Ebook Hermenêutica e Argumentação Jurídica
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Ebook Hermenêutica e Argumentação Jurídica
argumentação
jurídica
D.Macêdo
Um guia de hermenêutica e argumentacão jurídica D.Macêdo
Sumários
2 O direito 06
Sumários
Capítulo 1
Introdução a
Hermenêutica
e o direito.
2 O direito
O Direito é composto de leis, de modo que seu estudo requer o
conhecimento destas. E estas advêm de textos e documentos antigos
(fonte histórica), de fatos sociais (fonte material) e de sua exteriorização
em normas e leis (fonte formal). Uma lei, no sentido lato, é o texto que
descreve e regula a conduta de um indivíduo e de uma sociedade.
A maioria das normas legais e seus textos tem origem nos costumes e
usos de uma sociedade que, a partir de determinado momento, decide
por estabelecê-los como o seu modo de proceder do ponto de vista do
que é justo para todos. Somente são incorporados no texto legal, isto é,
adquirem essa força jurídica, aqueles costumes sancionados por todos e,
assim, capazes de atuar em toda a sociedade.
Por volta de 1200 a.C. surgiu o código mosaico, dado pelo grande líder
dos hebreus, Moisés. .
A parte mais importante dele é o que conhecemos por: Dez
mandamentos. Sucessivas modificações ao longo da história de Israel o
transformaram no texto conhecido como: Pentateuco ou Torah, a
codificação de leis que regem a conduta do povo judeu e também
decisivo para o entendimento moral cristão.
4 A história e a
interpretação jurídica
Sendo a interpretação jurídica uma tarefa tão antiga quanto o próprio
Direito, é de se imaginar que ele tenha um conhecimento acumulado a
ser apreciado por qualquer um que queira compreendê-lo. Todavia, a
escola propriamente da exegese jurídica começa no século XIX, na
França, com a edição do código napoleônico.
Nesse tempo, o código escrito era considerado a única fonte para a
regularização jurídica da totalidade da vida humana, em todos os seus
assuntos, fossem eles políticos, econômicos ou sociais. Nesse caso, o
papel da interpretação era expor o texto do código, com a única função
de esclarecer a disposição daquele que o elaborou: o legislador.
Nesta ação, o intérprete não cria novas normas, ele não inova o código
jurídico, apenas o atualiza, mantendo o ordenamento jurídico ou
partindo dele. Porém, uma sociedade não é algo estático. Seus
problemas e necessidades apresentam novos desafios que precisam
reconfigurar ou mesmo refazer a ordem jurídica. E isto requer que novo
código seja elaborado. Antes que isso aconteça, o intérprete tenta
preencher as lacunas existentes na norma, oferecendo o que seria a
possível orientação do código para as novas situações.
5 Hermenêutica e
interpretação jurídica
O uso que o Direito faz da hermenêutica é bastante específico, de modo
que requer um tratamento distinto, tendo em vista os seus fins: a
aplicação da norma da lei.
Em termos gerais, hermenêutica é o conjunto de princípios e conceitos
formulados a partir do exame das leis, que sustentam uma determinada
interpretação jurídica, permitindo a sua realização.
Mas, por que interpretar, se a lei é clara? Observe que, em uma partida
de futebol, o papel do juiz é de exigir que as regras do jogo sejam
cumpridas por todos os jogadores, técnicos e os demais envolvidos nela.
Mas o jogo acontece durante 90 minutos, em situações reais que
desafiam a capacidade do juiz na aplicação das regras. Mais ainda, nem
todas as ocorrências na partida são claramente previstas nas regras, de
modo que o juiz deve ser hábil em analisar a situação, e, usando do seu
conhecimento das regras, estabelecer a melhor conduta almejada por
elas.
6 Metódos tradicionais de
interpretação jurídica
A atividade jurídica de interpretação, sendo corrente e frequente como
é, acabou por estabelecer determinados modos de fazê-la, os quais
podem ser chamados de modelos ou paradigmas interpretativos. Esses
podem ser classificados de duas maneiras: positivistas e pós-positivistas.
8 Hermenêutica e filosófia
do direito
A hermenêutica filosófica trabalha com a categoria humana da
compreensão como condição mesma da interpretação. E a
compreensão reside em uma pré-compreensão, isto é, parte-se da
admissão de que todo intérprete está, desde o início da sua tarefa
hermenêutica, inserido no próprio acontecimento histórico com o qual
interage.