Boas Práticas em Nutrição Enteral
Boas Práticas em Nutrição Enteral
Boas Práticas em Nutrição Enteral
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
3
2 TRIAGEM NUTRICIONAL
Fonte: googleusercontent.com
5
Este instrumento utiliza o somatório de escores para avaliação do estado
nutricional, categorizando o paciente de acordo com alterações em seu peso corporal,
ingestão alimentar, capacidade funcional e sintomas gastrintestinais relatados.
Possibilita que o próprio paciente ou seu acompanhante preencham o instrumento e
através do auxílio da equipe multidisciplinar de saúde, os demais itens são
preenchidos (SOUZA et al., 2017; GOMES et al., 2015).
A ASG apresenta duas etapas, a primeira é a autoavaliação, incluindo dados
sobre histórico de peso, ingestão alimentar, presença de sintomas de impactos
nutricionais e capacidade funcional. E a segunda que inclui exame físico, avaliação
de estresse metabólico, e da patologia (CORDEIRO; FORTES, 2015; TSILIKA et al.,
2015).
Fonte: zoomentregas.com.br
6
náuseas, vômitos, estase gástrica, refluxo gastroesofágico, distensão abdominal,
cólicas, flatulência, diarreia e obstipação (LUZ & MEZZOMO, 2015; OLIVEIRA,
RIBEIRO, CARUSO, LIMA, DAMASCENO & SORIANO, 2016).
A terapia nutricional é uma aliada no tratamento de diversas condições clínicas,
uma vez que o fornecimento de nutrientes adequados auxilia significativamente para
melhores resultados do tratamento da desnutrição, função muscular, cicatrização,
redução de complicações infecciosas, prevenção de úlceras de pressão, diminuição
no tempo de permanência hospitalar e redução de custos hospitalares (FREIJER et
al., 2014).
A Terapia Nutricional Enteral (TNE) é uma alternativa terapêutica que pode ser
utilizada em pacientes com impossibilidade parcial ou total de manter a alimentação
por via oral, sendo adotada apenas quando o trato gastrointestinal está funcionante5.
O uso da TNE está associado à redução do risco de diversas complicações, atuando
positivamente sobre o estado nutricional e consequentemente prevenindo os agravos
causados pela desnutrição (FERREIRA & CRUZ, 2015).
Sabe-se que a terapia nutricional adequada, tanto para a manutenção como
para a depleção da composição corporal, é totalmente dependente de uma provisão
planejada, individualizada e precisa de calorias e nitrogênio (RODRIGUEZ et al.,
2011).
A sondagem é fundamental em muitos casos para recuperação dos pacientes
que estejam em tratamento hospitalar ou domiciliar, e que possuam alguma
necessidade devida desnutrição ou tenham requerimentos calóricos aumentados
(CARVALHO et al., 2014). A nutrição enteral se resume na administração de alimentos
na forma líquida por instilação direta no estômago ou intestino delgado através de
sondas ou ostomias. As sondas nasoentéricas são passadas pela boca ou nariz e são
direcionadas até o intestino delgado, e sondas nasogástricas se alojam no estômago
(PANTOJA & PINHEIRO, 2018).
Nas situações em que o trato gastrointestinal não está acometido, a nutrição
enteral é uma indicação para a recuperação. Aparece como uma segunda via de
escolha, tendo em vista que é mais fisiológica que a parenteral, devido a presença de
nutrientes no tubo digestivo ser essencial para manter o crescimento e função da
mucosa gastrintestinal, mantendo o ciclo êntero-hepático e, evitando assim a
translocação bacteriana (GORZONI et al., 2010). Para a administração de nutrientes
o tubo digestivo é mais indicado, no entanto a dieta infundida por sonda no nível do
7
estômago é mais indicada em relação à duodeno-jejunal. Esta posição favorece uma
melhor digestão devida o contato do alimento com o suco gástrico, promovendo uma
barreira natural contra a colonização bacteriana, tornado um benefício na alimentação
gástrica (PANTOJA & PINHEIRO, 2018).
Fonte: ytimg.com
8
indicação da dieta enteral, prescrição, preparo, distribuição, administração, até o
acompanhamento e monitoramento dos pacientes (CORRÊA et al., 2020).
No contexto brasileiro, compete ao técnico de enfermagem atuante nos
cuidados em TNE: participar de treinamentos sobre as boas práticas em terapia
nutricional enteral na implementação de protocolos que visam manter a assistência
segura na fase de administração da terapêutica, respeitando cuidados de higiene, de
identificação correta e de posicionamento adequado da sonda e do paciente durante
a infusão da dieta; promover cuidados gerais ao paciente de acordo com a prescrição
de enfermagem ou protocolo pré-estabelecido; comunicar ao enfermeiro qualquer
intercorrência advinda da terapia nutricional e proceder o registro das ações
efetuadas, no prontuário do paciente, de forma clara, precisa e pontual (COFEN,
2014).
9
A oferta ideal de nutrientes durante a primeira semana da doença crítica ainda
não é conhecida. A NEP tem como objetivo fornecer, na fase aguda da doença crítica,
nutrição trófica. Essa nutrição além de propiciar a oferta de nutrientes também tem o
objetivo de garantir os benefícios para a mucosa intestinal. Além disso, a
superalimentação pode ser prejudicial. Assim, alguns estudos defendem a nutrição
trófica e hipocalórica como prática segura (STUEVER et al., 2018).
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4.3 Manejo das intercorrências em terapia de nutrição enteral
Intercorrências mecânicas
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precipitação ácida da fórmula, coagulação proteica, aspiração do conteúdo gástrico
e/ou intestinal, dobras e acotovelamentos.
Em relação ao manejo da obstrução da sonda, deve-se atentar para os
seguintes aspectos:
Verificar a presença de dobras e acotovelamentos;
Realizar irrigação sob pressão com o uso de seringa de 20mL de soluções,
como água morna a 37ºC, bebidas gaseificadas à base de cola e solução de
pancrease ativada; no insucesso de todas as intervenções anteriores, repassar sonda
gástrica/enteral;
Rever prescrição de medicamentos via sonda e discutir com a equipe
multiprofissional a possibilidade de troca para a via parenteral;
Realizar irrigação da sonda com 10mL de água destilada a cada 6 horas de
infusão da NE, prevenindo novas obstruções.
Lesão da mucosa nasal
As principais causas de lesão da mucosa nasal são o uso de sondas de grande
calibre e a fixação inadequada da sonda.
Para o manejo da lesão da mucosa nasal, é necessário:
Optar pela utilização de sonda com calibre de 12 a 14Fr;
Realizar troca de fixação da sonda diariamente, prendendo o dispositivo
enteral de forma segura e sem tracionar a asa do nariz;
Avaliar diariamente as condições da pele e da narina;
Utilizar sondas de gastrostomias e jejunostomias para TNE >4 semanas.
Perfuração faríngea e esofágica
A principal causa de perfuração faríngea e esofágica é a reintrodução de fio
guia na sonda gástrica/enteral. Nunca se deve utilizar fio guia para tentar desobstruir
dispositivos.
Desconforto oro e/ou nasofaríngeo
As principais causas de desconforto oro e/ou nasofaríngeo são má
higienização, ressecamento e acúmulo de placas na oro/nasofaringe.
Para o manejo do desconforto oro e/ou nasofaríngeo, deve-se:
Realizar higiene oral com clorexidina a 0,12% e nasal com haste flexível,
água e sabão diariamente;
Utilizar hidratante labial;
12
Considerar o uso de saliva artificial.
Intercorrências pulmonares
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Intercorrências metabólicas
14
Considerar a insulinoterapia;
Trocar a fórmula dietética por outra rica em gordura e fibras e pobre em
carboidratos;
Realizar controle da administração da NE por meio de bombas infusoras;
Considerar a diminuição do volume infundido da dieta;
Estabelecer controle glicêmico.
Hipoglicemia
As principais causas de hipoglicemia são interrupção súbita da TNE e terapia
hipoglicemiante.
Para o manejo da hipoglicemia, recomendam-se:
Restabelecer a infusão da NE, assim que possível;
Estabelecer controle glicêmico até a normalização da glicemia;
Rever a terapia hipoglicemiante.
Hipercalemia
As principais causas de hipercalemia são acidose metabólica e insuficiência
renal.
Para o manejo da hipercalemia, é necessário:
Reduzir a oferta de potássio exógeno;
Utilizar fórmulas enterais pobres em potássio;
Utilizar fórmulas específicas para insuficiência renal.
Hipocalemia
As principais causas de hipocalemia são síndrome de realimentação, diuréticos
e diarreia.
Para o manejo da hipocalemia, são indicadas as seguintes condutas:
Monitorar diariamente o potássio sérico;
Considerar a reposição de potássio;
Considerar a possibilidade de suspensão ou diminuição da dose de
diuréticos;
Avaliar e tratar causas da diarreia.
Remoção acidental
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Pausar a infusão da NE;
Avaliar a presença de extravasamento interno e externo;
Realizar controle radiológico;
Considerar procedimento cirúrgico, nos casos de tubos recém-instalados;
Proteger a pele na região periostomal;
Considerar protocolo de contenção química e mecânica para pacientes
confusos e agitados.
Fonte: nutricaocare.com.br
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método de infusão contínua que exige o uso da bomba de infusão, este é indicado
para pacientes que não toleram grandes volumes durante uma alimentação. Os
pacientes que são alimentados pelo intestino delgado devem receber alimento apenas
pela infusão continua. A velocidade administração é estabelecida dividindo-se o
volume diário total pelo número de horas por dia de administração (geralmente 18 a
24 horas) (JANICE; CAROL, 2012)
A escolha do método baseia-se no estado clínico e na qualidade de vida do
paciente; além disso, deve-se levar consideração os riscos e benefícios de cada
procedimento. Um método pode servir de elemento de transição para outro método à
medida que o estado do paciente muda. Ultimamente dois tipos de sistemas para TNE
estão disponíveis:
1) Sistema aberto (SA): O SA se caracteriza por ser produzido em uma área
restrita e específica, onde nutrientes industrializados, em forma de pó ou líquida, são
misturados, seguindo as Boas Práticas de Manipulação, para que se atinja a
composição (volume, calorias, macro e micronutrientes) desejada tornando-o a dieta
particularizada.
2) Sistema fechado (SF). O SF também chamado de pronto para uso (ready to
use), constitui-se de dietas líquidas industrializadas, estéreis, acondicionadas em
bolsas prontas para serem administradas. O SF é industrialmente manipulado,
eliminando etapas críticas do processo de preparo na instituição de saúde, o que
reduz o risco de contaminação e, consequentemente, de infecção, se bem utilizado.
No entanto, as dietas por SF têm composição e volume padronizados, podendo ser
difícil atender às demandas dietéticas específicas de cada paciente (STELLA et al.,
2012).
5 DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
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constipação com 32 (19%) dos pacientes. Devido a estas complicações, 55 (33%) dos
pacientes tiveram a interrupção da dieta. Desde o início da nutrição enteral, suas
fórmulas foram consideradas como possíveis causas de diarreia nos pacientes, no
entanto outros diversos fatores que podem desencadear a diarreia devem ser
analisados. É importante ressaltar que a diarreia tem várias etiologias que podem
estar relacionadas ao uso de antibióticos de largo espectro, que aceleram o trânsito
intestinal, contaminação das fórmulas da dieta, algumas medicações em comprimido
que apresentam substâncias de alta carga osmolar com efeito laxativo em sua
composição e infecções bacterianas (GUERRA; MENDONÇA; MARSHALL, 2013).
Todas essas complicações são passíveis de intervenção da enfermagem para
minimizar ou eliminar os sintomas, e desta forma tratar as possíveis complicações.
Destaca-se o papel da enfermagem, mostrando-se indispensável no que diz respeito
a atuação na TNE a implantação de ações planejadas como o uso da bomba de
infusão pode diminuir a incidência de diarreia, devido ao controle do gotejamento
(COLAÇO; NASCIMENTO, 2014).
Implementar educação continuada a equipe de enfermagem para que esta
apresente-se treinada a realizar os cuidados com o paciente em uso de TNE é
fundamental, ações como a manutenção da cabeceira elevada entre 30° - 45º, é um
cuidado instituído pela enfermagem fundamental na prevenção de broncoaspiração
em pacientes críticos em uso de TNE (SANTOS et al., 2013). É importante destacar
como fator primordial o acompanhamento da função gastrointestinal dos pacientes
pela equipe de enfermagem, observando o número de evacuações diárias, por
quantos dias se encontra constipado para que seja verificado utilização de agentes
laxativos ou procedimentos para alívio (GUERRA; MENDONÇA; MARSHALL, 2013).
As complicações gastrointestinais são as mais frequentes, podendo se
manifestar por meio de náuseas, vômitos, estase gástrica, refluxo gastroesofágico,
distensão abdominal, cólicas, sensação de plenitude, flatulência, diarreia e
obstipação. Náuseas e distensões abdominais podem aparecer com pouca frequência
se forem utilizadas técnicas de administração adequadas. Já a diarreia é a
complicação mais comum, devido à osmolaridade, a antibioticoterapia, presença de
lactose na dieta oferecida e a falta de um controle microbiológico adequado na
preparação e administração da DIETA (ALVES, BARONE & WAITZBERG, 2017).
Complicações gastrointestinais da terapia nutricional enteral, com possíveis
causas e respectivas medidas de prevenção e controle:
19
20
Fonte: Adaptado de ALVES, BARONE E WAITZBERG (2017).
6 VIAS DE ACESSO
Fonte: blogspot.com
21
A partir do momento em que um paciente é considerado candidato à NE,
selecionam-se o local da administração dos nutrientes e o tipo de dispositivo que será
utilizado para o acesso enteral. A escolha do acesso enteral depende do estado clínico
do paciente, duração prevista para a alimentação enteral, do grau do risco de
aspiração ou de deslocamento da sonda, da presença ou ausência de digestão e
absorção normais, da anatomia do paciente (p. ex., a colocação da sonda de
alimentação não é possível em alguns pacientes muito obesos) e se há uma
intervenção cirúrgica programada (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2012).
A seleção e os cuidados adequados da via de acesso são fundamentais para
minimizar efeitos adversos e garantir o sucesso da TNE (BRASPEN, 2011). A via de
acesso vai depender da duração da TNE, grau de aspiração ou deslocamento da
sonda, fisiologia do trato gastrintestinal e da composição da fórmula, tipo de
macronutrientes da dieta em relação à capacidade absortiva e digestiva do paciente.
Diferentes vias de acesso estão disponíveis para a administração de dieta e podemos
classificá-las de acordo com o sítio de inserção (nasal, oral e percutâneo) e localização
da ponta distal (estômago, duodeno e jejuno) assim temos vias de acesso oro ou
nasogástrica, oro ou nasojejunal e oro ou nasoduodenal e, ainda as estomias:
gastrostomia, duodenostomia e jejunostomia, variando osmolaridade, pH e nutrientes,
de acordo com sua localização (SOUSA et al., 2018).
Elas podem estar dispostas de acordo com as facilidades técnicas, as rotinas
de administração e as alterações orgânicas e/ou funcionais a serem corrigidas. Para
o paciente cuja necessidade de TNE é menor que seis semanas, é recomendada a
utilização de sondas nasoenterais seja em posição gástrica, duodenal ou jejunal.
Porém, o uso demasiadamente prolongado dessas sondas está associado a
complicações infecciosas do trato aéreodigestivo. Para TNE em longo prazo é
sugerido ostomias de nutrição, gástrica ou jejunal. A posição gástrica é mais indicada,
pois o estômago tolera uma variedade de fórmulas mais facilmente do que o intestino
delgado; aceita, normalmente, grandes sobrecargas osmóticas sem cólicas,
distensão, vômitos, diarreia ou desvios hidroeletrolíticos, o mesmo não ocorrendo no
intestino delgado. Além disso, o estômago exibe uma enorme capacidade de
armazenamento e aceita mais facilmente as dietas intermitentes. Entretanto, a dieta
nasogástrica aumenta o risco de broncoaspiração (SOUSA et al., 2018).
A instalação direta de uma sonda nasogástrica é, usualmente, a primeira opção
de escolha por ser o local de mais fácil acesso e o mais fisiológico. Contudo, destaca-
22
se que a sonda posta no estômago exige atenção redobrada quanto ao risco de refluxo
gastroesofágico, e esse posicionamento torna-se proibitivo na vigência de depressão
do estado de consciência, na presença de soluços frequentes, vômitos, dificuldade no
esvaziamento gástrico por obstrução pilórica, na semiobstrução intestinal e na
evidência de refluxo gastroesofágico latente. Nesses casos, a via de escolha será a
colocação da sonda em posição nasojejunal.
Em relação ao acesso enteral, as sondas de alimentação nasogástricas são as
mais fáceis de inserir, porém, elas são também as mais fáceis de deslocar. As sondas
nasojejunais são geralmente bem toleradas e permitem alimentação contínua. As
gastrostomias são recomendadas quando não há risco de aspiração e a indicação de
TNE excede 3 a 4 semanas. Recomenda-se instituir jejunostomias quando houver
risco de aspiração e a TNE for superior 3 a 4 semanas (SOUSA et al., 2018).
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dissabsortivas, entre outros, pois fornece um suporte nutricional oral, pois oferece
nutrientes as pacientes com alto catabolismo
A TNE é contraindicada em ocasiões onde as complicações potenciais
superem os benefícios, tais quais: doença terminal, síndrome do intestino curto,
obstrução intestinal mecânica, sangramento gastrintestinal, vômitos, diarreia, fistulas
intestinais, isquemia gastrintestinal, íleo paralítico intestinal, inflamação do trato
gastrintestinal, hiperêmese gravídica (MEDEIROS et al., 2017).
6.2 Classificação
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6.3 Complicações
25
pois compete a ele realizar todas as operações inerentes à prescrição dietética,
composição e preparo da dieta enteral (LAIS & VALE, 2018).
Fonte: depositphotos.com
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microbiológico. Quando há associação de dietas artesanais e industrializadas, a dieta
resultante é denominada de dieta enteral mista (RAYMOND & IRETON-JONES,
2012).
Quanto ao fornecimento dos nutrientes
Quanto ao fornecimento dos nutrientes, as dietas enterais podem ser
classificadas como completas ou incompletas. As primeiras são aquelas que contêm
todos os nutrientes em sua composição (proteínas, lipídios, carboidratos, vitaminas e
minerais) e podem ser usadas como fonte exclusiva de alimentação. As incompletas,
por sua vez, não possuem todos os nutrientes e não podem ser usadas como fonte
exclusiva de alimentação. Essas são conhecidas como módulos ou suplementos
(VASCONCELOS, 2014).
Quanto ao teor energético
Quanto ao teor energético, as dietas enterais podem ser classificadas de
acordo com sua densidade em hipoenergética (<0,9 kcal/ml), normoenergética (0,9 a
1,2 kcal/ml) ou hiperenergética (>1,2 Kcal/mL) (LAIS & VALE, 2018).
Quanto ao teor dos macronutrientes
Quanto ao teor de macronutrientes, as dietas enterais podem ser classificadas
em hipo, normo ou hiper proteica, lipídica ou glicídica, conforme o percentual desses
macronutrientes em relação ao Valor Energético Total (VET)
Classificação das dietas enterais em relação ao teor de macronutrientes (os
percentuais correspondem a distribuição do valor energético total):
7 FORMULAÇÕES DISPONÍVEIS
Fonte: pinimg.com
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Oligoméricas/Monoméricas: compostas de nutrientes hidrolisados ou semi
hidrolisados, nutricionalmente completas. São utilizadas em pacientes com
comprometimento na digestão ou absorção.
Artesanais: fórmulas preparadas pelo paciente ou cuidador com alimentos
que estão disponíveis comercialmente. Seu conteúdo nutricional não é determinado
de forma precisa, e não se pode garantir que sejam nutricionalmente completas.
Necessidades metabólicas específicas: destinadas a pacientes que possuem
necessidades metabólicas específicas, tais como defeitos metabólicos congênitos,
insuficiência renal, diabetes mellitus e outras doenças com demandas específicas.
Imunomoduladoras: contém nutrientes específicos que melhoram a resposta
imunológica, tais como ômega 3, arginina, glutamina. Apesar de várias pesquisas, não
há indícios claros de vantagens clínicas.
Modulares: componentes nutricionais isolados que podem ser administrados
puros ou misturados com outros produtos enterais para fornecer a outras fórmulas um
suprimento das necessidades nutricionais ou metabólicas especiais.
Solução de hidratação: fornecem minerais, água e pequenas quantidades de
carboidratos (CUNHA et al., 2011).
29
fase de catabolismo, auxiliando no processo de recuperação e sobrevida desses
pacientes.
Fonte: nutritotal.com.br
30
respectivos horários; por exemplo, se a dieta enteral for contínua, pode-se interromper
a infusão 30 minutos antes até 30 minutos após a administração da medicação. Após
cada ministração de fármaco, deve-se realizar a lavagem da sonda com 20 a 40 mL
de água sob pressão. É de grande importância que a EMTN tenha conhecimento
sobre os aspectos envolvidos com as interações fármaco-nutrição enteral e oriente
adequadamente o cuidador ou o paciente em uso da TNE (VASCONCELOS, 2014).
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Antes de prosseguir com a administração, o responsável deve remover todos
os adornos pessoais e prosseguir com correta higienização das mãos, adaptar o
equipo ao frasco de NE e garantir que a administração e troca de equipo seja realizada
de acordo com procedimentos estabelecidos pela Equipe Multidisciplinar de Terapia
Nutricional (EMTN) (ANVISA, 2000).
11 ATRIBUIÇÕES DO NUTRICIONISTA
Fonte: googleusercontent.com
32
paciente, pelo monitoramento da TN e do estado nutricional, bem como aspectos de
qualidade. (CENICCOLA, 2018).
São algumas atribuições do profissional nutricionista (BRASIL, 2013):
Realizar a avaliação do estado nutricional do paciente, utilizando indicadores
nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo pré-estabelecido, de forma
a identificar o risco ou a deficiência nutricional;
Elaborar a prescrição dietética com base nas diretrizes estabelecidas na
prescrição médica;
Formular a nutrição enteral (NE) estabelecendo a sua composição qualitativa
e quantitativa, seu fracionamento segundo horários e formas de apresentação;
Acompanhar a evolução nutricional do paciente em TNE, independente da
via de administração, até a alta nutricional estabelecida pela EMTN;
Adequar a prescrição dietética, em consenso com o médico, com base na
evolução nutricional e tolerância digestiva apresentadas pelo paciente;
Garantir o registro claro e preciso de todas as informações relacionadas à
evolução nutricional do paciente;
Orientar o paciente, a família ou o responsável legal quanto à preparação e
à utilização da NE prescrita para o período após a alta hospitalar;
Utilizar técnicas pré-estabelecidas de preparação da NE que assegurem a
manutenção das características organolépticas e a garantia microbiológica e
bromatológica dentro de padrões recomendados na BPPNE;
Selecionar, adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, os insumos
necessários ao preparo da NE, bem como a NE industrializada;
Qualificar fornecedores e assegurar que a entrega dos insumos e NE
industrializada seja acompanhada do certificado de análise emitido pelo fabricante;
Assegurar que os rótulos da NE apresentem, de maneira clara e precisa,
todos os dizeres exigidos na rotulagem e embalagem da BPPNE;
Assegurar a correta amostragem da NE preparada para análise
microbiológica, segundo as BPPNE;
Atender aos requisitos técnicos na manipulação da NE;
Participar de estudos para o desenvolvimento de novas formulações de NE;
Organizar e operacionalizar as áreas e atividades de preparação;
33
Participar, promover e registrar as atividades de treinamento operacional e
de educação continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores, bem como
de todos os profissionais envolvidos na preparação da NE;
Fazer o registro, que pode ser informatizado, onde conste, no mínimo:
a) Data e hora da manipulação da NE;
b) Nome completo e registro do paciente;
c) Número sequencial da manipulação;
d) Número de doses manipuladas por prescrição;
e) Identificação (nome e registro) do médico e do manipulador;
f) Prazo de validade da NE
Desenvolver e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos
aos aspectos operacionais da preparação da NE;
Supervisionar e promover autoinspeção nas rotinas operacionais da
preparação da NE.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
35
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