Cadeira de Gestao Documental
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Introdução ..................................................................................................................................................... 4
Objectivo ....................................................................................................................................................... 4
Metodologias................................................................................................................................................. 4
Conclusão.................................................................................................................................................... 11
Bibliografia ................................................................................................................................................. 12
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Introdução
O Sistema Nacional de Arquivos em Moçambique, reiterado e reificado, tem sido concebido pelos
diversos grupos, instituições e atores arquivísticos moçambicanos como um projeto sustentável e
estruturante que poderá conduzir ao conhecimento arquivístico e à ação necessária à organização
dos arquivos como uma área profissional. Sob este entendimento, o conhecimento arquivístico e
seus representantes tornam-se nulos, passando a prática arquivística a nortear-se por uma ordem
identificada com o projeto de Sistema Nacional de Arquivos que, além de anular o conhecimento
e os profissionais arquivísticos, tende a fundamentar-se nela mesma, examinando as fontes do
saber arquivístico e o grau da sua justificação. Nesse sentido, a ordem atrelada ao referido projeto
em Moçambique constitui uma doutrina do saber e da prática
Objectivo
Metodologias
Esta pesquisa foi classificada inicialmente como pesquisa bibliográfica porque foram realizadas
através de livros, dissertações, publicações periódicas, artigos publicados sobre o assunto e
Internet.
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É dentro deste âmbito que, após a aprovação pelo Conselho de Ministros do Decreto nº 36/2007,
de 27 de Agosto, que cria o Sistema Nacional de Arquivos do Estado (SNAE), o Ministério da
Função Pública através do Centro Nacional de Documentação e Informação de Moçambique
(CEDIMO) elaborou o presente manual intitulado “Manual de Procedimentos do Sistema Nacional
de Arquivos do Estado”, para auxiliar os funcionários e agentes do Estado em geral, as lideranças,
os gestores e, especificamente, os profissionais ligados à área de gestão, manuseamento de
documentos e arquivos na aplicação correcta do Plano de Classificação de Documentos e da Tabela
de Temporalidade das Actividades – Meio e na elaboração desses instrumentos para Actividades.
Receber os documentos e examiná-los a fim de evitar guardar aqueles cujas acções ainda
não tenham sido concluídas;
Manter reunida a documentação em série, como por exemplo boletins e actas, em caixas
apropriadas, procedendo o registo em uma única folha de referência, arquivada em pasta,
no assunto correspondente, repetindo a operação sempre que for necessário.
Meio, com uma previsão detalhada dos passos necessários, tendo em conta a produção documental
actual bem como à massa documental acumulada.
Tendo em vista estimular o debate sobre a necessidade de estruturação da área dos arquivos em
Moçambique enquanto um campo profissional, esta pesquisa procura mapear as iniciativas e
tendências do projeto de Sistema Nacional de Arquivos neste País, analisando as sucessivas leis
que o instituem nos diferentes momentos, de 1992 a 2018, tendo em conta o desafio na organização
da área, em um país que não conta com instituições arquivísticas públicas nem serviços
arquivísticos na estrutura do Estado. Sob este aspecto, Jardim, ao refletir sobre a política nacional
de arquivos no Brasil, define a instituição arquivística como “o órgão responsável pela gestão,
recolhimento, preservação e acesso dos documentos gerados pela administração pública, nos seus
diferentes níveis de organização” (Jardim, 2011, p. 4).
Sustentada pelas realizações do Arquivo Histórico de Moçambique (AHM) dos anos 19801, a
origem do projeto de Sistema Nacional de Arquivos no território moçambicano suscitou, desde
então, entre os seus proponentes e defensores, a concepção de uma política arquivística em si
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mesma, voltada tanto para a ampliação das ações arquivísticas até então desenvolvidas pelo AHM
quanto para a sistematização de novas ações em nível nacional. Deste modo, entre os atores
arquivísticos moçambicanos, é recorrente o pensamento que remete à solução dos problemas dos
arquivos neste País, à implementação do projeto de Sistema Nacional de Arquivos iniciada em
1992 pelo Decreto 33/92 e, sucessivamente, continuada pelos decretos 36/2007 e 84/2018,
respectivamente, em 2007 e 2018.
O conjunto de premissas, decisões e ações – produzidas pelo Estado e inseridas nas agendas
governamentais em nome do interesse social – que contemplam os diversos aspectos
(administrativo, legal, científico, cultural, tecnológico, etc.) relativos à produção, uso e
preservação da informação arquivística de natureza pública e privada (Jardim, 2006, p. 10).
prática arquivística nacional não é pautada por uma política nacional de arquivos, tampouco as leis
que instituíram as sucessivas versões daquele projeto de sistema apontam parâmetros de uma
possível política nacional de arquivos.
Considerando, porém, a ênfase que é dada a esses arquivos fictícios, logo no início do decreto,
enquanto “subsistemas do SNAE”, a composição do SNAE suscita dúvidas, pois a concepção de
subsistemas de arquivos enquanto representantes diretos das instituições da administração pública
seria melhor deduzida na estrutura do sistema onde figurar-se-iam como partes de um todo,
representados por instituições arquivísticas instituídas em cada esfera do governo.
Portanto, sua ênfase seria no âmbito da regulamentação do funcionamento do sistema para situar
os serviços arquivísticos que representam neste e para esboçar a sua relação com as respectivas
instituições arquivísticas nos diferentes níveis governamentais, tomando estas enquanto
integrantes diretos do sistema.
Tabela de Temporalidade
Portanto é necessário destacar na estrutura, bem como, na legislação que dispõe sobre a
organização, regulamentação, funcionamento e reestruturação dos órgãos ou instituições
apenas as atribuições técnicas, devendo ficar excluídas as atribuições administrativas, já
contempladas no Plano de Classificação e na Tabela de Temporalidade: Actividades –
Meio aprovados pelo Decreto nº 36/2007, de 27 de Agosto.
Valor primário – decorre da razão pela qual o documento foi gerado pelo órgão ou instituição, no
exercício de suas actividades, destacando-se o valor administrativo, fiscal e legal.
Valor secundário – alguns documentos, mesmo depois de esgotado seu valor primário continuam
tendo relevância probatória, informativa, ou histórica e, portanto, tornam-se importantes fontes de
pesquisa, tanto para a Administração Pública quanto para o cidadão.
Analisar as etapas do documento desde a sua criação até a sua destinação final, consiste em definir
de acordo com os valores identificados, o tempo em que o documento deverá permanecer na
unidade produtora (arquivo corrente) e na unidade com atribuições de arquivo (arquivo
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intermediário), bem como se a sua destinação será a guarda permanente (arquivo permanente) ou
a eliminação.
A destinação final indica o que será feito com o documento depois de cumpridos os prazos de
guarda no arquivo corrente e no arquivo intermediário. Se ao documento tiver sido atribuído valor
secundário, ele deverá ser destinado à guarda permanente, caso contrário, poderá ser eliminado.
Conclusão
É importante considerar que estes prazos podem ser interrompidos quando seja instaurada uma
acção judicial ou outro qualquer acto inequívoco ainda que extrajudicial, passando o prazo a se
contar, novamente, a partir da data da decisão ou resolução do acto que a interrompeu. Entretanto,
uma simples consulta ao documento não interrompe a contagem do prazo previsto no arquivo
intermediário.
O último passo da avaliação é definir, em razão de seus valores, se a destinação de cada documento
é a guarda permanente ou a eliminação.
Bibliografia
Ensino e Pesquisa em Arquivologia, 2., 2011, Rio de Janeiro. Anais […]. Disponível em:
https://sites.google.com/a/arquivistica.org/reparq/reparq2011/trabalhos/aprovados. Acesso em: 15
abril. 2023.
Jardim, J. M. Políticas públicas arquivísticas: princípios, atores e processos. Arquivo &
Administração, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 5-16, jul./dez. 2006.
Jardim, J. M. Políticas públicas de informação: a (não) construção da política nacional de arquivos
públicos e privados (1994-2006). In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIENCIA
DA INFORMAÇÃO, 9., São Paulo, 2008. Anais […]. Disponível em:
http://www.ancib.org.br/pages/anais-do-enancib.php. Acesso em: 10 abril. 2023.