454-Texto Do Artigo-1553-1846-10-20230701

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Revista Ambientale

Revista da Universidade Estadual de Alagoas/UNEAL


e-ISSN 2318-454X, Ano 15, Vol. 15, (nº 2), abril-julho, 2023
https://doi.org/10.48180/ambientale.v15i2.454

Análise dos impactos à fauna e flora local causados pelo derramamento de petróleo no
Nordeste do Brasil

João Paulo Gomes de Oliveira


E-mail: joaopaulo.g.o@outlook.com
Universidade Federal de Pernambuco

RESUMO - Este artigo científico tem como objetivo descrever os impactos do derramamento
de petróleo que atingiu a zona costeira e marinha do Nordeste brasileiro em 2019 na
biodiversidade do litoral nordestino. A análise qualitativa dos dados e informações disponíveis
na literatura mostrou que a maioria dos estudos se concentra nos impactos do derramamento na
fauna local, principalmente na microfauna aquática, e que os estados de Pernambuco e Bahia
são os mais analisados. No entanto, há também estudos que abordam a região costeira do
Nordeste de forma mais ampla. Dados analisados comprovam a ocorrência de fauna e flora
oleada em todos os estados afetados pelo derramamento, afetando principalmente as
comunidades bentônicas e nektônicas. Unidades de conservação e importantes hotspots de
biodiversidade também foram atingidos. É fundamental monitorar a área afetada a longo prazo
para obter resultados mais robustos sobre os impactos e os efeitos do derramamento de petróleo,
que poderão ser observados por um período prolongado.

PALAVRAS-CHAVE: Biodiversidade; Microrganismos; Serviços ecossistêmicos; Zona


costeira; Ecossistemas costeiros.

ABSTRACT - This scientific article aims to describe the impacts of the oil spill that affected
the coastal and marine zone of the Brazilian Northeast in 2019 on the biodiversity of the
Northeastern coast. Qualitative analysis of data and information available in the literature
showed that most studies focus on the impacts of the spill on the local fauna, especially the
aquatic microfauna, and that the states of Pernambuco and Bahia are the most analyzed.
However, there are also studies that address the Northeastern coastal region more broadly.
Analyzed data confirm the occurrence of oiled fauna and flora in all states affected by the spill,
affecting mainly benthic and nektonic communities. Conservation units and important
biodiversity hotspots were also affected. It is essential to monitor the affected area in the long
term to obtain more robust results on the impacts and effects of the oil spill, which could be
observed for a prolonged period.

KEYWORDS: Biodiversity; Microorganisms; Ecosystem services; Coastal zone; Coastal


ecosystems.

INTRODUÇÃO

A sociedade moderna é altamente dependente do petróleo e seus derivados, que são


amplamente utilizados em setores como transporte, indústria química, geração de energia e
agricultura (PIXININE, 2019). No Brasil, com o aumento da exploração de petróleo, o setor
energético cresceu consideravelmente nos últimos anos. No entanto, a produção e uso do
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petróleo envolvem diversos riscos e impactos socioambientais, como vazamentos de óleo,


emissão de gases poluentes e geração de resíduos tóxicos. Esses impactos são particularmente
graves para ambientes costeiros sensíveis, como manguezais e recifes de coral, que já sofrem
com a exploração humana e a consequente degradação ambiental (MAGRIS; GIARRIZZO,
2020).
O Nordeste brasileiro é conhecido por sua rica biodiversidade e pela prestação de
serviços ecossistêmicos fundamentais para a manutenção da vida. Os impactos da atividade
petrolífera nesses locais pode causar danos irreparáveis à biodiversidade local e aos serviços
ecossistêmicos fornecidos por esses ambientes, como pesca e turismo (BRASIL, 2019). Em
2019, um evento de grande impacto envolvendo derramamento de petróleo afetou os ambientes
costeiros de onze estados brasileiros, causando danos significativos à biodiversidade e às
comunidades costeiras afetadas (DISNER; TORRES, 2020; CARMO; TEIXEIRA, 2020).
Os impactos do derramamento de petróleo na biodiversidade do litoral nordestino são
particularmente preocupantes (CERQUEIRA et al., 2020). O petróleo no ambiente marinho
causa diversos danos à fauna e flora, como a diminuição da quantidade de oxigênio na água,
prejudicando a reprodução de algumas espécies e afetando a qualidade do alimento disponível
para os animais marinhos (MARTINEZ; COLACIOS, 2016). Desastres ambientais anteriores,
como o acidente provocado pela plataforma Deepwater Horizon no Golfo do México em 2010,
demonstram os efeitos duradouros e devastadores que esses eventos podem ter na
biodiversidade local (PENA et al., 2020).
Este artigo tem como objetivo descrever os impactos do derramamento de petróleo na
biodiversidade do litoral nordestino, abordando os efeitos na fauna e flora marinha da região.
Através de uma análise dos dados e informações disponíveis, esperamos contribuir para a
compreensão dos impactos dessa atividade na biodiversidade e para o desenvolvimento de
medidas preventivas e de mitigação.

MARCO TEÓRICO

Exploração de petróleo e seus derivados: principais processos produtivos, riscos e


impactos socioambiental

As atividades econômicas exercem impactos ambientais significativos sobre as regiões


costeiras, as quais são frequentemente superpovoadas e sujeitas a pressões que podem resultar
em riscos, acidentes e desastres ambientais. Grande parte desses eventos é resultado dos
processos de industrialização e da visão de infinitude dos espaços e recursos naturais
(KITZMANN; ASMUS; LAYDNER, 2004).
Com a crescente demanda energética e o uso excessivo de combustíveis fósseis como
principal fonte de energia para o transporte no Brasil, o país investiu na indústria de petróleo
para atender a essa necessidade da sociedade. Atualmente, o petróleo é amplamente distribuído
em diversos setores econômicos e é considerado a principal fonte de combustível no Brasil. No
entanto, a exploração, refino e transporte do petróleo e seus derivados representam os principais
desafios emergentes da gestão costeira do país (KITZMANN; ASMUS; LAYDNER, 2004;
EGLER, 2020).
As áreas mais propícias para a formação de petróleo são mares interiores, baías e golfos.
As reservas que ocorrem dentro do continente são originalmente marítimas, emergindo devido
a eventos geológicos na crosta terrestre. A prospecção é a fase inicial para obtenção dessa
substância, na qual se busca por jazidas com o auxílio de programas e softwares avançados. Por

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meio dessas tecnologias, é possível estimar a quantidade de petróleo em cada jazida (GURGEL
et al., 2013).
A mudança na política energética resultou em um considerável aumento nas atividades
de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo nesta região do país. No entanto, os
impactos ambientais e efeitos colaterais gerados por essas atividades são classificados como
um dos principais fatores de incidentes na zona costeira e marítima, aumentando o grau de
vulnerabilidade desses ambientes (NICOLODI; PETERMANN, 2010).
A palavra petróleo deriva do latim petra (pedra) e oleum (óleo), significando
literalmente "óleo de pedra". O petróleo é composto por uma mistura homogênea de
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), Compostos Orgânicos Voláteis (VOCs),
sulfeto de hidrogênio e metais pesados. Essa substância é altamente inflamável, apresentando
densidade menor que a água, odor característico e cor que varia do negro ao âmbar (THOMAS
et al., 2001; PENA et al., 2020).
O petróleo é uma substância derivada da decomposição de materiais orgânicos fósseis
que se acumularam em estratos sedimentares e foram submetidos a transformações
termoquímicas ao longo de um longo período de tempo geológico (D’ALMEIDA, 2015). Esse
recurso natural pode ser encontrado em diferentes estados físicos, variando desde a forma
líquida mais fluída (óleo cru) até formas mais densas, como o asfalto, ou mais gasosas, como o
gás natural (GURGEL et al., 2013).
O petróleo é encontrado predominantemente em poros de rochas sedimentares em terra
firme e em terras submersas, com profundidades que variam desde poucos metros abaixo da
superfície até cerca de 3 km de profundidade (GURGEL et al., 2013; MARTINS et al., 2015).
As rochas sedimentares são formadas a partir de depressões de relevo preenchidas por
fragmentos de rochas preexistentes, que passaram por processos naturais desgastantes, como a
erosão e o intemperismo.
A extração de petróleo ocorre por meio do processo de perfuração de poços, que é
dividido em dois sistemas: onshore (perfuração em terra) e offshore (perfuração no mar)
(MARTINS et al., 2015). Para isso, são utilizados mecanismos e tecnologias que permitem o
fluxo de fluidos do fundo do poço até a superfície. As rochas são perfuradas pela ação da rotação
e do peso aplicados a uma broca posicionada na extremidade inferior de uma coluna de
perfuração, seguida da extração final e transporte do petróleo por meio de barris ou tanques
(FRANÇA; NETO, 2013). É durante essa fase que podem ocorrer vazamentos e derramamentos
de petróleo em ambientes aquáticos.

Serviços ecossistêmicos fornecidos por ambientes costeiros sensíveis e sua importância


para a manutenção da vida

A zona costeira do Brasil é uma região de grande diversidade ambiental, que abriga uma
variedade de ecossistemas, como praias arenosas, campos de dunas, restingas, manguezais,
estuários, costões rochosos, recifes de coral e zonas marinhas, além da Mata Atlântica
(PINHEIRO; FREITAS; CORTES, 2018). Cada um desses ambientes possui características
físicas, químicas e biológicas únicas que os diferenciam uns dos outros, gerando uma grande
diversidade de espécies e suas interações (PINTO et al., 2006).
Os ecossistemas costeiros são considerados extremamente importantes para o equilíbrio
ambiental, mas muitos deles são classificados como frágeis e vulneráveis às atividades humanas
(AGUIAR; ERVATTI, 2020). De acordo com Pinheiro, Freitas e Cortes (2018), a Zona

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Costeira do Brasil se estende por mais de 8.500 km, abrangendo 17 estados e mais de
quatrocentos municípios, desde o Norte equatorial até o Sul temperado do país.
Os ecossistemas costeiros são intensamente pressionados pelas atividades humanas,
como especulação imobiliária, turismo, instalação de parques eólicos, sobreexplotação de
recursos pesqueiros, exploração de petróleo, entre outras. Segundo Imperatriz-Fonseca e
Nunes-Silva (2010), dados indicam que 35% dos manguezais, 40% das áreas florestadas e 50%
das áreas alagadas já foram destruídas, além da redução dos estoques pesqueiros em até 80%.
Esses impactos têm efeitos diretos sobre a produção dos serviços ecossistêmicos fornecidos
nessas regiões, conforme destacam Pinto et al., (2006).
O conceito de serviços ecossistêmicos engloba os benefícios tanto tangíveis quanto
intangíveis que a sociedade obtém através das dinâmicas, funções e integrações complexas dos
componentes dos ecossistemas. Isso significa que uma função ecossistêmica produz um serviço
ecossistêmico específico quando os processos naturais subjacentes geram uma série de
benefícios diretos ou indiretos que podem ser aproveitados pelo ser humano, incorporando a
noção de utilidade antropocêntrica (ANDRADE; ROMERO, 2009). Esses benefícios incluem,
por exemplo, a produção de alimentos, a polinização, a regulação do clima, a proteção contra a
erosão costeira e a oportunidade de desfrutar da beleza cênica e da recreação proporcionadas
pela natureza. Andrade e Romero (2009) classificam os serviços ecossistêmicos em quatro
grupos: provisão, regulação, culturais e de suporte.
Esses serviços enfrentam uma crescente ameaça devido à degradação dos ecossistemas
e à pressão exercida pelas atividades econômicas, especialmente a indústria petrolífera, que
gera uma grande quantidade de gases de efeito estufa e frequentes derramamentos de petróleo.
Isso contribui para o aumento da crise climática e causa danos imensuráveis aos ecossistemas
(MESSIAS, 2015).

MATERIAIS E METÓDOS

Esta pesquisa é de natureza exploratória e qualitativa, visando realizar um levantamento


e revisão da literatura sobre o desastre do derramamento de petróleo no litoral do Nordeste
brasileiro em 2019 e seus impactos na biodiversidade. Para tanto, foram utilizados portais
específicos de pesquisa, como Scielo, ScienceDirect, Periódicos da Capes e Google Scholar,
com o intuito de identificar e coletar artigos e estudos relevantes sobre o assunto. As buscas
foram realizadas nos idiomas português, inglês e espanhol.
Para a seleção dos trabalhos, foram utilizados diversos descritores, incluindo
'Vazamento de petróleo', 'Derrame de Petróleo', 'Desastres e Petróleo no Brasil', ‘impactos à
biodiversidade’, entre outros. As buscas em inglês utilizaram os mesmos descritores,
acompanhados do operador booleano 'and', a fim de garantir que as palavras selecionadas
aparecessem nos campos específicos.
Além disso, para garantir a relevância e qualidade dos estudos selecionados, adotou-se
a ferramenta temporal, selecionando trabalhos publicados entre 2019 e 2023. Essa decisão foi
tomada considerando que o desastre ocorreu em 2019 e que os estudos mais recentes podem
apresentar informações mais atualizadas e relevantes. No entanto, foram estabelecidos critérios
de exclusão para garantir a seleção adequada dos trabalhos. Foram descartados resumos
apresentados em eventos científicos, uma vez que esses tipos de estudos podem não atender aos
critérios de rigor e qualidade necessários para esta pesquisa exploratória e qualitativa.
Para selecionar os artigos relevantes, foram examinados os títulos, resumos e palavras-
chave de cada artigo identificado nas buscas. Aqueles que atenderam aos critérios de inclusão

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foram lidos integralmente. Dessa forma, garantimos que apenas os estudos mais relevantes e
pertinentes ao objetivo da pesquisa foram incluídos na revisão da literatura.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente, foram encontrados 27 estudos relacionados à temática do artigo, que trata


dos impactos do derramamento de petróleo ocorrido no Nordeste brasileiro em 2019 sobre a
biodiversidade local. Após a aplicação de critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados
apenas 7 estudos que abordam diretamente o assunto. Os 20 estudos descartados mencionaram
superficialmente os impactos à biodiversidade local, mas não ofereceram análises detalhadas
ou conclusivas sobre o assunto.
Os sete estudos revisados analisaram de forma mais aprofundada os componentes dos
ecossistemas costeiros do Nordeste, examinando as hipóteses, impactos e efeitos do
derramamento a curto e médio prazos, conforme apresentado no Quadro 1.

Quadro 1. Principais resultados dos estudos revisados na literatura


Autores/ano Local da pesquisa Principais resultados Tipo de impacto
CERQUEIRA Trecho entre as O autor levantou a hipótese de Impactos à
(2021) praias de Pedra do
que o estresse gerado pelo microfauna
Sal e Farol de impacto agudo do derramamento
Itapuã, de óleo pode ter provocado
Salvador/BA reações de defesa nos quatro
indivíduos de Holothuria
(Halodeima) grisea encontrados
mortos e eviscerados nas praias
entre Pedra do Sal e Farol de
Itapuã em Salvador. O óleo do
derramamento no nordeste do
Brasil em 2019 pode ter
influenciado a mortalidade
desses animais, comprometendo
a biodiversidade da fauna
marinha bentônica da região.
CERQUEIRA et Praia da Pituba, O estudo analisado revelou que Impactos à
al. (2020) Salvador/BA durante a necropsia em microfauna
laboratório das esponjas e
cnidários coletados, foram
encontradas pelotas de petróleo
na espongiocele de duas das nove
amostras de Desmapsamma
anchorata e na faringe de um dos
quatro indivíduos de Bellactis
ilkalyseae. A presença de
vestígios de óleo na espongiocele
do porífero Desmapsamma
anchorata provavelmente ocorre
em função da eficiência desse
grupo como filtradores. A
descoberta de resíduos de óleo na
faringe de Bellactis ilkalyseae é
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preocupante, já que essa espécie


é endêmica da costa brasileira e
este é o primeiro registro de
contaminação por petróleo.
CRAVEIRO et Praia do Paiva, Descobriu-se a presença de óleo Impactos à fauna
al. Jaboatão dos aderido em Jania capillacea,
2021 Guararapes/PE Penicillus capitatus e em alguns
invertebrados na praia do Paiva,
incluindo algas, carapaças de
anfípodes e Acanthonyx sp. O
estudo também encontrou uma
associação significativa entre o
tamanho do animal e a
quantidade de detritos ingeridos,
sugerindo que animais maiores
são mais propensos a ingerir mais
detritos.
OLIVEIRA- Praia do Paiva, Após o desastre, houve uma Impactos à
LIRA et al. Jaboatão dos diminuição na abundância de microfauna
(2021) Guararapes/PE Branchiosyllis, mas o tamanho
médio dos indivíduos não foi
afetado. As esponjas na Praia do
Paiva foram contaminadas com
óleo, assim como o poliqueta
simbiótico Branchiosyllis spp.
associado a elas, apresentando
manchas e gotículas de óleo em
seus corpos e faringes.
MAGALHÃES Zona costeira do As padarias foram afetadas Impactos à flora
et al. (2021) Nordeste, Brasil diretamente e indiretamente,
tanto pelo contato com o petróleo
quanto pelas técnicas de remoção
do material, incluindo a remoção
manual. Os autores identificaram
petróleo entre as folhas de ervas
marinhas.
MAGRIS; Zona costeira entre Após análises realizadas pelos Impactos à fauna
GIARRIZZO as cidades de autores, foi identificado um total
(2020) Natal/RN e de 27 espécies em alto grau de
Maceió/AL, e vulnerabilidade devido ao
litoral da cidade de derramamento de petróleo.
Salvador/BA Dentre essas espécies, foram
identificados 11
elasmobrânquios, 10 peixes
ósseos, 5 invertebrados e 2
mamíferos como afetados pela
contaminação.
TRINDADE Litoral da Região Foram identificadas alterações Impactos à fauna e
(2022) Metropolita do histológicas nas brânquias dos aos serviços
Recife/PE mariscos coletados nas regiões ambientais
avaliadas, o que sugere um grau
de comprometimento da saúde
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desses animais e pode indicar um


ambiente não saudável. Foram
encontrados vários achados
histopatológicos em 19 lâminas
avaliadas, sendo 10 de mariscos
da região do Estuário do Rio
Formoso (Litoral Sul) e 9 da
Bacia do Pina (Litoral Norte).
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2023.

Conforme apresentado no quadro acima, a maioria dos estudos analisa os impactos do


derramamento de petróleo na fauna local, em especial na microfauna aquática. Embora a maior
parte dos trabalhos se concentre nos estados de Pernambuco (CRAVEIRO et al., 2021;
OLVEIRA-LIRA et al., 2021; TRINDADE, 2022) e Bahia (CERQUEIRA et al., 2020;
CERQUEIRA, 2021), há também estudos que analisam a região costeira do Nordeste de forma
mais ampla (MAGALHÃES et al., 2021; MAGRIS; GIARRIZZO, 2022)
Dados coletados pelo IBAMA em 2020 comprovam que houve casos de fauna oleada
em todos os estados afetados pelo derramamento de petróleo. As espécies mais afetadas foram
as tartarugas marinhas, aves e mamíferos marinhos. Dos 159 animais atendidos pelo instituto,
112 foram encontrados mortos e apenas 47 sobreviveram. No entanto, é importante destacar
que o IBAMA não realizou análises da microfauna e flora aquática, o que reforça a relevância
dos estudos apresentados no quadro 1.

Derramamento de petróleo no litoral do Nordeste brasileiro: impactos ecológicos e riscos


para os ecossistemas

De acordo com Craveiro et al. (2021), o derramamento de petróleo na costa do Brasil é


considerado um dos eventos mais graves que já impactaram os ecossistemas marinhos e
costeiros da região. Isso ocorre porque os componentes tóxicos presentes no petróleo que
atingiu o litoral do Nordeste brasileiro podem causar impactos significativos na biodiversidade
costeira e marinha a curto, médio e longo prazo, representando um risco para a perda de
biodiversidade e serviços ecossistêmicos, conforme apontado por Magris e Giarrizzo (2020).
O evento afetou 55 Unidades de Conservação (UCs) marinhas e 14 costeiras no
Nordeste brasileiro, incluindo Áreas de Proteção Ambiental (APA) como a Costa dos Corais
(PE/AL), Delta da Paraíba (PB) e o Parque Nacional Marinho de Abrolhos (SOARES et al.,
2020; DISNER; TORRES, 2020; MAGALHÃES et al., 2021). Os impactos sobre essas UCs
são particularmente preocupantes, já que elas desempenham um papel fundamental na
conservação da biodiversidade e na proteção dos ecossistemas marinhos e costeiros na região
(PINHEIRO; FREITAS; CORTES, 2018). Essas áreas são consideradas verdadeiros guarda-
chuvas dos serviços ecossistêmicos, além de serem essenciais para a proteção da fauna e flora
endêmicas, que são únicas e exclusivas desses ecossistemas (REIS; SELVA, 2022).
Com base nos estudos analisados, pode-se observar que o derramamento de petróleo
teve impactos significativos em diversos sistemas ecológicos ameaçados. Manguezais,
estuários, prados de ervas marinhas, planícies de marés, praias e recifes de corais foram alguns
dos ecossistemas impactados (MAGRIS; GIARRIZZO, 2020; MAGALHÃES et al., 2021). A
praia do Paiva, em Jaboatão do Guararapes (PE), é um exemplo disso e foi estudada por Lira et
al. (2020). Essa praia possui uma das áreas de recife de coral mais bem preservadas do Brasil

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e, portanto, é um hotspots de biodiversidade que sofreu impactos significativos em decorrência


do derramamento de petróleo.
Embora a Mata Atlântica e seus ecossistemas associados ainda abriguem uma parcela
significativa da diversidade biológica do Brasil, com altíssimos níveis de endemismo, eles
sofrem impactos diários decorrentes das atividades humanas (PINTO et al., 2006). Nesse
contexto, os impactos do derramamento de petróleo nesta região se tornam ainda mais
alarmantes, uma vez que podem comprometer ainda mais a saúde desses ecossistemas e afetar
a biodiversidade já ameaçada dessa região, principalmente a microfauna e flora.
Estudos sobre a microfauna e flora aquática são fundamentais, uma vez que o petróleo
pode ter efeitos cumulativos nos processos biogeoquímicos, resultando na diminuição de
espécies e até mesmo na extinção a longo prazo. Isso é particularmente preocupante porque
essas espécies são a base da cadeia alimentar de espécies maiores, como destacado por
Magalhães et al. (2021). Em seu estudo, Soares et al. (2020) identificaram a contaminação do
zooplâncton, evidenciando a vulnerabilidade da base da cadeia alimentar marinha aos impactos
do derramamento de petróleo.
A fauna e flora afetadas por derramamentos de petróleo sofrem impactos significativos,
podendo levar anos ou até mesmo décadas para se recuperarem. Estudos recentes, como o de
Soares et al. (2020), têm demonstrado que o petróleo afeta negativamente a estrutura e dinâmica
das comunidades biológicas bentônicas e nektônicas. Por exemplo, Trindade identificou
alterações em moluscos, como o marisco pedra, após a exposição ao petróleo. Além disso,
Nasri-Sissini et al. (2020) mostraram os impactos do derramamento de petróleo em bancos de
rodolitos, uma das mais importantes comunidades bentônicas na plataforma continental
brasileira.
Essas alterações podem ser explicadas por Lins et al. (2020), que destacam que os
moluscos filtram a água e, portanto, acumulam mais resíduos de petróleo do que outras
espécies. Em consonância com os estudos mencionados, Pena et al. (2020) constataram que as
espécies de bivalves acumulam altas concentrações de Hidrocarbonetos Policíclicos
Aromáticos (HPAs) após a exposição ao derramamento de petróleo. Embora a limpeza manual
das áreas afetadas seja um método recomendado e menos agressivo para ambientes costeiros,
como aponta Oliveira (2023), esse método pode não ser eficaz para remover pequenas pelotas
de óleo presentes em organismos menores.
De acordo com Cerqueira (2021), o derramamento de petróleo causou estresse e
perturbação nos ecossistemas marinhos, resultando na mortandade de pepinos do mar
(Holothuria) em trechos das praias Pedra do Sal e Farol de Itapuã, em Salvador. Além disso,
Craveiro et al. (2021) observaram a presença de óleo em diversas algas e organismos marinhos
já na primeira semana do desastre, o que resultou na redução da diversidade de algas e no
surgimento de espécies oportunistas. Cerqueira et al. (2020), por sua vez, detectaram a
contaminação por petróleo em uma espécie endêmica de anêmona-do-mar (Bellactis Ilkalyseae)
e em uma espécie de esponja (Desmapsamma Anchorata), além da presença de pelotas de
petróleo na superfície externa de algas e sedimentos.
Além de afetar a microfauna e flora marinha, o derramamento de petróleo teve um
impacto significativo na mortalidade de necton, incluindo peixes, tartarugas e golfinhos, bem
como na avifauna, incluindo pássaros. Segundo o relatório do IBAMA (2020), houve uma
grande mortandade desses animais durante o evento. Magalhães et al. (2021) destacam que
houve uma diminuição notável da presença de animais marinhos na região após o
derramamento. Os impactos dessa catástrofe ambiental são de longo prazo e podem afetar
negativamente a ecologia marinha e os serviços ecossistêmicos por muitos anos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando a importância da biodiversidade local e a interação entre os componentes


do ecossistema, é fundamental que sejam realizados estudos mais aprofundados sobre os
impactos do derramamento de petróleo na microfauna e flora aquática. É importante ressaltar
que essas espécies desempenham um papel fundamental na cadeia alimentar e podem acumular
materiais prejudiciais, o que pode afetar não apenas a biodiversidade local, mas também seus
serviços ecossistêmicos.
Embora haja uma quantidade razoável de estudos que citam impactos sobre a
biodiversidade local, ainda há uma necessidade de analisar em profundidade esses impactos. É
possível que a falta de estudos detalhados seja devido aos cortes orçamentários que ocorreram
durante o governo Bolsonaro (2019 -2022). Além disso, a pandemia da Covid-19 também
afetou as atividades de pesquisa em campo.
No entanto, é importante que a área afetada seja monitorada e analisada a longo prazo
para apresentar resultados mais robustos sobre os impactos e os efeitos do derramamento de
petróleo. É crucial entender se houve mudanças na microestrutura e macroestrutura da área
afetada, se houve recuperação natural da área e quanto tempo levará para que o ecossistema se
recupere totalmente.
Essas informações são necessárias para saber como agir e quanto tempo levará para a
área se recuperar em caso de um novo evento de derramamento de petróleo. Portanto, é
necessário investir em estudos detalhados e monitoramento de longo prazo para proteger a
biodiversidade local e seus serviços ecossistêmicos.

CONFLITOS DE INTERESSE

O autor declara que o trabalho não possui conflito de interesses.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, Thaís Morais Corrêa Borges; ERVATTI, Manuela. Vulnerabilidade costeira frente
a mudanças climáticas e políticas públicas na cidade do Rio de Janeiro: estamos prontos?.
Novos Cadernos NAEA, v. 23, n. 2, 2020. Disponível em: Vulnerabilidade costeira frente a
mudanças climáticas e políticas públicas na cidade do Rio de Janeiro: estamos prontos? |
Aguiar | Novos Cadernos NAEA (ufpa.br). Acesso em: 11 fev. 2023.

ANDRADE, Diego Calixto.; ROMEIRO, Ademar Ribeiro. Serviços ecossistêmicos e sua


importância para o sistema econômico e o bem-estar humano. Texto para Discussão:
IE/UNICAMP, n.155, 2009. Disponível em: www.avesmarinhas.com.br/Serviços
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ANDRADE, Joana França de. Eventos de falhas de sistemas de medição de petróleo e gás
natural. 2017. 40 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Petróleo)
- Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2017. Disponível em:

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