TCC 2022 1 Jose Adeljan
TCC 2022 1 Jose Adeljan
TCC 2022 1 Jose Adeljan
RECIFE
Janeiro de 2023
JOSÉ ADELJAN MARINHO DA SILVA
RECIFE
Janeiro de 2023
JOSÉ ADELJAN MARINHO DA SILVA
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________
Prof. Heitor de Oliveira Duarte, DSc.
(Orientador – UFPE – Departamento de Engenharia Mecânica)
_______________________________________________
Paulo Gabriel Santos Campos de Siqueira, MSc.
(Coorientador – UFPE – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção)
_______________________________________________
Prof. Miguel Angel Celis Carbajal, DSc.
(Examinador interno – UFPE – Departamento de Engenharia Mecânica)
______________________________________________
Ana Cláudia Souza Vidal de Negreiros, DSc.
(Examinador externo – UFPE – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção)
AGRADECIMENTOS
Agradeço a meus pais, Maria e Adelson, pelos esforços e incentivos a chegar até
a conclusão deste curso.
À minha irmã Mary e cunhado Vinícius pelo apoio nos momentos difíceis; e a
Bento, por trazer luz à minha vida.
Aos amigos que fiz na graduação: Beatriz, Maria Luísa e Maria Laura.
Live immediately.”
Vazamentos de óleo nos oceanos e mares são uma ameaça latente que podem
causar impactos desastrosos em ecossistemas marinhos. Os impactos de um vazamento
de óleo se estendem nos aspectos ecológicos, sociais e econômicos. O óleo afeta
diretamente a vida marinha, aumentando a mortalidade das espécies e causando más-
formações congênitas, para citar alguns exemplos. Além disso, há também o impacto no
aspecto socioeconômico do local afetado pelo vazamento, prejudicando atividades
comerciais (e.g. turismo, pesca) e as condições de vida dos habitantes. Estes fatores
acentuam a importância de avaliar os riscos de potenciais vazamentos, com o intuito de
promover direcionamento para que sejam desenvolvidas estratégias adequadas de
mitigação de impactos e, principalmente, prevenção dos acidentes. Neste contexto, o
trabalho em questão se propõe a simular casos de vazamentos de petróleo decorrentes
de acidentes envolvendo navios petroleiros na região circunvizinha ao Arquipélago de
Fernando de Noronha (AFN). O objetivo de tais simulações é identificar se, na
eventualidade de um acidente no qual haja derramamento de óleo no oceano, a pluma
decorrente afetaria a costa do AFN. Além disso, determinar os tempos e
comportamentos do óleo para estimar possíveis ações de contenção e criar protocolos de
ação. A trajetória da mancha (ou pluma) de óleo é simulada por meio de um modelo
lagrangiano (i.e., MEDSLIK-II) que integra os efeitos das condições
meteoceanográficas (i.e. correntes oceânicas, vento, temperatura da superfície do
oceano) e intemperismos (i.e. evaporação, dispersão, emulsificação) na concentração da
mancha de óleo ao longo do deslocamento desta pelo oceano e identificar se haveria
concentração na costa do arquipélago. O efeito do leito do mar não é considerado
diretamente. As simulações revelaram que, no mês de julho, um dos vazamentos
simulados atingiu o AFN, levando uma grande quantidade de óleo à costa da região, em
aproximadamente 20 horas. Este resultado indica que, na ocorrência de um vazamento
na região, há possibilidade de grandes impactos tanto no ecossistema local quanto nos
aspectos socioeconômicos do AFN. Estes resultados podem posteriormente integrados a
uma Avaliação Quantitativa de Risco Ecológico (AQRE) para vazamentos de petróleo,
fornecendo resultados úteis para a etapa de avaliação de consequências.
Oil spills in the oceans and seas are a latent threat that can cause serious damage
to marine ecosystems. The impacts of an oil spill can extend to ecological, social and
biological aspects. Oil directly affects marine life, increasing species mortality and
causing congenital malformations, to name a few examples. In addition, there is also the
impact on the socioeconomic aspect of the place affected by the leak, harming
commercial activities (e.g., tourism, fishing) and the living conditions of the inhabitants.
These factors emphasize the importance of assessing the risks of leaks, with the aim of
promoting guidance so that impact mitigation strategies may be designed and, above all,
accident prevention. In this context, the work in question proposes simulating cases of
oil spills caused by accidents involving oil tankers in the region surrounding the
Fernando de Noronha Archipelago (AFN). The objective of such simulations is to
identify whether, in the event of an accident in which there is an oil spill in the ocean,
the resulting plume would affect the AFN coast. Furthermore, determine the times and
behavior of the oil to estimate possible containment actions and create action protocols.
The trajectory of the oil slick is simulated using a Lagrangian model (i.e., MEDSLIK-
II) that integrates the effects of meteoceanographic conditions (i.e., ocean currents,
wind, ocean surface temperature) and weathering (i.e., evaporation, diffusion,
emulsification) on the concentration of the oil slick as it moves across the ocean and
identify whether there would be concentration on the coast of the archipelago. The
seabed effect is not considered directly. The simulations revealed that, in July, one of
the simulated leaks consumed the AFN, taking a large amount of oil to the coast of the
region, in approximately 20 hours. This result indicates that, in the event of a leak in the
region, there is possibility of major impacts both on the local ecosystem and on the
socioeconomic aspects of the AFN. These results can later be integrated into a
Quantitative Ecological Risk Assessment (QERA) for oil spills, providing useful results
for the consequence assessment step.
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 13
3.1.2.2 Evaporação....................................................................................................... 32
3.1.2.3 Emulsificação................................................................................................... 34
4 METODOLOGIA .......................................................................................... 44
6 CONCLUSÕES .............................................................................................. 60
APÊNDICES ................................................................................................................. 70
13
1 INTRODUÇÃO
Derramamentos de óleo no oceano são ameaças potenciais que podem causar impactos
catastróficos no ambiente marinho e nos ecossistemas dos países costeiros. (CHEN et al.,
2019). O elevado número de embarcações petroleiras que circulam pelo globo e eventos
extremos (i.e., tempestades, ciclones tropicais) devido ao aquecimento global, aumentam o a
probabilidade de ocorrência de acidentes envolvendo este tipo de embarcação que,
consequentemente, podem afetar ilhas oceânicas (QUEIROZ et al., 2019). Apesar dos
imensos esforços das autoridades marítimas internacionais e nacionais ao longo dos anos para
aumentar a segurança dos navios, a taxa de ocorrência de acidentes marítimos ainda pode ser
considerada elevada, segundo dados da International Tanker Owners Pollution Federation
Limited (ITOPF, 2022; UNG, 2019). A Figura 1, por exemplo, mostra o maior vazamento dos
últimos três anos, nas ilhas Mauritius, em 2020, decorrente de uma colisão do MV Wakashio
com um recife de corais. Estima-se que o acidente liberou mil toneladas de óleo no oceano,
impactando o ecossistema marinho das Ilhas Mauritius, que abriga 1.700 espécies, incluindo
cerca de 800 espécies de peixes, 17 espécies de mamíferos marinhos e duas espécies de
tartarugas (THE DIPLOMATIC AFFAIRS, 2020).
Figura 1. International Marine Organization (IMO) em ação de mitigação dos impactos do derramamento de
óleo MV Wakashio nas Ilhas Mauritius.
Tabela 1. Número de vazamentos médios (7-700 toneladas) e grandes (>700 toneladas) por década, de 1970 a
2000.
Figura 3. Modelo que constitui uma Avaliação Quantitativa de Risco Ecológico (AQRE). Destaque (em azul)
para a etapa de Modelagem de Dispersão, desenvolvida neste trabalho.
trabalho. Os objetivos são apresentados na Seção 1.2. A seção 2 fornece uma revisão
bibliográfica para mostrar o estado da arte neste tema de pesquisa. A seção 3 introduz os
conceitos básicos referentes aos modelos escolhidos para realização das simulações. A Seção
4 desenvolve uma metodologia genérica para escolha de parâmetros referentes à realização
das simulações. A Seção 5 apresenta os resultados obtidos da metodologia aplicada em AFN,
com comentários e discussões acerca do obtido, incluindo as vantagens e limitações referentes
aos métodos e resultados. Por último, são apresentadas as conclusões sobre o trabalho,
acompanhadas de sugestões para trabalhos futuros.
Figura 4. Localização do Arquipélago de Fernando de Noronha (latitude x longitude) no Oceano Atlântico Sul.
Embora não haja evidências de grandes derramamentos nos últimos anos, estes
eventos continuam sendo uma ameaça latente (IUCN, 2020). Dos casos de vazamentos mais
recentes, pode-se citar o derramamento de óleo de originado de um vazamento do navio NM
21
1.2 OBJETIVOS
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
MEDSLIK-II
OILTRANS
OPENOIL
GNOME
MOHID
Modelagem de Destino e Transporte ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
Características
Modelo de Superfície ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
✔ ✔ ✔ ✔
Gerais
Modelagem Reversa
Componente Estocástico ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
Base de Dados Para Óleo ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
Base de Dados de Batimetria ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
Advecção ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
Processos de Transporte de Óleo e
Espalhamento ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
Difusão ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
Dispersão Natural ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
Intemperismos
Evaporação ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
Emulsificação ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
Dissolução ✔ ✔ ✔
Sedimentação ✔ ✔
Arrasto do Vento ✔ ✔ ✔ ✔ ✔
Mistura por Turbulência Vertical ✔ ✔ ✔ ✔
Retorno do Óleo à Superfície ✔ ✔ ✔ ✔
Arrasto de Stokes ✔ ✔ ✔ ✔
Fonte: Adaptado de (KERAMEA, P. et al., 2021).
óleo à superfície). Este processo ocorre rapidamente após a dispersão para gotas de óleo
maiores, enquanto as gotas pequenas permanecem na subsuperfície por um longo período e só
ressurgem quando a turbulência das ondas diminui (SPAULDING, M. L., 2017) sendo de
grande importância enquanto parâmetro de simulação de dispersão do óleo.
Por último, o processo de Dissolução é desconsiderado no MEDSLIK-II, Entretanto, a
maioria dos compostos do óleo possui baixa solubilidade (< 1 mg/L) e o processo ocorre
competitivamente com a evaporação, cujas taxas são mais altas (ABIANEH, O. S. et al.,
2012). Adicionalmente, um ponto positivo do MEDSLIK-II é a disponibilidade de trabalhos
com aplicações variadas do modelo, o que facilita sua replicação e o configura como o
modelo mais adequado para a realização de simulações de dispersão dentre os modelos open
source. Por isso, esse será o modelo utilizado neste trabalho.
Uma descrição abrangente do MEDSLIK-II com o conceito matemático elaborado e
os parâmetros básicos correspondentes do modelo é fornecida por De Dominicis et al. (DE
DOMINICIS et al., 2013a, 2013b). Aplicações interessantes do modelo, em situações reais no
contexto de vazamentos de petróleo, foram desenvolvidas por De Dominicis et al. (DE
DOMINICIS et al., 2014), De Dominicis et al. (DE DOMINICIS et al., 2016), Liubartseva et
al. (LIUBARTSEVA, S. et al., 2016), Rutherford et al. (RUTHERFORD, R. et al., 2015) e
Liubartseva et al., (LIUBARTSEVA, S. et al., 2020).
De Dominicis et al. (DE DOMINICIS et al., 2014) utilizaram do modelo MEDSLIK-II
para fornecer previsões de correntes oceânicas, possíveis cenários de derramamento de óleo e
simulações de trajetórias de drifters, durante o caso de emergência do navio Costa Concordia,
na Itália, em 2014. Analogamente, De Dominicis et al. (DE DOMINICIS et al., 2016),
utilizaram do modelo de dispersão, observando as trajetórias de diferentes tipos de boias, na
região da ilha de Elba, em 2014. O ensaio experimental foi executado afim de validar o
modelo, com a instalação e monitoramento de boias em uma mancha encontrada no oceano,
para comparação e análise da influência dos efeitos meteoceanográficos no transporte e
destino da mancha. Os resultados concluíram que as simulações condizem com os resultados
reais.
Pode-se citar também que Liubartseva et al. (LIUBARTSEVA, S. et al., 2016)
desenvolveram um modelo de apoio à decisão para facilitar o gerenciamento de emergência
no caso de acidentes com derramamento de óleo, que utiliza do MEDSLIK-II acoplado a
dados meteoceanográficos para simular o destino e transformação do óleo no oceano,
chamado WITOIL (i.e., Where Is The Oil). O sistema pode ser aplicado para criar uma
previsão de eventos de derramamento de óleo, avaliar a incerteza dessas previsões e calcular
25
principais diferenças que podem ser citadas em relação ao presente trabalho é a utilização de
pontos de simulação e condições meteoceanográficas diferentes. Apesar do modelo de
dispersão utilizado ser o mesmo, foi utilizado o ROMS como modelo principal para
processamento dos dados meteoceanográficos. Este modelo serviu como gui para este
trabalho pela semelhança ao proposto por Queiroz, et al.
27
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 MEDSLIK-II
Desta forma, o modelo pode fazer uso do vento atmosférico e dos campos
oceanográficos (i.e., correntes, temperatura) para predizer a posição das partículas de óleo no
ambiente oceânico através da resolução das equações. O modelo considera o óleo
sedimentado no substrato oceânico, considerando a profundidade do leito, entretanto, este não
é um fator de importância, devido que os vazamentos considerados neste trabalho são
superficiais. Ainda é válido considerar que o modelo não faz distinção entre óleo fixo na costa
e óleo sedimentado no substrato.
𝜕𝐶
+ 𝑼 ∙ ∇𝐶 = ∇ ∙ (𝑲∇𝐶 ) + ∑𝑀
𝑗=1 𝑟𝑗 (𝒙, 𝐶 (𝒙, 𝑡), 𝑡) (3.1)
𝜕𝑡
𝜕𝐶
Onde é o operador local de taxa de mudança da concentração no tempo, 𝑼 é a
𝜕𝑡
para a mancha delgada e espessa (DE DOMINICIS et al., 2013a). O volume de óleo de
superfície (𝑉𝑆 ) é escrito como:
𝑉𝑠 = 𝑉 𝑇𝑁 + 𝑉 𝑇𝐾 (3.2)
Onde:
Onde 𝐴𝑇𝐾 e 𝐴𝑇𝑁 são as áreas ocupadas pelo volume da mancha espessa e delgada e 𝑇 𝑇𝐾
e 𝑇 𝑇𝑁 correspondem às espessuras do volume da mancha espessa e delgada, respectivamente.
A movimentação de óleo no ambiente marinho é geralmente atribuída à advecção pelo
campo de escoamento de larga escala, com dispersão causada por componentes de
escoamento turbulento. Enquanto o óleo se move, sua concentração muda devido a vários
efeitos físicos e processos químicos (i.e., processos de intemperismo) conhecidos como
intemperismos (DE DOMINICIS et al., 2013a, 2013b).
Seguindo a abordagem lagrangiana, a mancha de óleo é constituída de partículas de
óleo que se movem como parcelas de água. No entanto, os processos de intemperismo atuam
em toda a mancha, não só nas propriedades de partícula única. Assim, a equação do rastreador
ativo pode ser efetivamente dividida em duas equações componentes:
𝜕𝐶1
= ∑𝑀
𝑗=1 𝑟𝑗 (𝒙, 𝐶1 (𝒙, 𝑡 ), 𝑡) (3.5)
𝜕𝑡
𝜕𝐶
= −𝑼 ∙ ∇𝐶1 + ∇ ∙ (𝑲∇𝐶1 ) (3.6)
𝜕𝑡
3.1.2.1 Espalhamento
𝑑𝑉 𝑇𝐾 𝑑𝑉 𝑇𝑁
| =− | + 𝑇 𝑇𝐾 𝐹𝐺 (3.8)
𝑑𝑡 (𝑆) 𝑑𝑡 (𝑆 )
𝑑𝑉 𝑇𝑁 𝑑𝐴𝑇𝑁
| = 𝑇 𝑇𝑁 | (3.9)
𝑑𝑡 (𝑆) 𝑑𝑡 (𝑆 )
32
(𝑆)
𝑑𝐴𝑇𝑁 ( ) −𝐶
| = 𝐶1 𝑆 (𝐴𝑇𝑁 )1/3 (𝑇0𝑇𝐾 )4/3 exp (𝑇𝑇𝐾3+𝜖) (3.10)
𝑑𝑡 (𝑆)
( ) ( )
Onde 𝐶1 𝑆 (𝑠 −1) é a taxa constante de espalhamento da mancha delgada; 𝐶3𝑆 (𝑚)
controla a dependência da espessura do espalhamento da mancha delgada; 𝑇0𝑇𝐾 é 1 𝑚 e 𝜖 é
um parâmetro constante para o deslocamento da mancha. Para a mancha espessa, o
espalhamento de Fay é assumido como:
( )
𝐹𝐺 = 𝐶2𝑆 (𝐴𝑇𝐾 )1/3(𝑇 𝑇𝐾 )4/3 (3.11)
( )
Onde 𝐶2𝑆 é a taxa constante de espalhamento da mancha espessa.
𝑑𝐴𝑇𝐾 1 𝑑𝑉 𝑇𝐾
| = 𝑇𝑇𝐾 | (3.12)
𝑑𝑡 (𝑆) 𝑑𝑡 (𝑆)
3.1.2.2 Evaporação
𝑑𝑉 𝑇𝐾 𝑑𝑓𝑇𝐾
| = | [𝑉 𝑇𝐾 (𝑡0 ) + 𝑉 𝑇𝑁 (𝑡0 )] (3.13)
𝑑𝑡 (𝐸) 𝑑𝑡 (𝐸)
Onde 𝑉 𝑇𝐾 (𝑡0 ) e 𝑉 𝑇𝑁 (𝑡0 ) são os volumes inciais das manchas espessa e delgada,
𝑑𝑓𝑇𝐾
respectivamente e | é a taxa temporal de mudança da fração de óleo evaporado. Para a
𝑑𝑡 (𝐸)
𝑅𝑇
𝑃𝑜𝑖𝑙 = 𝑉 (3.15)
𝑀𝑂𝐿
Onde 𝑃𝑜𝑖𝑙 (𝑏𝑎𝑟) é a pressão de vapor do óleo; 𝑃0 é a pressão de vapor inicial (depende
do tipo de óleo utilizado); 𝑐 (𝑠 −1 ) é uma constante que mede a taxa de diminuição da pressão
de vapor com a fração já evaporada; 𝐴𝑇𝐾 (𝑡) é a área da parte espessa da mancha; 𝐾𝑀 (𝑚𝑠 −1 )
é a exposição evaporativa ao vento; 𝑇 (𝐾 ) é a temperatura; 𝑅 (𝑏𝑎𝑟 𝑚3 𝑚𝑜𝑙 −1 𝐾) é a constante
do gás; e 𝑉𝑀𝑂𝐿 (𝑚𝑜𝑙 𝑚−3 ) é o volume molar do óleo. Para 𝐾𝑀 assumimos:
( ) 𝑊 𝛾
𝐾𝑀 = 𝐶1 𝐸 (3.6 𝑊 ) (3.16)
0
𝑊
Onde é o modulo de vento 10m não-dimensional, (𝑊0 é 11𝑚𝑠 −1); 𝛾 é uma
𝑊0
(𝐸 )
constante; e 𝐶1 (𝑚𝑠 −1 ) é a taxa de evaporação.
𝑑𝑉 𝑇𝑁 𝑑𝑓𝑇𝑁
| = | [𝑉 𝑇𝐾 (𝑡0 ) + 𝑉 𝑇𝑁 (𝑡0 )] (3.17)
𝑑𝑡 (𝐸) 𝑑𝑡 (𝐸)
𝑑𝑓𝑇𝑁
Onde | é a taxa temporal da fração de óleo evaporada da mancha delgada.
𝑑𝑡 (𝐸)
Onde 𝜂0 (𝑚2 𝑠 −1 ) é a viscosidade inicial, que depende do tipo de óleo utilizado, e 𝐾 (𝐸)
é uma constante que determina o aumento da viscosidade por evaporação, definida como 4
por De Dominicis, et al (DE DOMINICIS et al., 2013a).
3.1.2.3 Emulsificação
2.5𝑓 𝑊
𝜂𝐸𝑀 = 𝜂 exp [ (𝑀) 𝑊 ] (3.20)
1−𝐶1 𝑓
Onde 𝜂 é definido pela Eq. 3.18, 𝑓 𝑊 é a fração de água na mistura óleo-água (mousse),
(𝑀)
𝐶1 é a constante que controla o efeito da presença da água na viscosidade da mousse. O
processo de Emulsificação é assumido continuo até que 𝜂𝐸𝑀 atinja um limite máximo 𝜂𝑚𝑎𝑥 ,
que corresponde a uma mousse composto por bolhas de óleo flutuantes. O modelo de Mackay
(MACKAY et al., 1979) para a taxa de variação de 𝑓 𝑊 é dado por:
𝑑𝑓𝑊 𝑊 2 ( )
(𝑀)
= 𝐶2 (𝑊 + 1) (1 − 𝐶3𝑀 𝑓 𝑊 ) (3.21)
𝑑𝑡 0
3.1.2.4 Dispersão
A ação das ondas no óleo o leva para a água, formando uma nuvem de gotículas
abaixo do derramamento. As gotas podem ser classificadas como grandes gotas que sobem
rapidamente e coalescem novamente com o derramamento da superfície ou pequenas gotas
que sobem mais lentamente e podem ficar imersas por tempo suficiente para se difundir nas
camadas inferiores das colunas de água. Neste último caso, as gotas são perdidas do
derramamento de superfície e consideradas permanentemente dispersas. O que caracteriza as
gotículas é que sua velocidade ascendente sob forças de empuxo é comparável à sua
velocidade de difusão. Para gotas grandes, é muito maior (DE DOMINICIS et al., 2013a).
A taxa de variação temporal do volume da mancha espessa devido à dispersão de
minúsculas gotículas na coluna de água é dada pela fórmula de Mackay (MACKAY et al.,
1979):
𝑑𝑉 𝑇𝐾 1 ( ) 𝑑𝑋𝑆
| = 2 (𝐶1 𝐷 − 𝜐𝑠 )𝐶𝑆 𝐴𝑇𝐾 + (3.22)
𝑑𝑡 (𝐷) 𝑑𝑡
( )
Onde 𝐶1 𝐷 e 𝜐𝑠 correspondem às velocidades difusiva de descida e subida,
respectivamente, das gotículas de óleo. 𝐶𝑆 é a fração de goticulas de óleo, enquanto 𝑋𝑆 é o
volume de goticulas abaixo da da mancha espessa, que corresponde a:
𝑋𝑆 = 𝐶𝑆 𝑢𝑚 𝐴𝑇𝐾 (3.23)
Onde 𝑢𝑚 (𝑚) é a espessura vertical da nuvem de gotículas. As gotículas largas não são
consideradas como partículas dispersas, uma vez que estas eventualmente recoalescem com a
mancha. A fração de gotículas é calculada utilizando a expressão:
(𝐷) 𝑊 2
2𝐶3 ( +1) 𝑇 𝑇𝐾 𝑆𝑇𝐾
𝑊0
𝐶𝑆 = (𝐷) (3.24)
𝜐𝑠 +𝐶1
( )
Onde 𝐶3𝐷 é uma constante que controla a taxa de dispersão de todas as particulas
atraves de ondas, e 𝑆𝑇𝑘 é a fração de goticulas contidas no volume de óleo disperso abaixo da
mancha espessa, dada por:
1 −1
(𝐷) 𝜂𝐸𝑀 2 𝑇 𝑇𝐾 𝜏
𝑆𝑇𝐾 = [1 + 𝐶4 (𝜂 ) (1𝑒−3𝑇𝑇𝐾 ) (𝜏 )] (3.25)
𝐸𝑀0 0 0
( )
Onde 𝐶4𝐷 controla a fração de goticulas abaixo de um tamanho critico; 𝜏 (𝑘𝑔 𝑠 −2 ) é a
tensão superficial interfacial entre o óleo e 𝜂𝐸𝑀 é a viscosidade do óleo emulsificado. A
36
emulsificação influencia a viscosidade da mousse que, por sua vez, afeta a dispersão. 𝜏0 e
𝜂𝐸𝑀0 correspondem à escala de tensão superficial interfacial e à escala de viscosidade do óleo
emulsionado, respectivamente.
Para a dispersão da mancha delgada, apenas pequenas gotas são consideradas. Supõe-se
que essas gotículas são todas perdidas do derramamento de superfície na taxa:
𝑑𝑉 𝑇𝑁 ( ) 𝑊 2
| = 𝐶3𝐷 (𝑊 + 1) 𝑇 𝑇𝑁 𝐴𝑇𝑁 𝑆𝑇𝑁 (3.26)
𝑑𝑡 (𝐷) 0
(𝐷) 𝜏 −1
𝑆𝑇𝑁 = (1 + 𝐶5 ) (3.27)
𝜏0
(𝐷 )
Onde 𝐶5 controla da dispersão da mancha delgada e 𝑆𝑇𝑁 é a fração de goticulas no
óleo disperso abaixo da mancha delgada.
A resposta final da simulação é a concentração final de cada parcela de óleo que sofreu
os efeitos das intempéries. Estas concentrações são calculadas reunindo as partículas com suas
propriedades associadas, representadas em quatro variáveis de estado: 𝐶𝑆 , 𝐶𝐷 , 𝐶𝐶 , 𝐶𝐵 ,
respectivamente, concentração do óleo na superfície oceânica, disperso na coluna d’água,
sedimentado na costa e no substrato oceânico (Figura 7).
39
Figura 7. Representação esquemática das classes de concentração de óleo (as esferas cinzas representam as
partículas de óleo e LC - o litoral).
Acidente Definição
Naufrágio Afundamento total ou parcial da embarcação por perda de flutuabilidade,
decorrente de embarque de água em seus espaços internos devido a
adernamento, emborcamento ou alagamento
Encalhe Contato das chamadas obras vivas da embarcação com o fundo, provocando
resistências externas que dificultam ou impedem a movimentação da
embarcação
Colisão Choque mecânico da embarcação e/ou seus apêndices e acessórios, contra
qualquer objeto que não seja outra embarcação ou, ainda, contra pessoa
(banhista, mergulhador etc). Assim, haverá colisão se a embarcação se
chocar com um corpo fixo ou flutuante insusceptível de navegar ou
manobrar, tal como: recife, cais, casco soçobrado, boia, cabo submarino etc
Abalroação ou Choque mecânico entre embarcações ou seus pertences e acessórios
Abalroamento
Água Aberta Ocorrência de abertura nas obras vivas que permita o ingresso descontrolado
de água nos espaços internos, ou a descarga de líquidos dos tanques, por
rombo no chapeamento, falhas no calafeto, ou nas costuras, por válvulas de
fundo abertas ou mal vedadas, por defeitos nos engaxetamentos dos eixos,
ou qualquer falha ou avaria que comprometa a estanqueidade da embarcação
Explosão Combustão brusca provocando a deflagração de ondas de pressão de grande
intensidade
Incêndio Destruição provocada pela ação do fogo por: combustão dos materiais de
bordo, ou sobre as águas, em decorrência de derramamento de combustível
ou inflamável, curto-circuito elétrico, guarda ou manuseio incorretos de
material inflamável ou explosivo
Varação Ato deliberado de fazer encalhar ou por em seco a embarcação, para evitar
que evento mais danoso sobrevenha
Arribada Fazer entrar a embarcação num porto ou lugar não previsto para a presente
travessia, isto é, que não seja o porto ou local de escala programada ou de
destino
Alijamento Ato deliberado de lançar n’água, no todo ou em parte, carga ou outros bens
existentes a bordo, com a finalidade de salvar a embarcação, parte da carga
ou outros bens
Fonte: Adaptado da NORMAM-09/DPC (2005).
42
De acordo com a NORMAM-08, capítulo 1, item 0132, pode ser definido o conceito
de Passagem Inocente, que corresponde à passagem efetuada sem prejuízo à paz, à boa ordem
ou à segurança do Estado, devendo, ainda, ser feita em conformidade com à Convenção das
Nações Unidas sobre o Direito do Mar e com as demais normas de direito internacional. A
norma estabelece que a passagem de um navio estrangeiro será considerada prejudicial à paz,
à boa ordem ou à segurança do Estado costeiro se esse navio realizar, no mar territorial,
alguma das seguintes atividades (NORMAM-08/DPC, 2013):
4 METODOLOGIA
registradas no site Marine Traffic, nos meses do ano onde a intensidade dos ventos e das
correntes superficiais é maior (MARINETRAFFIC, 2017; QUEIROZ et al., 2019).
Os casos de derramamento de óleo foram simulados considerando as condições
meteoceanográficas de cada mês em cada ponto de lançamento, resultando em seis cenários.
As condições gerais de cada vazamento, como requeridas pelo MEDSLIK-II, incluem:
sólidos conhecimentos de mecânica dos fluidos e de suas equações governantes. Além disso,
o modelo requer informações referentes às condições iniciais do vazamento (i.e., localização,
volume, duração, tipo de óleo) que precisam ser definidas a priori.
Após a resolução das equações de advecção-difusão e intemperismos, o modelo
retorna as concentrações das parcelas de óleo que sofreram as intempéries e sua posição a
cada uma hora. O esquema simplificado do modelo, que foi descrito por completo na seção
3.1, é ilustrado na Figura 8.
Figura 8. Esquema simplificado do MEDSLIK-II com as entradas (modelos oceanográficos e atmosféricos
Eulerianos) e as saídas (modelo de destino e transporte do derramamento de óleo).
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No contexto do AFN, a rota que possui perigo significativo é a REC – CN, que passa
de sul para leste da AFN (DUARTE; DROGUETT, 2015). Portanto, é conceitualmente
possível que um derramamento de óleo nesta rota seja transportado para a costa do
arquipélago devido aos ventos e correntes predominantes. Não foram definidas as causas que
deram origem ao vazamento.
Figura 10. Principais rotas junto à AFN: Ponce e Colón – Cabo da Boa Esperança (PC – CGH, ida); Recife – Ilha
da Madeira (Rec – MI, ida e volta); Recife – Cabo Noaudhibou (REC – CN, ida e volta). Seis marcos estão
representados na figura: (A) Colina do Pico; (B) Farol FN; (C) Igreja de São Pedro; (D) Antena; (E) Ilha do Ovo;
(F) Pontinha. Escala 1:4222.
Figura 11. Localização do AFN e coordenadas dos pontos de liberação P1, P2 e P3 para as simulações de
derramamento de óleo
Pontos de Vazamento
𝑃1 𝑃2 𝑃3
Março 𝑃1𝑀 𝑃2𝑀 𝑃3𝑀
Julho 𝑃1𝐽 𝑃2𝐽 𝑃3𝐽
(Figura 13). Em relação à corrente de superfície, a mais intensa ocorreu em julho, com média
de 0.54 m/s para sudoeste. Em março, a corrente apresenta um pequeno desvio para nordeste,
com intensidade média correspondente a 0.17 m/s (Figura 13a). O transporte de petróleo se
deu principalmente para o oeste devido à direção da corrente de superfície. A influência do
vento afeta a direção do transporte de petróleo. Portanto, a direção nordeste combinada com a
maior intensidade em julho contribuíram para transportar a pluma de óleo para o AFN.
Figura 12. Distribuição média da velocidade do vento (cores, m/s) e direção (setas) para março (a) e julho (b).
Figura 13. Distribuição média da TSM (cores, °C) e direção das correntes de superfície (setas) para março (a) e
julho (b).
Tabela 7. Resumo, para cada cenário, da porcentagem de óleo que evaporou, permaneceu na superfície do mar,
disperso na coluna de água e fixado na costa e no fundo do mar.
O óleo atingiu a costa em dois dos cenários de derramamento em julho: 𝑃1𝐽 e 𝑃2𝐽. No
cenário 𝑃1𝐽, uma pequena quantidade de óleo que se espalhou da mancha atingiu o AFN. A
quantidade final de óleo na costa e no fundo do mar após 48 horas foi equivalente a 0.06% do
volume inicial do derramamento (~5.46 𝑡𝑜𝑛). Para o cenário 𝑃2𝐽, o óleo atingiu a costa após
20 horas, inicialmente com 0.5% (~45.5 𝑡𝑜𝑛) do volume total derramado. Ao final do tempo
de simulação de 48ℎ, o óleo total fixado na costa e no fundo do mar é de aproximadamente
63.94% (~5,819 𝑡𝑜𝑛). Essa porção de óleo é uma quantidade substancial que pode causar
graves danos ecológicos e exigir esforços de limpeza em grande escala.
A trajetória e as concentrações do derramamento de óleo na superfície do mar para o
ponto de liberação 𝑃2𝐽, no início do lançamento e após 07, 14 e 21 horas são apresentadas na
Figura 14. Esta ilustração é útil para observar o comportamento e a trajetória da mancha de
óleo no oceano devido à influência das condições meteoceanográficas. Imagens referentes aos
demais cenários de vazamentos simulados se encontram nos APÊNDICE A., APÊNDICE B.,
APÊNDICE C., APÊNDICE D., APÊNDICE E., que apresentam a concentração de óleo na
água para o cenário (ton/km²) após (a) 01 hora; (b) 10 horas; e (c) 20 horas, para os cenários
P1M, P1J, P2M, P3M e P3J, respectivamente.
54
Figura 14. Concentração de óleo na água para o cenário P2J (ton/km²) após (a) 01 hora; (b) 07 horas; (c) 14
horas; e (d) 20 horas. A cruz representa o ponto de liberação do derramamento de óleo.
5.4 DISCUSSÕES
Para óleos mais leves (𝐴𝑃𝐼 > 30°), a evaporação é mais significativa, logo,
conceitualmente, os impactos de um derramamento em um ecossistema seriam reduzidos. Por
outro lado, óleos mais pesados (𝐴𝑃𝐼 < 22°), ricos em asfaltenos e ceras, formariam mousses
mais estáveis e com baixa taxa de evaporação, evitando assim o espalhamento. Em relação
aos tipos de óleo intermediários, como o simulado, a perda por evaporação não foi
significativa, pois um volume considerável de óleo atingiu o AFN em 𝑃2𝐽 (~5,819 𝑡𝑜𝑛).
Além disso, a baixa porcentagem de óleo disperso e sedimentado indica que os efeitos dos
processos advectivos são mais consideráveis do que os efeitos de empuxo (DE DOMINICIS
et al., 2013b).
A dispersão natural reduz o volume da mancha na superfície e reduz a perda por
evaporação; entretanto, não altera as propriedades físico-químicas do óleo (SEBASTIÃO;
GUEDES SOARES, 1995). A velocidade do vento e a viscosidade impactam diretamente no
percentual disperso nas colunas d'água, ou seja, quanto maior a velocidade do vento e a
densidade do óleo, mais óleo será incorporado à coluna d'água. A densidade do óleo não
variou significativamente nos dois meses, sendo que a velocidade média do vento em julho
(7.52 𝑚/𝑠) é maior que em março (2.86 𝑚/𝑠); assim, o óleo dispersado em julho também é
maior, i.e., 0.93% (~8.43 𝑡𝑜𝑛) em julho contra 0.27% (~2.46 𝑡𝑜𝑛). A quantidade de óleo
dispersa na água traz sérias consequências ao meio ambiente, uma vez que componentes
tóxicos para a vida marinha são misturados na água (e.g., benzeno, tolueno, etilbenzeno e
xileno) (LEWIS; PRYOR, 2013).
A combinação da direção da corrente e do vento no sentido oeste é problemática para
o caso de ocorrência de um derramamento de óleo no lado leste do AFN. A corrente de oeste
e o vento predominante de nordeste em julho intensificam o transporte de petróleo em direção
ao AFN (Figura 13). É importante notar que o vento ditou a direção da trajetória da pluma
enquanto a corrente dominou o fluxo. A direção sudeste dos ventos em março impediu que o
óleo chegasse ao arquipélago. Ainda assim, o processo advectivo predomina sobre os efeitos
de degradação (e.g., evaporação) em todos os cenários. Assim, os derrames de petróleo
ocorridos em julho são preocupantes, devido ao potencial catastrófico de poluição no
arquipélago.
As condições meteoceanográficas e os processos físico-químicos trouxeram uma
elevada parcela do óleo que primeiro chega ao AFN em 20ℎ. Uma quantidade total de cerca
de 63.95% do petróleo (~5,819 𝑡𝑜𝑛) está na costa do arquipélago ou sedimentado nas águas
rasas até o final da simulação. Isso é ilustrado na Figura 12c, quando ainda está sendo
56
transportado óleo em pouca quantidade. O transporte advectivo torna a janela de tempo para
uma resposta efetiva muito estreita (i.e., ~20ℎ), potencialmente intensificando os impactos.
Uma mancha de óleo altamente uniforme atinge o AFN, com pouco espalhamento e
0.5 𝑡𝑜𝑛/𝑘𝑚2 de concentração de óleo. As regiões afetadas compreendem a ilhota da Rata até
a baía do Sueste. Estas são áreas suscetíveis, com ecossistemas importantes. Por exemplo, os
recifes de coral do AFN são de fundamental importância para o arquipélago, que são sésseis e
sensíveis a poluentes. Corais servem de alimento e abrigo para diversos tipos de animais
como vermes, crustáceos, esponjas, ouriços-do-mar e muitos peixes (YENDER et al., 2010).
A perda de corais causaria um desequilíbrio ecológico, que afetaria negativamente tanto os
seres humanos quanto os organismos marinhos e terrestres, uma vez que estes protegem a
costa, apoiam o turismo e contribuem para a pesca.
Adicionalmente, estas áreas são habitats de algumas espécies essenciais para o turismo
ecológico, como tubarões, tartarugas marinhas e o golfinho-rotador (Stenella longirostris)
(QUEIROZ et al., 2019). Além disso, o AFN apresenta várias espécies de peixes ameaçadas,
o que justifica a necessidade de maiores esforços de conservação. Uma avaliação recente
revelou que 17% de todas as espécies de peixes registradas do arquipélago estão ameaçadas
ou quase ameaçadas, de acordo com o status de conservação da União Internacional para a
Conservação da Natureza (IUNC) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) (SCHMID et al., 2020). Os danos causados à vida marinha e
terrestre por derramamentos de óleo podem impactar o ecossistema e também os aspectos
socioeconômicos do AFN, impossibilitando atividades de grande importância econômica,
como o turismo ecológico e a pesca nacional, colocando os moradores do AFN em situação
crítica.
Ações de mitigação emergenciais, como o uso de dispersantes e queima in situ, são
muito tóxicas ao meio ambiente (SHAFIR; VAN-RIJN; RINKEVICH, 2007). Este fato
mostra que ações preventivas, como a restrição de áreas de tráfego de navios tanque, devem
ser priorizadas ao invés de ações de mitigação. Assim, com uma fiscalização adequada, seria
possível garantir o tráfego fora de uma região delimitada, uma vez que, a direção dos ventos e
das correntes destinariam a pluma para uma região fora do Arquipélago (QUEIROZ et al.,
2019). A Figura 15 apresenta uma sugestão de região que pode ser delimitada para restrição
de tráfego de embarcações. A região está situada à direita do arquipélago, incorporando a
região do ponto 2 (𝑃2) considerado na simulação, que, conceitualmente, tem maior
possibilidade de ocorrência de um acidente no qual a mancha de óleo decorrente atinja o
AFN. Ainda é válido salientar que a implantação desta medida implicaria na necessidade de
57
definição de novas rotas de navegação para os navios que precisam pela região, visto que o
tráfego dentro desta ficaria restringido. Além disso, mesmo havendo necessidade de emprego
de estratégias de mitigação, deve-se sempre focar em estratégias de limpeza e remoção de
óleo não destrutivas, como o emprego de Booms, Skimmers e materiais sorventes (e.g.,
esponjas de nanotubo de carbono) (ZHONG et al., 2011; LI et al., 2015; KUKKAR et al.,
2020).
Figura 15. Sugestão de delimitação de região para limitação de tráfego no AFN. P1, P2 e P3 representam os
pontos de vazamento considerados nas simulações.
Figura 16. Sugestão de perímetro de instalação de boias de contenção para plano emergencial.
Apesar de não estar inserida no escopo deste trabalho, é importante citar também a
medida preventiva de construção de navios de casco duplo, adotada na conferência
internacional, MARPOL 1992. A medida teve como objetivo tornar obrigatório que navios
petroleiros acima de 5.000 DWT, sejam equipados com cascos duplo. Analogamente, os
países membros da IMO discutiram propostas para acelerar a eliminação dos petroleiros de
casco simples, como conversão dos navios de casco simples em casco duplo, ou retirados de
serviço (IMO, 1992). Estas medidas são importantes, pois visam aumentar a segurança do
transporte através da adoção de tecnologias com foco em melhorias de resistência estrutural e
da renovação das frotas de navios em operação.
Os resultados obtidos a partir das simulações podem ser integrados a uma metodologia
de avaliação de risco para quantificar os riscos ecológicos de derramamentos de óleo. Dessa
forma, os decisores podem ter informações valiosas sobre os riscos ao meio ambiente, na
59
6 CONCLUSÕES
uma medida preventiva, foi sugerido restringir o tráfego de embarcações na região a leste do
AFN (Figura 16). Foi sugerida, também, a criação de um plano de emergencial que consiste
no uso de boias de contenção para impedir o óleo de chegar à costa do AFN. Apesar de este
trabalho sugerir onde essas boias deveriam ser posicionadas, este plano necessitaria de uma
avaliação de viabilidade e de custo, o que foge do escopo deste trabalho.
Os consequentes danos ambientais não foram quantificados neste trabalho, apenas
discutidos qualitativamente. No entanto, os resultados de volume e concentração resultante do
vazamento que podem chegar ao arquipélago servem como informação crucial a respeito da
urgência de prevenção deste tipo de acidente e para uma avaliação mais aprofundada das
consequências, que irão complementar uma AQRE para poder quantificar os riscos de tais
acidentes. Com os resultados da AQRE, será possível fornecer informações melhor
fundamentadas no contexto de riscos ao meio ambiente, na eventualidade de um
derramamento, e auxiliar na tomada de decisões referentes ao desenvolvimento de estratégias
de prevenção, baseadas no framework de risco, e mitigação mais viáveis na região do AFN,
tanto técnica quanto financeiramente.
Este trabalho possui as vantagens de trazer informações referentes às consequências de
um vazamento de óleo na região do AFN, que é uma região suscetível à influência de tais
eventos. Além disso, o modelo utiliza do formalismo Lagrangiano para descrever o
movimento de uma pluma de óleo no oceano e incorpora componentes determinísticos e
probabilísticos na modelagem. Ainda é válido notar que o modelo desenvolvido é um código
aberto disponibilizado de forma gratuita, o que possibilita a adaptação e replicação para
quaisquer propósitos. Em contrapartida, o modelo possui limitações no contexto das
simulações, sendo estas: a consideração de apenas um tipo de navio de onde originam os
vazamentos; e apenas dois meses do ano. Ainda é válido considerar que o modelo não inclui a
modelagem tridimensional dos processos físico-químicos.
Apesar do grande número de navios de bandeiras internacionais que trafegam próximo
ao arquipélago, os casos simulados neste trabalho consideraram apenas o petroleiro de
bandeira brasileira mais comum que navega na região da AFN (i.e., Suezmax), assumindo o
volume derramado de apenas um tanque deste navio (i.e., 9100 𝑡𝑜𝑛𝑠). Esta se configura
como uma das limitações do trabalho, já que desconsidera outros volumes de vazamentos e
tipos de óleo. Dessa forma, como proposta para trabalhos futuros, tem-se: realizar novas
simulações considerando petroleiros estrangeiros, com características diferentes (e.g., volume
dos tanques, tipo de óleo), que navegam nas proximidades do AFN. Adicionalmente, as
simulações foram realizadas considerando apenas os meses de março e julho, o que configura
62
outra limitação do trabalho. Uma proposta análoga seria simular os vazamentos em: a) outros
meses; b) considerando os períodos das estações do ano; ou ainda c) considerando todos os
meses do ano. Dessa forma, seria possível observar o comportamento da pluma submetida a
outras condições meteoceanográficas (i.e., ventos, correntes, TSM). Ambas propostas
forneceriam informações mais concretas a respeito da etapa de avaliação de consequências
para uma AQRE no AFN.
63
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70
APÊNDICES
APÊNDICE A.
Concentração de óleo na água (ton/km²) no cenário P1M (a) inicial; após (b) 07 horas, (c) 14 horas e (d) 21
horas. A cruz representa o ponto de liberação do derramamento de óleo.
APÊNDICE B.
Concentração de óleo na água (ton/km²) no cenário P1J (a) inicial; após (b) 07 horas, (c) 14 horas e (d) 21 horas.
A cruz representa o ponto de liberação do derramamento de óleo.
APÊNDICE C.
Concentração de óleo na água (ton/km²) no cenário P2M (a) inicial; após (b) 07 horas, (c) 14 horas e (d) 21
horas. A cruz representa o ponto de liberação do derramamento de óleo.
APÊNDICE D.
Concentração de óleo na água (ton/km²) no cenário P3J (a) inicial; após (b) 07 horas, (c) 14 horas e (d) 21 horas.
A cruz representa o ponto de liberação do derramamento de óleo.
APÊNDICE E.
Concentração de óleo na água (ton/km²) no cenário P3M (a) 01 hora; (b) 10 horas; e (c) 20 horas. A cruz
representa o ponto de liberação do derramamento de óleo.