Texto Síntese V e S Jefferson

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
INSTITUTO DE LETRAS E ARTES
FURG
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JEFFERSON NESTOR NAUDERER


MORFOSSINTAXE II – PROFª DRª TATIANA PIMPÃO
“Substantivo é a palavra com que nomeamos os seres em geral, e as qualidades,
ações, ou estados, considerados em si mesmos, independentemente dos seres com que se
relacionam” (ROCHA LIMA, 2011, p. 110)
O critério morfológico é muito importante, mas, por si só, não garante a
classificação de uma palavra como substantivo, pois os adjetivos também podem sofrer
flexão de gênero e número. Por exemplo:
O esforçado alcança seus objetivos // O aluno esforçado alcança seus objetivos
No exemplo apresentado, podemos notar que temos possuímos o mesmo vocábulo,
“esforçado”; no entanto, com diferentes funções, sendo a primeira um substantivo e a
segunda, um adjetivo. Aqui, temos um típico exemplo de substantivação do adjetivo, o
qual torna-se um substantivo, uma vez que, a partir do critério sintático e da posição que
ocupa no eixo sintagmático, é precedido de um determinante, neste caso, um artigo
definido, cuja flexão de gênero e de número é masculina e singular, respectivamente.
Adicionado ao exposto, o critério sintático olha para uma palavra articulada à outra,
neste caso, um determinante com um substantivo. Por exemplo: andar
Em se tratando de alguns termos que indicam ações, bem como estados (de ser),
conceituamo-los como verbos. Contudo, a partir da análise baseada no critério sintático,
algumas mudanças que neles ocorrem, a saber:
O andar de Maria era jeitoso
Neste caso, temos o verbo andar; no entanto, precisamos notar que houve um
processo de substantivação do verbo. Tal assertiva é justificada pelo determinador que
está anteposto ao verbo, pois é apenas o substantivo que permite a existência de um
determinante.
Acerca do critério semântico, podemos destacar que sozinho não dá conta de
classificar um substantivo, uma vez que os verbos também podem envolver ações ou
estados tendo que lançar mão de outros critérios, como o sintático, morfológico e/ou
textual. Não é seguro, pois prevê noções que estão em verbos e em adjetivos. Também o
fato de o substantivo designa ser. O que é o ser? Questão filosófica!!! A noção de
substantivo através da semântica é confusa pela questão do ser.
Para exemplificar o fato de que o critério de Rocha Lima é, em certo ponto, falho,
podemos trazer como exemplo tristeza. Palavra que indica estado; no entanto, o verbo
também indica um estado. Daí o critério semântico ser duvidoso. Relações que levam ao
erro, levando apenas o critério semântico em consideração. Assim, os critérios devem ser
apresentados juntos para que consigamos classificar um substantivo como um
substantivo; um verbo como verbo etc. A ação compromete a definição de substantivo a
partir do critério semântico, uma vez que essas noções de estado também aparecem no
verbo
E, por fim, de forma bem breve, podemos apresentar o caráter discursivo do
substantivo, o qual pode representar os referentes envolvidos em um enunciado. Em
caráter mais específico, o substantivo pode-se apresentar como elemento lexical neutro,
imparcial, restrito à sua função nomeadora (articulado, portanto, estritamente ao papel
que lhe confere a gramática tradicional), mas pode, também, ultrapassar essa simples
função de nomeação e gerar, em combinação com outros nomes, significações além do
que está escrito, ou seja, implícitas significações estas responsáveis pela construção do
sentido global do texto – aquele que relaciona sentido de língua a sentido de discurso, no
processo de compreensão / interpretação do discurso o conceitual: é importante para
referenciar em um texto.
VERBO

O verbo expressa um fato, um acontecimento: o que se passa com


os seres, ou em torno dos seres. É a parte da oração mais rica em
variações de forma ou acidentes gramaticais. Estes acidentes
gramaticais fazem que ele mude de forma para exprimir cinco
ideias: modo, tempo, número, pessoa e voz.

O MODO caracteriza as diversas maneiras sob as quais a pessoa


que fala encara a significação contida no verbo; distinguem-se
três modos: indicativo, subjuntivo e imperativo. O TEMPO
informa, de maneira geral, se o que expressa o verbo ocorre no
momento em que se fala, numa época anterior, ou numa ocasião
que ainda esteja por vir; são, fundamentalmente, três os tempos:
presente, pretérito e futuro. O NÚMERO e a PESSOA são os
acidentes que mostram a qual das três classes de sujeito se refere
o verbo, e, ainda, se tal sujeito está no singular, ou plural.
(ROCHA LIMA, 2011, p. 168-69)

A partir do exposto por Rocha Lima, podemos problematizar alguns de seus


conceitos a partir de critérios para estabelecer o que seria um verbo.

Rocha Lima fala que verbos expressam um fato ou um acontecimento de um ser


ou em volta de um ser; no entanto, equivoca-se ao fazê-lo, visto que existem verbos que
não expressam ações, os verbos não nocionais, além do fato de não apresentar a noção de
que verbo também expressam fenômenos, estados ou mudanças de estado.

Ao referirmos o aspecto morfológico do verbo, podemos destacar que Rocha Lima


aponta que o verbo produz acidentes dos quais resultam em cinco ideias: modo, tempo,
número, pessoa e voz. Ele se refere, nesse ponto, ao critério morfológico, uma vez que
esse critério é responsável pela categorização das ideias supracitadas. Podemos dizer que
todo verbo tem uma estrutura fundamental, sendo: o radical, a vogal temática e as
desinências (DMT, DNP). Os verbos formam, de acordo com suas características de
radicais e desinências, grupos etc.

Por exemplo: ESTUDARIA

Morfologicamente, temos: ESTUD (raíz); A (vogal temática); RIA (desinência


modo-temporal futuro do pretérito) e morfe zero para a desinência número-pessoal. O
verbo em questão deve passar pelo critério sintático para identificar a pessoa do discurso
(eu ou ele)

Assim, ponto de vista sintático, podemos dizer que o verbo é principal elemento
de um enunciado, além de organizar a sentença. Como sempre dizemos: “Tudo gira em
torno do verbo”. Os verbos, além disso, possuem transitividade, ou seja, selecionam os
termos que melhores lhes assistem, ademais serem essenciais à concordância, tanto a sua
própria, quanto à concordância dos elementos que o circundam. Assim, o verbo é
responsável por organizar uma estrutura oracional.

Ela enviou uma correspondência à tia

Sintaticamente, temos: um verbo transitivo direto e indireto, isto é, necessita de


dois complementos, um direto (não regido por preposição) e um indireto (regido por
preposição), sendo “uma correspondência” o OBJETO DIRETO; e “à tia” O OBJETO
INDIRETO

Por fim, no que tange ao critério semântico de um verbo, como citado


anteriormente, o verbo é responsável por expressar uma ação, um estado e um fenômeno.
Por exemplo: os modos verbais.
O modo indicativo indica ele tem carga semântica de certeza, embora que haja a
possibilidade de estabelecer dúvida nele: João saíra mais tarde com seus amigos

O modo imperativo expressa ordem: João, faça as atividades solicitadas

A semântica do subjuntivo nunca será de certeza, mas sempre de possibilidade,


dúvida, irrealidade: Espero que tu venhas hoje! // Se eu fizesse os trabalhos, seria
aprovado.

Em sumo, o critério semântico do verbo é responsável por estabelecer significação


a um enunciado, ou seja, os significados que eles carregam.
REFERÊNCIAS

LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa / Rocha Lima. 49.ed. - Rio
de Janeiro: José Olympio, 2011. (p. 110-135). Disponível em
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4198645/mod_folder/content/0/2%20Bibliogr
afia%20de%20Refer%C3%AAncia/ROCHALIMA_GramaticaNormativa.pdf?forcedow
nload=1>. Acessado em: 03 de março de 2021

OBRAS CONSULTADAS

LOPES, Natália S.; MOURA, Laryssa N., Os diferentes critérios utilizados para
classificação de palavras nas gramáticas tradicionais. Entrepalavras, Fortaleza - ano
2, v.2, n.2, p. 43-56, jan/jul 2012. Disponível em:
<https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2018/TRABALHO_EV117_MD4_S
A8_ID4438_10092018101127.pdf>. Acessado em: 03 de março de 2021.

ROCHA, T. MESCKA, P. M;. Análise comparativa das definições de substantivos e


verbos nos compêndios de gramática normativa. PERSPECTIVA, Erechim. v.36,
n.136, p.89-99, dezembro/2012. Disponível em:
<https://ava.furg.br/pluginfile.php/122077/mod_resource/content/1/Substantivo%20e%
20verbo.pdf> Acessado em: 03 de março de 2021.

SAAD, Bruna. Descomplica online. Disponível em <


https://descomplica.com.br/artigo/verbos-semantica-dos-tempos-e-modos-
verbais/4kc/>. Acessado em: 03 de março de 2021

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