Enf Laysa - Treinam. Distocia de Ombro
Enf Laysa - Treinam. Distocia de Ombro
Enf Laysa - Treinam. Distocia de Ombro
Introdução
A distócia de ombros ocorre pela impactação óssea do diâmetro biacromial fetal entre o púbis e o
promontório sacral maternos. É uma das emergências obstétricas mais temidas e imprevisíveis do
parto.
Dada a imprevisibilidade de sua ocorrência, profissionais que assistem partos devem estar alertas
para sinais de iminência da distócia, para pronto diagnóstico e para o manejo adequado da situação
(que se realizado em tempo preciso melhora desfechos maternos e perinatais).
Fatores de risco
Complicações
Diagnóstico
O sinal da tartaruga (visualização da retração da cabeça fetal contra o períneo materno durante
contrações) com frequência pode ser observado.
A resolução deve ser rápida e cuidadosa, para evitar as consequências dessa hipoxia e acidemia e
tocotraumatismos desnecessários. Apesar da possibilidade de o fluxo sanguíneo pelo cordão ser
prejudicado, na vigência da distocia, não há como quanticar esse fluxo — que pode ainda estar
oxigenando o concepto — e o cordão umbilical não deve ser clampeado em nenhuma hipótese
antes do delivramento dos ombros.
Treinamento da equipe
Por ser uma emergência obstétrica imprevisível e com várias manobras possíveis para sua
resolução, diversos algoritmos têm sido propostos para o tratamento da distocia de ombro.
O mnemônico proposto pelo Advanced Life Support of Obstetrics (ALSO) sob o acrônimo
HELPERR (em inglês) que foi traduzido para o português como ALEERTA. Embora o curso ALSO
deixe claro que o mnemônico não deve, necessariamente, ser seguido na ordem apresentada, a
sequência de manobras propostas é especialmente útil quando a parturiente se encontra na posição
tradicional de Laborie-Duncan, deitada em decúbito dorsal com flexão dos membros inferiores.
S: Pressão Suprapúbica – Quando a hiperexão isolada não resolve a distocia de ombro, o próximo
passo é a pressão suprapúbica externa, realizada do lado do dorso fetal, visando a promover a
rotação do ombro anterior. Essa pressão pode ser feita com o punho fechado — com a parturiente
ainda agachada em posição de cócoras, o que é relativamente fácil, ou com uma mão sobre a outra,
como na massagem cardíaca — mais adequada quando a mulher se encontra deitada. A pressão
deve ser feita por 30 segundos de forma contínua e, se não ocorre o desprendimento, deve ser feita
de forma intermitente. As duas primeiras manobras (agachamento e pressão suprapúbica)
resolvem 80% das distocias de ombro.
A: Alterar a posição (quatro apoios) – Caso não ocorra a resolução, passa-se para o passo
subsequente, que é alterar a posição da parturiente para quatro apoios. Considerar que é bem mais
fácil partir para essa posição de uma posição original vertical do que do decúbito dorsal. A posição
de Gaskin (quatro apoios) é por si só eficaz em reduzir a distocia em mais de 80% dos casos. Nessa
postura, os diâmetros pélvicos aumentam, facilitando o desprendimento.
A modicação importante do algoritmo é que as manobras internas só irão ser tentadas DEPOIS da
mudança de posição, e não antes. A proposta é uma sequência de manobras que se inicia com as
menos agressivas e, somente em caso de insucesso, passa para as mais agressivas.
I: Manobras Internas – As manobras internas realizadas através do toque vaginal são feitas da
mesma forma descrita para o mnemônico ALEERTA, mantendo-se a parturiente na posição de
quatro apoios. Desta forma, sugere-se a seguinte sequência:
1. Manobra de Rubin II:
Na manobra de Rubin II, os dedos do assistente se colocam por trás do ombro anterior (no dorso
fetal) e fazem uma pressão em direção ao tórax fetal, tentando promover a rotação do ombro
anterior. Essa manobra visa à desimpactação do ombro e à redução do diâmetro biacromial, pela
adução da cintura escapular.
2. Manobra de Wood:
Não havendo sucesso, complementa-se a primeira manobra com a manobra do parafuso ou de
Wood. Mantendo a mesma posição dos dedos da manobra de Rubin, o assistente coloca os dedos
da outra mão pela frente do ombro posterior e aplica a força em direção às costas do feto. Assim,
dois dedos do assistente estarão no ombro anterior, no dorso fetal, realizando uma pressão para
frente e dois dedos estarão no ombro posterior, no tórax fetal, realizando uma pressão para trás. O
objetivo dessa manobra é mover a cintura escapular, como um parafuso, tirando o ombro
impactado.
2. Se não houver resposta, os dedos sobre a escápula posterior devem ser mantidos, e os dedos
indicador e médio da mão contralateral do assistente devem posicionar-se sobre a clavícula
9. A retirada do ombro posterior (manobra de Jacquemier) pode ser realizada com a parturiente
em Gaskin ou em posição de litotomia e é realizada introduzindo-se a mão que se encontra
no lado da face do feto na chanfradura sacrociática da pelve materna passando pela face e
ventre fetal até alcançar o braço posterior. A mão fetal deve ser tracionada delicadamente
passando pelo ventre e pela face fetal. Esta manobra transforma o diâmetro biacromial em
axiloacromial, de menor tamanho, e causa a rotação do feto, que é retirado em Occípito-
sacra.
REFERÊNCIAS
Amorim, M. M. R. de1, Duarte, A. C., Andreucci, C. B., Knobel, R., & Takemoto, M. L. S.
(2013). Distocia de ombro: proposta de um novo algorítmo para conduta em partos em
posições não supinas. FEMINA, 41(3), 115–124.
Bruner, J. P., Drummond, S. B., Meenan, A. L., & Gaskin, I. M. (1998). All-fours maneuver
for reducing shoulder dystocia during labor. The Journal of Reproductive Medicine, 43(5),
439–43. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9610468
Hoffman, M. K., Bailit, J. L., Branch, D. W., Burkman, R. T., Van Veldhusien, P., Lu, L., …
Zhang, J. (2011). A comparison of obstetric maneuvers for the acute management of shoulder
dystocia. Obstetrics and Gynecology, 117(6), 1272–8.
https://doi.org/10.1097/AOG.0b013e31821a12c9