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Dor - Tratamento Farmacológico

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Dor Crônica e Neuropática:

tratamento
CLASSIFICAÇÃO DE DOR DE ACORDO COM A DURAÇÃO

Dor Aguda

início recente

mais associada a lesão específica

indica que o dano já ocorreu

Dor Crônica

dor constante ou intermitente

persiste por certo período de tempo

não pode ser atribuída a causa específica

não representa somente 1 sintoma

estado patológico bem definido que persiste além da solução de sua causa

tempo de definição

> 3 meses (+ usada na prática) ou > 6 meses

CLASSIFICAÇÃO DA DOR DE ACORDO COM A FISIOPATOLOGIA

Dor Nociceptiva

ocorre por lesão e ativação dos nociceptores (terminações nervosas livres de


fibras A-delta e C) que transmitem os impulsos para a medula espinhal e para
os centros supraespinais

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 1


pode ser: somática ou visceral

Dor neuropática

definida, inicialmente, como “uma dor iniciada ou causada por uma lesão
primária ou disfunção do sistema nervoso”.

Há alguns anos, houve uma nova definição de dor neuropática, como “uma dor
que surge como consequência de uma lesão ou doença, afetando o sistema
somatossensitivo.

retira termo “disfunção” → termo vago

restrige lesão ao sistema somatossensitivo

DIAGNÓSTICO DE DOR NEUROPÁTICA


Diagnóstico é baseado em pelo menos 3 itens:

Descrição da dor pelo paciente e outros sintomas subjetivos (queimação,


fisgadas, choques elétricos, etc);

Avaliação de sinais clínicos objetivos de disfunção nervosa ou de testes


laboratoriais que demonstrem tais alterações.

Resposta positiva a um tratamento com fármacos que são do manejo da dor


neuropática.

A dor neuropática pode ser projetada, isto é, pode ser percebida em um território da
inervação de um nervo lesado devido a organização somatotópica cerebral. A
distribuição neuroanatômica correlaciona-se com o nível da lesão e dá suporte para o
diagnóstico de DN. Em algumas situações, como a dor de origem central, isto é mais
difícil pois nem sempre há uma correlação adequada.
A DN habitualmente está associada a sensações anormais espontâneas e fenômenos
sensoriais como parestesias e disestesias. A alodinia (sensação de dor após
estímulos não dolorosos) geralmente está presente, mas também pode ocorrer em
outras condições dolorosas, tais como queimaduras de pele e artrite reumatoide.

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 2


Como TRATAR DOR NOCICEPTIVA

seguir recomendações da escada analgésica da OMS

utiliza 1º analgésicos convencionais → depois OPIOIDES FRACOS →


OPIOIDES FORTES

em qualquer etapa do tratamento → podemos usar DROGAS ADJUVANTES

Situações em que ocorre DOR NEUROPÁTICA

1. neuralgia do trigêmeo

2. neuropatia diabética

3. neuralgia pós-terapêutica

4. dor do membro fantasma

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 3


TRATAMENTO
FORMA DE ALIVIAR A DOR

reduzir a hiperexcitabilidade nervosa

→ Tal hiperexcitabilidade pode ser abordada em diferentes alvos no sistema


nervoso, tais como:

Redução de sensibilização periférica

Redução de atividade ectópica

Diminuição de sensibilização central

Redução da facilitação central

Aumento da inibição central.

1) ANALGÉSICOS SISTÊMICOS

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 4


a) Analgésicos não opioides
Efeitos

analgésicos

antipiréticos

anti-inflamatórios

→ dores de intensidade leve a moderada


1. Paracetamol

derivado do aminofenol

mecanismo de ação não elucidado totalmente

mecanismos (3)

analgesia mediada centralmente

inibição direta e indireta de ciclo-oxigenases centrais

ativação dos sistemas endocanabinoides

ativação de vias serotoninérgicas espinhais

via

somente VO

preocupação atual principal

HEPATOTOXICIDADE

motivo

→ parece ser atribuída à imina N acetil-p-benzoquinona (NAPQI). Esse


metabólito, normalmente, combina-se com a glutationa e é transformado em
metabólito não tóxico, mas com o aumento da dose da medicação, pode
haver exaustão da glutationa, causando lesão hepática dose-dependente por
necrose lobular central.

2. Dipirona

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 5


derivado pirazolônico

dor aguda e crônica

propriedades

analgésicas

anti-inflamatórias

antipiréticas

mecanismo periférico

inibição da atividade da adenilciclase

bloqueio direto da entrada do Ca2+ no nociceptor

mecanismo central

ação dos metabólitos sobre as sínteses de prostaglandinas no SNC

ação sobre atividade das COX

inibição da COX-3 (variante da COX-1)

posologia

adultos (criança > 12 anos) → 10-15mg/kg a cada 4-6h

Dose máxima: 50-75mg/kg → geralmente 4g

Dose geralmente de 0,5g a 1g

crianças → 10-15mg/kg em intervalos de 4-6h

Não ultrapassar 5 doses no mesmo dia

Dose max diária 4g

2) ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES (AINE) e COXIBERS


mecanismos de ação dos AINE

inibição da biossíntese das prostaglandinas (principal)

redução de ácidos graxos livres

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 6


inibição da formação de lipídios na membrana

inibição da migração de leucócitos

estabilização das membranas lisossômicas

antagonismo de bradicininas

desacoplamento da fosforilação oxidativa

inibição da sínteses de mucopolissacarídeos

inibição de radicais livres

inibição da atividade da fosfolipase-C

inibição da agregação de neutrófilos

ação central dos AINE

bloqueio parcial da PROSTAGLANDINA-SINTETASE CENTRAL

efeito antipirético

HIPOTÁLAMO → bloqueio da produção da prostaglandina F2 alfa (PGF2-


alfa), principal metabólito do ácido araquidônico

COX-1

constitutiva

faz HOMEOSTASE → mantém citoproteção gástrica, balanço de Na+ e água

agregação plaquetária

expressa no TGI, rins e pulmões

COX-2

enzima induzida nas células inflamatórias dos locais de inflamação

lesão tecidual

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sinóvia articular

endotélio

SNC

constitutiva —> encéfalo, rins, ovário, útero e endotélio

COX-3

variante da COX-1

isolada no córtex cerebral e aorta

Ainda não está bem estabelecido seu papel na febre e na dor mediadas pelas
prosta

→ Como o mecanismo de ação comum dos AINE é a inibição dessas enzimas, é


importante entender os efeitos farmacológicos benéficos e indesejáveis dessa inibição,
que pode ou não ser seletiva, de acordo com o tipo de AINE utilizado.

Maior parte dos AINE disponíveis → diclofenaco, cetorolaco, ibuprofeno,


tenoxicam, piroxam, cetoprofeno, nimesulida, meloxicam

bloqueiam COX-1 e COX-2

enzima constitutiva (COX-1) → efeitos gastrointestinais e renais adversos →


risco de úlcera gástrica, sangramento digestivo e insuficiência renal

COXIBERS

anti-inflamatórios que bloqueiam seletivamente a COX-2

celecoxibe, etoricoxibe, valdecoxibe, lumiraco

⇒ foram formulados para reduzir os efeitos adversos dos AINE convencionais,


porém foi observado que:

efeitos adveros RENAIS SEMELHANTES

+ seguro p/ TGI

predispõem a eventos cardiovasculares → evitar uso prolongado em pcte


de risco

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 8


⇒ Anti-inflamatórios são eficazes p/ dor crônica e aguda
⇒ NNT (número necessário para tratar): 1,5 a 2,5
⇒ prepações de ação rápida promovem melhor analgesia do que de ação lenta
⇒ não há diferença na eficácia entre AINE e COXIBER
⇒ ainda há confusão sobre a segurança de cada classe

CONTRAINDICAÇÕES: AINE e COXIBERS

situações de hipersensibilidade à medicação

antecedente de asma, urticária ou reação alérgica após o uso

pcte com hitórico de hipovolemia

cirrose hepática

insuficiências cardíaca, renal

HAS

úlcera ativa

hemorragia digestiva recente a essa classe → principalmente idosos → evitar

>>>>> SEMPRE QUE FOREM INDICADOS FÁRMACOS ANALGÉSICOS DE USO


PROLONGADO → preferir fármacos que provocam MENOS EFEITOS ADVERSOS →
PARACETAMOL e DIPIRONA

b) Analgésicos opioides
→ Assume-se que DOR NEUROPATICA é resistente aos OPIOIDES
→ Entretanto, estudos clínicos mostraram que os opioides como morfina, oxicodona,
levorfanol, tramadol e tapentadol são eficazes no tratamento da dor neuropática
quando é fornecida a dose adequada que produz analgesia sem efeitos adversos
excessivos.

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 9


⇒ CAPTAÇÃO PELA MONOAMINA → inibe as propriedades do tramadol e
tapentadol → pode contribuir para perda de eficácia

afinidade pelos receptores μ

forte ação analgésica

ausência de efeito teto

fármacos de escolha p/

dor aguda

dor oncológica intensa

uso na dor crônica não oncológica (DCNO) → ainda é controverso

→ indicadoa dores de alta intensidade

Efetivos em:

neuralgia pós-herpética → ocorre na região em que ocorreu a erupção


cutânea do vírus Varicella-Zóster, causador da Herpes Zóster

neuropatia diabética

CODEÍNA

opioide fraco

OPIOIDES FORTES

MORFINA

liberação imediata e liberação cronogramada

OXICODONA

liberação lenta

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 10


OPIOIDES TRANSDÉRMICOS
(tbm são considerados fortes)

FENTANIL → duração de 72h

BUPRENORFINA → duração de 7 dias

TRAMADOL

mecanismo de ação

ainda não totalmente esclarecido

liga-se ao receptor opioide e μ como agonista; inibe fracamente a recaptação


de serotonina e NE

por vezes considerado opioide fraco

usos

osteoartrite, fibromialgia e neuropatia diabética

opioide + recomendado na DOR NEUROPÁTICA

devido a seu efeito de INIBIÇÃO da RECAPTAÇÃO de serotonina

METADONA

opiode forte

foi muito utilizado como de escolha na prevenção da síndrome de abstinência


durante o tratamento de adultos viciados em opioides.

Mais recentemente, ela vem sendo indicada para DCNO de difícil resposta aos
analgésicos comuns

opioide que tem sido sugerido no tratamento da dor neuropática

meia-vida longa e imprevisibilidade → deve ser utilizada com muita cautela,


para evitar efeitos indesejáveis

MECANISMO DE AÇÃO

ação nos receptores µ

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 11


antagonizar os receptores NMDA (N-metil-D aspartato) e a recaptação
de serotonina e noradrenalina

EFEITOS ADVERSOS DOS OPIOIDES

+ comum é a CONSTIPAÇÃO —> 40% dos pctes

RISCOS P/ USO NA DOR CRÔNICA NÃO ONCOLÓGICA (DCNO)

uso controverso

fraturas por queda

depressão respiratória → evento raro que pode ocorrer por erro de dosagem
ou abuso

morte → consumo inapropriado e erro médico

efeitos endócrinos negativos, que levam à deficiência andrógena induzida por


opioides;

hiperalgesia induzida por opioides, especialmente em doses elevadas e com


desordens de

sensibilização central, como na fibromialgia;

abuso e vício, sobretudo em pacientes com história de abuso deoutras


substâncias, doença mental, homens, jovens que estejam recebendo altas
doses diárias de opioides;

sedação e dano cognitivo, raros, mas mais prováveis quando se inicia, troca
ou aumenta a dose dos o

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 12


Não existem contraindicações absolutas, mesmo que sejam detectados riscos elevados
para o vício, em pacientes que realmente necessitem do uso de opioides em DCNO.
Entretanto, nesses casos, faz-se necessário que sejam obedecidos princípios gerais
para uso seguro de opioides, contando com a parceria e concordância dos pacientes e
familiares (Quadro 51.1).

⇒ NEFOPAM: inibidor da captação da amina que pode ser utilizado no tratamento da


dor resistente aos opioides.

3) FÁRMACOS ADJUVANTES
o que são

grupo de medicamentos de várias ações que atuam em certos tipos de dor


crônica ou potencializam ação de certos analgésicos

grupos

antidepressivos tricíclicos

inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)

inibidores seletivos da recaptação da serotonina e noradrenalina (ISRSN)

anticonvulsivantes

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 13


cetamina

anestésicos locais

corticosteroides

relaxantes musculares

analgésicos tópicos

canabinoides

1. ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (TCAs)


Amitriptlina

mais usada no tratamento da dor

Nortriptilina

apresenta menores efeitos adversos

Desipramina

Imipramina

⇒ amplamente utilizados
atuação
⇒ CENTRAL → inibem a captura de NE
Agem aumentando os níveis sinápticos de dopamina, serotonina e/ou NE

em alguns casos são altamente eficazes para inibir a dor neuropática, mas não são
todos

ação independente de efeitos antidepressivos

Efeitos adversos

hipertensão; hipotensão postural; arritmias; quedas em idosos e potencial


aumento da mortalidade em doses elevas

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 14


Sonolência também
Não usa mais como anticonvulsivante devido aos efeitos colaterais

Tetracíclico → nitrazapina. São mais atuais, menos efeitos colaterais

2. Inibidores da Recaptação de Serotonina (ISRS)


mecanismo

aumento dos níveis de serotonina na fenda sináptica

bloqueio seletivo da recaptação de serotonina

exemplos

FLUOXETINA, PAROXETINA e CITALOPRAM

→ pouco ou nenhum benefício


→ menos eficazes no alívio da dor
→ menos efeitos adversos do que os tricíclicos

Indicações

casos em que pctes apresentam intolerância ou contraindicação aos demais


antidepressivos

3. Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRNS)


DULOXETINA e VENLAFAXINA

eficazes → + eficazes do que ISRS

perfil diferente de efeitos adversos

considerados fármacos de 1ª ou 2ª linha p/ tratamento de dor neuropatica,


especialm. p/ neuropatia diabética

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 15


DULOXETINA

inibe a recaptação de serotonina e NE e Dopamina → FORMA IGUALITÁRIA

dose 30-60mg, podendo chegar a 120mg

metabolismo hepático e excreção renal

geralmente não aumenta o apetite, nem causa sonolência

raramente causa disfunção sexual

aprovação do FDA p/ FIBROMIALGIA

VENLAFAXINA

inibibe SEROTONINA 70% e NE 30%

Cápsulas de liberação prolongada de 37,5. 75 e 150mg

TAG podem chegar a 225 mg

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4. ANTIEPLÉTICOS/ANTICONVULSIVANTES
fármacos

GABAPENTINA

PREGABALINA (seu congênere) → bem tolerada e mais potente


⇒ atualmente, são + utilizadas para alívio da dor neuropática do que como
agentes epilépticos!
⇒ FÁRMACOS DE 1ª LINHA P/ DOR NEUROPÁTICA DE DIVERSAS
ETIOLOGIAS

Boa efetividade p/ tratamento de:

neuralgia pós-herpética

polineuropatia diabética

dores centrais após lesão de medula

⇒ OBS: PREGABALINA e GABAPENTINA têm estrutura semelhante ao GABA →


mas NÃO AGE SOBRE OS RECEPTORES GABA
ESTRUTURA DO AMINOÁCIDO GAMA-AMINOBUTÍRICO (GABA)

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 17


mecanismo

reduzem a expressão das subunidades α2δ dos canais de cálcio tipo P/Q
ativados por voltagem na membrana nervosa e a liberação de
neurotransmissores excitatórios

As subunidades α2δ são suprarreguladas (aumentadas) nos


neurônios sensoriais danificados → explica por que antieplépticos são mais
eficazes em certa variedade de dores associadas a lesão neurológica do que
em outras formas de dor.

LOGO, FAZEM ASSIM:

pregabalina se une à subunidade α2δ dos canais de cálcio dependentes


de voltagem

pregabalina reduz a entrada de Ca2+ nas terminações pré-sinápticas dos


NEURÔNIOS HIPEREXCITADOS

reduz a liberação de neurotransmissores excitatórios → glutamato,


substância P (A mais relacionada a dor, é produzida pelas fibras C) e NE

TIPOS DE CANAIS DE CÁLCIO E CARACTERÍSTICAS (Rang & Dale pág.


148)

limiar de ativação alto; inativação lenta

Membrana plasmática em muitas células

Principal fonte de Ca2+ para a contração dos músculos liso e cardíaco

limiar de ativação baixo; inativação lenta

Principal fonte de Ca2+ para a liberação de


transmissores pelas terminações nervosas

limiar baixo; inativação rápida

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 18


Distribuição ampla. Importante no marcapasso cardíaco e nos átrios
(com participação em arritmias), e também nos padrões de disparo
neuronal

P/Q

limiar de ativação baixo; inativação lenta

Terminações nervosas

Liberação de transmissores

limiar baixo de ativação; inativação rápida

Neurônios e dendritos

Controle de padrões de disparo

ATIVIDADE

ANALGÉSICA

ANSIOLÍTICA

ANTICONVULSIVANTE

→ METABOLIZAÇÃO

gabapentina → fígado

pregabalina → rins —> por isso, é usada em hepatopatas, mas não pode ser
usada em pessoas com problemas renais

⇒ OBS: Como esses fármacos são eliminados inalterados na urina, precisam ser
usados com cuidado nos pacientes cuja função renal esteja comprometida

⇒ Na EPILEPSIA —> uso em crises parciais (focais)


EFEITOS ADVERSOS

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sonolência

cefaleias

fadiga

vertigens

ganho de peso

ABSORÇÃO - GABAPENTINA

intestino → depende do sistema transportador de aminoácidos

SATURABILIDADE → aumentar a dose não aumenta proporcionalmente a


quantidade absorvida → por isso, é segura da SOBREDOSAGEM

MEIA-VIDA PLASMÁTICA

6h → posologia 2-3x ao dia

INDICAÇÕES - PREGABALINA

Indicado para o tratamento da dor neuropática em adultos.

Indicado como terapia adjunta das crises parciais, com ou sem


generalização secundária, em pacientes adultos.

Indicado para tratamento de Transtorno de Ansiedade Generalizada


(TAG) em adultos.

Indicado para o controle de fibromialgia

CARBAMAZEPINA e OXCARBAZEPINA

considerados de 1ª linha apenas p/:

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NEURALGIA DO TRIGÊMEO → arteríola da face mal posicionada
comprime o nervo trigêmeo, causando dor facial (região geniana -
bochecha, ou região bucal; nariz e mento)

→ utilizada tbm em NEUROPATIA DIABÉTICA

mecanismo

BLOQUEIA OS CANAIS DE Na+ controlados por voltagem →


levemente mais potente no bloqueio dos canais Nav1.8 do que Nav 1.7 e
Nav 1.3

⇒ acredita-se que todos esses estejam suprarregulados na lesão


neurológica e contribuam para a sensação dedor

em concentrações elevadas → INIBE CANAIS DE CÁLCIO


ATIVADOSPOR VOLTAGEM

⇒ OXCARBAZEPINA → tem ação semelhante, com um perfil de tolerância melhor


que a carbamazepina.

FENITOÍNA
→ por vezes adm IV no caso de CRISES

ÁCIDO VALPROICO, LAMOTRIGINA, OXCARBAZEPINA e TOPIRAMATO


→ podem ser eficazes em alguns estados de dor neuropática

TOPIRAMATO: mecanismo de ação

bloqueia canais de Na+ e K+

potencializa ação do GABA

bloqueia receptores AMPA

inibe fracamente a anidrase carbônica

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 21


5. CETAMINA
mecanismo de ação

antagonista do receptor NMDA (n-metil-D-transferase) → no qual o


glutamato é o principal ligante

uso

aumento nos últimos anos p/ tratamento de DOR AGUDA e DOR


CRÔNICA —> devido à capacidade de REDUZIR O NÍVEL DE
SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL

outros efeitos

ações em receptores muscarínicos, nicotínicos, opioides, AMPA, cainatos e


inibição da receptação de serotonina e dopamina

O uso de cetamina vem aumentando na dor crônica, como demostram alguns


estudos em relação à sua eficácia na dor do membro fantasma, na síndrome
dolorosa regional complexa e na dor do câncer, que responde mal aos opioides.
No entanto, falta consenso em relação a dose, tempo de duração e vias de adm.

→ atualmente recomendada na DCNO apenas p/ pctes com DOR NEUROPÁTICA


DE INTENSIDADE ELEVANDA, que não respondam a outros tratamentos.

VANTAGENS

potência superior à morfina

excelente absorção por via oral

possibilidade de administração menos frequente →meia-vida longa

produz menos náusea, constipação e sedação do que morfina

efeito euforizante, taxa de dependência psicológica e física → menores do


que outros opioides

não possui metabólitos ativos

baixo custo

6. ANESTÉSICOS LOCAIS SISTÊMICOS


LIDOCAÍNA

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 22


lignocaína

pode ser usada TOPICAMENTE no alívio da dor neuropática

mecanismo

BLOQUEIO DE DESCARGAS ESPONTÂNEAS dos TERMINAIS


NERVOSOS SENSORIAIS DANIFICADOS

bloqueia canais de Na+

inibe descargas ectópicas em fibras finas aferentes (FIBRAS TIPO C)

No entanto, são citados outros mecanismos como ação glicinérgica,


bloqueio dos receptores NMDA, redução da substância P e bloqueio de
receptores de acetilcolina

⇒ Os adesivos de lidocaína mostraram-se bem efetivos em casos de


neuralgia pós-herpética e também em outras neuropatias periféricas focais.
⇒ Lidocaína parece não ser tão eficaz em dores nociceptivas

ANTIARRÍTMICOS: quais

mexiletina, tocainida, flecainida

eficazes por VO

7. CORTICOSTEROIDES
Possuem efeito analgésico intrínseco

utilizados no tratamento de dores agudas ou crônicas

São uma alternativa ao uso de AINES, no paciente reumático

podem ser modificadores da doença em casos de polimialgia reumática

São fármacos de primeira escolha em:

neuropatias compressivas, tumores e metástases cerebrais.

mecanismo de ação

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 23


inibem a síntese de prostaglandinas através da inibição da fosfolipase A2,
diminuindo o edema e a inflamação no local.

mais usados na DOR CRÔNICA

dexametasona e prednisona

8. RELAXANTES MUSCULARES
ação

inibir TÔNUS MUSCULAR

indicação

dor associada ao espasmo muscular

O baclofeno é um relaxante muscular que atua em receptores GABA, deprimindo o


SNC, por meio de uma redução dos neurotransmissores glutamato e aspartato.
Promove alívio da dor muscular espástica, por meio da inibição da ação reflexa.
Também exercendo ação central estão disponíveis, associados ou não aos
analgésicos, o carisoprodol; a ciclobenzaprina; a clorzoxazona; o metocarbamol; a
tizanidina; a clorfenezina; a mefenesina e a orfenadrina, todos esses indicados para o
alívio de distúrbios decorrentes do sistema musculoesquelético e neuromuscular.

9. ANALGÉSICOS TÓPICOS
O emplastro de lidocaína 5%, ou patch de lidocaína, é tratamento de primeira linha
para dores neuropáticas localizadas. A preparação do emplastro, que mede 10 cm x 14
cm, contém lidocaína 5%, numa dose total de 700 mg, e deve ser colocado diretamente
sobre a área dolorosa, em pele intacta, por um período de 12 horas, deixando a pele
livre nas próximas 12h.
A reduzida incidência de efeitos adversos torna esse tratamento atrativo para idosos e
populações de alto risco, especialmente nos casos de neuralgia pós-herpética, que tem
indicação de uso pelo FDA

CAPSAICINA

mostrou benefícios na neuralgia pós-herpética e neuropatia diabética

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 24


porém é pouco tolerada por causa da sensação de queimação que provoca.

mecanismo

depleta reservatórios de SUBSTÂNCIA P → DOR

A capsaicina é um alcaloide derivado de pimenta que promove depleção da


substância P do neurônio aferente primário, após repetidas aplicações na
superfície dolorosa da pele. O principal efeito adverso é a sensação inicial de
queimação, que pode persistir por dias.
A capsaicina tópica tem sido indicada em concentrações inferiores a 1%, com
repetidas administrações (3 a 4 vezes por dia) e por tempo prolongado para tratar a
dor neuropática localizada. No entanto, recentes metanálises não constataram
diferenças na eficácia quando comparada com o placebo.
Recentemente, foi desenvolvido e já está em uso em alguns países o patch de
capsaicina em concentração elevada (8%), com eficácia superior às baixas
concentrações do creme e tempo prolongado de analgesia após 1 hora de
aplicação.

REFERÊNCIAS

1. Documento Prof. UFMA sobre DOR NEUROPÁTICA → https://sbed.org.br/wp-


content/uploads/2019/01/fasc_dor_neuropatica.pdf

2. Livro de Farmacologia Rang & Dale 7ª edição

3. https://www.anestesiologiausp.com.br/wp-content/uploads/Aula-
03_10_2014_Antidepressivos-anticonvulsivantes-e-neurolépticos.pdf

4. Documento Dor Crônica: ME3 Ponto 51


Míriam Seligman de Menezes

Dor Crônica e Neuropática: tratamento 25

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