Conteúdo Do Slide - A Violência Contra A Mulher

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Card 1: Violência contra a mulher: o que é

A violência contra a mulher consiste em todo e qualquer ato que fere a


mulher seja fisicamente, psicologicamente, sexualmente,
patrimonialmente e que a motivação seja necessariamente o gênero.
Portanto, a violência é praticada contra as mulheres exatamente por
serem mulheres.

Esse tipo de violência pode ser criminosamente praticada


individualmente, como através de assédios, violência doméstica, estupro,
feminicídio e violência obstétrica. Assim como também pode ser
praticada coletivamente, é o caso de redes de prostituição feminina
forçada e políticas de mutilação genital em alguns países.

Card 2: Como surgiu a violência contra a mulher

Essa violência contra o gênero feminino é tão antiga quanto a própria


humanidade, sua origem se deu nas civilizações onde todo poder e
liderança estavam em mãos masculinas, o patriarcado.

O patriarcado é um sistema onde não há regulação pública sobre a esfera


de vida privada, fazendo com que os abusos de poder em domicílio não
pudessem ser fiscalizados pela esfera política. Isso permitia com que o
ambiente doméstico fosse controlado por quem possuía o poder na
família, e como foi dito anteriormente, quem tinha o poder nesse modelo?
Exatamente, o homem! que podia mandar e desmandar dentro de casa
conforme o seu gosto, como por exemplo, obrigar a sua mulher a ter
relações sexuais, independentemente da sua própria vontade.

No Brasil, o patriarcalismo surgiu com a colonização, onde o patriarca,


proprietário de terras, subordinava tanto escravos quanto os livres, desde
que estivessem sob suas propriedades. As mulheres, especificamente,
eram privadas do acesso à educação, à cidadania política e reprimidas
por ser mulheres, que eram consideradas irracionais e incapazes.

Isso se estendeu até o processo de urbanização:

- Até 1827: acesso restrito às escolas básicas.


- Até 1879: acesso restrito ao Ensino Superior.
- Até 1932: direito ao voto negado.
- Até 1962: Viajar, abrir conta bancária, ter estabelecimento comercial,
trabalhar e receber herança somente com a permissão do marido
- até 1983: proibição da prática de "esportes masculinos", como o futebol.
As mulheres só passaram a ter seus direitos resguardados no Brasil após
a constituição de 1988.

Foram criadas secretarias de governo, centros de defesa e políticas


públicas para proteger as mulheres, além da criação da primeira Delegacia
de Atendimento Especializado à Mulher em 1985 e a Lei Maria da Penha
em 2006

Card 3: Causas da violência contra a mulher

A causa do abuso às mulheres está na desigualdade de gênero, é graças a


esse ambiente desigual entre homens e mulheres que é fundamentada
(erroneamente) todas as formas de violência e privação contra esse
gênero

Uma sociedade onde os papéis sociais, as possibilidades de escolha de


vida e profissionais, as posições de liderança e a liberdade sexual são
desiguais entre mulheres e homens, sempre estará fadada ao assombro
da violência. Isto é estrutural, histórico, cultural, está enraizado.

Durante muito tempo a vida da mulher esteve limitada ao ambiente


doméstico, para piorar, era considerada uma propriedade particular. Não
tinha livre arbítrio, em poucos ou até nenhum direito

Os direitos femininos são conquistas recentes e ainda sim faltam muitos


outros problemas para serem resolvidos. Diariamente as mulheres sofrem
assédio na rua, em casa ou até virtualmente, são vigiadas e controladas,
não tem liberdade para usar certas vestimentas, são alvos de ciúmes, são
assassinadas, são estupradas, enfim... Tudo isso são sintomas de uma
sociedade doente e desigual.

Como se não bastasse, a desigualdade de gênero ainda é potencializada


pela xenofobia, racismo e a pobreza, tornando as mulheres cada vez mais
suscetíveis à violência.

Card 4: Lei Maria da Penha

Sancionada em 7 de agosto de 2006, a Lei n. 11.340, chamada de Lei


Maria da Penha, estabelece que todo o caso de violência doméstica e
intrafamiliar é crime. Cabe às autoridades policiais instaurar um inquérito
para apurar cada violência e encaminhar ao ministério público. O
julgamento para esse tipo de crime ocorre nos Juizados Especializados
de Violência Doméstica contra a mulher ou nas Varas Criminais.
A Lei Maria da Penha tipifica cada situação de violência doméstica, dentre
elas:
- Violência física: qualquer ação que ofenda a integridade ou saúde
corporal.
- Violência psicológica: qualquer ação Que atente à saúde psicológica e
autodeterminação, como: constrangimento, humilhação, ridicularização,
isolamento, perseguição, chantagem e controle.
- Violência sexual: qualquer ação que limite o exercício dos direitos
sexuais ou reprodutivos, como: coação a presenciar ou participar de
relação sexual indesejada, impedimento do uso de método contraceptivo
e indução ao aborto ou à prostituição.
- Violência patrimonial: qualquer ação que retém, subtrai, destrói
parcialmente ou totalmente objetos, bens, recursos, documentos pessoas
e instrumentos de trabalho.
- Violência moral: qualquer ação caluniosa, injuriosa ou difamatória.

Além de tipificar, a Lei Maria da Penha proíbe a aplicação de penas


financeiras aos agressores, amplia a pena de um para até 3 anos de prisão
e encaminha as vítimas a programas e serviços de proteção e assistência
social.

O nome da lei foi criado em homenagem a Maria da Penha, uma ativista de


79 anos dos direitos das mulheres que teve sua vida atentada duas vezes
pelo seu ex-marido. A sua trajetória em busca de justiça durante 19 anos e
6 meses fez dela um símbolo de luta por uma vida livre de violência.

Card 5: Violência contra a mulher no Brasil em números

No Brasil, em 2018, graças a Lei Maria da Penha foram aplicadas cerca de


400.000 medidas protetivas às mulheres, trata-se um mecanismo
eficiente para protegê-las, pois os casos onde as medidas protetivas não
foram o suficiente para impedir o feminicídio são irrisórios em termos
numéricos.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano de 2018, a


maioria das vítimas de feminicídio foram mulheres, negras, com baixa
escolaridade e idade entre 30 e 39 anos. Em números:

- 61% eram negras;


- 70,7% possuíam somente o ensino fundamental;
- 76,5 tinham entre 20 e 49 anos;
- 1.206 feminicídios;
- 263.067 casos de violência corporal;
- 66.041 estupros.
A grande parte das violências são cometidas por homens da convivência
familiar. A cada 7 horas uma mulher é assassinada no Brasil, e a casa 2
minutos há um registro de lesão corporal. Diariamente ocorrem 180
estupros por dia no nosso país, sendo mais da metade contra crianças
menores de 13 anos.

Em um intervalo de 10 anos, de 2007 a 2017, o feminicídio no Brasil


aumentou 30,7%.

Os abusos cometidos pelos atuais companheiros caíram de 69% em 2011


para 41% em 2019. Em compensação, as agressões pelos ex-
companheiros escalaram de 13% em 2011 para 39% em 2019.

71% das mulheres brasileiras conhecem alguma mulher que já sofreu


assédio em lugares públicos, e 97% já foram vítimas de assédios em
meios de transporte.

Card 6: Consequências da violência contra a mulher

A ameaça iminente ou só a possibilidade de sofrer esse tipo de violência


"restringe as liberdades civis das mulheres e limita suas possibilidades de
contribuição econômica, política e social para o desenvolvimento de suas
comunidades.

Mulheres que sofrem violência são mais propensas a necessitar de


serviços de saúde temporariamente ou até continuamente, isso
sobrecarrega os sistemas de saúde. Não só isso, a violência também
serve como gatilho para o desenvolvimento de diversas comorbidades e
mudanças comportamentais, dentre elas:

- obesidade, síndrome do pânico, gastrite, doenças inflamatórias e


imunológicas, mutilações, fraturas e lesões, insegurança no trabalho,
dificuldade de relacionamento familiar, dificuldades sexuais e obstétricas,
desenvolvimento do hábito de fumar e maior propensão a acidentes.

Card 6: como denunciar a violência contra a mulher:

Ao identificar alguma mulher sofrendo violência ou se você for a própria


vítima, o primeiro passo para a denúncia é ligar para o número 180.

Esse é o canal criado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, nele o


denunciante ou a vítima receberá orientações para buscar apoio por perto
e os passos para solucionar o problema.

Esse serviço funciona durante 24 horas por dia, todos dias, e é gratuito.
Nota: Colocar "Fametro" grande, centralizado na capa

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