardatários).
oitava série. Foram comparados dois critérios para avaliação das respostas: a pontuação
apropriada para aplicação coletiva em sala de aula. Como vimos, a pontuação piso-teto
era estabelecida de acordo com a idade do respondente e de seu padrão de acertos e erros
conforme critérios bastante complexos, enquanto que a pontuação simples "Jnsistia
Assim, neste primeiro estudo o mesmo desempenho foi avaliado de acordo com os
dois critérios com vistas a detenninar a eventual existência de equivalência entre eles. A
comparação entre os critérios foi feita por meio de análises estatisticas de comparação
entre pares (i.e., entre um e outro nível escolar e entre uma e outra idade) subsequentes a
coletiva, os resultados indicaram que a pontuação simples foi tão discriminativa quanto a
sala de aulas. Isto foi encontrado a partir da segunda série quan.d_oos dados de provas
isto mesmo antes de qualquer reordenação dos itens a partir do registro de seus graus
pais. Assim, a contribuição dos níveis profissional e de escolaridade dos pais para as
pontuações das crianças foi controlada por meio de análise de covariância. Isto pennitiu
identificar que o desempenho das crianças foi positivamente afetado pelo nível profissional
paterno, mas não pelo materno; bem como pelo nível de escolaridade materno, mas não
pelo paterno. Tais dados parecem fazer muito sentido: uma vez que a criança tende a
passar mais tempo em contacto com a mãe do que com o pai, o nível de escolaridade da
mãe torna-se mais importante do que o do pai. Também é concebível que quanto maior o
nível profissional do pai, tanto melhores tendem a ser as condições de estimulação das
crianças, com uma maior exposição a uma variedade de situações. Por outro lado, as mães
com nível profissional mais elevado podem ter menos tempo para interagir com os filhos,
tendo que deixá-Ios em creche por exemplo, do que aquelas com menor nível profissional
crianças dos níveis maternal, pré 1, pré 2 e pré 3, com idades variando entre dois anos e
seis meses e seis anos. A primeira amostra continha todas as 120 crianças de uma Escola
Paulo. A outra amostra continha todas as 130 crianças de uma escola particular da mesma
cidade. O estudo teve dois objetivos. O principal foi o de cobrir o extremo inferior da
distribuição de respondentes entre os dois anos e meio e os seis anos de idade que não
receptivo avaliado via TVIP e o vocabulário expressivo avaliado via LA VE. Trata-se de
uma lista de checagem, a ser preenchida pela mãe da criança, que foi desenvolvida para
detectar atraso no desenvolvimento da fala em crianças entre dois e quatro anos de idade.
A mãe deve assinalar na lista as palavras que fazem parte da fala da criança e a extensão
das frases que esta é capaz de emitir. Foram obtidos dados em LA VE de cerca de uma
centena crianças com idades variando dos dois anos e seis meses aos quatro anos. Foi
vocabulário receptivo via TVIP e expressivo via LA VE. Tais medidas de correlação
progridem de modo altamente correlacionado nas crianças entre os dois anos e seis meses
e os quatro anos de idade. Houve uma diferença significante no desempenho das crianças
o desempenho das crianças do maternal até o pré-2 parece estar relacionado ao nível
profissional-educacional de seus pais. Assim, nesta faixa dos dois anos e seis meses até os
cinco anos e seis meses, quanto maior o nível profissional-educacional dos pais tanto
frequentada. No entanto, no pré-3, entre os cinco anos e meio e os seis anos e meio, o
pais: Quando o efeito do nível econômico-cultural dos pais foi controlado via análise de
empregada mostrou-se válida, que ela pode ser aplicada coletivamente em sala de aula sem
expressivo entre os dois anos e meio e os quatro anos e meio de idade, e com as notas
escolares entre oito e 14 anos de idade. Finalmente, também é possível dizer que, já a
partir dos dois anos e meio, o vocabulário aparentou beneficiar-se dos níveis profissional
do pai e de escolaridade da mãe. Quando o efeito destes foi controlado, as crianças da
escola particular, a partir dos cinco anos e seis meses, aparentaram um desempenho
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MCKEON, M.G., BECK, I.L., OMANSON, R.C. & POPLE, M.T. Some effects of the
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1981.
WARREN S.F. & KAISER, AP. Generalization of treatment effects by young language-
51,239-251,1986.
Tradução para o português dos 130 itens que compõem o Teste de Vocabulário por
Imagens Peabody. Palavras faladas pelo examinador para cada uma das pranchas de treino
01. barco 27. descascar 53. nutritivo 79. confiar 105. prodígio
02. abajur 28. uniforme 54. par 80. trio 106. jubilosa _
03. vaca 29. tronco 65. secretária 81. pensar 107. aparição
04. vela 30. líquido 56. iluminação 82. ave 108. ascender
05. corneta 31. grupo 57. carretel 83. portátil 109. fragmento
06. joelho 32. músico 58. transparente 84. classificar 110. perpendicular
07. jaula 33. cerimônia 59. colher 85. carniça _.-,
111. vestuário
08. ambulância 34. cobra 60. discussão 86. bússola 112. córnea
09. ler 35. bebida 61. cooperação 87. esférico 113. paralelogramo
10. flecha 36. médico 62. corrimão 88. felino 114. numeroso
11. pescoço 37. isolamento 63. surpreendido 89. paralelo 115. induzir
12. móvel 38. mecânico 64. pingar 90. submergir 116. atônito
13. abelha 39. premiar 65. funil 91. árido 117. transeunte ~
14. hora 40. dentista 66. caule 92. frágil 118. emissão
15. medir 41. ombro 67. ilha 93. instruir 119. obelisco
16. baleia 42. envelope 68. ângulo 94. arqueólogo 120. lamaçal
17. quebrado 43. jóia 69. desilusão 95. consumir 121. ambulante
18. acariciar 44. humano 70. carpinteiro 96. incandescente 122. côncavo -
19. acidente 45. artista 71. arquivar 97. arrogante 123. incisivo
20. canguru 46. recolher 72. comércio 98. utensílio 124. elipse
21. cotovelo 47. construção 73. quarteto 99. ira -', 125. decíduo