ABC Do Pré-Natal Medway
ABC Do Pré-Natal Medway
ABC Do Pré-Natal Medway
Não tem jeito! Pré natal é o acompanhamento mais importante que uma gestante realiza.
Por isso, é importante que você saiba o básico sobre esse atendimento.
Seja durante a faculdade ou após a formatura, você se deparará com gestantes ou com
seus parceiros(as) e pode ser que você seja questionado sobre uma dor nas costas que ela
vem sentindo há um tempo ou sobre quais medicamentos ela pode ou não pode ingerir
durante a gestação.
Assim, criamos este material para que você tenha acesso a um “guia de bolso” sobre o pré
natal, especialmente o de baixo risco! Queremos que você se sinta seguro em atender
gestantes em uma unidade de saúde e entenda quando e por que referenciá-las para um
serviço de maior complexidade.
Ou, se você está na faculdade, queremos que este material sirva como uma consulta rápida
para eventuais dúvidas que possam surgir ao longo dos seus estudos ou durante seus
atendimentos no internato! Afinal, quem é que nunca foi questionado pelo professor ou
preceptor no corredor e não achava uma fonte confiável para buscar uma resposta?
Equipe Medway
ÍNDICE
Pré-natal..................................................................................................................................................................................................7
Objetivo................................................................................................................................................................................... 7
Vantagens.............................................................................................................................................................................. 7
Avaliação pré-concepcional...............................................................................................................................................7
Assistência pré-natal................................................................................................................................................ 11
Anamnese................................................................................................................................................................................11
Exame físico............................................................................................................................................................................11
Exames complementares............................................................................................................................................11
Consulta de Retorno....................................................................................................................................................22
Náuseas e vômitos...........................................................................................................................................................25
Lombalgia..............................................................................................................................................................................25
Pirose e refluxo....................................................................................................................................................................26
Sialorreia..................................................................................................................................................................................26
Leucorreia...............................................................................................................................................................................26
Principais alterações....................................................................................................................................................27
Síndromes hipertensivas............................................................................................................................................27
Diabetes gestacional.....................................................................................................................................................33
Tireoidopatias......................................................................................................................................................................38
Anemias....................................................................................................................................................................................41
Suplementação na gestação................................................................................................................................ 49
Atividade física.................................................................................................................................................................52
Vacinação.............................................................................................................................................................................55
Legislação e Gestação................................................................................................................................................ 58
Seguimento no puerpério................................................................................................................................... 59
Amamentação.................................................................................................................................................................59
Contracepção no puerpério..................................................................................................................................................61
Referências Bibliográficas.....................................................................................................................................................63
Conclusão........................................................................................................................................................................................... 64
Anexos............................................................................................................................................................................ 65
Nossos cursos................................................................................................................................................................... 67
Acesse gratuitamente................................................................................................................................................ 69
Depois de muito estudo, trabalho duro e dedicação total, desenvolvemos cursos exclusivos
e que nos enchem de orgulho. Isso porque, na prática, temos visto esses cursos serem a
chave do sucesso na aprovação de milhares de alunos de Medicina em todo o país.
Em quatro anos de existência, impactamos 16 mil alunos com uma metodologia diferente
da convencional. Leve, objetiva e verdadeira. Sem dúvidas, essa última característica é o
nosso maior diferencial.
Não te enrolamos e nem falamos o que você quer ouvir. Não generalizamos. Te tratamos
com respeito, da forma como gostaríamos de ser tratados.
Muitos nos veem como professores ou mentores. Nós gostamos de nos enxergar como
aqueles veteranos que você admira pelo conhecimento técnico, mas também pela
didática e pelo lado humano.
Se você chegou até aqui, saiba que já nos orgulhamos muito de você ter se conectado com
a Medway. Estamos e estaremos ao seu lado para sermos parceiros em toda a sua jornada
como profissional de Medicina. Até a prova de residência e depois dela. Vamos juntos até
o final!
Boa leitura!
O QUE NOSSOS ALUNOS
ESTÃO FALANDO?
Pré-natal
OBJETIVO
VANTAGENS
A avaliação pré concepcional deve ser oferecida a todas as pacientes que estão pensando
em engravidar. Nesse momento são avaliados possíveis riscos e necessidade de adequações
terapêuticas ao ciclo gravídico-puerperal, incluindo o controle de comorbidades pré-
existentes, a modificação de medicações de uso contínuo se necessário, atualização do
Índice
7
calendário vacinal, orientação nutricional com avaliação de perda de peso, suspensão de
tabagismo e etilismo e estímulo à hábitos de vida saudáveis.
Nesta avaliação, já está indicado o início da suplementação com ácido fólico, como forma
de prevenção dos defeitos no fechamento do tubo neural. Idealmente, recomenda-se o
uso 3 meses pré-concepção e até o fim do primeiro trimestre. A dose profilática é de 0,4mg
a 1 mg/dia. Podem ser prescritos polivitamínicos que contenham de 400 a 800 μg de ácido
fólico em sua formulação.
Abaixo você pode observar as principais condições consideradas pelo Ministério da Saúde
como de maior risco de desenvolvimento de patologias com potencial de óbito materno-
fetal. Na presença delas, é necessário avaliar a necessidade de hierarquização do cuidado e
encaminhamento da gestante / puérpera.
CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS
E CONDIÇÕES SOCIODEMOGRÁFICAS:
• Idade < 15 anos e > 40 anos
• Obesidade com IMC > 40
• Baixo peso no início da gestação (IMC < 18)
• Transtornos alimentares (bulimia, anorexia)
• Dependência ou uso abusivo de tabaco, álcool ou outras drogas
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8
HISTÓRIA REPRODUTIVA ANTERIOR:
• Abortamento espontâneo de repetição (três ou mais em sequência)
• Parto pré-termo em qualquer gestação anterior (especialmente < 34 semanas)
• Restrição de crescimento fetal em gestações anteriores
• Óbito fetal de causa não identificada
• História característica de insuficiência istmocervical
• Isoimunização Rh
• Acretismo placentário
• Pré-eclâmpsia precoce (<34 semanas), eclâmpsia ou síndrome HELLP
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9
• Doenças infecciosas na gestação: sífilis (terciária ou com achados ecográficos
sugestivos de sífilis congênita ou resistente ao tratamento com penicilina
benzatina), toxoplasmose aguda, rubéola, citomegalovírus, herpes simples,
tuberculose, hanseníase, hepatites, condiloma acuminado (no canal vaginal/colo
ou lesões extensas localizadas em região genital/perianal)
• Suspeita ou diagnóstico de câncer
• Transtorno mental
Além disso, temos algumas situações em que as pacientes devem ser encaminhadas ao
serviço de emergência:
Índice
10
Assistência Pré-natal
PRIMEIRA CONSULTA DE PRÉ-NATAL
Para gestações de até 10 semanas, são tolerados até cinco dias de diferença entre a idade
gestacional menstrual e a calculada a partir da ultrassonografia. A partir de 10 semanas,
considerar concordante com data da última menstruação se tiver diferença de até 7 dias.
Para o cálculo da data provável do parto (DPP), usamos a Regra de Nagele a partir da
DUM:
• Somar 7 ao número de dias
• Somar 9 ao número do mês OU subtrair 3 (para os meses posteriores ao mês 3 - março)
Ex.: Nossa DUM era 20/12/2021, lembram? Então, para definir o dia vamos somar 20+7 = 27
e para definir o mês vamos subtrair 12-3 = 9. Nossa DPP então é 27/09/2022 (não esqueçam
de virar o ano, hein galera!!!). OBS.: Se ao somar 7 o número de dias mudar de mês, este é o
mês que deve ser usado para o cálculo (ex.: Se DUM fosse 25/12/2021, a DPP seria 01/10/2022).
Anamnese
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Identificação - Vários aspectos da identificação da paciente podem impactar no pré-natal.
Como exemplo vamos falar sobre a idade da paciente e sua profissão:
• Idade - pacientes gestantes nos extremos de idade têm fatores de risco aumentados para
uma série de complicações. Gestantes na adolescência têm maior risco de prematuridade,
baixo risco ao nascer, anemia, desnutrição e doença hipertensiva específica da gestação.
Já as gestantes com mais de 35 anos de idade têm maior risco de abortamento,
cromossomopatias, malformações fetais, diabetes gestacional, hipertensão arterial e pré-
eclâmpsia
• Profissão - identificar os riscos ocupacionais da gestante. Os mais comuns são exposição
à radiação ou compostos químicos nocivos à gestação, ou riscos físicos como carregar
muito peso ou ter risco de queda e traumas no trabalho
Hábitos e Vícios - Questionar sobre tabagismo, etilismo e uso de outras drogas. Além
disso, adequar a dieta e a prática de atividades físicas durante a gestação também é muito
importante.
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Exame Físico
Avaliação geral
Avaliação obstétrica
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Legenda: Medida da altura uterina. Fonte: Shutterstock.
Exame abdominal
Palpação obstétrica
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1 3
2 4
Legenda: Manobras de palpação obstétrica. Fonte: Adaptado de Zugaib Obstetrícia 3ª edição.
A ausculta do batimento cardíaco fetal costuma ser realizada com sonar Doppler a
partir da 12ª semana de gestação. O valor de normalidade varia entre 110–160 bpm.
Direcionamos o sonar para a região do dorso fetal.
Índice
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Legenda: ausculta do batimento cardíaco com o sonar. Fonte: Shutterstock.
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Colo não apagado Dilatação total
Colo dilatado para 5 cm
e dilatado para 1 cm com 10 cm
Exames complementares
Na primeira consulta de pré-natal são solicitados diversos exames para identificar possíveis
patologias e alterações que podem impactar na gestação.
• Hemograma - possibilita o diagnóstico de anemia, plaquetopenias e de outras doenças
hematológicas
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Valores menores que 11 g/dL no primeiro e no terceiro trimestre ou menores que 10,5 g/dL
no segundo trimestre fazem diagnóstico de anemia na gravidez
• Glicemia de Jejum:
Até 91 mg/dL - resultado normal, não faz diagnóstico de diabetes. Paciente deve realizar
curva glicêmica entre 24 e 28 semanas
A pesquisa de anticorpos irregulares deve ser realizada por todas as gestantes, mesmo as
que possuem Rh D-positivo. Isso porque a sensibilização por outros anticorpos é possível,
principalmente em pacientes que já receberam transfusão sanguínea anteriormente.
Apesar de rara, a sensibilização espontânea em gestações anteriores também é uma
possibilidade. Para o Ministério da Saúde, a pesquisa destes anticorpos é indicada apenas
para as gestantes Rh negativo
Já as gestantes com RhD negativo e com PAIC positivo devem ser conduzidas de acordo
com o título de anti-D e com o antecedente de doença hemolítica perinatal conforme
mostra a tabela abaixo
Índice
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ANTECEDENTE
RESULTADO DE DHPN,
CONDUTA
PAIC TÍTULO DE
ANTI-D
Repetir PAIC
Anti-D
mensalmente. Realizar
negativo na
imunoglobulina anti-D
pesquisa de
se sangramento ao longo
anticorpos
da gestação e com 28
irregulares
semanas
Repetir PAIC
GESTANTE COM mensalmente até 24
RHD NEGATIVO semanas e depois
Gestante sem
quinzenalmente até 36
antecedente de
+ semanas, não realizar
doença hemolítica
imunoglobulina anti-D.
perinatal e com
PARCEIRO COM Se houver aumento de
Anti-D positivo título de anti-D < 16
RHD POSITIVO OU título ao longo do pré-
na pesquisa natal encaminhar para
DESCONHECIDO de anticorpos serviço de medicina fetal
irregulares
Gestante com
antecedente de
Encaminhar a serviço
doença hemolítica
de medicina fetal para
perinatal ou com
seguimento adequado
título de anti-D
> ou igual 16
Legenda: tabela de condutas para seguimento de pacientes com RhD negativo e parceiro com RhD positivo ou
desconhecido. Fonte: acervo Medway.
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Assim, quando o teste treponêmico tem resultado positivo é fundamental complementar
a avaliação com a realização do VDRL - teste não treponêmico. Se o VDRL for negativo
ou tiver um título baixo (menor que 25%) muito provavelmente não estamos diante de
uma infecção recente por sífilis. Caso o VDRL venha positivo e com títulos altos, a paciente
deve ser tratada com penicilina G benzatina
Vale ressaltar que, segundo os protocolos do Ministério da Saúde, o tratamento para sífilis
deve ser iniciado para as gestantes MESMO QUE apenas um teste reagente, treponêmico
ou não treponêmico, sem aguardar o resultado do segundo teste
• Sorologia para Rubéola - A sorologia para rubéola permite entender o status imunológico
e vacinal da paciente. Caso a paciente seja suscetível a rubéola (IgM e IgG negativos), não
poderá ser vacinada durante a gestação e deve ser encaminhada para imunização no
puerpério. Se esta paciente tiver contato com pessoa contaminada por rubéola ou se tiver
quadro clínico sugestivo ao longo da gestação, deve repetir a sorologia
Em caso de IgM positivo para rubéola, a paciente deverá ser encaminhada para
seguimento em serviço de Medicina Fetal para acompanhamento especializado
A paciente suscetível à toxoplasmose deve ser orientada a tomar uma série de cuidados
em sua rotina, a fim de evitar o contágio durante a gestação. Além disso, deve-se repetir a
sorologia mensal ou bimensal, a depender do protocolo seguido, para verificar se houve
soroconversão durante a gestação e iniciar tratamento adequado.
Índice
20
A IgM pode permanecer positiva por até um ano após a infecção. Por isso, neste caso, é
impossível dizer somente pela sorologia se a contaminação aconteceu antes ou durante
a gravidez. Outros testes podem ajudar a diferenciar a infecção aguda da crônica nesta
situação:
• Titulação seriada de IgG - repetir a sorologia após três semanas. Se houver aumento
importante da titulação do IgG, provavelmente estamos diante de uma infecção aguda
• Avidez de IgG (deve ser realizado até 16 semanas de gestação). Uma alta avidez exclui
infecção nas últimas 12 a 16 semanas
• Pesquisa de IgM por Imunofluorescência indireta - Resultado positivo indica infecção
aguda por toxoplasmose
Pacientes que não receberam vacina para hepatite B antes da gestação devem ser
vacinadas ao longo do pré-natal. Pacientes imunizadas e com anti-Hbs positivo não
precisam de nenhum cuidado adicional em relação à hepatite B ao longo da gestação
• Sorologia para hepatite C - Embora não haja tratamento específico para a hepatite C na
gravidez, o objetivo de identificar portadoras de HCV no pré-natal é o encaminhamento
da mãe e do recém-nascido para serviço de referência. Assim, o Ministério da Saúde
recomenda, desde 2020, a pesquisa do HCV em todas as gestantes na primeira rotina
laboratorial do pré-natal
• Colpocitologia Oncótica - pode ser colhida na primeira consulta sem adicionar nenhum
risco para a gestação. Se a paciente apresentar exame coletado nos últimos doze meses,
não há necessidade de repetir a coleta. Quando o exame estiver alterado, pode ser
realizada colposcopia e biópsia se necessário
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• Protoparasitológico de fezes (PPF) - permite o diagnóstico de parasitoses intestinais,
uma das principais causas de anemia na gestação
CONSULTAS DE RETORNO
Nas consultas de retorno devemos explorar as queixas espontâneas da paciente. Além disso,
alguns aspectos têm que ser sempre questionados nas consultas, como: sangramento
vaginal, perda de líquido, dor abdominal, contrações e movimentação fetal. O exame físico
é pontual e focado nas avaliações que podem se alterar durante a gestação. Em toda
consulta devemos avaliar pressão arterial, peso, altura uterina, batimento cardíaco fetal,
movimentação fetal e a presença de edema de membros inferiores. Outras avaliações
devem ser realizadas a depender das queixas da paciente.
As consultas devem ser no mínimo uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre
e três no terceiro trimestre. Fácil de guardar né?
Toda gestante que não recebeu diagnóstico de diabetes gestacional no primeiro trimestre
deve realizar a curva glicêmica entre 24 e 28 semanas de gestação. O exame é feito com
ingesta de líquido padronizado, contendo 75 gramas de glicose. É realizada coleta de
sangue para glicemia de jejum, uma hora e duas horas após a ingestão do líquido referido.
Qualquer valor acima do valor de referência faz diagnóstico de diabetes gestacional.
Índice
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• Sorologias no terceiro trimestre
Toda gestante deve repetir as sorologias para HIV e sífilis no início do terceiro trimestre de
gestação. É a segunda oportunidade de diagnóstico, tratamento e de planejamento do
parto em caso de sorologia positiva para HIV.
Com relação à hepatite B: caso não tenha esquema vacinal completo, ou anti-HBs for
negativo no primeiro trimestre, devemos solicitar o antígeno de superfície da hepatite B
(HBsAg).
Quando o resultado for positivo, devemos realizar profilaxia intraparto com PENICILINA
CRISTALINA (5.000.000 Ui IV (ataque) + 2.500.000 Ui IV de 4/4h (manutenção) até o
clampeamento do cordão. Como segunda opção temos a ampicilina.
*Nos dois primeiros casos (bacteriúria por GBS e filho anterior acometido) NÃO HÁ
INDICAÇÃO DE RASTREIO, pois a profilaxia está automaticamente indicada quando algum
desses fatores estiver presente!!!
Índice
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• Avaliação da formação dos órgãos fetais
• Acompanhamento do crescimento e peso fetais
• Uso de marcadores ecográficos para predição de cromossomopatias, como a
transnucência nucal, o osso nasal e o ducto venoso
• Avaliação de risco de pré-eclâmpsia pela avaliação do doppler das artérias uterinas
• Diagnóstico de patologias fetais cujo prognóstico pode melhorar com cirurgia intrauterina
(mielomeningocele) ou mesmo situações que requerem correção pós-natal, assim que
possível (gastrosquise e cardiopatias)
• Medida do colo uterino
• Avaliação da localização placentária
• Avaliação da circulação feto-placentária e do perfil biofísico fetal, permitindo identificar
possíveis alterações da vitalidade fetal
• Diagnóstico de insuficiência placentária, alterações do líquido amniótico e restrição de
crescimento fetal
Índice
24
Neste exame podemos ainda realizar a medida do colo uterino via transvaginal. O
diagnóstico de colo curto neste momento indica tratamento com progesterona, repouso
e, em alguns casos, cerclagem vaginal.
Náuseas e vômitos
Lombalgia
Índice
25
Pirose e refluxo
Como dito, a progesterona relaxa musculatura lisa e, associado a isso, na gestação há uma
maior compressão da veia cava inferior pelo aumento do volume uterino, o que dificulta
o retorno venoso e pode causar varizes. Para varizes pélvicas, não há o que fazer. Quanto
às varizes de MMII, deve-se evitar posição ortostática por tempo prolongado e aconselhar
o uso de meias elásticas, inclusive pensando na prevenção de TVP. Em relação à doença
hemorroidária, a própria CONSTIPAÇÃO INTESTINAL, que é outra queixa comum, agrava o
quadro. Devemos orientar a ingestão adequada de fibras na alimentação e ingesta hídrica.
Para o alívio sintomático podemos usar banhos de assento morno, pomadas anestésicas
tópicas e evitar o uso de papel higiênico.
Sialorreia
Muitas gestantes apresentam esta queixa de sialorreia, por vezes intensa, durante a
gestação. A etiologia ainda é incerta, apesar de haver associação com a ingesta de amido
e com fator psicossomático.
Estão muito associadas principalmente ao início e ao fim da gestação. A cefaleia pode ser
agravada em casos com doenças de base como enxaqueca e doenças hipertensivas.
Leucorreia
Índice
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PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
Síndromes hipertensivas
1. Hipertensão gestacional
Para termos esse quadro precisamos que a nossa paciente, por definição, desenvolva
pressão arterial (PA ≥ 140x90mmHg) após as 20 semanas ou durante o puerpério, sem
proteinúria ou outras complicações sistêmicas associadas.
Ocorre quando temos uma paciente com picos pressóricos durante a gestação,
manifestando antes de 20 semanas/após puerpério (6 semanas do parto) ou que era
uma comorbidade previamente conhecida.
3. Pré-eclâmpsia
Índice
27
• Proteinúria: definida como a presença de quantidade aumentada de proteínas na urina,
evidenciando alterações na filtração glomerular. Podemos diagnosticá-la por três testes
possíveis:
• Amostra de urina 24h: presença de ≥ 300 mg de proteína na amostra
• Amostra de urina aleatória: relação proteína/creatinina ≥ 0,3
• Fita urinária com presença de uma ou mais cruzes (≥+1)
DISFUNÇÕES ORGÂNICAS
Neurológicas Hepáticas
• Escotomas • Vômitos
• AVC • Dor andar superior do abdome
• Alteração visual/amaurose (persistente)
• Alteração do nível de consciência • Epigastralgia
• Cefaleia intensa • AST/TGO > 70UI/L
Pulmonares
Hematológica
• Edema agudo de pulmão
• Plaquetas < 100.000 mm³
• Hemólise:
Renais
• LDH > 600 UI/L
• Oligúria (<500mL/24 horas)
• Bilirrubina > 1.2 mg/dL
• Creatinina > 1.1 mg/dL
Índice
28
prematuro de placenta. Todas estão relacionadas à piora dos sistemas acometidos por
essa doença, ou seja, sistema nervoso central (SNC), cardiovascular, hematológico, renal e
hepático.
Na presença de fatores de alto risco para pré-eclâmpsia, está indicado a adoção de medidas
preventivas, que são:
• AAS 100 mg/d — iniciando a partir das 12 semanas de gestação e até 36 semanas
• Carbonato de cálcio 1.000-2.000 mg/dia- iniciar a partir das 12 semanas de gestação e
manter até o final dela
Os exames laboratoriais iniciais mínimos que devem ser solicitados na paciente com
DHEG incluem:
• Hemograma (particularmente hematócrito, hemoglobina e plaquetas)
• Desidrogenase láctica (DHL)
• Bilirrubinas totais
• Creatinina
• Transaminase oxalacética (TGO/AST)
• Ácido úrico sérico
• Urina tipo 1 e urocultura
• Proteína em urina de 24h ou relação proteína/creatinina em amostra aleatória de urina
Índice
29
Em pacientes com diagnóstico prévio de hipertensão arterial crônica, devemos avaliar no
início do pré-natal a presença de lesão de órgãos-alvo. Para isso, devemos solicitar, além
dos exames laboratoriais citados acima: radiografia de tórax; eletrocardiograma e exame
fundo de olho.
Avaliação da vitalidade fetal deve ser feito de maneira rotineira com cardiotocografia
semanal a partir das 28 semanas; ultrassonografia obstétrica com dopplerfluxometria
fetal seriada: a periodicidade depende da necessidade de rastreamento de restrição de
crescimento fetal ou seguimento. Nas consultas avaliar o crescimento uterino e volume
de líquido amniótico e orientar a contagem dos movimentos fetais com o mobilograma.
Controle pressórico
Caso não seja atingido o controle pressórico com a metildopa, a próxima classe de
medicamentos a ser introduzida geralmente é um bloqueador de canal de cálcio, mais
comumente a nifedipina. As doses se iniciam em 20mg/d (1 comp 24/24h), podendo chegar
a 120mg/d (40mg 8/8h). Ela tem um efeito mais rápido e efetivo.
Índice
30
Legenda: medicamentos possíveis de serem usados no controle da hipertensão na gestação. Fonte: acervo
Medway.
Índice
31
Drogas que NÃO devem ser utilizadas:
Manejo Obstétrico
Índice
32
• Plaquetopenia progressivamente pior (especialmente se < 50.000 ou com necessidade
de transfusão)
• Piora de função renal (Cr > 1,1)
Lembrando que a via de parto tem indicação obstétrica. A indicação de cesárea, ao mesmo
tempo em que ajuda a resolver o quadro por retirar a base da etiologia da pré-eclâmpsia
(ou seja, retirar a placenta), ela também gera um estado inflamatório pós-operatório que
pode piorar clinicamente o quadro. Outro ponto que se deve considerar é que em pacientes
com Síndrome HELLP, por exemplo, temos alto risco para sangramentos excessivos devido
à plaquetopenia.
Diabetes gestacional
A diabetes mellitus na gestação é um problema de saúde cada vez mais presente no dia
a dia do ginecologista, especialmente com o crescente número de casos de Síndrome
Metabólica entre a população adulta, o aumento da idade materna e o sedentarismo.
Considerada com uma prevalência de cerca de 18%, estima-se que cerca de 400 mil
gestantes no Brasil terão algum tipo de hiperglicemia durante o ciclo gravídico.
Definição
Diagnóstico
A primeira oportunidade que temos para fazer o diagnóstico de DMG ou diabetes prévia
à gestação, é por meio da glicemia de jejum solicitada na primeira consulta de pré-natal.
Veja abaixo a interpretação conforme o resultado:
Índice
33
1º TRIMESTRE → GLICEMIA DE JEJUM
RESULTADO SIGNIFICADO
VALORES NORMAIS
De acordo com os protocolos, na presença de pelo menos 1 dos valores alterado, é feito
diagnóstico de DMG. Para o diagnóstico de DM2, segundo o protocolo do Ministério da
Saúde, os valores são:
• Jejum: ≥ 126 mg/dl
• 2 horas após ingestão de 75g de glicose: ≥ 200 mg/dl
Índice
34
Veja abaixo o fluxograma do Ministério da Saúde que orienta o diagnóstico de DMG e DM2,
com disponibilidade técnica total:
Legenda: fluxograma de diagnóstico de DMG ou DM2. Fonte: Zugaib Obstetrícia, 4.ª Edição, 2020.
Seguimento pré-natal
Como tudo na obstetrícia, a conduta em relação à gestante com diabetes na gestação, seja
tipo 1 ou 2, ou gestacional, começa no acompanhamento do pré-natal. Essas pacientes
devem ter consultas quinzenais até 30–34 semanas e semanais a partir de 34 semanas até
o parto. Além disso, algumas condutas específicas devem ser tomadas:
Em diabéticas prévias:
• Introdução de prevenção de pré-eclâmpsia com AAS e Carbonato de cálcio
• Solicitação de exames complementares para a avaliação de lesões de órgãos alvo (rins,
olhos e coração) e associação com pré-eclâmpsia
• Ecocardiograma fetal com 26–28 semanas para detectar malformações fetais
Índice
35
Em todas as diabéticas, seja DM1, DM2 ou DMG:
• Ultrassonografia mensal a partir de 28 semanas para estimativa de peso e avaliação
do líquido amniótico (lembrando que as pacientes com DMG têm maior incidência de
polidrâmnio devido à poliúria fetal com efeito osmótico)
• Perfil biofísico fetal (PBF) completo ou apenas cardiotocografia basal a partir de 32
semanas, semanalmente ou 2 vezes por semana, principalmente, nas pacientes com DM
prévio à gestação. Alguns autores recomendam, ainda, o início do PBF com 28 semanas
de idade gestacional
• Contagem de movimentos fetais por pelo menos 1 hora, 3 vezes por dia após as refeições,
a partir de 28 semanas. Tal medida possui elevado valor preditivo negativo e está alterada
quando menor que 7 movimentações por hora
• Urocultura bimestral ou trimestral (gestantes diabéticas têm risco aumentado em três
a cinco vezes de apresentar bacteriúria assintomática, importantes o rastreamento e o
tratamento dessa condição clínica)
Controle glicêmico
O primeiro passo que deve ser adotado para todas as gestantes com diabetes na gestação
é o estímulo à dieta e ao hábito de atividades físicas. Ambas medidas são pilares do manejo
inicial de qualquer caso diagnosticado com diabetes na gestação. Caso não haja controle
satisfatório em 2 semanas, deve-se avaliar a introdução de insulina.
• Perfil glicêmico simples: realizar glicemia capilar em 4 períodos do dia (jejum e 1 hora
pós-prandial, café da manhã, almoço e jantar)
• Indicado no diabetes gestacional para o início de tratamento com dieta e exercícios ou
quando a paciente, em uso de insulina, possui um bom controle glicêmico
• Perfil glicêmico completo: realizar glicemia capilar em 8 períodos do dia (jejum, pré e 1
hora pós-prandial, e às 3 horas da manhã)
• Indicado quando a paciente está em uso de insulina ou no diabetes mellitus tipo 1 ou 2
Índice
36
VALORES DE NORMALIDADE NO PERFIL GLICÊMICO
LIMITES DE
< 95 mg/dL < 140 mg/dL < 120 mg/dL
GLICEMIA
Legenda: valores de normalidade no perfil glicêmico. Fonte: Manual de Gestação de alto risco 2022.
Conduta obstétrica
Índice
37
3. Diagnóstico de macrossomia fetal (peso estimado no USG maior que 4.000-4.500 g):
antecipar parto no momento do diagnóstico de macrossomia
4. Alteração do bem-estar fetal: realizar o parto no diagnóstico, porém, deve-se avaliar a
necessidade de maturação pulmonar fetal antes do parto
A via de parto é obstétrica. A cesariana só deve ser indicada de forma eletiva e em casos de
estimativa de peso fetal maior que 4.000-4.500 g.
Tireoidopatias
Hipotireoidismo
Definimos como hipotireoidismo subclínico o quadro com elevação nos níveis de TSH, porém
sem modificações dos valores de hormônios tireoidianos, em pacientes assintomáticas.
Quadro clínico
Os sintomas mais comuns, quando presentes, são: intolerância ao frio, ganho de peso,
queda de cabelo, fadiga, obstipação, pele seca. Vale lembrar que essas queixas podem ser
confundidas com sintomas típicos da gestação.
Complicações materno-fetais
Índice
38
Legenda: fluxograma de conduta - hipotireoidismo na gestação. Fonte: adaptado do Tratado de Obstetrícia da
Febrasgo de 2019.
De maneira geral, o objetivo é manter o TSH abaixo de 2,5 mU/L. Após o parto, a dose de
levotiroxina deve ser reduzida para a dose pré-gestacional, e o TSH sérico deve ser avaliado
seis semanas após o parto.
Hipertireoidismo
Índice
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de Graves, associada com a presença do anticorpo TRAb. Como outras causas podemos citar:
adenoma tóxico, tireoidite subaguda, bócio multinodular, iatrogênica e hipertireoidismo
transitório da gestação.
Quadro clínico
Além disso, vale ressaltar que o TRAB consegue atravessar a barreira placentária e causar
estimulação da tireoide fetal.
Diagnóstico
Tratamento
Índice
40
como o metimazol e o propiltiouracil. O propiltiouracil (dose de 100 a 450 mg/dia) é a droga
de escolha para uso no primeiro trimestre. Nas fases mais avançadas da gestação ele tem
sido associado à maior incidência de hepatite aguda. Seu uso pode ser mantido no segundo
e terceiro trimestre, desde que seja realizado acompanhamento clínico e laboratorial
rigoroso para vigilância de efeitos colaterais. O metimazol (dose de 10 a 30 mg/dia), por
sua vez, está associado ao maior risco de malformações fetais, como atresia esofágica
e cloacal e déficit psicomotor. Esses medicamentos possuem como efeitos colaterais o
prurido, rash cutâneo, poliartrite migratória, hepatite medicamentosa e agranulocitose.
Ambos demoram cerca de 15 dias para início dos efeitos terapêuticos. O propranolol é um
medicamento que pode ser utilizado de forma coadjuvante para controle de sintomas
hidrodinâmicos. O controle deve ser realizado com dosagens de T4 livre a cada 2 semanas
(pacientes mal controlados) ou a cada 4–6 semanas (pacientes bem controlados).
Acompanhamento obstétrico
Vale ressaltar que o feto pode desenvolver tanto hipo quanto hipertireoidismo. O
hipotireoidismo fetal, está geralmente associado à passagem das drogas antitireoidianas
utilizadas pela mãe pela barreira placentária. Em poucos casos, os anticorpos possuem
ação inibitória. Já o hipertireoidismo, por sua vez, faz referência à passagem de anticorpos
estimuladores através da placenta.
Anemias
Índice
41
as modificações do período gestacional, temos um aumento do volume plasmático em
cerca de 50% e dos eritrócitos em 25%. Assim, o incremento da volemia é relativamente
maior do que o do número de hemácias, levando a queda discreta da hemoglobina.
A anemia fisiológica da gestação é tipicamente normocítica e normocrômica, em
geral identificada a partir da 8.ª semana, com progressão até a 32.ª a 34.ª semana,
quando os níveis de hemoglobina costumam permanecer estáveis até o termo.
Anemia ferropriva
Sintomas e sinais clínicos: nem sempre estão presentes e podem ser inespecíficos, como
adinamia, sonolência, cefaleia e tontura.
Complicações: são mais frequentes nos casos de anemia grave, com hemoglobina
inferior a 6 g/dL. Pode evoluir com insuficiência cardíaca materna, comprometimento
hemodinâmico fetal e redução no volume de líquido amniótico. Também há maior risco
de desenvolvimento de pré-eclâmpsia, diminuição da função imunológica, alterações da
função da tireoide, queda de cabelos e enfraquecimento das unhas.
A dose terapêutica diária recomendada, por sua vez, é de 120 a 180 mg de ferro
elementar, fracionadas em três tomadas, de preferência antes das refeições. A reposição
deve ser mantida por 3 meses após correção da anemia. Nas situações de intolerância
gastrointestinal que impossibilite o tratamento por via oral, a via parenteral pode ser
outra opção. A transfusão de hemoderivados está restrita para os casos de instabilidade
hemodinâmica, sangramento ativo ou comprometimento fetal.
Índice
42
EXAMES COMPLEMENTARES DA ANEMIA FERROPRIVA
PARÂMETROS RESULTADOS
Legenda: Principais resultados laboratoriais encontrados na anemia ferropriva. Fonte: Modificado de Obstetrícia
Zugaib, 3.ª edição.
Anemia megaloblástica
Esse tipo de anemia está associado à deficiência de ácido fólico ou vitamina B12,
caracterizada pela redução na síntese de DNA pela medula óssea.
Deficiência de ácido fólico: ocorre nas mulheres que não consomem vegetais de folhas
verdes, legumes ou proteína animal. Outras causas incluem gemelaridade, uso de drogas
anticonvulsivantes e doenças inflamatórias intestinais em atividade. A necessidade de
folatos na gestação está aumentada devido à maior multiplicação celular, secundária ao
desenvolvimento fetal e às próprias modificações do organismo materno. Vale ressaltar
que a deficiência de ácido fólico pode gerar malformações fetais, sendo as principais: lábio
leporino, fenda palatina e defeitos do tubo neural.
Deficiência de vitamina B12: muito rara na gestação. Decorre da ausência do fator intrínseco,
necessário para sua absorção, ou da carência nutricional. É mais comum em gestantes
pós-cirurgia bariátrica, gastrite atrófica, gastrectomia, ressecção cirúrgica do íleo, doença
de Crohn e neoplasias intestinais.
Quadro clínico: costuma ser inespecífico, podendo incluir sintomas como fadiga, perda
do apetite, náuseas, vômitos e depressão. Úlceras bucais são manifestações raras.
Manifestações neurológicas, como parestesias e ataxia, irritabilidade, amnésia e demência,
podem estar presentes na deficiência da vitamina B12.
Índice
43
Prevenção: é indicada uma dieta rica em ácido fólico e vitamina B12, provenientes
principalmente da proteína de origem animal. Além disso, a suplementação de ácido
fólico no período periconcepcional reduz a ocorrência dos defeitos do tubo neural. A dose
recomendada é de ácido fólico 0,4 mg ao dia, iniciando-se dois meses antes da concepção
até o final do primeiro trimestre de gestação. Em alguns casos específicos, recomenda-se
a suplementação de 4–5 mg por dia (exemplos: mulheres em uso de anticonvulsivantes,
mulheres com filho anterior acometido por defeito no tubo neural, casos de gestação
gemelar ou em casos de pacientes com doença inflamatória intestinal).
Tratamento: na deficiência de ácido fólico, utilizamos uma dose maior de 1 mg/dia para
reposição. Lembramos que a reposição de ferro também é preconizada, pois geralmente
ocorre deficiência associada. Por outro lado, o tratamento da deficiência de vitamina B12
é realizado por meio da administração intramuscular de 1.000 mcg de cianocobalamina,
uma vez por semana, por quatro semanas, seguidas por uma aplicação mensal.
Bacteriúria Assintomática
Índice
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horas de retenção urinária. A presença de ≥ 10⁵ UFC/ml de bactéria(s) fecha como bacteriúria
assintomática, desde claro a paciente não tenha sintomas.
Cistite
Cistite recorrente (ITU de repetição): As ITUs passam a ser classificadas como recorrentes
nas seguintes situações:
• 2 ou mais episódios de ITU na gestação
• 2 infecções urinárias no último semestre ou três no último ano, antes do início da gestação
Quadro clínico: os sintomas mais comuns são disúria, poliúria, urgência miccional,
incontinência urinária, noctúria, dor suprapúbica e hematúria. Em gestantes, a disúria
deve ser valorizada, já que os outros sintomas podem ser comuns durante a gestação.
Índice
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Principais agentes etiológicos: Os patógenos causadores de cistite são muito semelhantes
àqueles descritos para bacteriúria assintomática. Escherichia coli é o mais presente
variando de 75% a 95% dos resultados. Alguns outros Gram negativos são Enterobacter
sp., Klebsiella sp., Pseudomonas sp e Proteus mirabilis. Bactérias Gram-positivas podem
acometer até 10% dos casos, dentre elas, destacam-se Staphylococcus saprophyticus,
Enterococcus faecalis e Streptococcus agalactiae (do grupo B), mais comum o último.
Tratamento: deve ser instituído assim que se suspeita do diagnóstico. Embora em casos
de ITU não complicada e sintomatologia típica a urocultura não seja necessária para o
diagnóstico nas gestantes, idealmente deve-se colher a urocultura antes do início da
antibioticoterapia e após 1 a 2 semanas do fim do tratamento, como controle.
Legenda: antibióticos para cistite na gestação. Fonte: adaptado de Manual de Gestação de alto risco 2022.
Caso a cultura venha positiva com Streptococcus agalactiae (do tipo B ou GBS) e
Enterococcus faecalis o tratamento deve ser com amoxacilina.
A fosfomicina (Monuril®) tem alta sensibilidade bacteriana nos antibiogramas, com boa
adesão e segurança na gravidez. A posologia é 1 envelope solúvel de 3g, que deve ser
diluído em 50 a 70ml de água, e administrado em dose única e de preferência à noite,
antes de dormir, para melhor concentração vesical do princípio ativo e por maior intervalo
de tempo.
A nitrofurantoína não tem perfil teratogênico, porém deve ser evitada a partir das 37
semanas, pelo risco de hemólise em fetos ou recém-nascidos com deficiência de glicose-
Índice
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6-fosfato desidrogenase (G6PD), condição prevalente em 0,0004% dos neonatos.
Pielonefrite aguda
Pielonefrite caracteriza-se pela infecção do trato urinário alto, ou seja, que acomete o
rim e as estruturas adjacentes, em decorrência de uma infecção bacteriana ascendente.
Acomete aproximadamente 1 a 2% das gestações, sendo mais frequente nos segundo
e terceiro trimestres. Aproximadamente 2/3 das pacientes com pielonefrite tiveram
BA previamente. Os fatores de risco para pielonefrite grave e sua recorrência inclui as
malformações do trato urinário e a presença de cálculos renais.
Atenção! Os sintomas de cistite podem não estar presentes. Febre e dor lombar constituem
os sintomas mais comuns.
A ultrassonografia dos rins e vias urinárias está indicada apenas na suspeição de nefrolitíase
e obstrução do trato urinário, ou até mesmo de abscesso renal.
Agentes etiológicos: A Escherichia coli é a bactéria mais comum. Podem ser identificados
outros gram negativos, como a Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis e Enterobacter
sp, e também gram-positivos, representados pelo Enterococcus faecalis, Streptococcus
agalactiae, Staphylococcus saprophyticus e o Staphylococcus aureus.
Índice
47
Os antibióticos recomendados para pielonefrite são de amplo espectro. As cefalosporinas
são as primeiras opções. O protocolo da FEBRASGO orienta a administração de Ceftriaxona
2g IV uma vez ao dia. O esquema preconizado pelo Ministério da Saúde é de Cefalotina
ou Cefazolina 1,0g IV a cada 6 horas, ou Ampicilina 1,0g IV a cada 6 horas. Se ocorrer
falha de tratamento a opção seria gentamicina na dose de 5–7 mg/Kg a cada 8 horas, e
nesses casos sempre avaliar função renal.
A gestante deve ficar internada até a melhora clínica e ausência de febre por pelo menos
24 a 48 horas, com débito urinário e função renal satisfatórios e ausência de abscessos
e de complicações obstrutivas das vias urinárias. Se a paciente tiver condições de alta
continuar o tratamento por via oral (VO) ou intramuscular (IM) até 10–14 dias de acordo
com o resultado da urocultura. Pode-se optar por antibióticos via oral como cefuroxima ou
amoxicilina com clavulanato (Clavulin®).
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• Realizar a micção após relação sexual
• Melhorar a técnica de higienização após a evacuação
INDICAÇÕES ANTIBIÓTICOS
SUPLEMENTAÇÃO NA GESTAÇÃO
Além disso, sabemos que a deficiência de ácido fólico está relacionada com a anemia
megaloblástica, por isso alguns protocolos recomendam a suplementação até o final da
gestação.
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Sulfato ferroso: Durante a gestação ocorre aumento da demanda por ferro, que pode levar
a deficiência deste nutriente e a anemia na gestante. O ferro proveniente da dieta deixa
de ser suficiente para suprir essa necessidade a partir das 20 semanas de gestação, por
isso é importante realizar a suplementação. Recomenda-se que a suplementação de ferro
seja iniciada com 16 semanas de gestação (ministério da Saúde, em alguns protocolos,
recomenda no início da gestação) e mantida até 3 meses após o parto. A dose da
suplementação deve ser de 60 mg/dia de ferro elementar para gestantes sem diagnóstico
de anemia.
Durante a gestação, a paciente deve ter um ajuste de dieta e de aporte calórico adequados.
Além disso, o ganho de peso e o IMC devem ser acompanhados ao longo de toda a gestação.
Pacientes com restrição calórica ou ganho de peso abaixo do esperado têm maior risco
de prematuridade e de recém-nascido com baixo peso ao nascer. Já o ganho de peso
excessivo ao longo da gestação está associado com maiores taxas de diabetes gestacional,
macrossomia fetal e maiores taxas de cesárea.
A dieta da paciente deve ter aumento de 300kcal por dia, em comparação a dieta pré-
gestacional, a partir do segundo trimestre de gestação. Assim, idealmente no primeiro
trimestre a gestante mantém uma dieta com 1800 a 2200 kcal/dia e a partir do segundo
trimestre esse número passa para 2100 a 2500 kcal/dia.
O ganho de peso ideal da gestante deve ser direcionado de acordo com o seu estado
nutricional e IMC, conforme tabela abaixo.
GANHO DE PESO
IMC
NA GESTAÇÃO
Legenda: Meta de ganho de peso na gestação de acordo com cada faixa de IMC. Fonte: acervo Medway.
O IMC deve ser avaliado ao longo da gestação e pode ser monitorado de acordo com a
idade gestacional utilizando a curva de Atalah. A cada consulta a paciente deve ter seu
peso aferido e o IMC calculado. A partir daí é possível monitorar o ganho de peso através
dessa curva que será apresentada a seguir. A gestante pode se enquadrar em quatro áreas
da curva: baixo peso, peso adequado, sobrepeso e obesidade.
Índice
50
Mulheres com baixo peso tem maior chance de fetos com baixo peso ao nascer, assim
como mulheres com obesidade tem maior risco de desenvolver síndromes hipertensivas
e diabetes na gravidez.
Índice
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ATIVIDADE FÍSICA
A prática deve ser desaconselhada para pacientes com ameaça de abortamento, risco
aumentado de prematuridade, insuficiência placentária, pré-eclâmpsia, placenta prévia
ou comorbidades graves que possam descompensar durante o exercício físico. Veja na
tabela abaixo as principais contraindicações a exercícios físicos durante o ciclo gravídico.
ABSOLUTAS RELATIVAS
Sangramento persistente de 2° o 3°
Obesidade mórbida extrema
trimestre
Legenda: Principais contraindicações à atividade física na gestação. Fonte: Tratado de Obstetrícia da Febrasgo.
Alguns cuidados são essenciais para garantir a segurança da prática de exercícios físicos
ao longo da gestação:
• Atividades com risco de queda, traumas abdominais ou acidentes não devem ser
realizadas
• A posição supina pode levar a dispneia e a diminuição do débito cardíaco. Por isso não
deve ser mantida por tempo prolongado ao longo da atividade física, principalmente no
terceiro trimestre de gestação
Índice
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• Durante as atividades aeróbicas deve haver atenção à possibilidade de diminuição da
oxigenação sanguínea. Por isso devem ser evitadas atividades que levem à exaustão
acentuada ou ao aumento importante da frequência cardíaca
• A gestante deve se atentar ao risco de aumento excessivo da temperatura corporal,
principalmente no primeiro trimestre. Manter hidratação abundante, uso de roupas leves
e ambiente com temperatura adequada para a prática de atividade física é importante
Sabe-se que as gestantes usuárias de SPA têm maiores taxas de complicações, como:
doenças sexualmente transmissíveis, prematuridade, descolamento de placenta, restrição
de crescimento fetal, baixo peso ao nascer, diminuição do encéfalo e perímetro cefálico,
além da associação entre a síndrome de abstinência do recém-nascido e a síndrome de
morte súbita no berço.
Tabagismo
Sabe-se que a nicotina é uma molécula lipossolúvel que cruza a barreira placentária,
acumulando em maiores concentrações nos tecidos placentários, no líquido amniótico
e no sangue fetal. O impacto na gravidez pode gerar alterações congênitas, diminuição
da oxigenação e déficit no desenvolvimento do feto. A consequência mais comumente
encontrada secundária ao tabagismo inclui a restrição de crescimento fetal, devido à
insuficiência placentária causada por vasoconstrição estimulada pelo tabaco.
Estudos demonstram que gestantes fumantes tem maior risco de complicações, como
gravidez ectópica, placenta prévia, sangramento, rotura prematura de membranas e
aborto espontâneo.
Índice
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trimestre gestacional, período em que o feto é mais sensível aos teratógenos. Algumas
opções possíveis são:
• Terapia de reposição de nicotina (TRN) com adesivos: a segurança e a eficácia dessa
terapêutica ainda não foram comparadas em estudos randomizados incluindo gestantes,
porém até o momento não há evidências que sugiram teratogênese ou outros efeitos
adversos perinatais
• Bupropiona: parece estar associada com malformações congênitas cardíacas, embora os
estudos ainda sejam muito limitados. Seu uso deve ser ponderado com a gestante com
relação aos riscos e benefícios. A posologia inicial recomendada é de 150 mg ao dia na
primeira semana, com aumento para 300 mg ao dia, por, em média, 12 semanas. Espera-
se que a gestante pare o tabagismo na primeira semana de uso. É contraindicado em
pacientes com epilepsia
Álcool
Até o momento, estudos não encontraram nenhuma dose mínima segura do consumo de
álcool na gestação. Os efeitos teratogênicos podem variar dependendo da quantidade de
álcool consumido, da frequência de consumo e da idade gestacional. Outros fatores como
a genética materna e fetal, idade e nutrição materna também são relevantes.
A principal complicação associada ao uso de álcool pela mãe durante a gravidez e/ou
durante o período pré-concepcional. é a síndrome alcoólica fetal (SAF), caracterizada por
déficit de crescimento fetal (baixo peso ao nascer), dismorfismos faciais que conferem ao
recém-nascido uma fácies típica (fissuras palpebrais pequenas, filtro nasal ausente, borda
vermelha do lábio superior fina) e comprometimento do sistema nervoso central.
Maconha (Cannabis)
Índice
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ter maior probabilidade de apresentar alteração de memória, de sintomas depressivos e de
ansiedade, hiperatividade e menor capacidade de permanecer atento.
Cocaína
VACINAÇÃO
Sempre que possível as mulheres devem ser orientadas a se vacinar antes da gestação.
Esse é um dos tópicos importantes a serem abordados na consulta pré-concepcional.
A vacina para rubéola, por exemplo, deve ser realizada antes da gravidez diminuindo a
chance dessa infecção durante o período gestacional e as malformações fetais associadas
a ela. Já durante a gestação essa vacina não pode ser realizada.
Hepatite B
Pacientes que nunca foram vacinadas devem receber as três doses da vacina e,
preferencialmente, completar o esquema vacinal durante a gestação. Já as gestantes que
receberam vacinação completa não precisam de nenhum cuidado adicional na gestação.
Influenza
A vacina contra influenza é composta por vírus vivo inativado e é segura na gestação. Todas
as gestantes devem receber vacina para influenza durante a campanha vacinal.
As infecções respiratórias tendem a ser mais graves e ter maior índice de morbimortalidade
em gestantes. Por isso a proteção adequada contra essas infecções nas pacientes gestantes
é tão importante.
COVID-19
Índice
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e não há contraindicação quanto à aplicação simultânea com outras vacinas, como contra
hepatite B ou dTPa.
É importante ainda, realizar uma dose de dTPa durante a gestação com objetivo de fornecer
imunidade contra coqueluche ao recém-nascido. Toda gestante deve receber uma dose de
dTPa de 20 até 36 semanas (pelo menos 20 dias antes do parto) de gestação, independente
da vacinação para o tétano estar completa ou de ter recebido dTP na gestação anterior.
Isso porque os anticorpos produzidos pelo organismo materno após receber a dTPa serão
transferidos ao lactente e prevenir a contaminação por coqueluche até os seis meses de
vida.
O esquema vacinal para tétano, difteria e coqueluche durante a gravidez deve ser realizado
de acordo com o status gestacional da gestante.
Índice
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STATUS VACINAL CONDUTA
Legenda: condutas em relação a vacinação contra tétano e coqueluche na gestação de acordo com o status
vacinal da paciente. Fonte: acervo Medway.
Agora vamos revisar aquelas vacinas que deverão ser administradas na gestação.
Índice
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VACINAS QUE DEVEM SER REALIZADAS NA GESTAÇÃO
• dT/dTPa
• Influenza
• COVID-19
• Hepatite B
LEGISLAÇÃO E GESTAÇÃO
Índice
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Seguimento no puerpério
O puerpério corresponde ao período que se inicia após a dequitação placentária e se
estende na maioria dos protocolos até 6 semanas completas pós-parto alguns locais
consideram até 12 meses. Isso se baseia no retorno ao estado pré gravídico das alterações
ocorridas no organismo materno durante a gestação.
Apesar de não ser consenso, pode realizar uma primeira consulta de 7 a 10 dias pós-parto
para assegurar a saúde da mãe e do recém-nascido uma vez que boa parte das situações
de morbidade e mortalidade materna e neonatal acontece na primeira semana após o
parto.
Mulheres que cursaram com diabetes melito gestacional (DMG), por exemplo, devem realizar
novo teste de tolerância oral à glicose no final do puerpério, e receber encaminhamento à
assistência clínica especializada, se necessário.
Dentre os principais tópicos que devem ser abordados na consulta de revisão puerperal,
podemos destacar a amamentação, imunização e planejamento reprodutivo, que inclui
a oferta de métodos contraceptivos. Também é fundamental nesse momento realizar uma
anamnese detalhada com relação a possíveis intercorrências que surgiram na gestação e
sobre o parto, direcionando o cuidado e a necessidade de intervenções terapêuticas.
Devemos estar atentos a complicações puerperais frequentes que podem surgir, como:
mastite, endometrite e dificuldades de amamentação. Esse período também é cercado
de alterações no que tange ao emocional materno, além de ser um período de adaptação
de toda a família ao novo bebê. Por isso, é fundamental a investigação de alterações
de humor e realizar o encaminhamento à equipe de saúde mental para avaliação caso
necessário.
AMAMENTAÇÃO
Índice
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rícia no RN, além de levar a uma manutenção do peso do bebê e recuperação mais rápida
em caso de perda.
A orientação sobre a pega adequada deve já ser feita na maternidade, com a correção
das dificuldades, e também reavaliada na(s) consulta(s) de revisão puerperal. Isso reduz as
chances de desmame precoce por insucesso na amamentação. Seguem na tabela abaixo
as orientações de pega adequada.
PEGA ADEQUADA
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e
Estratégias. Área Técnica da Saúde da Criança e Aleitamento Materno. Dificuldades no aleitamento materno.
Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2011. p.133-6.
Puérperas com fator Rh negativo e bebês Rh positivo (ou desconhecido) e que não sejam
aloimunizadas devem receber a imunoglobulina anti-D antes da alta da maternidade
com o objetivo de evitar morbidade nas próximas gestações. Além disso, pacientes não
imunizadas para rubéola ou sarampo podem efetivar sua vacinação, bem como receber
a vacina da influenza e de COVID-19 caso não tenham sido vacinadas durante o pré-natal.
Índice
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Contracepção no puerpério
O puerpério é o momento ideal para a instituição de um método contraceptivo. Temos
aqui uma excelente janela de oportunidade, principalmente para aquelas pacientes que
habitualmente não realizam seguimento ginecológico de rotina. A escolha do método
deve considerar tanto o momento da fase da vida da mulher quanto suas expectativas e
melhor adaptação, assim, a chance de continuidade do uso é maior.
Sabemos que a ovulação volta em média 45 dias pós-parto. No entanto, há mulheres que
já ovulam nos primeiros 25 dias. Por isso, o ideal é abordar o tema de contracepção ainda
na maternidade, antes da alta hospitalar.
Os LARCs podem ser excelentes escolhas contraceptivas no puerpério. Eles são mais
associados à continuação, menor taxa de abandono ou uso irregular, assim como são
uma ótima opção para mulheres que tem contraindicação ao uso de métodos orais (não
podemos esquecer dos critérios de elegibilidade, beleza?). Confira abaixo quais e como
podem ser utilizados no puerpério:
Dispositivos intrauterinos
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Kyllena®) podem ser utilizados no pós-parto. A inserção dos DIUs pode ser feita no período
imediatamente após o parto, até 48 horas após a expulsão da placenta, ou após o fim
do puerpério tardio, ou seja, após 42 dias do parto. Após a inserção, é recomendado
que a mulher use métodos de barreira até a realização do ultrassom para confirmação do
posicionamento adequado. Em relação à expulsão, as taxas variam de 10% a 40%.
Implante de progestágeno
A inserção do implante pode ser realizada 40 dias após o parto. Em relação ao efeito na
lactação, não é observado até o momento influência na qualidade ou quantidade do leite.
Estudos comparando recém-nascidos de usuárias de implante e as não usuárias não
mostraram diferença de peso entre os bebês dos dois grupos. Uma das vantagens desse
método é a fácil inserção e a eficácia alta.
Índice
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Tratado de obstetrícia Febrasgo / editores Cesar Eduardo Fernandes, Marcos Felipe Silva
de Sá; coordenação Corintio Mariani Neto. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
2. ZUGAIB, Marcelo; FRANCISCO, Rossana Pulcineli Vieira; CANÇADO, Sírio José Braz.
Zugaib obstetrícia. 3 ed, 2019.
3. Neme Obstetrícia Básica / Bussâmara Neme - 3ª ed - São Paulo, 2005
4. Rezende obstetrícia / Carlos Antonio Barbosa Montenegro, Jorge de Rezende Filho. - 13.
ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2017
5. Williams obstetrics I editors, F. Gary Cunningham, Kenneth J. Leveno, Steven L. Bloom,
Jodi S. Dashe, Barbara L. Hofman, Brian M. Casey, Catherine Y. Spong. 25th edition - New
York: McGraw-Hill, 2018.
6. Rotinas em obstetrícia [recurso eletrônico]/Organizadores Sérgio H. Martins-Costa ... [et
al.] – 7. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2017.
7. Manual de recomendações para a assistência à gestante e puérpera frente à pandemia
de Covid-19 [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à
Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. – 2. ed. – Brasília : Ministério
da Saúde, 2021. (Acesso em 02/11/2021)
8. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical
do HIV, Sífilis e Hepatites Virais / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em
Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente
Transmissíveis. Brasília : Ministério da Saúde, 2022.
9. Manual de gestação de alto risco [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas – Brasília : Ministério
da Saúde, 2022.
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CONCLUSÃO
Afinal, é quase certo que em algum momento da sua carreira médica alguém te pergunte
se “é normal que gestante sinta isso”! Nem que seja aquela sua prima distante que só te
manda mensagem quando realmente precisa.
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FICOU ALGUMA DÚVIDA?
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